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DIREITO PROCESSUAL PENAL

RECURSOS. AÇÕES AUTÔNOMAS DE IMPUGNAÇÃO

Livro Eletrônico
DOUGLAS DE ARAÚJO VARGAS

Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, apro-


vado em 6º lugar no concurso realizado em
2013. Aprovado em vários concursos, como Po-
lícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agen-
te), PRF (Agente), Ministério da Integração,
Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado –
2012 e Oficial – 2017).

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Recursos. Ações Autônomas de Impugnação
Prof. Douglas de Araújo Vargas

Introdução.................................................................................................4
Recursos....................................................................................................5
Efeitos dos Recursos....................................................................................7
Admissibilidade dos Recursos...................................................................... 10
Espécies de Recursos................................................................................. 11
Prazo....................................................................................................... 14
Interposição e Processamento..................................................................... 14
Julgamento............................................................................................... 15
Peculiaridade – JECRIM.............................................................................. 17
ROC – Recurso Ordinário Constitucional........................................................ 22
STF......................................................................................................... 22
STJ.......................................................................................................... 23
ROC & Prazos............................................................................................ 24
Recurso Especial e Recurso Extraordinário..................................................... 25
Outros Requisitos Comuns.......................................................................... 27
Resumo.................................................................................................... 32
Questões de Concurso................................................................................ 39
Gabarito................................................................................................... 49
Gabarito Comentado.................................................................................. 50

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Introdução

Querido(a) aluno(a),

Hoje vamos estudar um assunto com foco procedimental, de modo que a aula

será um pouco mais pesada e arrastada. Ainda assim, o assunto é muito importan-

te, então foco total na aula de hoje, beleza?

Sem mais delongas, hoje é dia de falar de recursos & fungibilidade!

Recursos & Prazos


Fungibilidade
Relacionados

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Recursos
Vamos começar a aula de hoje, é claro, com o conceito de recurso:

O recurso é o direito que a parte possui de atacar uma decisão judicial que

lhe contraria, solicitando sua revisão (total ou parcial).

Ou seja, uma vez que ocorre uma decisão desfavorável aos interesses da parte, a

parte tem o direito de recorrer: nada mais é do que um desdobramento do direito

de ação. O conceito de recurso é realmente muito simples de entender. O problema

está mesmo em todas as suas peculiaridades, que iremos estudar a partir de agora.

Características

São características dos recursos:

Vamos analisar cada uma delas!

Voluntariedade

A voluntariedade nada mais é do que a faculdade da parte de decidir se deseja

ou não impetrar um recurso contra uma decisão desfavorável. Se a parte aceitar a

decisão, não precisa recorrer – só o faz se desejar!

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Vedação da reformatio in pejus

Uma vez que a parte recorre de uma decisão que lhe é desfavorável, é vedado

que a nova decisão piore a situação da parte que recorreu.

Isso evita que a parte deixe de recorrer apenas para evitar que sua situação pio-

re. Se entende que deve recorrer, pode fazê-lo sem medo, pois não poderá agravar

sua situação ao exercer seu direito ao recurso.

Note que a situação que não pode piorar é a da parte que recorreu. A outra parte

pode sim ter sua situação agravada!

Unirrecorribilidade

Em regra, cada tipo de decisão possui um recurso apropriado, específico para o

seu caso. Essa existência de um único recurso adequado para cada tipo de decisão

é o que a doutrina chama de unirrecorribilidade.

Taxatividade

A taxatividade trata do chamado “numerus clausus” (número restrito). Para que

uma parte possa impetrar um recurso, este deve estar previsto em lei!

Não existem, portanto, recursos sem previsão legal!

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Tempestividade

A tempestividade determina que deve existir um prazo legal para a interposição

de recurso, limitando o direito da parte de manifestar sua discordância quanto a

uma decisão prolatada em seu desfavor.

Efeitos dos Recursos

Os recursos podem causar quatro tipos de efeitos:

Comecemos pelo efeito devolutivo.

Efeito Devolutivo

O efeito devolutivo do recurso é a regra. Ele permite que o tribunal reveja de

forma completa e irrestrita a matéria sobre a qual a parte discorda da decisão.

Efeito devolutivo: permite a revisão irrestrita da matéria.

Efeito Suspensivo

O efeito suspensivo, por sua vez, é a exceção. Ele impede que a decisão pro-

duza seus efeitos desde logo!

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O efeito suspensivo pode ser arguido, por exemplo, em casos que se considere

que a produção dos efeitos da decisão recorrida possa gerar algum dano que me-

reça aguardar a resolução definitiva do mérito.

Gosto sempre de utilizar o exemplo da seguinte matéria:

A decisão, que inicialmente iria produzir efeitos desde logo, teve seus efeitos sus-

pensos em razão do recurso impetrado pela parte. É realmente simples assim!

Efeito Suspensivo: possibilidade de que o recurso suspenda provisoriamente os

efeitos da decisão.

Efeito Extensivo

O efeito extensivo trata da possibilidade de estender os efeitos do recurso impe-

trado por um dos réus (que recorreu) ao corréu, em caso de processos envolvendo

concurso de pessoas.

Efeito extensivo: possibilidade de que o alcance do recurso venha a englobar

também o corréu.

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Efeito Regressivo

O efeito regressivo causa a devolução do processo ao mesmo órgão que pro-

latou a decisão contra a qual se intentou o recurso. Trata-se, portanto, de reexame

da causa pelo mesmo juízo!

Um exemplo de recurso com efeito regressivo que ficou muito conhecido é o dos

embargos de declaração, que tomaram uma notoriedade muito maior após sua

análise pelo STF no julgamento da Ação Penal 470 (o famoso mensalão).

Efeito extensivo: devolução do processo ao mesmo órgão (reexame pelo mes-

mo juízo).

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Admissibilidade dos Recursos


Uma vez que você já conhece as características e os possíveis efeitos dos recur-

sos, é necessário conhecer os chamados pressupostos de admissibilidade dos

recursos.

Existem inúmeros critérios sobre esse tema, de modo que iremos adotar os lis-

tados pelo mestre Leonardo Barreto, adotados majoritariamente pelos doutrinado-

res e que melhor se adéquam para fins de prova. Tais pressupostos estão divididos

em pressupostos objetivos e subjetivos. Comecemos pela primeira categoria!

Pressupostos Objetivos

O cabimento nada mais é do que do que a existência de previsão legal que

permita intentar o recurso. A adequação, por sua vez, trata do respeito ao recurso

adequado para a decisão da qual se quer recorrer.

A tempestividade diz respeito ao prazo que deve ser respeitado para a inter-

posição do recurso. A inexistência de fatos impeditivos ou extintivos, por sua

vez, cuida da inexistência dos seguintes elementos:

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Pressupostos Subjetivos

Uma vez analisados os pressupostos objetivos dos recursos, temos ainda os

pressupostos subjetivos, quais sejam:

A legitimidade determina que o recurso tem que ser impetrado pela parte ou

por terceiro expressamente autorizado por lei. Já o interesse da parte está

diretamente relacionado com a possibilidade de existir benefício para a parte com

a interposição de recurso.

Espécies de Recursos

Agora a coisa ficou séria!

Precisamos agora discorrer sobre as espécies de recursos, e este é, de longe, o

assunto mais importante da nossa aula. Além disso, temos realmente muitas espé-

cies de recursos para conhecer, por isso redobre o foco!

Os recursos em espécie são basicamente os seguintes:

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Uma vez listados os recursos, vamos discorrer sobre cada um deles e suas ca-

racterísticas. Comecemos pelo recurso em sentido estrito.

Recurso em Sentido Estrito

O recurso em sentido estrito é o recurso aplicável nas hipóteses arroladas no

art. 581 do CPP, cujo rol é taxativo. O artigo em questão é muito extenso, o que

é uma péssima notícia para fins de concurso público. Sua leitura, no entanto, é

obrigatória. O rol taxativo, como você já sabe, é um dos tópicos favoritos dos

examinadores na elaboração de questões.

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Dito isso, cabe recurso em sentido estrito da decisão, despacho ou sentença

que:

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São 25 hipóteses. Você acha que o examinador vai cobrar alguma delas? Pois

eu tenho certeza...

É muito difícil memorizar um artigo tão extenso. Não estou defendendo que

você faça isso. Mas ao menos faça a leitura dele algumas vezes. Qualquer hipótese

de cabimento que você lembrar já vai te ajudar bastante!

Prazo

A interposição do recurso em sentido estrito deve se dar no prazo de 5 dias.

