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Ciclos Método

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DIREITO TRIBUTÁRIO .................................................................................................................................. 1

CONTEÚDO ESTADUAL ............................................................................................................................. 47

CRIMINOLOGIA......................................................................................................................................... 97

DIREITO TRIBUTÁRIO

PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS

Princípio da legalidade

Analisando conjuntamente os preceitos contidas na Constituição Federal e no Código Tributário Nacional,


verifica-se que o princípio da legalidade tributária tem o seguinte conteúdo: a instituição, majoração,
redução ou extinção de tributo sempre dependem de lei (paralelismo das formas).

Art. 97, CTN: Somente a lei pode estabelecer:


I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do
artigo 52, e do seu sujeito passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57
e 65;
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras
infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de
penalidades.
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais
oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do
valor monetário da respectiva base de cálculo.

Regra: Os tributos são instituídos por lei ordinária.


Exceções: 4 tributos são instituídos por meio de lei complementar:

1) Empréstimos compulsórios (art. 148);


2) Imposto sobre grandes fortunas (art. 153, vii);
3) Impostos residuais (art. 154, i);
4) Novas fontes de custeio da seguridade (art. 195, § 4º) – contribuições residuais.

Não Aplicação do Princípio da Legalidade (não Exceções ao Princípio da Legalidade (instituem


instituem ou aumentam tributo) ou aumentam tributo)

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Atualização monetária da base de cálculo: aqui


não há majoração de tributo, apenas II, IE, IPI e IOF
recomposição do valor histórico da moeda.
Prazo para recolhimento do tributo: não é
matéria reservada à lei. Esse prazo não precisa
Reduzir ou Restabelecer as alíquotas do CIDE
estar previsto em lei, mas se estiver, somente a
combustível
lei FINA poderá modificar o prazo (em razão da
regra de simetria das formas).
Obrigações Acessórias: são deveres formais, ICMS monofásico incidente sobre combustíveis
instrumentais, que são impostos para atender ao
interesse da fiscalização e/ou arrecadação de
tributos.
Art. 113 - A obrigação tributária é principal ou
acessória. Resolução do Senado Federal para fixar alíquota
§2º - A obrigação acessória decorre da legislação do ICMS nas operações interestaduais
tributária e tem por objeto as prestações,
positivas ou negativas, nela previstas no interesse
da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.

#ATENÇÃO: Em todos os casos a alteração por ato do Executivo diz respeito somente às alíquotas (art. 153,
§ 1º, da CF), nunca às bases de cálculo. Base de cálculo é tema que, como regra, somente pode ser
disciplinado por meio de lei (art. 97, IV, do CTN).

#ATENÇÃO2: A competência do Poder Executivo é para “alterar/modificar” as alíquotas, e não para instituir
as alíquotas. A instituição de alíquotas é tema reservado exclusivamente ao legislador.

#SELIGA É possível a criação ou majoração de tributos por MP, salvo aqueles que exigem Lei Complementar.
Os Estados também podem, desde que prevejam a figura da MP em suas Constituições.

#DEOLHONAJURIS Não viola a legalidade tributária a lei que, prescrevendo o teto, possibilita o ato normativo
infralegal fixar o valor de taxa em proporção razoável com os custos da atuação estatal, valor esse que não
pode ser atualizado por ato do próprio conselho de fiscalização em percentual superior aos índices de
correção monetária legalmente previstos. STF. Plenário. RE 838284/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
19/10/2016 (repercussão geral) (Info 842 e 844).
As condições para a concessão de parcelamento tributário devem estrita observância ao princípio da
legalidade e não há autorização para que atos infralegais tratem de condições não previstas na lei de regência
do benefício. STJ. 1ª Turma. REsp 1739641-RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 21/06/2018 (Info 629).

Princípio da anterioridade tributária

Possui dois subprincípios:

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1) Princípio da anterioridade anual ou de exercício ou comum: o Fisco não pode cobrar tributos no mesmo
exercício financeiro (ano) em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou (art. 150, III, “b”, da
CF/88):
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;

2) Princípio da anterioridade privilegiada, qualificada ou nonagesimal: o Fisco não pode cobrar tributos
antes de decorridos 90 dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Trata-se
de regra prevista no art. 150, III, “c” (para os tributos em geral) e também no art. 195, § 6º (no que se refere
às contribuições sociais).

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou,
observado o disposto na alínea b;

EXCEÇÕES AOS PRINCÍPIOS DA ANTERIORIDADE


ANUAL NONAGESIMAL
II – Imposto de Importação; II – Imposto de Importação;
IE – Imposto de Exportação; IE – Imposto de Exportação;
IOF –Imposto sobre operações financeiras; IOF –Imposto sobre operações financeiras;
IEG – Imposto Extraordinário de Guerra; IEG – Imposto Extraordinário de Guerra;
Empréstimo Compulsório para calamidade Empréstimo Compulsório para calamidade
pública ou guerra externa; pública ou guerra externa;
ICMS – combustível; IR – Imposto de Renda;
CIDE – combustível; Alteração da base de cálculo do IPTU e IPVA.
IPI – Imposto sobre produtos industrializados.

Lembre-se de que o marco inicial é a data da publicação da lei (e não da vigência). Enquanto o
princípio da irretroatividade representa uma proteção a fatos ocorridos antes da vigência da lei (passado), o
princípio da anterioridade protege fatos futuros. É um princípio que se fundamenta no valor segurança
jurídica.

#DEOLHONASÚMULA: Súmula Vinculante 50: norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação
tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.

#DEOLHONAJURIS #APOSTACICLOS A revogação de benefício fiscal deverá obedecer ao princípio da


anterioridade tributária

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Aplica-se o princípio da anterioridade tributária, geral e nonagesimal, nas hipóteses de redução ou de


supressão de benefícios ou de incentivos fiscais, haja vista que tais situações configuram majoração indireta
de tributos (STF. Plenário. RE 564225 AgR-EDv-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20/11/2019).

Não incide imposto de renda (IR) sobre o preço recebido em virtude de cessão com deságio de precatório.
REsp 1.785.762-RJ, Rel. Min. Francisco Falcão, Segunda Turma, por unanimidade, julgado em 27/08/2022,
DJe 29/09/2022. (Info 751 - STJ) #APOSTACICLOS #SAINDODOFORNO

Princípio da irretroatividade

O princípio da irretroatividade é um desdobramento da garantia da segurança jurídica e veda aos


entes tributantes cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da VIGÊNCIA da lei
que os houver instituído ou aumentado.

Exceções ao princípio da irretroatividade:


Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
Lei interpretativa:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à
infração dos dispositivos interpretados;
Lei mais benéfica no direito tributário penal:
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não
tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.

Princípio da isonomia

A isonomia deve ser vista do ponto de vista formal e material.

#DEOLHONAJURIS É INCONSTITUCIONAL lei estadual que concede isenção de ICMS para operações de
aquisição de automóveis por oficiais de justiça estaduais. STF. Plenário. ADI 4276/MT, Rel. Min. Luiz Fux,
julgado em 20/8/2014 (Info 755).

O princípio da capacidade contributiva é um comando dirigido ao legislador obrigando que todos os


tributos sejam graduados conforme a capacidade econômica do contribuinte.

Embora o dispositivo faça referência somente a impostos, no julgamento do RE 406.955/2010 o STF


firmou o entendimento no sentido de que a capacidade contributiva é aplicável a todos os tributos.

Trata-se de um desdobramento do princípio da isonomia na medida em que o ideal almejado pela


capacidade contributiva é tributar os contribuintes na proporção de suas riquezas, observando a fórmula
clássica de tratar “igualmente os iguais e desigualmente os desiguais” em matéria de tributação.

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Art. 145. (...)


§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a
esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

Nesse cenário, há a necessidade de visualizarmos os meios de exteriorização ou possibilidades de


concretização da capacidade contributiva:

a) Progressividade: técnica de incidência de alíquotas variadas, cujo aumento se dá na medida em


que se majora a base de cálculo do gravame. O critério refere-se ao aspecto quantitativo, do qual decorre a
progressividade fiscal e a extrafiscal. A primeira refere-se à situação em que “quanto mais se ganha, mais se
paga”, de finalidade meramente arrecadatória, que admite onerar mais gravosamente a riqueza tributável
maior. Já a segunda atua na determinação de parâmetros de condutas, no interesse regulatório.

Conforme previsão explícita na CF, exsurgem 3 (três) impostos progressivos:


I – Imposto de Renda (art. 153, § 2.º, I, da CF);
II – IPTU (art. 156, § 1.º, I e II, da CF c/c art. 182, § 4.º, II, da CF);
III – ITR (art. 153, § 4.º, I, da CF – EC n.º 42/2003).

#DEOLHONAJURIS É constitucional a progressividade das alíquotas do ITR previstas na Lei nº 9.393/96 e


que leva em consideração, de maneira conjugada, o grau de utilização (GU) e a área do imóvel. Essa
progressividade é compatível com o art. 153, § 4º, I, da CF/88, seja na sua redação atual, seja na redação
originária, ou seja, antes da EC 42/2003. Mesmo no período anterior à EC 42/2003, era possível a instituição
da progressividade em relação às alíquotas do ITR. STF. 1ª Turma. RE 1038357 AgR/ SP, Rel. Min Dias Toffoli,
julgado em 6/2/2018 (Info 890).

#DEOLHONASÚMULA Súmula 656, STF – É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para
o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis - ITBI com base no valor venal do imóvel.

b) Proporcionalidade: mostra-se pela técnica de incidência de alíquotas fixas, em razão de bases de


cálculo variáveis. Dessa forma, qualquer que seja a base de cálculo, a alíquota sobre ela terá o mesmo
percentual.

c) Seletividade: técnica de incidência de alíquotas que variam na razão inversa da essencialidade do


bem. Vale dizer, a técnica permite gravar-se com uma maior alíquota o bem mais não essencial, ou seja, na
razão direta da superfluidade do bem.

Os impostos que detêm seletividade são o ICMS (art. 155, § 2º, III, CF) e o IPI (art. 153, § 3º, I, CF). É
de natureza facultativa a seletividade para o ICMS, portanto “pode” ser ele seletivo; a seletividade para o IPI
é de natureza obrigatória, portanto “deve” ser ele seletivo.

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Princípio da vedação ao confisco

A vedação ao confisco está presente no artigo 150, inciso IV, da Constituição Federal:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
IV - utilizar tributo com efeito de confisco; A vedação à confiscabilidade proíbe a instituição de quaisquer
tributos com caráter de absorção substancial da propriedade privada, sem a proporcionada indenização.

Entretanto, vale salientar que o texto constitucional admite que se dê tal apropriação sem
indenização em duas situações: a) pena de perdimento de bens (art. 5.º , XLVI, b, da CF) e b) expropriação
de glebas destinadas a culturas de plantas psicotrópicas e trabalho escravo.

Em nosso país não há parâmetros objetivamente definidos do que vem a ser uma tributação
excessiva. A aferição compete ao Poder Judiciário, quando promovido pelo contribuinte prejudicado, no caso
concreto. Além disso, prevaleceu a tese no STF de que o caráter do confisco do tributo deve ser avaliado à
luz de todo o sistema tributário, e não em função de cada tributo isoladamente examinado (ADIMC 2.010-
DF-1999).

Princípio da não limitação ao tráfego de pessoas

Está previsto no art. 150, inciso V da Constituição Federal:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou
intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;

O princípio em tela é mera corroboração da liberdade de locomoção, constitucionalmente admitida


no art. 5º, LXVIII, da CF. No entanto, cabem aqui duas atenuações, sendo uma de ordem constitucional (art.
150, V, parte final, da CF), referente aos pedágios, e outra de ordem doutrinária, referente ao ICMS, exigido
pelas autoridades fiscais nos Postos de Fiscalização das rodovias.

#OLHAOGANCHO O pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias NÃO tem natureza tributária, mas
de preço público, consequentemente, não está sujeito ao princípio da legalidade estrita. STF. Plenário. ADI
800/RS, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 11/6/2014 (Info 750).

Princípio da uniformidade geográfica

Está previsto no artigo 151, inciso I da Constituição Federal:

Art. 151. É vedado à União:

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I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou
preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a
concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre
as diferentes regiões do País;

Em termos práticos, caso haja aumento de alíquotas de um tributo federal, deverá incidir o aumento
em todo o Brasil, sob pena de se ferir o postulado ora estudado. Dessa forma, procura-se homenagear a ideia
de equivalência entre as entidades componentes de Federação, vedando-se uma possível hierarquização.

#OLHAOGANCHO
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre
bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

IMUNIDADE TRIBUTÁRIA

#DEOLHONAJURIS Sociedade de economia mista estadual prestadora exclusiva do serviço público de


abastecimento de água potável e coleta e tratamento de esgotos sanitários faz jus à imunidade tributária
recíproca sobre impostos federais incidentes sobre patrimônio, renda e serviços.
Para a extensão da imunidade tributária recíproca da Fazenda Pública a sociedades de economia mista e
empresas públicas, é necessário preencher 3 (três) requisitos:
a) a prestação de um serviço público;
b) a ausência do intuito de lucro e
c) a atuação em regime de exclusividade, ou seja, sem concorrência.
STF. Plenário. ACO 3410/SE, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 20/4/2022 (Info 1051).

São espécies de imunidade tributária:


IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
Recíproca (art. 150, IV, a, da CF). Dos livros, jornais, periódicos e do papel para sua
impressão (art. 150, IV, d, da CF)
Dos templos de qualquer culto (art. 150, IV, b, da Dos fonogramas e videogramas musicais (art. 150,
CF) IV, e, da CF)
Dos partidos, sindicatos, entidades educacionais e Das entidades beneficentes de assistência social às
assistenciais (art. 150, IV, c, da CF) contribuições de seguridade social (art. 195, § 7º,
da CF)

#DIFERENCIE:
IMUNIDADE Dispensa constitucional do dever de pagar o tributo.
Também chamada de hipótese de não incidência constitucionalmente
qualificada.
Dispensa legal do dever de pagar o tributo.
ISENÇÃO

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Há quem diga que é um favor legal ou hipótese normativa de dispensa


legalmente qualificada.
Ao contrário da imunidade e da isenção, a não incidência está fora do campo da
tributação. Isso porque o legislador não classificou aquele fato da vida como um
NÃO INCIDÊNCIA fato jurídico.
Exemplo: Paga-se IPVA, se o contribuinte é proprietário de um veículo
automotor. Se o contribuinte tiver uma bicicleta, não haverá incidência da HI do
IPVA.
ALÍQUOTA ZERO A dispensa do tributo se justifica pelo simples fato da alíquota não ter valor
algum (zero). BC x ZERO = ZERO.
Trata-se do perdão concedido pelo Fisco, sendo uma hipótese de extinção do
REMISSÃO crédito tributário.

#DEOLHONAJURIS #APOSTACICLOS
As entidades religiosas podem se caracterizar como instituições de assistência social a fim de se beneficiarem
da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, ‘c’, da Constituição, que abrangerá não só os impostos sobre
o seu patrimônio, renda e serviços, mas também os impostos sobre a importação de bens a serem utilizados
na consecução de seus objetivos estatutários. STF. Plenário. RE 630790/SP, Rel. Min. Roberto Barroso,
julgado em 18/3/2022 (Repercussão Geral – Tema 336) (Info 1047).

 IMUNIDADE RECÍPROCA

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

Trata-se de regra constitucional que impede as entidades federativas de cobrarem impostos


reciprocamente. Tal comando mostra-se fundamental para preservação do equilíbrio e harmonia do modelo
federativo.

Ainda, conforme o § 2º do art. 150, a imunidade prevista é extensiva às autarquias e às fundações


instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados
às suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

Contudo, para gozar da imunidade, as autarquias e fundações precisam manter seu patrimônio,
renda e serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes, restrição esta não
aplicável aos entes políticos.

Da mesma forma, o Supremo Tribunal Federal entende que a imunidade tributária recíproca, prevista
no art. 150, VI, a, da CF abrange as empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de
serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do Estado (RE 407.099/RS e AC 1.550-2).

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#DEOLHONAJURIS
As empresas públicas e as sociedades de economia mista delegatárias de serviços públicos essenciais, que
não distribuam lucros a acionistas privados nem ofereçam risco ao equilíbrio concorrencial, são beneficiárias
da imunidade tributária recíproca prevista no artigo 150, VI, a, da Constituição Federal, independentemente
de cobrança de tarifa como contraprestação do serviço. STF. Plenário. RE 1320054 RG, Rel. Ministro
Presidente, julgado em 06/05/2021 (Repercussão Geral – Tema 1140)
Sociedade de economia mista, cuja participação acionária é negociada em Bolsas de Valores, e que,
inequivocamente, está voltada à remuneração do capital de seus controladores ou acionistas, não está
abrangida pela regra de imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição, unicamente em
razão das atividades desempenhadas. STF. Plenário. RE 600867, Rel. Joaquim Barbosa, Relator p/ Acórdão
Luiz Fux, julgado em 29/06/2020 (Repercussão Geral – Tema 508) (Info 993 – clipping).
A imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, “a”, da Constituição) impede que os entes públicos criem uns
para os outros obrigações relacionadas à cobrança de impostos, mas não veda a imposição de obrigações
acessórias. STF. Plenário. ACO 1098, Rel. Roberto Barroso, julgado em 11/05/2020 (Info 980 – clipping).
Os bens e direitos que integram o patrimônio do fundo vinculado ao Programa de Arrendamento Residencial
(PAR), criado pela Lei nº 10.188/2001, beneficiam-se da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “a”, da
Constituição Federal. STF. Plenário. RE 928902/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 17/10/2018
(repercussão geral) (Info 920).
A imunidade tributária gozada pela OAB é da espécie recíproca (art. 150, VI, “a” da CF/88), na medida em
que a OAB desempenha atividade própria de Estado (defesa da Constituição, da ordem jurídica do Estado
democrático de direito, dos direitos humanos, da justiça social, bem como a seleção e controle disciplinar
dos advogados). STF. Plenário. RE 259976 AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgado em 23/03/2010. STF.
Plenário. RE 405267, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 06/09/2018.
A INFRAERO (empresa pública federal) celebrou contrato de concessão de uso de imóvel com uma empresa
privada por meio da qual esta última poderia explorar comercialmente um imóvel pertencente à INFRAERO.
Vale ressaltar que esta empresa é uma concessionária de automóveis. A empresa privada queria deixar de
pagar IPTU alegando que o imóvel gozaria de imunidade tributária. O STF não aceitou a tese e afirmou que
não incide a imunidade neste caso. A atividade desenvolvida pela empresa tem por finalidade gerar lucro. Se
fosse reconhecida a imunidade neste caso, isso geraria, como efeito colateral, uma vantagem competitiva
artificial em favor da empresa, que teria um ganho em relação aos seus concorrentes. Afinal, a retirada de
um custo permite o aumento do lucro ou a formação de preços menores, o que provoca desequilíbrio das
relações de mercado. Não se pode aplicar a imunidade tributária recíproca se o bem está desvinculado de
finalidade estatal. STF. Plenário. RE 434251/RJ, rel. orig. Min. Joaquim Barbosa, red. p/ o ac. Min. Cármen
Lúcia, julgado em 19/4/2017 (Info 861).
Imagine que o Município cobrou IPTU dos Correios relativo a um imóvel pertence à empresa. Os Correios
invocaram sua imunidade tributária. O Município respondeu argumentando que a imunidade não poderia
ser aplicada em relação àquele imóvel porque ele não estaria relacionado às finalidades essenciais da
empresa. Para que a entidade goze de imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, “a”), ela terá que provar
que o seu imóvel está relacionado às suas finalidades essenciais ou existe uma presunção nesse sentido?
Existe uma presunção nesse sentido. Assim, o ônus de provar que o imóvel não está afetado a destinação
compatível com os objetivos e finalidades institucionais de entidade autárquica recai sobre o ente tributante.
Em palavras mais simples, se o Município quer tributar o imóvel pertencente à autarquia, fundação, empresa

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pública ou sociedade de economia mista, ele é quem deverá provar que o referido bem não merece gozar da
imunidade. Há uma presunção de que o imóvel da entidade está vinculado às suas finalidades essenciais STJ.
1ª Turma. AgRg no AREsp 304126-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 13/8/2013 (Info 527).

 IMUNIDADE RELIGIOSA

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
b) templos de qualquer culto;

Tal imunidade atua distanciando os impostos dos templos, independentemente da dimensão da


igreja ou do seu número de adeptos. Possui como fundamento teleológico a liberdade religiosa/liberdade de
crença.

O templo desfrutará da imunidade, desde que cumpra determinadas condições:


 a prova do reinvestimento integral do montante pecuniário advindo das atividades conexas na
consecução dos objetivos institucionais da Igreja;
 a prova da inexistência de prejuízo à livre concorrência, impedindo-se o cunho empresarial na
atividade financeira desempenhada

#DEOLHONAJURIS:
Determinada Igreja efetuou a compra de um terreno baldio (imóvel vago) que seria utilizado para a
construção de um templo, conforme um projeto que já estava aprovado. O Município efetuou o lançamento
do ITBI afirmando que a Igreja somente gozaria de imunidade quanto a esse bem quando o projeto já
estivesse concluído e o templo construído. A tese do Município foi aceita pelo STJ? NÃO. Segundo decidiu o
STJ, haveria imunidade no presente caso. Em se tratando de entidade religiosa, há presunção relativa de que
o imóvel da entidade está vinculado às suas finalidades essenciais, o que impede a cobrança de impostos
sobre aquele imóvel de acordo com o art. 150, VI, “c”, da CF. A descaracterização dessa presunção para que
incida ITBI sobre imóvel de entidade religiosa é ônus da Fazenda Pública municipal, nos termos do art. 333,
II, do CPC/1973 (art. 373, II, do CPC/2015). Em suma, para fins de cobrança de ITBI, é do município o ônus da
prova de que imóvel pertencente a entidade religiosa está desvinculado de sua destinação institucional. STJ.
2ª Turma. AgRg no AREsp 444193-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 4/2/2014 (Info 534).
A maçonaria goza da imunidade religiosa? NÃO. A 1ª Turma do STF decidiu que as organizações maçônicas
não estão incluídas no conceito de “templos de qualquer culto” ou de “instituições de assistência social” para
fins de concessão da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, b e c, da CF. Segundo entendeu o STF, a
maçonaria seria uma ideologia de vida e não uma religião. Logo, as organizações maçônicas devem pagar
IPTU e os demais impostos. STF. 1ª Turma. RE 562351/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 4/9/2012.
A entidade religiosa goza de imunidade tributária sobre o cemitério utilizado em suas celebrações, desde que
este cemitério seja uma extensão da entidade religiosa. No caso julgado, o cemitério analisado era uma
extensão da capela destinada ao culto da religião anglicana, situada no mesmo imóvel. STF. Plenário. RE
578562, Rel. Min. Eros Grau, julgado em 21/5/2008.

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 IMUNIDADES PARA PARTIDOS POLÍTICOS, ENTIDADES SINDICAIS DE TRABALHADORES,


INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E ENTIDADES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos
da lei;

- Para Partidos Políticos: a finalidade é a liberdade política, um dos fundamentos da República.


Abrange as fundações atreladas aos partidos políticos.
- Para Entidades Sindicais: A finalidade é a liberdade de associação sindical. Porém, os sindicatos
patronais serão destinatários de uma normal tributação.
- Para Instituição de Educação: A finalidade, por óbvio, é a educação e o ensino, já que protege a
educação formal ou curricular e a informal e extracurricular.
- Para Entidades de Assistência Social: Nesse contexto, têm despontado as entidades do chamado
“terceiro setor”, ou seja, aquelas instituições interessadas na prática social da benemerência.

É também denominada de “imunidade condicional”, pois deverá atender a certas condições previstas
no CTN:

Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos
pelas entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; (Redação
dada pela Lcp nº 104, de 2001)
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de
assegurar sua exatidão.
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade competente
pode suspender a aplicação do benefício.
§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são exclusivamente, os diretamente
relacionados com os objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos nos respectivos
estatutos ou atos constitutivos.

#DEOLHONASÚMULA #APOSTACICLOS:
Súmula vinculante 52-STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel
pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da CF, desde que o valor dos aluguéis seja
aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas.

Súmula 612-STJ: O certificado de entidade beneficente de assistência social (CEBAS), no prazo de sua
validade, possui natureza declaratória para fins tributários, retroagindo seus efeitos à data em que

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demonstrado o cumprimento dos requisitos estabelecidos por lei complementar para a fruição da
imunidade. STJ. 1ª Seção. Aprovada em 09/05/2018, DJe 14/05/2018 (Info 624).

Súmula 730-STF: A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo
art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não
houver contribuição dos beneficiários.

 IMUNIDADE DE IMPRENSA #APOSTACICLOS

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

E visa garantir a liberdade de expressão, a difusão de cultura e a utilidade social. É uma imunidade
de natureza objetiva, uma vez que serão afastados os impostos sobre “bens” e não sobre “pessoas”.

#DEOLHONASÚMULA #APOSTACICLOS
Súmula vinculante 57: A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/88 aplica-se à importação e
comercialização, no mercado interno, do livro eletrônico (e-book) e dos suportes exclusivamente utilizados
para fixá-los, como leitores de livros eletrônicos (e-readers), ainda que possuam funcionalidades acessórias.
STF. Plenário. Aprovada em 15/04/2020.

Súmula 657-STF: A imunidade prevista no art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal abrange os filmes e papeis
fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.

#DEOLHONAJURIS
A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal, não abarca o maquinário
utilizado no processo de produção de livros, jornais e periódicos. A imunidade tributária visa à garantia e
efetivação da livre manifestação do pensamento, da cultura e da produção cultural, científica e artística.
Assim, é extensível a qualquer material assimilável a papel utilizado no processo de impressão e à própria
tinta especial para jornal, mas não é aplicável aos equipamentos do parque gráfico, que não são assimiláveis
ao papel de impressão, por não guardarem relação direta com a finalidade constitucional do art. 150, VI, “d”,
da CF/88. STF. 1ª Turma. ARE 1100204/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 29/5/2018 (Info 904).
A imunidade da alínea “d” do inciso VI do art. 150 da CF/88 alcança componentes eletrônicos destinados,
exclusivamente, a integrar unidade didática com fascículos. STF. Plenário. RE 595676/RJ, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 8/3/2017 (repercussão geral) (Info 856).
Segundo o STF, as prestadoras de serviços de composição gráfica, que realizam serviços por encomenda de
empresas jornalísticas ou editoras de livros, não estão abrangidas pela imunidade tributária prevista no art.
150, VI, d, da CF. As empresas que fazem composição gráfica para editoras, jornais etc. são meras prestadoras
de serviço e, por isso, a elas não se aplica a imunidade tributária. STF. 2ª Turma. RE 434826 AgR/MG, rel. orig.
Min. Cezar Peluso, red. p/ o acórdão Min. Celso de Mello, julgado em 19/11/2013 (Info 729).

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A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que a distribuição de periódicos, revistas,
publicações, jornais e livros não está abrangida pela imunidade tributária da alínea “d” do inciso VI do art.
150 da CF/88. STF. 2ª Turma. RE 630462 AgR, Rel. Min. Ayres Britto, julgado em 07/02/2012.
O papel utilizado para a impressão de livros, jornais e periódicos também é imune. Não importa o tipo e a
qualidade do papel. Basta que ele seja utilizado para a produção de livros, jornais e periódicos. Esta
imunidade não alcança o barbante, a liga, a cola e outros insumos utilizados na produção e que não sejam
papel. STF. 1ª Turma. RE 504615 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 03/05/2011.

 IMUNIDADE MUSICAL

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais
de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes
materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de
leitura a laser. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013)

Seu propósito é desonerar de impostos os fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no


Brasil, bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, com a ressalva da incidência
na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.

Para finalizar, vamos conferir mais alguns entendimentos dos Tribunais Superiores sobre as
imunidades:

#DEOLHONAJURIS
De acordo com o art. 149, § 2º, I, da CF/88, as contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico
não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação. Trata-se de imunidade tributária criada com o
objetivo de incentivar as exportações. Se o fabricante ou produtor brasileiro faz a exportação por intermédio
de uma empresa exportadora intermediária (ex: trading company), incide igualmente a imunidade tributária?
Incide a imunidade tributária no caso de operações indiretas de exportação? SIM. A norma imunizante
contida no inciso I do § 2º do art. 149 da Constituição Federal alcança as receitas decorrentes de operações
indiretas de exportação caracterizadas por haver participação negocial de sociedade exportadora
intermediária. STF. Plenário. ADI 4735/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 12/2/2020 (Info 966).
STF. Plenário. RE 759244/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 12/2/2020 (repercussão geral – Tema 674).
A imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição de contribuinte de direito, mas não
na de simples contribuinte de fato, sendo irrelevante, para a verificação da existência do beneplácito
constitucional, a repercussão econômica do tributo envolvido. • Se a entidade imune for contribuinte de
direito: incide a imunidade subjetiva. • Se a entidade imune for contribuinte de fato: não incide a imunidade
subjetiva. STF. Plenário. RE 608872/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22 e 23/2/2017 (repercussão geral)
(Info 855).
Súmula 591-STF: A imunidade ou a isenção tributária do comprador não se estende ao produtor, contribuinte
do imposto sobre produtos industrializados.

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CONCEITO, COMPETÊNCIA E ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA


Aptidão, de natureza administrativa, de cobrar ou
Aptidão para criar tributos
arrecadar tributos aos cofres públicos
Exclusiva das pessoas jurídicas de direito público
Poderá haver a delegação legal da capacidade
integrantes da Administração Direta =
tributária ativa = PARAFISCALIDADE
INDELEGÁVEL

#OBS: Bis in idem e Bitributação


 Ocorre o bis in idem quando o mesmo ente tributante edita diversas leis instituindo múltiplas
exigências tributárias, decorrentes do mesmo fato gerador.
 Ocorre a bitributação quando entes tributantes diversos exigem do mesmo sujeito passivo
tributos decorrentes do mesmo fato gerador. Há duas situações em que a bitributação é legítima:
1) IEG; 2) casos envolvendo Estados-nações diversos, principalmente no que concerne à
tributação de renda.

Espécies tributárias:

A Constituição Federal atribui à lei complementar a função de conceituar tributo e suas espécies.

TEORIA TRIPARTITE TEORIA PENTAPARTITE


Impostos
Impostos Taxas
Taxas Contribuições de melhoria
Contribuições de melhoria Empréstimos compulsórios
Contribuições especiais
Adotada expressamente pelo CTN Adotada pelo STF

 IMPOSTOS: É o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer
atividade específica relativa ao contribuinte. Os impostos incidem sobre manifestações de riqueza
do sujeito passivo, se sustenta sobre a ideia de solidariedade social. A receita dos impostos presta-
se ao financiamento das atividades gerais do Estado, remunerando serviços universais (uti universi)
que, por não gozarem de referibilidade (especificidade e divisibilidade), não podem ser custeados
por intermédio de taxas. De acordo com a CF, a definição dos fatos geradores, bases de cálculo e
contribuintes deve ser feita por Lei Complementar Nacional (uniformidade da incidência tributária
em todo o território nacional – princípio da isonomia).

 TAXAS: São tributos cujo fato gerador é configurado por uma atuação estatal específica, referível ao
contribuinte (retributivos ou contraprestacionais), que pode consistir no exercício regular do poder
de polícia OU na prestação ao contribuinte, ou colocação à sua disposição, de serviço público

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específico e divisível. O Estado, pois, exerce determinada atividade e, por isso, cobra a taxa da pessoa
a quem dela se aproveita.

Taxas de serviço Taxas de poder de polícia


Só podem ser arrecadadas se o Estado tiver
Podem ser cobradas pela utilização efetiva ou efetivamente realizado a atividade de polícia. Não
potencial se admite cobrança de taxa por fiscalização
potencial ou posta à disposição do contribuinte.

Súmula 545/STF: “Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente
daquelas, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação
à lei que as instituiu”.

#DEOLHONAJURIS É legítima a cobrança das custas judiciais e das taxas judiciárias tendo por parâmetro o
valor da causa, desde que fixados valores mínimos e máximos.
A fixação desses valores mínimos e máximos deve ser feita para se atender ao entendimento sumulado do
STF:
Súmula 667-STF: Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite
sobre o valor da causa.
STF. Plenário. ADI 5688/PB, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em
22/10/2021 (Info 1035).
É constitucional a Taxa de Registro de Contratos devida pelo exercício regular do poder de polícia ao
Detran/PR, prevista no § 1º do art. 3º da Lei nº 20.437/2020, do Paraná, observada a equivalência razoável
entre o valor exigido do contribuinte e os custos referentes ao exercício do poder de polícia.
STF. Plenário. ADI 6737/PR, Rel. Min. Carmem Lúcia, julgado em 7/6/2021 (Info 1020).
É inconstitucional a criação de taxa de combate a incêndios
A atividade desenvolvida pelo Estado no âmbito da segurança pública é mantida ante impostos, sendo
imprópria a substituição, para tal fim, de taxa. STF. Plenário. ADI 4411, Rel. Marco Aurélio, julgado em
18/08/2020 (Info 992 – clipping).
É inconstitucional lei estadual que cria taxa de fiscalização da exploração de recursos hídricos na qual o
valor cobrado é muito superior em relação ao custo da atividade estatal relacionada.
STF. Plenário. ADI 6211/AP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 4/12/2019 (Info 962).

#NÃOSABOTEASSÚMULAS Súmula vinculante 29-STF: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa,


de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral
identidade entre uma base e outra.
Súmula vinculante 12-STF: A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no
art. 206, inciso IV, da Constituição Federal.
Súmula vinculante 19-STF: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção
e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o art. 145, II, da CF.
Súmula 667-STF: Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite
sobre o valor da causa.

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 CONTRIBUIÇÃO MELHORIA: Esse tributo, a exemplo das taxas, conecta-se com determinada atuação
estatal, qual seja, a realização de uma obra pública de que decorra, para os proprietários de imóveis
adjacentes, uma valorização de suas propriedades. São, pois, tributos vinculados de competência
comum entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

 EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS: Corresponde ao ingresso de recursos temporários nos cofres do


Estado, gerando, em sequência, a obrigação do Estado de restituir a importância auferida. Os
recursos arrecadados devem ser destinados ao atendimento das despesas que fundamentaram a
instituição do empréstimo (tributo de arrecadação vinculada). A competência para instituição dos
empréstimos compulsórios é exclusiva da União. Sua instituição ocorre por meio de LEI
COMPLEMENTAR. Assim, é uma exceção à regra de que os tributos em geral são instituídos por lei
ordinária.

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua
iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto
no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa
que fundamentou sua instituição.

A Constituição Federal prevê a instituição de empréstimos compulsórios pela União em duas


situações:

a) Despesas extraordinárias, decorrentes de b) Investimento público de caráter urgente e de


calamidade pública e de guerra externa relevante interesse nacional
efetiva ou iminente
Exceção ao princípio da anterioridade anual e Aplica-se o princípio da anterioridade anual e
nonagesimal nonagesimal

#ATENÇÃO: O art. 15, III, do CTN foi tacitamente revogado pela Constituição de 1988 na medida em que as
únicas hipóteses de empréstimo compulsório para despesas extraordinárias são aquelas previstas no art.
148, I, do Texto Maior (calamidade pública e guerra externa).
Art. 15, CTN. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos compulsórios:
I - guerra externa, ou sua iminência;
II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários
disponíveis;
III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.
Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate,
observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei.

 CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS: O art. 149 da Constituição Federal agrupa três figuras indicadas como
“contribuições”:

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- Contribuições sociais;
- Contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE);
- Contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas.

