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do Consumidor
e normas correlatas
5a edição
Atualizada até julho de 2021
SENADO FEDERAL
Mesa
Biênio 2021 – 2022
Senador Romário
SEGUNDO-VICE-PRESIDENTE
Senador Irajá
PRIMEIRO-SECRETÁRIO
Senador Weverton
QUARTO-SECRETÁRIO
SUPLENTES DE SECRETÁRIO
Senador Jorginho Mello
Senador Luiz do Carmo
Senadora Eliziane Gama
Senador Zequinha Marinho
Secretaria de Editoração e Publicações
Coordenação de Edições Técnicas
Código de Defesa
do Consumidor
e normas correlatas
5a edição
Brasília – 2021
Edição do Senado Federal
Diretora-Geral: Ilana Trombka
Secretário-Geral da Mesa: Gustavo A. Sabóia Vieira
CDDir 342.5981
9 Apresentação
Normas principais
15 Lei no 8.078/1990
Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.
37 Decreto no 7.962/2013
Regulamenta a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para
dispor sobre a contratação no comércio eletrônico.
39 Decreto no 6.523/2008
Regulamenta a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para fixar normas gerais sobre o Serviço de
Atendimento ao Consumidor – SAC.
42 Decreto no 5.903/2006
Regulamenta a Lei no 10.962, de 11 de outubro de 2004, e a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990.
45 Decreto no 2.181/1997
Dispõe sobre a organização do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor – SNDC, estabelece as
normas gerais de aplicação das sanções administrativas previstas na Lei no 8.078, […]
Normas correlatas
58 Lei no 13.455/2017
Dispõe sobre a diferenciação de preços de bens e serviços oferecidos ao público em função do prazo ou
do instrumento de pagamento utilizado, e altera a Lei no 10.962, de 11 de outubro de 2004.
59 Lei no 12.965/2014
Estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil.
66 Lei no 12.741/2012
Dispõe sobre as medidas de esclarecimento ao consumidor, de que trata o § 5o do artigo 150 da
Constituição Federal; altera o inciso III do art. 6o e o inciso IV do art. 106 da Lei no 8.078, […]
68 Lei no 12.529/2011
Estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência; dispõe sobre a prevenção e repressão às
infrações contra a ordem econômica; altera a Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, […]
93 Lei no 12.414/2011
Disciplina a formação e consulta a bancos de dados com informações de adimplemento, de pessoas
naturais ou de pessoas jurídicas, para formação de histórico de crédito.
98 Lei no 12.291/2010
Torna obrigatória a manutenção de exemplar do Código de Defesa do Consumidor nos
estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços.
99 Lei no 10.962/2004
Dispõe sobre a oferta e as formas de afixação de preços de produtos e serviços para o consumidor.
Apresentação
9
Dispositivos constitucionais
pertinentes
Constituição
da República Federativa do Brasil
TÍTULO II – Dos Direitos e Garantias Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias as-
Fundamentais seguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
CAPÍTULO I – Dos Direitos e Deveres Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
Individuais e Coletivos �������������������������������������������������������������������������������
§ 5o A lei determinará medidas para que
Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem dis- os consumidores sejam esclarecidos acerca
tinção de qualquer natureza, garantindo-se aos dos impostos que incidam sobre mercadorias
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País e serviços.
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, �������������������������������������������������������������������������������
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes: TÍTULO VII – Da Ordem Econômica e
������������������������������������������������������������������������������� Financeira
XXXII – o Estado promoverá, na forma da CAPÍTULO I – Dos Princípios Gerais da
lei, a defesa do consumidor; Atividade Econômica
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Art. 170. A ordem econômica, fundada na
TÍTULO III – Da Organização do Estado valorização do trabalho humano e na livre ini-
������������������������������������������������������������������������������� ciativa, tem por fim assegurar a todos existência
digna, conforme os ditames da justiça social,
CAPÍTULO II – Da União observados os seguintes princípios:
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V – defesa do consumidor;
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao �������������������������������������������������������������������������������
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
TÍTULO VI – Da Tributação e do
Orçamento
CAPÍTULO I – Do Sistema Tributário
Nacional
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12
Normas principais
Índice sistemático da
Lei no 8.078/1990
tensiva e adequada, a respeito da sua nocividade III – a época em que foi colocado em cir-
ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de culação.
outras medidas cabíveis em cada caso concreto. § 2o O produto não é considerado defeituoso
pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no colocado no mercado.
mercado de consumo produto ou serviço que 17
§ 3o O fabricante, o construtor, o produtor Art. 15. (Vetado)
ou importador só não será responsabilizado
quando provar: Art. 16. (Vetado)
I – que não colocou o produto no mercado;
II – que, embora haja colocado o produto Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-
no mercado, o defeito inexiste; -se aos consumidores todas as vítimas do evento.
III – a culpa exclusiva do consumidor ou
de terceiro.
SEÇÃO III – Da Responsabilidade por Vício
Art. 13. O comerciante é igualmente respon- do Produto e do Serviço
sável, nos termos do artigo anterior, quando:
I – o fabricante, o construtor, o produtor ou Art. 18. Os fornecedores de produtos de con-
o importador não puderem ser identificados; sumo duráveis ou não duráveis respondem
II – o produto for fornecido sem identificação solidariamente pelos vícios de qualidade ou
clara do seu fabricante, produtor, construtor ou quantidade que os tornem impróprios ou ina-
importador; dequados ao consumo a que se destinam ou
III – não conservar adequadamente os pro- lhes diminuam o valor, assim como por aqueles
dutos perecíveis. decorrentes da disparidade, com as indicações
Parágrafo único. Aquele que efetivar o paga- constantes do recipiente, da embalagem, rotu-
mento ao prejudicado poderá exercer o direito lagem ou mensagem publicitária, respeitadas as
de regresso contra os demais responsáveis, se- variações decorrentes de sua natureza, podendo
gundo sua participação na causação do evento o consumidor exigir a substituição das partes
danoso. viciadas.
§ 1o Não sendo o vício sanado no prazo má-
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, ximo de trinta dias, pode o consumidor exigir,
independentemente da existência de culpa, pela alternativamente e à sua escolha:
reparação dos danos causados aos consumidores I – a substituição do produto por outro da
por defeitos relativos à prestação dos serviços, mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
bem como por informações insuficientes ou II – a restituição imediata da quantia paga,
inadequadas sobre sua fruição e riscos. monetariamente atualizada, sem prejuízo de
§ 1o O serviço é defeituoso quando não eventuais perdas e danos;
fornece a segurança que o consumidor dele III – o abatimento proporcional do preço.
pode esperar, levando-se em consideração as § 2o Poderão as partes convencionar a redu-
circunstâncias relevantes, entre as quais: ção ou ampliação do prazo previsto no parágrafo
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
I – o modo de seu fornecimento; anterior, não podendo ser inferior a sete nem
II – o resultado e os riscos que razoavelmente superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de
dele se esperam; adesão, a cláusula de prazo deverá ser conven-
III – a época em que foi fornecido. cionada em separado, por meio de manifestação
§ 2o O serviço não é considerado defeituoso expressa do consumidor.
pela adoção de novas técnicas. § 3o O consumidor poderá fazer uso imedia-
§ 3o O fornecedor de serviços só não será to das alternativas do § 1o deste artigo sempre
responsabilizado quando provar: que, em razão da extensão do vício, a substitui-
I – que, tendo prestado o serviço, o defeito ção das partes viciadas puder comprometer a
inexiste; qualidade ou características do produto, dimi-
II – a culpa exclusiva do consumidor ou de nuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.
terceiro. § 4o Tendo o consumidor optado pela al-
§ 4o A responsabilidade pessoal dos profis- ternativa do inciso I do § 1o deste artigo, e não
sionais liberais será apurada mediante a veri- sendo possível a substituição do bem, poderá
ficação de culpa. haver substituição por outro de espécie, marca
18 ou modelo diversos, mediante complementação
ou restituição de eventual diferença de preço, I – a reexecução dos serviços, sem custo adi-
sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do cional e quando cabível;
§ 1o deste artigo. II – a restituição imediata da quantia paga,
§ 5o No caso de fornecimento de produtos in monetariamente atualizada, sem prejuízo de
natura, será responsável perante o consumidor eventuais perdas e danos;
o fornecedor imediato, exceto quando identifi- III – o abatimento proporcional do preço.
cado claramente seu produtor. § 1o A reexecução dos serviços poderá ser
§ 6o São impróprios ao uso e consumo: confiada a terceiros devidamente capacitados,
I – os produtos cujos prazos de validade es- por conta e risco do fornecedor.
tejam vencidos; § 2o São impróprios os serviços que se mos-
II – os produtos deteriorados, alterados, adul- trem inadequados para os fins que razoavel-
terados, avariados, falsificados, corrompidos, mente deles se esperam, bem como aqueles
fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos que não atendam as normas regulamentares
ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas de prestabilidade.
regulamentares de fabricação, distribuição ou
apresentação; Art. 21. No fornecimento de serviços que te-
III – os produtos que, por qualquer motivo, se nham por objetivo a reparação de qualquer
revelem inadequados ao fim a que se destinam. produto considerar-se-á implícita a obrigação
do fornecedor de empregar componentes de
Art. 19. Os fornecedores respondem solidaria- reposição originais adequados e novos, ou que
mente pelos vícios de quantidade do produto mantenham as especificações técnicas do fabri-
sempre que, respeitadas as variações decorrentes cante, salvo, quanto a estes últimos, autorização
de sua natureza, seu conteúdo líquido for in- em contrário do consumidor.
ferior às indicações constantes do recipiente,
da embalagem, rotulagem ou de mensagem Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas
publicitária, podendo o consumidor exigir, al- empresas, concessionárias, permissionárias ou
ternativamente e à sua escolha: sob qualquer outra forma de empreendimento,
I – o abatimento proporcional do preço; são obrigados a fornecer serviços adequados,
II – complementação do peso ou medida; eficientes, seguros e, quanto aos essenciais,
III – a substituição do produto por outro contínuos.
da mesma espécie, marca ou modelo, sem os Parágrafo único. Nos casos de descumpri-
aludidos vícios; mento, total ou parcial, das obrigações referidas
IV – a restituição imediata da quantia paga, neste artigo, serão as pessoas jurídicas compeli-
monetariamente atualizada, sem prejuízo de das a cumpri-las e a reparar os danos causados,
eventuais perdas e danos. na forma prevista neste Código.
§ 1o Aplica-se a este artigo o disposto no
§ 4o do artigo anterior. Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os
§ 2o O fornecedor imediato será responsável vícios de qualidade por inadequação dos produ-
quando fizer a pesagem ou a medição e o ins- tos e serviços não o exime de responsabilidade.
trumento utilizado não estiver aferido segundo
os padrões oficiais. Art. 24. A garantia legal de adequação do pro-
duto ou serviço independe de termo expresso,
Art. 20. O fornecedor de serviços responde vedada a exoneração contratual do fornecedor.
pelos vícios de qualidade que os tornem im-
Normas principais
são à reparação pelos danos causados por fato produtos e serviços oferecidos ou apresentados,
do produto ou do serviço prevista na Seção obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela
II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do se utilizar e integra o contrato que vier a ser
prazo a partir do conhecimento do dano e de celebrado.
sua autoria.
Parágrafo único. (Vetado) Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou
serviços devem assegurar informações corretas,
claras, precisas, ostensivas e em língua portu-
SEÇÃO V – Da Desconsideração da guesa sobre suas características, qualidades,
Personalidade Jurídica quantidade, composição, preço, garantia, prazos
de validade e origem, entre outros dados, bem
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a per- como sobre os riscos que apresentam à saúde
sonalidade jurídica da sociedade quando, em e segurança dos consumidores.
detrimento do consumidor, houver abuso de Parágrafo único. As informações de que trata
direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou este artigo, nos produtos refrigerados ofereci-
20 ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato
dos ao consumidor, serão gravadas de forma Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa
indelével. ou abusiva.
§ 1o É enganosa qualquer modalidade de
Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão informação ou comunicação de caráter publici-
assegurar a oferta de componentes e peças de tário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qual-
reposição enquanto não cessar a fabricação ou quer outro modo, mesmo por omissão, capaz
importação do produto. de induzir em erro o consumidor a respeito da
Parágrafo único. Cessadas a produção ou natureza, características, qualidade, quantidade,
importação, a oferta deverá ser mantida por propriedades, origem, preço e quaisquer outros
período razoável de tempo, na forma da lei. dados sobre produtos e serviços.
