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Apostila de
Direito Penal e Processo Penal
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I - APELAÇÃO (ASPECTOS GERAIS)
3
Assegura a doutrina1 que o Ministério Público não tem
legitimidade para apelar contra sentença absolutória em ação penal privada
(propriamente dita ou personalíssima), sob pena de se conferir ao parquet a
titularidade da ação penal privada. Também, segundo CAPEZ (1999, p. 386) não tem
legitimidade o assistente para apelar visando à elevação da pena privativa de
liberdade. Contudo, recentemente, o Superior Tribunal de Justiça vem entendendo que
“havendo absolvição, ainda que parcial, ou sendo possível o agravamento da pena
imposta ao acusado, o assistente de acusação possui efetivo interesse recursal, em
busca da verdade substancial, com reflexos na amplitude da condenação ou no
quantum da pena” (STJ – 5ª Turma – REsp 605302/RS – 07.11.2005).
1
NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal Comentado. 5. ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2006. p. 947.
4
O prazo para a apelação é de cinco dias, a contar da
intimação. Cuidando-se da defesa, devem ser intimados o advogado e o réu,
iniciando-se o prazo recursal após a última intimação. Por exemplo: advogado
constituído intimado da sentença condenatória, pela publicação no Diário Oficial de
15.02.2007 (defensor público ou dativo tem direito à intimação pessoal) e o réu
intimado no dia 07.03.2007 (quarta), o prazo recursal terá início no dia 08.03.2007
(quinta), com término no dia 12.03.2007 (segunda).
1. Nome do apelante;
2. Número do processo;
5
4. Preliminar: como matéria preliminar ao mérito, deve o defensor argüir as
nulidades (art. 564 do CPP) ocorridas no curso da instrução (art. 571, II, do
CPP), inclusive renovando pedido de nulidade examinado pelo julgador
monocrático – e indeferido –, prequestionando, dessa forma, a matéria, para
que oportunize ao STJ, por ocasião do Recurso Especial, o cumprimento de
sua finalidade, ou seja, a interpretação e uniformização do direito federal;
6
II – MODELO DE PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO DE APELAÇÃO
Termos em que,
Pede deferimento.
________________________________
Advogado
2
O prazo para a interposição do recurso de apelação é de 5 dias, nos termos do art. 593 do
CPP.
3
Atenção quando a sentença condenatória for proferida em sessão do júri popular, pois, nessa
hipótese, o fundamento legal será o art. 593, III, do Código de Processo Penal, devendo ser
indicada a alínea, valendo registrar o enunciado da Súmula 713 do Supremo Tribunal Federal:
“O efeito devolutivo da apelação contra decisões do júri é adstrito aos fundamentos da sua
interposição”.
4
A norma prevista no art. 600 do Código de Processo Penal concede prazo de 8 dias para a
apresentação das razões. Contudo, na prova da ordem, deve o candidato apresentar a petição
recursal e as razões. Se for processo da competência do Juizado Especial Criminal, as razões
deverão acompanhar a petição de apelação, nos termos do art. 82 da Lei nº 9.099/95.
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III – MODELO DE RAZÕES DE APELAÇÃO
AUTOS Nº _________
APELANTE : ____________________
APELADO : MINISTÉRIO PÚBLICO5
RAZÕES
1 – DOS FATOS
, qualificado nos autos, foi denunciado pelo Ministério
Público pela prática do crime previsto no art. , porque________7 .
5
Atenção: se ação penal privada, deverá se indicado o nome do querelante.
6
Tratando-se de crime da competência da Justiça Federal, deve-se registrar “Egrégio Tribunal
Regional Federal”. Se Juizado Especial, “Colenda Turma Recursal”.
7
Sucinta narrativa do fato descrito na denúncia.
8
Transcrever a pena aplicada, o regime prisional e a substituição da pena privativa de
liberdade ou suspensão condicional da execução da pena (ou sua denegação).
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Inserir, de forma individualizada, todas as preliminares de nulidade.
10
Determina a norma prevista no art. 59, IV, do Código Penal, a obrigatória manifestação
quanto à substituição da pena privativa de liberdade.
11
Determina a norma prevista no art. 157 da Lei de Execução Penal, a obrigatória
manifestação quanto à substituição da pena privativa de liberdade.