1. Contribuições Sociais
1.1. Gerais. Ex: salário-educação, Contribuições para o sistema S.
1.2. Da seguridade social: abrange a Previdência Social, a assistência social e a saúde
1.2.1. Ordinárias
a) Contribuições das empresas/ empregados
 Patronal
 Cooperativas
 COFINS
 CSLS
b) Contribuições dos trabalhadores e demais segurados
c) Concurso de prognóstico
d) Do importador (COFINS)
1.2.2. Residuais: destinam-se também à Seguridade Social (previdência social,
assistência social e saúde, criadas por lei complementar. Conforme explica Leandro
Paulsen: “para a instituição de contribuições ordinárias (nominadas) de seguridade
social, basta a via legislativa da lei ordinária. Só será necessária lei complementar para
a instituição de outras contribuições de seguridade não previstas, ou seja, para o
exercício da competência residual (...)” (Direito Tributário. 7ª ed., p. 467).
1.2.3. Provisória (arts. 74 a 90 do ADCT)
1.2.4. De previdência dos regimes próprios do funcionalismo público (art. 149, §1º)
2 De intervenção no domínio econômico
3 Do interesse das categorias profissionais ou econômicas
4. De iluminação pública municipal e distrital

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio
econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas
respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195,
§ 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de lei, contribuições para
custeio de regime próprio de previdência social, cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos
pensionistas, que poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de contribuição ou dos
proventos de aposentadoria e de pensões. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019) (Vigência)
§ 1º-A. Quando houver deficit atuarial, a contribuição ordinária dos aposentados e pensionistas poderá incidir
sobre o valor dos proventos de aposentadoria e de pensões que supere o salário-mínimo. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência)

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§ 1º-B. Demonstrada a insuficiência da medida prevista no § 1º-A para equacionar o deficit atuarial, é
facultada a instituição de contribuição extraordinária, no âmbito da União, dos servidores públicos ativos,
dos aposentados e dos pensionistas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência)
§ 1º-C. A contribuição extraordinária de que trata o § 1º-B deverá ser instituída simultaneamente com outras
medidas para equacionamento do deficit e vigorará por período determinado, contado da data de sua
instituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência)

#APOSTACICLOS #DEOLHONAJURIS As contribuições devidas ao Sebrae, à Apex e à ABDI com fundamento


na Lei nº 8.029/90 foram recepcionadas pela Emenda Constitucional 33/2001.

STF. Plenário.RE 603624/SC, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
23/09/2020 (Repercussão Geral – Tema 325) (Info 992).

Quanto ao SEBRAE, não havia dúvidas da sua constitucionalidade. O debate na jurisprudência residia nas
demais contribuições para o Sistema S (Serviços Sociais Autônomos: SESI, SESC, etc.):
A contribuição destinada ao SEBRAE possui natureza de contribuição de intervenção no domínio econômico
(art. 149 da CF/88) e não necessita de edição de lei complementar para ser instituída.
STF. Plenário. RE 635682/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 25/4/2013 (Info 703).

#JÁCAIU/TRF22018 A contribuição ao SEBRAE é qualificada, pelo Supremo Tribunal Federal, como tendo
natureza de contribuição de intervenção no domínio econômico — CIDE, e não como contribuição social de
interesse de categorias profissionais e econômicas. (certo)

#ATENÇÃO: O §1º do art. 149 faculta aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a instituição de
contribuições, cobráveis de seus funcionários, para o custeio, em benefício destes, de sistema previdenciário.
Essas exações participam da natureza das contribuições sociais, destinadas à seguridade social, embora
atuem no âmbito restrito do funcionalismo público dos Estados, DF e Municípios.

#SELIGA: Por força do art. 195, § 4º, da CF, a criação de novas fontes de custeio da seguridade deve
obedecer aos seguintes condicionamentos:
a) competência exclusiva da União;
b) necessidade de lei complementar;
c) vedação de edição de medida provisória para tal finalidade;
d) o tributo deve ser não cumulativo;
e) não pode ter fato gerador ou base de cálculo já utilizados para arrecadação de outra contribuição
já existente.

#DEOLHONAJURIS É constitucional a contribuição de intervenção no domínio econômico destinada ao


INCRA devida pelas empresas urbanas e rurais, inclusive após o advento da EC nº 33/2001. A contribuição
devida ao Incra subsiste e tem natureza jurídica de contribuição de intervenção no domínio econômico
(CIDE). A CIDE destinada ao Incra foi recepcionada pela CF, mesmo após o advento da Emenda Constitucional
(EC) 33/2001. A inserção do § 2º, III, “a”, no art. 149 da Constituição não tem o alcance de derrogar todo o
arcabouço normativo das contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico que incidiam sobre

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a folha de salários, quando da promulgação da referida emenda constitucional, instituídas com base no
“caput” do art. 149. STF. Plenário. RE 630898/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 7/4/2021 (Repercussão
Geral – Tema 495) (Info 1012).

Súmula 516-STJ: A contribuição de intervenção no domínio econômico para o Incra (Decreto-Lei nº


1.110/1970), devida por empregadores rurais e urbanos, não foi extinta pelas Leis ns. 7.787/1989,
8.212/1991 e 8.213/1991, não podendo ser compensada com a contribuição ao INSS.

As entidades dos serviços sociais autônomos não possuem legitimidade passiva nas ações judiciais em que
se discute a relação jurídico-tributária entre o contribuinte e a União e a repetição de indébito das
contribuições sociais recolhidas. Os serviços sociais são meros destinatários de subvenção econômica e,
como pessoas jurídicas de direito privado, não participam diretamente da relação jurídico-tributária entre
contribuinte e ente federado. O direito que tais entidades possuem à receita decorrente da subvenção não
gera interesse jurídico a ponto de justificar a ocorrência de litisconsórcio com a União. O interesse dos
serviços sociais autônomos nesta lide é reflexo e meramente econômico. STJ. 1ª Seção. EREsp 1.619.954-SC,
Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 10/04/2019 (Info 646).
São compatíveis com a Constituição Federal os dispositivos da Lei nº 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) que
extinguiram a obrigatoriedade da contribuição sindical e condicionaram o seu pagamento à prévia e
expressa autorização dos filiados. No âmbito formal, o STF entendeu que a Lei nº 13.467/2017 não
contempla normas gerais de direito tributário (art. 146, III, “a”, da CF/88). Assim, não era necessária a edição
de lei complementar para tratar sobre matéria relativa a contribuições. Também não se aplica ao caso a
exigência de lei específica prevista no art. 150, § 6º, da CF/88, pois a norma impugnada não disciplinou
nenhum dos benefícios fiscais nele mencionados, quais sejam, subsídio ou isenção, redução de base de
cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão. Sob o ângulo material, o STF afirmou que a
Constituição assegura a livre associação profissional ou sindical, de modo que ninguém é obrigado a filiar-se
ou a manter-se filiado a sindicato (art. 8º, V, da CF/88). O princípio constitucional da liberdade sindical
garante tanto ao trabalhador quanto ao empregador a liberdade de se associar a uma organização sindical,
passando a contribuir voluntariamente com essa representação. Não há nenhum comando na CF/88
determinando que a contribuição sindical é compulsória. Não se pode admitir que o texto constitucional, de
um lado, consagre a liberdade de associação, sindicalização e expressão (art. 5º, IV e XVII, e art. 8º) e, de
outro, imponha uma contribuição compulsória a todos os integrantes das categorias econômicas e
profissionais. STF. Plenário. ADI 5794/DF, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado em
29/6/2018 (Info 908).

 COSIP: Trata-se de contribuição sobre o serviço de iluminação pública. Será de competência dos
Municípios. Criada pela EC 39/2002

Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis,
para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 39, de 2002)
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de
energia elétrica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)

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Súmula vinculante 41: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.

É constitucional a aplicação dos recursos arrecadados por meio de contribuição para o custeio da iluminação
pública na expansão e aprimoramento da rede. STF. Plenário. RE 666404, Rel. Marco Aurélio, Relator(a) p/
Acórdão: Alexandre de Moras, julgado em 18/08/2020 (Repercussão Geral - Tema 696).

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

Obrigação tributária é o vínculo jurídico que se forma entre sujeito passivo e sujeito ativo tributários, no
exato instante da ocorrência, no mundo natural, de um fato que também é definido abstratamente na
legislação tributária como sendo necessário e suficiente para tornar o seu agente devedor de uma prestação
para com o Estado.

A obrigação tributária é principal ou acessória.


I) A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. Está sob reserva legal
absoluta (art. 150, I, da CRFB e art. 97, V, do CTN).

II) A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou
negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.

A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal
relativamente à penalidade pecuniária.

No Direito Tributário, a obrigação acessória INDEPENDE da obrigação principal. São independentes entre
si, na medida em que no Direito Tributário NÃO se aplica a máxima jurídica muito difundida no Direito Civil,
segundo a qual "o acessório segue a sorte do principal".

#DEOLHONAJURIS: A imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, “a”, da Constituição) impede que os entes
públicos criem uns para os outros obrigações relacionadas à cobrança de impostos, mas não veda a imposição
de obrigações acessórias. STF. Plenário. ACO 1098, Rel. Roberto Barroso, julgado em 11/05/2020 (Info 980 –
clipping).

#LOUCOSPORTABELAS:
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
PRINCIPAL ACESSÓRIA
Surge com a ocorrência do fato gerador. É a imposição de deveres específicos ao
contribuinte para viabilizar o cumprimento da
obrigação tributária principal.
Tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade Tem por objeto as prestações, positivas ou
pecuniária. É uma obrigação de dar (pagar). negativas, nela previstas no interesse da

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arrecadação ou da fiscalização dos tributos. É


uma obrigação de fazer ou de não fazer.

Extingue-se juntamente com o crédito


dela A obrigação acessória, pelo simples fato da sua
decorrente. inobservância, converte-se em obrigação
principal relativamente à penalidade pecuniária.
Tem que ser instituída por meio de lei em sentido Decorre da legislação tributária (pode ser
formal. instituída por meio de atos infralegais).
Ex: auferir renda, que gera o pagamento do imposto Ex: a entrega da declaração do imposto de renda.
de renda.

Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua
ocorrência. CTN. Art. 114.

a) Fato gerador instantâneo: É aquele que faz surgir uma obrigação tributária a cada fato gerador
praticado. Ex.: ISS, ITBI, ICMS.
b) Fato gerador continuado: É aquele que se perpetua ao longo do tempo, exigindo da lei a definição de
uma data para a sua ocorrência. Ex.: IPTU, ITR.
c) Fato gerador complexivo/complexo: corresponde a uma sucessão de fatos que são reunidos num
determinado período de tempo. Ex.: IR.

Princípio da pecunia non olet: A interpretação do fato gerador é objetiva, sendo irrelevantes as condições
subjetivas que o circundam, assim como os efeitos jurídicos provenientes dessas condições.
Para efeitos fiscais, os atos ilícitos, os atos ditos imorais, assim como os atos juridicamente ineficazes, desde
que configurem fatos geradores, são todos tributados.

Norma Geral Antielisão: Autoriza o fisco/autoridade administrativa a desconsiderar qualquer prática cujo
objetivo seja pagar menos tributos (ou não pagar).
ATENÇÃO! NÃO HÁ a necessidade de prévia ordem judicial para que se opere a desconsideração do negócio
praticado para dissimular o fato gerador.

CTN. Art. 116. (...) Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios
jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza
dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos
em lei ORDINÁRIA.

#DEOLHONAJURIS #SAINDODOFORNO
O parágrafo único do art. 116 do CTN, incluído pela LC 104/2001, é constitucional
A previsão contida no parágrafo único do art. 116 do CTN não viola o texto constitucional.
Esse dispositivo não ofende os princípios constitucionais da legalidade, da estrita legalidade e da tipicidade
tributária, e da separação dos Poderes.

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Em verdade, ele confere máxima efetividade a esses preceitos, objetivando, primordialmente, combater a
evasão fiscal, sem que isso represente permissão para a autoridade fiscal de cobrar tributo por analogia ou
fora das hipóteses descritas em lei, mediante interpretação econômica.
O dispositivo apenas viabiliza que a autoridade tributária aplique base de cálculo e alíquota a uma hipótese
de incidência estabelecida em lei e que tenha efetivamente se realizado.
STF. Plenário. ADI 2446/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 8/4/2022 (Info 1050).

SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

Ocorre quando a legislação situa uma pessoa qualquer como sujeito passivo no lugar do contribuinte, desde
a ocorrência do fato gerador. Nesse caso, a lei afasta o contribuinte previamente, independentemente de
eventos futuros.

a) Substituição tributária progressiva (para frente ou subsequente): o legislador atribui ao responsável o


dever de pagar o tributo quanto a fatos geradores futuros mediante a presunção de que estes irão ocorrer.
b) Substituição tributária regressiva (para trás ou antecedente): a lei atribui ao responsável o dever de
pagar o tributo quanto a fatos geradores passados, gerando um adiamento do recolhimento do tributo
para um momento após a ocorrência do fato gerador.

Princípio da Praticidade: O princípio da praticidade conjuga os meios e técnicas jurídicas que proporcionam
a simplificação e viabilidade de aplicação das normas jurídicas. Insere-se, portanto, no âmbito do princípio
da praticidade a eleição pelo legislador de presunções e ficções jurídicas destinadas a assegurar
exequibilidade e economicidade na aplicação das regras jurídicas. Além disso, o princípio da praticidade
impõe a adoção de medidas simplificadoras de aplicação das normas jurídicas, evitando-se a excessiva
oneração da administração pública.
Nessa perspectiva, a substituição tributária progressiva e a regressiva traduzem opções pragmáticas do
legislador com a finalidade de otimizar a atividade arrecadatória e fiscalizatória, assegurando-se a justiça
fiscal por meio da coibição de condutas ilícitas e fraudulentas realizadas com o objetivo de evadir-se ao
pagamento do tributo.

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

a) Responsabilidade por substituição: a sujeição passiva do responsável surge junto com a ocorrência do
fato gerador.
b) Responsabilidade por transferência: no momento do surgimento da obrigação, determinada pessoa
figura como sujeito passivo, contudo, num momento posterior, um evento definido em lei causa a
modificação da pessoa que ocupa o polo passivo da obrigação, surgindo, assim, a figura do responsável,
conforme definida em lei.
A responsabilidade "por transferência" abrange os casos de responsabilidade "por sucessão", "de terceiros”
e “por infrações”.

b.1) Responsabilidade por sucessão: artigos 129 a 133.

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Súmula nº 554 do STJ: “Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não
apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a fatos
geradores ocorridos até a data da sucessão”.

b.2) Responsabilidade de terceiros: artigos 134 e 135


O art. 134 prevê hipóteses em que os terceiros responderão solidariamente com o contribuinte,
independentemente da existência de qualquer ato ilícito ou de abuso.
Já o art. 135 trata da desconsideração da personalidade jurídica em direito tributário, e apenas irá ocorrer
com excesso de poderes, infração de lei, contrato social ou estatutos.

b.3) Responsabilidade por infrações: são irrelevantes, nos casos de infração:


a) a intenção do agente; e
b) o resultado da conduta por ele praticada.

Em regra, os sócios NÃO respondem com seu patrimônio pessoal, dada a autonomia da PJ.
Exceção: o sócio pratica atos (dolosos) com excesso de poder ou infração da lei, contrato social ou estatuto
(art. 135, III, CTN).
Segundo o STJ, a responsabilidade pessoal do sócio-gerente está condicionada à comprovação de que ele
agiu dolosamente com fraude ou excesso de poderes, infringindo a lei ou o estatuto.

No caso específico de sócios, segundo entendimento do STJ, se o nome estiver indicado na CDA, diante da
presunção de liquidez e certeza da certidão, inverte-se o ônus da prova, cabendo ao sócio demonstrar que
não houve excesso de poder ou infração.
Súmula 430 do STJ: O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a
responsabilidade solidária do sócio-gerente.

#DEOLHONAJURIS: Caso adaptado: João e a incorporadora celebraram contrato de promessa de compra e


venda de imóvel. João passou a morar no imóvel, mas o instrumento translativo da propriedade não foi
levado a registro. Isso significa que o imóvel continuou pertencendo à imobiliária.
João não pagou o IPTU. O Fisco ajuizou execução fiscal contra João e a incorporadora porque são devedores
solidários, conforme tese do STJ:
Tanto o promitente comprador (possuidor a qualquer título) do imóvel quanto seu proprietário/promitente
vendedor (aquele que tem a propriedade registrada no Registro de Imóveis) são contribuintes responsáveis
pelo pagamento do IPTU (REsp 1.111.202/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 10/6/2009.
Recurso Repetitivo – Tema 122).
No curso do processo, João faz um parcelamento do IPTU. Isso não significa que tenha havido renúncia à
solidariedade. A incorporadora continua sendo responsável solidária.
STJ. 2ª Turma. REsp 1978780-SP, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 05/04/2022 (Info 732).
É inconstitucional lei estadual que disciplina a responsabilidade de terceiros por infrações de forma diversa
da matriz geral estabelecida pelo Código Tributário Nacional (CTN).
Há, neste caso, uma inconstitucionalidade formal. Ao ampliar as hipóteses de responsabilidade de terceiros
por infrações, prevista pelos arts. 134 e 135 do CTN, ou tratar sobre o tema de maneira diferente, a lei
estadual invade competência do legislador complementar federal para estabelecer as normas gerais na

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matéria (art. 146, III, “b”, da CF/88). Caso concreto: é inconstitucional lei estadual que atribui
responsabilidade tributária solidária por infrações a toda pessoa que concorra ou intervenha, ativa ou
passivamente, no cumprimento da obrigação tributária, especialmente a advogado, economista e
correspondente fiscal. STF. Plenário. ADI 4845/MT, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 13/2/2020 (Info
966).

CRÉDITO TRIBUTÁRIO

CTN. Art. 151. SUSPENDEM a exigibilidade do crédito tributário:


I - moratória;
II - o depósito do seu montante integral;
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo;
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial;
VI – o parcelamento.
Parágrafo único. O disposto neste artigo NÃO DISPENSA o cumprimento das obrigações assessórios
dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela conseqüentes.

#DEOLHONAJURIS #APOSTACICLOS #SAINDODOFORNO


Caso adaptado: João e a incorporadora celebraram contrato de promessa de compra e venda de imóvel. João
passou a morar no imóvel, mas o instrumento translativo da propriedade não foi levado a registro. Isso
significa que o imóvel continuou pertencendo à imobiliária.
João não pagou o IPTU. O Fisco ajuizou execução fiscal contra João e a incorporadora porque são devedores
solidários, conforme tese do STJ:
Tanto o promitente comprador (possuidor a qualquer título) do imóvel quanto seu proprietário/promitente
vendedor (aquele que tem a propriedade registrada no Registro de Imóveis) são contribuintes responsáveis
pelo pagamento do IPTU (REsp 1.111.202/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 10/6/2009.
Recurso Repetitivo – Tema 122).
No curso do processo, João faz um parcelamento do IPTU. Isso não significa que tenha havido renúncia à
solidariedade. A incorporadora continua sendo responsável solidária.
STJ. 2ª Turma. REsp 1978780-SP, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 05/04/2022 (Info 732).

#PARADECORAR o rol do art. 151, podem usar os macetes:


Mo De Re Co Pa
De Mo Re a Lim Par

#DEOLHONAJURIS
O simples ajuizamento de ação declaratória de inexigibilidade tributária NÃO é suficiente para impedir a
cobrança judicial do tributo que a Fazenda Pública entende devido.
A sentença de procedência na ação declaratória de inexigibilidade tributária, por si só, também não é
suficiente para impedir a cobrança do tributo.

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Por falta de previsão legal, a sentença favorável ao sujeito passivo impugnada por apelação da Fazenda
Pública não suspende a exigibilidade do crédito tributário. Isso porque a apelação, neste caso, é um recurso
dotado de efeito suspensivo1.

CTN. Art. 156. EXTINGUEM o crédito tributário:


I - o pagamento;
II - a compensação;
III - a transação;
IV - remissão;
V - a prescrição e a decadência;
VI - a conversão de depósito em renda;
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus
§§ 1º e 4º;
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164;
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais
possa ser objeto de ação anulatória;
X - a decisão judicial passada em julgado.
XI – a dação em pagamento em bens IMÓVEIS, na forma e condições estabelecidas em lei.

Decadência

Decadência é a perda do direito de constituir o crédito tributário – ou seja, de lançá-lo – pelo decurso de
certo prazo:

CTN. Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 anos,
contados:
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento
anteriormente efetuado.

Características da decadência:
a) atinge o direito subjetivo do sujeito ativo;
(b) sempre decorre de lei;
(c) aplicam-se, à decadência, os princípios da legalidade e da segurança jurídica;
(d) só podemos falar em decadência, antes do lançamento;
(e) em tese, se houver decadência, não haverá prescrição;
(f) o tributo atingido pela decadência poderá ser restituído.

Prazo = 5 anos

1 STJ. 1ª Turma. AREsp 1280342-RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 15/10/2019 (Info 660).

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Regra geral da decadência: conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento
poderia ter sido efetuado;
Esse prazo se aplica aos lançamentos que devam ser implementados pelo sujeito ativo como condição de
exigibilidade do tributo, ou seja, o lançamento de ofício e o lançamento por declaração.
Regra da anulação por vício formal: conta-se da data em que se tornar definitiva a decisão que houver
anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.
Regra da antecipação da contagem: contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito
tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao
lançamento.
Regra do lançamento por homologação: Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a
contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado,
considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a
ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
Com relação ao que foi tacitamente homologado, não há que se falar em decadência, pois ocorreu a
constituição do crédito tributário. Todavia, o transcurso in albis do quinquênio decadencial sem que haja
conferência expressa, o Fisco perderá o direito de lançar, de modo suplementar, uma eventual diferença. Ou
seja, a decadência se opera em relação ao lançamento suplementar.
A aplicação do art. 150, § 4º, do CTN deverá ser ressalvada nas seguintes situações:
a) se a lei não fixar outro prazo para a homologação, o que só poderá fazê-lo para menos, conforme posição
unânime da doutrina;
b) se houver prova da ocorrência de dolo, fraude ou simulação, caso em que será aplicado o art. 173, I, do
CTN.

Prescrição

Feito o lançamento, passa-se a cogitar outro prazo, que é o de prescrição da ação para cobrança do tributo
lançado. Insere-se a prescrição no bojo do direito processual.
A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição
definitiva:

CTN. Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 anos, contados(...).

CTN. Art. 169. Prescreve em 2 anos a ação anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição.

#NÃOSABOTEASSÚMULAS #APOSTACICLOS:
Súmula 625-STJ: O pedido administrativo de compensação ou de restituição NÃO interrompe o prazo
prescricional para a ação de repetição de indébito tributário de que trata o art. 168 do CTN nem o da
execução de título judicial contra a Fazenda Pública.

Exclusão do crédito tributário

CTN. Art. 175. EXCLUEM o crédito tributário:


I - a isenção;

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Ciclos Método

II - a anistia.
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário NÃO DISPENSA o cumprimento das obrigações acessórias
dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente.

As hipóteses de exclusão impedem a própria constituição do crédito tributário.

A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias.


ISENÇÃO ANISTIA
Exclui o crédito tributário com relação aos tributos Exclui o crédito tributário com relação à
penalidades pecuniárias

As isenções poderão ser revogadas a qualquer tempo, com exceção das isenções onerosas, uma vez que
estas proporcionam direito adquirido, conforme entendimento do STF (RE 169.880/SP-1996).

#NÃOSABOTEASSÚMULAS
Súmula 625-STJ: O pedido administrativo de compensação ou de restituição não interrompe o prazo
prescricional para a ação de repetição de indébito tributário de que trata o art. 168 do CTN nem o da
execução de título judicial contra a Fazenda Pública.
Súmula 544 STF: Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente
suprimidas
Súmula 460-STJ: É incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação tributária realizada
pelo contribuinte. SUPERADA #NOVIDADEJURIS
Súmula 213-STJ: O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à
compensação tributária.
Súmula 212-STJ: A compensação de créditos tributários não pode ser deferida em ação cautelar ou por
medida liminar cautelar ou antecipatória.
Súmula 464-STJ: A regra de imputação de pagamentos estabelecida no art. 354 do Código Civil não se aplica
às hipóteses de compensação tributária.
Súmula 461-STJ: O contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório ou por compensação, o
indébito tributário certificado por sentença declaratória transitada em julgado.

TRIBUTOS FEDERAIS

IMPOSTOS SOBRE O COMÉRCIO EXTERIOR – II E IE


União
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
Competência I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou
nacionalizados;
Admite exceção quanto à alteração de alíquota, dado o caráter
Princípio da legalidade
extrafiscal dos dois impostos: seu principal objetivo é servir

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Ciclos Método

como mecanismo de controle sobre as importações e


exportações. As alíquotas podem ser alteradas por ato do Poder
Executivo.
Princípio da anterioridade do Dispensados
exercício
Princípio da anterioridade Dispensados
nonagesimal

#DELHONAJURIS #APOSTACICLOS É infraconstitucional, a ela se aplicando os efeitos da ausência de


repercussão geral, a controvérsia relativa à incidência de IPI sobre o bacalhau seco e salgado oriundo de país
signatário do GATT. STF. Plenário. RE 627280/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 18/3/2022
(Repercussão Geral – Tema 502) (Info 1047).

a) Imposto de Importação – II #APOSTACICLOS

O Imposto sobre a Importação incide sobre mercadoria estrangeira e tem como fato gerador sua entrada no
Território Nacional (art. 1º do DL 37/66). O fato gerador é descrito no art. 19 do CTN:

Art. 19. O imposto, de competência da União, sobre a importação de produtos estrangeiros tem como fato
gerador a entrada destes no território nacional.

Considera-se ocorrido o fato gerador, em regra, na data do registro da declaração de importação (art. 44 do
DL 37/66)

O II também pode incidir sobre operações de energia elétrica e serviços de telecomunicações (art. 155, § 3º,
da CF) #APOSTACICLOS. Na importação podem incidir 3 impostos: II, IPI e ICMS.

O contribuinte é o importador ou quem a lei a ele equiparar ou o arrematante de produtos apreendidos ou


abandonados (art. 22 do CTN c/c art. 31, I, do DL 37/66). No caso de remessa postal internacional, o
contribuinte é o destinatário (art. 31, II, do DL 37/66).

O art. 20 do CTN (e art. 2º, II, do DL 37/66) prevê a base de cálculo:

Art. 20. A base de cálculo do imposto é:


I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária;
II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo
da importação, em uma venda em condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada
do produto no País;
III - quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, o preço da arrematação.

A hipótese mais comum é a instituição do II mediante a imposição de alíquota ad valorem, ou seja, mediante
um percentual que incidirá sobre o valor aduaneiro. A base de cálculo do inciso II é detalhada pelo art. 2º do
Decreto-Lei nº 37/1966, que preconiza:
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Ciclos Método

Art. 2º A base de cálculo do imposto é:


I - quando a alíquota for específica, a quantidade de mercadoria, expressa na unidade de medida indicada na
tarifa;
II - quando a alíquota for “ad valorem”, o valor aduaneiro apurado segundo as normas do art.7º do Acordo
Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio - GATT.

Assim, a lei poderá definir que a alíquota do II será:

• específica. Ex: a lei estabelece que a alíquota será R$ 1.000,00 por tonelada. Logo, se o contribuinte importa
10 toneladas, pagará R$ 10.000,00.
• ad valorem. Neste caso, a lei determina que a alíquota incidirá sobre o valor aduaneiro. Ex: a alíquota será
de 10% sobre o valor aduaneiro. Se o valor aduaneiro foi R$ 10.000,00, o imposto de importação a ser pago
será R$ 1.000,00 (10% de 10.000).

Toda mercadoria submetida a despacho de importação será sujeita ao controle do correspondente valor
aduaneiro, que é a base de cálculo do II. Este valor aduaneiro é definido conforme acordo internacional: o
Gatt – Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio.

O Decreto nº 6.759/2009 prevê, em seu art. 77, que integram o valor aduaneiro:

I - o custo de transporte da mercadoria importada até o porto ou o aeroporto alfandegado de descarga ou o


ponto de fronteira alfandegado onde devam ser cumpridas as formalidades de entrada no território
aduaneiro;
II - os gastos relativos à carga, à descarga e ao manuseio, associados ao transporte da mercadoria importada,
até a chegada aos locais referidos no inciso I; e
III - o custo do seguro da mercadoria durante as operações referidas nos incisos I e II.

Assim, se a Lei estipula alíquota ad valorem, quando o importador for pagar o imposto, este será calculado
não apenas com base no preço do produto, devendo também incluir outras despesas como o custo de
transporte, os gastos com carga, custo do seguro etc. Isso tudo irá compor, portanto, a base de cálculo do
imposto de importação.

Os gastos do importador com os serviços de capatazia devem ser incluídos no conceito de “valor
aduaneiro” e, portanto, irão integrar a base de cálculo do imposto de importação?
SIM.
#DEOLHONAJURIS Os serviços de capatazia integram o conceito de valor aduaneiro, tendo em vista que tais
atividades são realizadas dentro do porto ou ponto de fronteira alfandegado na entrada do território
aduaneiro.
STJ. 1ª Seção. REsp 1.799.306-RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, Rel. Acd. Min. Francisco Falcão, julgado em
11/03/2020 (Recurso Repetitivo – Tema 1014) (Info 671).

O que é Drawback? #APOSTACICLOS

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Drawback é a importação de mercadorias para posterior exportação com fins comerciais e abrange os
tributos incidentes na importação. Sua previsão está no art. 78 do DL 37/66
Nas palavras do Min. João Otávio de Noronha, "drawback" é a operação mediante a qual o contribuinte, para
fazer jus a incentivos fiscais, importa mercadoria com o compromisso de exportá-la após o beneficiamento.
(STJ REsp 385634/BA).
Com a maestria de quem conhece muito sobre o assunto, a Min. Regina Helena Costa explica, de forma mais
técnica, em que consiste o drawback:
"O drawback constitui um regime aduaneiro especial, que pode apresentar-se em três modalidades -
isenção, suspensão e restituição de tributos - e é classificado como
incentivo à exportação, nos termos dos arts. 1º, I, da Lei nº 8.402/92 e 383, caput, do Decreto nº
6.759/09. O incentivo consubstancia-se na desoneração do processo de produção o que acaba
tornando a subsequente mercadoria nacional mais competitiva no mercado global." (STJ REsp
1313705/PR).
Exemplo: uma indústria de automóveis importa matérias-primas, fabrica carros no Brasil e os revende para
o exterior.
Para o Brasil, isso é algo produtivo, considerando que favorece a balança comercial, já que houve o ingresso
de uma mercadoria que será em seguida reenviada para o exterior com um valor maior em razão do
melhoramento do produto (agregou-se valor à mercadoria que será exportada). Com isso, em tese, mais
divisas ficam no país, gerando aqui emprego e renda.
Diante desse cenário, o país incentiva a referida operação, concedendo benefícios fiscais para o contribuinte
que se compromete a realizar o drawback.

Modalidades
Existem três modalidades de drawback:
a) isenção: consiste na concessão de isenção dos tributos que incidem na importação das mercadorias que
serão utilizadas na industrialização do produto a ser exportado.
b) suspensão: é a suspensão dos tributos incidentes na importação de mercadoria a ser utilizada na
industrialização de produto que deve ser exportado. As obrigações tributárias ficam suspensas por
determinado prazo e, caso não ocorra a comprovação das exportações nos termos e condições previstos na
legislação, os tributos suspensos deverão ser recolhidos com os devidos acréscimos legais.
c) restituição: é a devolução, em forma de créditos, do valor dos tributos pagos na importação de insumo
importado utilizado em produto exportado.

Drawback: ato complexo


O argumento do STJ para que a certidão negativa seja exigida somente uma vez está no fato de que
o drawback é uma operação única que, no entanto, se divide em três momentos distintos: a) quando a
mercadoria ingressa no território nacional; b) quando a mercadoria, no País, sofre o beneficiamento; e c)
quando a mercadoria beneficiada vai ser reexportada (REsp 240.322/RS). Assim, o drawback é um ato
complexo, que se forma a partir da conjugação dessas três fases, não sendo lícito exigir-se a certidão negativa
em cada uma de suas etapas.
Outra razão invocada pelo STJ está na redação do art. 60 da Lei nº 9.069/95. Isso porque o referido dispositivo
afirma que a comprovação, pelo contribuinte, da quitação de tributos federais deve ocorrer no momento da
“concessão ou reconhecimento” de qualquer incentivo ou benefício fiscal. Dessa forma, a certidão é exigida

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em um momento ou no outro. E não nos dois. Assim, quando o Fisco aceitou o compromisso do contribuinte
de fazer o drawback, ele já concedeu o benefício, exigindo, para tanto, a certidão negativa. Logo, não é
devida nova exigência no momento do desembaraço.

No drawback-suspensão, o termo inicial para fins de multa e juros moratórios será o 31º dia do
inadimplemento do compromisso de exportar, ou seja, quando escoado o prazo da suspensão.
A multa moratória na hipótese de descumprimento, pelo contribuinte beneficiário, da obrigação de exportar
no regime especial de drawback em sua modalidade suspensão, somente ocorrerá após o trigésimo dia do
inadimplemento.
STJ. 1ª Seção. EREsp 1580304-RS, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 16/09/2021 (Info 710).

Imposto sobre Propriedade Territorial Rural - ITR


Função predominante Extrafiscal (desestimulo à propriedade improdutiva)
P. da legalidade Dever obedecer.
P. da anterioridade Dever obedecer.
P. da noventena Dever obedecer.
A propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como
Fato Gerador
definido na lei civil, localizada fora da zona urbana do Município.
Base de Cálculo O valor fundiário, entendido como o valor da terra nua.
Proprietário do imóvel, titular do domínio útil ou possuidor a qualquer
Contribuintes
título.
Lançamento Por homologação.
Progressividade.
É constitucional a progressividade das alíquotas do ITR previstas na Lei nº
9.393/96 e que leva em consideração, de maneira conjugada, o grau de
utilização (GU) e a área do imóvel.
Essa progressividade é compatível com o art. 153, § 4º, I, da CF/88, seja
Característica na sua redação atual, seja na redação originária, ou seja, antes da EC
42/2003.
Mesmo no período anterior à EC 42/2003, era possível a instituição da
progressividade em relação às alíquotas do ITR.
STF. 1ª Turma.RE 1038357 AgR/ SP, Rel. Min Dias Toffoli, julgado em
6/2/2018 (Info 890).
50% da arrecadação é repartida com o município onde se encontra a
propriedade rural.
Se a fiscalização, administração e cobrança do imposto for repassada ao
município, mediante convênio, 100% da arrecadação ficará com o
Observações município.
Ainda assim, cabe à Procuradoria da Fazenda Nacional propor execução
fiscal para cobrança de crédito relativo ao ITR (Súmula 139-STJ).
A qualificação de imóvel como estação ecológica limita o direito de
propriedade, o que afasta a incidência do IPTU.

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A inclusão do imóvel do particular em Estação Ecológica representa uma


evidente limitação administrativa imposta pelo Estado, ocasionando o
esvaziamento completo dos atributos inerentes à propriedade, retirando-
lhe o domínio útil do imóvel.
Se um imóvel é incluído dentro da abrangência de uma Estação Ecológica
(Unidade de Conservação de Proteção Integral), deixa de ser devido o
pagamento de IPTU e passa a ser devido o ITR.
O art. 49 da Lei nº 9.985/2000 estabelece que a área de uma unidade de
conservação de proteção integral é considerada zona rural para efeitos
legais, motivo pelo qual não incide IPTU, mas sim ITR, sendo este último
tributo de competência tributária exclusiva da União.
STJ. 2ª Turma. REsp 1695340-MG, Rel. Min. Mauro Campbell Marques,
julgado em 17/09/2019 (Info 657).
A isenção de Imposto Territorial Rural (ITR) prevista no art. 10, § 1º, II, a,
da Lei 9.393/1996, relativa a área de reserva legal, depende de prévia
averbação desta no registro do imóvel.
STJ. 1ª Turma. AgRg no REsp 1243685-PR, Rel. Min. Benedito Gonçalves,
julgado em 5/12/2013 (Info 533).

Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI


Admite exceção: alteração da alíquota pelo Poder Executivo.
P. da legalidade As alíquotas do IPI estão estabelecidas na TIPI – Tabela de Incidência do
IPI, variando conforme a essencialidade de cada produto.
P. da anterioridade Não se sujeita.
P. da noventena Está sujeito.
I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira;
II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do
Fato Gerador artigo 51;
III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a
leilão.
I - no caso do inciso I do artigo anterior, o preço normal, como definido no
inciso II do artigo 20, acrescido do montante:
a) do imposto sobre a importação;
b) das taxas exigidas para entrada do produto no País;
c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele
Base de Cálculo exigíveis;
II - no caso do inciso II do artigo anterior:
a) o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria;
b) na falta do valor a que se refere a alínea anterior, o preço corrente da
mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente;
III - no caso do inciso III do artigo anterior, o preço da arrematação.
Contribuintes I - o importador ou quem a lei a ele equiparar;

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II - o industrial ou quem a lei a ele equiparar;


III - o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos
contribuintes definidos no inciso anterior;
IV - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a
leilão.
Lançamento Por homologação.
Não incide nos produtos destinados ao exterior, mas pode ser cobrando
Cumulação de impostos
em conjunto com o ICMS e o II.
Principais características Seletividade e não cumulatividade obrigatórias.

#SÚMULAS Súmula 495-STJ: A aquisição de bens integrantes do ativo permanente da empresa não gera
direito a creditamento de IPI.
Súmula 494-STJ: O benefício fiscal do ressarcimento do crédito presumido do IPI relativo às exportações
incide mesmo quando as matérias-primas ou os insumos sejam adquiridos de pessoa física ou jurídica não
contribuinte do PIS/PASEP.
Súmula vinculante 58: Inexiste direito a crédito presumido de IPI relativamente à entrada de insumos
isentos, sujeitos à alíquota zero ou não tributáveis, o que não contraria o princípio da não cumulatividade.

#DEOLHONAJURIS Os brindes, produtos perfeitos e acabados em processo industrial próprio, incluídos em


outros produtos industrializados, não geram direito ao creditamento de IPI.
STJ. 1ª Turma. REsp 1.682.920-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 06/08/2019 (Info 654).
#DEOLHONAJURIS #APOSTACICLOS O crédito presumido de IPI previsto no art. 1º da Lei nº 9.363/96 integra
a base de cálculo do IRPJ e da CSLL.
STJ. 1ª Seção. EREsp 1210941-RS, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 22/05/2019 (Info 652).
#DEOLHONAJURIS #APOSTACICLOS É constitucional a fixação de alíquotas de IPI superiores a zero sobre
garrafões, garrafas e tampas plásticas, ainda que utilizados para o acondicionamento de produtos
essenciais. STF. Plenário. RE 606314/PE, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 11/5/2021 (Repercussão
Geral – Tema 501) (Info 1016).
#DEOLHONAJURIS Incide o IPI em importação de veículos automotores por pessoa natural, ainda que não
desempenhe atividade empresarial, e o faça para uso próprio.
STF. Plenário. RE 723651/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 3 e 4/2/2016 (repercussão geral) (Info 813).
Incide IPI sobre veículo importado para uso próprio, haja vista que tal cobrança não viola o princípio da
não cumulatividade nem configura bitributação.
STJ. 1ª Seção. REsp 1396488/SC, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 25/09/2019 (recurso repetitivo - Tema
695)
A isenção de IPI para aquisição de automóvel por pessoa com necessidades especiais poderá ser
novamente concedida antes do término do prazo de 2 anos contado da aquisição se o veículo vier a ser
roubado durante esse período.
STJ. 1ª Turma. REsp 1390345-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 24/3/2015 (Info 559).
Na hipótese em que ocorrer roubo/furto da mercadoria após a sua saída do estabelecimento do fabricante
não se configura o evento ensejador de incidência do IPI.

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Não deve incidir IPI sobre a venda de produtos, na hipótese de roubo ou furto da mercadoria, antes da sua
entrega ao comprador. Isso porque, neste caso, como não foi concluída a operação mercantil, não ficou
configurado o fato gerador.
STJ. 1ª Seção. EREsp 734.403-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 14/11/2018 (Info 638).
Os descontos incondicionais não devem integrar a base de cálculo do IPI. Ex.: se o preço “cheio” do produto
era 120, mas foi dado um desconto de 20 para o adquirente, a base de cálculo do IPI será 100 (e não 120).
É inconstitucional, por ofensa ao art. 146, III, a, da CF/88, o § 2º do art. 14 da Lei 4.502/1964, com a redação
dada pelo art. 15 da Lei 7.798/1989, no ponto em que determina a inclusão de descontos incondicionais na
base de cálculo do IPI.
STF. Plenário. RE 567935/SC, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 4/9/2014 (repercussão geral) (Info 757).
#SÚMULA Súmula 591-STF A imunidade ou a isenção tributária do comprador não se estende ao produtor,
contribuinte do imposto sobre produtos industrializados.

IOF - IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS


Função predominante Extrafiscal
P. da legalidade Admite exceção: alteração da alíquota pelo Poder Executivo.
P. da anterioridade Não se sujeita.
P. da noventena Não se sujeita.
I - quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou
parcial do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou
sua colocação à disposição do interessado;
II - quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de
moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou
sua colocação à disposição do interessado em montante equivalente à
Fato gerador moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por este;
III - quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da
apólice ou do documento equivalente, ou recebimento do prêmio, na
forma da lei aplicável;
IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a
emissão, transmissão, pagamento ou resgate destes, na forma da lei
aplicável.
I - quanto às operações de crédito, o montante da obrigação,
compreendendo o principal e os juros;
II - quanto às operações de câmbio, o respectivo montante em moeda
nacional, recebido, entregue ou posto à disposição;
III - quanto às operações de seguro, o montante do prêmio;
Base de Cálculo
IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários:
a) na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver;
b) na transmissão, o preço ou o valor nominal, ou o valor da cotação em
Bolsa, como determinar a lei;
c) no pagamento ou resgate, o preço.
Contribuintes Qualquer das partes na operação tributada.

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Lançamento Por homologação.


Ouro utilizada como mercadoria: incidem ICMS, IPI, II e IE.
Cumulação de impostos
Ouro como meio de pagamento: só IOF.

#DEOLHONAJURIS Não incide IOF quando o exportador realiza, com instituição financeira, o denominado
Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC), vinculado à exportação de bens e serviços
No Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC), a instituição financeira se obriga a pagar, em reais e no
momento estabelecido na avença, pela moeda estrangeira comprada a termo, ou seja, paga-se
antecipadamente, de forma total ou parcial, pelo valor correspondente ao câmbio, que se efetivará no
futuro.
No âmbito das exportações, a venda de mercadorias e serviços é formalizada, em regra, mediante um
contrato firmado entre a empresa nacional e o adquirente estrangeiro, sendo o pagamento realizado pela
moeda do país importador.
Considerando que o exportador brasileiro deve receber o valor em moeda corrente brasileira, há de ser
feita a operação de câmbio, a ser intermediada por instituição financeira, podendo-se formular um ACC,
para antecipar esse valor, sujeitando-se aos seus consectários pertinentes.
O ACC não representa uma operação de crédito, embora não se negue a antecipação de numerário que ele
representa, cuidando, na verdade, de uma operação de câmbio de forma antecipada, e assim deve ser
tributada, pois vinculada a compra a termo de moeda estrangeira, de modo que se apresenta incabível a
pretensão de que incida IOF sobre crédito no momento da formalização desse contrato.
Em se tratando de operação de câmbio vinculada às exportações, sempre foi observada a alíquota (zero) de
IOF, seguindo a orientação constitucional de que não se exporta tributos (arts. 149, § 2º, I; 153, § 3º, III; e
155, § 2º, X, “a”, da Constituição Federal).
STJ. 1ª Turma. REsp 1452963-SC, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 18/05/2021 (Info 697).

IMPOSTO DE RENDA
Função predominante Fiscal
P. da legalidade Está sujeito.
P. da anterioridade Está sujeito.
P. da noventena Não se sujeita.
Generalidade
Princípios constitucionais
Universalidade
específicos
Progressividade
Renda: o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos;
Proventos de qualquer natureza: os acréscimos patrimoniais não
Fato Gerador compreendidos no conceito de renda.
Renda para a pessoa física: é o acréscimo patrimonial
Renda para a PJ: lucro real, presumido ou arbitrado.
É o montante real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos
Base de cálculo
tributários.

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É o titular da disponibilidade a que se refere o art. 43, sem prejuízo de


Contribuintes atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens
produtores de renda ou dos proventos tributáveis.
Lançamento Por homologação.

#APOSTACICLOS Incide imposto de renda sobre juros de mora?


REGRA: sim. Isso porque os juros de mora possuem natureza de lucros cessantes e, como vimos acima, incide
imposto de renda sobre lucros cessantes.
EXCEÇÃO 1: não incide IR sobre juros de mora relacionados com o pagamento em atraso de verbas
alimentares.
Os juros de mora decorrentes do pagamento em atraso de verbas alimentares a pessoas físicas escapam à
regra geral da incidência do Imposto de Renda, posto que, excepcionalmente, configuram indenização por
danos emergentes.
EXCEÇÃO 2: não incide IR sobre juros de mora se a verba principal é isenta ou fora do campo de incidência
do IR.
Escapam à regra geral de incidência do Imposto de Renda sobre juros de mora aqueles cuja verba principal
seja isenta ou fora do campo de incidência do IR.
STJ. 1ª Seção. REsp 1470443-PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 25/08/2021 (Recurso
Repetitivo – Tema 878) (Info 706).
EXCEÇÃO 3: Não incidem IRPJ e CSLL sobre os juros decorrentes da mora na devolução de valores
determinada em ação de repetição do indébito tributário.
s valores relativos à taxa Selic recebidos pelo contribuinte na repetição de indébito tributário não compõem
a base de incidência do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) ou da Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido (CSLL).
Tese fixada pelo STF:
“É inconstitucional a incidência do IRPJ e da CSLL sobre os valores atinentes à taxa Selic recebidos em razão
de repetição de indébito tributário”.
STF. Plenário. RE 1063187/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 24/9/2021 (Repercussão Geral – Tema 962)
(Info 1031).
Pessoa com deficiência pode ser enquadrada como dependente, mesmo que seja apta a trabalhar, mas
desde que não receba remuneração que exceda as deduções legalmente autorizadas.
Na apuração do imposto sobre a renda de pessoa física, a pessoa com deficiência que supere o limite etário
e seja capacitada para o trabalho pode ser considerada como dependente quando a sua remuneração não
exceder as deduções autorizadas por lei.
STF. Plenário. ADI 5583/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em
14/5/2021 (Info 1017).
Verba recebida a título de plantão médico está sujeita ao pagamento de imposto de renda
Incide Imposto de Renda sobre verba paga como contraprestação de plantões médicos. Tais pagamentos são
habituais, comutativos e de caráter eminentemente retributivo, de modo que não podem ser considerados
de natureza indenizatória.
Vale ressaltar que o pagamento do IR é devido mesmo que a lei estadual preveja esse plantão médico
como sendo verba de caráter indenizatório.
STJ. 2ª Turma. RMS 52051-AP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 11/05/2021 (Info 696).

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#APOSTACICLOS Estados são titulares do IR sobre rendimentos pagos diretamente por suas autarquias e
fundações
É dos Estados e Distrito Federal a titularidade do que arrecadado, considerado Imposto de Renda, incidente
na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por si, autarquias e fundações que instituírem e
mantiverem.
STF. Plenário. RE 607886/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 4/5/2021 (Repercussão Geral – Tema 364)
(Info 1017).
Não incide imposto de renda sobre os juros de mora devidos pelo atraso no pagamento de remuneração
por exercício de emprego, cargo ou função.
STF. Plenário. RE 855091/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 13/3/2021 (Repercussão Geral – Tema 808)
(Info 1009).
Fato gerador de IRRF em remessa ao exterior se dá no vencimento ou pagamento da dívida, o que ocorrer
primeiro.
O momento do fato gerador do Imposto de Renda Retido na Fonte - IRRF a ser recolhido pela sociedade
empresária brasileira, em razão de pagamento feito a pessoa jurídica domiciliada no exterior, se dá no
vencimento ou pagamento da dívida, o que ocorrer primeiro.
STJ. 1ª Turma. REsp 1864227-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 18/08/2020 (Info 678).
#APOSTACICLOS Não é possível estender, pela via judicial, a isenção prevista no art. 6º, XIV, da Lei 7.713/88
aos trabalhadores em atividade
O art. 6º, XIV, da Lei nº 7.713/88 prevê que as pessoas portadoras de neoplasia maligna ou outras doenças
graves e que estejam na inatividade não pagarão imposto de renda sobre os rendimentos recebidos a título
de aposentadoria, pensão ou reforma.
Essa isenção é devida apenas às pessoas que recebem aposentadoria, pensão ou reforma e não é possível
que o Poder Judiciário estenda o benefício aos trabalhadores que estão em atividade.
Os juízes e Tribunais não podem, mesmo a pretexto de estabelecer tratamento isonômico, conceder isenção
tributária em favor daqueles não contemplados pelo favor legal, porque isso equivaleria, em última análise,
a converter o Poder Judiciário em inadmissível legislador positivo.
A legislação optou por critérios cumulativos absolutamente razoáveis à concessão do benefício tributário,
quais sejam, inatividade e enfermidade grave, ainda que contraída após a aposentadoria ou reforma.
STF. Plenário. ADI 6025, Rel. Alexandre de Moraes, julgado em 20/04/2020 (Info 983 – clipping).
Não se aplica a isenção do imposto de renda prevista no inciso XIV do artigo 6º da Lei nº 7.713/88 (seja na
redação da Lei nº 11.052/2004 ou nas versões anteriores) aos rendimentos de portador de moléstia grave
que se encontre no exercício de atividade laboral.
STJ. 1ª Seção. REsp 1814919-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 24/06/2020 (Recurso Repetitivo – Tema
1037) (Info 676).
#APOSTACICLOS Encontra-se superado o entendimento exposto na Súmula 584 do STF:
Súmula 584-STF: Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente
no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração.
Esse enunciado é incompatível com os princípios da irretroatividade e da anterioridade.
Por essa razão, o STF decidiu pelo cancelamento do verbete.
STF. Plenário. RE 159180, Rel. Marco Aurélio, julgado em 22/06/2020 (Info 987 – clipping).

#NÃOSABOTEASSÚMULAS

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Súmula 584-STF: Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente
no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração.
OBS: Cancelada pelo STF no julgamento do RE 159180/MG, em 19/06/2020.
Súmula 627 STJ: O contribuinte faz jus à concessão ou à manutenção da isenção do imposto de renda, não
se lhe exigindo a demonstração da contemporaneidade dos sintomas da doença nem da recidiva da
enfermidade
Súmula 598 STJ: É desnecessária a apresentação de laudo médico oficial para o reconhecimento judicial da
isenção do imposto de renda, desde que o magistrado entenda suficientemente demonstrada a doença grave
por outros meios de prova.
Súmula 590 STJ Constitui acréscimo patrimonial a atrair a incidência do IR, em caso de liquidação de entidade
de previdência privada, a quantia que couber a cada participante, por rateio do patrimônio, superior ao valor
das respectivas contribuições à entidade em liquidação, devidamente atualizadas e corrigidas.

Súmula 587-STF: Incide IR sobre o pagamento de serviços técnicos contratados no exterior e prestados no
Brasil. .Súmula 586-STF: Incide IR sobre os juros remetidos para o exterior, com base em contrato de mútuo.
.
Súmula 262-STJ: Incide IR sobre o resultado das aplicações financeiras realizadas pelas cooperativas. .
OBS: Incide PIS/COFINS sobre o ato cooperativo típico. As sociedades cooperativas não são imunes (art. 146,
III, c, da CF.
Súmula 463-STJ: Incide IR sobre os valores percebidos a título de indenização por horas extraordinárias
trabalhadas, ainda que decorrentes de acordo coletivo. .
Súmula 125-STJ: O pagamento de férias não gozadas por necessidade do serviço não está sujeito à incidência
do Imposto de Renda. .
Súmula 136-STJ: O pagamento de licença-prêmio não gozada por necessidade do serviço não está sujeito ao
Imposto de Renda. .
Súmula 215-STJ: A indenização recebida pela adesão a programa de incentivo à demissão voluntária não
está sujeita à incidência do Imposto de Renda. .
Súmula 498-STJ: - Não incide imposto de renda sobre a indenização por danos morais.
OBS: O fato gerador do IR é a aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica decorrente de acréscimo
patrimonial (art. 43 do CTN). O STJ entende que as verbas recebidas a título de indenização não representam
acréscimo patrimonial.
Súmula 386-STJ: São isentas de IR as indenizações de férias proporcionais e o respectivo adicional. .
Súmula 93-STF: Não está isenta do imposto de renda a atividade profissional do arquiteto.
Súmula 447-STJ: Os Estados e o DF são partes legítimas na ação de restituição de imposto retido na fonte
proposta por seus servidores.
Súmula 556-STJ: É indevida a incidência de IR sobre o valor da complementação de aposentadoria pago por
entidade de previdência privada e em relação ao resgate de contribuições recolhidas para referidas entidades
patrocinadoras no período de 1º/1/1989 a 31/12/1995, em razão da isenção concedida pelo art. 6º, VII, b,
da Lei n. 7.713/1988, na redação anterior à que lhe foi dada pela Lei n. 9.250/1995.

#JURISSAINDODOFORNO Os valores recolhidos a título de Contribuição Previdenciária sobre a Receita


Bruta - CPRB integram a base de cálculo do PIS e da COFINS.

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STJ. 1ª Turma. REsp 1945068-RS, Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador convocado do TRF da 5ª Região),
julgado em 05/10/2021 (Info 712).
#DEOLHONAJURIS É inconstitucional o complexo normativo formado pelos arts. 47 e 48 da Lei 11.196/2005,
que impede empresas, submetidas ao regime não cumulativo, de compensarem créditos da contribuição
para o PIS/Pasep e da Cofins, oriundos da aquisição de desperdícios, resíduos ou aparas de vários materiais,
entre eles, plástico, papel, cartão, vidro, ferro, aço, cobre, níquel, alumínio, chumbo, zinco e estanho, além
de outros desperdícios e resíduos metálicos.
São inconstitucionais os arts. 47 e 48 da Lei 11.196/2005, que vedam a apuração de créditos de PIS/Cofins
na aquisição de insumos recicláveis.
STF. Plenário. RE 607109/PR, Rel. Min. Rosa Weber, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgado em
7/6/2021 (Repercussão Geral – Tema 304) (Info 1020).
#DEOLHONAJURIS O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não compõe a base de
cálculo para a incidência da contribuição para o PIS e a COFINS.
STF. Plenário. RE 574706/PR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 15/3/2017 (Repercussão Geral – Tema 69)
(Info 857).
A tese, com repercussão geral, fixada no julgamento do RE 574706 (“O ICMS não compõe a base de cálculo
para fins de incidência do PIS e da Cofins”) produz efeitos a partir de 15/3/2017 (data da sessão de
julgamento), ressalvadas as ações judiciais e administrativas protocoladas até essa data.
STF. Plenário. RE 574706 ED/PR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 13/5/2021 (Info 1017).
#APOSTACICLOS Royalties recebidos por cooperativa compõem base de cálculo do PIS/COFINS.
As receitas de royalties provenientes de atividades próprias da cooperativa de desenvolvimento científico e
tecnológico de pesquisa agropecuária devem integrar a base de cálculo das contribuições ao PIS e da
COFINS.
STJ. 1ª Turma. REsp 1520184-PR, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 04/05/2021 (Info 695).
Impossibilidade de aproveitamento de créditos de PIS e Cofins no sistema monofásico
A técnica de creditamento, em regra, não se coaduna com o regime monofásico da contribuição ao PIS e
COFINS, só sendo excepcionada quando expressamente prevista pelo legislador.
Em razão disso, o benefício instituído pelo art. 17 da Lei nº 11.033/2004 somente se aplica aos contribuintes
integrantes do regime específico de tributação denominado REPORTO e não alcança o sistema não
cumulativo desenhado para a COFINS e a Contribuição ao PIS.
STJ. 1ª Seção. EDv nos EAREsp 1109354/SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 14/04/2021 (Info 692).

#NÃOSABOTEASSÚMULAS
Súmula 584-STJ: As sociedades corretoras de seguros, que não se confundem com as sociedades de valores
mobiliários ou com os agentes autônomos de seguro privado, estão fora do rol de entidades constantes do
art. 22, § 1º, da Lei n. 8.212/1991, não se sujeitando à majoração da alíquota da COFINS prevista no art. 18
da Lei n. 10.684/2003.
Súmula 516-STJ: A contribuição de intervenção no domínio econômico para o Incra (Decreto-Lei n.
1.110/1970), devida por empregadores rurais e urbanos, não foi extinta pelas Leis ns. 7.787/1989,
8.212/1991 e 8.213/1991, não podendo ser compensada com a contribuição ao INSS.
Súmula 396-STJ: A Confederação Nacional da Agricultura tem legitimidade ativa para a cobrança da
contribuição sindical rural. .

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Súmula 468-STJ: A base de cálculo do PIS, até a edição da MP nº 1.212/1995, era o faturamento ocorrido no
sexto mês anterior ao do fato gerador.
Súmula 458-STJ: A contribuição previdenciária incide sobre a comissão paga ao corretor de seguros,
independentemente da existência de contrato de trabalho. .
Súmula 77-STJ: A Caixa Econômica Federal é parte ilegítima para figurar no polo passivo das ações relativas
às contribuições para o fundo PIS/PASEP. . Súmula 659-STF: É legítima a cobrança da COFINS, do PIS e do
FINSOCIAL sobre as operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de
petróleo, combustíveis e minerais do País.
Súmula 508-STJ: A isenção da COFINS concedida pelo artigo 6°, II, da LC 70/91 às sociedades civis de
prestação de serviços profissionais foi revogada pelo artigo 56 da Lei 9.430/96.
Súmula vinculante 40-STF A contribuição confederativa de que trata o art. 8°, IV, da Constituição, só é
exigível dos filiados ao sindicato respectivo.
Súmula 732-STF: É constitucional a cobrança da contribuição do salário-educação, seja sob a Carta de 1969,
seja sob a Constituição Federal de 1988, e no regime da Lei 9.424/96. .
Súmula 499-STJ: As empresas prestadoras de serviços estão sujeitas às contribuições ao Sesc e Senac, salvo
se integradas noutro serviço social. .
Súmula 351-STJ: A alíquota de SAT é aferida pelo grau de risco desenvolvido em cada empresa,
individualizada pelo seu CNPJ, ou pelo grau de risco da atividade preponderante quando houver apenas um
registro. .
Súmula 423-STJ: A contribuição para financiamento da Seguridade Social - COFINS incide sobre as receitas
provenientes das operações de locação de bens móveis.

EXECUÇÃO FISCAL

#APOSTACICLOS #DEOLHONAJURIS O concurso de preferência entre os entes federados na cobrança judicial


dos créditos tributários e não tributários, previsto no parágrafo único do art. 187 da Lei nº 5.172/66 (Código
Tributário Nacional) e no parágrafo único do art. 29 da Lei nº 6.830/80 (Lei de Execuções Fiscais), não foi
recepcionado pela Constituição Federal de 1988. A Súmula 563 do STF foi cancelada. O entendimento
contido na Súmula 497 do STJ está superado. STF. Plenário. ADPF 357/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado
em 24/6/2021 (Info 1023).

#DEOLHONAJURIS Art. 116 (…) Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a
natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem
estabelecidos em lei ordinária.
A previsão contida no parágrafo único do art. 116 do CTN não viola o texto constitucional.
Esse dispositivo não ofende os princípios constitucionais da legalidade, da estrita legalidade e da tipicidade
tributária, e da separação dos Poderes.
Em verdade, ele confere máxima efetividade a esses preceitos, objetivando, primordialmente, combater a
evasão fiscal, sem que isso represente permissão para a autoridade fiscal de cobrar tributo por analogia ou
fora das hipóteses descritas em lei, mediante interpretação econômica.
O dispositivo apenas viabiliza que a autoridade tributária aplique base de cálculo e alíquota a uma hipótese
de incidência estabelecida em lei e que tenha efetivamente se realizado.

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STF. Plenário. ADI 2446/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 8/4/2022 (Info 1050).

Não sujeição do crédito tributário a concurso de credores


A Fazenda Pública não é obrigada a habilitar seus créditos fiscais no processo falimentar
ou de recuperação judicial. Isso porque o CTN e a Lei nº 6.830/80 afirmam que o crédito tributário não é
sujeito a concurso de credores. Veja:
CTN

A Lei n. 6.830/80 estabelece o devido processo legal para exigência judicial de quaisquer créditos
estatais definidos como dívida ativa da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, incluindo
atualização monetária, juros e multa de mora e demais encargos previstos em lei ou contrato (art. 2º, § 2º,
da LEF).

Art. 2º - Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como tributária ou não tributária
na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, com as alterações posteriores, que estatui normas gerais de direito
financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do
Distrito Federal.
§ 1º - Qualquer valor, cuja cobrança seja atribuída por lei às entidades de que trata o artigo 1º, será
considerado Dívida Ativa da Fazenda Pública.
§ 2º - A Dívida Ativa da Fazenda Pública, compreendendo a tributária e a não tributária, abrange
atualização monetária, juros e multa de mora e demais encargos previstos em lei ou contrato.
§ 3º - A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da legalidade, será feita pelo
órgão competente para apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá a prescrição, para todos os efeitos
de direito, por 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo.
§ 4º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na Procuradoria da Fazenda Nacional.
§ 5º - O Termo de Inscrição de Dívida Ativa deverá conter:
I - o nome do devedor, dos co-responsáveis e, sempre que conhecido, o domicílio ou residência de um
e de outros;
II - o valor originário da dívida, bem como o termo inicial e a forma de calcular os juros de mora e
demais encargos previstos em lei ou contrato;
III - a origem, a natureza e o fundamento legal ou contratual da dívida;
IV - a indicação, se for o caso, de estar a dívida sujeita à atualização monetária, bem como o
respectivo fundamento legal e o termo inicial para o cálculo;
V - a data e o número da inscrição, no Registro de Dívida Ativa; e
VI - o número do processo administrativo ou do auto de infração, se neles estiver apurado o valor da
dívida.
§ 6º - A Certidão de Dívida Ativa conterá os mesmos elementos do Termo de Inscrição e será
autenticada pela autoridade competente.
§ 7º - O Termo de Inscrição e a Certidão de Dívida Ativa poderão ser preparados e numerados por
processo manual, mecânico ou eletrônico.
§ 8º - Até a decisão de primeira instância, a Certidão de Dívida Ativa poderá ser emendada ou
substituída, assegurada ao executado a devolução do prazo para embargos.

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§ 9º - O prazo para a cobrança das contribuições previdenciárias continua a ser o estabelecido


no artigo 144 da Lei nº 3.807, de 26 de agosto de 1960.

REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL


Juiz a quem é dirigida
Pedido
Requerimento para citação
Certidão da Dívida Ativa
 A petição inicial será instruída com a Certidão da Dívida Ativa, que dela fará parte integrante, como se
estivesse transcrita.
 A petição inicial e a Certidão de Dívida Ativa poderão constituir um único documento, preparado
inclusive por processo eletrônico.

Art. 7º - O despacho do Juiz que deferir a inicial importa em ordem para:


I - citação, pelas sucessivas modalidades previstas no artigo 8º;
II - penhora, se não for paga a dívida, nem garantida a execução, por meio de depósito, fiança ou
seguro garantia;
III - arresto, se o executado não tiver domicílio ou dele se ocultar;
IV - registro da penhora ou do arresto, independentemente do pagamento de custas ou outras
despesas, observado o disposto no artigo 14; e
V - avaliação dos bens penhorados ou arrestados.

Art. 8º - O executado será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar a dívida com os juros e multa
de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, ou garantir a execução, observadas as seguintes
normas:
I - a citação será feita pelo correio, com aviso de recepção, se a Fazenda Pública não a requerer por
outra forma;
II - a citação pelo correio considera-se feita na data da entrega da carta no endereço do executado,
ou, se a data for omitida, no aviso de recepção, 10 (dez) dias após a entrega da carta à agência postal;
III - se o aviso de recepção não retornar no prazo de 15 (quinze) dias da entrega da carta à agência
postal, a citação será feita por Oficial de Justiça ou por edital;
IV - o edital de citação será afixado na sede do Juízo, publicado uma só vez no órgão oficial,
gratuitamente, como expediente judiciário, com o prazo de 30 (trinta) dias, e conterá, apenas, a indicação da
exeqüente, o nome do devedor e dos co-responsáveis, a quantia devida, a natureza da dívida, a data e o
número da inscrição no Registro da Dívida Ativa, o prazo e o endereço da sede do Juízo.
§ 1º - O executado ausente do País será citado por edital, com prazo de 60 (sessenta) dias.
§ 2º - O despacho do Juiz, que ordenar a citação, interrompe (Interrompe e NÃO suspende
#NÃOCONFUNDA) a prescrição.

#DEOLHONASSÚMULAS Súmula 106 STJ: Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na
citação, por motivos inerentes ao mecanismo da Justiça, não justifica o acolhimento da arguição de
prescrição ou decadência.

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Súmula 558 STJ: Em ações de execução fiscal, a petição inicial não pode ser indeferida sob o argumento da
falta de indicação do CPF e/ou RG ou CNPJ da parte executada. #APOSTACICLOS
Súmula 559 STJ: Em ações de execução fiscal, é desnecessária a instrução da petição inicial com o
demonstrativo de cálculo do débito, por tratar-se de requisito não previsto no art. 6º da Lei n. 6.830/1980.
#APOSTACICLOS
Súmula 414 STJ: A citação por edital na execução fiscal é cabível quando frustradas as demais modalidades.

#DEOLHONAJURIS #JURISRECENTE #APOSTACICLOS O art. 782, §3º, do CPC é aplicável às execuções fiscais,
devendo o magistrado deferir o requerimento de inclusão do nome do executado em cadastros de
inadimplentes, preferencialmente pelo sistema SERASAJUD, independentemente do esgotamento prévio de
outras medidas executivas, salvo se vislumbrar alguma dúvida razoável à existência do direito ao crédito
previsto na Certidão de Dívida Ativa - CDA. STJ. 1ª Seção. REsp 1807180/PR, Rel. Min. Og Fernandes, julgado
em 24/02/2021 (Recurso Repetitivo – Tema 1026) (Info 686).

O redirecionamento da execução fiscal, quando fundado na dissolução irregular da pessoa jurídica executada
ou na presunção de sua ocorrência, pode ser autorizado contra o sócio ou o terceiro não sócio, com poderes
de administração na data em que configurada ou presumida a dissolução irregular, ainda que não tenha
exercido poderes de gerência quando ocorrido o fato gerador do tributo não adimplido, conforme art. 135,
III, do CTN. (INFO 738, STJ) #APOSTACICLOS #SAINDODOFORNO

#DEOLHONAJURIS #OLDBUTGOLD: O art. 185-A do CTN prevê a possibilidade de ser decretada a


indisponibilidade dos bens e direitos do devedor tributário na execução fiscal. Vale ressaltar, no entanto, que
a indisponibilidade de que trata o art. 185-A do CTN só pode ser decretada se forem preenchidos três
requisitos: 1) deve ter havido prévia citação do devedor; 2) o executado deve não ter pago a dívida nem
apresentado bens à penhora no prazo legal; 3) não terem sido localizados bens penhoráveis do executado
mesmo após a Fazenda Pública esgotar as diligências nesse sentido. Obs.: para que a Fazenda Pública prove
que esgotou todas as diligências na tentativa de achar bens do devedor, basta que ela tenha adotado duas
providências: a) pedido de acionamento do Bacen Jud (penhora “on line”) e consequente determinação pelo
magistrado; b) expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do executado e ao Departamento
Nacional ou Estadual de Trânsito — DENATRAN ou DETRAN. STJ. 1ª Seção. REsp 1377507-SP, Rel. Min. Og
Fernandes, julgado em 26/11/2014 (recurso repetitivo) (Info 552).

ORDEM DA PENHORA OU ARRESTO


Dinheiro
Título da dívida pública, bem como título de crédito, que tenham cotação em bolsa
Pedras e metais preciosos
Imóveis
Navios e Aeronaves
Veículos
Móveis ou semoventes
Direitos e ações

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EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

A exceção de pré-executividade constitui simples petição apresentada nos autos da execução fiscal
apontando a ausência de alguma das condições da ação (como a ilegitimidade passiva), de pressuposto
processual ou mesmo de causas suspensivas da exigibilidade ou extintivas do crédito que não demandem
dilação probatória.

É cabível exceção de pré-executividade em execução fiscal, desde que envolvam questões de ordem
pública ou que a matéria alegada seja provada de plano.

#NÃOSABOTEASSÚMULAS Súmula 393 STJ: A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal


relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória.

#DEOLHONAJURIS Observado o princípio da causalidade, é cabível a fixação de honorários advocatícios em


exceção de pré-executividade, quando o sócio é excluído do polo passivo da execução fiscal, que não é
extinta. É possível a fixação de honorários advocatícios, em exceção de pré-executividade, quando o sócio é
excluído do polo passivo da execução fiscal, que não é extinta. STJ. 1ª Seção. REsp 1764405/SP, Rel. Min.
Assusete Magalhães, julgado em 10/03/2021 (Recurso Repetitivo – Tema 961) (Info 688).

EMBARGOS DO DEVEDOR

Art. 16 - O executado oferecerá embargos, no prazo de 30 (trinta) dias, contados:


I - do depósito;
II - da juntada da prova da fiança bancária ou do seguro garantia;
III - da intimação da penhora.

#DEOLHONOPRAZO: O prazo é de 30 dias, contados da intimação da penhora (art. 16, III, da LEF), e não da
juntada do mandado de citação, de modo que o termo inicial do prazo é diferente daquele que normalmente
se costuma considerar no regime do CPC.

#DEOLHONAJURIS: Deve ser afastada a exigência da garantia do juízo para a oposição de embargos à
execução fiscal, caso comprovado inequivocadamente que o devedor não possui patrimônio para garantia
do crédito exequendo. STJ. 1ª Turma. REsp 1487772/SE, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 28/05/2019
(Info 650).

#JURISSAINDODOFORNO Nas execuções fiscais, deve-se aplicar o art.827 do CPC na fixação dos honorários
advocatícios em 10% em detrimento do art. 85, §3º, do CPC/2015. O art. 827 do CPC é norma específica dos
processos de execução, estando localizada no capítulo da "execução por quantia certa", o que abrange as
execuções fiscais ajuizadas com base em CDAs, sendo obrigatória sua aplicação em detrimento do constante
do art. 85, §3º, do CPC/2015. Da análise do art. 827 do CPC/2015, verifica-se que o legislador, ao determinar
o arbitramento, no início da execução, de honorários no percentual de 10%, buscou atender ao interesse do
credor, entretanto, sem esquecer de mitigar os honorários quando satisfeita a execução, disposições que vão

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ao encontro do princípio da maior efetividade da execução STJ. 2ª Turma. AREsp 1.798.708-SP, Rel. Min.
Francisco Falcão; Julg. 03/08/2021.

Art. 919. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo.


§ 1º O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando
verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por
penhora, depósito ou caução suficientes.
§ 2º Cessando as circunstâncias que a motivaram, a decisão relativa aos efeitos dos embargos
poderá, a requerimento da parte, ser modificada ou revogada a qualquer tempo, em decisão fundamentada.
§ 3º Quando o efeito suspensivo atribuído aos embargos disser respeito apenas a parte do objeto da
execução, esta prosseguirá quanto à parte restante.
§ 4º A concessão de efeito suspensivo aos embargos oferecidos por um dos executados não
suspenderá a execução contra os que não embargaram quando o respectivo fundamento disser respeito
exclusivamente ao embargante.
§ 5º A concessão de efeito suspensivo não impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço
ou de redução da penhora e de avaliação dos bens.

Art. 24 - A Fazenda Pública poderá adjudicar os bens penhorados:


I - antes do leilão, pelo preço da avaliação, se a execução não for embargada ou se rejeitados os embargos;
II - findo o leilão:
a) se não houver licitante, pelo preço da avaliação;
b) havendo licitantes, com preferência, em igualdade de condições com a melhor oferta, no prazo de 30
(trinta) dias.
Parágrafo Único - Se o preço da avaliação ou o valor da melhor oferta for superior ao dos créditos da Fazenda
Pública, a adjudicação somente será deferida pelo Juiz se a diferença for depositada, pela exeqüente, à ordem
do Juízo, no prazo de 30 (trinta) dias.