Entretanto, a parte pode recorrer sem apresentar as razões recursais, que poderão

ser apresentadas em 2 dias, a contar da data de interposição do recurso.

Interposição e Processamento

O recurso em sentido estrito deve ser interposto, em regra, em primeiro grau,

sendo que as razões recursais devem ser interpostas no Tribunal.

Entretanto, nas hipóteses dos incisos V (contra decisão que conceder, negar, ar-

bitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventi-

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va ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante) e X

(contra decisão que conceder ou negar a ordem de habeas corpus) tanto o recurso

quanto as razões deverão ser oferecidas no juízo de primeiro grau.

Via de regra o recurso em sentido estrito não possui efeito suspensivo!

Julgamento

O julgamento do recurso em sentido estrito cabe ao Tribunal ao qual está vin-

culado o juiz de primeira instância. Via de regra, deve haver o parecer do MP (tam-

bém no prazo de cinco dias). Por fim, o prazo legal previsto para a sustentação oral

no caso de recursos em sentido estrito é de dez minutos.

Recomendação de Leitura: faça a leitura da letra da lei, dos artigos 609 a 618

do CPP.

Apelação

O segundo recurso que você precisa conhecer é a apelação, que nada mais

é do que o recurso cabível contra decisão em que não cabe o recurso em sentido

estrito.

Uma vez que não cabe o recurso em sentido estrito, (tendo em vista que o rol

do art. 581, embora extenso, é taxativo), passa a caber a apelação, cujo cabimento

encontra-se previsto no art. 593 (cujo rol é mais flexível).

Vejamos:

Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:


I – das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular;

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II – das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos
casos não previstos no Capítulo anterior;
III – das decisões do Tribunal do Júri, quando:
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados;
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança;
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.

No que se refere ao tribunal do júri, é importante ainda tomar nota da Súmula

713 do STF:

O efeito devolutivo da apelação contra decisões do júri é adstrito aos fundamentos de


sua interposição.

Prazo de Interposição

A interposição da apelação deve se dar no prazo de 5 dias (Art. 593, caput).

Além da regra de interposição de apelação em 5 dias, temos ainda a possibilida-

de de o réu interpor o recurso pessoalmente. Nesse caso, porém, não poderá ofe-

recer as razões, que serão juntadas em até 8 dias em caso de processo por crime

e 3 dias no caso de contravenção penal.

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Peculiaridade – JECRIM

Existe diferença no prazo para apelação nos Juizados Especiais Criminais, que é

de 10 dias para interpor o recurso e apresentar as razões.

Julgamento

A apelação também é julgada pelo Tribunal, ao qual pertence o juiz que

prolatou a decisão que foi recorrida. Em regra, deve ser emitido parecer do MP,

também no prazo de 5 dias.

Assim como no caso do recurso em sentido estrito, as sustentações orais reali-

zadas pelas partes também estão limitadas a dez minutos.

Embargos de Declaração

Algumas vezes, ao realizar a prestação jurisdicional, o magistrado não atende

de forma adequada ao que foi solicitado pelas partes. Pode ser que sua decisão não

tenha esclarecido todos os pontos que deveria. Talvez tenha sido difícil de entender,

ou até mesmo, tenha esquecido algum ponto que envolveu o pedido que estava

sendo analisado.

Felizmente, nesses casos, temos a possibilidade de um recurso para atacar a

decisão e solucionar os problemas identificados na análise de seu conteúdo.

Os chamados embargos de declaração são essa modalidade de recurso, e po-

dem ser impetrados para integrar uma decisão, sentença ou acórdão. Integrar a

decisão foi obscura, contraditória, ambígua ou omissa, e depende, portanto,

de maiores e melhores esclarecimentos sobre seu conteúdo.

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Previsão Legal

A previsão legal dos embargos de declaração está no artigo 382 (Embargos de

Declaração contra decisão de juiz singular) e no artigo 619 (Embargos de Declara-

ção contra decisão de Tribunal). Vejamos:

Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que de-
clare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou
omissão.
Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas, po-
derão ser opostos embargos de declaração, no prazo de dois dias contados da sua publi-
cação, quando houver na sentença ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão.
Art. 620. Os embargos de declaração serão deduzidos em requerimento de que cons-
tem os pontos em que o acórdão é ambíguo, obscuro, contraditório ou omisso.
§ 1º O requerimento será apresentado pelo relator e julgado, independentemente de
revisão, na primeira sessão.
§ 2º Se não preenchidas as condições enumeradas neste artigo, o relator indeferirá
desde logo o requerimento.

As hipóteses de cabimento dos embargos de declaração, portanto, são bem

mais simples do que as de apelação ou de recursos em sentido estrito.

Sobre tal assunto, tome nota do conteúdo da súmula 356 do STF:

O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos de declaração,
não pode ser objeto de recurso extraordinário, por falta do requisito de prequestiona-
mento.

Dessa forma, só poderá ser intentado o recurso extraordinário com base em

ponto omisso da decisão caso este ponto tenha sido questionado primeira-

mente por meio de embargos de declaração.

Processamento e Julgamento

O embargo de declaração deve ser julgado pelo próprio órgão que emitiu a de-

cisão. Portanto, se a decisão obscura é de um juiz singular, o próprio juízo singular

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deverá julgar os embargos de declaração. O mesmo vale para os tribunais. Trata-

-se, portanto, do chamado efeito regressivo dos embargos de declaração.

Os embargos de declaração, em regra, não servem para discutir o mérito da causa

novamente – e sim, para sanar questões omissas ou obscuras na decisão prolatada.

Ademais, os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo, po-

rém, têm o condão de impedir a contagem de prazo para os demais recursos (o que

só não ocorrerá se os embargos forem considerados protelatórios). Dessa forma, o

prazo para os demais recursos só começará a contar depois que as partes tomarem

ciência do julgamento dos embargos de declaração.

Embargos Infringentes e Embargos de Nulidade

Tendo em vista que os Tribunais são órgãos colegiados, e suas decisões (acór-

dãos) são prolatados por mais de um desembargador (em regra, turmas recursais),

existe a possibilidade de atacar tais acórdãos quando estes não são unânimes e são

desfavoráveis ao réu.

Os recursos adequados para tal finalidade são os chamados embargos infrin-

gentes ou de nulidade. Serão infringentes quando discutirem apenas o mérito,

e de nulidade quando discutirem matéria processual, tentando anular a decisão

atacada.

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Interposição

A interposição dos embargos infringentes se dá por petição, que deve estar

acompanhada das razões. O prazo para interposição é de dez dias, a contar da

publicação do acórdão.

Requisitos para o cabimento de embargos infringentes

Para que seja cabível a interposição de embargos infringentes, é necessário que

o acórdão não tenha sido unânime, que o voto divergente seja favorável ao

réu e que o recurso se atenha à divergência contida no voto favorável.

Não é cabível a utilização de embargos infringentes em sede de Turma Recursal dos

Juizados Especiais Criminais.

Julgamento

No julgamento de embargos infringentes podem ocorrer três possibilidades:

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Caso a votação resulte em empate, deve prevalecer a solução mais favorável ao

réu (in dubio pro reo).

Carta Testemunhável

A carta testemunhável é um recurso um pouco chato de entender. O conceito

doutrinário é o seguinte:

A carta testemunhável é o recurso cabível contra decisão denegatória de recur-

so ou contra a decisão que impedir o processamento de recurso que embora admi-

tido não tenha sido remetido ao tribunal competente.

Nestor Távora

Pesado, certo? Para simplificar de uma forma grosseira, entenda a carta tes-

temunhável como o recurso do recurso, do recurso, em casos determinados.

Vejamos um exemplo para tentar simplificar:

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Cabimento

É importante observar que a carta testemunhável é o chamado recurso subsi-

diário. Só poderá ser utilizado quando não houver outro recurso previsto em

lei para um determinado caso. Veja o que diz o art. 639 do CPP:

Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável:


I – da decisão que denegar o recurso;
II – da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua expedição e seguimento para o
juízo ad quem.

Processamento

A carta testemunhável tem seu processamento regulado pelo art. 643 do CPP,

que acaba nos remetendo ao regramento do recurso em sentido estrito, in verbis:

Art. 643. Extraído e autuado o instrumento, observar-se-á o disposto nos arts. 588 a


592, no caso de recurso em sentido estrito, ou o processo estabelecido para o recurso
extraordinário, se deste se tratar.

Além disso, é importante notar que a carta testemunhável não possui efeito

suspensivo, embora possua tanto o efeito devolutivo quanto regressivo.