§ 2o É abusiva, dentre outras, a publicidade
Art. 33. Em caso de oferta ou venda por tele- discriminatória de qualquer natureza, a que
fone ou reembolso postal, deve constar o nome incite à violência, explore o medo ou a supers-
do fabricante e endereço na embalagem, publi- tição, se aproveite da deficiência de julgamento
cidade e em todos os impressos utilizados na e experiência da criança, desrespeita valores
transação comercial. ambientais, ou que seja capaz de induzir o con-
Parágrafo único. É proibida a publicidade de sumidor a se comportar de forma prejudicial
bens e serviços por telefone, quando a chamada ou perigosa à sua saúde ou segurança.
for onerosa ao consumidor que a origina. § 3o Para os efeitos deste Código, a publi-
cidade é enganosa por omissão quando deixar
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço de informar sobre dado essencial do produto
é solidariamente responsável pelos atos de seus ou serviço.
prepostos ou representantes autônomos. § 4o (Vetado)
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SEÇÃO II – Das Cláusulas Abusivas XVII – condicionem ou limitem de qualquer
forma o acesso aos órgãos do Poder Judiciário;
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre ou- XVIII – estabeleçam prazos de carência em
tras, as cláusulas contratuais relativas ao forne- caso de impontualidade das prestações men-
cimento de produtos e serviços que: sais ou impeçam o restabelecimento integral
I – impossibilitem, exonerem ou atenuem a dos direitos do consumidor e de seus meios de
responsabilidade do fornecedor por vícios de pagamento a partir da purgação da mora ou do
qualquer natureza dos produtos e serviços ou acordo com os credores;
impliquem renúncia ou disposição de direitos. XIX – (Vetado).
Nas relações de consumo entre o fornecedor e § 1o Presume-se exagerada, entre outros
o consumidor pessoa jurídica, a indenização casos, a vantagem que:
poderá ser limitada, em situações justificáveis; I – ofende os princípios fundamentais do
II – subtraiam ao consumidor a opção de sistema jurídico a que pertence;
reembolso da quantia já paga, nos casos pre- II – restringe direitos ou obrigações funda-
vistos neste Código; mentais inerentes à natureza do contrato, de
III – transfiram responsabilidades a terceiros; tal modo a ameaçar seu objeto ou o equilíbrio
IV – estabeleçam obrigações consideradas contratual;
iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor III – se mostra excessivamente onerosa para
em desvantagem exagerada, ou sejam incom- o consumidor, considerando-se a natureza e
patíveis com a boa-fé ou a equidade; conteúdo do contrato, o interesse das partes e
V – (Vetado); outras circunstâncias peculiares ao caso.
VI – estabeleçam inversão do ônus da prova § 2o A nulidade de uma cláusula contra-
em prejuízo do consumidor; tual abusiva não invalida o contrato, exceto
VII – determinem a utilização compulsória quando de sua ausência, apesar dos esforços de
de arbitragem; integração, decorrer ônus excessivo a qualquer
VIII – imponham representante para con- das partes.
cluir ou realizar outro negócio jurídico pelo § 3o (Vetado)
consumidor; § 4o É facultado a qualquer consumidor ou
IX – deixem ao fornecedor a opção de con- entidade que o represente requerer ao Ministé-
cluir ou não o contrato, embora obrigando o rio Público que ajuíze a competente ação para
consumidor; ser declarada a nulidade de cláusula contratual
X – permitam ao fornecedor, direta ou in- que contrarie o disposto neste Código ou de
diretamente, variação do preço de maneira qualquer forma não assegure o justo equilíbrio
unilateral; entre direitos e obrigações das partes.
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de Art. 54-A. Este Capítulo dispõe sobre a preven-
móveis ou imóveis mediante pagamento em ção do superendividamento da pessoa natural,
prestações, bem como nas alienações fiduciárias sobre o crédito responsável e sobre a educação
em garantia, consideram-se nulas de pleno direi- financeira do consumidor.
to as cláusulas que estabeleçam a perda total das § 1o Entende-se por superendividamento
prestações pagas em benefício do credor que, em a impossibilidade manifesta de o consumidor
razão do inadimplemento, pleitear a resolução pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalidade de
do contrato e a retomada do produto alienado. suas dívidas de consumo, exigíveis e vincendas,
§ 1o (Vetado) sem comprometer seu mínimo existencial, nos
§ 2o Nos contratos do sistema de consórcio termos da regulamentação.
de produtos duráveis, a compensação ou a res- § 2o As dívidas referidas no § 1o deste artigo
tituição das parcelas quitadas, na forma deste englobam quaisquer compromissos financeiros
artigo, terá descontada, além da vantagem eco- assumidos decorrentes de relação de consumo,
nômica auferida com a fruição, os prejuízos que inclusive operações de crédito, compras a prazo
o desistente ou inadimplente causar ao grupo. e serviços de prestação continuada.
§ 3o Os contratos de que trata o caput des- § 3o O disposto neste Capítulo não se apli-
te artigo serão expressos em moeda corrente ca ao consumidor cujas dívidas tenham sido
nacional. contraídas mediante fraude ou má-fé, sejam
oriundas de contratos celebrados dolosamente
com o propósito de não realizar o pagamento
SEÇÃO III – Dos Contratos de Adesão ou decorram da aquisição ou contratação de
produtos e serviços de luxo de alto valor.
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas
cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade Art. 54-B. No fornecimento de crédito e na
competente ou estabelecidas unilateralmente venda a prazo, além das informações obriga-
pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem tórias previstas no art. 52 deste Código e na
que o consumidor possa discutir ou modificar legislação aplicável à matéria, o fornecedor ou
substancialmente seu conteúdo. o intermediário deverá informar o consumi-
§ 1o A inserção de cláusula no formulário dor, prévia e adequadamente, no momento da
não desfigura a natureza de adesão do contrato. oferta, sobre:
§ 2o Nos contratos de adesão admite-se cláu- I – o custo efetivo total e a descrição dos
sula resolutória, desde que alternativa, cabendo elementos que o compõem;
a escolha ao consumidor, ressalvando-se o dis- II – a taxa efetiva mensal de juros, bem como
posto no § 2o do artigo anterior. a taxa dos juros de mora e o total de encargos,
§ 3o Os contratos de adesão escritos serão de qualquer natureza, previstos para o atraso
redigidos em termos claros e com caracteres no pagamento;
Normas principais
ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não III – o montante das prestações e o prazo de
será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar validade da oferta, que deve ser, no mínimo, de
sua compreensão pelo consumidor. 2 (dois) dias;
§ 4o As cláusulas que implicarem limitação IV – o nome e o endereço, inclusive o ele-
de direito do consumidor deverão ser redigidas trônico, do fornecedor;
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V – o direito do consumidor à liquidação I – informar e esclarecer adequadamente
antecipada e não onerosa do débito, nos termos o consumidor, considerada sua idade, sobre a
do § 2o do art. 52 deste Código e da regulamen- natureza e a modalidade do crédito oferecido,
tação em vigor. sobre todos os custos incidentes, observado
§ 1o As informações referidas no art. 52 deste o disposto nos arts. 52 e 54-B deste Código, e
Código e no caput deste artigo devem constar sobre as consequências genéricas e específicas
de forma clara e resumida do próprio contrato, do inadimplemento;
da fatura ou de instrumento apartado, de fácil II – avaliar, de forma responsável, as condi-
acesso ao consumidor. ções de crédito do consumidor, mediante aná-
§ 2o Para efeitos deste Código, o custo efetivo lise das informações disponíveis em bancos
total da operação de crédito ao consumidor con- de dados de proteção ao crédito, observado
sistirá em taxa percentual anual e compreenderá o disposto neste Código e na legislação sobre
todos os valores cobrados do consumidor, sem proteção de dados;
prejuízo do cálculo padronizado pela autoridade III – informar a identidade do agente finan-
reguladora do sistema financeiro. ciador e entregar ao consumidor, ao garante e a
§ 3o Sem prejuízo do disposto no art. 37 outros coobrigados cópia do contrato de crédito.
deste Código, a oferta de crédito ao consumidor Parágrafo único. O descumprimento de
e a oferta de venda a prazo, ou a fatura mensal, qualquer dos deveres previstos no caput deste
conforme o caso, devem indicar, no mínimo, artigo e nos arts. 52 e 54-C deste Código poderá
o custo efetivo total, o agente financiador e a acarretar judicialmente a redução dos juros, dos
soma total a pagar, com e sem financiamento. encargos ou de qualquer acréscimo ao principal
e a dilação do prazo de pagamento previsto
Art. 54-C. É vedado, expressa ou implicita- no contrato original, conforme a gravidade da
mente, na oferta de crédito ao consumidor, conduta do fornecedor e as possibilidades finan-
publicitária ou não: ceiras do consumidor, sem prejuízo de outras
I – (Vetado); sanções e de indenização por perdas e danos,
II – indicar que a operação de crédito poderá patrimoniais e morais, ao consumidor.
ser concluída sem consulta a serviços de pro-
teção ao crédito ou sem avaliação da situação Art. 54-E. (Vetado)
financeira do consumidor;
III – ocultar ou dificultar a compreensão so- Art. 54-F. São conexos, coligados ou interde-
bre os ônus e os riscos da contratação do crédito pendentes, entre outros, o contrato principal de
ou da venda a prazo; fornecimento de produto ou serviço e os con-
IV – assediar ou pressionar o consumidor tratos acessórios de crédito que lhe garantam o
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
ao garante e aos outros coobrigados cópia da manterão comissões permanentes para elabora-
minuta do contrato principal de consumo ou ção, revisão e atualização das normas referidas
do contrato de crédito, em papel ou outro su- no § 1o, sendo obrigatória a participação dos
porte duradouro, disponível e acessível, e, após consumidores e fornecedores.
a conclusão, cópia do contrato; § 4o Os órgãos oficiais poderão expedir no-
tificações aos fornecedores para que, sob pena 27
de desobediência, prestem informações sobre dutos, de suspensão do fornecimento de produto
questões de interesse do consumidor, resguar- ou serviço, de cassação do registro do produto
dado o segredo industrial. e revogação da concessão ou permissão de uso
serão aplicadas pela administração, mediante
Art. 56. As infrações das normas de defesa do procedimento administrativo, assegurada ampla
consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às defesa, quando forem constatados vícios de
seguintes sanções administrativas, sem prejuízo quantidade ou de qualidade por inadequação
das de natureza civil, penal e das definidas em ou insegurança do produto ou serviço.
normas específicas:
I – multa; Art. 59. As penas de cassação de alvará de
II – apreensão do produto; licença, de interdição e de suspensão tempo-
III – inutilização do produto; rária da atividade, bem como a de intervenção
IV – cassação do registro do produto junto administrativa serão aplicadas mediante pro-
ao órgão competente; cedimento administrativo, assegurada ampla
V – proibição de fabricação do produto; defesa, quando o fornecedor reincidir na prática
VI – suspensão de fornecimento de produtos das infrações de maior gravidade previstas neste
ou serviço; Código e na legislação de consumo.
VII – suspensão temporária de atividade; § 1o A pena de cassação da concessão será
VIII – revogação de concessão ou permissão aplicada à concessionária de serviço público,
de uso; quando violar obrigação legal ou contratual.
IX – cassação de licença do estabelecimento § 2o A pena de intervenção administrativa
ou de atividade; será aplicada sempre que as circunstâncias de
X – interdição, total ou parcial, de estabele- fato desaconselharem a cassação de licença, a
cimento, de obra ou de atividade; interdição ou suspensão da atividade.
XI – intervenção administrativa; § 3o Pendendo ação judicial na qual se dis-
XII – imposição de contrapropaganda. cuta a imposição de penalidade administrativa,
Parágrafo único. As sanções previstas neste não haverá reincidência até o trânsito em jul-
artigo serão aplicadas pela autoridade adminis- gado da sentença.
trativa, no âmbito de sua atribuição, podendo
ser aplicadas cumulativamente, inclusive por Art. 60. A imposição de contrapropaganda
medida cautelar antecedente ou incidente de será cominada quando o fornecedor incorrer
procedimento administrativo. na prática de publicidade enganosa ou abusiva,
nos termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo às expensas do infrator.
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
Art. 65. Executar serviço de alto grau de pe- Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de
riculosidade, contrariando determinação de ameaça, coação, constrangimento físico ou mo-
autoridade competente: ral, afirmações falsas, incorretas ou enganosas
Pena – Detenção de seis meses a dois anos ou de qualquer outro procedimento que expo-
e multa. nha o consumidor, injustificadamente, a ridículo
§ 1o As penas deste artigo são aplicáveis sem ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer:
prejuízo das correspondentes à lesão corporal Pena – Detenção de três meses a um ano
e à morte. e multa.