8
Do mérito
_______________________
Advogado
12
Artigo 386, I, do Código de Processo Penal.
13
Artigo 386, II, do Código de Processo Penal.
14
Artigo 386, III, do Código de Processo Penal.
15
Artigo 386, IV, do Código de Processo Penal.
16
Artigo 386, V, do Código de Processo Penal.
17
Artigo 386, V, do Código de Processo Penal.
18
Artigo 386, VI, do Código de Processo Penal.
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Os requisitos estão inseridos no art. 44 do Código Penal.
20
Os requisitos estão inseridos no art. 77 do Código Penal.
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IV - EMBARGOS DECLARATÓRIOS (ASPECTOS GERAIS)
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CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 4.ed. São Paulo: Saraiva, 1999.
10
Cuidando-se de decisão da Turma Recursal, portanto na
hipótese de competência do juizado especial criminal o recurso deverá ser interposto
no prazo de cinco dias, suspendendo-se o prazo para a interposição dos demais
recursos, sendo a petição dirigida ao órgão prolator da decisão (EXCELENTÍSSIMO
SENHOR JUIZ RELATOR DO RECURSO DE APELAÇÃO Nº ___________ DA
TURMA RECURSAL DE _____________), conforme dispõe o art. 83, § 1º, da Lei nº
9.099/95, que dispõe, in verbis:
11
O embargante, na petição, deverá de forma sucinta
indicar a “ambigüidade, obscuridade, contradição ou omissão”, requerendo a devida
correção, inclusive prequestionando a matéria, visando à interposição de recurso
especial ou extraordinário. Conforme CAPEZ (1999, p. 435) inexiste manifestação da
parte contrária no recurso em questão.
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V – MODELO DE PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS
DECLARATÓRIOS
__________________________________, qualificado
nos autos, através de seu Advogado, mandato incluso, com fincas nos artigos 619 e
620 do Código de Processo Penal, vem, à presença de Vossa Excelência, interpor
os presentes EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, a fim de que haja enfrentamento de
todas as questões e, via de conseqüência, guindá-las à condição de res
controversa, pelos fundamentos expendidos nas razões anexas:
Termos em que,
Pede deferimento.
___________________________
Advogado
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VI – MODELO DE RAZÕES DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Autos nº ____________
I – DOS FATOS
Luis Augusto de Araújo foi denunciado como incurso nas
sanções do art. _________________________.
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provido parcialmente, fixando-se as penas privativas da
seguinte forma:
Em síntese, é o relatório.
II - DA FUNDAMENTAÇÃO
PRELIMINARMENTE
DO MÉRITO
1 - Da contradição
2 - Da obscuridade
3 - Da omissão (1)
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III - DO PREQUESTIONAMENTO
IV – DA CONCLUSÃO
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VII - PRIMEIRO EXERCÍCIO PRÁTICO-PROFISSIONAL
Estando os autos conclusos para sentença nos termos do art. 502 do CPP, o juiz de
uma das Varas Criminais da Capital entendeu ser o caso de nova definição jurídica do
fato narrado na denúncia, importando em pena mais severa ao réu, que aguarda o
julgamento em liberdade. A fim de que o Promotor de Justiça possa aditar a denúncia,
os autos são baixados e, retornando à conclusão, o magistrado profere sentença
condenatória nos termos da nova capitulação jurídica.
Questão: Como advogado do réu, apresente a medida judicial cabível, levando em
conta que a sentença foi publicada hoje.