ROC – Recurso Ordinário Constitucional


O recurso ordinário constitucional nada mais é do que uma forma de apelação,

que, no entanto, será julgada pelo STJ ou pelo STF, dependendo da situação.

O ROC está previsto diretamente na Constituição Federal, nos artigos 102 e

105, que tratam especificamente das competências do STF e do STJ.

STF

No que se refere ao STF, sua competência é a de julgar, em recurso ordinário:

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STJ

No que se refere ao STJ, a competência é de julgar, em sede de recurso ordi-

nário:

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Eu sei, eu sei! Esse rol é realmente doloroso de se estudar (só não é pior do

que o rol dos recursos em sentido estrito). Porém, infelizmente, é tão importante

quanto.

ROC & Prazos

O ROC é regido pelos seguintes prazos de oferecimento:

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Recurso Especial e Recurso Extraordinário

O Recurso Especial (REsp) e o Recurso Extraordinário (RE) também tem suas

hipóteses de cabimento previstas diretamente na Constituição Federal.

O Resp é um recurso de competência do STJ, enquanto o RE é de competência

do Supremo Tribunal Federal (STF).

Primeiramente, vejamos as hipóteses de cabimento de cada um dos recursos.

Recurso Especial (Resp)

Compete ao STJ julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou

última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados,

do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:

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No que se refere aos recursos especiais, é interessante também tomar conheci-

mento da Súmula 518/STJ, que pode ser cobrada em provas de concursos:

Súmula 518/STJ: para fins de aplicação do art. 105, inciso III (que trata dos recur-

sos especiais), não é cabível Resp fundado em violação de enunciado de Súmula.

Recurso Extraordinário (RE)

Compete ao STF julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas

em única ou última instância, quando a decisão recorrida:

Além das hipóteses acima, ainda existe o pré-requisito (específico dos Recur-

sos Extraordinários) de que a parte demonstre a repercussão geral da questão

constitucional a ser discutida no caso que ensejou a interposição do Recurso Extra-

ordinário.

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Processamento

O regramento dos Recursos Especiais e dos Recursos Extraordinários devem

seguir as previsões do Código de Processo Civil, motivo pelo qual dificilmente serão

abordados para a elaboração de questões de Direito Processual Penal.

Outros Requisitos Comuns


Existem ainda dois requisitos de admissibilidade que são validos tanto para o

Resp quanto para o RE:

Discussão de Direito

Caro aluno: o Resp e o RE não são vias adequadas para ensejar nova discussão

da causa ou para solicitar nova apreciação das provas.

Conclui-se, portanto, que os Recursos Especiais e Extraordinários não servem

para discutir a matéria fática do caso, e sim, para discussão de DIREITO, seja ele

FEDERAL (STJ) ou CONSTITUCIONAL (STF).

Agravo em Execução

O agravo em execução é o recurso utilizado para atacar decisões relacionadas

à execução penal (prolatadas pelo juiz da execução). Um agravo em execução

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pode ser utilizado, por exemplo, para discutir decisões que negaram a progressão

de regime ou a concessão de livramento condicional ao condenado, por exemplo.

Tal recurso está previsto na Lei de Execuções Penais, em seu art. 197. Vejamos:

Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito sus-
pensivo.

Prazo

O prazo de interposição do agravo em execução está previsto na Súmula 700/

STF:

É de cinco dias o prazo para interposição de agravo contra decisão do juiz da execução
penal.

Ritos

O rito de processamento e julgamento do agravo em execução segue as regras

aplicáveis ao recurso em sentido estrito, por decisão tanto do STF quanto do STJ,

motivo pelo qual a leitura recomendada dos artigos do CPP relacionados a este pro-

cedimento também irá se aplicar ao agravo em execução.

Agravo Regimental ou Inominado

Muito embora os Tribunais sejam órgãos colegiados, atuando em turmas e emi-

tindo acórdãos (decisões coletivas), algumas matérias ficam sobre o crivo de ape-

nas um dos membros do Tribunal. Temos, portanto, as chamadas decisões mono-

cráticas, proferidas em um Tribunal, mas apenas por um único membro. Quando

uma decisão deste tipo causar um prejuízo a um interessado, é cabível o recurso

chamado de agravo regimental.

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O agravo regimental recebe essa nomenclatura pois sua previsão usualmente

se dá em regimentos internos de Tribunais, ao contrário dos demais recursos que

estudamos até aqui (que estão previstos em lei ou na constituição federal).

Prazo

O agravo regimental via de regra tem o prazo de interposição de 5 dias, segun-

do determina a Súmula 699/STF.

Hipóteses de Cabimento:

O agravo regimental ou inominado será cabível em três casos:

As hipóteses acima estão listadas apenas para conhecimento. Elas se encon-

tram arroladas na Lei n. 8.038/1990, e devem ser objeto de estudo específico no

âmbito de tal diploma legal.

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Reclamação Constitucional

A reclamação constitucional tem o objetivo de fazer com que decisões de tri-

bunais superiores sejam acatadas pelos tribunais de jurisdição inferior. A

reclamação constitucional tem natureza jurídica híbrida de recurso e ação (tec-

nicamente não é um recurso em sua concepção tradicional). Seu regramento tam-

bém está previsto na Lei n. 8.038/1990, e seu procedimento deve seguir o Código

de Processo Civil, motivo pelo qual não é objeto de estudo detalhado no âmbito do

Direito Processual Penal, sendo listada nessa aula, apenas para conhecimento.

Embargos de Divergência

Finalmente temos os embargos de divergência, recurso que, da mesma for-

ma que a reclamação constitucional, só precisa ser abordado em seu conceito. Os

embargos de divergência são recursos de uniformização de jurisprudência, uti-

lizados quando há um conflito de entendimentos entre o STJ e o STF.

A doutrina entende, portanto, que a parte pode fazer uso dos embargos de di-

vergência para solicitar a uniformização de jurisprudência conflitante entre o STJ e

o STF, sob o ponto de vista e sentido que melhor lhe servir de acordo com a cau-

sa. O regramento dos embargos de divergência também fica a cargo do Código de

Processo Civil.

Fungibilidade

Para finalizar a aula de hoje, precisamos tratar do conceito de fungibilidade,

vinculado ao chamado princípio da fungibilidade recursal, conforme leciona o mes-

tre Nestor Távora:

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Não havendo erro grosseiro ou má-fé na interposição de um recurso equivoca-

do, e atendido o prazo limite do recurso que seria cabível, a pane não será prejudi-

cada pela interposição de um recuso por outro. Nesse caso, o juiz, tomando ciência

da impropriedade de uma impugnação recursal por motivo plausível, deve mandar

processá-la em conformidade com o rito do recurso que seria cabível, tal como pre-

vê o parágrafo único, do art. 579, CPP.

Nestor Távora – Curso de Direito Processual Penal

Conforme Távora nos leciona, o princípio da fungibilidade recursal é também

denominado de teoria do recurso indiferente, princípio da permutabilidade

dos recursos ou princípio da conversibilidade dos recursos.

A fungibilidade nada mais é, do ponto de vista semântico, que a substituição

de uma coisa por outra, que no caso em estudo resulta na substituição de um

recurso por outro, desde que não haja erro grosseiro ou má-fé!

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RESUMO
Recursos

• O recurso é o direito que a parte possui de atacar uma decisão judicial que

lhe contraria, solicitando sua revisão (total ou parcial).

Características

Voluntariedade

• Faculdade da parte de decidir se deseja ou não impetrar um recurso contra

uma decisão desfavorável.

Vedação da reformatio in pejus

• Uma vez que a parte recorre de uma decisão que lhe é desfavorável, é vedado

que a nova decisão piore a situação da parte que recorreu.

Unirrecorribilidade

• Em regra, cada tipo de decisão possui um recurso apropriado, específico para

o seu caso.

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Taxatividade

• Para que uma parte possa impetrar um recurso, este deve estar previsto em lei!

Tempestividade

• Deve existir um prazo legal para a interposição de recurso

Efeitos dos Recursos

Efeito Devolutivo

• Permite a revisão irrestrita da matéria.

Efeito Suspensivo

• Possibilidade de que o recurso suspenda provisoriamente os efeitos da deci-

são.

Efeito Extensivo

• Possibilidade de que o alcance do recurso venha a englobar também o corréu.

Efeito Regressivo

• Devolução do processo ao mesmo órgão (reexame pelo mesmo juízo).