§ 2o A prática do disposto no inciso XIV do
art. 39 desta Lei também caracteriza o crime Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do con-
previsto no caput deste artigo. sumidor às informações que sobre ele constem
em cadastros, banco de dados, fichas e registros:
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou Pena – Detenção de seis meses a um ano
omitir informação relevante sobre a natureza, ou multa.
característica, qualidade, quantidade, segurança,
desempenho, durabilidade, preço ou garantia Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente
Normas principais
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de
para os crimes referidos neste Código incide que trata este Código, será fixado pelo juiz, ou
nas penas a esses cominadas na medida de sua pela autoridade que presidir o inquérito, entre
culpabilidade, bem como o diretor, adminis- cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do
trador ou gerente da pessoa jurídica que pro- Tesouro Nacional (BTN), ou índice equivalente
mover, permitir ou por qualquer modo aprovar que venha a substituí-lo.
o fornecimento, oferta, exposição à venda ou Parágrafo único. Se assim recomendar a si-
manutenção em depósito de produtos ou a oferta tuação econômica do indiciado ou réu, a fiança
e prestação de serviços nas condições por ele poderá ser:
proibidas. a) reduzida até a metade de seu valor mí-
nimo;
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.
crimes tipificados neste Código:
I – serem cometidos em época de grave crise Art. 80. No processo penal atinente aos cri-
econômica ou por ocasião de calamidade; mes previstos neste Código, bem como a outros
II – ocasionarem grave dano individual ou crimes e contravenções que envolvam relações
coletivo; de consumo, poderão intervir, como assistentes
III – dissimular-se a natureza ilícita do pro- do Ministério Público, os legitimados indicados
cedimento; no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é
IV – quando cometidos: facultado propor ação penal subsidiária, se a
a) por servidor público, ou por pessoa cuja denúncia não for oferecida no prazo legal.
condição econômico-social seja manifestamente
superior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou rurícola; TÍTULO III – Da Defesa do Consumidor em
de menor de dezoito ou maior de sessenta anos Juízo
ou de pessoas portadoras de deficiência mental, CAPÍTULO I – Disposições Gerais
interditadas ou não;
V – serem praticados em operações que en- Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
volvam alimentos, medicamentos ou quaisquer consumidores e das vítimas poderá ser exercida
outros produtos ou serviços essenciais. em juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exer-
Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção cida quando se tratar de:
será fixada em dias-multa, correspondente ao I – interesses ou direitos difusos, assim en-
mínimo e ao máximo de dias de duração da pena tendidos, para efeitos deste Código, os transin-
privativa da liberdade cominada ao crime. Na dividuais, de natureza indivisível, de que sejam
individualização desta multa, o juiz observará titulares pessoas indeterminadas e ligadas por
o disposto no art. 60, § 1o do Código Penal. circunstâncias de fato;
II – interesses ou direitos coletivos, assim
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade entendidos, para efeitos deste Código, os tran-
e de multa, podem ser impostas, cumulativa sindividuais de natureza indivisível de que seja
ou alternadamente, observado o disposto nos titular grupo, categoria ou classe de pessoas
arts. 44 a 47, do Código Penal: ligadas entre si ou com a parte contrária por
I – a interdição temporária de direitos; uma relação jurídica base;
30
III – interesses ou direitos individuais ho- § 3o Sendo relevante o fundamento da de-
mogêneos, assim entendidos os decorrentes de manda e havendo justificado receio de ineficácia
origem comum. do provimento final, é lícito ao juiz conceder a
tutela liminarmente ou após justificação prévia,
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, citado o réu.
são legitimados concorrentemente: § 4o O juiz poderá, na hipótese do § 3o ou na
I – o Ministério Público; sentença, impor multa diária ao réu, indepen-
II – a União, os Estados, os Municípios e o dentemente de pedido do autor, se for suficiente
Distrito Federal; ou compatível com a obrigação, fixando prazo
III – as entidades e órgãos da Administração razoável para o cumprimento do preceito.
Pública, direta ou indireta, ainda que sem per- § 5o Para a tutela específica ou para a obten-
sonalidade jurídica, especificamente destinados ção do resultado prático equivalente, poderá
à defesa dos interesses e direitos protegidos por o juiz determinar as medidas necessárias, tais
este Código; como busca e apreensão, remoção de coisas e
IV – as associações legalmente constituídas pessoas, desfazimento de obra, impedimento
há pelo menos um ano e que incluam entre de atividade nociva, além de requisição de força
seus fins institucionais a defesa dos interesses e policial.
direitos protegidos por este Código, dispensada
a autorização assemblear. Art. 85. (Vetado)
§ 1o O requisito da pré-constituição pode
ser dispensado pelo juiz, nas ações previstas Art. 86. (Vetado)
nos arts. 91 e seguintes, quando haja manifesto
interesse social evidenciado pela dimensão ou Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este
característica do dano, ou pela relevância do Código não haverá adiantamento de custas,
bem jurídico a ser protegido. emolumentos, honorários periciais e quaisquer
§ 2o (Vetado) outras despesas, nem condenação da associação
§ 3o (Vetado) autora, salvo comprovada má-fé, em honorários
de advogados, custas e despesas processuais.
Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses Parágrafo único. Em caso de litigância de
protegidos por este Código são admissíveis todas má-fé, a associação autora e os diretores res-
as espécies de ações capazes de propiciar sua ponsáveis pela propositura da ação serão soli-
adequada e efetiva tutela. dariamente condenados em honorários advo-
Parágrafo único. (Vetado) catícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo
da responsabilidade por perdas e danos.
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cum-
primento da obrigação de fazer ou não fazer, o Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo
juiz concederá a tutela específica da obrigação único deste Código, a ação de regresso poderá
ou determinará providências que assegurem ser ajuizada em processo autônomo, facultada
o resultado prático equivalente ao do adim- a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos
plemento. autos, vedada a denunciação da lide.
§ 1o A conversão da obrigação em perdas e
danos somente será admissível se por elas optar Art. 89. (Vetado)
o autor ou se impossível a tutela específica ou a
obtenção do resultado prático correspondente. Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste
Normas principais
§ 2o A indenização por perdas e danos se Título as normas do Código de Processo Civil e
fará sem prejuízo da multa (art. 287, do Código da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, inclusive
de Processo Civil). no que respeita ao inquérito civil, naquilo que
não contrariar suas disposições.
31
CAPÍTULO II – Das Ações Coletivas para a § 1o A execução coletiva far-se-á com base
Defesa de Interesses Individuais Homogêneos em certidão das sentenças de liquidação, da
qual deverá constar a ocorrência ou não do
Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 trânsito em julgado.
poderão propor, em nome próprio e no interesse § 2o É competente para a execução o juízo:
das vítimas ou seus sucessores, ação civil coletiva I – da liquidação da sentença ou da ação
de responsabilidade pelos danos individual- condenatória, no caso de execução individual;
mente sofridos, de acordo com o disposto nos II – da ação condenatória, quando coletiva
artigos seguintes. a execução.
Art. 96. (Vetado)
CAPÍTULO III – Das Ações de
Art. 97. A liquidação e a execução de senten- Responsabilidade do Fornecedor de Produtos
ça poderão ser promovidas pela vítima e seus e Serviços
sucessores, assim como pelos legitimados de
que trata o art. 82. Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do
Parágrafo único. (Vetado) fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo
do disposto nos Capítulos I e II deste Título,
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo serão observadas as seguintes normas:
promovida pelos legitimados de que trata o I – a ação pode ser proposta no domicílio
art. 82, abrangendo as vítimas cujas indeni- do autor;
zações já tiverem sido fixadas em sentença de II – o réu que houver contratado seguro de
liquidação, sem prejuízo do ajuizamento de responsabilidade poderá chamar ao processo o
outras execuções. segurador, vedada a integração do contraditório
32 pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta
hipótese, a sentença que julgar procedente o como litisconsortes poderão propor ação de
pedido condenará o réu nos termos do art. 80 indenização a título individual.
do Código de Processo Civil. Se o réu houver § 3o Os efeitos da coisa julgada de que cui-
sido declarado falido, o síndico será intimado da o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei
a informar a existência de seguro de responsa- no 7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudica-
bilidade, facultando-se, em caso afirmativo, o rão as ações de indenização por danos pessoal-
ajuizamento de ação de indenização diretamente mente sofridos, propostas individualmente ou
contra o segurador, vedada a denunciação da na forma prevista neste Código, mas, se proce-
lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e dis- dente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus
pensado o litisconsórcio obrigatório com este. sucessores, que poderão proceder à liquidação
e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99.
Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste § 4o Aplica-se o disposto no parágrafo an-
Código poderão propor ação visando compelir terior à sentença penal condenatória.
o Poder Público competente a proibir, em todo
o território nacional, a produção, divulgação, Art. 104. As ações coletivas, previstas nos in-
distribuição ou venda, ou a determinar alteração cisos I e II do parágrafo único do art. 81, não
na composição, estrutura, fórmula ou acondi- induzem litispendência para as ações indivi-
cionamento de produto, cujo uso ou consumo duais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes
regular se revele nocivo ou perigoso à saúde ou ultra partes a que aludem os incisos II e III
pública e à incolumidade pessoal. do artigo anterior não beneficiarão os autores
§ 1o (Vetado) das ações individuais, se não for requerida sua
§ 2o (Vetado) suspensão no prazo de trinta dias, a contar da
ciência nos autos do ajuizamento da ação co-
letiva.
CAPÍTULO IV – Da Coisa Julgada
o caput deste artigo não importará em declara- e as instituições credoras ou suas associações.
ção de insolvência civil e poderá ser repetido § 1o Em caso de conciliação administra-
somente após decorrido o prazo de 2 (dois) anos, tiva para prevenir o superendividamento do
contado da liquidação das obrigações previstas consumidor pessoa natural, os órgãos públicos
no plano de pagamento homologado, sem pre- poderão promover, nas reclamações individuais,
juízo de eventual repactuação. audiência global de conciliação com todos os
credores e, em todos os casos, facilitar a ela-
Art. 104-B. Se não houver êxito na concilia- boração de plano de pagamento, preservado
ção em relação a quaisquer credores, o juiz, a o mínimo existencial, nos termos da regula-
pedido do consumidor, instaurará processo por mentação, sob a supervisão desses órgãos, sem
superendividamento para revisão e integração prejuízo das demais atividades de reeducação
dos contratos e repactuação das dívidas rema- financeira cabíveis.
nescentes mediante plano judicial compulsório § 2o O acordo firmado perante os órgãos
e procederá à citação de todos os credores cujos públicos de defesa do consumidor, em caso de
créditos não tenham integrado o acordo por- superendividamento do consumidor pessoa
34 ventura celebrado. natural, incluirá a data a partir da qual será pro-
videnciada a exclusão do consumidor de ban- preços, abastecimento, quantidade e segurança
cos de dados e de cadastros de inadimplentes, de bens e serviços;
bem como o condicionamento de seus efeitos IX – incentivar, inclusive com recursos fi-
à abstenção, pelo consumidor, de condutas que nanceiros e outros programas especiais, a for-
importem no agravamento de sua situação de mação de entidades de defesa do consumidor
superendividamento, especialmente a de con- pela população e pelos órgãos públicos estaduais
trair novas dívidas. e municipais;
X – (Vetado);
XI – (Vetado);
TÍTULO IV – Do Sistema Nacional de XII – (Vetado);
Defesa do Consumidor XIII – desenvolver outras atividades compa-
tíveis com suas finalidades.
Art. 105. Integram o Sistema Nacional de De- Parágrafo único. Para a consecução de seus
fesa do Consumidor (SNDC) os órgãos federais, objetivos, o Departamento Nacional de Defesa
estaduais, do Distrito Federal e municipais e as do Consumidor poderá solicitar o concurso de
entidades privadas de defesa do consumidor. órgãos e entidades de notória especialização
técnico-científica.
Art. 106. O Departamento Nacional de Defe-
sa do Consumidor, da Secretaria Nacional de
Direito Econômico (MJ), ou órgão federal que TÍTULO V – Da Convenção Coletiva de
venha substituí-lo, é organismo de coordenação Consumo
da política do Sistema Nacional de Defesa do
Consumidor, cabendo-lhe: Art. 107. As entidades civis de consumidores
I – planejar, elaborar, propor, coordenar e as associações de fornecedores ou sindicatos
e executar a política nacional de proteção ao de categoria econômica podem regular, por
consumidor; convenção escrita, relações de consumo que te-
II – receber, analisar, avaliar e encaminhar nham por objeto estabelecer condições relativas
consultas, denúncias ou sugestões apresentadas ao preço, à qualidade, à quantidade, à garantia
por entidades representativas ou pessoas jurí- e características de produtos e serviços, bem
dicas de direito público ou privado; como à reclamação e composição do conflito
III – prestar aos consumidores orientação de consumo.
permanente sobre seus direitos e garantias; § 1o A convenção tornar-se-á obrigatória a
IV – informar, conscientizar e motivar o partir do registro do instrumento no cartório
consumidor através dos diferentes meios de de títulos e documentos.
comunicação; § 2o A convenção somente obrigará os filia-
V – solicitar à polícia judiciária a instaura- dos às entidades signatárias.
ção de inquérito policial para a apreciação de § 3o Não se exime de cumprir a convenção o
delito contra os consumidores, nos termos da fornecedor que se desligar da entidade em data
legislação vigente; posterior ao registro do instrumento.
VI – representar ao Ministério Público com-
petente para fins de adoção de medidas proces- Art. 108. (Vetado)
suais no âmbito de suas atribuições;
VII – levar ao conhecimento dos órgãos com-
petentes as infrações de ordem administrativa TÍTULO VI – Disposições Finais
Normas principais
Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4o, 5o Art. 118. Este Código entrará em vigor dentro
e 6o ao art. 5o da Lei no 7.347, de 24 de julho de cento e oitenta dias a contar de sua publi-
de 1985: cação.