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VIII - SEGUNDO EXERCÍCIO PRÁTICO-PROFISSIONAL
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IX - TERCEIRO EXERCÍCIO PRÁTICO-PROFISSIONAL
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X - QUESTÕES PRÁTICAS
1. Lineu foi condenado pelo crime de tráfico de substância entorpecente, nos termos
do artigo 12 da Lei 6.368/76, por transportar 100 gramas de maconha em seu
automóvel. (Desconsiderar a nova lei de tóxicos, que ainda se encontra em vacatio
legis). No processo, havia prova robusta de que a droga seria efetivamente
comercializada. Na parte dispositiva da sentença, consta o seguinte: “Por tudo
exposto, julgo procedente o pedido de condenação e condeno Lineu nas sanções do
artigo 12 da Lei 6.368/76. Atento às diretrizes do artigo 59 e 68 do Código Penal,
passo à dosimetria da pena: culpabilidade sempre intensa nos crimes desta natureza;
o condenado não possui antecedentes criminais; a conduta social revela-se
desregrada, a personalidade está voltada para a prática do crime, os motivos não lhe
são favoráveis, as circunstâncias jamais podem ser justificadas perante o Direito e as
conseqüências são gravíssimas para a coletividade, comportamento da vítima
prejudicado, sem influência sobre o crime . Fixo, portanto, a pena-base em 05 anos de
reclusão e 72 dias-multa. Não existindo nenhuma circunstância agravante ou
atenuante em favor do réu, nem causa especial de aumento ou de diminuição de
pena, transformo a pena-base em pena definitiva (....). Como impugnar, no Recurso de
Apelação, os fundamentos invocados pelo Juiz para fixar a pena-base? (OAB/MG Ago
2006)
Resposta: na impugnação da pena-base não observou o julgador o disposto no art.
93, IX, da Constituição Federal, na medida em que se limitou repetir a redação do art.
59 do Código Penal, sem a imprescindível fundamentação, ampliando indevidamente
a pena-base.
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possibilidade, de aplicar as diversas causas de diminuição, depende da orientação
adotada. Conforme uma orientação, as diminuições são sempre aplicadas sobre a
pena-base. Por outra orientação, aplicada a primeira diminuição, as outras incidirão
sobre a pena já diminuída. Há quem sustente que se deve adotar critérios diversos. No
concurso de causas de diminuição, feita a primeira redução, as demais incidiriam
sobre a pena já diminuída, para evitar a pena “zero”. Todavia, no concurso de causas
de aumento, seria adotado outro critério, o de todos os acréscimos incidirem sobre a
pena-base, porque mais favorável ao acusado.
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5. Existem recursos criminais que podem ser considerados privativos da defesa?
Quais? (OAB/SP 131º Exame)
Resposta: Protesto por novo júri, Revisão Criminal; Embargos infringentes e de
nulidade.
8. Por que a exigência de prisão para apelar constitui uso anômalo da prisão
processual? Fundamente a resposta. (OAB/SP/130)
Resposta: Essa exigência representa um impedimento ao exercício do direito de
recorrer, ofendendo o princípio do duplo grau de jurisdição e impondo ao acusado
ônus excessivo sem que haja qualquer limitação para o órgão da acusação. Assim,
por não ter natureza cautelar, a prisão exerce função anômala de impedimento da
apelação.
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I - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (ASPECTOS GERAIS)
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Acerca da ampliação no rol apresentado no art. 581 do
CPP, questão ainda em debate, considera NUCCI (2006, p. 932) ser possível a
interpretação extensiva, mas sustenta CAPEZ (1999, p. 404) que o “elenco legal das
hipóteses de cabimento não admite ampliação”.
24
simples (com a modificação do art. 51 do CP, não mais
subsiste no ordenamento jurídico a possibilidade de
conversão da multa penal em prisão)”.
25
Nesse sentido, dispõe o art. 587 do CPP:
“Art. 587. Quando o recurso houver de subir por instrumento, a
parte indicará, no respectivo termo, ou em requerimento
avulso, as peças dos autos de que pretenda traslado.
Parágrafo único. O traslado será extraído, conferido e
concertado no prazo de 5 (cinco) dias, e dele constarão sempre
a decisão recorrida, a certidão de sua intimação, se por outra
forma não for possível verificar-se a oportunidade do recurso, e
o termo de interposição”.
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legislador quando utilizou a expressão “se couber recurso”. Assim, cuidando-se de
recurso contra a decisão que não recebeu a denúncia ou queixa (art. 581, I, do CPP),
com a retratação, a inicial penal será recebida, não cabendo, nessa hipótese,
impugnação defensiva, salvo a utilização do habeas corpus.
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II - MODELO DE PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO DO RECURSO EM SENTIDO
ESTRITO
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Tratando-se de recurso contra a sentença de pronúncia, a petição de interposição deve ser
dirigida ao Juiz da Vara do Júri.
23
O prazo para a interposição do recurso em sentido estrito é de 5 dias, salvo na hipótese de
inclusão ou exclusão de jurado na lista geral, nos termos do art. 586 do CPP.