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Admissibilidade dos Recursos

• Pressupostos Objetivos:

• Pressupostos Subjetivos:

Espécies de recursos

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Recurso em Sentido Estrito

• É o recurso aplicável nas hipóteses arroladas no art. 581 do CPP, cujo rol é

taxativo.

• São 25 hipóteses!

• Via de regra o recurso em sentido estrito não possui efeito suspensivo!

Apelação

• Recurso cabível contra decisão em que não cabe o recurso em sentido estrito.

• O efeito devolutivo da apelação contra decisões do júri é adstrito aos funda-

mentos de sua interposição.

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Embargos de Declaração

• Recurso para atacar a decisão e solucionar os problemas identificados na aná-

lise de seu conteúdo.

• O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos de de-

claração, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por falta do requisito

de prequestionamento.

• Os embargos de declaração, em regra, não servem para discutir o mérito da

causa novamente – e sim para sanar questões omissas ou obscuras na deci-

são prolatada.

Embargos Infringentes e Embargos de Nulidade

• São utilizados para atacar acórdãos quando estes não são unânimes e são

desfavoráveis ao réu.

• Não é cabível a utilização de embargos infringentes em sede de Turma Recur-

sal dos Juizados Especiais Criminais.

• Caso a votação resulte em empate, deve prevalecer a solução mais favorável

ao réu (in dubio pro reo).

Carta Testemunhável

• A carta testemunhável é o recurso cabível contra decisão denegatória de re-

curso ou contra a decisão que impedir o processamento de recurso que em-

bora admitido não tenha sido remetido ao tribunal competente.

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• A carta testemunhável é o chamado recurso subsidiário. Só poderá ser utilizado

quando não houver outro recurso previsto em lei para um determinado caso.

ROC – Recurso Ordinário Constitucional

• É uma forma de apelação, que, no entanto, será julgada pelo STJ ou pelo STF,

dependendo da situação.

Recurso Especial e Recurso Extraordinário

• O Resp é um recurso de competência do STJ, enquanto o RE é de competên-

cia do Supremo Tribunal Federal (STF).

• Súmula 518/STJ: para fins de aplicação do art. 105, inciso III (que trata dos

recursos especiais), não é cabível Resp fundado em violação de enunciado de

Súmula.

• O Resp e o RE não são vias adequadas para ensejar nova discussão da causa

ou para solicitar nova apreciação das provas.

• Os Recursos Especiais e Extraordinários não servem para discutir a matéria

fática do caso, e sim para discussão de DIREITO, seja ele FEDERAL (STJ) ou

CONSTITUCIONAL (STF).

Agravo em Execução

• O agravo em execução é o recurso utilizado para atacar decisões relacionadas

à execução penal (prolatadas pelo juiz da execução).

Agravo Regimental ou Inominado

• Quando uma decisão deste monocrática prolatada por integrante de órgão

colegiado causar um prejuízo a um interessado, é cabível o recurso chamado

de agravo regimental.

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Reclamação Constitucional

• A reclamação constitucional tem o objetivo de fazer com que decisões de tri-

bunais superiores sejam acatadas pelos tribunais de jurisdição inferior.

Embargos de Divergência

• Os embargos de divergência são recursos de uniformização de jurisprudência,

utilizados quando há um conflito de entendimentos entre o STJ e o STF.

Fungibilidade

• A fungibilidade nada mais é, do ponto de vista semântico, que a substituição

de uma coisa por outra.

• Quando tratamos de recursos, a fungibilidade trata da substituição de um re-

curso por outro, desde que não haja erro grosseiro ou má-fé!

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1    (CS-UFG/TJ-GO/JUIZ) Dispõe expressamente o Código de Processo Pe-

nal que, da decisão que denegar a apelação, caberá

a) recurso em sentido estrito.

b) carta testemunhável.

c) agravo em execução.

d) revisão criminal.

e) recurso extraordinário.

Questão 2    (CS-UFG/TJ-GO/JUIZ) Segundo entendimento sumulado do Supremo

Tribunal Federal, o prazo para interposição de agravo contra a decisão do juiz da

execução penal é de

a) 2 dias.

b) 3 dias.

c) 5 dias.

d) 8 dias.

e) 10 dias.

Questão 3    (CESPE/TRF - 5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO) O recurso cabí-

vel da decisão que revoga medida cautelar diversa da prisão é

a) o agravo de instrumento.

b) a carta testemunhável.

c) o agravo interno.

d) a apelação.

e) o recurso em sentido estrito.

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Questão 4    (CS-UFG/TJ-GO/JUIZ) Da decisão que indeferir a habilitação do assis-

tente de acusação, caberá

a) recurso em sentido estrito.

b) apelação criminal.

c) embargos infringentes.

d) embargos de nulidade.

e) mandado de segurança.

Questão 5    (FCC/PC-AP/DELEGADO DE POLÍCIA) Sobre os recursos no processo

penal, é correto afirmar:

a) Por falta de capacidade postulatória, é vedada a interposição de recurso pelo réu.

b) Em caso de indeferimento de representação por prisão preventiva feita por au-

toridade policial, o Delegado de Polícia poderá interpor recurso em sentido estrito.

c) É cabível protesto por novo júri em caso de condenação superior a 20 anos.

d) Os embargos infringentes e de nulidade são exclusivos da defesa.

e) O regime de celeridade e informalidade do Juizado Especial Criminal é compatí-

vel com a impossibilidade de embargos de declaração nos casos submetidos à sua

jurisdição. (UFMT)

Questão 6    (VUNESP/DPE-RO/DEFENSOR PÚBLICO) Assinale a alternativa correta.

a) Os recursos não terão efeito suspensivo nos casos de perda da fiança.

b) O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto.

c) Caberá recurso em sentido estrito da decisão que receber a denúncia.

d) Por conta da última reforma do Código de Processo Penal, não há mais previsão

legal do recurso de carta testemunhável.

e) Sempre será admissível a reiteração do pedido de revisão criminal.

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Questão 7    (VUNESP/TJ-SP/ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) No julgamento

dos recursos de apelação, expressamente de acordo com os artigos 616 e 617 do

CPP, poderá o tribunal, câmara ou turma

a) analisar a matéria em toda a sua extensão sem, contudo, produzir novas provas.

b) agravar a pena, mesmo quando somente o réu houver apelado da sentença.

c) analisar a matéria em toda a sua extensão sem, contudo, produzir novas pro-

vas, exceto proceder a novo interrogatório do acusado.

d) condenar o acusado absolvido em sentença de primeiro grau, mesmo que a par-

te acusatória não tenha apelado.

e) proceder a novo interrogatório do acusado, reinquirir testemunhas ou determi-

nar outras diligências.

Questão 8    (VUNESP/TJ-SP/JUIZ) Quanto aos recursos em matéria criminal, é cor-

reto afirmar que

a) o efeito devolutivo da apelação contra decisões do Júri não fica adstrito aos fun-

damentos da sua interposição.

b) a renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada com ou sem a assistência

do defensor, obsta o conhecimento da apelação por este interposta.

c) não constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrar-

razões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, se nomeado defensor dativo

para tanto.

d) o acórdão que provê o recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo,

pelo recebimento dela, a não ser que nula a decisão de primeiro grau.

Questão 9    (CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS) Caberá re-

curso em sentido estrito, EXCETO

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a) da decisão que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte.

b) da decisão que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra

causa extintiva da punibilidade da ação penal.

c) da sentença que conceder ou negar a ordem de habeas corpus.

d) do despacho que receber ou rejeitar a denúncia.

Questão 10    (FCC/DPE-PR/DEFENSOR PÚBLICO) Da decisão que indeferir prisão

preventiva caberá

a) correição parcial.

b) carta testemunhável.

c) agravo em execução.

d) habeas corpus.

e) recurso em sentido estrito.

Questão 11    (FUNDAÇÃO LA SALLE/SUSEPE-RS/AGENTE PENITENCIÁRIO) Contra

a decisão que relaxa prisão em flagrante cabe:

a) mandado de segurança.

b) habeas corpus.

c) recurso em sentido estrito.

d) agravo.

e) pedido de liberdade provisória.

Questão 12    (CONSULPLAN/TRF - 2ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO) “Fulano de

tal” foi impronunciado pelo juiz sumariante. Insatisfeito com a decisão, o Ministério

Público poderá interpor:

a) Agravo.

b) Apelação.

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c) Embargos infrigentes.

d) Recurso em sentido estrito.

Questão 13    (CONSULPLAN/TRF - 2ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO) Da decisão

que denegar apelação ou a julgar deserta cabe(m):

a) Recurso em sentido estrito.

b) Embargos infringentes.

c) Carta testemunhável.

d) Agravo de instrumento.