�������������������������������������������������������������������������������
Art. 119. Revogam-se as disposições em con-
Art. 114. O art. 15 da Lei no 7.347, de 24 de trário.
julho de 1985, passa a ter a seguinte redação:
������������������������������������������������������������������������������� Brasília, 11 de setembro de 1990; 169o da Inde-
pendência e 102o da República.
Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da
Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, passando FERNANDO COLLOR
o parágrafo único a constituir o caput, com a
seguinte redação: Promulgada em 11/9/1990, publicada no DOU de
������������������������������������������������������������������������������� 12/9/1990 – Edição extra – e retificada no DOU de
10/1/2007.
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
36
Decreto no 7.962/2013
Regulamenta a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para dispor sobre a contratação no comércio
eletrônico.
38
Decreto no 6.523/2008
Regulamenta a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para fixar normas gerais sobre o Serviço
de Atendimento ao Consumidor – SAC.
Art. 13. O sistema informatizado deve ser Art. 17. As informações solicitadas pelo con-
programado tecnicamente de modo a garantir sumidor serão prestadas imediatamente e suas
a agilidade, a segurança das informações e o reclamações, resolvidas no prazo máximo de
respeito ao consumidor. cinco dias úteis a contar do registro.
§ 1o O consumidor será informado sobre a
Art. 14. É vedada a veiculação de mensagens resolução de sua demanda e, sempre que solici-
publicitárias durante o tempo de espera para o tar, ser-lhe-á enviada a comprovação pertinente
atendimento, salvo se houver prévio consenti- por correspondência ou por meio eletrônico, a
mento do consumidor. seu critério.
§ 2o A resposta do fornecedor será clara e
objetiva e deverá abordar todos os pontos da
demanda do consumidor.
§ 3o Quando a demanda versar sobre serviço
40 não solicitado ou cobrança indevida, a cobrança
será suspensa imediatamente, salvo se o forne- previstas no art. 56 da Lei no 8.078, de 1990,
cedor indicar o instrumento por meio do qual o sem prejuízo das constantes dos regulamentos
serviço foi contratado e comprovar que o valor específicos dos órgãos e entidades reguladoras.
é efetivamente devido.
Art. 20. Os órgãos competentes, quando ne-
cessário, expedirão normas complementares
CAPÍTULO VI – Do Pedido de e específicas para execução do disposto neste
Cancelamento do Serviço Decreto.
Art. 18. O SAC receberá e processará imedia- Art. 21. Os direitos previstos neste Decreto não
tamente o pedido de cancelamento de serviço excluem outros, decorrentes de regulamentações
feito pelo consumidor. expedidas pelos órgãos e entidades reguladores,
§ 1o O pedido de cancelamento será permi- desde que mais benéficos para o consumidor.
tido e assegurado ao consumidor por todos os
meios disponíveis para a contratação do serviço. Art. 22. Este Decreto entra em vigor em 1o de
§ 2o Os efeitos do cancelamento serão ime- dezembro de 2008.
diatos à solicitação do consumidor, ainda que o
seu processamento técnico necessite de prazo, Brasília, 31 de julho de 2008; 187o da Indepen-
e independe de seu adimplemento contratual. dência e 120o da República.
§ 3o O comprovante do pedido de cancela-
mento será expedido por correspondência ou LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
por meio eletrônico, a critério do consumidor.
Decretado em 31/7/2008 e publicado no DOU de
1o/8/2008.
CAPÍTULO VII – Das Disposições Finais
Normas principais
41
Decreto no 5.903/2006
Regulamenta a Lei no 10.962, de 11 de outubro de 2004, e a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990.
sumidor, sem abreviaturas que dificultem a sua similar afixada diretamente no produto exposto
compreensão, e sem a necessidade de qualquer à venda deverá ter sua face principal voltada ao
interpretação ou cálculo; consumidor, a fim de garantir a pronta visualiza-
III – precisão, a informação que seja exata, ção do preço, independentemente de solicitação
definida e que esteja física ou visualmente li- do consumidor ou intervenção do comerciante.
gada ao produto a que se refere, sem nenhum Parágrafo único. Entende-se como similar
embaraço físico ou visual interposto; qualquer meio físico que esteja unido ao pro-
IV – ostensividade, a informação que seja de duto e gere efeitos visuais equivalentes aos da
fácil percepção, dispensando qualquer esforço etiqueta.
na sua assimilação; e
V – legibilidade, a informação que seja visível Art. 6o Os preços de bens e serviços para o
e indelével. consumidor nos estabelecimentos comerciais de
que trata o inciso II do art. 2o da Lei no 10.962,
Art. 3o O preço de produto ou serviço deverá de 2004, admitem as seguintes modalidades
ser informado discriminando-se o total à vista. de afixação:
42 I – direta ou impressa na própria embalagem;
II – de código referencial; ou e a distância que os separa, demonstrando gra-
III – de código de barras. ficamente o cumprimento da distância máxima
§ 1o Na afixação direta ou impressão na pró- fixada neste artigo.
pria embalagem do produto, será observado o
disposto no art. 5o deste Decreto. Art. 8o A modalidade de relação de preços de
§ 2o A utilização da modalidade de afixação produtos expostos e de serviços oferecidos aos
de código referencial deverá atender às seguintes consumidores somente poderá ser empregada
exigências: quando for impossível o uso das modalidades
I – a relação dos códigos e seus respectivos descritas nos arts. 5o e 6o deste Decreto.
preços devem estar visualmente unidos e pró- § 1o A relação de preços de produtos ou
ximos dos produtos a que se referem, e ime- serviços expostos à venda deve ter sua face
diatamente perceptível ao consumidor, sem a principal voltada ao consumidor, de forma a
necessidade de qualquer esforço ou desloca- garantir a pronta visualização do preço, inde-
mento de sua parte; e pendentemente de solicitação do consumidor
II – o código referencial deve estar fisicamen- ou intervenção do comerciante.
te ligado ao produto, em contraste de cores e § 2o A relação de preços deverá ser também
em tamanho suficientes que permitam a pronta afixada, externamente, nas entradas de restau-
identificação pelo consumidor. rantes, bares, casas noturnas e similares.
§ 3o Na modalidade de afixação de código
de barras, deverão ser observados os seguintes Art. 9o Configuram infrações ao direito bá-
requisitos: sico do consumidor à informação adequada e
I – as informações relativas ao preço à vista, clara sobre os diferentes produtos e serviços,
características e código do produto deverão estar sujeitando o infrator às penalidades previstas
a ele visualmente unidas, garantindo a pronta na Lei no 8.078, de 1990, as seguintes condutas:
identificação pelo consumidor; I – utilizar letras cujo tamanho não seja uni-
II – a informação sobre as características do forme ou dificulte a percepção da informação,
item deve compreender o nome, quantidade e considerada a distância normal de visualização
demais elementos que o particularizem; e do consumidor;
III – as informações deverão ser disponibi- II – expor preços com as cores das letras e
lizadas em etiquetas com caracteres ostensivos do fundo idêntico ou semelhante;
e em cores de destaque em relação ao fundo. III – utilizar caracteres apagados, rasurados
ou borrados;
Art. 7o Na hipótese de utilização do código IV – informar preços apenas em parcelas,
de barras para apreçamento, os fornecedores obrigando o consumidor ao cálculo do total;
deverão disponibilizar, na área de vendas, para V – informar preços em moeda estrangeira,
consulta de preços pelo consumidor, equipa- desacompanhados de sua conversão em moeda
mentos de leitura ótica em perfeito estado de corrente nacional, em caracteres de igual ou
funcionamento. superior destaque;
§ 1o Os leitores óticos deverão ser indicados VI – utilizar referência que deixa dúvida
por cartazes suspensos que informem a sua quanto à identificação do item ao qual se refere;
localização. VII – atribuir preços distintos para o mesmo
§ 2o Os leitores óticos deverão ser dispostos item; e
na área de vendas, observada a distância máxima VIII – expor informação redigida na vertical
de quinze metros entre qualquer produto e a ou outro ângulo que dificulte a percepção.
Normas principais
44
Decreto no 2.181/1997
Dispõe sobre a organização do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor – SNDC, estabelece as
normas gerais de aplicação das sanções administrativas previstas na Lei no 8.078, de 11 de setembro
de 1990, revoga o Decreto no 861, de 9 julho de 1993, e dá outras providências.
sultas e denúncias apresentadas por entidades dores de produtos e serviços, a que se refere o
representativas ou pessoas jurídicas de direito art. 44 da Lei no 8.078, de 1990;
público ou privado ou por consumidores in- XIV – desenvolver outras atividades compa-
dividuais; tíveis com suas finalidades.
III – prestar aos consumidores orientação
permanente sobre seus direitos e garantias; 45
Art. 4o No âmbito de sua jurisdição e com- e direitos protegidos pelo Código de Defesa do
petência, caberá ao órgão estadual, do Distrito Consumidor poderão celebrar compromissos
Federal e municipal de proteção e defesa do de ajustamento de conduta às exigências legais,
consumidor, criado, na forma da lei, especifi- nos termos do § 6o do art. 5o da Lei no 7.347, de
camente para este fim, exercitar as atividades 1985, na órbita de suas respectivas competências.
contidas nos incisos II a XII do art. 3o deste § 1o A celebração de termo de ajustamento
Decreto e, ainda: de conduta não impede que outro, desde que
I – planejar, elaborar, propor, coordenar e mais vantajoso para o consumidor, seja lavrado
executar a política estadual, do Distrito Federal por quaisquer das pessoas jurídicas de direito
e municipal de proteção e defesa do consumidor, público integrantes do SNDC.
nas suas respectivas áreas de atuação; § 2o A qualquer tempo, o órgão subscritor
II – dar atendimento aos consumidores, pro- poderá, diante de novas informações ou se as-
cessando, regularmente, as reclamações funda- sim as circunstâncias o exigirem, retificar ou
mentadas; complementar o acordo firmado, determinando
III – fiscalizar as relações de consumo; outras providências que se fizerem necessárias,
IV – funcionar, no processo administrativo, sob pena de invalidade imediata do ato, dando-se
como instância de instrução e julgamento, no seguimento ao procedimento administrativo
âmbito de sua competência, dentro das regras eventualmente arquivado.
fixadas pela Lei no 8.078, de 1990, pela legislação § 3o O compromisso de ajustamento conterá,
complementar e por este Decreto; entre outras, cláusulas que estipulem condições
V – elaborar e divulgar anualmente, no âmbi- sobre:
to de sua competência, o cadastro de reclamações I – obrigação do fornecedor de adequar sua
fundamentadas contra fornecedores de produtos conduta às exigências legais, no prazo ajustado;
e serviços, de que trata o art. 44 da Lei no 8.078, II – pena pecuniária, diária, pelo descum-
de 1990 e remeter cópia à Secretaria Nacional do primento do ajustado, levando-se em conta os
Consumidor do Ministério da Justiça; seguintes critérios:
VI – desenvolver outras atividades compatí- a) o valor global da operação investigada;
veis com suas finalidades. b) o valor do produto ou serviço em questão;
c) os antecedentes do infrator;
Art. 5o Qualquer entidade ou órgão da Admi- d) a situação econômica do infrator;
nistração Pública, federal, estadual e municipal, III – ressarcimento das despesas de investi-
destinado à defesa dos interesses e direitos do gação da infração e instrução do procedimento
consumidor, tem, no âmbito de suas respectivas administrativo.
competências, atribuição para apurar e punir § 4o A celebração do compromisso de ajus-
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
infrações a este Decreto e à legislação das rela- tamento suspenderá o curso do processo ad-
ções de consumo. ministrativo, se instaurado, que somente será
Parágrafo único. Se instaurado mais de um arquivado após atendidas todas as condições
processo administrativo por pessoas jurídicas estabelecidas no respectivo termo.
de direito público distintas, para apuração de
infração decorrente de um mesmo fato impu- Art. 7o Compete aos demais órgãos públicos
tado ao mesmo fornecedor, eventual conflito de federais, estaduais, do Distrito Federal e muni-
competência será dirimido pela Secretaria Na- cipais que passarem a integrar o SNDC fiscali-
cional do Consumidor do Ministério da Justiça e zar as relações de consumo, no âmbito de sua
Segurança Pública, que poderá ouvir o Conselho competência, e autuar, na forma da legislação, os
Nacional de Defesa do Consumidor, considerada responsáveis por práticas que violem os direitos
a competência federativa para legislar sobre a do consumidor.
respectiva atividade econômica.