24
Convém examinar as hipóteses que justificam a interposição do recurso em sentido estrito,
sempre recordando que alguns incisos foram revogados pelo art. 197 da Lei nº 7.210/84.
25
A norma prevista no art. 588 do Código de Processo Penal concede prazo de 2 dias para a
apresentação das razões. Contudo, na prova da ordem, deve o candidato apresentar a petição
recursal e as razões.
26
O recurso em sentido estrito possui efeito regressivo, isto é, possibilita ao juiz prolator da
decisão contra a qual se insurge a parte que refaça o seu entendimento, modificando o julgado,
nos termos do art. 589 do CPP, razão pela qual JAMAIS se esqueça de pedir a retratação.
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Atenção para a norma prevista no art. 583 do CPP, pois o recurso em sentido estrito poderá
ou não subir nos próprios autos. No caso sob comento, o recurso sobe nos próprios autos do
processo principal, não sendo forma o “instrumento”. Nas hipóteses em que deve ser formado
o instrumento, o candidato deverá indicar as peças, podendo usar a seguinte redação: “Termos
em que, para a formação de instrumento, indica as peças de fls. para o traslado e pede
deferimento”.
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Pede deferimento.
________________________________
Advogado
29
III - MODELO DE RAZÕES – RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
AUTOS Nº
RECORRENTE :
RECORRIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO
RAZÕES
1 – DOS FATOS
2 – DA FUNDAMENTAÇÃO
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Sucinta narrativa do fato descrito na denúncia.
29
Transcrever o dispositivo da sentença de pronúncia.
30
MIRABETE, Júlio Fabbrini. Processo Penal. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1994.
30
porque o Juiz não se convenceu da existência de prova
da materialidade do crime ou de indícios da autoria ou de nenhum dos dois".
31
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli. Curso de Processo Penal. Belo Horizonte: Del Rey, 2002.
31
Os autos revelam que os fatos foram precedidos de
acalorada discussão, razão pela qual não pode prevalecer a tese do motivo fútil,
conforme pacífico entendimento doutrinário e jurisprudencial.
Neste sentido:
MOTIVO FÚTIL. SE O CRIME DE HOMICÍDIO OCORRE
LOGO EM SEGUIDA ACALORADA DISCUSSÃO, EM QUE
RÉU E VÍTIMA SE ENGALFINHARAM, E ESTÃO, AINDA,
SOBRE OS ÂNIMOS DO ENTREVERO, EXCLUI-SE O
MOTIVO FÚTIL DA CONDENAÇÃO (Apelação Criminal - Rel.
Des. Nauro Luiz Guimarães Collaço - Circunscrição: Lages,
publicado no DJ, em 07.01.92, número 8.413, página 04).
PRONÚNCIA. HOMICÍDIO. DECISÃO QUE DESCLASSIFICA
O DELITO PARA A SUA FORMA SIMPLES. RECURSO
OBJETIVANDO A MANUTENÇÃO DA QUALIFICADORA DO
MOTIVO FÚTIL. INDEFERIMENTO. PROVISIONAL
CONFIRMADA. 'Se o evento letal foi precedido de discussão
entremeada de ofensas verbais, seguida de luta corporal,
descabe a qualificadora do motivo fútil' (JC vol. 27/368).
3 – DO PEDIDO
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3 – no mesmo sentido, a decotação da qualificadora do
“recurso que impossibilitou a defesa da vítima”.
_______________________
Advogado
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IV - PRIMEIRO EXERCÍCIO PRÁTICO- PROFISSIONAL
João foi acusado pelo Ministério Público de praticar homicídio qualificado por motivo
fútil porque disparou tiros que atingiram Pedro, seu amigo, e causaram-lhe a morte,
assim agindo porque este cuspira, em brincadeira, no seu rosto. Na decisão de
pronúncia, o juiz, além de admitir a qualificadora do motivo fútil, acrescentou, ainda, a
qualificadora da traição porque, segundo a prova colhida, João mentira para Pedro,
convidando-o para almoçar em sua casa e, aproveitando-se de momento em que ele
estava sentado à mesa, atingiu-o pelas costas.
Questão: Como advogado de João, verifique o que pode ser feito em sua defesa e, de
forma fundamentada, postule o que for de seu interesse por meio de peça adequada.