PARA QUE HAJA O REDIRECIONAMENTO DA EXECUÇÃO FISCAL, É NECESSÁRIA A INSTAURAÇÃO


DE INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA?2
NÃO. Julgado da 2ª Turma do STJ SIM, em algumas hipóteses. Julgado da 1ª Turma
do STJ
Como foi divulgado no Informativo: Como foi divulgado no Informativo:

É prescindível o incidente de desconsideração da É necessária a instauração do incidente de


personalidade jurídica para o redirecionamento da desconsideração da personalidade da pessoa
execução fiscal na sucessão de empresas com a jurídica devedora para o redirecionamento de
configuração de grupo econômico de fato e em execução fiscal a pessoa jurídica que integra o
confusão patrimonial. mesmo grupo econômico, mas que não foi

2
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Incidente de desconsideração da personalidade jurídica e execução fiscala.
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d139db6a236200b21cc7f752979132d0>.

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identificada no ato de lançamento (Certidão de


STJ. 2ª Turma. REsp 1.786.311-PR, Rel. Min. Dívida Ativa) ou que não se enquadra nas hipóteses
Francisco Falcão, julgado em 09/05/2019 (Info dos arts. 134 e 135 do CTN.
648).
STJ. 1ª Turma. REsp 1.775.269-PR, Rel. Min. Gurgel
de Faria, julgado em 21/02/2019 (Info 643).
Na ementa consta, de forma genérica, que o Para a 1ª Turma, o incidente somente é necessário
incidente de desconsideração seria incompatível em algumas situações de redirecionamento.
com a execução fiscal: Podemos assim resumir:

“A previsão constante no art. 134, caput, do • Não é necessária a instauração do incidente de


CPC/2015, sobre o cabimento do incidente de desconsideração da personalidade jurídica (art. 133
desconsideração da personalidade jurídica, na do CPC/2015) no processo de execução fiscal no
execução fundada em título executivo caso em que a Fazenda Pública exequente pretende
extrajudicial, não implica a incidência do incidente alcançar pessoa distinta daquela contra a qual,
na execução fiscal regida pela Lei nº 6.830/1980, originalmente, foi ajuizada a execução, mas cujo
verificando-se verdadeira incompatibilidade entre nome consta na Certidão de Dívida Ativa, após
o regime geral do Código de Processo Civil e a Lei regular procedimento administrativo, ou, mesmo o
de Execuções, que diversamente da Lei geral, não nome não estando no título executivo, o Fisco
comporta a apresentação de defesa sem prévia demonstre a responsabilidade, na qualidade de
garantia do juízo, nem a automática suspensão do terceiro, em consonância com os arts. 134 e 135 do
processo, conforme a previsão do art. 134, § 3º, do CTN.
CPC/2015. Na execução fiscal a aplicação do CPC é
subsidiária, ou seja, fica reservada para as • Por outro lado, é necessária a instauração do
situações em que as referidas leis são silentes e noincidente de desconsideração da personalidade da
que com elas compatível (...)” pessoa jurídica devedora para o redirecionamento
de execução fiscal a pessoa jurídica que integra o
“Evidenciadas as situações previstas nos arts. 124, mesmo grupo econômico, mas que não foi
133 e 135, todos do CTN, não se apresenta identificada no ato de lançamento (Certidão de
impositiva a instauração do incidente de Dívida Ativa) ou que não se enquadra nas hipóteses
desconsideração da personalidade jurídica, dos arts. 134 e 135 do CTN.
podendo o julgador determinar diretamente o
redirecionamento da execução fiscal para
responsabilizar a sociedade na sucessão
empresarial.”

#DEOLHONAJURIS A execução fiscal pode ser redirecionada em desfavor da empresa sucessora para
cobrança de crédito tributário relativo a fato gerador ocorrido posteriormente à incorporação empresarial e
ainda lançado em nome da sucedida, sem a necessidade de modificação da Certidão de Dívida Ativa, quando
verificado que esse negócio jurídico não foi informado oportunamente ao fisco. STJ. 1ª Seção. REsp 1848993-
SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 26/08/2020 (Recurso Repetitivo – Tema 1049) (Info 678).

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A Lei de Execuções Fiscais, em seu artigo 40, prevê a hipótese de prescrição intercorrente, que consiste na
extinção do crédito fiscal no curso do processo executivo, pela incapacidade do exeqüente perceber seu
crédito em tempo hábil.

Art. 40 - O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o devedor ou
encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não correrá o prazo de prescrição.
§ 1º - Suspenso o curso da execução, será aberta vista dos autos ao representante judicial da Fazenda
Pública.
§ 2º - Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado o devedor ou encontrados
bens penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos.
§ 3º - Encontrados que sejam, a qualquer tempo, o devedor ou os bens, serão desarquivados os autos
para prosseguimento da execução.
§ 4o Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o juiz, depois de
ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de
imediato.
§ 5o A manifestação prévia da Fazenda Pública prevista no § 4o deste artigo será dispensada no caso
de cobranças judiciais cujo valor seja inferior ao mínimo fixado por ato do Ministro de Estado da
Fazenda.

Súmula 314 STJ: Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um
ano, findo o qual inicia-se o prazo da prescrição quinquenal intercorrente.

#APOSTACICLOS Ainda que perfectibilizada a arrematação do bem objeto de penhora na execução civil, os
valores levantados devem ser restituídos ao juízo, quando, coexistindo execução fiscal, ausente a prévia
intimação da Fazenda Pública. Caso concreto: banco ajuizou execução contra devedor e conseguiu a penhora
de um imóvel; algum tempo depois, a União ajuizou execução fiscal contra esse mesmo devedor e conseguiu
a penhora desse mesmo imóvel; no primeiro processo (o do banco), o juiz autorizou a alienação judicial do
bem (hasta pública); o dinheiro obtido foi depositado e o juiz, sem ouvir a Fazenda Nacional (União) autorizou
que o banco fizesse o levantamento da quantia; em uma situação como essa, o banco terá que devolver o
dinheiro; isso porque coexistindo execução fiscal e execução civil, contra o mesmo devedor, com pluralidade
de penhoras recaindo sobre o mesmo bem, o produto da venda judicial, por força de lei, deve satisfazer o
crédito fiscal em primeiro lugar. STJ. 3ª Turma. REsp 1661481-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
10/03/2020 (Info 667).

A lógica de mercado não se aplica às execuções fiscais, pois o Poder Público já é dotado, pela Lei nº 6.830/80,
de privilégios processuais. Assim, são excessivas as medidas atípicas aflitivas pessoais, tais como a suspensão
de passaporte e da licença para dirigir, quando aplicadas no âmbito de execução fiscal. STJ. 1ª Turma. HC
453.870-PR, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 25/06/2019 (Info 654). O entendimento acima
é diferente no caso da execução “comum”. O STJ possui julgados dizendo que, na execução “comum”, é
possível a adoção de meios executivos atípicos desde que, verificando-se a existência de indícios de que o
devedor possua patrimônio expropriável, tais medidas sejam adotadas de modo subsidiário, por meio de
decisão que contenha fundamentação adequada às especificidades da hipótese concreta, com observância

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do contraditório substancial e do postulado da proporcionalidade (STJ. 3ª Turma. REsp 1788950/MT, Rel.


Min. Nancy Andrighi, julgado em 23/04/2019). #APOSTACICLOS

#APOSTACICLOS O termo inicial do prazo prescricional para a cobrança do crédito dos sócios-gerentes
infratores, nesse contexto, é a data da prática de ato inequívoco indicador do intuito de inviabilizar a
satisfação do crédito tributário já em curso de cobrança executiva promovida contra a empresa contribuinte,
a ser demonstrado pelo Fisco, nos termos do art. 593 do CPC/1973 (art. 792 do novo CPC - fraude à execução),
combinado com o art. 185 do CTN (presunção de fraude contra a Fazenda Pública); e, iii) em qualquer
hipótese, a decretação da prescrição para o redirecionamento impõe seja demonstrada a inércia da Fazenda
Pública, no lustro que se seguiu à citação da empresa originalmente devedora (REsp 1.222.444/RS) ou ao ato
inequívoco mencionado no item anterior (respectivamente, nos casos de dissolução irregular precedente ou
superveniente à citação da empresa), cabendo às instâncias ordinárias o exame dos fatos e provas atinentes
à demonstração da prática de atos concretos na direção da cobrança do crédito tributário no decurso do
prazo prescricional. STJ. 1ª Seção. REsp 1201993-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 08/05/2019
(recurso repetitivo - Tema 444) (Info 662).

#APOSTACICLOS Teses sobre a prescrição do redirecionamento da execução fiscal para sócio 1) o prazo de
redirecionamento da execução fiscal, fixado em 5 anos, contado da diligência de citação da pessoa jurídica,
é aplicável quando o referido ato ilícito, previsto no art. 135, III, do CTN, for precedente a esse ato processual;
2) a citação positiva do sujeito passivo devedor original da obrigação tributária, por si só, não provoca o início
do prazo prescricional quando o ato de dissolução irregular for a ela subsequente, uma vez que, em tal
circunstância, inexistirá, na aludida data (da citação), pretensão contra os sócios-gerentes (conforme
decidido no REsp 1.101.728/SP, no rito do art. 543-C do CPC/1973, o mero inadimplemento da exação não
configura ilícito atribuível aos sujeitos de direito descritos no art. 135 do CTN). O termo inicial do prazo
prescricional para a cobrança do crédito dos sócios-gerentes infratores, nesse contexto, é a data da prática
de ato inequívoco indicador do intuito de inviabilizar a satisfação do crédito tributário já em curso de
cobrança executiva promovida contra a empresa contribuinte, a ser demonstrado pelo Fisco, nos termos do
art. 593 do CPC/1973 (art. 792 do novo CPC - fraude à execução), combinado com o art. 185 do CTN
(presunção de fraude contra a Fazenda Pública); e, 3) em qualquer hipótese, a decretação da prescrição para
o redirecionamento impõe seja demonstrada a inércia da Fazenda Pública, no lustro que se seguiu à citação
da empresa originalmente devedora (REsp 1.222.444/RS) ou ao ato inequívoco mencionado no item anterior
(respectivamente, nos casos de dissolução irregular precedente ou superveniente à citação da empresa),
cabendo às instâncias ordinárias o exame dos fatos e provas atinentes à demonstração da prática de atos
concretos na direção da cobrança do crédito tributário no decurso do prazo prescricional. STJ. 1ª Seção. REsp
1201993/SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 08/05/2019 (recurso repetitivo – Tema 444).

CONTEÚDO ESTADUAL

REALIDADE ÉTNICA, SOCIAL, HISTÓRICA, GEOGRÁFICA, CULTURAL, POLÍTICA E ECONÔMICA DO ESTADO


DE GOIÁS

MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA E URBANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO #APOSTACICLOS

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A partir de 1970, o estado de Goiás passou por um amplo processo de modernização produtiva e
econômica. As áreas de Cerrados, principalmente na região Centro-Oeste, sofreram alterações importantes
em sua estrutura produtiva. As principais causas destas mudanças foram a modernização das técnicas
produtivas da agricultura e pecuária e a incorporação da lógica produtiva das indústrias no campo (MELO;
SOARES, 2006).

Os produtos da agricultura e pecuária passaram a ser processados pela indústria e foi ampliada a
utilização de mercadorias industrializadas no manejo produtivo. Isto é, a modernização da agricultura foi
marcada pela grande utilização de máquinas e técnicas modernas nos cultivos, criações e abatimentos de
animais. O uso de insumos agrícolas foi intensifica- do, a ciência e a tecnologia passaram a contribuir de
forma significativa, principalmente na alteração genética das sementes para a produção de grãos, como é o
caso da soja. As sementes transgênicas aumentaram a produtividade e “melhoraram” a qualidade do
produto, estimulando as exportações de produtos agrícolas para o mercado externo (MELO; SOARES, 2006).
Para tornar possível a industrialização da agricultura, além de subordinar a produção da agricultura à lógica
industrial, foi necessário investir pesadamente na construção de infraestruturas: estradas (aumentar a
mobilidade da produção e comercialização); usinas geradoras de energia elétrica (aumentar a oferta de
energia elétrica no espaço rural, sustentar a ampla utilização de máquinas); fomentar ações político-
administrativas, oferecer linhas de crédito, entre outras condições que necessitaram de altos investimentos
econômicos do Estado Federal e Estadual. Com isso, as mudanças produtivas no espaço rural foram
acompanhadas de transformações importantes nos espaços urbanos das regiões afetadas pela modernização
agrícola no Centro-Oeste.

De acordo com o Instituto Mauro Borges (2016), a partir de 1940, a construção de Goiânia acelerou
o crescimento de Goiás, bem como o “desbravamento do mato grosso goiano”, incentivado pela campanha
nacional Marcha para o Oeste. Em 1950, iniciou-se a construção de Brasília, contribuindo também para a
construção de infraestruturas e aceleração do progresso de Goiás. A partir de 1960, Goiás torna a sua
economia mais dinâmica. Segundo o IMB (2016, p. 05 e 06): “O processo de modernização agrícola na década
de 1970 e o posterior desenvolvimento do setor agroindustrial na década de 1980 representaram uma nova
página para o desenvolvimento do estado de Goiás. A expansão desses setores ampliou as exportações e os
elos da cadeia industrial goiana”. Além disso, é importante levar em consideração que, “[...] o papel
interventor do setor público, tanto federal, como estadual, foi vital para o processo de modernização da
agricultura e desenvolvimento do setor agroindustrial” [em Goiás].

A relação entre campo e cidade em Goiás também foram profundamente alteradas em decorrência
da especialização, modernização e industrialização da produção agropecuária. O campo deixou de ser o lugar
de moradia permanente dos trabalhadores rurais, uma vez que o espaço rural passa a ser destinado a
execução das grandes produções agrícolas e agroindustriais. De acordo com Melo e Soares (2006) é possível
observar alterações importantes no que se refere ao processo de urbanização em Goiás:
1) A partir da ampliação da industrialização no campo e da utilização de maquinários, menor
quantidade de trabalhadores passou a ser necessária na produção. Embora tenha-se expandido as áreas
produtivas, diminuiu-se proporcional- mente a quantidade de trabalhadores rurais empregados na produção
agropecuária.

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2) Houve a alteração do tipo de mão-de-obra empregada em função da complexificação técnicas


produtivas. A produção agrícola passou a demandar trabalhadores com qualificações específicas: operadores
de máquinas, engenheiros agrônomos, veterinários e técnicos agrícolas (mão de obra qualificada).
3) Elevação da concentração fundiária: pequenos e médios produtores rurais venderam ou arrendam
as suas propriedades para as grandes agroindústrias, inclusive com o aumento de operação das
multinacionais.
4) Aumento significativos dos fluxos migratórios: a princípio com grande êxodo rural, a população
migrou do campo
para a cidade. Em um segundo momento, houve a migração entre os espaços urbanos, ou seja, a migração
urbano-urbano.
5) Grande elevação das taxas de urbanização de Goiás: 1950 (21, 78% residentes urbanos); 1980 (62,
20% residentes urbanos) e 1991 (80,81% de pessoas vivendo em espaços urbanos).

O processo de urbanização que se originou a partir da ampliação das fronteiras agrícolas em Goiás
alterou além das relações de trabalho e os movimentos migratórios, sobretudo a estrutura interna dos
centros urbanos goianos. Houve grandes ampliações e investimentos na estrutura de transporte e
comunicação, aumento de serviços bancários, comércios e serviços destinados à produção agrícola e
agroindustrial. Por exemplo, instalação de lojas de maquinários e veículos, comércios voltados a abastecer a
produção localizada no espaço rural: insumos e equipamentos específicos. Além disso, em razão do grande
fluxo de pessoas que passaram a residir em espaços urbanos foi necessário ampliar a oferta de equipamentos
urbanos: saúde, educação, lazer e moradias (acarretando numa grande movimentação imobiliária). Além da
intensificação do processo de urbanização (êxodo rural), ocorreu o crescimento das cidades pequenas e
médias, bem como a densificação populacional da região metropolitana de Goiânia.
Os trabalhadores que antes eram considerados “rurais”, assumem a posição de trabalhadores agrícolas:
trabalham no campo, mas residem nas cidades, realizando o movimento de migração pendular. Além disso,
o estado de Goiás precisou investir na qualificação profissional da população, ou seja, com a construção de
instituições de qualificação técnica e de formação de nível superior (universidades federais e estaduais e os

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institutos federais). Sobretudo a partir da década de 1990, houve a ampliação e interiorização destes serviços
em Goiás, segundo o Instituto Mauro Borges (2016).

POPULAÇÃO GOIANA: POVOAMENTO, MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS E DENSIDADE DEMOGRÁFICA

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2010), a densidade demográfica do estado


de Goiás é de 17, 65 habitantes por quilômetro quadrado. A densidade demográfica da capital Goiânia é de
1. 776, 75 habitantes por quilômetro quadrado. De acordo com o Instituto Mauro Borges (2017), em 2017, a
Região Metropolitana de Goiânia e o entorno do Distrito Federal concentraram cerca de 55% da população
do estado de Goiás. Sendo a Região Metropolitana de Goiânia a região mais densamente povoada do estado
e a região Nordeste Goiano a que apresenta menor densidade demográfica. Ainda segundo o IMB (2017), no
período que compreender os anos de 2010 a 2017, o estado de Goiás obteve crescimento populacional acima
da média nacional. Neste período, a taxa de cresci- mento da população brasileira foi de 1, 22% e a população
de Goiás cresceu em média 1,75%.

É importante observar que o crescimento populacional não ocorreu de forma igualitária nas dez
regiões de planejamento goianas. As regiões que mais cresceram foram: a Região Metropolitana de Goiânia,
o entorno do Distrito Federal e o Sudoeste Goiano. As regiões com menores taxas de crescimento foram o
Norte Goiano, Oeste Goiano e o Noroeste Goiano (IMB, 2017).

O IMB (2017) esclarece que, embora o crescimento populacional goiano esteja acima da média
nacional, as taxas de natalidade e fecundidade tem diminuído de forma significativa. O crescimento
populacional de Goiás deve-se, sobretudo, à intensificação de movimentos migratórios. De acordo com
Queiroz e Santos (2015) para compreender a dinâmica dos fluxos migratórios atuais do estado de Goiás, é
preciso analisar as transformações econômicas que o estado de Goiás passou nas últimas décadas.

A partir de 1960, órgãos estatais buscaram promover o desenvolvimento regional e ampliar os


investimentos locais do estado. Em 1967, foi criada a Superintendência de Desenvolvimento da Região
Centro-Oeste (SUDECO). O estado de Goiás promoveu políticas públicas e forneceu importantes recursos
com objetivo de alavancar o cresci- mento econômico e expandir as atividades produtivas de Goiás. Algumas
ações da SUDECO direcionadas à economia goiana foram:
PLADESCO – Plano de Desenvolvimento Econômico e Social do Centro-Oeste.
POLOCENTRO – Programa de Desenvolvimento do Cerrado.
FCO – Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste.

A partir desses programas, com o objetivo de criar estratégias para atrair as indústrias para Goiás,
criou-se o FEI- COM (Fundo de Expansão da Indústria e Comércio), que se investiu na atração das indústrias
oferecendo isenção de impostos. Uma nova iniciativa que objetivava aumentar a quantidade de indústrias e
promover dinamização do setor produtivo e industrial foi criada em 1984, a FOMENTAR (Fundo de
Participação e Fomento à Industrialização do Estado de Goiás). De acordo com Queiroz e Santos (2015):
“Segundo Pedroso e Silva (2011), o FOMENTAR era baseado, novamente, na concessão de benefícios fiscais
na forma de isenção do ICMS”. O objetivo destas ações do estado de Goiás eram alavancar o
desenvolvimento local por meio da diversificação industrial.

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Investimentos importantes foram feitos pelo estado de Goiás. Entre os principais “ganhos” destaca-
se o aprimora- mento da agropecuária moderna e o avanço agroindustrial. Neste sentido, as transformações
econômicas e produtivas de Goiás contribuíram de forma significativa para a movimentação migratória em
Goiás nas últimas décadas. “Isto porque as modificações das características da economia local, passando de
uma economia de tendência agrícola para um parque pautado na indústria, refletem-se em poderosos
instrumentos de atração de migrantes dos mais diversos destinos [...]” (QUEIROZ; SANTOS, 2015, p. 23).

Em razão das alterações das dinâmicas produtivas, principalmente com a modernização


agropecuária, criou-se um importante fluxo de migrações internas, no sentido rural-urbana. As cidades do
entorno de Brasília e Goiânia, por serem as regiões mais dinâmicas economicamente e as que apresentam
os maiores índices de urbanização, foram as áreas que mais atraíram migrantes.

No que se refere aos movimentos migratórios interestaduais, um importante fluxo de pessoas que
se originaram do Distrito Federal, Maranhão, Bahia e Minas Gerais partiram rumo ao estado de Goiás. Esta
situação se deve, sobre- tudo, pela ampliação da fronteira agrícola de Goiás, com crescente importância
industrial e produtiva. De acordo com o IMB (2017), com base nas estimativas de migração do PNAD, as
pessoas residentes em Goiás, que são naturais de outro estado, somam 1,9 milhões de habitantes, ou seja,
28,7% da população de Goiás. No caso dos emigrantes do Distrito Federal, um dos principais fatores que
contribuem para a migração dos habitantes este estado é o elevado custo de vida em Brasília.

ECONOMIA GOIANA: INDUSTRIALIZAÇÃO E INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES E COMUNICAÇÃO


#APOSTACICLOS

De acordo com o Instituto Mauro Borges (2016), mudanças econômicas estruturais ocorreram no
estado de Goiás nas últimas décadas. A indústria, embora apresente taxas de crescimento menores do que
as demais atividades, tem participa- do de mudanças importantes na economia de Goiás.

O setor sucroalcooleiro e as indústrias automobilísticas estão contribuindo para o avanço industrial


do estado. Os municípios de Anápolis e Catalão destacam-se pela formação de polos industriais. Em Rio
Verde, as agroindústrias têm elevado a participação produtiva da região no estado.

Nota-se que o setor industrial tem se desenvolvido, sobretudo, pela forte integração das
agroindústrias com a agropecuária moderna. Segundo o IMB (2016), o PIB (Produto Interno Bruto) de Goiás
cresceu em razão do novo recente quadro de dinamização das atividades industriais desenvolvidas no estado.
Além disso, a localização geográfica privilegiada de Goiás em relação ao território nacional e a produção e
exploração de matérias-primas, também contribuíram para o maior desenvolvimento econômico de Goiás
no período recente.

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Ciclos Método

Os anos 2000 marcam o início de uma maior participação do setor industrial na economia de Goiás.
O IMB (2016), cita: “a instalação da Perdigão Agroindustrial (hoje Brasil Foods) em Rio Verde, a montadora
de veículos Hyundai, os laboratórios Teuto e Neo Química, entre outros, do setor farmacêutico em Anápolis
e Mitsubishi em Catalão. Também houve elevação dos investimentos para beneficiamento da produção
mineral e para usinas de produção de etanol”.

Cerca de 20 municípios possuem pelo menos uma indústria com relevância em seus territórios. As
indústrias estão ligadas a setores diversos, como: geração de energia, mineração, fármacos, automobilísticas
e alimentos (IMB, 2016). Os municípios com maior densidade industrial são: Goiânia, Anápolis e Rio Verde.
O município de Itumbiara também participa da produção industrial, mas em menor escala.

Em Goiás, aposta-se na diversificação de modais de transporte: rodoviário, ferroviário, aeroviário,


hidroviário e dutoviário, que fazem a ligação do estado com o restante do Brasil. No que se refere às rodovias,
as condições gerais de qualidade e sinalização são consideradas de padrão médio.

Goiás conta com 685 quilômetros da Ferrovia Centro - Atlântica, que atende as demandas da região
sudeste de Goiás e do Distrito Federal. O Instituto Mauro Borges (2016, p. 48)2: “A FCA tem 7.080 km de
extensão e é considerada o principal e mais eficiente eixo de conexão entre as regiões Nordeste, Sudeste e
Centro-Oeste do Brasil. Integra grandes portos como os de Vitória-ES, Santos-SP, Angra dos Reis-RJ, de
Salvador-BA e Porto Seco de Anápolis-GO”. E, “é um grande corredor de importação e exportação de
produtos para Goiás como: açúcar, adubos e fertilizantes, derivados de petróleo e álcool, produtos
siderúrgicos, soja e farelo de soja, fosfato, ferro-gusa, minérios, contêineres e carga geral”. A Ferrovia Norte-
Sul localiza-se entre Anápolis – GO e Palmas – TO, e vai até o porto de Itaqui, no Maranhão. A ferrovia Norte-
Sul também faz a ponte entre Anápolis e Estrela D’Oeste, município paulista.

Em Goiás, há quatro aeroportos utilizados para voos domésticos regulares e não regulares, localizam-
se nos municípios: Goiânia, Rio Verde, Caldas Novas e Minaçu. De acordo com informações do IMB (2016), o
modal aéreo passou por melhorias com a instalação do aeroporto de cargas em Anápolis. Em 2016, também

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Ciclos Método

entrou em funcionamento um novo aeroporto em Goiânia, com aumento significativo de capacidade de


transporte de passageiros.

A hidrovia Tietê-Paraná possui cerca de 2.400 quilômetros de extensão. O trecho de maior


importância é o percurso de São Simão (Goiás) a Pederneiras (São Paulo). São escoadas cerca de 2, 5 milhões
de toneladas de grãos e farelos do Cento Oeste. “O Complexo Portuário de São Simão, localizado à margem
direita do Rio Paranaíba, no sul de Goiás, transporta madeira, carvão, adubo e areia, mas também, grandes
empresas transportam soja, farelo de soja e milho” (IMB, 2016, p. 49).

4.1 AS REGIÕES GOIANAS E AS DESIGUALDADES REGIONAIS

O estado de Goiás foi dividido em dez regiões para fins de planejamento estratégico governamental:
• A região do Entorno do Distrito Federal
• A região metropolitana de Goiânia
• As regiões Norte Goiano e Nordeste Goiano, delimitadas a partir de características
socioeconômicas e espaciais.
• As outras seis regiões foram definidas a partir dos principais eixos rodoviários do estado.
O objetivo deste projeto de regionalização foi planejar e gerir investimentos governamentais com o
intuito de minimizar os desequilíbrios regionais goianos.

De acordo com os estudos realizados por Salgado, Arrais e Lima (2010, p. 130), a desigualdade
regional do território goiano foi provocada pelo modelo de integração regional à economia nacional. Os
grandes projetos nacionais, como a Marcha para o Oeste, amplos projetos expansão rodoviária, a construção

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Ciclos Método

de Goiânia e Brasília, entre outros investimentos em infraestrutura e de modernização agrícola, “atingiram


o território goiano de forma diferenciada e, em pouco tempo, mudaram o perfil de sua economia”.

Na década de 1990, Goiás apresentava importantes desigualdades regionais. Os espaços


metropolitanos, compreendi- dos pela Região Metropolitana de Goiânia e a região do Entorno do Distrito
Federal, apresentavam alta densidade demo- gráfica em relação ao estado, concentrando a maior parte da
população goiana (SALGADO; ARRAIS; LIMA, 2010). Atual- mente, no que se refere a distribuição
populacional, este perfil l ainda vigora em Goiás. O Noroeste Goiano e o Nordeste Goianos são as regiões que
apresentam os menores contingentes populacionais:

ASPECTOS FÍSICOS DO TERRITÓRIO GOIANO: VEGETAÇÃO, HIDROGRAFIA, CLIMA E RELEVO.


Vegetação
A maior parte da vegetação de Goiás é formada pelo bioma Cerrado. Este bioma foi intensamente
devastado, cobria cerca de 70% do território do estado. As suas principais características são os galhos
tortuosos, cascas grossas e raízes profundas. As áreas de formação florestal, cerca de 30%, eram
popularmente conhecidas como mato grosso goiano.

Até a década de 1960 os solos de Cerrado eram considerados impróprios para o desenvolvimento
agrícola. Contudo, principalmente a partir de 1970, com o domínio tecnológico e o desenvolvimento de
técnicas de correção do solo, expandiu-se a agricultura mecanizada nestas áreas.

Hidrografia
No território goiano nascem drenagens que alimentam três importantes regiões hidrográficas:
Araguaia/Tocantins, São Francisco e Paraná. Os rios são de grande e médio porte, porém o transporte
hidroviário é prejudicado pelas grandes quedas, cachoeiras e corredeiras. Contudo, o porto São Simão,
localizado no rio Paranaíba, escoa grande parte dos grãos produzidos pelo estado. Os lagos naturais ou
formados por barramento (geração de energia elétrica ou abastecimento) também são bastante importantes
para a composição da rede hidrográfica de Goiás, totalizam 1,6% do território goiano.

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Ciclos Método

Clima
O estado de Goiás está localizado em área de Clima Tropical Úmido-Seco. Caracteriza-se por possuir
duas estações climáticas bem definidas: uma com altos índices pluviométricos (outubro a abril), onde
ocorrem 95% das precipitações anuais e a temperatura é mais alta. E outra, mais fria, com baixos índices
pluviométricos (maio a setembro). A média pluviométrica anual é de 1.532mm (IMB, 2017).

Relevo
Classificação do relevo de Goiás segundo o Instituto Mauro Borges (2016):
Cerca de 65% da superfície de Goiás é formada por terras relativamente planas (chapadões), que
configuram 4 Superfícies Regionais de Aplainamento: I entre 1.100 e 1.600m de altitude, II entre 900 e
1.000m, III entre 650 e 1.000m e IV entre 250 e 550. Encontram-se separadas uma das outras por áreas de
colinas suaves ou por escarpas de maior declividade (Zonas de Erosão Recuante); as superfícies mais altas
são as mais antigas.

Às margens dos grandes rios, Araguaia e Tocantins, predominam ligeiras ondulações que se aplainam
em grandes áreas de Cerrado bastante favoráveis à agricultura e à pecuária. A altitude variável acima de
182m, a partir das ribanceiras dos grandes cursos d’água, especialmente o Araguaia, permite aproveitamento
quase integral do solo.

Ao se afastar dos leitos, as elevações sobem até 1.600m, nas regiões mais elevadas, chegando a
atingir até 1.676m no ponto mais alto do estado, na Serra do Pouso Alto, na Chapada dos Veadeiros, não
havendo, portanto, cadeias de montanhas impenetráveis. As dificuldades de ocupação e exploração
econômica também inexistem e não chegam a interferir de maneira sensível na distribuição das chuvas ou
nas variações climáticas no restante do estado.

AS REGIÕES GOIANAS E AS DESIGUALDADES REGIONAIS

O estado de Goiás foi dividido em dez regiões para fins de planejamento estratégico governamental:
• A região do Entorno do Distrito Federal
• A região metropolitana de Goiânia

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Ciclos Método

• As regiões Norte Goiano e Nordeste Goiano, delimitadas a partir de características


socioeconômicas e espaciais.
• As outras seis regiões foram definidas a partir dos principais eixos rodoviários do estado.
O objetivo deste projeto de regionalização foi planejar e gerir investimentos governamentais com o
intuito de minimizar os desequilíbrios regionais goianos.

Figura: Regiões Administrativas de Goiás

Fonte: Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento do estado de Goiás (2011).

De acordo com os estudos realizados por Salgado, Arrais e Lima (2010, p. 130), a desigualdade regional
do território goiano foi provocada pelo modelo de integração regional à economia nacional. Os grandes
projetos nacionais, como a Marcha para o Oeste, amplos projetos expansão rodoviária, a construção de

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Ciclos Método

Goiânia e Brasília, entre outros investimentos em infraestrutura e de modernização agrícola, “atingiram o


território goiano de forma diferenciada e, em pouco tempo, mudaram o perfil de sua economia”.
Na década de 1990, Goiás apresentava importantes desigualdades regionais. Os espaços
metropolitanos, compreendi- dos pela Região Metropolitana de Goiânia e a região do Entorno do Distrito
Federal, apresentavam alta densidade demo- gráfica em relação ao estado, concentrando a maior parte da
população goiana (SALGADO; ARRAIS; LIMA, 2010). Atual- mente, no que se refere a distribuição
populacional, este perfil l ainda vigora em Goiás. O Noroeste Goiano e o Nordeste Goianos são as regiões que
apresentam os menores contingentes populacionais:

Tabela: População residente em Goiás segundo Regiões Administrativas – 1991 a 2016.

ASPECTOS FÍSICOS DO TERRITÓRIO GOIANO: VEGETAÇÃO, HIDROGRAFIA, CLIMA E RELEVO.

Vegetação
A maior parte da vegetação de Goiás é formada pelo bioma Cerrado. Este bioma foi intensamente
devastado, cobria cerca de 70% do território do estado. As suas principais características são os galhos
tortuosos, cascas grossas e raízes profundas. As áreas de formação florestal, cerca de 30%, eram
popularmente conhecidas como mato grosso goiano.
Até a década de 1960 os solos de Cerrado eram considerados impróprios para o desenvolvimento agrícola.
Contudo, principalmente a partir de 1970, com o domínio tecnológico e o desenvolvimento de técnicas de
correção do solo, expandiu-se a agricultura mecanizada nestas áreas.

Hidrografia
No território goiano nascem drenagens que alimentam três importantes regiões hidrográficas:
Araguaia/Tocantins, São Francisco e Paraná. Os rios são de grande e médio porte, porém o transporte
hidroviário é prejudicado pelas grandes quedas, cachoeiras e corredeiras. Contudo, o porto São Simão,
localizado no rio Paranaíba, escoa grande parte dos grãos produzidos pelo estado. Os lagos naturais ou

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formados por barramento (geração de energia elétrica ou abastecimento) também são bastante importantes
para a composição da rede hidrográfica de Goiás, totalizam 1,6% do território goiano.

Clima
O estado de Goiás está localizado em área de Clima Tropical Úmido-Seco. Caracteriza-se por possuir
duas estações climáticas bem definidas: uma com altos índices pluviométricos (outubro a abril), onde
ocorrem 95% das precipitações anuais e a temperatura é mais alta. E outra, mais fria, com baixos índices
pluviométricos (maio a setembro). A média pluviométrica anual é de 1.532mm (IMB, 2017).

Relevo
Classificação do relevo de Goiás segundo o Instituto Mauro Borges (2016):
Cerca de 65% da superfície de Goiás é formada por terras relativamente planas (chapadões), que
configuram superfícies Regionais de Aplainamento: I entre 1.100 e 1.600m de altitude, II entre 900 e 1.000m,
III entre 650 e 1.000m e IV entre 250 e 550. Encontram-se separadas uma das outras por áreas de colinas
suaves ou por escarpas de maior declividade (Zonas de Erosão Recuante); as superfícies mais altas são as
mais antigas.
Às margens dos grandes rios, Araguaia e Tocantins, predominam ligeiras ondulações que se aplainam
em grandes áreas de Cerrado bastante favoráveis à agricultura e à pecuária. A altitude variável acima de
182m, a partir das ribanceiras dos grandes cursos d’água, especialmente o Araguaia, permite aproveitamento
quase integral do solo.
Ao se afastar dos leitos, as elevações sobem até 1.600m, nas regiões mais elevadas, chegando a
atingir até 1.676m no ponto mais alto do estado, na Serra do Pouso Alto, na Chapada dos Veadeiros, não
havendo, portanto, cadeias de montanhas impenetráveis. As dificuldades de ocupação e exploração
econômica também inexistem e não chegam a interferir de maneira sensível na distribuição das chuvas ou
nas variações climáticas no restante do estado.
Fonte: Instituto Mauro Borges (2016, p. 11)

ASPECTOS DA HISTÓRIA POLÍTICA DE GOIÁS: A INDEPENDÊNCIA EM GOIÁS, O CORONELISMO NA


REPÚBLICA VELHA, AS OLIGARQUIAS, A REVOLUÇÃO DE 1930, A ADMINISTRAÇÃO POLÍTICA DE 1930 ATÉ
OS DIAS ATUAIS.