Art. 8o As entidades civis de proteção e de-
Art. 6o As entidades e órgãos da Administra- fesa do consumidor, legalmente constituídas,
46 ção Pública destinados à defesa dos interesses poderão:
I – encaminhar denúncias aos órgãos públicos II – recusar atendimento às demandas dos
de proteção e defesa do consumidor, para as consumidores na exata medida de sua disponi-
providências legais cabíveis; bilidade de estoque e, ainda, de conformidade
II – representar o consumidor em juízo, ob- com os usos e costumes;
servado o disposto no inciso IV do art. 82 da III – recusar, sem motivo justificado, atendi-
Lei no 8.078, de 1990; mento à demanda dos consumidores de serviços;
III – exercer outras atividades correlatas. IV – enviar ou entregar ao consumidor qual-
quer produto ou fornecer qualquer serviço, sem
solicitação prévia;
CAPÍTULO III – Da Fiscalização, das V – prevalecer-se da fraqueza ou ignorância
Práticas Infrativas e das Penalidades do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde,
Administrativas conhecimento ou condição social, para impin-
SEÇÃO I – Da Fiscalização gir-lhe seus produtos ou serviços;
VI – exigir do consumidor vantagem mani-
Art. 9o A fiscalização das relações de consu- festamente excessiva;
mo de que tratam a Lei no 8.078, de 1990, este VII – executar serviços sem a prévia elabo-
Decreto e as demais normas de defesa do con- ração de orçamento e autorização expressa do
sumidor será exercida em todo o território na- consumidor, ressalvadas as decorrentes de prá-
cional pela Secretaria Nacional do Consumidor ticas anteriores entre as partes;
do Ministério da Justiça, pelos órgãos federais VIII – repassar informação depreciativa
integrantes do Sistema Nacional de Defesa do referente a ato praticado pelo consumidor no
Consumidor, pelos órgãos conveniados com a exercício de seus direitos;
Secretaria e pelos órgãos de proteção e defesa IX – colocar, no mercado de consumo, qual-
do consumidor criados pelos Estados, Distrito quer produto ou serviço:
Federal e Municípios, em suas respectivas áreas a) em desacordo com as normas expedidas
de atuação e competência. pelos órgãos oficiais competentes, ou, se nor-
mas específicas não existirem, pela Associação
Art. 10. A fiscalização de que trata este Decreto Brasileira de Normas Técnicas – ABNT ou outra
será efetuada por agentes fiscais, oficialmente entidade credenciada pelo Conselho Nacional
designados, vinculados aos respectivos órgãos de Metrologia, Normalização e Qualidade In-
de proteção e defesa do consumidor, no âmbito dustrial – CONMETRO;
federal, estadual, do Distrito Federal e municipal, b) que acarrete riscos à saúde ou à segurança
devidamente credenciados mediante Cédula dos consumidores e sem informações ostensivas
de Identificação Fiscal, admitida a delegação e adequadas;
mediante convênio. c) em desacordo com as indicações constan-
tes do recipiente, da embalagem, da rotulagem ou
Art. 11. Sem exclusão da responsabilidade dos mensagem publicitária, respeitadas as variações
órgãos que compõem o SNDC, os agentes de decorrentes de sua natureza;
que trata o artigo anterior responderão pelos d) impróprio ou inadequado ao consumo
atos que praticarem quando investidos da ação a que se destina ou que lhe diminua o valor;
fiscalizadora. X – deixar de reexecutar os serviços, quando
cabível, sem custo adicional;
XI – deixar de estipular prazo para o cum-
SEÇÃO II – Das Práticas Infrativas primento de sua obrigação ou deixar a fixação
Normas principais
g) a identificação do agente autuante, sua por consumidor, deverá este ser informado so-
assinatura, a indicação do seu cargo ou função bre as razões do arquivamento pela autoridade
e o número de sua matrícula; competente.
h) a assinatura do depositário;
i) as proibições contidas no § 1o do art. 21 Art. 40. O processo administrativo, na forma
deste Decreto. deste Decreto, deverá, obrigatoriamente, conter: 53
I – a identificação do infrator; III – as razões de fato e de direito que fun-
II – a descrição do fato ou ato constitutivo damentam a impugnação;
da infração; IV – as provas que lhe dão suporte.
III – os dispositivos legais infringidos;
IV – a assinatura da autoridade competente. Art. 45. Decorrido o prazo da impugnação, o
órgão julgador determinará as diligências ca-
Art. 41. A autoridade administrativa poderá bíveis, podendo dispensar as meramente pro-
determinar, na forma de ato próprio, constatação telatórias ou irrelevantes, sendo-lhe facultado
preliminar da ocorrência de prática presumida. requisitar do infrator, de quaisquer pessoas fí-
sicas ou jurídicas, órgãos ou entidades públicas
as necessárias informações, esclarecimentos ou
SEÇÃO V – Da Notificação documentos, a serem apresentados no prazo
estabelecido.
Art. 42. A autoridade competente expedirá
notificação ao infrator, fixando o prazo de dez Art. 46. A decisão administrativa conterá re-
dias, a contar da data de seu recebimento, para latório dos fatos, o respectivo enquadramento
apresentar defesa, na forma do art. 44 deste legal e, se condenatória, a natureza e gradação
Decreto. da pena.
§ 1o A notificação, acompanhada de cópia § 1o A autoridade administrativa competente,
da inicial do processo administrativo a que se antes de julgar o feito, apreciará a defesa e as
refere o art. 40, far-se-á: provas produzidas pelas partes, não estando
I – pessoalmente ao infrator, seu mandatário vinculada ao relatório de sua consultoria jurídica
ou preposto; ou órgão similar, se houver.
II – por carta registrada ao infrator, seu man- § 2o Julgado o processo e fixada a multa,
datário ou preposto, com Aviso de Recebimento será o infrator notificado para efetuar seu re-
(AR). colhimento no prazo de dez dias ou apresentar
§ 2o Quando o infrator, seu mandatário ou recurso.
preposto não puder ser notificado, pessoalmente § 3o Em caso de provimento do recurso, os
ou por via postal, será feita a notificação por valores recolhidos serão devolvidos ao recorrente
edital, a ser afixado nas dependências do órgão na forma estabelecida pelo Conselho Gestor
respectivo, em lugar público, pelo prazo de dez do Fundo.
dias, ou divulgado, pelo menos uma vez, na
imprensa oficial ou em jornal de circulação local. Art. 47. Quando a cominação prevista for a
contrapropaganda, o processo poderá ser ins-
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
SEÇÃO VIII – Dos Recursos Administrativos Art. 56. Na forma do art. 51 da Lei no 8.078,
de 1990, e com o objetivo de orientar o Sistema
Art. 49. Das decisões da autoridade competente Nacional de Defesa do Consumidor, a Secretaria
do órgão público que aplicou a sanção caberá Nacional do Consumidor divulgará, anualmente,
recurso, sem efeito suspensivo, no prazo de dez elenco complementar de cláusulas contratuais
dias, contados da data da intimação da decisão, consideradas abusivas, notadamente para o fim
a seu superior hierárquico, que proferirá decisão de aplicação do disposto no inciso IV do caput
definitiva. do art. 22.
Parágrafo único. No caso de aplicação de § 1o Na elaboração do elenco referido no
multas, o recurso será recebido, com efeito sus- caput e posteriores inclusões, a consideração
pensivo, pela autoridade superior. sobre a abusividade de cláusulas contratuais se
dará de forma genérica e abstrata.
Art. 50. Quando o processo tramitar no âm- § 2o O elenco de cláusulas consideradas abu-
bito do Departamento de Proteção e Defesa sivas tem natureza meramente exemplificativa,
do Consumidor, o julgamento do feito será de não impedindo que outras, também, possam
responsabilidade do Diretor daquele órgão, ca- vir a ser assim consideradas pelos órgãos da
bendo recurso ao titular da Secretaria Nacional Administração Pública incumbidos da defesa
do Consumidor, no prazo de dez dias, contado dos interesses e direitos protegidos pelo Código
da data da intimação da decisão, como segunda de Defesa do Consumidor e legislação correlata.
e última instância recursal. § 3o A apreciação sobre a abusividade de
cláusulas contratuais, para fins de sua inclusão
Art. 51. Não será conhecido o recurso inter- no elenco a que se refere o caput deste artigo, se
posto fora dos prazos e condições estabelecidos dará de ofício ou por provocação dos legitimados
neste Decreto. referidos no art. 82 da Lei no 8.078, de 1990.
rativa.
Art. 67. Fica revogado o Decreto no 861, de 9
Art. 61. O consumidor ou fornecedor poderá de julho de 1993.
requerer, em cinco dias a contar da divulgação
do cadastro e mediante petição fundamentada, a Brasília, 20 de março de 1997; 176o da Indepen-
retificação de informação inexata que nele cons- dência e 109o da República.
te, bem como a inclusão de informação omitida,
devendo a autoridade competente, no prazo de FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
dez dias úteis, pronunciar-se, motivadamente,
pela procedência ou improcedência do pedido. Decretado em 20/3/1997 e publicado no DOU de
21/3/1997.
56
Normas correlatas
Lei no 13.455/2017
Dispõe sobre a diferenciação de preços de bens e serviços oferecidos ao público em função do prazo
ou do instrumento de pagamento utilizado, e altera a Lei no 10.962, de 11 de outubro de 2004.
Art. 1o Fica autorizada a diferenciação de pre- Art. 3o Esta Lei entra em vigor na data de sua
ços de bens e serviços oferecidos ao público em publicação.
função do prazo ou do instrumento de paga-
mento utilizado. Brasília, 26 de junho de 2017; 196o da Indepen-
Parágrafo único. É nula a cláusula contratual, dência e 129o da República.
estabelecida no âmbito de arranjos de paga-
mento ou de outros acordos para prestação de MICHEL TEMER
serviço de pagamento, que proíba ou restrinja
a diferenciação de preços facultada no caput Promulgada em 26/6/2017 e publicada no DOU de
deste artigo. 27/6/2017.
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
1
Nota do Editor (NE): nos dispositivos que alteram
normas, suprimiram-se as alterações determinadas
uma vez que já foram incorporadas às normas às
58 quais se destinam.
Lei no 12.965/2014
Estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil.
§ 3o Na provisão de conexão à internet, one- § 1o O disposto no caput aplica-se aos dados
rosa ou gratuita, bem como na transmissão, coletados em território nacional e ao conteúdo
comutação ou roteamento, é vedado bloquear, das comunicações, desde que pelo menos um
monitorar, filtrar ou analisar o conteúdo dos dos terminais esteja localizado no Brasil.
pacotes de dados, respeitado o disposto neste § 2o O disposto no caput aplica-se mesmo
artigo. que as atividades sejam realizadas por pessoa 61
jurídica sediada no exterior, desde que oferte § 1o A responsabilidade pela manutenção dos
serviço ao público brasileiro ou pelo menos uma registros de conexão não poderá ser transferida
integrante do mesmo grupo econômico possua a terceiros.
estabelecimento no Brasil. § 2o A autoridade policial ou administrativa
§ 3o Os provedores de conexão e de aplica- ou o Ministério Público poderá requerer cau-
ções de internet deverão prestar, na forma da telarmente que os registros de conexão sejam
regulamentação, informações que permitam a guardados por prazo superior ao previsto no
verificação quanto ao cumprimento da legis- caput.
lação brasileira referente à coleta, à guarda, ao § 3o Na hipótese do § 2o, a autoridade reque-
armazenamento ou ao tratamento de dados, rente terá o prazo de 60 (sessenta) dias, contados
bem como quanto ao respeito à privacidade e a partir do requerimento, para ingressar com
ao sigilo de comunicações. o pedido de autorização judicial de acesso aos
§ 4o Decreto regulamentará o procedimento registros previstos no caput.
para apuração de infrações ao disposto neste § 4o O provedor responsável pela guarda
artigo. dos registros deverá manter sigilo em relação ao
requerimento previsto no § 2o, que perderá sua
Art. 12. Sem prejuízo das demais sanções cíveis, eficácia caso o pedido de autorização judicial
criminais ou administrativas, as infrações às seja indeferido ou não tenha sido protocolado
normas previstas nos arts. 10 e 11 ficam sujeitas, no prazo previsto no § 3o.
conforme o caso, às seguintes sanções, aplicadas § 5o Em qualquer hipótese, a disponibilização
de forma isolada ou cumulativa: ao requerente dos registros de que trata este arti-
I – advertência, com indicação de prazo para go deverá ser precedida de autorização judicial,
adoção de medidas corretivas; conforme disposto na Seção IV deste Capítulo.
II – multa de até 10% (dez por cento) do fa- § 6o Na aplicação de sanções pelo descum-
turamento do grupo econômico no Brasil no primento ao disposto neste artigo, serão consi-
seu último exercício, excluídos os tributos, con- derados a natureza e a gravidade da infração,
siderados a condição econômica do infrator e o os danos dela resultantes, eventual vantagem
princípio da proporcionalidade entre a gravidade auferida pelo infrator, as circunstâncias agravan-
da falta e a intensidade da sanção; tes, os antecedentes do infrator e a reincidência.