Questão 14    (FCC/TRE-SP/ANALISTA JUDICIÁRIO) Sobre o recurso de apelação à

luz do Código de Processo Penal,

a) a apelação de sentença condenatória, em regra, não terá efeito suspensivo.

b) é vedado ao apelante arrazoar o recurso de apelação na superior instância.

c) havendo assistente de acusação este arrazoará o recurso de apelação, no prazo

de cinco dias após o Ministério Público.

d) quando cabível a apelação, se a parte pretender recorrer somente de parte da

decisão, poderá usar o recurso em sentido estrito.

e) a renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a assistência do de-

fensor, não impede o conhecimento da apelação por este interposta.

Questão 15    (MPE-PR/MPE-PR/PROMOTOR) Assinale a alternativa correta:

a) É cabível o recurso em sentido estrito nas hipóteses de improcedência das ex-

ceções de incompetência de juízo, litispendência, ilegitimidade de parte e coisa

julgada;

b) É de cinco dias o prazo para apresentação das razões do recurso em sentido

estrito;

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c) É cabível a apelação na hipótese de rejeição da denúncia e da queixa no âmbito

dos Juizados Especiais Criminais;

d) É cabível o recurso em sentido estrito em caso de nulidade posterior à pronúncia;

e) É cabível o recurso em sentido estrito contra a sentença de impronúncia.

Questão 16    (FCC/AL-MS/CONSULTOR DE PROCESSO LEGISLATIVO) Paulo, funcio-

nário da Câmara de um determinado município do Estado de Mato Grosso do Sul, é

denunciado pelo Ministério Público por crime de peculato cometido durante o mês de

Dezembro de 2015. Ao receber os autos, o Magistrado competente rejeita a denún-

cia. Inconformado com a decisão, o Ministério Público deverá ingressar com recurso

a) em sentido estrito no prazo de 5 dias.

b) de apelação no prazo de 5 dias.

c) em sentido estrito no prazo de 15 dias.

d) de apelação no prazo de 15 dias.

e) em sentido estrito no prazo de 10 dias.

Questão 17    (FGV/MPE-RJ/TÉCNICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO) Ana e Carolina fo-

ram denunciadas pela prática de crimes de homicídio em processos distintos, já

que foram imputados fatos diferentes a cada uma delas. Após encerrada a instru-

ção probatória da primeira fase do procedimento bifásico do Tribunal do Júri, em

alegações finais, o Ministério Público pediu a pronúncia de cada uma das rés em

seus processos, enquanto a defesa técnica das duas pediu absolvição sumária ou,

subsidiariamente, impronúncia. O juiz proferiu as duas decisões no mesmo dia,

impronunciando Ana e pronunciando Carolina, submetendo esta ao julgamento ple-

nário do Tribunal do Júri. Nesse caso, da decisão de impronúncia e da decisão de

pronúncia caberão os seguintes recursos, respectivamente:

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a) apelação e recurso em sentido estrito;

b) apelação e apelação;

c) agravo e recurso em sentido estrito;

d) recurso em sentido estrito e recurso em sentido estrito;

e) recurso em sentido estrito e apelação.

Questão 18    (UFMT/TJ-MT/DISTRIBUIDOR) Qual a providência cabível quando o

juiz recebe denúncia por fato que, mesmo em tese, não constitui crime?

a) Habeas corpus visando ao trancamento da ação penal.

b) Recurso em sentido estrito.

c) Carta Testemunhável.

d) Recurso especial.

Questão 19    (FCC/TJ-PI/JUIZ) Não caberá recurso em sentido estrito da decisão que

a) anular o processo em todo ou em parte.

b) rejeitar a denúncia.

c) retirar a competência do tribunal do júri.

d) negar a ordem de habeas corpus.

e) decidir o incidente de insanidade mental.

Questão 20    (CESPE/TRE-MT/ANALISTA JUDICIÁRIO) Considere que, posta em li-

berdade provisória mediante recolhimento de fiança e cumprimento de obrigações

impostas judicialmente, Joana tenha voltado a delinquir, razão por que o juízo

competente decidiu ter havido quebra da fiança. Nessa situação hipotética, contra

a decisão do juiz cabe a interposição de

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a) recurso em sentido estrito.

b) correição.

c) agravo de instrumento.

d) apelação.

e) reclamação.

Questão 21    (FUNIVERSA/SECRETARIA DA CRIANÇA - DF/ESPECIALISTA SOCIOE-

DUCATIVO) De acordo com o Código de Processo Penal (CPP), a parte poderá apre-

sentar as razões recursais na instância superior, caso assim o declare no termo, na

hipótese de interposição de

a) agravo.

b) apelação.

c) carta testemunhável.

d) embargos de declaração.

e) recurso em sentido estrito.

Questão 22    (FCC/TRE-AP/ANALISTA JUDICIÁRIO) Augusto é condenado a cum-

prir pena de 01 ano de reclusão pelo crime de falsidade ideológica. Habilitou-se

durante o trâmite da ação penal um Assistente de Acusação. Inconformado com a

condenação Augusto apresenta recurso de apelação para tentar reverter a senten-

ça dentro do prazo de cinco dias. Assinado o termo de apelação Augusto terá prazo

para arrazoar o recurso, previsto no Código de Processo Penal e, posteriormente,

o Ministério Público terá direito ao mesmo prazo para contrarrazoar. Em seguida, o

Assistente de Acusação poderá apresentar suas razões no prazo de:

a) 03 dias.

b) 48 horas.

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c) 05 dias.

d) 08 dias.

e) 10 dias.

Questão 23    (FCC/TRE-AP/ANALISTA JUDICIÁRIO) Jorge, Promotor de Justiça,

após receber os autos relatados de um determinado inquérito policial instaurado

para apuração de crime de concussão praticado por Marcelo, apresenta a denúncia

ao Magistrado competente e, na cota, formula pedido de prisão preventiva em des-

favor de Marcelo. O Magistrado recebe a denúncia e indefere o pedido de decreta-

ção de prisão preventiva. Inconformado com a decisão e pretendendo reformá-la,

Jorge deverá interpor recurso

a) de apelação, no prazo de 15 dias.

b) em sentido estrito no prazo de 10 dia.

c) em sentido estrito no prazo de 5 dias.

d) de apelação, no prazo de 05 dias.

e) em sentido estrito no prazo de 15 dias.

Questão 24    (FCC/TRE-SE/ANALISTA JUDICIÁRIO) Sobre o recurso em sentido es-

trito, nos termos preconizados pelo Código de Processo Penal, não terá efeito sus-

pensivo, em regra, o recurso interposto contra decisão que

a) conceder a ordem de habeas corpus.

b) julgar a apelação deserta.

c) decidir sobre unificação de penas.

d) decretar a perda da fiança.

e) conceder livramento condicional.

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Questão 25    (FCC/TRE-SE/ANALISTA JUDICIÁRIO) José é preso em flagrante na

cidade de Aracaju e, posteriormente, denunciado pelo Ministério Público por crime

de corrupção ativa. Oferecida a denúncia, o Magistrado conclui pela incompetência

do juízo para processar e julgar a ação penal, remetendo o feito para a comarca de

Nossa Senhora do Socorro. O Promotor de Justiça, inconformado com a decisão,

poderá interpor recurso

a) em sentido estrito no prazo de 10 dias.

b) de apelação no prazo de 5 dias.

c) em sentido estrito no prazo de 15 dias.

d) de apelação no prazo de 15 dias.

e) em sentido estrito no prazo de 5 dias.

Questão 26    (VUNESP/CRO-SP/ADVOGADO) Nos termos do art. 104 do CPP, contra

a decisão de primeiro grau que julga suspeição do órgão do Ministério Público

a) cabe agravo.

b) cabe apelação.

c) cabe recurso em sentido estrito.

d) cabe recurso inominado da parte sucumbente, a fim de que a questão seja re-

examinada pelo chefe do órgão (Procurador Geral de Justiça ou Procurador Geral

da República).

e) não cabe recurso.

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GABARITO
1. a 25. e 

2. c 26. e

3. e

4. e

5. d

6. b

7. e

8. d

9. d

10. e

11. c

12. b

13. a

14. e

15. a

16. a

17. a

18. a

19. e

20. a

21. b

22. a

23. c

24. a

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GABARITO COMENTADO

Questão 1    (CS-UFG/TJ-GO/JUIZ) Dispõe expressamente o Código de Processo Pe-

nal que, da decisão que denegar a apelação, caberá

a) recurso em sentido estrito.

b) carta testemunhável.

c) agravo em execução.

d) revisão criminal.

e) recurso extraordinário.