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Colonização e Independência em Goiás


Após o descobrimento do Brasil pelos portugueses, durante os séculos XVI e XVII, o território goiano começou
a receber diversas expedições exploratórias. Vindas de São Paulo, as Bandeiras tinham como objetivo a
captura de índios para o uso como mão de obra escrava na agricultura e minas. Outras expedições saíam do
Pará, nas chamadas Descidas com vistas à catequese e ao aldeamento dos índios da região. Ambas passavam
pelo território, mas não criavam vilas permanentes, nem mantinham uma população em número estável na
região. A ocupação, propriamente dita, só se tornou mais efetiva com a descoberta de ouro nessas regiões.
Na época, havia sido achado ouro em Minas Gerais, próximo a atual cidade de Ouro Preto (1698), e em Mato
Grosso, próximo a Cuiabá (1718). Como havia uma crença, vinda do período renascentista, que o ouro era
mais abundante quanto mais próximo ao Equador e no sentido Leste-Oeste, a busca de ouro no “território
dos Goyazes”, passou a ser foco de expedições pela região.
O ouro goiano era principalmente de aluvião (retirado na superfície dos rios, pela peneiragem do
cascalho), e se tornou escasso depois de 1770. Com o enfraquecimento da extração, a região passou a viver
principalmente da peque- na agricultura de subsistência e de alguma pecuária.
Durante o período colonial, as divisas entre províncias eram difíceis de serem definidas com exatidão,
muitas vezes sendo definidas de forma a serem coincidentes com os limites das paróquias ou através de
deliberações políticas vindas do poder central. No entanto, no decorrer do processo de consolidação do
Estado de Goiás, o território sofreu diversas divisões, com três perdas significativas no período colonial.
O território que hoje é o Estado de Goiás foi administrado pela Capitania de São Paulo. Seu poder
não era tão extenso, ficando distante das populações e, também, dos rendimentos. A medida que se achava
ouro pelas terras do sertão brasileiro, o governo português buscava aproximar-se da região produtora. Isso
aconteceu em Goiás depois da descoberta de ouro no século XVIII. Como uma forma de controlar melhor a
produção de ouro, evitando o contrabando, responder mais rapidamente aos ataques de índios da região e
controlar revoltas entre os mineradores, foi criado através de alvará régio a Capitania de Goiás,
desmembrada de São Paulo em 1744, com a divisão efetivada em 1748, pela chegada do primeiro governador
a Vila Boa de Goyaz, Dom Marcos de Noronha.
A partir de 1780, com o esgotamento das jazidas auríferas, a Capitania de Goiás iniciou um processo
de ruralização e regressão a uma economia de subsistência, gerando graves problemas financeiros, pela
ausência de um produto básico rentável. Para tentar reverter esta situação, o go- verno português passou a
incentivar e promover a agricultura em Goiás, sem grandes resultados, já que havia temor dos agricultores
ao pagamento de dízimos; desprezo dos mineiros pelo trabalho agrícola, pouco rentável; a ausência de um
mercado consumidor; e dificuldade de exportação, pela ausência de um sistema viário.
Com a Independência do Brasil, em 1822, a Capitania de Goiás foi elevada à categoria de província.
Porém, essa mudança não alterou a realidade socioeconômica de Goiás, que continuava vivendo um quadro
de pobreza e isolamento. As pequenas mudanças que ocorreram foram apenas de ordem política e
administrativa.
Nas últimas décadas do século XIX, os grupos locais insatisfeitos fundaram partidos políticos: O
Liberal, em 1878, e o Conservador, em 1882. Também fundaram jornais para divulgarem suas ideias: Tribuna
Livre, Publicador Goiano, Jornal do Comércio e Folha de Goyaz. Com isso, representantes próprios foram
enviados à Câmara Alta, fortalecendo grupos políticos locais e lançando as bases para as futuras oligarquias.

As oligarquias e o coronelismo na República Velha

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A Proclamação da República (15/11/1889) não alterou os problemas socioeconômicos enfrentados


pela população goiana, em especial pelo isolamento proveniente da carência dos meios de comunicação,
com a ausência de centros urbanos e de um mercado interno e com uma economia de subsistência. As elites
dominantes continuaram as mesmas. As mudanças advindas foram apenas administrativas e políticas.
A primeira fase da República em Goiás, até 1930, foi marcada pela disputa das elites oligárquicas
goianas pelo poder político: Os Bulhões, os Fleury, e os Jardim Caiado. Até o ano de 1912, prevaleceu na
política goiana a elite oligárquica dos Bulhões, liderada por José Leopoldo de Bulhões, e a partir desta data
até 1930, a elite oligárquica dominante passa a ser dos Jardim Caiado, liderada por Antônio Ramos Caiado.
A partir de 1891, o Estado começou a vivenciar certo desenvolvimento com a instalação do telégrafo
em Goiás para a transmissão de notícias. Com a chegada da estrada de ferro em território goiano, no início
do século XX, a urbanização na região sudeste começou a ser incrementada o que facilitou, também, a
produção de arroz para expor- tação. Contudo, por falta de recursos financeiros, a estrada de ferro não se
prolongou até a capital e o norte goiano, que permanecia praticamente incomunicável. O setor mais
dinâmico da economia era a pecuária e predominava no estado o latifúndio.

A Revolução de 1930 e a administração política de 1930 até os dias atuais.


Com a revolução de 30, que colocou Getúlio Vargas na Presidência da República do Brasil, foram
registradas mudanças no campo político. Destituídos os governantes, Getúlio Vargas colocou em cada estado
um governo provisório composto por três membros. Em Goiás, um deles foi o Dr. Pedro Ludovico Teixeira,
que, dias depois, foi no- meado interventor. O governo adotou como meta trazer o desenvolvimento para o
estado, resolver os problemas do transporte, da educação, da saúde e da exportação. Além disso, a revolução
de 30 em Goiás deu início à construção de Goiânia.

A construção de Goiânia
A mudança da capital de Goiás já havia sido pensada em governos anteriores, mas foi viabilizada
somente a partir da revolução de 30 e seus ideais de “progresso” e “desenvolvimento”. A região de Campinas
foi escolhida para ser o local onde se edificaria a nova capital por apresentar melhores condições
hidrográficas, topográficas, climáticas, e pela proximidade da estrada de ferro.
No dia 24 de outubro de 1933 foi lançada a pedra fundamental. Dois anos depois, em 07 de novembro
de 1935 foi iniciada a mudança provisória da nova capital. O nome “Goiânia”, sugerido pelo professor Alfredo
de Castro, foi escolhido em um concurso promovido pelo semanário “O Social”.
A transferência definitiva da nova capital, da Cidade de Goiás para Goiânia, se deu no dia 23 de março
de 1937, por meio do decreto 1.816. Em 05 de julho de 1942, quando foi realizado o “batismo cultural”,
Goiânia já contava com mais de 15 mil habitantes.
A partir de 1940, Goiás passa a crescer em ritmo acelerado também em virtude do desbravamento
do Mato Grosso Goiano, da campanha nacional de “Marcha para o Oeste” e da construção de Brasília. A
população do Esta- do se multiplicou, estimulada pela forte imigração, oriunda principalmente dos Estados
do Maranhão, Bahia e Minas Gerais. A urbanização foi provocada essencialmente pelo êxodo rural. Contudo,
a urbanização neste período não foi acompanhada de industrialização. A economia continuava
predominantemente baseada no setor primário (agricultura e pecuária) e continuava vigente o sistema
latifundiário.
A criação de Brasília

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A construção e a inauguração de Brasília, em 1960, como capital federal, foi um dos marcos deixados
na história do Brasil pelo governo Juscelino Kubitschek (1956- 1960). Essa mudança, visando um projeto
específico, bus- cava ampliar a integração nacional, mas JK, no entanto, não foi o primeiro a propô-la, assim
como Goiás nem sempre foi o lugar projetado para essa experiência.
As primeiras capitais do Brasil, Salvador e Rio de Janeiro, tiveram como característica fundamental o
fato de serem cidades litorâneas, explicado pelo modelo de ocupação e exploração empreendido pelos
portugueses anteriormente no continente africano e asiático. À medida que a importância econômica da
colônia aumentava para a manutenção do reino português, as incursões para o interior se tornavam mais
frequentes. A percepção da fragilidade em ter o centro administrativo próximo ao mar, no entanto, fez que
muitos intelectuais e políticos portugueses discutissem a transferência da capital da colônia – e até mesmo
do império – para regiões mais interiores do território. Um dos mais importantes apoiadores desse projeto
foi Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, em 1751.
A transferência também era uma das bandeiras de movimentos que questionavam o domínio
português, como a Inconfidência Mineira, ou de personagens que, após a independência do Brasil, desejavam
o fortalecimento da unidade do país e o desenvolvimento econômico das regiões interioranas, como o
Triângulo Mineiro ou o Planalto Central. Com a primeira constituição republicana (1891), a mudança ganhou
maior visibilidade e mais apoiadores, tanto que em seu 3º artigo havia determinação de posse pela União de
14.400 quilômetros quadrados na região central do país pra a futura instalação do Distrito Federal.

Décadas de 1970 e 1980


Durante o período do regime militar, as modificações na organização territorial dos estados ficaram
a cargo do Governo Central, e acabaram regidas por orientações políticas. Exemplos fortes disso foram a
fusão do Estado da Guanabara, pelo Rio de Janeiro (1975), e o desmembra- mento do Sul do Mato Grosso
(1977). Nesse contexto, o deputado federal Siqueira Campos iniciou uma campanha na Câmara onde pedia
a redivisão territorial da Amazônia Legal (com ênfase no norte goiano), uma vez que mesmo com
investimentos de projetos como o Polocentro e Polamazônia, o norte do estado ainda tinha fraco
desempenho econômico.
A campanha também foi apoiada por intelectuais, por meio do surgimento da Comissão de Estudos
do Norte Goiano (Conorte), em 1981, que promoveu debates públicos sobre o assunto em Goiânia. A
discussão pela divisão foi levada do nível estadual para o nível federal, onde a proposta foi rejeitada duas
vezes pelo presidente José Sarney (1985), sob a alegação do Estado ser inviável economicamente.
A mobilização popular e política da região norte fez com que o governador eleito de Goiás, em 1986,
Henrique Santillo, apoiasse a proposta de divisão, passando a ser grande articulador da questão. A efetivação
dessas articulações deu-se durante a Assembleia Constituinte, que elaborou a nova Constituição Nacional,
promulgada em 1988, e que contemplou a criação do Estado do Tocantins, efetivamente, a partir do dia 1º
de janeiro de 1989.

Movimento Separatista do Norte de Goiás e a criação do Tocantins


A ocupação da porção norte da província de Goiás era feita a medida em que se descobria ouro. Para
estimular o desenvolvimento dessa parte da província e melhorar a ação do governo e da justiça, foi proposta
a criação de uma nova comarca, a “Comarca do Norte” ou “Comarca de São João das Duas Barras”, por
Teotônio Segurado, ouvidor-geral de Goiás, em 1809.

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A proposta foi aceita por D. João VI e, em 1915, Teotônio Segurado se tornou ouvidor na Vila da
Palma, criada para ser a sede dessa nova Comarca. Com o retorno da Família Real para Portugal, as
movimentações pela independência do Brasil e a Revolução do Porto (em Portugal), Teotônio Segurado,
junto com outras lideranças declaram a separação da Comarca do Norte em relação ao sul da província,
criando-se a “Província do Norte”. Em 1823, é pedido o reconhecimento da divisão junto à corte no Rio de
Janeiro, mas esse reconhecimento foi negado, e houve a determinação para que houvesse a “reunificação”
do go- verno da província.
O padre Luiz Gonzaga Camargo Fleury ficou encarre- gado de desmobilizar com os grupos
autonomistas, que já estavam enfraquecidos por conflitos internos desde o afastamento de Teotônio
Segurado, ainda em 1821, como representante goiano junto as cortes em Portugal. Durante o período
imperial, outras propostas de divisão que contemplavam de alguma forma o norte de Goiás ainda foram
discutidas, como a do Visconde de Rio Branco e Adolfo Varnhagen.
Em 1988, foi aprovado pela Assembleia Nacional Constituinte o projeto de divisão territorial que
criou o Estado do Tocantins. A divisão partia do desmembramento da porção norte do Estado de Goiás, desde
aproximadamente o paralelo 13°, até a região do Bico do Papagaio, na divisa do Estado com o Pará e o
Maranhão.

Redemocratização
Nos últimos 30 anos, o Estado de Goiás passou por profundas transformações políticas, econômicas
e sociais. O fim da ditadura militar e o retorno da democracia para o cenário político foi representado pela
eleição de Iris Rezende para governador, em 1982.
Com as mudanças políticas e a maior participação popular, vinda com o advento da redemocratização
da vida política nacional, houve também uma maior exigência da sociedade em relação às práticas
administrativas. O governo de Goiás passou por várias “reformas administrativas” e outras iniciativas nesse
período, onde foram buscadas a melhoria da administração pública.

ASPECTOS DA HISTÓRIA SOCIAL DE GOIÁS: O POVOAMENTO BRANCO, OS GRUPOS INDÍGENAS, A


ESCRAVIDÃO E CULTURA NEGRA, OS MOVIMENTOS SOCIAIS NO CAMPO E A CULTURA POPULAR.

#APOSTACICLOS #VAICAIR #IMPORTANTE

Grupos indígenas
A ocupação do território de Goiás teve início há milhares de anos com registros arqueológicos mais
antigos datados de 11 mil anos atrás. A região de Serranópolis, Caiapônia e Bacia do Paranã reúne a maior
parte dos sítios arqueológicos distribuídos no Estado, abrigados em rochosos de arenito e quartzito e em
grutas de maciços calcários. Também há indícios da ocupação pré-histórica nos municípios de Uruaçu, em
um abrigo de micaxisto, e Niquelândia, cujo grande sítio superficial descoberto por pesquisadores da
Universidade Federal de Goiás (UFG) guarda abundante material lítico do homem Paranaíba. O homem
Paranaíba, por sinal, é o primeiro representante humano conhecido na área, cujo grupo caçador-coletor
possuía presença constante de artefatos plano-convexos, denominados “lesmas”, com poucas quantidades
de pontas de projéteis líticas.
Outro grupo caçador-coletor é o da Fase Serranópolis que influenciado por mudanças climáticas
passou a se alimentar de moluscos terrestres e dulcícolas e uma quantidade maior de frutos, além da caça e

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da pesca. Quando os bandeirantes chegaram a Goiás, este território, que atualmente forma os Estados de
Goiás e Tocantins, já era habitado por diversos grupos indígenas. Naquela época, ao verem suas terras
invadidas, muitos foram os que entraram em conflito com os bandeirantes e colonos, em lutas que
resultaram no massacre de milhares de indígenas, aldeamentos oficiais ou migração para outras regiões.
A maioria dos grupos que viviam em Goiás pertencia ao tronco linguístico Macro-Jê, família Jê (grupos
Akuen, Kayapó, Timbira e Karajá). Outros três grupos pertenciam ao tronco linguístico Tupi, família Tupi-
Guarani (Avá-Canoeiro, Tapirapé e Guajajara). A ausência de documentação confiável, no entanto, dificulta
precisar com exatidão a classificação linguística dos povos Goyá, Araé, krixá e Araxá.
Goyá
Segundo a tradição, os Goyá foram os primeiros índios que a expedição de Bartolomeu Bueno da
Silva Filho encontrou ao iniciar a exploração aurífera e foram eles, também, que indicaram o lugar – Arraial
do Ferreiro – no qual Bartolomeu Bueno estabeleceu seu primeiro arranchamento. Habitavam a região da
Serra Dourada, próximo a Vila Boa, e quatro décadas após o início do povoamento desapareceram daquela
região. Não se sabe ao certo seu destino e nem há registros sobre seu modo de vida ou sua língua.
Araé
Não há muitos registros a respeito dos Araé. Possivelmente teriam habitado a região do rio das
Mortes.
Krixá
Seus limites iam da região de krixás até a área do rio Tesouras. Como os Goyá, também
desapareceram no início da colonização do Estado e não se sabe ao certo seu destino, sua cultura e sua
língua.
Araxá
Habitavam o local onde se fundou a cidade de Araxá, que pertencia a Goiás e atualmente faz parte
do território de Minas Gerais.

Grupos africanos e afro-brasileiros


Ligados diretamente à história da ocupação do território brasileiro, os quilombos surgiram a partir
do início do ciclo da mineração no Brasil, quando a mão de obra escrava negra passou a ser utilizada nas
minas, especial- mente de ouro, espalhadas pelo interior do Brasil. Em Goiás, esse processo teve início com
a chegada de Bartolomeu Bueno da Silva, em 1722, nas minas dos Goyazes. Segundo relatos dos antigos
quilombolas, o trabalho na mineração era difícil e a condição de escravidão na qual viviam tornavam a vida
ainda mais dura. As fugas eram constantes e àqueles recapturados restavam castigos muito severos, o que
impelia-os a procurar refúgios em lugares cada vez mais isolados, dando origem aos quilombos.
Os Kalungas são os maiores representantes desses grupos em Goiás. Na língua banto, a palavra
kalunga significa lugar sagrado, de proteção, e foi nesse refúgio, localizado no norte da Chapada dos
Veadeiros, que os descendentes desses escravos se refugiaram passando a viver em relativo isolamento. Com
identidade e cultura próprias, os quilombolas construíram sua tradição em uma mistura de elementos
africanos, europeus e forte presença do catolicismo tradicional do meio rural.
A área ocupada pela comunidade Kalunga foi reconhecida pelo Governo do Estado de Goiás, desde
1991, como sítio histórico que abriga o Patrimônio Cultural Kalunga. Com mais de 230 mil hectares de
Cerrado protegido, abriga cerca de quatro mil pessoas em um território que estende pelos municípios de
Cavalcante, Monte Alegre e Teresina de Goiás. Seu patrimônio cultural celebra festas santas repletas de

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rituais cerimoniosos, como a Festa do Império e o Levantamento do mastro, que atraem turistas todos os
anos para a região.

Povoamento branco e os movimentos sociais do campo


A composição inicial da população de Goiás se deu por meio da convivência nem tão pacífica entre
os índios que aqui residiam e as levas de paulistas e portugueses que vinham em busca das riquezas minerais.
Estes por sua vez, trouxeram negros africanos à tira colo para o trabalho escravista, moldando a costumeira
tríade da miscigenação brasileira entre índios, negros e brancos, e todas as suas derivações. Entretanto, a
formação do cará- ter goiano vai além dessa visão simplista e adquiriu características especiais à medida que
o espaço físico do Estado passou a ser ocupado.
Até o início do século XIX, a maioria da população em Goiás era composta por negros. Os índios que
habitavam o Estado ou foram dizimados pelo ímpeto colonizador ou migraram para aldeamentos oficiais.
Segundo o recenseamento de 1804, o primeiro oficial, 85,9% dos goianos eram “pardos e pretos” e este perfil
continuou constante até a introdução das atividades agropecuárias na agenda econômica do Estado.
Havia no imaginário popular da época a ideia de ser- tão presente na constituição física do Estado. O
termo, no entanto, remeteria a duas possibilidades distintas de significação: assim como na África,
representava o vazio, isolado e atrasado, mas que por outro lado se apresentava como desafio a ser
conquistado pela ocupação territorial.
Essa ocupação viria acompanhada predominantemente pela domesticação do sertão segundo um
modelo de trabalho familiar, cujo personagem principal, o sertanejo, assumiu para si a responsabilidade da
construção do país, da ocupação das fronteiras e, por seguinte, da Marcha para o Oeste impulsionadora do
desenvolvimento brasileiro. Registros da época dão conta de processos migratórios ao longo do século XIX e
metade do século XX, com correntes migratórias de Minas Gerais, Bahia, Maranhão e Pará, resultando em
uma ampla mestiçagem na caracterização do personagem sertanejo.
O sertanejo, aí, habitante do vazio e isolado sertão, tinha uma vida social singela e pobre de
acontecimentos. O calendário litúrgico e a chegada de tropas e boiadas traziam as únicas novidades pelas
bocas de cristãos e masca- tes. Nessa época, a significação da vida estava diretamente ligada ao campo e
dele resultaram, segundo as atividades registradas nos arraias, o militar, o jagunço, o funcionário público, o
comerciante e o garimpeiro.

A cultura popular
O desenrolar da história de Goiás propiciou o apareci- mento de diversas atividades culturais no
Estado, das quais originaram legítimas manifestações do folclore goiano. Apesar de boa parte delas estar
relacionada ao legado religioso introduzido pelos portugueses, o movimento cultural que floresceu no Estado
agregou tradições indígenas, africanas e europeias de maneira a abrigar um sincretismo não apenas religioso,
mas de tradições, ritmos e manifestações que tornaram a cultura goiana um mix de sensações que vão da
batida do tambor da Congada e dos mantras entoados nas orações ao Divino, até a cadência da viola
sertaneja ou o samba e o rock que por aqui também fizeram morada.
As Cavalhadas talvez sejam uma das manifestações populares mais dinâmicas e expressivas do Estado
de Goiás. A encenação épica da luta entre mouros e cristãos na Península Ibérica é apresentada
tradicionalmente por diversas cidades goianas, tendo seu ápice no município de Pirenópolis, quinze dias após
a realização da Festa do Divino. Toda a cidade se prepara para a apresentação, travestida no esforço popular
em carregar o estandarte que representa sua milícia. O azul cristão trava a batalha contra o rubro mouro,

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ornados ambos de luxuosos mantos, plumas, pedras incrustadas e elmos metálicos, desenhando, por
conseguinte, símbolos da cristandade como o peixe ou a pomba branca – símbolo do Divino – e do lado
muçulmano o dragão e a lua crescente. Paralelamente, os mascarados quebram a solenidade junto ao
público, introduzindo o sarcástico e profano, em meio a um dos maiores espetáculos do Centro-Oeste.
As Congadas dão outro show à parte. Realizadas tradicionalmente no município de Catalão, reúnem
milhares de pessoas no desenrolar do desfile dos ternos de Congo que homenageiam o escravo Chico Rei e
sua luta pela libertação de seus companheiros, com o bônus da devoção à Nossa Senhora do Rosário. Ao
toque de três apitos, os generais dão início às batidas de percussão dos mais de 20 ternos que se revezam
entre Catupés-Cacunda, Vilão, Moçambiques, Penacho e Congos, cada qual com suas cores em cerca de dez
dias de muita festa.

A raiz e o sertanejo
Nem só de manifestações religiosas vive a tradicional cultura goiana. Uma dança bastante antiga e
muito representativa do Estado também faz as vezes em apresentar Goiás aos olhos dos visitantes. A Catira
que tem seus primeiros registros desde o tempo colonial não tem origem certeira. Há relatos de caráter
europeu, africano e até mesmo indígena, com resquícios do processo catequizador como forma de introduzir
cantos cristãos na possível dança indígena. No entanto, seu modo de reprodução compassado entre batidas
de mãos e pés, permeados por cantigas de violeiros perfaz a beleza cadenciada pela dança.
A viola, aliás, está presente em boa parte do cancioneiro popular goiano, especialmente nos gêneros caipira
e sertanejo, que em conjunto com sanfonas e gaitas têm sido bastante divulgados, geralmente por duplas
de cantores. Diferenças, no entanto, podem ser notadas quanto à temática, uma vez que o sertanejo tem
se apresentado majoritariamente enquanto produto da indústria cultural e a música de raiz ou caipira se
inspirado nas belezas do campo e do cotidiano do sertanejo.

LEI ORGÂNICA DA POLÍCIA CIVIL DO GOIÁS (16.901/10)

FUNDAMENTOS:
Art. 2º A Polícia Civil, órgão permanente do Estado de Goiás, vinculada à Secretaria da Segurança Pública,
essencial à segurança pública e à defesa das instituições democráticas e fundada na promoção da cidadania,
da dignidade humana e dos direitos e garantias fundamentais, tem por finalidade a preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.
Parágrafo único. A Polícia Civil é órgão integrante do Sistema Único de Segurança Pública –SUSP–.

PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS:
Art. 3º São princípios institucionais da Polícia Civil:
I – proteção dos direitos humanos;
II – participação e interação comunitária;
III – resolução pacífica de conflitos;
IV – uso proporcional da força; #APOSTACICLOS
V – eficiência na repressão das infrações penais; #APOSTACICLOS
VI – indivisibilidade da investigação policial;
VII – indelegabilidade das atribuições funcionais;
VIII – hierarquia e disciplina funcionais;
IX – atuação técnico-científica e imparcial na condução da atividade investigativa. #APOSTACICLOS

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Parágrafo único. No conceito de atuação técnico-científica não se compreende o exercício de perícia


oficial.

DIRETRIZES:
Art. 4º A atuação da Polícia Civil deverá atender às seguintes diretrizes:
I – atendimento imediato ao cidadão;
II – planejamento estratégico e sistêmico;
III – integração com os outros órgãos do sistema de segurança pública, as demais instituições do poder
público e a
comunidade;
IV – distribuição proporcional do efetivo policial; #APOSTACICLOS
V – interdisciplinaridade da ação investigativa;
VI – cooperação técnico-científica na investigação policial;
VII – uniformidade de procedimentos;
VIII – prevalência da competência territorial na atuação policial; #APOSTACICLOS
IX – complementaridade da atuação policial especializada;
X – desburocratização das atividades policiais;
XI – cooperação e compartilhamento de experiências;
XII – utilização de sistema integrado de informações e de dados disponíveis;
XIII – capacitação fundamentada nas regras e nos procedimentos do SUSP, com ênfase em direitos
humanos.

COMPETÊNCIAS:
Art. 5º Compete à Polícia Civil:
I – exercer, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e apurar as infrações
penais, exceto as militares; #APOSTACICLOS
II – planejar, coordenar, dirigir e executar as ações de polícia judiciária e de apuração de infrações
penais, que consistem na produção e na realização de inquérito policial e de outros atos formais de
investigações;
III – cumprir mandados de prisão e de busca domiciliar, bem como outras ordens expedidas pela
autoridade judiciária competente, no âmbito de suas atribuições;
IV – preservar locais, apreender instrumentos, materiais e produtos de infração penal, bem como
requisitar perícia oficial e exames complementares; #APOSTACICLOS
V – organizar e realizar ações de inteligência, destinadas ao exercício das funções da polícia judiciária e
à apuração de infrações penais, na esfera de sua competência;
VI – realizar correições e inspeções, em caráter permanente ou extraordinário, na esfera de sua
competência;
VII – organizar e realizar pesquisas técnico-científicas relacionadas com as funções de polícia judiciária
e com a apuração de infrações penais;
VIII – elaborar estudos e promover a organização e o tratamento de dados e informações indispensáveis
ao exercício de suas funções;
IX – estimular e participar do processo de integração dos bancos de dados existentes no âmbito dos
órgãos do SUSP;

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X – manter, na apuração das infrações penais, o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo
interesse da sociedade;
XI – propor ao Secretário da Segurança Pública o planejamento e a programação dos investimentos da
Polícia Civil;
XII – coordenar, controlar, orientar e exercer as atividades de polícia judiciária, a cargo das delegacias
de polícia, excetuando-se a competência da Polícia Federal, bem como executar em todo o Estado as
atividades de repressão da criminalidade, ressalvadas as atribuições da Polícia Militar;
XIII – propor ao Secretário da Segurança Pública a ampliação do aparelho policial nas áreas em que
ocorrer aumento da criminalidade;
XIV – formar e treinar permanentemente os policiais civis;
XV – articular-se com a Polícia Militar e com os demais órgãos da Secretaria da Segurança Pública, do
Departamento de Polícia Federal e das Forças Armadas, a fim de colaborar na defesa e na segurança do
Estado e das instituições;
XVI – manter atualizados:
a) os arquivos sobre mandados de prisão e documentos correlatos;
b) o cadastro de fotografias de criminosos procurados, providenciando, sempre que necessário,
sua divulgação pelos meios cabíveis;
c) as estatísticas sobre crimes e contravenções.

SÍMBOLOS: #IMPORTANTE #COMUMEMPROVA #DELTASABE


Art. 7º São símbolos oficiais da Polícia Civil o hino, a bandeira, o brasão e o distintivo, conforme os
modelos estabelecidos por ato do Chefe do Poder Executivo, mediante proposta do Secretário da
Segurança Pública, ouvida a direção da Polícia Civil.

HINO
BANDEIRA
BRASÃO
DISTINTIVO

DISCIPLINA E HIERARQUIA:
São fundamentos do EXERCÍCIO DA FUNÇÃO POLICIAL. O art. 8° estabelece uma precedência interna de
hierarquia comum nas Leis Orgânicas de Policiais Civis do Brasil... porém, ela prevê tais precedências,
no artigo, como “exceção”. Fiquem atentos aos termos:

Art. 8º O exercício da função policial, por suas características e finalidades, fundamenta-se nos princípios
da hierarquia e da disciplina, exceto em relação aos atos de autoridades próprios da atividade-fim, e no
cumprimento de leis, regulamentos e normas de serviço de acordo com os preceitos abaixo:
I – a hierarquia da função prevalecerá sobre a hierarquia do cargo, na forma desta Lei;
II – a precedência entre os integrantes das Classes dos Quadros de Pessoal da Polícia Civil será
estabelecida pela subordinação funcional.

EXCEÇÃO À INCOMPATIBILIDADE COM OUTRA ATIVIDADE:

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Ciclos Método

Art. 9º A função policial é incompatível com qualquer outra atividade, salvo, no caso daquela de natureza
técnico-científica, com o exercício de um cargo de professor, privado ou público, respeitada a
compatibilidade de horários entre este e o regime de trabalho definido nesta Lei.

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL:
Art. 10. A Polícia Civil tem a seguinte estrutura organizacional básica:
I – Direção e Assessoramento Superior;
II – Execução Estratégica;
III – Execução Tática;
IV – Execução Operativa.

Art. 11. São unidades de Direção Superior da Polícia Civil:


I – Gabinete do Delegado-Geral da Polícia Civil; II – Conselho Superior da Polícia Civil.
Parágrafo único. As unidades de Direção Superior têm por finalidade a proposição, a deliberação e a
definição das políticas de caráter institucional. Parágrafo único. As unidades de Assessoramento
Superior têm por finalidade a assistência administrativa, financeira, técnico-científica, doutrinária,
jurídico-policial e de planejamento, nos âmbitos estratégico, tático e operacional.
SUPERIOR
DIREÇÃO

Gabinete do Delegado-Geral da
Polícia Civil

Conselho Superior da Polícia Civil

Art. 12. São unidades de Assessoramento Superior:


I – Adjuntoria-Geral;
II – Gerência de Administração e Finanças;
III – Assessoria Técnico-Policial.
Parágrafo único. As unidades de Assessoramento Superior têm por finalidade a assistência
administrativa, financeira, técnico-científica, doutrinária, jurídico-policial e de planejamento, nos
âmbitos estratégico, tático e operacional.

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Ciclos Método

ASSESSORAMENTO Adjuntoria-Geral

SUPERIOR Gerência da Adminsitração e


Finanças

Assessoria Técnico-policial

Art. 13. É unidade de Execução Estratégica o Departamento de Polícia Judiciária, que tem por finalidade
as ações de polícia judiciária e investigações.
ESTRATÉGICA
EXECUÇÃO

Departamento de Polícia
Judiciária

Art. 14. São unidades de Execução Tática:


I – as Delegacias Regionais de Polícia, no âmbito de polícia territorial;
II – a Gerência de Planejamento Operacional, no âmbito de polícia especializada.
Parágrafo único. As unidades de Execução Tática têm por finalidade a coordenação e o comando das
unidades operativas.

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Ciclos Método

EXECUÇÃO
TÁTICA Delegacias Regionais de Polícia (polícia
territorial)

Gerência de Planejamento Operacional


(polícia especializada)

Art. 15. São unidades de Execução Operativa:


I – no âmbito de polícia territorial:
a) Delegacias de Polícia Distritais;
b) Delegacias de Polícia Municipais;
II – no âmbito de polícia especializada:
a) Delegacias de Polícia Especializadas Estaduais;
b) Delegacias de Polícia Especializadas Municipais.
Parágrafo único. As unidades de Execução Operativa têm por finalidade o exercício das funções de polícia
judiciária e a investigação policial.
OPERATIVA
EXECUÇÃO

NO ÂMBITO DA POLÍCIA TERRITORIAL:


I - DELEGACIAS DE POLÍCIA DISTRITAIS
II - DELEGACIAS DE POLÍCIA MUNICIAPAIS

NO ÂMBITO DE POLÍCIA ESPECIALIZADA:


I - DELEGACIAS DE POLÍCIA ESPCIALIZADAS ESTADUAIS
II - DELEGACIAS DE POLÍCIA ESPECIALIZADAS MUNICIPAIS

DELEGADO-GERAL DA POLÍCIA CIVIL:


QUEM É? É o Chefe da Polícia Civil.
COMO É ESCOLHIDO? Dentre integrantes da carreira de delegado de polícia civil, COM
OBSERVÂNCIA DA HIERARQUIA.
ATRIBUIÇÕES:
Art. 19. São atribuições do Delegado-Geral da Polícia Civil:

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Ciclos Método

I – exercer a direção geral, o planejamento institucional e a administração superior, por meio de


supervisão, coordenação, controle e fiscalização das funções da Polícia Civil; #APOSTACICLOS
II – presidir o Conselho Superior da Polícia Civil;
III – indicar ou prover, mediante delegação expressa do Chefe do Poder Executivo, os cargos em comissão dos
quadros de pessoal da Polícia Civil, observada a legislação em vigor;
IV – promover a movimentação de policiais civis, observadas as disposições legais;
V – autorizar o policial civil a afastar-se da respectiva unidade federativa, em serviço e dentro do País;
VI – determinar a instauração de processo administrativo disciplinar e/ou sindicância policial;
VII – avocar, excepcional e fundamentadamente, em caso de irregularidade, inquéritos policiais e outros
procedimentos para redistribuição;
VIII – suspender porte de arma de policial civil por recomendação médica, ou como medida cautelar àquele
a quem se atribui a prática de infração disciplinar e/ou penal; #APOSTACICLOS
IX – decidir, em grau de recurso, sobre instauração de inquérito policial ou de outros procedimentos formais;
X – editar atos normativos para consecução das funções de competência da Polícia Civil;
XI – praticar os demais atos necessários à administração da Polícia Civil, nos termos da legislação.

XII – compor, convocar e presidir o Conselho Diretor do Fundo Especial de Apoio ao Combate à Lavagem de
Capitais e às Organizações Criminosas –FESACOC– da Polícia Civil do Estado de Goiás.
Parágrafo único. No caso de suspensão do porte de arma por infração disciplinar e/ou penal, nos termos
do inciso VIII deste artigo, o Delegado-Geral da Polícia Civil deverá determinar, concomitantemente, a
instauração de procedimento administrativo disciplinar e/ou criminal

#RESUMEAÍPROF #APOSTACICLOS SUSPENSÃO DO PORTE DE ARMA


I) Por recomendação médica;
II) Como medita cautelar durante investigação de infração disciplinar ou penal.
A SUSPENSÃO DEVERÁ SER DETERMINADA CONCOMITANTEMENTE COM A INSTAURAÇÃO DE
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR E/OU CRIMINAL.

CONSELHO SUPERIOR DA POLÍCIA CIVIL:


O QUE É? Órgão colegiado consultivo, normativo e deliberativo da Polícia Civil, tem por finalidade
propor, opinar e deliberar sobre matérias relacionadas com a administração superior da Polícia Civil.

COMPOSIÇÃO:
I – Delegado-Geral da Polícia Civil;
II – Delegado-Geral Adjunto da Polícia Civil;
III – Chefe do Departamento de Polícia Judiciária;
IV – Gerente de Administração e Finanças da Polícia Civil;
V – Gerente da Assessoria Técnico-Policial;
VI – Gerente de Correições e Disciplina da Polícia Civil da Corregedoria-Geral de Polícia da Secretaria da
Segurança Pública;
VII – Gerente de Ensino da Polícia Civil da Superintendência da Academia Estadual de Segurança Pública da
Secretaria da Segurança Pública;

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Ciclos Método

VIII – Gerente de Operações de Inteligência da Polícia Civil da Superintendência de Inteligência da Secretaria


da Segurança Pública.