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V - SEGUNDO EXERCÍCIO PRÁTICO- PROFISSIONAL
João foi denunciado criminalmente por, supostamente, ter causado a morte de Josefa,
funcionária da OAB/SP. Segundo a denúncia, o acusado, em atividade típica de grupo
de extermínio, após diversas discussões e ameaças à funcionária, a qual, segundo
consta, não o teria tratado adequadamente, aguardou a saída de Josefa de seu local
de trabalho para outro prédio da OAB, onde iria despachar outros processos, momento
em que lhe deferiu disparos de arma de fogo que a levaram a óbito. Recebida a
denúncia, o réu alegou que não se encontrava, no dia dos fatos, em São Paulo.
Alegou, também, que uma simples discussão não seria motivo para um homicídio.
Mesmo apresentando testemunhas que o teriam visto em outro local, naquela hora, e
mesmo não tendo sido encontrada a arma do crime, o réu foi pronunciado em
22.02.07 como incurso no art.121, §2.º, II, IV, CP, já que, pelo princípio in dúbio pro
societate, deveria caber aos jurados a avaliação quanto à culpa ou inocência de João.
Questão: Como defensor de João, redija a peça mais adequada para sua defesa.
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VI - TERCEIRO EXERCÍCIO PRÁTICO-PROFISSIONAL
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VII - QUARTO EXERCÍCIO PRÁTICO- PROFISSIONAL
Cleóbulo, soldado da Polícia Militar, após cumprir seu turno de trabalho, dirigindo-se
para o ponto de ônibus, deparou-se com um estranho grupo de pessoas em volta de
um veículo, percebendo que ali ocorria um roubo e que um dos elementos mantinha
uma senhora sob a mira de um revólver. Aproximando-se por trás do meliante, sem
ser notado, desferiu-lhe quatro tiros com sua arma particular, vindo este a falecer no
local. Os outros dois elementos que participavam do roubo, evadiram-se. Cleóbulo foi
processado e, a final, absolvido sumariamente em primeiro grau, pois a r. decisão
judicial reconheceu que o policial agira no cumprimento do dever de polícia (artigo 23,
inciso III, 1ª parte, Código Penal). Inconformado, o Ministério Público recorreu
pleiteando a reforma da r. decisão. Para tanto alega, em síntese, que o policial estava
fora de serviço e que houve excesso no revide, eis que Cleóbulo, disparando quatro
tiros do seu revólver, praticamente descarregou-o, pois a arma possuía, ao todo, seis
balas.
Questão: Na condição de advogado de Cleóbulo, apresente a peça pertinente.
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VIII - QUINTO EXERCÍCIO PRÁTICO- PROFISSIONAL
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IX - SEXTO EXERCÍCIO PRÁTICO- PROFISSIONAL
Luiz, no período do Carnaval, decide ir com seus amigos a seu sítio perto de Itu, com
o intuito de descansar do “stress”da cidade. Na quarta-feira de cinzas, Luiz decide ir
até a cidade de Itu a fim de comprar cerveja, vez que realizariam pescaria no período
da tarde. No trajeto até a cidade, Luiz, por meio de veículo automotor, realiza
ultrapassagem em veículo que transitava no mesmo sentido, conduzindo o veículo em
velocidade compatível com o local. Entretanto, Luiz não havia ligado a seta no instante
da ultrapassagem, momento em que veio a colidir com um motociclista que, sem
capacete, vinha conduzindo em alta velocidade, no sentido oposto, vindo o condutor
da motocicleta a falecer, em virtude da colisão com o carro de Luiz. Instaurado o
Inquérito Policial por crime de homicídio culposo, decide o Promotor de Justiça
denunciar Luiz por homicídio doloso na modalidade de dolo eventual, argumentando
que ele, por não ter dado a seta para a ultrapassagem, assumiu o risco do resultado
da morte do motociclista. Após a instrução probatória, o Juiz decidiu pronunciar Luiz
por crime doloso na modalidade eventual, encaminhando os autos para a Vara do Júri
de Itu para o respectivo julgamento, já tendo sido expedida a intimação da decisão de
pronúncia ao defensor de Luiz.
Questão: Como advogado de Luiz, interponha a peça pertinente (OAB/SP 132º
EXAME).
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