III – suspensão temporária das atividades
que envolvam os atos previstos no art. 11; ou
IV – proibição de exercício das atividades que SUBSEÇÃO II – Da Guarda de Registros de
envolvam os atos previstos no art. 11. Acesso a Aplicações de Internet na Provisão
Parágrafo único. Tratando-se de empresa de Conexão
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
Normas correlatas
67
Lei no 12.529/2011
Estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência; dispõe sobre a prevenção e repressão às
infrações contra a ordem econômica; altera a Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, o Decreto-lei
no 3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal, e a Lei no 7.347, de 24 de julho de
1985; revoga dispositivos da Lei no 8.884, de 11 de junho de 1994, e a Lei no 9.781, de 19 de janeiro
de 1999; e dá outras providências.
conjuntamente, pelo Superintendente-Geral e setoriais nos fóruns em que este Ministério tem
pelo Presidente do Tribunal, dentre brasileiros assento;
de ilibada reputação e notório conhecimento VI – propor a revisão de leis, regulamentos e
econômico. outros atos normativos da administração pública
§ 1o O Economista-Chefe poderá participar federal, estadual, municipal e do Distrito Federal
das reuniões do Tribunal, sem direito a voto. que afetem ou possam afetar a concorrência nos
§ 2o Aplicam-se ao Economista-Chefe as diversos setores econômicos do País;
mesmas normas de impedimento aplicáveis VII – manifestar-se, de ofício ou quando
aos Conselheiros do Tribunal, exceto quanto solicitada, a respeito do impacto concorrencial
ao comparecimento às sessões. de medidas em discussão no âmbito de fóruns
negociadores relativos às atividades de alteração
tarifária, ao acesso a mercados e à defesa comer-
cial, ressalvadas as competências dos órgãos
envolvidos;
VIII – encaminhar ao órgão competente re-
74 presentação para que este, a seu critério, ado-
te as medidas legais cabíveis, sempre que for Art. 22. Anualmente, o Presidente do Tribunal,
identificado ato normativo que tenha caráter ouvido o Superintendente-Geral, encaminhará
anticompetitivo. ao Poder Executivo a proposta de orçamento do
§ 1o Para o cumprimento de suas atribuições, Cade e a lotação ideal do pessoal que prestará
a Secretaria de Acompanhamento Econômico serviço àquela autarquia.
poderá:
I – requisitar informações e documentos de Art. 23. Instituem-se taxas processuais sobre
quaisquer pessoas, órgãos, autoridades e enti- os processos de competência do Cade, no valor
dades, públicas ou privadas, mantendo o sigilo de R$ 85.000,00 (oitenta e cinco mil reais), para
legal quando for o caso; os processos que têm como fato gerador a apre-
II – celebrar acordos e convênios com órgãos sentação dos atos previstos no art. 88 desta Lei,
ou entidades públicas ou privadas, federais, es- e no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais),
taduais, municipais, do Distrito Federal e dos para os processos que têm como fato gerador a
Territórios para avaliar e/ou sugerir medidas apresentação das consultas referidas no § 4o do
relacionadas à promoção da concorrência. art. 9o desta Lei.
§ 2o A Secretaria de Acompanhamento Eco- Parágrafo único. A taxa processual de que
nômico divulgará anualmente relatório de suas trata o caput deste artigo poderá ser atualizada
ações voltadas para a promoção da concorrência. por ato do Poder Executivo, após autorização
do Congresso Nacional.
TÍTULO III – Do Ministério Público Federal Art. 24. São contribuintes da taxa processual
perante o CADE que tem como fato gerador a apresentação dos
atos previstos no art. 88 desta Lei qualquer das
Art. 20. O Procurador-Geral da República, ou- requerentes.
vido o Conselho Superior, designará membro do
Ministério Público Federal para, nesta qualidade, Art. 25. O recolhimento da taxa processual que
emitir parecer, nos processos administrativos tem como fato gerador a apresentação dos atos
para imposição de sanções administrativas por previstos no art. 88 desta Lei deverá ser com-
infrações à ordem econômica, de ofício ou a provado no momento da protocolização do ato.
requerimento do Conselheiro-Relator. § 1o A taxa processual não recolhida no mo-
mento fixado no caput deste artigo será cobrada
com os seguintes acréscimos:
TÍTULO IV – Do Patrimônio, das Receitas I – juros de mora, contados do mês seguinte
e da Gestão Administrativa, Orçamentária e ao do vencimento, à razão de 1% (um por cento),
Financeira calculados na forma da legislação aplicável aos
tributos federais;
Art. 21. Compete ao Presidente do Tribunal II – multa de mora de 20% (vinte por cento).
orientar, coordenar e supervisionar as atividades § 2o Os juros de mora não incidem sobre o
administrativas do Cade, respeitadas as atribui- valor da multa de mora.
ções dos dirigentes dos demais órgãos previstos
no art. 5o desta Lei. Art. 26. (Vetado)
§ 1o A Superintendência-Geral constituirá
unidade gestora, para fins administrativos e Art. 27. As taxas de que tratam os arts. 23 e 26
financeiros, competindo ao seu Superinten- desta Lei serão recolhidas ao Tesouro Nacional
Normas correlatas
nistério da Justiça a sua proposta de orçamento, será efetivada quando houver falência, estado de
que será encaminhada ao Ministério do Plane- insolvência, encerramento ou inatividade da pes-
jamento, Orçamento e Gestão para inclusão na soa jurídica provocados por má administração.
lei orçamentária anual, a que se refere o § 5o do
art. 165 da Constituição Federal. Art. 35. A repressão das infrações da ordem
§ 1o O Cade fará acompanhar as propos- econômica não exclui a punição de outros ilícitos
tas orçamentárias de quadro demonstrativo do previstos em lei.
planejamento plurianual das receitas e despe-
sas, visando ao seu equilíbrio orçamentário e
financeiro nos 5 (cinco) exercícios subsequentes. CAPÍTULO II – Das Infrações
§ 2o A lei orçamentária anual consignará as
dotações para as despesas de custeio e capital do Art. 36. Constituem infração da ordem econô-
Cade, relativas ao exercício a que ela se referir. mica, independentemente de culpa, os atos sob
qualquer forma manifestados, que tenham por
Art. 30. Somam-se ao atual patrimônio do objeto ou possam produzir os seguintes efeitos,
76 Cade os bens e direitos pertencentes ao Mi- ainda que não sejam alcançados:
I – limitar, falsear ou de qualquer forma pre- VI – exigir ou conceder exclusividade para
judicar a livre concorrência ou a livre iniciativa; divulgação de publicidade nos meios de comu-
II – dominar mercado relevante de bens ou nicação de massa;
serviços; VII – utilizar meios enganosos para provocar
III – aumentar arbitrariamente os lucros; e a oscilação de preços de terceiros;
IV – exercer de forma abusiva posição do- VIII – regular mercados de bens ou serviços,
minante. estabelecendo acordos para limitar ou controlar
§ 1o A conquista de mercado resultante de a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, a
processo natural fundado na maior eficiência produção de bens ou prestação de serviços, ou
de agente econômico em relação a seus com- para dificultar investimentos destinados à pro-
petidores não caracteriza o ilícito previsto no dução de bens ou serviços ou à sua distribuição;
inciso II do caput deste artigo. IX – impor, no comércio de bens ou servi-
§ 2o Presume-se posição dominante sempre ços, a distribuidores, varejistas e representan-
que uma empresa ou grupo de empresas for ca- tes preços de revenda, descontos, condições de
paz de alterar unilateral ou coordenadamente as pagamento, quantidades mínimas ou máximas,
condições de mercado ou quando controlar 20% margem de lucro ou quaisquer outras condições
(vinte por cento) ou mais do mercado relevante, de comercialização relativos a negócios destes
podendo este percentual ser alterado pelo Cade com terceiros;
para setores específicos da economia. X – discriminar adquirentes ou fornecedores
§ 3o As seguintes condutas, além de outras, de bens ou serviços por meio da fixação diferen-
na medida em que configurem hipótese prevista ciada de preços, ou de condições operacionais
no caput deste artigo e seus incisos, caracterizam de venda ou prestação de serviços;
infração da ordem econômica: XI – recusar a venda de bens ou a prestação
I – acordar, combinar, manipular ou ajustar de serviços, dentro das condições de pagamento
com concorrente, sob qualquer forma: normais aos usos e costumes comerciais;
a) os preços de bens ou serviços ofertados XII – dificultar ou romper a continuidade ou
individualmente; desenvolvimento de relações comerciais de prazo
b) a produção ou a comercialização de uma indeterminado em razão de recusa da outra
quantidade restrita ou limitada de bens ou a parte em submeter-se a cláusulas e condições
prestação de um número, volume ou frequência comerciais injustificáveis ou anticoncorrenciais;
restrita ou limitada de serviços; XIII – destruir, inutilizar ou açambarcar
c) a divisão de partes ou segmentos de um matérias-primas, produtos intermediários ou
mercado atual ou potencial de bens ou serviços, acabados, assim como destruir, inutilizar ou di-
mediante, dentre outros, a distribuição de clien- ficultar a operação de equipamentos destinados
tes, fornecedores, regiões ou períodos; a produzi-los, distribuí-los ou transportá-los;
d) preços, condições, vantagens ou abstenção XIV – açambarcar ou impedir a exploração de
em licitação pública; direitos de propriedade industrial ou intelectual
II – promover, obter ou influenciar a adoção ou de tecnologia;
de conduta comercial uniforme ou concertada XV – vender mercadoria ou prestar serviços
entre concorrentes; injustificadamente abaixo do preço de custo;
III – limitar ou impedir o acesso de novas XVI – reter bens de produção ou de consumo,
empresas ao mercado; exceto para garantir a cobertura dos custos de
IV – criar dificuldades à constituição, ao fun- produção;
cionamento ou ao desenvolvimento de empresa XVII – cessar parcial ou totalmente as ativi-
Normas correlatas
jurídicas ou entidades, nos casos previstos no VII – qualquer outro ato ou providência ne-
inciso II do caput deste artigo. cessários para a eliminação dos efeitos nocivos
§ 1o Em caso de reincidência, as multas co- à ordem econômica.
minadas serão aplicadas em dobro.
§ 2o No cálculo do valor da multa de que Art. 39. Pela continuidade de atos ou situações
trata o inciso I do caput deste artigo, o Cade po- que configurem infração da ordem econômica,
derá considerar o faturamento total da empresa após decisão do Tribunal determinando sua
ou grupo de empresas, quando não dispuser cessação, bem como pelo não cumprimento de
do valor do faturamento no ramo de atividade obrigações de fazer ou não fazer impostas, ou
empresarial em que ocorreu a infração, definido pelo descumprimento de medida preventiva ou
pelo Cade, ou quando este for apresentado de termo de compromisso de cessação previstos
forma incompleta e/ou não demonstrado de nesta Lei, o responsável fica sujeito a multa diária
forma inequívoca e idônea. fixada em valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais),
podendo ser aumentada em até 50 (cinquenta)
Art. 38. Sem prejuízo das penas cominadas vezes, se assim recomendar a situação econômica
78 no art. 37 desta Lei, quando assim exigir a gra- do infrator e a gravidade da infração.
Art. 40. A recusa, omissão ou retardamento (cinco milhões de reais), de acordo com a gra-
injustificado de informação ou documentos vidade dos fatos e a situação econômica do
solicitados pelo Cade ou pela Secretaria de infrator, sem prejuízo das demais cominações
Acompanhamento Econômico constitui infra- legais cabíveis.
ção punível com multa diária de R$ 5.000,00
(cinco mil reais), podendo ser aumentada em Art. 44. Aquele que prestar serviços ao Cade ou
até 20 (vinte) vezes, se necessário para garantir a Seae, a qualquer título, e que der causa, mesmo
sua eficácia, em razão da situação econômica que por mera culpa, à disseminação indevida
do infrator. de informação acerca de empresa, coberta por
§ 1o O montante fixado para a multa diária sigilo, será punível com multa pecuniária de
de que trata o caput deste artigo constará do R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 20.000,00 (vinte
documento que contiver a requisição da auto- mil reais), sem prejuízo de abertura de outros
ridade competente. procedimentos cabíveis.
§ 2o Compete à autoridade requisitante a § 1o Se o autor da disseminação indevida
aplicação da multa prevista no caput deste artigo. estiver servindo o Cade em virtude de man-
§ 3o Tratando-se de empresa estrangeira, dato, ou na qualidade de Procurador Federal
responde solidariamente pelo pagamento da ou Economista-Chefe, a multa será em dobro.
multa de que trata o caput sua filial, sucursal, § 2o O Regulamento definirá o procedimento
escritório ou estabelecimento situado no País. para que uma informação seja tida como sigilosa,
no âmbito do Cade e da Seae.
