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Ao ILMO. SR.

Superintendente Regional DO DNIT

Em vista da notificação de autuação no auto de infração de número


S006070291, conforme qualificação em formulário retro, vem aduzir o que segue:

O recorrente foi duplamente sancionado pelo mesmo ato (auto de


infração S0006070291 e S006070261), como prova os autos de infração em anexo
com diferença de 18 SEGUNDOS entre elas, pois ocorreram no mesmo minuto, ato
contínuo.

Tal ato configura punição “bis in idem”, amplamente conhecida


como “princípio da vedação da dupla punição pelo mesmo fato”, ocasionando
desta forma uma condenação dupla pela mesma infração.

Admite-se a aplicação cumulativa de penalidades exclusivamente


quando uma das infrações não seja a qualificação da outra, ou que não tenham a
mesma tipificação (o que ocorreu no presente instrumento), vez que o Código de
Trânsito Brasileiro disciplinou tão somente a hipótese de ocorrência de infrações
simultâneas, previstas no artigo 266.

Há uma clara violação do princípio do bis in idem, pois um Veículo


autuado sem a realização do flagrante, e lhe foi lavrado duas autuações pelo
mesmo artigo e no mesmo dia, mesmo horário, com intervalo de 18 SEGUNDOS entre
uma e outra. Tal situação deve acarretar nulidade da autuação.

Vale ressaltar que não há bom-senso na aplicação da referida eis


que ambas são aplicadas em radares de limite de velocidade de 40 km/h

No que tange o artigo 267 do Código de Trânsito Brasileiro:

Art. 267. Poderá ser imposta a penalidade de advertência por


escrito à infração de natureza leve ou média, passível de ser
punida com multa, não sendo reincidente o infrator, na mesma
infração, nos últimos doze meses, quando a autoridade,
considerando o prontuário do infrator, entender esta providência
como mais educativa.
Com efeito, sendo a infração de natureza leve ou média punível com
multa e não sendo reincidente o infrator, na mesma infração, nos últimos doze meses,
poderá a autoridade converter a penalidade pecuniária em advertência por escrito.

É exatamente o que se vê na presente situação. A infração atribuída


ao Notificado é de natureza média, sancionada com multa (art. 218, I). Além disso,
não há no prontuário do Notificado qualquer infração semelhante; aliás, não há
qualquer infração, como demonstra consulta abaixo:

Dessa forma, nota-se que o Notificado é condutor probo e


responsável, sendo a imposição de multa uma medida exagerada para fins
educativos, motivo pelo qual a conversão em advertência é medida que se impõe
adequada.

Não sendo acolhido o pleito suprajacente, a decisão deve ser


motivada de forma “explícita, clara e congruente” (art. 50, § 1º, da Lei nº 9.784/99),
na medida em que afeta os interesses do Notificado, cominando-lhe sanção, a teor
dos incisos I e II da referida norma, devendo-se ainda cancelar a presente multa,
cobrando-se, se necessário, apenas uma por se tratar de apenas um ato.

Diante do exposto, requer:

a) Que seja recebido a presente defesa, pois atende a todos os


requisitos de sua admissibilidade conforme com a Resolução 299/08 do CONTRAN;
b) Que seja julgado procedente o presente recurso, e por via da
consequência o cancelamento da multa imposta, conforme preceitua o artigo 281
do CTB, sendo anulada a pontuação. E a conversão de multa para advertência
conforme artigo 267 do Código de Trânsito Brasileiro.

Nesses Termos,

Pede Deferimento.

Rio de Janeiro, 01 de março de 2018.

LEVI SIMÕES DE FREITAS


OAB/RJ 196.585

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