OBS: Os presidentes ou representantes das entidades de classe das categorias policiais poderão ser
convidados, a critério do Presidente do Conselho, a assistir, em caso de recurso das categorias que
representam, às reuniões do Conselho Superior da Polícia Civil.

QUEM PRESIDE? O Conselho Superior da Polícia Civil será presidido pelo Delegado-Geral da Polícia
Civil e terá por Vice-Presidente o Delegado-Geral Adjunto.
PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES:
Art. 28. São atribuições do Presidente:
I – dirigir, supervisionar e avaliar as atividades do Conselho;
II – presidir reuniões;
III – convocar reuniões extraordinárias;
IV – distribuir processos e outras matérias entre os Conselheiros para exames e relatórios;
V – indicar os nomes dos componentes das Comissões de Promoção, compostas por servidores da Polícia Civil,
que serão designados pelo Titular desta, condicionada sua validade e eficácia ao referendo do Secretário da
Segurança Pública;
VI – dar vista do relatório das matérias divergentes aos membros do Conselho, mediante voto em separado;
VII – encaminhar ao Secretário da Segurança Pública e a outras autoridades, quando for o caso, a súmula dos
votos proferidos em processos examinados pelo Conselho;
VIII – convocar servidores da Polícia Civil para prestar esclarecimentos ou informações de assuntos a respeito
dos quais o Conselho tenha que deliberar.

COMPETÊNCIAS:
Art. 21. Compete ao Conselho Superior da Polícia Civil:
I – velar pela perfeita exação e eficiência dos serviços da Polícia Civil e de seus integrantes;
II – indicar medidas que busquem o constante aperfeiçoamento dos serviços policiais, objetivando o
aprimoramento da instituição e a eficiente atividade de manutenção e preservação da segurança e da
ordem pública no território estadual;
III – proferir suas decisões, fundamentadas, no prazo de 15 (quinze) dias; #APOSTACICLOS
IV – sugerir a realização de correições extraordinárias;
V – declarar o impedimento à promoção dos servidores que estiverem cumprindo pena disciplinar ou
criminal, bem como daqueles que estiverem sendo processados disciplinar ou criminalmente pela prática
de infração contra a Administração Pública ou o patrimônio, mas, nestes casos, depois de decisão
fundamentada de 2/3 (dois terços) de seus membros;
VI – conhecer e decidir sobre recursos relativos às listas de promoção;
VII – manifestar-se sobre lista de promoção por antiguidade ou merecimento;
VIII – apreciar e homologar os nomes das autoridades e/ou dos policiais indicados pelo Delegado-Geral da
Polícia Civil para serem agraciados com a concessão das medalhas instituídas pela Lei nº 11.781, de 28 de
julho de 1992, e regulamentada pelo Decreto nº 4.784, de 25 de abril de 1997;

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Ciclos Método

IX – analisar, avaliar e deliberar sobre os movimentos e conflitos sociais que de alguma forma possam afetar
a segurança e a ordem pública, inclusive movimentos reivindicatórios classistas, internos e externos,
propondo soluções;
X – decidir, em grau de recurso, as condições essenciais de merecimento dos servidores da Polícia Civil;
XI – aferir e deliberar acerca das condições essenciais de merecimento, sob o aspecto positivo, mantendo ou
alterando a média das notas lançadas pelos chefes imediato e mediato.

REUNIÕES: #APOSTACICLOS
I – ORDINÁRIAS: Uma vez por mês, PREFERENCIALMENTE às terças-férias;
II – EXTRAORDINÁRIAS: Por convocação do Presidente ou em decorrência do requerimento de 2/3 dos
membros.
OBS: PARA REALIZAÇÃO DE REUNIÃO É EXIGIDO O QUÓRUM MÍNIMO DE 2/3 DE MEMBROS DO
CONSELHO PRESENTES
OBS: AS DECISÕES SERÃO TOMADAS PELA MAIORIA ABSOLUTA DOS MEMBROS

#IMPORTANTE
ADJUNTORIA-GERAL DA POLÍCIA CIVIL
Art. 33. A Adjuntoria-Geral, unidade de Assessoramento Superior, tem por finalidade a assistência geral,
nos âmbitos estratégico, tático e operacional.

Art. 34. São atribuições do Delegado-Geral Adjunto:


I – assessorar e assistir o Delegado-Geral no desempenho de suas atribuições e compromissos oficiais;
II – dirigir todo o serviço de administração do Gabinete do Delegado-Geral, distribuindo, entre seus
funcionários, o expediente e as demais tarefas que lhes competem;
III – organizar e coordenar a agenda do Delegado-Geral;
IV – transmitir as ordens e divulgar os despachos do Delegado-Geral;
V – coordenar a elaboração dos expedientes e das correspondências a serem assinados e encaminhados
pelo Delegado-
Geral;
VI – coordenar e orientar a execução dos trabalhos a cargo do pessoal do Gabinete;
VII – atender as pessoas que procurem o Gabinete, orientando-as e prestando-lhes as informações e os
esclarecimentos necessários, encaminhando-as, quando for o caso, à audiência com o Delegado-Geral;
VIII – exercer a função de membro-secretário do Conselho Superior da Polícia Civil; IX – substituir o
Delegado-Geral em suas ausências e impedimentos;
X – instaurar e julgar processos de responsabilização de que trata o art. 8º da Lei nº 18.672, de 13 de
novembro de 2014. - Acrescido pela Lei nº 21.256, de 21-03-2022.
#NOVIDADELEGISLATIVA #APOSTACICLOS
Vejamos o referido artigo 8°: Art. 8º A instauração e o julgamento de processo administrativo para
apuração da responsabilidade de pessoa jurídica cabem à autoridade imediatamente inferior ao titular
de cada órgão ou entidade dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, Tribunais de Contas do Estado
e dos Municípios, Ministério Público Estadual e Defensoria Pública Estadual, que agirá de ofício ou
mediante provocação, observados o contraditório e a ampla defesa. Parágrafo único. A competência para

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Ciclos Método

a instauração e o julgamento do processo administrativo de apuração de responsabilidade da pessoa


jurídica não poderá ser delegada.

DELEGACIAS REGIONAIS DE POLÍCIA:


Art. 41. As Delegacias Regionais de Polícia, unidades de Execução Tática, subordinadas diretamente ao
Departamento de Polícia Judiciária, têm, dentro dos limites de suas circunscrições, por finalidade, a
coordenação e o comando das unidades operativas territoriais.

Art. 42. São atribuições do Delegado Regional de Polícia:


I – acionar, orientar, coordenar e fiscalizar as atividades das Delegacias de Polícia Distritais, Municipais
e Especializadas Municipais, na área de sua competência;
II – apresentar, mensal e anualmente, relatório de suas atividades, bem como dados estatísticos dos
trabalhos realizados pelas unidades a ele subordinadas e encaminhá-los ao Departamento de Polícia
Judiciária, para os devidos fins.

UNIDADES POLICIAIS: As Delegacias de Polícia Civil, distritais, municipais e especializadas municipais, são
unidades diretamente subordinadas às respectivas delegacias regionais, com competência para a execução
de suas atividades-fim de polícia judiciária e administrativa, nos termos da legislação em vigor e de outros
atos normativos que vierem a dispor sobre a matéria.

#IMPORTANTE as Delegacias de Polícia ESPECIALIZADAS estaduais são diretamente subordinadas ao


DEPARTAMENTO DE POLÍCIA JUDICIÁRIA.

CHEFE DE CARTÓRIO E CHEFE DE INVESTIGAÇÃO:


Art. 47. Cada Delegacia de Polícia terá 01 (um) Chefe de Cartório e 01 (um) Chefe de Investigação, indicados
pela autoridade policial da referida delegacia, designados pelo Delegado Regional de Polícia, escolhidos entre
os ocupantes dos cargos, respectivamente, de Escrivão de Polícia e de Agente de Polícia da Classe Especial.
§ 1º Inexistindo Agentes e Escrivães da Classe referida no caput deste artigo, a escolha será realizada pelo
critério de antiguidade.
§ 2º Nas licenças e afastamentos temporários do chefe de investigação e do Chefe de Cartório, a autoridade
policial indicará um substituto, cuja designação será feita pelo Delegado Regional de Polícia, a ser escolhido
dentre os servidores lotados na mesma Unidade Policial.
§ 3º Compete ao Chefe de Cartório, afora as atribuições pertinentes a seu cargo efetivo:
I – sugerir ao Delegado Titular da Unidade Policial as atividades a serem distribuídas entre os Escrivães, de
acordo com o
perfil apresentado;
II – manter, sob seu controle, toda a escrituração dos livros pertencentes ao Cartório da Unidade Policial,
mediante controle e saída de documentos;
III – ter em depósito exclusivo os valores das fianças fixadas pela autoridade policial, bem como objetos,
valores e coisas apreendidos no curso de procedimentos policiais, acondicionando-os em mobiliário
adequado, de cuja chave somente o Delegado Titular da Unidade Policial terá uma cópia;
IV – manter atualizadas as anotações de controle de inquéritos, procedimentos, processos e boletins;

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Ciclos Método

V – proibir a entrada e permanência de pessoas estranhas no Cartório da Unidade Policial, para a salvaguarda
dos documentos policiais sob sua responsabilidade.
§ 4º Compete ao Chefe de Investigação, afora as atribuições pertinentes a seu cargo efetivo:
I – sugerir ao Delegado Titular da Unidade Policial as atividades a serem distribuídas entre os Investigadores,
de acordo com o perfil apresentado;
II – comandar o Setor de Investigação, implementando medidas que levem à celeridade das atividades;
III – gerenciar o atendimento ao público e o registro de ocorrências criminais e operacionais, como também
o encaminhamento de providências;
IV – organizar a ordem de cumprimento de mandados e de ordens de serviços expedidos pela Autoridade
Policial ou Judiciária competente;
V – comunicar, imediatamente e por escrito, ao Delegado Titular qualquer irregularidade e ilegalidade de que
tome conhecimento no âmbito da Unidade Policial.

SERVIDORES DA POLÍCIA CIVIL (TODOS DE NÍVEL SUPERIOR):


DELEGADO DE POLÍCIA (EXCLUSIVO DE BACHAREL EM DIREITO)
ESCRIVÃO DE POLÍCIA
AGENTE DE POLÍCIA
PAPILOSCOPISTA POLICIAL

ATRIBUIÇÕES DO DELEGADO DE POLÍCIA: Nem precisa explicar por que vocês precisam #COLARNARETINA,
né?
Art. 49. São atribuições dos titulares dos cargos de Delegado de Polícia:
I – instaurar e presidir, com exclusividade, inquéritos policiais, termos circunstanciados de ocorrência e outros
procedimentos policiais legais para a apuração de infração penal ou ato infracional;
II – exercer atribuições previstas na legislação processual penal de competência da autoridade policial;
III – dirigir, coordenar, supervisionar e fiscalizar as atividades logísticas e finalísticas da unidade sob sua
direção;
IV – determinar intimações e, em caso de não-comparecimento injustificado, condução coercitiva;
V – requisitar a realização de exames periciais e complementares, destinados a colher e resguardar indícios
ou provas da ocorrência de infrações penais ou de quaisquer outros exames que julgar imprescindíveis à
elucidação do fato investigado;
VI – representar à autoridade judiciária competente pela decretação de prisões e medidas cautelares e pela
concessão de mandados de busca e apreensão domiciliar;
VII – fazer realizar as diligências requisitadas pelo Juízo Penal ou pelo representante do Ministério Público;
VIII – fazer cumprir mandados de prisão expedidos pela autoridade judiciária;
IX – conceder liberdade provisória mediante fiança, arbitrando-a nos termos da lei processual penal;
X – adotar medidas necessárias ao controle da criminalidade;
XI – atender o público, encaminhando providências e determinando o registro de ocorrências policiais;
XII – orientar equipes subordinadas, visando à coordenação, ao controle e ao desenvolvimento técnico do
trabalho policial;
XIII – dirigir-se, quando possível, aos locais de crime, ou determinar quem o faça, providenciando para que
não se alterem, enquanto necessário, o estado e a conservação das coisas, supervisionando todos os atos;
XIV – cumprir e fazer cumprir as ordens, normas e instruções emanadas de superior hierárquico;

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Ciclos Método

XV – fornecer a seus subordinados ordem de serviço, por escrito, das ações que a eles determinar.

DAS CARREIRAS:
DELEGADO DE POLÍCIA (DA MAIOR PARA MENOR HIERARQUIA):

Delegado de Polícia da Classe Especial;

Delegado de Polícia da 1ª Classe;

Delegado de Polícia da 2ª Classe;

Delegado de Polícia Substituto;

ESCRIVÃO DE POLÍCIA (DA MAIOR PARA MENOR HIERARQUIA):


Escrivão de Polícia da Classe Especial;
Escrivão de Polícia da 1ª Classe;
Escrivão de Polícia da 2ª Classe;
Escrivão de Polícia da 3ª Classe;

#PERCEBA: O primeiro nível da carreira de Delegado de Polícia é DELEGADO DE POLÍCIA


SUBSTITUTO, e o de escrivão é ESCRIVÃO DE POLÍCIA DA 3° CLASSE.

OBS: As carreiras de agente e papiloscopista são iguais a de escrivão.

OBS: A INVESTIDURA OCORRE COM A POSSE.

GARANTIAS E PRERROGATIVAS:
SERVIDOR Art. 61. Além das garantias asseguradas pela Constituição Federal, o servidor
POLICIAL CIVIL policial civil gozará das seguintes prerrogativas:
I – receber tratamento compatível com o nível do cargo desempenhado;
II – ter a prioridade nos serviços de transporte e comunicação, públicos e privados,
quando em missão de caráter urgente, podendo requisitá-los, se necessário,
respeitadas as prerrogativas das demais carreiras;
III – livre acesso a locais públicos ou particulares que necessitem de intervenção
policial, na forma da legislação e respeitada a hierarquia administrativa;
IV – não ser preso, senão por ordem judicial escrita, ou em flagrante delito, casos
em que a autoridade fará, no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas, a
comunicação e a apresentação do policial ao Delegado-Geral da Polícia Civil, sob
pena de responsabilidade; #APOSTACICLOS
V – possuir carteira de identificação funcional, com fé pública, válida em todo o
território nacional, inclusive como documento de identidade civil;
VI – ser recolhido em dependência ou cela especial, quando sujeito a qualquer
modalidade de prisão.

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Ciclos Método

§ 1º As garantias e prerrogativas previstas nesta Lei não excluem as que sejam


estabelecidas em outros instrumentos legais.
§ 2º As garantias e prerrogativas dos membros da Polícia Civil são inerentes
ao exercício de suas funções e irrenunciáveis.
DO DELEGADO DE Art. 59. São garantias dos Delegados de Polícia:
POLÍCIA I – a independência funcional no desempenho de suas atribuições;
II – a irredutibilidade de subsídio;
III – a estabilidade, após a confirmação no cargo, na forma da lei;
IV – não ser constrangido por qualquer modo ou forma a agir em desconformidade
com a sua consciência ético-jurídico- profissional;
V – requisitar, sempre que necessário, auxílio e colaboração das autoridades
públicas para o exercício de suas atribuições, respeitada a legislação de cada
órgão ou categoria requisitados; #APOSTACICLOS
VI – requisitar das autoridades competentes certidões, informações e diligências
necessárias ao desempenho de suas funções;
VII – ingressar livremente em qualquer edifício ou recinto onde funcione repartição
pública do Estado e ter acesso a documentos e informações úteis ao exercício da
atividade funcional, respeitada a hierarquia administrativa;
VIII – ser removido de ofício apenas em face da necessidade do serviço, definida
em ato motivado do Delegado-Geral da Polícia Civil, com aprovação de 2/3 (dois
terços) do Conselho Superior da Polícia Civil.
#APOSTACICLOS #REMOÇÃODODELEGADO
DOS ESCRIVÃES, Art. 60. São garantias dos Escrivães de Polícia, Agentes de Polícia e Papiloscopistas
AGENTES E Policiais: a irredutibilidade de subsídio;
PAPILOSCOPISTAS II – a estabilidade, após a confirmação no cargo, na forma da lei;
III – não ser constrangido por qualquer modo ou forma a agir em desconformidade
com a sua consciência ético-jurídico-profissional;
IV – requisitar, sempre que necessário, auxílio e colaboração das autoridades
públicas para o exercício de suas atribuições, respeitada a legislação de cada órgão
ou categoria requisitados.

SUSPEITA DE PRÁTICA DE CRIME POR POLICIAL CIVIL: #IMPORTANTE #APOSTACICLOS


Art. 62. Quando, no curso de investigação policial, houver indícios de prática de ilícito penal atribuído a
policial civil, a autoridade competente remeterá, imediatamente, cópia do procedimento ao Gerente de
Correições e Disciplina da Polícia Civil, que deverá efetivar as providências cabíveis para a instauração de
sindicância ou processo administrativo disciplinar, sob pena de responsabilidade.

SOBRE A ENTREGA DA ARMA DE FOGO: #IMPORTANTE #APOSTACICLOS


Art. 64. O policial civil não deverá entregar sua arma e respectiva munição a qualquer pessoa ou autoridade,
pública ou privada, sob pena de responsabilidade, salvo nas seguintes hipóteses em que:
I – esteja submetido a estado de flagrante delito;
II – receba ordem de autoridade pública competente, quando o motivo o autorize;

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Ciclos Método

III – compareça a audiência judicial ou correcional, a critério do juiz competente, da autoridade corregedora,
sindicante ou processante;
IV – receba ordem fundamentada de autoridade corregedora, sindicante ou processante.

CARGA HORÁRIA:
Art. 65. O servidor policial civil está sujeito ao regime de trabalho de 40 (quarenta) horas semanais, sendo de
8 (oito) horas diárias, a serem prestadas, preferencialmente, de segunda a sexta-feira, em dois turnos das 8
(oito) às 12 (doze) e das 14 (quatorze) às 18 (dezoito) horas.

Art. 66. O servidor policial civil que tenha em sua companhia filho portador de deficiência, necessitado de
cuidados especiais, devidamente comprovados por laudo oficial, está sujeito à jornada de trabalho de 6
(seis) horas diárias ininterruptas.

DEVERES DO POLICIAL CIVIL:


Art. 67. São deveres do servidor policial civil, além daqueles inerentes aos demais servidores públicos:
I – observar as normas legais e regulamentares;
II – zelar pela dignidade da função policial;
III – cumprir ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
IV – observar disciplina e hierarquia;
V – ter conduta pública irrepreensível;
VI – levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo;
VII – frequentar com assiduidade, para fins de aperfeiçoamento e atualização de conhecimentos
profissionais, os cursos instituídos periodicamente pela Gerência de Ensino da Polícia Civil ou estabelecimento
congênere, em que haja sido efetivamente matriculado;
VIII – atender com zelo e presteza:
a) o público em geral, prestando informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
b) a requerimento de expedição de certidões para defesa de direito ou esclarecimento de situações de
interesse pessoal;
c) a requisições para a defesa da Fazenda Pública;
d) aos serviços a seu cargo e aos que, na forma da lei, lhe sejam atribuídos;
IX – zelar pela economia do material e pela conservação do patrimônio público;
X – não utilizar para fins particulares, qualquer que seja o pretexto, material pertencente ao órgão, ou
destinado a correspondência oficial;
XI – guardar sigilo sobre assuntos do órgão;
XII – manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
XIII – ser assíduo e pontual ao serviço;
XIV – tratar com urbanidade as pessoas;
XV – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder no cumprimento da lei;
XVI – portar a carteira de identidade funcional;
XVII – residir na sede do município onde exerça o cargo ou função, ou onde autorizado; #APOSTACICLOS
XVIII – comunicar o endereço onde possa ser encontrado, quando dos afastamentos regulamentares.

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Ciclos Método

Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XV deste artigo será encaminhada à autoridade
imediatamente superior ao representado e apreciada pelo Delegado-Geral, ocasião em que deverá assegurar-
lhe a oportunidade de se defender.

DA PROMOÇÃO:
O QUE É? Art. 72. Promoção é a elevação do servidor de uma classe para outra imediatamente
superior àquela em que se encontrava na categoria funcional a que pertence, em sua respectiva série de
Classes.
Parágrafo único. Excepcionalmente, para os cargos de Agente de Polícia, Escrivão de Polícia e Papiloscopista
Policial considera-se como promoção a elevação do servidor de uma classe para o padrão I da classe
imediatamente superior àquela em que se encontrava na categoria funcional a que pertence, na respectiva
série de classes.

COMO É O PROCESSO? A avaliação deve observar critérios e requisitos OBJETIVOS que levem em
conta (art.73):
I. A capacitação profissional do servidor e
II. O interesse da administração.

OBS: As promoções devem obedecer a ordem de classificação e às vagas abertas para o preenchimento em
cada Classe;
OBS2: Para que possa ser promovido o servidor policial deve ter pelo menos 2 (dois anos de efetivo exercício
na classe a que pertence e deve ser respeitado o interstício de 3 (três) anos de estágio probatório para a
PRIMEIRA promoção.

NÃO PODEM CONCORRER A PROMOÇÃO: #APOSTACICLOS


Art. 79. Não poderão concorrer às promoções os servidores policiais civis que:
I – estiverem com a prisão cautelar decretada, ou presos em flagrante delito;
II – forem condenados pela prática de crime, enquanto durar o cumprimento da pena, mesmo em caso de
suspensão condicional da pena;
III – a juízo do Conselho Superior da Polícia Civil, estiverem respondendo a Processo Administrativo Disciplinar
ou Criminal.
§ 1º O Conselho Superior da Polícia Civil declarará o impedimento à promoção, nas hipóteses dos incisos do
caput deste
artigo.
§ 2º Em qualquer das hipóteses dos incisos I e III deste artigo, se o servidor vier a ser, posteriormente,
absolvido ou tiver o processo disciplinar arquivado e, somente por esses motivos, não tiver sido promovido à
época em que fazia jus a tal direito, deverá ser promovido, independentemente de vaga, desde que o requeira
administrativamente.

Art. 85, § 2º Não poderá concorrer à promoção por merecimento o servidor policial civil afastado de suas
funções em razão de:
I – estar em exercício de mandato eletivo federal, distrital, estadual ou municipal;
II – estar exercendo, exclusivamente, mandato classista;

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III – estar em gozo de licença para tratar de assunto particular;


IV – ter sofrido penalidade de advertência ou suspensão, no período de 1 (um) ano imediatamente anterior à
ocorrência da vaga, em caso de advertência, ou de 2 (dois) anos, em casos de suspensão;
V – estar cedido a órgãos não integrantes da estrutura da Secretaria da Segurança Pública de Goiás.

PROCEDIMENTO:
Art. 80. Verificada a existência de vagas, o Conselho Superior da Polícia Civil, até o dia 5 (cinco) de março e 5
(cinco) de setembro de cada ano, providenciará:
I – a distribuição do modelo padrão informativo de merecimento às Unidades Policiais respectivas para o
preenchimento pelos chefes imediatos e mediatos dos servidores concorrentes, consubstanciado nos
seguintes boletins:
a) Boletim Individual para as condições essenciais de merecimento, sob o aspecto positivo, nos termos de
modelo constante do Regulamento;
b) Boletim Individual para as condições complementares de merecimento, sob o aspecto negativo, nos termos
de modelo constante do Regulamento;
II – a organização e a publicação das relações de antiguidade e de merecimento;
III – a publicação das listas de antiguidade e de merecimento no Boletim Geral da Polícia Civil.
Parágrafo único. Na aferição das condições essenciais de merecimento, sob o aspecto positivo, a média das
notas lançadas pelos chefes imediato e mediato poderá ser mantida ou alterada por deliberação
fundamentada do Conselho Superior da Polícia Civil.
Art. 82. Serão considerados promovidos os servidores que falecerem durante o processo promocional,
mesmo sem o processamento da promoção a que tinham direito por antiguidade.

Art. 83. As promoções serão realizadas em julho de cada ano, obedecendo aos limites, aos procedimentos e
às condições pessoais do servidor policial concorrente, estabelecidos nesta Lei, existentes até o último dia
imediatamente anterior à análise do órgão competente.

Art. 84. Os direitos e as vantagens que decorrerem da promoção serão contados a partir da publicação do
ato, salvo quando publicado fora do prazo legal, caso em que retroagirão ao dia em que deveria ter ocorrido
a promoção.
CRITÉRIOS:
Art. 74. A promoção realiza-se pelos critérios de merecimento e de antiguidade de classe, alternadamente,
iniciando-se pelo primeiro, e será feita à razão de 2/3 (dois terços) por merecimento e 1/3 (um terço) por
antiguidade.
Art. 75. Para cada categoria serão elaboradas 2 (duas) listas de classificação, concomitantemente, para os
critérios de antiguidade e de merecimento.

#RESUMEPRAMIMPROF
Alterna-se entre promoção por Merecimento (2/3 das vagas) e por antiguidade (um terço das vagas), sendo
que serão elaboradas duas listas de classificação, concomitantemente, para os critérios de antiguidade e
merecimento.

#APOSTACICLOS #WELOVETABELAS

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ANTIGUIDADE MERECIMENTO
O QUE É - Art. 90. A antiguidade será apurada na GRAU DE MERECIMENTO - Art. 81. O grau de
categoria do servidor policial civil, determinada merecimento do servidor será apurado pela média
pelo tempo de efetivo exercício na Classe. aritmética das obtidas no semestre da apuração e
§ 1º Por antiguidade na Classe, entende-se o no anterior, consubstanciado no Boletim Individual
tempo que o servidor contar, na Polícia Civil do para o grau de merecimento, sob os aspectos gerais,
Estado de Goiás, na respectiva classe, deduzidos nos termos de modelo constante do Regulamento.
os interregnos ocorridos ou qualquer interrupção O QUE É MERECIMENTO - Art. 85. Merecimento é a
prevista na legislação, exceto: I – tempo de licença demonstração positiva pelo servidor policial civil,
por motivo de saúde; II – tempo de licença por durante sua permanência na Classe, de
motivo de casamento ou falecimento do cônjuge, pontualidade, assiduidade, disciplina, capacidade,
filhos, pais ou irmãos; III – período de licença- eficiência, compreensão dos deveres,
prêmio; IV – período de afastamento em virtude aprimoramento de sua formação técnico-policial e,
de representação ou missão oficial da Polícia Civil; também, no caso de Delegado de Polícia, de sua
V – tempo de afastamento em virtude de processo formação jurídica.
criminal que terminar por arquivamento ou § 1º Para fins de avaliação de promoção por
absolvição; VI – período de licença para realização merecimento, será levado em consideração
de curso de aperfeiçoamento profissional no país especialmente o período de exercício na Classe e
ou no exterior na forma da lei; VII – tempo de Carreira aferidas, com a prevalência dos seguintes
exercício de mandato classista; VIII – período em critérios objetivos:
que o servidor policial civil se encontrar cedido a I – pontualidade e dedicação no cumprimento das
órgãos integrantes da estrutura da Secretaria da obrigações funcionais e das instruções da Polícia
Segurança Pública. Civil, aquilatadas pelas informações originadas na
Gerência de Correições e Disciplina da Polícia Civil,
EMPATE NA CLASSIFICAÇÃO - § 2º Ocorrendo relativas às ocorrências de sua vida funcional e a
empate na classificação, tanto por merecimento seus assentamentos individuais, em especial os
como por antiguidade, terá precedência, títulos capazes de atestar o mérito intelectual e
sucessivamente, o candidato que tiver: I – mais operacional do servidor policial civil;
tempo de efetiv exercício na Classe; II – mais II – eficiência no desempenho das funções,
tempo de efetivo exercício no cargo atualmente verificada pelas referências dos chefes imediatos e
ocupado; III – melhor classificação final no mediatos do servidor, bem como pelas referências
concurso de ingresso na carreira, referente ao do Conselho Superior da Polícia Civil;
cargo que estiver ocupando. § 3º Ocorrendo III – diploma de Especialização, Mestrado ou
empate no levantamento de que trata o § 2º deste Doutorado, realizado por instituições públicas ou
artigo, terá preferência, sucessivamente, o privadas, legalmente reconhecido, na área
servidor: a) de maior tempo na classe; congênere à atividade policial ou jurídica;
b) de maior tempo no cargo; IV – aprimoramento de sua capacidade cognitiva ou
c) de maior tempo no serviço público; funcional, mediante participação em cursos de
d) mais idoso. aperfeiçoamento, promovidos pela Polícia Civil, por
Art. 93. Compete ao Conselho Superior da Polícia órgãos ou por instituições de combate à
Civil elaborar as listas a serem encaminhadas, por criminalidade ou da Administração Pública Federal,

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meio da Secretaria da Segurança Pública, ao Estadual ou Municipal, com carga horária mínima
Governador do Estado, para efeito de promoção. de 50 (cinquenta) horas-aula;
V – obtenção de prêmios relacionados com a
PROMOÇÃO NA PRIMEIRA CLASSE - Art. 92. A carreira policial;
promoção: I – da Primeira Classe para a Classe VI – publicação de livros, teses, estudos e artigos de
Especial depende, ainda, de conclusão, com natureza jurídica ou policial.
aproveitamento: a) do Curso Superior de Polícia,
para os ocupantes de cargos de Delegado de APURAÇÃO DO MERECIMENTO - Art. 88. Da
Polícia; b) do Curso de Aperfeiçoamento, apuração do merecimento será dada ciência ao
para os ocupantes dos cargos de Agente de Polícia, servidor, sendo-lhe assegurados a ampla defesa e os
Escrivão de Polícia e Papiloscopista Policial; meios a ela inerentes para contestar a avaliação
realizada. § 1º Será de 10 (dez) dias o prazo para
PROMOÇÃO NA SEGUNDA CLASSE - II – da apresentar recurso das fases ou dos atos do
Segunda Classe para a Primeira Classe depende, processo promocional, em petição dirigida ao
ainda, de conclusão, com aproveitamento: a) do Conselho Superior da Polícia Civil, que, se recebida
Curso de Especialização, para os ocupantes de pelo seu Presidente, será pelo Colegiado decidida
cargos de Delegado de Polícia; b) do Curso de em caráter irrecorrível.
Atualização, para os ocupantes dos cargos de § 2º A apresentação do recurso suspenderá a
Agente de Polícia, Escrivão de Polícia e promoção até a decisão final, apenas no tocante à
Papiloscopista Policial. Redação dada pela Lei nº relação de merecimento
18.753, de 29-12-2014. impugnada.
§ 3º No caso do § 2º deste artigo, após a decisão
final do recurso, proceder-se-á à promoção com
efeito retroativo à data em que deveria ter ocorrido.

PROMOÇÃO OBRIGATÓRIA POR MERECIMENTO:


§ 3º É obrigatória a promoção do servidor policial
civil que figurar por 3 (três) vezes consecutivas ou 5
(cinco) alternadas em lista de Merecimento,
ressalvada a hipótese do § 2º deste artigo.

LISTA: Art. 86. A promoção por merecimento


dependerá de lista tríplice para cada vaga,
organizada pelo Conselho Superior da
Polícia Civil.
Art. 87. Competirá ao Conselho Superior da Polícia
Civil a decisão final na composição da lista de
promoção por merecimento, expedida por meio de
ato administrativo devidamente motivado.

#IMPORTANTE PROMOÇÃO POST MORTEM


Art. 94-A. Será promovido post mortem o policial civil que perder a vida por motivos relativos ao cumprimento
do dever funcional ou em acidente de serviço.

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- Acrescido pela Lei nº 17.691, de 04-07-2012.


§ 1º A promoção post mortem é aquela que visa a expressar o reconhecimento do Estado de Goiás ao policial
civil falecido no cumprimento do dever ou em consequência dele.
- Acrescido pela Lei nº 17.691, de 04-07-2012.
§ 2º Na promoção post mortem não se aplicam as exigências para a promoção por outro critério,
estabelecidas nesta Lei.
- Acrescido pela Lei nº 17.691, de 04-07-2012.
§ 3º A data de promoção a ser efetivada na forma deste artigo retroagirá à data do falecimento.
- Acrescido pela Lei nº 17.691, de 04-07-2012.

LEI ESTADUAL N.º 18.456/2014 (PREVENÇÃO E PUNIÇÃO DE ASSÉDIO MORAL NO ÂMBITO DA


ADMINISTRAÇÃO)

#LEISECASALVA
Art. 1° Fica vedada a prática de assédio moral no âmbito da Administração direta e indireta do Estado de
Goiás.
§ 1° As disposições desta Lei aplicam-se, no que couber, aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, ao
Ministério Público e aos Tribunais de Contas do Estado e dos Municípios, quando no desempenho de função
administrativa.
§ 2° Para os fins desta Lei considera-se agente público todo aquele que exerça mandato político, emprego
público, cargo público civil ou militar ou função pública, ainda que transitoriamente ou sem remuneração,
por eleição, nomeação, designação ou sob amparo
de contrato administrativo ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, nos órgãos e nas entidades
mencionadas no art. 1°, caput, e seu § 1°.

Art. 2° Considera-se assédio moral toda ação, gesto ou palavra, praticada de forma repetitiva por agente
público que, abusando da autoridade que lhe conferem suas funções, tenha por objetivo ou efeito atingir
a autoestima e a autodeterminação de outro agente público, com danos ao ambiente de trabalho, ao
serviço prestado ao público, ou ao próprio usuário, bem como obstaculizar a evolução na carreira e a
estabilidade funcional do agente público constrangido, especialmente:
I - determinando o cumprimento de atribuições estranhas ou atividades incompatíveis com o cargo ou a
função que ocupa, ou em condições e prazos inexequíveis;
II - designando para o exercício de funções triviais o exercente de funções técnicas, especializadas, ou
aquelas para as quais, de qualquer forma, exijam treinamento e conhecimento específicos.
#APOSTACICLOS

Art. 3° Consideram-se também assédio moral, em especial, as ações, gestos e palavras que praticadas de
maneira reiterada, impliquem:
I - desprezo, ignorância ou humilhação ao agente público, que o isole de contatos com seus superiores
hierárquicos e com outros agentes públicos, sujeitando-o a receber informações, atribuições, tarefas e outras
atividades somente através de terceiros;
II - privação de informações ou treinamentos que sejam necessários ao desempenho de suas funções ou úteis
a sua vida funcional;

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III - divulgação de rumores e comentários maliciosos, ou o fomento de boatos inidôneos em detrimento da


imagem do agente público, bem como a prática de críticas reiteradas ou subestimação de esforços, que
atinjam a dignidade do agente público;
IV - desrespeito da limitação individual de agente público, decorrente de doença física ou psíquica, atribuindo-
lhe atividade incompatível com suas necessidades especiais;
V - preterição do agente público, em quaisquer escolhas, em razão de deficiência física, raça, sexo,
nacionalidade, cor, idade, religião, posição social, preferência ou orientação política, sexual ou filosófica;
VI - valer-se do cargo para induzir o agente público a relações pessoais involuntárias ou persuadi-lo a praticar
atos ilegais ou deixar de praticar ato determinado em lei;
VII - relegar o agente público ao ostracismo;
VIII - expor o agente público a efeitos físicos ou mentais adversos, em prejuízo de seu desenvolvimento pessoal
e profissional.

