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1. CONCEITO
A nulidade processual pode ser conceituada como o instituto jurídico que representa a
privação dos efeitos jurídicos de um ato processual. Para entendermos melhor o
conceito exposto, apontaremos os ensinamentos do jurista Pontes de Miranda, que
organiza o estudo dos atos jurídicos em geral em três planos (“escada ponteana”):
2º) Plano da Validade: no âmbito deste estudo, verifica-se se o ato é ou não considerado
válido no ordenamento jurídico vigente. Estuda-se a Teoria das Invalidades, que
explicaremos a seguir.
3º) Plano da Eficácia: representa o estudo da produção dos efeitos de um ato jurídico.
Eficácia de um ato significa a aptidão para a produção de efeitos jurídicos.
Dessa forma, não podemos confundir validade com eficácia. Em algumas situações, um
ato jurídico existe, é válido, e não produz mais efeitos jurídicos.
Era o caso do antigo crime de adultério, que existia no Código Penal, era válido no
ordenamento penal vigente, mas não tinha mais eficácia.
Aula produzida pela Professora Anna Sílvia Ali Scofield no intuito de apresentar os pontos principais da
matéria e nortear o estudo individual de cada aluno sem a pretensão de esgotar todo conteúdo.
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a ) preclusão temporal – dá-se pela perda do prazo processual. Exemplo: perda do prazo
de 8 dias para a interposição do recurso ordinário;
b) preclusão consumativa – ocorre pela prática e consumação do ato processual.
Exemplo: interposição do recurso ordinário antes do 8º dia impede a interposição de
outro recurso, mesmo de forma tempestiva;
c) preclusão lógica – efetiva-se pela incompatibilidade entre um ato processual já
praticado e outro a ser praticado. Exemplo: nos termos do art.1.000 do Código de
Processo Civil de 2015, a parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não
poderá recorrer. Considera-se aceitação tácita a prática, sem nenhuma reserva, de ato
incompatível com a vontade de recorrer. Outro exemplo, em audiência trabalhista, ao
término da instrução, a parte concorda com o juiz do trabalho no sentido das razões
finais remissivas, e depois se arrepende e tem a intenção de fazê-las de forma oral ou
escrita.
d) preclusão pro judicato – o magistrado trabalhista, ao proferir a sua decisão, não
poderá revogá-la ou modificá-la, com respeito insofismável aos princípios
constitucionais fundamentais do devido processo legal, do contraditório e da ampla
defesa, gerando segurança jurídica e estabilidade nas relações jurídicas e sociais. Nesse
sentido, podemos citar os arts. 836 da Consolidação das Leis do Trabalho e 494 do
Código de Processo Civil de 2015:
CLT
“Art. 836. É vedado aos órgãos da Justiça do Trabalho conhecer
de questões já decididas, excetuados os casos expressamente
previstos neste Título e a ação rescisória, que será admitida na
forma do disposto no Capítulo IV do Título IX da Lei n. 5.869, de
11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil, sujeita ao
depósito prévio de 20% (vinte por cento) do valor da causa, salvo
prova de miserabilidade jurídica do autor.
Parágrafo único. A execução da decisão proferida em ação
rescisória far-se-á nos próprios autos da ação que lhe deu
origem, e será instruída com o acórdão da rescisória e a
respectiva certidão de trânsito em julgado”.
CPC/2015
“Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la:
I – para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte,
inexatidões materiais ou erros de cálculo;
II – por meio de embargos de declaração”.
e) preclusão máxima: consubstancia a coisa julgada. Com efeito, é a perda do prazo para
a interposição de recurso em face de sentença transitada em julgado, terminativa
(processual) ou definitiva (de mérito). O instituto jurídico da coisa julgada material
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O art. 795, § 1º, da CLT estabelece que deverá, entretanto, ser declarada ex officio a
nulidade fundada em incompetência de foro. Nesse caso, serão considerados nulos os
atos decisórios, por tratar-se de nulidade absoluta.
Trata-se de um dispositivo legal de interpretação controvertida na doutrina, daí estas
duas linhas de entendimento:
1ª CORRENTE 2ª CORRENTE
Parcela da doutrina justrabalhista critica A incompetência mencionada no § 1º do
esse dispositivo, sob a justificativa de que art. 795 da CLT é a incompetência em
há uma falha legislativa. razão da matéria, e não do lugar. Para que
A referida incompetência de foro é a o dispositivo legal em comento traga
territorial, constituindo assim nulidade regra processual correta, a palavra foro
relativa, e não absoluta, como prevê o deve ser interpretada como o foro cível,
dispositivo legal em referência. criminal, trabalhista etc.,
Aliás, segundo a Súmula 33 do STJ, a consubstanciando incompetência
incompetência relativa não pode ser absoluta.
declarada de ofício. O correto seria o Conforme o § 2º do art. 795 da CLT, o juiz
Diploma Consolidado fazer alusão à incompetente em razão da matéria
incompetência absoluta, que envolve deverá remeter os autos ao juiz
matéria ou hierarquia, segundo os arts. competente, em atenção aos princípios
62 e 63 do CPC/2015. da economia processual e efetividade da
jurisdição.
O mesmo raciocínio está previsto no art.
64, § 3º, do CPC/2015, ao estabelecer
que, caso seja reconhecida pelo
magistrado a incompetência absoluta, os
autos deverão ser remetidos ao juízo
competente, tornando-se nulos apenas
os decisórios.
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Assim, o órgão da Justiça do Trabalho que pronunciar a nulidade declarará os atos a que
ela se estende. É o princípio do aproveitamento dos atos processuais praticados ou da
conservação dos atos processuais úteis, de modo que a declaração da nulidade não pode
estender-se, tampouco retroagir, aos atos validamente praticados.
Da análise desses artigos, verificamos um sistema processual de aproveitamento dos
atos processuais.
A título de comparação, o CPC/2015, em seus arts. 64, § 2º, e 282, reza que, após a
manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de
incompetência. Também, ao pronunciar a nulidade, o juiz declarará que atos são
atingidos e ordenará as providências necessárias a fim de que sejam repetidos ou
retificados.
3.5 Princípio do interesse (a ninguém é lícito alegar a própria torpeza em juízo)
O princípio do interesse tem estreita relação com o princípio geral de direito de que
ninguém poderá se beneficiar da própria torpeza em juízo, rechaçando-se a má-fé.
Consubstancia um meio de moralização da relação jurídica processual, destacando-se o
caráter publicista do processo.
O princípio do interesse encontra amparo legal no art. 796, b, da CLT, in verbis:
“Art. 796. A nulidade não será pronunciada: (...)
b) quando arguida por quem lhe tiver dado causa”.
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