Letra a.

Questão extraída do art. 581 do CPP, sobre o qual ressaltamos a importância de

releitura. É um rol extenso e, infelizmente, muito cobrado. Vejamos:

Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:


(...)
XV – que denegar a apelação ou a julgar deserta;

Questão 2    (CS-UFG/TJ-GO/JUIZ) Segundo entendimento sumulado do Supremo

Tribunal Federal, o prazo para interposição de agravo contra a decisão do juiz da

execução penal é de

a) 2 dias.

b) 3 dias.

c) 5 dias.

d) 8 dias.

e) 10 dias.

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Letra c.

Questão extraída da Súmula 700 do STF, a qual abordamos em nossa aula. Se-

gundo tal súmula, o prazo para interposição de agravo contra a decisão de juiz da

execução é de 5 dias.

Questão 3    (CESPE/TRF - 5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO) O recurso cabí-

vel da decisão que revoga medida cautelar diversa da prisão é

a) o agravo de instrumento.

b) a carta testemunhável.

c) o agravo interno.

d) a apelação.

e) o recurso em sentido estrito.

Letra e.

Segundo o art. 581 do CPP (sempre ele!):

CPP, Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
[...]
V – que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requeri-
mento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a
prisão em flagrante; (Redação dada pela Lei n. 7.780, de 22/06/1989)

Entretanto, embora tal inciso fale apenas em prisão preventiva, veja que a prisão

preventiva é uma espécie de medida cautelar – e o Direito Processual Penal ad-

mite a interpretação extensiva. Se o recurso cabível para uma medida que revoga

medida cautelar é o recurso em sentido estrito, a jurisprudência se posiciona

no sentido de que a mesma regra deve valer para as demais medidas cautelares

(diversas da prisão), haja vista que o CPP não versa expressamente sobre o caso!

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Questão 4    (CS-UFG/TJ-GO/JUIZ) Da decisão que indeferir a habilitação do assis-

tente de acusação, caberá

a) recurso em sentido estrito.

b) apelação criminal.

c) embargos infringentes.

d) embargos de nulidade.

e) mandado de segurança.

Letra e.

Conhecer o art. 581 – embora desafiador – é imprescindível para acertar a maior

parte das questões sobre o assunto recursos.

Se você errou essa questão, não fique triste, pois ela é realmente difícil e requer

boa memorização do artigo. Afinal, se você não souber TODAS as possibilida-

des, não tem como acertar a questão. Isso porque NÃO CABE recurso contra

decisão que indefere habilitação do assistente de acusação. O remédio para o caso

é o mandado de segurança.

Outro modo de encontrar a resposta é o teor do art. 273, o qual também merece

ser lido:

Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso, deven-
do, entretanto, constar dos autos o pedido e a decisão.

Questão pesada. Vamos em frente!

Questão 5    (FCC/PC-AP/DELEGADO DE POLÍCIA) Sobre os recursos no processo

penal, é correto afirmar:

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a) Por falta de capacidade postulatória, é vedada a interposição de recurso pelo réu.

b) Em caso de indeferimento de representação por prisão preventiva feita por au-

toridade policial, o Delegado de Polícia poderá interpor recurso em sentido estrito.

c) É cabível protesto por novo júri em caso de condenação superior a 20 anos.

d) Os embargos infringentes e de nulidade são exclusivos da defesa.

e) O regime de celeridade e informalidade do Juizado Especial Criminal é compatí-

vel com a impossibilidade de embargos de declaração nos casos submetidos à sua

jurisdição. (UFMT

Letra d.

Questão que extrapola um pouco o conteúdo da aula de hoje, mas a qual vale a

pena ser respondida para enriquecer nosso conhecimento. Vamos lá:

Quanto à letra d, os embargos infringentes e de nulidade estão previstos no artigo

609, CPP:

Art. 609, Parágrafo Único. Quando não for unânime a decisão de segunda instância,
desfavorável ao réu, admitem-se EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE, que po-
derão ser opostos dentro de 10 dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do
art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de
divergência.

a) Errada. O réu, mesmo sendo leigo, tem ampla legitimidade para interposição

recursal. É a apresentação das razões que exige capacidade postulatória. Veja o

que diz o CPP:

Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo que-
relante, ou pelo RÉU, seu procurador ou seu defensor.

b) Errada. Delegado de polícia não tem legitimidade para interpor recursos. Não

consta da autoridade policial no art. 577, citado anteriormente.

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c) Errada. A banca pegou pesado nesse item. O que ocorre é que a Lei n.

11.689/2008 revogou os arts. 607 e 608 do CPP, que previam o protesto por novo

júri. A partir da entrada em vigor da Lei n. 11.689/2008, não é mais possível que

a defesa interponha essa espécie recursal.

e) Errada. Cabem embargos de declaração em juizado especial, por expressa pre-

visão do art. 834 da Lei n. 9.099/1995:

Lei n. 9.099/1995, Art. 83. Cabem embargos de declaração quando, em sentença ou


acórdão, houver obscuridade, contradição ou omissão
§ 1º Os embargos de declaração serão opostos por escrito ou oralmente, no prazo de
cinco dias, contados da ciência da decisão.
§ 2º Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de recurso.
§ 3º Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.

Questão 6    (VUNESP/DPE-RO/DEFENSOR PÚBLICO) Assinale a alternativa correta.

a) Os recursos não terão efeito suspensivo nos casos de perda da fiança.

b) O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto.

c) Caberá recurso em sentido estrito da decisão que receber a denúncia.

d) Por conta da última reforma do Código de Processo Penal, não há mais previsão

legal do recurso de carta testemunhável.

e) Sempre será admissível a reiteração do pedido de revisão criminal.

Letra b.

Questão extraída diretamente da letra do CPP, dessa vez do art. 576:

Art. 576 O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto.

Questão 7    (VUNESP/TJ-SP/ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) No julgamento

dos recursos de apelação, expressamente de acordo com os artigos 616 e 617 do

CPP, poderá o tribunal, câmara ou turma

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a) analisar a matéria em toda a sua extensão sem, contudo, produzir novas provas.

b) agravar a pena, mesmo quando somente o réu houver apelado da sentença.

c) analisar a matéria em toda a sua extensão sem, contudo, produzir novas pro-

vas, exceto proceder a novo interrogatório do acusado.

d) condenar o acusado absolvido em sentença de primeiro grau, mesmo que a par-

te acusatória não tenha apelado.

e) proceder a novo interrogatório do acusado, reinquirir testemunhas ou determi-

nar outras diligências.

Letra e.

Como narra o próprio enunciado da questão, a resposta se encontra na literalidade

dos artigos 616 e 617, cujo teor só é respeitado pela assertiva e. Vejamos:

CPP, Art. 616. No julgamento das apelações poderá o tribunal, câmara ou turma pro-
ceder a novo interrogatório do acusado, reinquirir testemunhas ou determinar
outras diligências.
Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos arts.
383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena, quando
somente o réu houver apelado da sentença.

Questão 8    (VUNESP/TJ-SP/JUIZ) Quanto aos recursos em matéria criminal, é cor-

reto afirmar que

a) o efeito devolutivo da apelação contra decisões do Júri não fica adstrito aos fun-

damentos da sua interposição.

b) a renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada com ou sem a assistência

do defensor, obsta o conhecimento da apelação por este interposta.

c) não constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrar-

razões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, se nomeado defensor dativo

para tanto.

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d) o acórdão que provê o recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo,

pelo recebimento dela, a não ser que nula a decisão de primeiro grau.

Letra d.

Questão exclusivamente baseada em súmulas do STF. Eu sempre recomendo aos

alunos a leitura das súmulas e informativos do STF e STJ, pois são um assunto co-

brado em prova de forma LITERAL, do mesmo modo que os examinadores fazem a

cobrança do texto de lei.

Cadastre-se nos sites dos tribunais e sempre acompanhe as súmulas, principal-

mente as mais recentes. Os professores tentam ao máximo manter o material

constando das súmulas mais importantes, porém é simplesmente impraticável re-

gistrar TODAS as súmulas em sua aula (dá para fazer um curso inteiro só de co-

nhecimento sumulado)...

Dito isso, observe como a questão foi montada APENAS com o conteúdo de algu-

mas Súmulas do STF.

A letra d foi extraída da Súmula 709 do STF:

Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra a
rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela.

a) Errada. Item extraído da Súmula 713 do STF:

O efeito devolutivo da apelação contra decisões do Júri é adstrito aos fundamentos da


sua interposição.

b) Errada. Enunciado extraído da Súmula 705 do STF:

A renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a assistência do defensor,


não impede o conhecimento da apelação por este interposta.