Art. 4° Todo ato resultante de assédio moral é nulo de pleno direito. #IMPORTANTE #APOSTACICLOS

Art. 5° A prática de assédio moral, comprovada mediante processo administrativo disciplinar, implicará a
aplicação das seguintes penalidades, observadas a reincidência e a gravidade dos fatos apurados:
I - repreensão;
II - suspensão;
III - multa;
IV - demissão.
§ 1° A pena de repreensão será aplicada por escrito nos casos em que a conduta do agente ativo do assédio
moral for considerada leve, devendo constar de seu assento funcional.
§ 2° A pena de suspensão não excederá a 90 (noventa) dias e será aplicada nos casos em que a conduta do
agente ativo do assédio moral for considerada grave. #APOSTACICLOS
§ 3° Durante a suspensão, o agente público perderá todas as vantagens e direitos decorrentes do exercício
do cargo.
§ 4° A pena de multa poderá ser aplicada cumulativa ou isoladamente com as demais sanções, exceto no caso
de demissão.
§ 5° A multa será aplicada em valor variável entre R$ 100,00 (cem reais) e R$ 3.000,00 (três mil reais), por
cada fato, devidamente comprovado, que caracterize a prática de assédio moral, e será limitada, por
processo, ao valor equivalente a 50% (cinquenta por cento) da remuneração bruta ou subsídio mensal do
agente público, considerada a média dos valores por ele percebidos nos 12 (doze) meses imediatamente
anteriores ao de sua publicação.
§ 6° A receita proveniente das multas impostas será revertida e aplicada, exclusivamente, em programa de
aprimoramento e aperfeiçoamento funcional de agentes públicos no âmbito de cada Poder, do Ministério
Público e dos Tribunais de Contas do Estado e dos Municípios.
§ 7° A pena de demissão será aplicada pela autoridade máxima da Administração Pública, no âmbito de
abrangência desta Lei, nos casos em que a conduta do agente ativo do assédio moral for considerada
gravíssima, bem como nos casos de reincidência daquelas puníveis com suspensão.
§ 8º VETADO.
§ 9º VETADO.
§ 10. VETADO.

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Art. 6° O ocupante de cargo de provimento em comissão ou função gratificada que cometer assédio moral
sujeita-se à perda do cargo ou da função e à proibição de ocupar cargo em comissão ou função gratificada
na Administração Pública Estadual por 5 (cinco) anos.

Art. 7° Por provocação da parte ofendida, ou de ofício pela autoridade que tiver conhecimento da prática
de assédio moral, será promovida sua imediata apuração, mediante sindicância ou processo
administrativo disciplinar, observadas as regras estabelecidas pela legislação de regência dos agentes
públicos de cada Poder, do Ministério Público e dos Tribunais de Contas do Estado e dos Municípios.
§ 1° Nenhum agente público poderá ser punido, posto à disposição ou ser alvo de medida discriminatória,
direta ou indireta, notadamente em matéria de remuneração, formação, lotação ou promoção, por haver se
recusado a ceder à prática de assédio moral ou por havê-la, em qualquer circunstância, denunciado ou
testemunhado.
§ 2° Nenhuma medida discriminatória concernente a recrutamento, formação, lotação, disciplina ou
promoção pode ser tomada em relação a agente público, levando-se em consideração o fato de ele:
I - haver pleiteado administrativa ou judicialmente medidas que visem a fazer cessar a prática de assédio
moral;
II - haver-se recusado à prática de qualquer ato administrativo em função de comprovado assédio moral.

Art. 8° A pretensão punitiva administrativa em face do autor do assédio moral prescreve nos seguintes prazos:
I - 3 (três) anos, para as penas de repreensão, suspensão e multa;
II - 6 (seis) anos, para a pena de demissão.

Art. 9° A responsabilidade administrativa pela prática de assédio moral independe das responsabilidades
cível e criminal pela mesma prática.

Art. 10. Com a finalidade de prevenir o assédio moral, os órgãos e as entidades de cada Poder, do Ministério
Público e dos Tribunais de Contas do Estado e dos Municípios adotarão, nos respectivos âmbitos, as seguintes
medidas, sem prejuízo de outras que se fizerem necessárias:
I - promoção de cursos de formação e treinamento visando à difusão de medidas preventivas e extinção de
práticas inadequadas;
II - promoção de debates e palestras, bem como a produção de cartilhas e material gráfico para
conscientização;
III - promoção de treinamento para servidores que atuem nas unidades setoriais de recursos humanos dos
órgãos e entidades, com conteúdo que possibilite identificar as condutas caracterizadas como assédio moral,
promovendo o acolhimento da vítima e prestando orientações a ela e ao agressor;
IV - acompanhamento de informações estatísticas sobre licenças médicas concedidas em função de patologia
associada ao assédio moral, para identificar setores, órgãos ou entidades nos quais haja indícios da prática
de assédio moral;
V - acompanhamento psicológico aos sujeitos passivos, bem como aos ativos, quando necessário, na forma
que dispuser o regulamento.

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Parágrafo único. No âmbito do Poder Executivo, as medidas a que se refere este artigo serão adotadas pelos
titulares dos órgãos e das entidades, sob a coordenação da Controladoria-Geral do Estado ou de outro órgão
pelo qual vier a ser substituída no futuro.
Art. 11. VETADO.
Art. 12. VETADO.
Art.13. VETADO.
Art. 14. VETADO.
Art. 15. Fica instituído o "Dia Estadual de Luta Contra o Assédio Moral", a ser celebrado, anualmente, no dia
02 de maio.
Art. 16. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 30 (trinta) dias.
Art. 17. As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão à conta das dotações orçamentárias próprias,
nos
âmbitos de sua abrangência.
Art. 18. Fica revogada a Lei n° 17.161, de 30 de setembro de 2010.
Art. 19. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS, em Goiânia, 30 de abril de 2014, 126º da República.
MARCONI FERREIRA PERILLO JÚNIOR
(D.O. de 02-05-2014) - Suplemento
Este texto não substitui o publicado no Suplemento do D.O. de 02-05-2014.

#IMPORTANTE Para se evitar enganos, é preciso delimitar bem os contornos daquilo que caracteriza
o assédio moral, a fim de que ele não seja confundido com atitudes correlatas. Para tal empreendimento, a
lição retirada do sítiowww.assediomoral.org é bem explicativa. Vejamos, Em resumo: um ato isolado de
humilhação não é assédio moral. Este, pressupõe:
1. repetição sistemática
2.intencionalidade (forçar o outro a abrir mão do emprego)
3.direcionalidade (uma pessoa do grupo é escolhida como bode expiatório)
4.temporalidade (durante a jornada, por diase meses)
5.degradação deliberada das condições de trabalho (grifo nosso).

ASSÉDIO MORAL x ASSÉDIO SEXUAL:


Para os casos em que o assédio moral transforma-se em assédio sexual há legislação federal específica a
cuidar da espécie. Trata-se da lei federal 10.224/01 que acresceu o art. 216-A ao Código Penal Brasileiro
criando o tipo penal “assédio sexual”.
Na letra da lei, tem-se o seguinte dispositivo:
Art. 216-A.Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se
o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo
ou função. (grifo nosso) Pena– detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.

INICIATIVAS QUE TÊM O CONDÃO DE INIBIR ESTA PRÁTICA:


I) coibir os “espaços da humilhação” nas instituições: combatendo, por exemplo, boatos;

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II) criar “espaços públicos” onde os membros das instituições possam discutir adequadamente seus
problemas, com orientação profissional correta;
III) exigir de todos os membros das instituições tratamento cortês indiscriminado e universal;
IV) criar estratégias para diminuir a hipercompetição entre colegas;
V) estimular os departamentos de recursos humanos a criar canais de denúncia de práticas de assédio moral
no âmbito do trabalho;
VI) divulgar amplamente, no ambiente de trabalho, os malefícios e as consequências administrativas, civis e
penais decorrentes desta pratica para o autor, e o grau de comprometimento psicológico para a vítima.

PROCESSO ADMINISTRATIVO NO ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO GOIÁS (LEI ESTADUAL


13.800/01)

ABRANGÊNCIA:

Art. 1o - Esta lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração
Estadual direta e indireta, visando à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos
fins da Administração.
§ 1o - O disposto nesta lei aplica-se, no que couber, aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e ao
Ministério Público, quando no desempenho de função administrativa.

#SELIGANOSCONCEITOS
ÓRGÃO a unidade de atuação integrante das estruturas das
Administrações direta e indireta;
ENTIDADE a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
AUTORIDADE autoridade – o servidor ou agente público dotado de poder de
decisão.

PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS APLICÁVEIS:


Art. 2o – A Administração pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica,
interesse público e eficiência.

CRITÉRIOS DO PAD:
I – atuação conforme a lei e o direito;
II – atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências,
ressalvadas as autorizadas em lei; #APOSTACICLOS
III – objetividade no atendimento do interesse público;
IV – atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
V – divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição
Federal; #APOSTACICLOS
VI – adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida
superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;
VII – indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;

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IX – adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito
aos direitos dos administrados;
X – garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à
interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio;
XI – proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;
XII – seguimento, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;
XIII – interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento de sua finalidade
pública, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.

DIREITOS X DEVERES DOS ADMINISTRADOS

DIREITOS DOS ADMINISTRADOS Sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados, o
administrado tem os seguintes direitos:
I – ser tratado com respeito pelas autoridades e
servidores, que deverão facilitar o exercício de seus
direitos e o cumprimento de suas obrigações;
II – ter ciência da tramitação dos processos
administrativos em que tenha a condição de
interessado, ter vista dos mesmos, pessoalmente ou
através de procurador legitimamente constituído,
obter cópias de documentos neles contidos e conhecer
das decisões proferidas;
III – formular alegações e apresentar documentos
antes da decisão, os quais serão objeto de
consideração pela autoridade julgadora;
IV – fazer-se assistir, facultativamente, por advogado,
salvo quando obrigatória a representação, por força de
lei.
DEVERES DOS ADMINISTRADOS São deveres do administrado perante a Administração,
sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:
I – expor os fatos conforme a verdade;
II – proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
III – não agir de modo temerário;
IV – prestar as informações que lhe forem solicitadas e
colaborar para o esclarecimento dos fatos.

#IMPORTANTE #APOSTACICLOS PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO


Art. 3º-A Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos administrativos
em que figure como parte ou interessado:
I – pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos;
II – pessoa portadora de deficiência;
III – pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia
irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante,
nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante),
contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em
conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do processo.

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§ 1º A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição, deverá requerê-lo à
autoridade administrativa competente para decidir o feito, que determinará as providências a serem
cumpridas.
§ 3º A prioridade de que trata este artigo não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor
do cônjuge supérstite, companheiro ou companheira, em união estável.
§ 4º Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de tramitação
prioritária.
§ 5º Dentre os processos de idosos, dar-se-á prioridade especial aos maiores de 80 (oitenta) anos.

#RESUMEAÍPROF
A prioridade de tramitação:
Vale para qualquer órgão e instância;
NÃO É CONCEDIDA AUTOMATICAMENTE NEM DE OFÍCIO;
Não cessa com a morte de beneficiado;
Prioridade na prioridade: Dentre os idosos, prioriza-se ainda os maiores de 80 anos.

IMPEDIMENTOS E SUSPEIÇÃO:
Dica: exatamente os mesmos termos do PAD Federal.

Art. 18 – É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:


I – tenha interesse direto ou indireto na matéria;
II – tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações
ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;
III – esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou
companheiro.
Art. 19 – A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à autoridade
competente, abstendo-se de atuar.
Parágrafo único – A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para os efeitos
disciplinares.
Art. 20 – Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade
notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o
terceiro grau.
Art. 21 – O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo.

INSTRUÇÃO DO PAD: #APOSTACICLOS

INICIATIVA: As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada


de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo
do direito dos interessados de propor atuações probatórias.

#IMPORTANTE Art. 30 – São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios
ilícitos.

POSSIBILIDADE DE CONSULTA PÚBLICA: Quando houver interesse geral, mediante despacho motivado,
podendo haver também MANIFESTAÇÃO DE TERCEIROS, se não houver prejuízo para a parte interessada:

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Art. 31 – Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente poderá,
mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros, antes da
decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada.
§ 1o – A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios oficiais, a fim de que pessoas
físicas ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de alegações escritas.
§ 2o – O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição de interessado do processo, mas
confere o direito de obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser comum a todas as
alegações substancialmente iguais.

AUDIÊNCIA PÚBLICA:
Art. 32 – Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância da questão, poderá ser
realizada audiência pública para debates sobre a matéria do processo.
Art. 34 – Os resultados da consulta e audiência pública e de outros meios de participação de administrados
deverão ser apresentados com a indicação do procedimento adotado.
Art. 35 – Quando necessária à instrução do processo, a audiência de outros órgãos ou entidades
administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou representantes
dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos.

#EXISTEM OUTROS MEIOS DE PARTICIPAÇÃO DOS ADMINISTRADOS? SIM! QUAIS? A


autoridade/órgão que cria.
Art. 33 – Os órgãos e entidades da Administração, em matéria relevante, poderão estabelecer outros meios
de participação de administrados, diretamente ou por meio de organizações e associações legalmente
reconhecidas.

ÔNUS DA PROVA: DO INTERESSADO.


Art. 36 – Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão
competente para a instrução e do disposto no artigo seguinte.
Art. 37 – Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na
própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente
para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias.

PRODUÇÃO PROBATÓRIA:
Art. 38 – O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos e
pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do
processo.
§ 1o – Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da decisão.
§ 2o – Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos
interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.

INTIMAÇÕES: PEGADINHA: NÃO HÁ PRAZO FIXO PARA INTIMAÇÃO CUJA FINALIDADE SEJA A PRESTAÇÃO
DE INFORMAÇÕES E PROVAS POR INTERESSADOS OU TERCEIROS
PORÉM, A INTIMAÇÃO DEVE SER DE NO MÍNIMO TRÊS DIAS ÚTEIS.

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Art. 39 – Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos interessados
ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e condições de
atendimento.
Parágrafo único – Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender relevante a
matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão.
Art. 40 – Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado forem necessários à apreciação
de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respectiva apresentação
implicará arquivamento do processo.
Art. 41 – Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com antecedência mínima de três
dias úteis, mencionando-se data, hora e local de realização.

OITIVA OBRIGATÓRIA DE ÓRGÃO CONSULTIVO:


Art. 42 – Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no
prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo.
Parágrafo único – Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo
não terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso.

AUSÊNCIA DE DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS:


Art. 43 – Quando por disposição de ato normativo devam ser previamente obtidos laudos técnicos de órgãos
administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão responsável pela instrução
deverá solicitar laudo técnico de outro órgão dotado de qualificação e capacidade técnica equivalentes.

MANIFESTAÇÃO DO INTERESSADO: 10 DIAS, SALVO OUTRO LEGAL.


Art. 44 – Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias,
salvo se outro prazo for legalmente fixado.
Art. 45 – Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá motivadamente adotar providências
acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado.
Art. 46 – Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias reprográficas dos dados
e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo
direito à privacidade, à honra e à imagem.

LEI ESTADUAL N.º 20.756/2020 (REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DO ESTADO DE
GOIÁS, DAS AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES PÚBLICAS ESTADUAIS)

Já que #WELOVETABELAS, aqui vai uma com as nossas apostas dessa lei:

DO CONCURSO Art. 12. As normas gerais sobre concurso público são as fixadas em lei
PÚBLICO específica.

Art. 13. O concurso público terá validade de até dois anos, podendo ser
prorrogado, dentro desse prazo, uma única vez, por igual período, a critério da
Administração.
§ 1º Aos candidatos aprovados em concurso público, no limite das vagas
anunciadas no edital e consoante obediência rigorosa à ordem de classificação,
é assegurado o direito de nomeação no período de validade do concurso,

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compreendida eventual prorrogação de prazo, conforme cronograma


previamente elaborado pela Administração.
§ 2º É assegurado ao candidato, mediante requerimento realizado antes da
nomeação ou convocação, o direito de ser reclassificado para o final da lista de
aprovados do concurso, desde que o edital preveja essa possibilidade.
§ 3º Em havendo cadastro reserva considerar-se-á o final da lista a posição
posterior ao último colocado no cadastro.
§4º O exercício, pelo candidato, da faculdade de que trata o § 2º deste artigo
não lhe garante o direito à nomeação.
§ 5º A Administração Pública poderá ficar impedida de realizar a nomeação dos
aprovados em concurso público homologado quando os limites da despesa
total com pessoal forem atingidos, na forma definida em lei complementar, ou
ainda com fundamento em outra restrição temporária estabelecida em lei ou
emenda à Constituição Estadual , comprometendo a capacidade financeira do
Estado de Goiás.
§ 6º Na situação de que trata o § 5º o prazo de validade estabelecido no edital
do certame será automaticamente suspenso, voltando a correr, depois de
cessada a causa de suspensão, por tempo igual ao que faltava para sua
complementação, respeitado o prazo máximo estabelecido no caput deste
artigo

Art. 14. A convocação do candidato aprovado em concurso público será


efetivada mediante publicação do ato no Diário Oficial do Estado e sítio
eletrônico oficial do Órgão Central de Gestão de Pessoal.

Art. 15. Ao candidato matriculado em curso de formação profissional previsto


como etapa de concurso público para provimento de cargo efetivo no
respectivo edital é atribuída uma bolsa de estudo mensal em valor
correspondente a 60% (sessenta por cento) do vencimento ou subsídio do
cargo a que concorrer.
§ 1º Sendo servidor ocupante de cargo de provimento efetivo ser-lhe-ão
facultados o afastamento do cargo, nas hipóteses de que trata o art. 173, e a
opção pela bolsa a que alude o caput.
§ 2º Ao militar matriculado em curso de formação profissional previsto como
etapa de concurso público para provimento de cargo efetivo também é
assegurada a opção pela bolsa.
§ 3º Caso o candidato do curso de formação a que se refere o caput deste artigo
seja servidor estadual submetido a estágio probatório em outro cargo,
suspensa será a contagem do prazo a ele referente.
§ 4º O período relativo ao curso de formação de que trata o caput não configura
qualquer vínculo funcional com a Administração Pública.

Art. 16. Na hipótese do art. 15, se aprovado e nomeado, o candidato prestará,


obrigatoriamente, ressalvado o interesse público em contrário, pelo menos o
tempo de serviço igual ao da duração do curso de formação, sob pena de
restituir a importância percebida dos cofres públicos a título de bolsa.

Art. 17. Os concursos para provimento de cargos na administração direta,


autárquica e fundacional do Poder Executivo serão realizados diretamente pelo

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Órgão Central de Gestão de Pessoal, ou indiretamente, mantidos sua


supervisão e controle, cabendo ao titular deste a decisão sobre a respectiva
homologação, no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da publicação do
resultado final dos mesmos.
§ 1º Para os efeitos do disposto neste artigo, incumbirá ao Órgão Central de
Gestão de Pessoal:
I - publicar a relação das vagas;
II - elaborar os editais que deverão conter os critérios, programas e demais
elementos indispensáveis;
III - publicar a relação dos candidatos concorrentes, cujas inscrições foram
deferidas ou indeferidas;
IV - decidir, em primeira instância, questões relativas às inscrições;
V - publicar a relação dos candidatos aprovados, obedecida a ordem de
classificação.
§ 2º Em casos especiais, sem prejuízo de sua supervisão e homologação, a
competência para a realização de concursos públicos poderá ser delegada.
§ 3º Os concursos para provimento de cargos que, pela especificidade de suas
atribuições, com as exceções previstas em lei, sejam privativos de determinado
órgão serão realizados sob a direção do respectivo titular, com a supervisão e
homologação do titular do Órgão Central de Gestão de Pessoal.
DA NOMEAÇÃO Art. 18. A nomeação será feita:
I - em caráter efetivo, para os cargos dessa natureza;
II - em comissão, para os cargos de livre nomeação e exoneração;
§ 1º A nomeação para cargo de provimento efetivo depende de prévia
habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos e deve
observar à ordem de classificação e ao prazo de validade do concurso público.
§ 2º O candidato aprovado no número de vagas previsto no edital do concurso
tem direito à nomeação no cargo para o qual concorreu, observado o disposto
no § 4º do art. 12 desta Lei.
§ 3º É vedada a convocação de candidato aprovado em novo concurso público
para cujos cargos existam outros aprovados e remanescentes de concurso
anterior com prazo de validade ainda não expirado.

Art. 19. O servidor ocupante de cargo de provimento em comissão pode ser


nomeado para ter exercício, interinamente, por até 90 (noventa) dias, em outro
cargo em comissão de chefia ou direção, sem prejuízo das atribuições do que
atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um
deles durante o período da interinidade.
DA POSSE E DO Art. 20. Posse é a aceitação formal de atribuições, direitos, deveres e
EXERCÍCIO responsabilidades inerentes ao cargo público, que ocorre com a assinatura do
respectivo termo pelo servidor.
§ 1º A posse deve ocorrer no prazo de 30 (trinta) dias contados da publicação
do ato de nomeação no Diário Oficial do Estado, podendo tal prazo ser
prorrogado por mais 15 (quinze) dias, a requerimento do interessado ou no
interesse da Administração, desde que devidamente justificado.
§ 2º Na hipótese de se tratar de servidor público, o prazo de que trata o § 1º
pode ser prorrogado para ter início após o término dos seguintes eventos:
I - licença para tratamento de saúde;
II - licença - maternidade;

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III - licença - paternidade;


IV - licença para o serviço militar;
V - licença por motivo de doença em pessoa da família;
VI - férias.
§ 3º A posse pode ocorrer mediante procuração com poderes específicos.
§ 4º Só há posse nos casos de provimento por nomeação.
§ 5º Será sem efeito o ato de nomeação se a posse não ocorrer no prazo
previsto neste artigo.

Art. 21. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção pela Junta
Médica Oficial do Estado em que sejam atestadas as aptidões física e mental
do nomeado para o exercício do cargo.
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo de provimento efetivo nomeado
para cargo de provimento em comissão fica dispensado da inspeção de que
trata o caput.

Art. 22. São competentes para dar posse:


I - o Governador do Estado, às autoridades que lhe sejam diretamente
subordinadas;
II - o titular do Órgão Central de Gestão de Pessoal, aos demais servidores do
Poder Executivo e das autarquias e fundações públicas estaduais.

Art. 23. Por ocasião da posse, é exigido do nomeado apresentar:


I - os comprovantes de satisfação dos requisitos previstos no art. 5º desta Lei e
nas normas específicas para a investidura no cargo;
II - declaração:
a) anual do imposto de renda de pessoa física;
b) sobre acumulação ou não de cargo ou emprego público, bem como de
provento de aposentadoria de regime próprio de previdência social;
c) sobre a existência ou não de impedimento para o exercício de cargo público;
III - prova de quitação com a Fazenda Pública.
§ 1º É nulo o ato de posse realizado sem a apresentação dos documentos a que
se refere este artigo.
§ 2º A exigência prevista na alínea “a” do inciso II do caput poderá ser
substituída por declaração feita em formulário elaborado pelo Órgão Central
de Gestão de Pessoal, na forma do regulamento.

Art. 24. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público.


§ 1º O servidor não pode entrar em exercício:
I - se ocupar cargo acumulável, sem comprovar a compatibilidade de horários;
II - se ocupar cargo inacumulável, sem comprovar pedido de exoneração ou
vacância;
III - se receber proventos de aposentadoria inacumuláveis com a remuneração
ou subsídio do cargo efetivo, sem comprovar a opção por uma das formas de
pagamento.
§ 2º É de 15 (quinze) dias o prazo para o servidor entrar em exercício, contado
da data da posse.
§ 3º Compete ao titular da unidade administrativa onde for lotado o servidor
dar-lhe exercício.

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§ 4º Com o exercício, inicia-se a contagem do tempo efetivo de serviço.


§ 5º A promoção e a readaptação não interrompem o exercício.
§ 6º O servidor que não entrar em exercício no prazo previsto no § 2º deve ser
exonerado do cargo.

Art. 25. O servidor nomeado terá exercício na repartição em que houver claro
de lotação.
Parágrafo único. Lotação é o número de servidores que devem ter exercício em
cada repartição ou serviço.

Art. 26. O servidor com deficiência terá exercício preferencialmente na


repartição mais próxima de seu domicílio em que houver claro de lotação,
quando comprovada a necessidade pela Junta Médica Oficial.

Art. 27. Ao entrar em exercício, o servidor tem de apresentar ao órgão


competente os documentos necessários à abertura do assentamento
individual.

Art. 28. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercício são


registrados nos assentamentos individuais do servidor.

Art. 29. O servidor que deva ter exercício em outro município ou Distrito
Federal em razão de haver sido removido ou colocado à disposição terá no
máximo 30 (trinta) dias de prazo contado da publicação do ato, para a
retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído o tempo
necessário para o deslocamento para a nova sede.
§ 1º Na hipótese de já editado o ato de remoção ou disposição e o servidor vier
a se afastar por licença para tratamento de saúde, por motivo de doença em
pessoa da família, maternidade ou paternidade, o prazo a que se refere este
artigo será contado a partir do término do impedimento.
§ 2º É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos no caput.

Art. 30. Considera-se como de efetivo exercício, além dos dias feriados ou em
que o ponto for facultativo:
I - férias;
II - casamento ou união estável, por 8 (oito) dias consecutivos;
III - luto, pelo falecimento de cônjuge, companheiro ou companheira, filho,
enteado, menor sob guarda ou tutela, pais, madrasta ou padrasto, e irmão, por
8 (oito) dias consecutivos, bem como de avós e netos, por 4 (quatro) dias
consecutivos;
IV - convocação para o serviço militar;
V - júri e outros serviços obrigatórios por lei;
VI - exercício de cargo de provimento em comissão na administração direta ou
autárquica ou em fundações instituídas pelo Estado de Goiás;
VII - exercício de cargo ou função de governo ou administração, em qualquer
parte do território nacional, por nomeação do Governador do Estado ou do
Presidente da República;

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VIII - exercício do cargo de Secretário de Município ou de Estado em outras


Unidades da Federação, com prévia e expressa autorização do Chefe do Poder
Executivo;
IX - desempenho de mandato diretivo em empresa pública e sociedade de
economia mista sob o controle acionário do Estado de Goiás;
X - licença para capacitação;
XI - licença-maternidade;
XII - licença-paternidade;
XIII - licença para tratamento de saúde até o limite máximo de 24 (vinte e
quatro) meses;
XIV - licença por motivo de doença em pessoa da família, enquanto
remunerada;
XV - licença ao servidor acidentado em serviço ou acometido de doença
profissional;
XVI - missão no País ou no exterior, quando o afastamento for remunerado;
XVII - doença de notificação compulsória;
XVIII - afastamento para participação em programa de treinamento
regularmente instituído ou em programa de pós-graduação sensu stricto,
conforme dispuser o regulamento;
XIX - trânsito do servidor que passar a ter exercício em nova sede;
XX - exercício de mandato eletivo federal, estadual, distrital ou municipal;
XXI - exercício de mandato em confederação, federação, associação e sindicato
representativo de categoria de servidores públicos estaduais, ou entidade
fiscalizadora da profissão;
XXII - participação em competição esportiva, por até 30 (trinta) dias;
XXIII - doação de sangue, desde que devidamente comprovada e limitada a
quatro ocorrências por ano;
XXIV - abono de faltas.
Parágrafo único. Considera-se ainda como de efetivo exercício o período em
que o servidor estiver em disponibilidade.

Art. 31. A autoridade que irregularmente der exercício a servidor estadual


responderá civil e criminalmente por tal ato e ficará pessoalmente responsável
por quaisquer pagamentos que se fizerem em decorrência dessa situação.
ESTÁGIO Art. 33. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento
PROBATÓRIO efetivo fica sujeito ao estágio probatório pelo prazo de três anos de efetivo
exercício, com o objetivo de apurar os requisitos necessários à sua confirmação
no cargo para o qual foi nomeado.
§ 1º São requisitos básicos a serem apurados no estágio probatório:
I - iniciativa;
II - assiduidade e pontualidade;
III - relacionamento interpessoal;
IV - eficiência;
V - comprometimento com o trabalho.
§ 2º A verificação dos requisitos do estágio probatório será efetuada por
comissão permanente designada pelo titular do órgão ou da entidade em que
o servidor nomeado tiver exercício e far-se-á mediante apuração semestral de
avaliação individual de desempenho até o 30º (trigésimo) mês de efetivo
exercício, sendo os últimos seis meses do período do estágio probatório

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também destinados à conclusão do respectivo processo de avaliação, sem


prejuízo da continuidade de apuração dos requisitos enumerados no § 1º deste
artigo.
§ 3º Para o cumprimento da semestralidade a que se refere o § 2º deste artigo,
o 31º (trigésimo primeiro) mês de efetivo exercício deverá ser utilizado para o
alcance de cinco avaliações.
§ 4º A chefia imediata do servidor avaliado, ou a mediata em sua ausência,
enviará à comissão de que trata o § 2º deste artigo registros sobre o
desempenho do servidor no exercício do cargo, nos termos do regulamento.
§ 5º Na avaliação especial de desempenho dos servidores ocupantes de cargos
que possuam requisitos e procedimentos próprios estabelecidos em lei
específica, serão observados, de modo complementar, os requisitos previstos
nos incisos do § 1º deste artigo.
§ 6º Na hipótese de disposição de servidor em estágio probatório, a contagem
do respectivo prazo e a sua avaliação serão suspensas quando ele assumir
atribuições diversas das do cargo de provimento efetivo.

Art. 34. Durante o ano civil, as avaliações serão realizadas em meses prefixados,
conforme definido em regulamento.
Parágrafo único. Excepcionalmente, na 1ª (primeira) avaliação e nos casos de
afastamentos que resultarem em suspensão da contagem do tempo de estágio
probatório, as avaliações poderão ser realizadas em interstício inferior a 6 (seis)
meses, desde que observado o mínimo de 90 (noventa) dias de efetivo
exercício.

Art. 35. O não atendimento de quaisquer dos requisitos estabelecidos para o


estágio probatório implicará instauração do processo administrativo de
exoneração do servidor pelo titular do órgão ou da entidade onde ele tem
exercício, na forma da lei específica que regula o processo administrativo
estadual, com observância do contraditório e da ampla defesa, bem como do
procedimento previsto em regulamento.
§ 1º A apuração dos requisitos de que trata o art. 33 desta Lei deverá ser
processada de modo que o processo administrativo de exoneração seja
instaurado antes de findo o período de estágio, sob pena de responsabilidade
da autoridade.
§ 2º Uma vez encerrada a fase instrutória do processo administrativo de
exoneração, com a apresentação do relatório final da comissão processante,
será ele encaminhado, com a manifestação conclusiva do titular do órgão ou
da entidade de origem do servidor, à decisão final do Chefe do Poder Executivo.

Art. 36. O servidor público não aprovado no estágio probatório será exonerado
ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado.

Art. 37. Na hipótese de acumulação lícita de cargos, o estágio probatório é


cumprido em relação a cada cargo
em cujo exercício esteja o servidor, vedado o aproveitamento de prazo ou
pontuação.

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Ciclos Método

Art. 38. O servidor pode desistir do estágio probatório e ser reconduzido ao


cargo de provimento efetivo anteriormente ocupado no qual já possuía
estabilidade, observado o disposto no art. 53 desta Lei.
Parágrafo único. Não pode desistir do estágio probatório o servidor que
responda a processo administrativo disciplinar.

Art. 39. É vedado à administração pública conceder licença não remunerada ou


autorizar afastamento sem remuneração ao servidor em estágio probatório.
§ 1º Excetua-se do disposto neste artigo o afastamento para o serviço militar
ou para o exercício de mandato eletivo.
§ 2º Na hipótese de o cônjuge também servidor público deste Estado ter sido
removido de ofício, poderá excepcionalmente ser concedida ao servidor em
estágio probatório a licença por motivo de afastamento do cônjuge, caso em
que o estágio probatório será suspenso.

Art. 40. O servidor em estágio probatório pode:


I - exercer qualquer cargo em comissão ou função de confiança no órgão ou na
entidade de origem;
II - ser colocado à disposição de outro órgão ou entidade da administração
direta, autárquica e fundacional desde que mantidas as mesmas atribuições do
cargo de provimento efetivo para o qual nomeado ou para ocupar cargo de
provimento em comissão de direção e chefia;
III - desempenhar mandato diretivo em empresa pública e sociedade de
economia mista sob o controle acionário do Estado de Goiás.

Art. 41. Ao servidor em estágio probatório não poderão ser concedidos:


I - as licenças:
a) para capacitação;
b) para tratar de interesses particulares;
c) por motivo de afastamento do cônjuge, excetuada a hipótese disciplinada no
§ 2º do art. 39 desta Lei;
II - o afastamento para participar de programa de pós-graduação stricto sensu.

Art. 42. O estágio probatório será imediatamente suspenso durante a fruição


de:
I - licença, motivada por:
a) doença em pessoa da família;
b) maternidade;
c) afastamento do cônjuge, na forma do § 2º do art. 39;
d) convocação para o serviço militar;
e) atividade política;
f) mandato classista;
II - afastamento, motivado por:
a) exercício de mandato eletivo federal, estadual, distrital ou municipal;
b) exercício de cargo de provimento em comissão em órgão ou entidade da
administração direta, autárquica e fundacional, que implique a assunção de
atribuições diversas das do cargo de provimento efetivo;
c) desempenho de mandato diretivo em empresa pública e sociedade de
economia mista sob o controle acionário do Estado de Goiás.

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Ciclos Método

§ 1º Nos demais casos previstos no art. 30, que excedam a 30 (trinta) dias,
suspensa será a contagem do prazo do estágio probatório a partir do 31º
(trigésimo primeiro) dia.
§ 2º Nos casos de suspensão do estágio probatório, ele será retomado a partir
do término do impedimento.

CRIMINOLOGIA3

CONCEITO

A origem etimológica da palavra criminologia deriva do latim crimino (crime) e do grego logos
(estudo), significando o estudo do crime. A criminologia é a ciência autônoma, empírica e interdisciplinar,
que tem por objeto o estudo do crime, do criminoso, da vítima e do controle social da conduta criminosa,
com o escopo de prevenção e controle da criminalidade.

#PARAFIXAR
CRIMINOLOGIA
Ciência autônoma
Possui objeto, método e função próprios;
Ciência humana não exata
Empírica e interdisciplinar

FUNÇÕES DA CRIMINOLOGIA
Compreensão e explicação do fenômeno criminal;
Fornecer informações para intervenções preventivas;
Compreensão da etiologia do crime ou criminogênese;
Intervenção no criminoso; Crítica do Direito Penal etc.

#NÃOCONFUNDA
DIREITO PENAL CRIMINOLOGIA POLÍTICA CRIMINAL
Analisa fatos humanos, definindo Ciência empírica que estuda o Trabalha as estratégias e meios
quais devem ser rotulados como crime, a pessoa do criminoso, da de controle social da
infrações penais, anunciado as vítima e o comportamento da criminalidade. O crime é visto
respectivas sanções. O crime é sociedade. O crime é visto enquanto valor.
visto enquanto norma. enquanto fato.

#ATENÇÃO As bancas costumam trazer o conceito de Criminologia, misturando seus termos e mesclando os
com outros que são característicos da Política Criminal ou do Direito Penal.

3
Por Bruna Reis.

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Ciclos Método

Criminologia é ciência (portanto, autônoma, não subordinada); empírica (não-normativa, preocupada com
o “ser” e não com o “dever-ser”); e interdisciplinar (envolve conceitos de diversas ciências: psicologia,
sociologia, direito, ciência política, economia).

MÉTODO

A criminologia utiliza-se dos métodos biológico e sociológico. Como ciência experimental que é, a
criminologia utiliza-se da metodologia experimental, naturalística e indutiva na análise e observação da
realidade.
Quanto aos métodos diferentes, vejamos:

MÉTODO EMPÍRICO (Positivo) MÉTODO DEDUTIVO (Clássico)


É indutivo, baseado na observação direta da É abstrato, formal, lógico, dogmático, baseado na
realidade especulação e dedução
- Parte de premissas supostamente corretas para
deduzir delas as oportunas consequências
Método da criminologia (ciência do ser) Método do Direito (ciência do dever ser),
normativa, valorativa
Ocupa-se de fatos irrelevantes para o Direito O direito traz uma imagem fragmentada, seletiva
Penal (como a esfera social do infrator, as cifras e valorada da realidade criminal. Só se interessa
ocultas e condutas atípicas) pela conduta típica.
A criminologia se ajusta a um sistema de O direito penal constitui um sistema de
expectativas cognitivas (conhecimento da expectativas normativas que segue o código lícito-
realidade) que responde ao código verdadeiro- ilícito.
falso (o que tem relação afetiva com a gênese do
delito e o que não tem).

#OLHAOGANCHO: Empírico é o conhecimento obtido pelos sentidos humanos. Exemplos de técnicas


empíricas:
- Inquéritos sociais (questionários);
- Exploração (captação da personalidade do criminoso);
- Entrevista.