Art. 41. A falta injustificada do representado
ou de terceiros, quando intimados para prestar Art. 45. Na aplicação das penas estabelecidas
esclarecimentos, no curso de inquérito ou pro- nesta Lei, levar-se-á em consideração:
cesso administrativo, sujeitará o faltante à multa I – a gravidade da infração;
de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 15.000,00 II – a boa-fé do infrator;
(quinze mil reais) para cada falta, aplicada con- III – a vantagem auferida ou pretendida pelo
forme sua situação econômica. infrator;
Parágrafo único. A multa a que se refere o IV – a consumação ou não da infração;
caput deste artigo será aplicada mediante auto V – o grau de lesão, ou perigo de lesão, à
de infração pela autoridade competente. livre concorrência, à economia nacional, aos
consumidores, ou a terceiros;
Art. 42. Impedir, obstruir ou de qualquer outra VI – os efeitos econômicos negativos produ-
forma dificultar a realização de inspeção autori- zidos no mercado;
zada pelo Plenário do Tribunal, pelo Conselhei- VII – a situação econômica do infrator; e
ro-Relator ou pela Superintendência-Geral no VIII – a reincidência.
curso de procedimento preparatório, inquérito
administrativo, processo administrativo ou qual-
quer outro procedimento sujeitará o inspecio- CAPÍTULO IV – Da Prescrição
nado ao pagamento de multa de R$ 20.000,00
(vinte mil reais) a R$ 400.000,00 (quatrocentos Art. 46. Prescrevem em 5 (cinco) anos as ações
mil reais), conforme a situação econômica do punitivas da administração pública federal, di-
infrator, mediante a lavratura de auto de infração reta e indireta, objetivando apurar infrações da
pelo órgão competente. ordem econômica, contados da data da prática
do ilícito ou, no caso de infração permanente
Normas correlatas
que os requerentes a emendem, sob pena de rante o Tribunal, deverão ser demonstrados, de
arquivamento. forma circunstanciada, o potencial lesivo do ato
§ 2o Após o protocolo da apresentação do ato à concorrência e as razões pelas quais não deve
de concentração, ou de sua emenda, a Superin- ser aprovado integralmente ou rejeitado.
81
SEÇÃO II – Do Processo Administrativo no § 1o O Tribunal determinará as restrições
Tribunal cabíveis no sentido de mitigar os eventuais efei-
tos nocivos do ato de concentração sobre os
Art. 58. O requerente poderá oferecer, no prazo mercados relevantes afetados.
de 30 (trinta) dias da data de impugnação da § 2o As restrições mencionadas no § 1o deste
Superintendência-Geral, em petição escrita, di- artigo incluem:
rigida ao Presidente do Tribunal, manifestação I – a venda de ativos ou de um conjunto de
expondo as razões de fato e de direito com que ativos que constitua uma atividade empresarial;
se opõe à impugnação do ato de concentração II – a cisão de sociedade;
da Superintendência-Geral e juntando todas III – a alienação de controle societário;
as provas, estudos e pareceres que corroboram IV – a separação contábil ou jurídica de ati-
seu pedido. vidades;
Parágrafo único. Em até 48 (quarenta e oito) V – o licenciamento compulsório de direitos
horas da decisão de que trata a impugnação pela de propriedade intelectual; e
Superintendência-Geral, disposta no inciso II do VI – qualquer outro ato ou providência ne-
caput do art. 57 desta Lei e na hipótese do inciso cessários para a eliminação dos efeitos nocivos
I do art. 65 desta Lei, o processo será distribuído, à ordem econômica.
por sorteio, a um Conselheiro-Relator. § 3o Julgado o processo no mérito, o ato não
poderá ser novamente apresentado nem revisto
Art. 59. Após a manifestação do requerente, o no âmbito do Poder Executivo.
Conselheiro-Relator:
I – proferirá decisão determinando a inclusão Art. 62. Em caso de recusa, omissão, engano-
do processo em pauta para julgamento, caso en- sidade, falsidade ou retardamento injustificado,
tenda que se encontre suficientemente instruído; por parte dos requerentes, de informações ou
II – determinará a realização de instrução documentos cuja apresentação for determinada
complementar, se necessário, podendo, a seu pelo Cade, sem prejuízo das demais sanções
critério, solicitar que a Superintendência-Geral cabíveis, poderá o pedido de aprovação do ato
a realize, declarando os pontos controversos e de concentração ser rejeitado por falta de pro-
especificando as diligências a serem produzidas. vas, caso em que o requerente somente poderá
§ 1o O Conselheiro-Relator poderá autorizar, realizar o ato mediante apresentação de novo
conforme o caso, precária e liminarmente, a pedido, nos termos do art. 53 desta Lei.
realização do ato de concentração econômica,
impondo as condições que visem à preservação Art. 63. Os prazos previstos neste Capítulo não
da reversibilidade da operação, quando assim se suspendem ou interrompem por qualquer
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
Art. 67. Até 10 (dez) dias úteis a partir da data Art. 70. Na decisão que instaurar o processo
de encerramento do inquérito administrativo, administrativo, será determinada a notificação
a Superintendência-Geral decidirá pela instau- do representado para, no prazo de 30 (trinta)
ração do processo administrativo ou pelo seu dias, apresentar defesa e especificar as provas que
arquivamento. pretende sejam produzidas, declinando a qua-
§ 1o O Tribunal poderá, mediante provo- lificação completa de até 3 (três) testemunhas.
cação de um Conselheiro e em decisão fun- § 1o A notificação inicial conterá o inteiro
damentada, avocar o inquérito administrativo teor da decisão de instauração do processo ad-
ou procedimento preparatório de inquérito ministrativo e da representação, se for o caso.
administrativo arquivado pela Superintendên- § 2o A notificação inicial do representado
cia-Geral, ficando prevento o Conselheiro que será feita pelo correio, com aviso de recebimento
encaminhou a provocação. em nome próprio, ou outro meio que assegure a
§ 2o Avocado o inquérito administrativo, o certeza da ciência do interessado ou, não tendo
Conselheiro-Relator terá o prazo de 30 (trinta) êxito a notificação postal, por edital publicado
dias úteis para: no Diário Oficial da União e em jornal de grande
I – confirmar a decisão de arquivamento da circulação no Estado em que resida ou tenha
Superintendência-Geral, podendo, se entender sede, contando-se os prazos da juntada do aviso
necessário, fundamentar sua decisão; de recebimento, ou da publicação, conforme
II – transformar o inquérito administrativo o caso.
em processo administrativo, determinando a § 3o A intimação dos demais atos processuais
realização de instrução complementar, poden- será feita mediante publicação no Diário Oficial
do, a seu critério, solicitar que a Superinten- da União, da qual deverá constar o nome do
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
86
CAPÍTULO VII – Do Programa de I – decretar a extinção da ação punitiva da
Leniência administração pública em favor do infrator, nas
hipóteses em que a proposta de acordo tiver sido
Art. 86. O Cade, por intermédio da Superin- apresentada à Superintendência-Geral sem que
tendência-Geral, poderá celebrar acordo de essa tivesse conhecimento prévio da infração
leniência, com a extinção da ação punitiva da noticiada; ou
administração pública ou a redução de 1 (um) II – nas demais hipóteses, reduzir de 1 (um) a
a 2/3 (dois terços) da penalidade aplicável, nos 2/3 (dois terços) as penas aplicáveis, observado
termos deste artigo, com pessoas físicas e jurí- o disposto no art. 45 desta Lei, devendo ainda
dicas que forem autoras de infração à ordem considerar na gradação da pena a efetividade da
econômica, desde que colaborem efetivamente colaboração prestada e a boa-fé do infrator no
com as investigações e o processo administrativo cumprimento do acordo de leniência.
e que dessa colaboração resulte: § 5o Na hipótese do inciso II do § 4o deste
I – a identificação dos demais envolvidos na artigo, a pena sobre a qual incidirá o fator redutor
infração; e não será superior à menor das penas aplicadas
II – a obtenção de informações e documentos aos demais coautores da infração, relativamente
que comprovem a infração noticiada ou sob aos percentuais fixados para a aplicação das
investigação. multas de que trata o inciso I do art. 37 desta Lei.
§ 1o O acordo de que trata o caput deste arti- § 6o Serão estendidos às empresas do mesmo
go somente poderá ser celebrado se preenchidos, grupo, de fato ou de direito, e aos seus dirigen-
cumulativamente, os seguintes requisitos: tes, administradores e empregados envolvidos
I – a empresa seja a primeira a se qualificar na infração os efeitos do acordo de leniência,
com respeito à infração noticiada ou sob in- desde que o firmem em conjunto, respeitadas
vestigação; as condições impostas.
II – a empresa cesse completamente seu en- § 7o A empresa ou pessoa física que não
volvimento na infração noticiada ou sob investi- obtiver, no curso de inquérito ou processo ad-
gação a partir da data de propositura do acordo; ministrativo, habilitação para a celebração do
III – a Superintendência-Geral não disponha acordo de que trata este artigo, poderá celebrar
de provas suficientes para assegurar a condena- com a Superintendência-Geral, até a remessa do
ção da empresa ou pessoa física por ocasião da processo para julgamento, acordo de leniência
propositura do acordo; e relacionado a uma outra infração, da qual o
IV – a empresa confesse sua participação no Cade não tenha qualquer conhecimento prévio.
ilícito e coopere plena e permanentemente com § 8o Na hipótese do § 7o deste artigo, o infra-
as investigações e o processo administrativo, tor se beneficiará da redução de 1/3 (um terço)
comparecendo, sob suas expensas, sempre que da pena que lhe for aplicável naquele processo,
solicitada, a todos os atos processuais, até seu sem prejuízo da obtenção dos benefícios de que
encerramento. trata o inciso I do § 4o deste artigo em relação
§ 2o Com relação às pessoas físicas, elas à nova infração denunciada.
poderão celebrar acordos de leniência desde § 9o Considera-se sigilosa a proposta de acor-
que cumpridos os requisitos II, III e IV do § 1o do de que trata este artigo, salvo no interesse
deste artigo. das investigações e do processo administrativo.
§ 3o O acordo de leniência firmado com o § 10. Não importará em confissão quanto à
Cade, por intermédio da Superintendência-Ge- matéria de fato, nem reconhecimento de ilicitude
ral, estipulará as condições necessárias para asse- da conduta analisada, a proposta de acordo de
Normas correlatas
gurar a efetividade da colaboração e o resultado leniência rejeitada, da qual não se fará qualquer
útil do processo. divulgação.
§ 4o Compete ao Tribunal, por ocasião do § 11. A aplicação do disposto neste artigo
julgamento do processo administrativo, verifi- observará as normas a serem editadas pelo Tri-
cado o cumprimento do acordo: bunal.
87
§ 12. Em caso de descumprimento do acordo e realizado em, no máximo, 240 (duzentos e
de leniência, o beneficiário ficará impedido de quarenta) dias, a contar do protocolo de petição
celebrar novo acordo de leniência pelo prazo de ou de sua emenda.
3 (três) anos, contado da data de seu julgamento. § 3o Os atos que se subsumirem ao disposto
no caput deste artigo não podem ser consumados
Art. 87. Nos crimes contra a ordem econômica, antes de apreciados, nos termos deste artigo e do
tipificados na Lei no 8.137, de 27 de dezembro de procedimento previsto no Capítulo II do Título
1990, e nos demais crimes diretamente relacio- VI desta Lei, sob pena de nulidade, sendo ainda
nados à prática de cartel, tais como os tipificados imposta multa pecuniária, de valor não inferior
na Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, e os a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) nem superior
tipificados no art. 288 do Decreto-lei no 2.848, a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais), a
de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, a ser aplicada nos termos da regulamentação, sem
celebração de acordo de leniência, nos termos prejuízo da abertura de processo administrativo,
desta Lei, determina a suspensão do curso do nos termos do art. 69 desta Lei.
prazo prescricional e impede o oferecimento § 4o Até a decisão final sobre a operação,
da denúncia com relação ao agente beneficiário deverão ser preservadas as condições de concor-
da leniência. rência entre as empresas envolvidas, sob pena
Parágrafo único. Cumprido o acordo de de aplicação das sanções previstas no § 3o deste
leniência pelo agente, extingue-se automatica- artigo.
mente a punibilidade dos crimes a que se refere § 5o Serão proibidos os atos de concentração
o caput deste artigo. que impliquem eliminação da concorrência em
parte substancial de mercado relevante, que pos-
sam criar ou reforçar uma posição dominante
TÍTULO VII – Do Controle de ou que possam resultar na dominação de mer-
Concentrações cado relevante de bens ou serviços, ressalvado
CAPÍTULO I – Dos Atos de Concentração o disposto no § 6o deste artigo.
§ 6o Os atos a que se refere o § 5o deste ar-
Art. 88. Serão submetidos ao Cade pelas partes tigo poderão ser autorizados, desde que sejam
envolvidas na operação os atos de concentração observados os limites estritamente necessários
econômica em que, cumulativamente: para atingir os seguintes objetivos:
I – pelo menos um dos grupos envolvidos na I – cumulada ou alternativamente:
operação tenha registrado, no último balanço, a) aumentar a produtividade ou a compe-
faturamento bruto anual ou volume de negó- titividade;
cios total no País, no ano anterior à operação, b) melhorar a qualidade de bens ou servi-
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
caput, quando destinados às licitações promovi- não fazer em perdas e danos somente será ad-
das pela administração pública direta e indireta missível se impossível a tutela específica ou a
e aos contratos delas decorrentes. obtenção do resultado prático correspondente.