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c) Errada. Assertiva extraída da Súmula 707 do STF:

Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao


recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor
dativo.

Questão 9    (CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS) Caberá re-

curso em sentido estrito, EXCETO

a) da decisão que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte.

b) da decisão que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra

causa extintiva da punibilidade da ação penal.

c) da sentença que conceder ou negar a ordem de habeas corpus.

d) do despacho que receber ou rejeitar a denúncia.

Letra d.

E dá-lhe artigo 581. Vamos revisar:

Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:


a) XIII – que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;
b) IX – que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa ex-
tintiva da punibilidade
c) X – que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;

O que não há é a previsão contida na letra d, posto que o art. 581 prevê que cabe

recurso em sentido estrito da decisão que não receber a denúncia ou queixa. Se

a denúncia for recebida (quando não deveria), o recurso cabível é o habeas corpus!

Questão 10    (FCC/DPE-PR/DEFENSOR PÚBLICO) Da decisão que indeferir prisão

preventiva caberá

a) correição parcial.

b) carta testemunhável.

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c) agravo em execução.

d) habeas corpus.

e) recurso em sentido estrito.

Letra e.

Vejamos novamente o que diz nosso importantíssimo art. 581, maior objeto de

prova do assunto recursos:

Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:


V – que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir reque-
rimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar
a prisão em flagrante; (Redação dada pela Lei n. 7.780, de 22/06/1989)

Questão 11    (FUNDAÇÃO LA SALLE/SUSEPE-RS/AGENTE PENITENCIÁRIO) Contra

a decisão que relaxa prisão em flagrante cabe:

a) mandado de segurança.

b) habeas corpus.

c) recurso em sentido estrito.

d) agravo.

e) pedido de liberdade provisória.

Letra c.

Mais uma vez temos uma questão baseada no art. 581 (inclusive o mesmo inciso).

Já, já você vai estar dominando, tamanha a recorrência de questões sobre esse

assunto.

Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:


V – que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requeri-
mento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a
prisão em flagrante.

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Questão 12    (CONSULPLAN/TRF - 2ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO) “Fulano de

tal” foi impronunciado pelo juiz sumariante. Insatisfeito com a decisão, o Ministério

Público poderá interpor:

a) Agravo.

b) Apelação.

c) Embargos infrigentes.

d) Recurso em sentido estrito.

Letra b.

Mais uma questão extraída da letra da lei – mas dessa vez do art. 416 do CPP:

Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação.

Questão 13    (CONSULPLAN/TRF - 2ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO) Da decisão

que denegar apelação ou a julgar deserta cabe(m):

a) Recurso em sentido estrito.

b) Embargos infringentes.

c) Carta testemunhável.

d) Agravo de instrumento.

Letra a.

Mais uma vez o importantíssimo rol do art. 581 é objeto da elaboração de questões

sobre o tema:

CPP, Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
XV – que denegar a apelação ou a julgar deserta;

Questão 14    (FCC/TRE-SP/ANALISTA JUDICIÁRIO) Sobre o recurso de apelação à

luz do Código de Processo Penal,

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a) a apelação de sentença condenatória, em regra, não terá efeito suspensivo.

b) é vedado ao apelante arrazoar o recurso de apelação na superior instância.

c) havendo assistente de acusação este arrazoará o recurso de apelação, no prazo

de cinco dias após o Ministério Público.

d) quando cabível a apelação, se a parte pretender recorrer somente de parte da

decisão, poderá usar o recurso em sentido estrito.

e) a renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a assistência do de-

fensor, não impede o conhecimento da apelação por este interposta.

Letra e.

Extraída da Súmula 705 STF:

A renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a assistência do defensor,


não impede o conhecimento da apelação por este interposta.

a) Errada.

Art. 597. A apelação de sentença condenatória terá efeito suspensivo, salvo o disposto


no art. 393, a aplicação provisória de interdições de direitos e de medidas de segurança
(arts. 374 e 378), e o caso de suspensão condicional de pena.

b) Errada.

Art. 600, § 4º Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao interpor a apelação,


que deseja arrazoar na superior instância serão os autos remetidos ao tribunal ad quem
onde será aberta vista às partes, observados os prazos legais, notificadas as partes pela
publicação oficial.

c) Errada.

Art. 600, § 1º Se houver assistente, este arrazoará, no prazo de três dias, após o Mi-
nistério Público.

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d) Errada.

Art. 593, § 4º Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido
estrito, ainda que somente de parte da decisão se recorra.

Questão 15    (MPE-PR/MPE-PR/PROMOTOR) Assinale a alternativa correta:

a) É cabível o recurso em sentido estrito nas hipóteses de improcedência das ex-

ceções de incompetência de juízo, litispendência, ilegitimidade de parte e coisa

julgada;

b) É de cinco dias o prazo para apresentação das razões do recurso em sentido

estrito;

c) É cabível a apelação na hipótese de rejeição da denúncia e da queixa no âmbito

dos Juizados Especiais Criminais;

d) É cabível o recurso em sentido estrito em caso de nulidade posterior à pronúncia;

e) É cabível o recurso em sentido estrito contra a sentença de impronúncia.

Letra a.

Questão que também extrapola um pouco o conteúdo de nossa aula, mas que é re-

levante para o nosso aprendizado. Sua resposta está no texto da Lei n. 9.099/1995,

que indiretamente também trata do tema recursos:

Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação,


que poderá ser julgada por turma composta de três Juízes em exercício no primeiro grau
de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.

Questão 16    (FCC/AL-MS/CONSULTOR DE PROCESSO LEGISLATIVO) Paulo, funcio-

nário da Câmara de um determinado município do Estado de Mato Grosso do Sul, é

denunciado pelo Ministério Público por crime de peculato cometido durante o mês de

Dezembro de 2015. Ao receber os autos, o Magistrado competente rejeita a denún-

cia. Inconformado com a decisão, o Ministério Público deverá ingressar com recurso

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a) em sentido estrito no prazo de 5 dias.

b) de apelação no prazo de 5 dias.

c) em sentido estrito no prazo de 15 dias.

d) de apelação no prazo de 15 dias.

e) em sentido estrito no prazo de 10 dias.

Letra a.

Vejamos o que diz o CPP, nesse caso:

Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:


I – que não receber a denúncia ou a queixa;
Art. 591. Os recursos serão apresentados ao juiz ou tribunal ad quem, dentro de cinco
dias da publicação da resposta do juiz a quo, ou entregues ao Correio dentro do mesmo
prazo.

Dessa forma, a resposta está na assertiva a!

Questão 17    (FGV/MPE-RJ/TÉCNICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO) Ana e Carolina fo-

ram denunciadas pela prática de crimes de homicídio em processos distintos, já

que foram imputados fatos diferentes a cada uma delas. Após encerrada a instru-

ção probatória da primeira fase do procedimento bifásico do Tribunal do Júri, em

alegações finais, o Ministério Público pediu a pronúncia de cada uma das rés em

seus processos, enquanto a defesa técnica das duas pediu absolvição sumária ou,

subsidiariamente, impronúncia. O juiz proferiu as duas decisões no mesmo dia,

impronunciando Ana e pronunciando Carolina, submetendo esta ao julgamento ple-

nário do Tribunal do Júri. Nesse caso, da decisão de impronúncia e da decisão de

pronúncia caberão os seguintes recursos, respectivamente:

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a) apelação e recurso em sentido estrito;

b) apelação e apelação;

c) agravo e recurso em sentido estrito;

d) recurso em sentido estrito e recurso em sentido estrito;

e) recurso em sentido estrito e apelação.

Letra a.

A banca tentou complicar o assunto utilizando diversos conceitos mais avançados,

mas, na verdade, a questão trata unicamente de recursos (inclusive, é possível

respondê-la lendo apenas o enunciado a partir da última frase).

Dito isso, a resposta se encontra tanto no art. 581 quanto no art. 416 do CPP:

Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:


IV – que pronunciar o réu;
Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá
apelação.​​

Questão 18    (UFMT/TJ-MT/DISTRIBUIDOR) Qual a providência cabível quando o

juiz recebe denúncia por fato que, mesmo em tese, não constitui crime?

a) Habeas corpus visando ao trancamento da ação penal.

b) Recurso em sentido estrito.

c) Carta Testemunhável.

d) Recurso especial.

Letra a.