FINALIDADES DA CRIMINOLOGIA
A criminologia, como ciência interdisciplinar e empírica, tem por finalidade fornecer uma compreensão
científica do problema criminal à sociedade e aos poderes constituídos, a partir do estudo do crime, do
criminoso, da vítima e dos mecanismos de controle social, visando ao controle e à prevenção criminal.

OBJETOS DA CRIMINOLOGIA
Na atualidade, os criminólogos apontam como objeto da criminologia:
- delito,
- delinquente
- vítima

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Ciclos Método

- controle social.

CRIME/DELITO

O crime (ou delito) é objeto de estudo desde a fase pré-científica da criminologia. De acordo com Sérgio
Salomão Shecaira, para ser considerado crime pela Criminologia uma conduta deve:
- Possuir incidência massiva na população;
- Incidência aflitiva;
- Persistência espaço-temporal;
- Inequívoco consenso social.

Para a criminologia o crime não é um acontecimento somente individual, mas sim, também, um fenômeno
social – impacta toda a sociedade

#NÃOCONFUNDA
DIREITO PENAL: Conduta (ação ou omissã0 típica, antijurídica e culpável.
CONCEITO DE CRIMINOLOGIA: O crime é fenômeno social, comunitário e que se mostra como
CRIME um “problema” maior, a exigir do pesquisador um empatia para se aproximar
dele e o entender em suas múltiplas facetas.

CRIMINOSO/DELINQUENTE

A partir do estudo do delinquente procurou-se investigar a gênese do comportamento delitivo, ou seja, os


motivos que o levaram a violar o ordenamento jurídico.

A abordagem sobre o delinquente foi muito modificada ao longo da evolução da criminologia. As diversas
escolas existentes, tanto as surgidas no âmbito da criminologia tradicional quanto da criminologia moderna,
apresentam diferentes elementos sobre o delinquente

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO DE CRIMINOSO


ESCOLA CLÁSSICA O criminoso era um indivíduo normal, sem patologias, mas que escolheu livremente
cometer um pecado e quando decide praticar o delito, quebra o contrato social
autorizador do seu convívio grupal, devendo, portanto, tal indivíduo, ser expurgado
do meio em que vive. O comportamento criminoso é atribuído ao mau uso da
liberdade. Criminoso é um pecador que optou pelo mal e merece ser punido. Livre
arbítrio fundamenta a culpabilidade, a reprovabilidade da conduta e a imposição da
pena, há um protagonismo do estudo do crime e da lei.
ESCOLA POSITIVA O criminoso aqui é um ser atávico, ou seja, já nasce criminoso. Fala-se em
determinismo biológico. A escola positiva nega o livre arbítrio. Criminoso é um
animal selvagem e perigoso, portador de uma doença (determinismo biológico),
ou de processos causais alheios (determinismo social),

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ESCOLA Enxerga-se o delinquente como portador de patologia de desvio social, incapaz de


CORRECIONALISTA viver em sociedade, de forma que o livre-arbítrio não possui relevância.
Criminoso é um ser inferior, deficiente e incapaz de dirigir por si mesmo a sua vida.
Sua débil vontade requer uma eficaz e desinteressada intervenção tutelar do
Estado
CRIMINOLOGIA O criminoso é vítima das estruturas econômicas.
MARXISTA
CRIMINOLOGIA Pessoa normal que, por fatores externos e internos a si (são muitas e complexas as
MODERNA possibilidades, com desdobramentos e variáveis ainda a se descobrir e
compreender), descumpre regras preestabelecidas. O delinquente é examinado
como unidade biopsicossocial, e não de uma perspectiva biopsicopatológica – os
elementos biológicos, psicológicos e sociais ajudam a entender a conduta, mas não
são determinantes de forma absoluta (fim da relação causa-efeito do paradigma
etiológico

VÍTIMA

Os estudos criminais sobre a vítima passaram por três grandes momentos:


- Idade de ouro da vítima: justiça pelas próprias mãos (vingança) – até o fim da Alta Idade Média.
- Neutralização do poder da vítima: processo penal inquisitivo – século XII.
- Revalorização do poder da vítima: atual. Vitimologia. Pressão que a vítima exerce no Legislativo e Judiciário.

#OLHAOGANCHO: a vitimologia permite estudar a criminalidade real, por intermédio da coleta de informes
fornecidos pelas vítimas e não informados às instâncias de controle (cifra negra da criminalidade).

#OLHONOGANCHO2:
VITIMIZAÇÃO PRIMÁRIA Prejuízo oriundo diretamente do delito
Sofrimentos adicionais advindos do sistema de justiça
VITIMIZAÇÃO SECUNDÁRIA, REVITIMIZAÇÃO criminal (processo e investigação), decorrentes do
OU SOBREVITIMIZAÇÃO tratamento dado pelas instâncias formais de controle
social.
Humilhação e abandono pelo Estado e pelo próprio
grupo social. Vitimização indireta: Sofrimento
suportado por pessoas relacionadas intimamente à
VITIMIZAÇÃO TERCIÁRIA
vítima do delito, que, embora não diretamente
lesionadas pela conduta criminosa, partilham de seu
sofrimento

CONTROLE SOCIAL

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Conjunto de meios de intervenção acionados por cada sociedade a fim de induzir os próprios membros a se
conformarem às normas. #DIRETODAFUC

CONTROLE SOCIAL INFORMAL CONTROLE SOCIAL FORMAL


Família, escola, religião, clubes Polícia, Ministério Público, Poder Judiciário,
AGENTES
recreativos, opinião pública etc. administração penitenciária
Disciplina o indivíduo por meio de Entra em funcionamento quando as
um largo e sutil processo de instâncias informais de controle falham.
MOMENTO socialização, interiorizando
ininterruptamente no indivíduo as
pautas e conduta.
Distintas estratégias (prevenção, Atua de modo coercitivo (violento) e impõe
repressão, ressocialização etc.) e sanções mais estigmatizantes, que
diferentes modalidades de atribuem ao infrator da norma um singular
ESTRATÉGIAS
sanções (positivas, como status (de desviado, perigoso ou
recompensas, e negativas, como delinquente)
punições).
- Costuma ser mais efetivo, porque - A eficaz prevenção do crime não depende
é ininterrupto e onipresente, o que tanto da maior efetividade do controle
ajuda a explicar os níveis mais social formal, senão da melhor integração
baixos de criminalidade nas do controle social formal e informal.
pequenas cidades do interior, - O controle razoável e eficaz da
EFETIVIDADE onde é mais forte. criminalidade não pode depender
- O atual enfraquecimento dos exclusivamente da efetividade das
laços familiares e comunitários instâncias do controle social, pois a
explica em boa medida a escassa intervenção do sistema legal não incide nas
confiança depositada na sua raízes do delito*
efetividade

MODELOS TEÓRICOS DA CRIMINOLOGIA

- Livre-arbítrio;
- Crime é fruto da decisão racional e livre;
- Delinquente e o não delinquente são seres essencialmente iguais;
MODELO CLÁSSICO E - Enfoque sobre o presente do autor;
NEOCLÁSSICO DA - Preocupação com a justiça, a legalidade e a utilidade da pena;
OPÇÃO RACIONAL - Escola Clássica, Teorias da Opção Econômica (Ser humano viabiliza a pratica
criminal, ponderando custos e benefícios); das Atividades Rotineiras
(Racionalidade da opção delitiva está ligada às oportunidades); Entorno Físico
(espaço físico como fator criminológico);
MODELO POSITIVISTA -Determinismo (radical ou mitigado, biológico ou social);

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- Enfoque na etiologia criminal (busca das causas do crime);


- Delinquente ou não delinquente são seres essencialmente diferentes;
- Teorias de cunho biológico (alto grau de empirismo, razão do crime no corpo
do criminoso); psicológico (enfermidades mentais, processos mentais,
correlação entre doenças psíquicas e o crime) e sociológico (crime como
fenômeno social);
- Abandono da etiologia;
- Conceito definitorial e não ontológico de delito;
- Enfoque nos mecanismos seletivos que fazem com que certas pessoas sejam
etiquetadas como criminosas pelas instâncias estigmatizantes de controle
MODELO DA REAÇÃO
social formal.
SOCIAL
- Teorias do Labelling Approach (ou teoria do etiquetamento) e teoria Critica
(Não importa o motivo que leva o indivíduo a praticar um crime, mas os
mecanismos de seletividade que leva a que pessoas sejam etiquetadas como
criminosas)
- Criminologia do desenvolvimento;
- Enfoque na evolução pessoal do delinquente;
- Métodos longitudinais (análises e medições em diferentes momentos
MODELO DO ENFOQUE
temporais);
DINÂMICO
- Abandono de tipologias e da etiologia estática;
-Análise de carreiras criminais;
- Valorização da ideia de “curva da idade”;

ESCOLA CLÁSSICA E POSITIVA

Defensores: Francesco Carrara, Cesare Bonesana Becaria, Jean Domenico


Romagnosi, Jeremias Bentham , Franz Joseph Gall, Anselm o Von Feuberbach e
Giovanni Carmignani.
#SELIGA #MACETE Quando a questão falar em "Escola Clássica": lembre-se de
um jogo "Clássico" do futebol promovido pela CBF: CBF quer dizer: Carrara
- Beccaria e Feuerbach - expoentes da Escola Clássica; (ISSO CAI NAS PROVAS,
ENTÃO SAIBA QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS AUTORES DAS ESCOLAS)
- Inspirada no movimento filosófico iluminista, procurou estabelecer limitações
ESCOLA CLÁSSICA OU
ao poder punitivo do Estado com o garantia
RETRIBUTIVA
- Centralização dos estudos no crime (ente jurídico).
- Método lógico-dedutivo
- O homem é um ser livre e racional e suas ações tem responsabilidade moral,
lastreadas no livre arbítrio; - Utilitarismo: ações humanas devem ser julgadas
conforme tragam mais ou menos prazer ao indivíduo e contribuam ou não para
maior satisfação do grupo social;
- Baseada na Teoria do Contrato Social, no racionalismo e no jusnaturalismo
(normas eternas e absolutas sobre leis positivas);

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- A pena é um mal imposto ao indivíduo que merece um castigo em vista de


uma falta considerado crime, que cometeu de forma voluntária e consciente.
*Críticas: homogeneidade absoluta de todos os homens em relação aos
processos pessoais de motivação da ação; não teve êxito em conter a
criminalidade com seu suposto efeito dissuasório da pena
Defensores: Cesare Lombroso, Raffaele Garofalo e Henrique Ferri. No Brasil,
Raimundo Nina Rodrigues, Tobias Barreto, Viveiros de Castro, Moniz Sodré,
Candido Mota, Filinto Bastos, Roberto Lyra.
#SELIGA #MACETE Quando a questão falar em "Escola Positiva": lembre-se de
um cursinho "positivo": LFG: LFG quer dizer Lombroso, Ferri e Garofallo -
expoentes da Escola Positiva
- Nascimento da criminologia científica (O homem Delinquente, Cesare
Lombroos, 1876)
- Centralização dos estudos do delinquente
- Método empírico-indutivo, indutivo-experimental ou indutivo-qualitativo
- Crime: fenômeno natural e social (determinado por fatores biológicos, físicos
e sociais; negativa do livre-arbítrio)
- Pena: finalidade de prevenção especial.
1ª FASE = Fase Antropológica:
• Principal expoente: Lombroso (“pai da antropologia criminal”);
ESCOLA POSITIVA
• Adoção de uma criminologia clínica;
• Ideias fisionomistas para traçar o perfil dos criminosos
• O crime não é uma entidade jurídica, mas sim um fenômeno biológico;
• O criminoso era um anormal
2ª FASE = Fase Sociológica:
• Principal expoente: Ferri (“pai da sociologia criminal”);
• Adoção de uma criminologia Sociológica;
• Entendia o mesmo que Lombroso, mas agregava a possibilidade de
influências externas sobre o delinquente;
• A criminalidade derivava de fenômenos antropológicos, físicos e culturais
3ª FASE = Fase Jurídica:
• Principal expoente: Garófalo
• O crime está no homem e se revela como uma degeneração dele;
• Criação do conceito de PERICULOSIDADE (ou temibilidade), que seria o
propulsor do delinquente e a porção de sua maldade que se deve temer

TEORIAS SOCIOLÓGICAS

#DICA
Nas teorias do Consenso estão as escolas de cunho mais positivista, conservador, “teorias más”.
Nas teorias do Conflito estão as escolas de cunho progressista (Dica: pelo nome "conflito" são ideias
conflitantes, fundamento no iluminismo, traz um caráter mais reflexivo)

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#TABELALOVERS
TEORIAS DO CONSENSO TEORIA DO CONFLITO
A sociedade tem base em consenso entre os que
nela habitam, oriundo da livre vontade e objetivos A sociedade tem como base a força e a coerção
comuns
Quatro premissas básicas e comuns:
Quatro premissas básicas e comuns:
* Tese da Estabilidade – Sociedade é sistema estável
* Tese da Historicidade – Todos os elementos de
e constante de elementos;
uma sociedade e ela própria estão, a todo tempo,
* Tese do Equilíbrio – Sociedade é um sistema
submetidos à mudança;
equilibrado de elementos;
*Tese da Explosividade – Toda sociedade é um
* Tese do Funcionalismo – Cada elemento possui
sistema de elementos contraditórios e explosivos;
sua importância para o funcionamento da
*Tese da Disfuncionalidade e da produtividade –
sociedade;
Cada integrante contribui para a sua mudança;
* Tese do Consenso – A sociedade se mantém
*Tese da Coação – Toda Sociedade de mantém em
graças ao consenso de seus membros, em relação a
razão da coação de uns sobre os outros;
valores comuns;
- Para essa teoria o crime existe em razão da luta
- O crime é um fenômeno social (crime é funcional). pelo poder (crime é argumentativo, fruto do
embate entre as classes).
Principais Teorias:
Principais Teorias:
Escola de Chicago
Labelling Approach (Interacionismo/
Anomia
Simbólico/Rotulação Social/Etiquetamento);
Associação Diferencial
Teoria Crítica
Subcultura Delinquente

TEORIAS DO CONSENSO

ESCOLA DE CHICAGO/ ESCOLA ECOLÓGICA/ ARQUITETURA CRIMINAL/ DESORGANIZAÇÃO CRIMINAL


• Explicação ecológica do crime;
• Pertence ao grupo das Teorias do Consenso;
• Atribui à sociedade (e não ao indivíduo) as causas do fenômeno criminal;
• Baseada no crescimento desordenado das cidades: expansão do centro para periferia;
• Graves problemas sociais, econômicos, culturais criavam um ambiente favorável à criminalidade, ainda
mais com a ausência de mecanismos de controle social;
• Desigualdade social e miséria: parte da população passa a ter dificuldade de se adaptar aos valores do
corpo social dominante, gerando violência e aumento da criminalidade;
• O crime se sistematiza a partir da observação de que a gênese delitiva se relaciona diretamente com o
conglomerado urbano: estrutura desordenada que favorece a decomposição da solidariedade nas estruturas
sociais;
• A carência de saneamento básico, cultura, lazer, saúde, educação, etc. fomenta a prática de crimes;

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• Ideia da desorganização social e identificação de áreas de criminalidade: relação direta entre o espaço
urbano, sua conformação e a criminalidade (não apenas em relação à quantidade de crimes, mas também
aos tipos de crimes praticados em cada região da cidade);
• Desorganização social como fator criminógeno;
• Defende a prioridade da ação preventiva e minimização da atuação repressiva;
• Propostas: alteração da situação social e econômica das crianças; programas comunitários para tratamento
e prevenção; planejamento estratégico das áreas urbanas; reurbanização dos bairros pobres; política criminal
preventiva e ações afirmativas.
Obs.: Desta teoria decorreram as Teorias das Janelas Quebradas (Broken Windows), Three strikes and you´re
out e a teoria da lei e ordem (law and order)

TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL OU DA APRENDIZAGEM SOCIAL


• Faz parte das Teorias do Consenso;
• Em regra, se baseia nos crimes de “colarinho branco”: autores de crimes específicos que se diferenciam
dos criminosos comuns;
• O delito não consiste apenas em uma inadaptação de pessoas pertencentes a classes menos favorecidas,
pois não é praticado apenas por seus integrantes;
• O indivíduo é convertido em delinquente quando os valores predominantes do grupo o qual faz parte
“ensina” a delinquir;
• As considerações favoráveis ao proceder desviante superam as desfavoráveis;
• O comportamento criminoso é aprendido mediante a comunicação com outras pessoas do grupo, iniciando
no seio da família;
• O delito não tem como causa fatores hereditários, físicos, mas sim a influência do meio;
• O grau de aprendizado varia conforme a proximidade das pessoas: quanto mais íntimos, maior será a
influência criminógena;
• A motivação do crime é aprendida com as definições favoráveis ou desfavoráveis da lei pelo grupo em que
vive;
• As pessoas se associam por afinidade de valores, mas o conteúdo desses valores difere conforme a espécie
de associação- por isso é chamada de teoria da associação diferencial.
• As associações diferenciais podem variar com a frequência, duração, prioridade e intensidade

TEORIA DA ANOMIA
• Faz parte das teorias do consenso;
• Teoria com um viés funcionalista, pois não busca as causas do crime, mas se concentra nas consequências
de um conjunto de fenômenos empíricos;
• O combate a disfunção do sistema não se faz pelo estudo das causas do crime, mas sim pela análise das
consequências externas. É uma teoria conservadora, já que não busca a raiz do problema.
• O crime é um fenômeno natural, inerente à sociedade, sendo inválidas as ideias de fatores internos e
externos que influenciam o criminoso;

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• Durkheim: desenvolveu os conceitos de anomia e consciência coletiva;


• Anomia- ausência de normas ou regras.
• Para Durkheim, a anomia é causa principal do crime- quando parcela da sociedade não respeita as normas
sociais;
• Ter uma certa parte da população cometendo crimes é algo benéfico (desde que dentro de limites), pois a
punição reforça os valores tutelados, permitindo a reafirmação da ordem social. Uma sociedade sem crimes
seria inviável.
• O crime só será considerado consequência da anomia quando muito grave, do contrário, o crime é
considerado normal e tem sua função social;
• Baseado nas metas culturais: interesses, valores, propósitos de todos os membros da sociedade. Ex.: vencer
na vida, ter roupas de marca, um bom emprego, etc. A sociedade impõe objetivos e metas inalcançáveis.
• e por serem inatingíveis para a maioria dos indivíduos, a dissociação entre os objetivos e os instrumentos
para o seu alcance gera a anomia;
• A sociedade é falsamente meritocrática: para alcançar as metas culturais é preciso de ajuda dos meios
institucionais (aparato cultural, familiar, econômico e social).
• O desajuste entre os meios institucionais e as metas culturais propicia o surgimento de condutas de
indiferença perante as normas e tentativa de atingir tais metas por meios diversos, proibidos na sociedade.

TEORIA DA SUBCULTURA DELINQUENTE


• Cultura: são os valores dominantes em uma certa sociedade, que são passados de geração para geração; •
Subculturas: cultura dentro da cultura, mas com valores opostos ou divergentes e que não pretende
substituir a cultura dominante;
• Contracultura: é espécie de subcultura que presente substituir a cultura dominante;
• Esta teoria estuda as causas dos crimes cometidos no âmbito das subculturas, principalmente nos grupos
de jovens;
• Se na cultura o cometimento de crimes significa o fracasso, na subcultura representa o sucesso (valores
opostos);
• Os crimes praticados pelos integrantes da subcultura não visam a um fim útil, mas apenas chocar;
• Subcultura delinquente: comportamento de transgressão determinado por um subsistema de
conhecimento, crenças e atitudes que permitem formas particulares de comportamento transgressor em
situações específicas;
• Estuda apenas determinado tipo de criminalidade e não todas;
• Limitada a um registro meramente descritivo das condições econômicas e sociais das subculturas, sendo,
portanto, uma teoria acrítica;
• Defende que a conduta delitiva não seria reflexo negativo da desorganização social e outras mazelas da
sociedade. Todo agrupamento humano é dotado de subculturas, com regras e vida própria (valores distintos
da cultura dominante) e o crime seria reflexo dessas diferentes culturas

TEORIAS DO CONFLITO

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TEORIA DA REAÇÃO SOCIAL (LABELLING APPROACH, ETIQUETAMENTO OU ROTULAÇÃO SOCIAL)


• Faz parte das Teorias do Conflito;
• Maior ênfase ao estudo do sistema penal e de seu funcionamento desigual: elemento fundamental para o
posterior surgimento da Criminologia Crítica;
• Forma de compreender o status social do delinquente;
• Pressuposto: não se pode entender a criminalidade sem associá-la à atuação das agências oficiais (análise
da ação das forças policiais, penitenciárias, judiciária e outras instituições de controle social);
• Objetiva entender como os rótulos estipulados pela sociedade e aplicados por tais instituições refletem as
circunstâncias sociais e contribuem para criação do estigma de criminoso para certos grupos sociais,
alterando a própria percepção individual daqueles rotulados;
• Critica o antigo paradigma etiológico das outras escolas, que analisavam o criminoso por suas
características individuais. Aqui, o estudo é direcionado ao sistema penal e controle social;
• Mudança de paradigma: sai da busca no indivíduo os fundamentos da criminalidade para buscar na
sociedade, por meio da reação social, em que o status de criminoso se dá pelas instâncias de controle formal;
• O criminoso é fruto de uma construção social. A criminalidade não existe na natureza, mas é uma
construção social que depende de juízos adscritivos que produzem a qualidade de criminoso na pessoa, que
provém não das normas de Direito Penal, mas de meta-regras que condicionam a atividade das instâncias de
controle;
• As meta-regras expressam preconceitos e estereótipos que as instâncias de controle social utilizam na
definição do crime e do delinquente a fim de selecionar e recrutar a população marginalizada;
• Não basta desrespeitar a lei, é necessário que o criminoso seja “selecionado” ou estar dentro das
“etiquetas”, os chamados criminalizados.
• Os criminalizados não conseguem se desprender dessa imagem, gerando um status social negativo;
• As condutas não são criminosas por sua própria natureza. É adquirido o caráter de criminosa por meio da
escolha do Estado, que rotula condutas como crimes com objetivo de perpetuação da estrutura social de
poder, praticadas com maior frequência pelas classes mais baixas, os “etiquetados”;
• O crime não é um fenômeno social, mas um fenômeno normativo

CRIMINOLOGIA CRÍTICA
• Principais expoentes: Alessandro Baratta, Juarez Cirino e Nilo Batista;
• Rompe com as teorias do consenso de se fundamenta nas teorias do Conflito;
• Inspiração marxista, com base no etiquetamento do sistema penal (seletividade dos órgãos de controle
formal- pobres, negros, egressos, etc.);
• Nega a legitimidade do sistema penal;
• Processo de criminalização: conflito entre os que detêm o poder e os que são submetidos a este (que
recebem o status de criminosos);
• O sistema penal não é estático (complexo de normas), mas um meio de criminalização, que vai desde o
legislador até a execução penal e de mecanismos informais de reação social;

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• Ocorre uma dupla seleção: os bens protegidos penalmente são os da classe dominante e estigmatização
dos indivíduos da classe dominada.

CIFRAS CRIMINAIS

Negras Esta é definida como todos os crimes que não chegam ao conhecimento das autoridades,
alguns dos fatores que mais contribuem para isso é o fato da vítima além de ter sofrido
o crime, ela não tem o desejo de reviver todo aquele trauma novamente, como por
exemplo, vítima de estupro.
Douradas Termo criado por Edwin H. Sutherland que relaciona os crimes que são praticados por
pessoas do alto-escalão, estes que por pertencerem as camadas mais altas da sociedade
estariam mais propensos a praticar tais delitos, um exemplo disso seria os crimes de
Corrupção, lavagem de dinheiro, e etc...
Cinzas São resultados daquelas ocorrências que até são registradas porém não se chega ao
processo ou ação penal por serem solucionadas na própria Delegacia de Polícia por meio
de conciliação das partes.
Amarelas As vítimas são pessoas que sofreram alguma forma de violência cometida por um
funcionário público e deixam de denunciar o fato aos órgãos responsáveis por receio e
medo de represália.
Verdes Crimes não chegam ao conhecimento policial e que a vítima diretamente destes é o meio
ambiente. Desenvolvem ínfima reação social.
Rosas Crimes de caráter homofóbico que não chegam ao conhecimento dos Órgãos
competentes.
Azul Contrapõem-se aos chamados “crimes do colarinho branco”, dizem respeito aos
pequenos crimes comuns praticados por pessoas economicamente desabastadas e se
verifica como uma alusão aos macacões azuis utilizados nas fábricas dos Estados
Unidos.
Vermelha Todos os crimes vinculados a serial killers, psicopatas e sociopatas.
Branca Oposto da cifra negra, ou seja, delitos que foram efetivamente solucionados por meio de
decisão transitada em julgado.

#OLHONOGANCHO
Direito Penal Subterrâneo: é definido por Zaffaroni como o exercício arbitrário, marginalizado e ilícito do
poder punitivo pelas agências executivas (abuso de poder). Ex.: Institucionalização da pena de morte
(execução sem processo), desaparecim entos, torturas, extradições mediante sequestro etc.

Direito Penal Paralelo: paralelamente ao sistema penal formal do Estado, outras agências se valem da lacuna
deixada pelo Estado, reflexo das cifras ocultas, para exercer o poder punitivo informalmente, dando ensejo
ao que Zaffaroni denomina Direito Penal Paralelo. Ex.: Detenção de doentes mentais por médicos,
institucionalização de m oradores de ruas por autoridades assistenciais, abandono de idosos em
estabelecimentos particulares, aplicação de sanções que acarretem o desemprego etc.

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PREVENÇÃO DA INFRAÇÃO PENAL

Prevenção Criminal é o conjunto de medidas (públicas ou privadas), adotadas com o objetivo de impedir a
prática de delitos – ex. políticas sociais para a redução da delinquência, políticas criminais etc.
No Estado Democrático de Direito medidas de cunho não penal devem ser empregadas em detrimento do
emprego desmedido de medidas repressivas.

PREVENÇÃO DIRETA Atua no crime que está prestes a ocorrer (interfere no iter criminis).
Atua nas causas que levam à delinquência. Podem atuar no indivíduo ou no meio
social.
PREVENÇÃO No indivíduo: análise de personalidade; cura de doenças; recuperação de
INDIRETA dependentes químicos.
No meio social: melhoria da qualidade de vida; medidas sociais; medidas políticas
e econômicas
(ANTES, ATUA ENSINANDO) Ela é genuína, não tem sua atuação direcionada para
um público específico, permeando toda a população. Ataca a raiz do conflito
(educação, emprego, moradia, segurança etc.); aqui desponta a inelutável
PREVENÇÃO necessidade de o Estado, de forma célere, implantar os direitos sociais
PRIMÁRIA progressiva e universalmente, atribuindo a fatores exógenos a etiologia delitiva;
a prevenção primária liga-se à garantia de educação, saúde, trabalho, segurança
e qualidade de vida do povo, instrumentos preventivos de médio e longo prazo.
Palavras Chaves: Antes do Crime, POLÍTICA PÚBLICA e Longo Prazo.
#SELIGANOSINÔNIMO: PREVENÇÃO SITUACIONAL (DURANTE, ATUA
FISCALIZANDO): atua após a existência do crime, tendo como alvos locais onde
os crimes já acontecem e são mais avançados. Tem uma ação mais concentrada
PREVENÇÃO e foco nos setores da sociedade com problemas criminais, em áreas de maior
SECUNDÁRIA violência, não no indivíduo, manifestando-se a curto e médio prazo de maneira
seletiva, destina-se a setores da comunidade, ligando-se à ação policial,
assistência social, programas de apoio, controle das comunicações etc. Palavras
Chaves: Após o Crime, POLICIAMENTO e Curto Prazo.
(DEPOIS, ATUA PUNINDO E CORRIGINDO) Possuem apenas um destinatário, a
população carcerária. Voltada ao recluso ou o egresso do sistema prisional,
PREVENÇÃO visando sua recuperação e evitando a reincidência (sistema prisional); realiza-se
TERCIÁRIA por meio de medidas socioeducativas, como a laborterapia, a liberdade assistida,
a prestação de serviços comunitários etc. Palavras Chaves: Após a Pena,
RESSOCIALIZAÇÃO, Possui um PÚBLICO ALVO e Microcriminologia CLÍNICA.

MODELOS DE REAÇÃO AO DELITO

#SELIGANATABELA

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Busca a retribuição, por meio da punição do criminoso. Procura mostrar


que o crime não compensa.
Possui como protagonistas o Estado e o delinquente, restam excluídos a
vítima e a sociedade.
MODELO CLÁSSICO / A vítima é encarada como mero objeto, pois dela se espera que cumpra
TRADICIONAL / seu papel de testemunha, com todos os inconvenientes e riscos que isso
DISSUASÓRIO acarreta.
Sua solução é através da aplicação de sanções penais aos imputáveis e
semi-imutáveis e os inimputáveis são submetidos a trato psiquiátrico.
Crítica – a exclusão da vítima e da sociedade potencializa os conflitos ao
invés de resolvê-los, devido ao retribucionismo exagerado.
Busca no castigo a sua utilidade (retribuição e ressocialização). Há a
punição, mas também se procura reeducar e reintegrar o criminoso à
sociedade, prevenindo a ocorrência de estigmas. Possui como
protagonistas a sociedade, que possui o papel de prevenir e afastar
MODELO RESSOCIALIZADOR
estigmas (contra etiquetamento).
Tem como alicerce um modelo humanista que defende a intervenção
positiva no condenado, de modo a tornar possível sua volta, com
dignidade, ao meio social.
Também denominada de “justiça restaurativa”, busca restabelecer o
status quo ante dos protagonistas do conflito criminal, ou seja, visa
recuperar o delinquente, proporcionar assistência à vítima e restabelecer
o controle social abalado pela prática do delito, com ações conciliadoras,
que procuram atender aos interesses e exigências de todas as partes
envolvidas, de forma que o sistema carcerário só atuará em último caso
(tem-se como exemplo a composição civil – Lei 9.099/95).
Gera sua restauração, mediante a reparação do dano causado.
Ao compreender o crime como um fenômeno interpessoal, defende que
MODELO RESTAURADOR / as pessoas envolvidas devem participar da solução do conflito por meios
INTEGRADOR alternativos, distanciados de critérios legais e do formalismo. As vantagens
de uma justiça comunitária é que a pacificação social do problema
minimiza os efeitos da persecução tradicional, pois afasta o caráter
ameaçador das penas, humilhações e demais consequências malfazejas. A
solução virá de partes legítimas, e por isso as chances de pacificação se
revelam elevadas.
OBS: Justiça restaurativa é uma técnica de solução de conflito e violência
que se orienta pela criatividade e sensibilidade a partir da escuta dos
ofensores e das vítimas. Esse é o conceito institucional, adotado pelo
Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

VITIMOLOGIA

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Os estudos sobre a Vitimologia ganharam força a partir da Segunda Guerra Mundial mais
precisamente após o desprezível episódio conhecido como o Holocausto no qual os prisioneiros de guerra
eram colocados em situações desumanas e cruéis pelos Nazistas.
Trata-se a Vitimologia de uma ciência interdisciplinar na qual passa pelas áreas da psicologia
psiquiatria e direito sendo ou não um ramo de uma ciência maior denominada Criminologia.

- Na década de 80 do século XX, a ONU promulgou um dos principais diplomas internacionais no que diz
respeito aos direitos das vítimas: Declaração dos Princípios Básicos de Justiça Relativos às Vítimas da
Criminalidade e de Abuso de Poder – 1985 (Adotada pela Assembléia Geral das Nações Unidas na sua
resolução 40/34, de 29 de Novembro de 1985.)

A doutrina aponta três fases da evolução do papel da vítima, que variam conforme a sua importância no
âmbito processual e criminológico, quais sejam:

#SELIGANATABELA

MOMENTO HISTÓRICO
1º momento Marcada por grande protagonismo da vítima, notadamente em virtude da
Idade de ouro da vítima autotutela.
2º momento A vítima perde o seu protagonismo, função que passa a ser exercida
Fase da neutralização do pelo Estado.
poder da vítima
3º momento Surge após a Segunda Guerra Mundial, notadamente em virtude das
Fase da revalorização do barbáries praticadas pelos nazistas.
papel da vítima

PROCESSOS DE VITIMIZAÇÃO:

Vitimização Primária --> é ser vítima. Ou seja, decorre diretamente da prática delitiva (ex: a pessoa que sofre
a lesão corporal)

Vitimização Secundária / Sobrevitimização --> envolve o Estado (controle formal). É a vítima ter que repetir
e reviver – tudo de novo – o que ocorreu (ex: ir até a delegacia, prestar depoimento, reconhecer pessoa,
exame de corpo de delito, audiência em juízo, aguardar prazos e prazos...)

Para alguns doutrinadores pode se divide em:


Heterovitimização secundária --> É oriunda da relação com outras pessoas ou instituições;
Autovitimização secudária --> Decorre de sentimento de culpa, ainda que inconsciente, pela
ocorrência da infração penal.

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Vitimização Terciária --> envolve o meio social. É a estigmatização trazida pelo delito (v.g. a vítima de
estupro, agora, terá interação totalmente diferenciada em seu meio – inclusive, até mesmo, sofrendo
preconceitos)

Vitimização Indireta --> envolve as pessoas que estão relacionadas intimamente com a vítima; quem "sofre
junto" (ex: família, amigos próximos...)

Heterovitimização --> é a autorrecriminação da vítima; buscas pelas razões que a tornaram, de modo
provável, responsável pela prática delitiva.

CLASSIFICAÇÃO DAS VÍTIMAS - Quem faz essa classificação e é mais citado/aceito nas obras é Benjamin
Mendelsohn. É uma classificação em graus:
1) Vítima completamente inocente ou vítima ideal: é aquela vítima que não tem qualquer responsabilidade
ou culpa no acontecimento criminoso. Ex.: senhora que caminha na rua e vem um criminoso, que lhe rouba
a bolsa e saí correndo.
2) Vítima de culpabilidade menor ou por ignorância: é o impulso involuntário da vítima, que de alguma
forma contribui para o delito. Ex.: casal de namorados pula na sacada do vizinho e pratica relações sexuais
na sacada do vizinho, o vizinho abre sua janela, fica muito bravo e os agride. Este é um exemplo de
Mendelsohn.
3) Vítima voluntária ou tão culpada quanto o infrator: a vítima se coloca em uma situação em que ela é ao
mesmo tempo vítima e autora do crime. Ex.: roleta russa
4) Vítima mais culpada que o infrator ou vítima provocadora: é aquela vítima que incita o autor do crime,
é a vítima por imprudência, que não se controla e provoca um acidente. Nessa classificação Mendelshon não
quer dizer que o infrator não tem culpa, mas que a vítima, naquele momento, é mais culpada que esse
infrator.
5) Vítima unicamente culpada: São exemplos desse tipo de vítima -> i. Vítima infratora: vítima que agride
e é repelida da injusta agressão. O autor age em legítima defesa. ii. Vítima simuladora: vítima que faz
denunciação caluniosa, inventa a situação. iii. Vítima imaginária: a pessoa acha que é vítima de um crime.

#OLHAOGANCHO
SÍNDROME DE ESTOCOLMO: A síndrome de Estocolmo, também conhecida como Vinculação Afetiva de
Terror ou Traumática, consiste em um estado psicológico particular pelo qual algumas pessoas que são
privadas de sua liberdade desenvolvem relações de afinidade/afetividade com seus algozes.
SÍNDROME DE LONDRES: Contrariamente à síndrome de Estocolmo, na qual os reféns desenvolvem uma
relação de afinidade com seus algozes, na Síndrome de Londres passa a existir uma animosidade entre os
reféns e os sequestradores, face ao comportamento hostil dos primeiros. Assim, as vítimas passam a discutir
e discordar dos sequestradores, de modo a gerar uma desafeição.
SÍNDROME DA MULHER DE POTIFAR: A figura criminológica conhecida como síndrome da mulher de Potifar
consiste na conduta de uma pessoa rejeitada por outra imputar falsamente a esta a prática de crime contra
a dignidade sexual;

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