Não se confunda nesse caso – e não vá logo achando que é caso de recurso em

sentido estrito. Se o juiz recebe a denúncia que deveria ter sido rejeitada (pois o

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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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fato não constitui crime), é caso de ameaça à liberdade de locomoção do réu, de

modo que o remédio adequado é o habeas corpus, e não o recurso! Lembre-se:

Art. 647.CPP. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na imi-
nência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos
de punição disciplinar.
Art. 648.CPP. A coação considerar-se-á ilegal:
I – quando não houver justa causa [e, se não há crime, não há materialidade, de modo
que também não há justa causa];

Questão 19    (FCC/TJ-PI/JUIZ) Não caberá recurso em sentido estrito da decisão que

a) anular o processo em todo ou em parte.

b) rejeitar a denúncia.

c) retirar a competência do tribunal do júri.

d) negar a ordem de habeas corpus.

e) decidir o incidente de insanidade mental.

Letra e.

Se verificarmos o extenso rol do art. 581 do CPP, veremos que todas as assertivas

listadas se encontram em seus incisos (I, II, X, XIII), com exceção da letra e, caso

do qual não cabe o recurso em sentido estrito por ausência de previsão legal.

Questão 20    (CESPE/TRE-MT/ANALISTA JUDICIÁRIO) Considere que, posta em li-

berdade provisória mediante recolhimento de fiança e cumprimento de obrigações

impostas judicialmente, Joana tenha voltado a delinquir, razão por que o juízo

competente decidiu ter havido quebra da fiança. Nessa situação hipotética, contra

a decisão do juiz cabe a interposição de

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a) recurso em sentido estrito.

b) correição.

c) agravo de instrumento.

d) apelação.

e) reclamação.

Letra a.

Dessa vez, estamos diante da previsão do inciso VII do art. 581 do CPP:

Art. 581, Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:


VII – que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;

Questão 21    (FUNIVERSA/SECRETARIA DA CRIANÇA - DF/ESPECIALISTA SOCIOE-

DUCATIVO) De acordo com o Código de Processo Penal (CPP), a parte poderá apre-

sentar as razões recursais na instância superior, caso assim o declare no termo, na

hipótese de interposição de

a) agravo.

b) apelação.

c) carta testemunhável.

d) embargos de declaração.

e) recurso em sentido estrito.

Letra b.

O examinador elaborou a questão com base no texto do art. 600 do CPP, que trata

do regramento para interposição de apelação – que é a resposta para o questio-

namento. Vamos ler o embasamento da questão:

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Art. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e, depois dele, o apelado terão o


prazo de oito dias cada um para oferecer razões, salvo nos processos de contravenção,
em que o prazo será de três dias.
§ 4º Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao interpor a apelação,
que deseja arrazoar na superior instância serão os autos remetidos ao tribunal
ad quem onde será aberta vista às partes, observados os prazos legais, notifi-
cadas as partes pela publicação oficial.

Questão 22    (FCC/TRE-AP/ANALISTA JUDICIÁRIO) Augusto é condenado a cum-

prir pena de 01 ano de reclusão pelo crime de falsidade ideológica. Habilitou-se

durante o trâmite da ação penal um Assistente de Acusação. Inconformado com a

condenação Augusto apresenta recurso de apelação para tentar reverter a senten-

ça dentro do prazo de cinco dias. Assinado o termo de apelação Augusto terá prazo

para arrazoar o recurso, previsto no Código de Processo Penal e, posteriormente,

o Ministério Público terá direito ao mesmo prazo para contrarrazoar. Em seguida, o

Assistente de Acusação poderá apresentar suas razões no prazo de:

a) 03 dias.

b) 48 horas.

c) 05 dias.

d) 08 dias.

e) 10 dias.

Letra a.

Estudar Direito Processual Penal, na parte de provas, inquérito, entre outros assun-

tos, é muito bom, pois o conhecimento não se resume à memorização de prazos.

Infelizmente, em outros temas (como o de recursos), os examinadores insistem

em exigir que o candidato memorize prazos – e não temos outra alternativa senão

praticar essa memorização.

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Nesse caso, estamos diante da previsão do art. 600, parágrafo 1º:

Art. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e, depois dele, o apelado terão o


prazo de oito dias cada um para oferecer razões, salvo nos processos de contravenção,
em que o prazo será de três dias.
§ 1º Se houver assistente, este arrazoará, no prazo de três dias, após o Minis-
tério Público.

Questão 23    (FCC/TRE-AP/ANALISTA JUDICIÁRIO) Jorge, Promotor de Justiça,

após receber os autos relatados de um determinado inquérito policial instaurado

para apuração de crime de concussão praticado por Marcelo, apresenta a denúncia

ao Magistrado competente e, na cota, formula pedido de prisão preventiva em des-

favor de Marcelo. O Magistrado recebe a denúncia e indefere o pedido de decreta-

ção de prisão preventiva. Inconformado com a decisão e pretendendo reformá-la,

Jorge deverá interpor recurso

a) de apelação, no prazo de 15 dias.

b) em sentido estrito no prazo de 10 dia.

c) em sentido estrito no prazo de 5 dias.

d) de apelação, no prazo de 05 dias.

e) em sentido estrito no prazo de 15 dias.

Letra c.

Os examinadores sempre elaboram situações hipotéticas para disfarçar a cobrança

do art. 581 do CPP. Como você já sabe, estamos diante da hipótese do inciso V de

tal artigo, de modo que cabe, sim, o recurso em sentido estrito, no prazo de 5

dias, o qual está previsto no art. 586 do CPP.

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Questão 24    (FCC/TRE-SE/ANALISTA JUDICIÁRIO) Sobre o recurso em sentido es-

trito, nos termos preconizados pelo Código de Processo Penal, não terá efeito sus-

pensivo, em regra, o recurso interposto contra decisão que

a) conceder a ordem de habeas corpus.

b) julgar a apelação deserta.

c) decidir sobre unificação de penas.

d) decretar a perda da fiança.

e) conceder livramento condicional.

Letra a.

Questão que trata tanto do art. 584 (sobre os recursos que terão efeito suspensivo)

quanto do art. 581 do CPP. Tome nota:

CPP, Art. 584. Os recursos terão efeito suspensivo nos casos de perda da fiança, de con-
cessão de livramento condicional e dos ns. XV, XVII e XXIV do art. 581.
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
XV – que denegar a apelação ou a julgar deserta;
XVII – que decidir sobre a unificação de penas;
XXIV – que converter a multa em detenção ou em prisão simples.

Dessa forma, é o recurso da decisão que conceder a ordem de habeas cor-

pus que não possui efeito suspensivo!

Questão 25    (FCC/TRE-SE/ANALISTA JUDICIÁRIO) José é preso em flagrante na

cidade de Aracaju e, posteriormente, denunciado pelo Ministério Público por crime

de corrupção ativa. Oferecida a denúncia, o Magistrado conclui pela incompetência

do juízo para processar e julgar a ação penal, remetendo o feito para a comarca de

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Nossa Senhora do Socorro. O Promotor de Justiça, inconformado com a decisão,

poderá interpor recurso

a) em sentido estrito no prazo de 10 dias.

b) de apelação no prazo de 5 dias.

c) em sentido estrito no prazo de 15 dias.

d) de apelação no prazo de 15 dias.

e) em sentido estrito no prazo de 5 dias.

Letra e.

O examinador só mudou a história e o nome do personagem, mas a regra você já

conhece, de cor e salteado. Nesse caso, cabe recurso em sentido estrito, no prazo

de 5 dias, nos moldes do CPP (artigos 581 e 586).

Questão 26    (VUNESP/CRO-SP/ADVOGADO) Nos termos do art. 104 do CPP, contra

a decisão de primeiro grau que julga suspeição do órgão do Ministério Público

a) cabe agravo.

b) cabe apelação.

c) cabe recurso em sentido estrito.

d) cabe recurso inominado da parte sucumbente, a fim de que a questão seja re-

examinada pelo chefe do órgão (Procurador Geral de Justiça ou Procurador Geral

da República).

e) não cabe recurso.

Letra e.

Agora, sim, o examinador mudou um pouco o foco, mas manteve-se alinhado à

cobrança da letra do CPP, especificamente do art. 140, que merece ser lido:

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Art. 104. Se for arguida a suspeição do órgão do Ministério Público, o juiz, depois de


ouvi-lo, decidirá, sem recurso, podendo antes admitir a produção de provas no prazo
de três dias.

Dessa forma, o gabarito está na letra e, haja vista que não há previsão de recurso

para esse caso, por expressa previsão legal!

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