§ 2o A indenização por perdas e danos far-
Art. 91. A aprovação de que trata o art. 88 desta -se-á sem prejuízo das multas.
Lei poderá ser revista pelo Tribunal, de ofício 89
Art. 96. A execução será feita por todos os demais espécies de ação, exceto habeas corpus
meios, inclusive mediante intervenção na em- e mandado de segurança.
presa, quando necessária.
dano irreparável ou de difícil reparação, ainda sões, especialmente em caso de abuso de poder
que tenha havido o depósito das multas e presta- e desvio de finalidade.
ção de caução, poderá o Juiz determinar a adoção § 1o Aplica-se ao interventor, no que couber,
imediata, no todo ou em parte, das providências o disposto nos arts. 153 a 159 da Lei no 6.404,
contidas no título executivo. de 15 de dezembro de 1976.
§ 2o A remuneração do interventor será
Art. 100. No cálculo do valor da multa diária arbitrada pelo Juiz, que poderá substituí-lo a
pela continuidade da infração, tomar-se-á como qualquer tempo, sendo obrigatória a substituição
termo inicial a data final fixada pelo Cade para quando incorrer em insolvência civil, quando
a adoção voluntária das providências contidas for sujeito passivo ou ativo de qualquer forma de
em sua decisão, e como termo final o dia do seu corrupção ou prevaricação, ou infringir quais-
efetivo cumprimento. quer de seus deveres.
Art. 101. O processo de execução em juízo Art. 107. O juiz poderá afastar de suas funções
das decisões do Cade terá preferência sobre as os responsáveis pela administração da empresa
90 que, comprovadamente, obstarem o cumpri-
mento de atos de competência do interventor, Art. 113. Visando a implementar a transição
devendo eventual substituição dar-se na forma para o sistema de mandatos não coincidentes,
estabelecida no contrato social da empresa. as nomeações dos Conselheiros observarão os
§ 1o Se, apesar das providências previstas seguintes critérios de duração dos mandatos,
no caput deste artigo, um ou mais responsáveis nessa ordem:
pela administração da empresa persistirem em I – 2 (dois) anos para os primeiros 2 (dois)
obstar a ação do interventor, o juiz procederá na mandatos vagos; e
forma do disposto no § 2o deste artigo. II – 3 (três) anos para o terceiro e o quarto
§ 2o Se a maioria dos responsáveis pela ad- mandatos vagos.
ministração da empresa recusar colaboração ao § 1o Os mandatos dos membros do Cade e
interventor, o juiz determinará que este assuma do Procurador-Chefe em vigor na data de pro-
a administração total da empresa. mulgação desta Lei serão mantidos e exercidos
até o seu término original, devendo as nomea-
Art. 108. Compete ao interventor: ções subsequentes à extinção desses mandatos
I – praticar ou ordenar que sejam praticados observar o disposto neste artigo.
os atos necessários à execução; § 2o Na hipótese do § 1o deste artigo, o Con-
II – denunciar ao Juiz quaisquer irregularida- selheiro que estiver exercendo o seu primeiro
des praticadas pelos responsáveis pela empresa mandato no Cade, após o término de seu manda-
e das quais venha a ter conhecimento; e to original, poderá ser novamente nomeado no
III – apresentar ao Juiz relatório mensal de mesmo cargo, observado o disposto nos incisos
suas atividades. I e II do caput deste artigo.
§ 3o O Conselheiro que estiver exercendo o
Art. 109. As despesas resultantes da interven- seu segundo mandato no Cade, após o término
ção correrão por conta do executado contra de seu mandato original, não poderá ser nova-
quem ela tiver sido decretada. mente nomeado para o período subsequente.
§ 4o Não haverá recondução para o Procu-
Art. 110. Decorrido o prazo da intervenção, rador-Chefe que estiver exercendo mandato no
o interventor apresentará ao juiz relatório cir- Cade, após o término de seu mandato original,
cunstanciado de sua gestão, propondo a extinção podendo ele ser indicado para permanecer no
e o arquivamento do processo ou pedindo a cargo na forma do art. 16 desta Lei.
prorrogação do prazo na hipótese de não ter
sido possível cumprir integralmente a decisão Art. 114. (Vetado)
exequenda.
Art. 115. Aplicam-se subsidiariamente aos
Art. 111. Todo aquele que se opuser ou obs- processos administrativo e judicial previstos
taculizar a intervenção ou, cessada esta, prati- nesta Lei as disposições das Leis nos 5.869, de
car quaisquer atos que direta ou indiretamente 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo
anulem seus efeitos, no todo ou em parte, ou Civil, 7.347, de 24 de julho de 1985, 8.078, de 11
desobedecer a ordens legais do interventor será, de setembro de 1990, e 9.784, de 29 de janeiro
conforme o caso, responsabilizado criminalmen- de 1999.
te por resistência, desobediência ou coação no
curso do processo, na forma dos arts. 329, 330 Art. 116. O art. 4o da Lei no 8.137, de 27 de
e 344 do Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro dezembro de 1990, passa a vigorar com a se-
de 1940 – Código Penal. guinte redação:
Normas correlatas
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de Direito Econômico, bem como o DAS-6 do de janeiro de 1999, os arts. 5o e 6o da Lei no 8.137,
Secretário de Direito Econômico. de 27 de dezembro de 1990, e os arts. 1o a 85 e
88 a 93 da Lei no 8.884, de 11 de junho de 1994.
Art. 122. Os órgãos do SBDC poderão requisi-
tar servidores da administração pública federal Art. 128. Esta Lei entra em vigor após decorri-
direta, autárquica ou fundacional para neles dos 180 (cento e oitenta) dias de sua publicação
ter exercício, independentemente do exercício oficial.
de cargo em comissão ou função de confiança.
Parágrafo único. Ao servidor requisitado na Brasília, 30 de novembro de 2011; 190o da In-
forma deste artigo são assegurados todos os dependência e 123o da República.
direitos e vantagens a que façam jus no órgão
ou entidade de origem, considerando-se o pe- DILMA ROUSSEFF
ríodo de requisição para todos os efeitos da vida
funcional, como efetivo exercício no cargo que Promulgada em 30/11/2011, publicada no DOU de
ocupe no órgão ou entidade de origem. 1o/12/2011 e retificada no DOU de 2/12/2011.
92
Lei no 12.414/2011
Disciplina a formação e consulta a bancos de dados com informações de adimplemento, de pessoas
naturais ou de pessoas jurídicas, para formação de histórico de crédito.
III – informar de maneira clara e objetiva § 3o O prazo para disponibilização das in-
os canais disponíveis para o cancelamento do formações de que tratam os incisos II e IV do
cadastro no banco de dados. caput deste artigo será de 10 (dez) dias.
§ 5o Fica dispensada a comunicação de que § 4o O cancelamento e a reabertura de ca-
trata o § 4o deste artigo caso o cadastrado já dastro somente serão processados mediante
tenha cadastro aberto em outro banco de dados. solicitação gratuita do cadastrado ao gestor.
§ 6o Para o envio da comunicação de que § 5o O cadastrado poderá realizar a solicita-
trata o § 4o deste artigo, devem ser utilizados ção de que trata o § 4o deste artigo a qualquer
os dados pessoais, como endereço residencial, gestor de banco de dados, por meio telefônico,
comercial, eletrônico, fornecidos pelo cadas- físico e eletrônico.
trado à fonte. § 6o O gestor que receber a solicitação de
§ 7o As informações do cadastrado somente que trata o § 4o deste artigo é obrigado a, no
poderão ser disponibilizadas a consulentes 60 prazo de até 2 (dois) dias úteis:
(sessenta) dias após a abertura do cadastro, I – encerrar ou reabrir o cadastro, conforme
observado o disposto no § 8o deste artigo e no solicitado; e
94 art. 15 desta Lei.
II – transmitir a solicitação aos demais ges- I – realização de análise de risco de crédito
tores, que devem também atender, no mesmo do cadastrado; ou
prazo, à solicitação do cadastrado. II – subsidiar a concessão ou extensão de
§ 7o O gestor deve proceder automaticamen- crédito e a realização de venda a prazo ou ou-
te ao cancelamento de pessoa natural ou jurídica tras transações comerciais e empresariais que
que tenha manifestado previamente, por meio impliquem risco financeiro ao consulente.
telefônico, físico ou eletrônico, a vontade de Parágrafo único. Cabe ao gestor manter sis-
não ter aberto seu cadastro. temas seguros, por telefone ou por meio eletrô-
§ 8o O cancelamento de cadastro implica nico, de consulta para informar aos consulentes
a impossibilidade de uso das informações do as informações de adimplemento do cadastrado.
histórico de crédito pelos gestores, para os fins
previstos nesta Lei, inclusive para a composição Art. 7o-A. Nos elementos e critérios considera-
de nota ou pontuação de crédito de terceiros dos para composição da nota ou pontuação de
cadastrados, na forma do art. 7o-A desta Lei. crédito de pessoa cadastrada em banco de dados
de que trata esta Lei, não podem ser utilizadas
Art. 6o Ficam os gestores de bancos de dados informações:
obrigados, quando solicitados, a fornecer ao I – que não estiverem vinculadas à análise de
cadastrado: risco de crédito e aquelas relacionadas à origem
I – todas as informações sobre ele constantes social e étnica, à saúde, à informação genética,
de seus arquivos, no momento da solicitação; ao sexo e às convicções políticas, religiosas e
II – indicação das fontes relativas às informa- filosóficas;
ções de que trata o inciso I, incluindo endereço II – de pessoas que não tenham com o cadas-
e telefone para contato; trado relação de parentesco de primeiro grau
III – indicação dos gestores de bancos de ou de dependência econômica; e
dados com os quais as informações foram com- III – relacionadas ao exercício regular de
partilhadas; direito pelo cadastrado, previsto no inciso II
IV – indicação de todos os consulentes que do caput do art. 5o desta Lei.
tiveram acesso a qualquer informação sobre § 1o O gestor de banco de dados deve dispo-
ele nos 6 (seis) meses anteriores à solicitação; nibilizar em seu sítio eletrônico, de forma clara,
V – cópia de texto com o sumário dos seus acessível e de fácil compreensão, a sua política
direitos, definidos em lei ou em normas infrale- de coleta e utilização de dados pessoais para
gais pertinentes à sua relação com gestores, bem fins de elaboração de análise de risco de crédito.
como a lista dos órgãos governamentais aos § 2o A transparência da política de coleta e
quais poderá ele recorrer, caso considere que utilização de dados pessoais de que trata o § 1o
esses direitos foram infringidos; e deste artigo deve ser objeto de verificação, na
VI – confirmação de cancelamento do ca- forma de regulamentação a ser expedida pelo
dastro. Poder Executivo.
§ 1o É vedado aos gestores de bancos de
dados estabelecerem políticas ou realizarem Art. 8o São obrigações das fontes:
operações que impeçam, limitem ou dificultem I – (Revogado);
o acesso do cadastrado previsto no inciso II II – (Revogado);
do art. 5o. III – verificar e confirmar, ou corrigir, em
§ 2o O prazo para atendimento das informa- prazo não superior a 2 (dois) dias úteis, infor-
ções de que tratam os incisos II, III, IV e V do mação impugnada, sempre que solicitado por
Normas correlatas
caput deste artigo será de 10 (dez) dias. gestor de banco de dados ou diretamente pelo
cadastrado;
Art. 7o As informações disponibilizadas nos IV – atualizar e corrigir informações en-
bancos de dados somente poderão ser utili- viadas aos gestores, em prazo não superior a
zadas para: 10 (dez) dias;
95
V – manter os registros adequados para ve- terísticas de concessão de crédito somente aos
rificar informações enviadas aos gestores de gestores registrados no Banco Central do Brasil.
bancos de dados; e § 1o (Revogado)
VI – fornecer informações sobre o cadastra- § 2o (Revogado)
do, em bases não discriminatórias, a todos os § 3o O Conselho Monetário Nacional adota-
gestores de bancos de dados que as solicitarem, rá as medidas e normas complementares neces-
no mesmo formato e contendo as mesmas in- sárias para a aplicação do disposto neste artigo.
formações fornecidas a outros bancos de dados. § 4o O compartilhamento de que trata o
Parágrafo único. É vedado às fontes estabele- inciso III do caput do art. 4o desta Lei, quando
cer políticas ou realizar operações que impeçam, referente a informações provenientes de institui-
limitem ou dificultem a transmissão a banco de ções autorizadas a funcionar pelo Banco Central
dados de informações de cadastrados. do Brasil, deverá ocorrer apenas entre gestores
registrados na forma deste artigo.
Art. 9o O compartilhamento de informações § 5o As infrações à regulamentação de que
de adimplemento entre gestores é permitido na trata o § 3o deste artigo sujeitam o gestor ao
forma do inciso III do caput do art. 4o desta Lei. cancelamento do seu registro no Banco Central
§ 1o O gestor que receber informação por do Brasil, assegurado o devido processo legal, na
meio de compartilhamento equipara-se, para forma da Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
todos os efeitos desta Lei, ao gestor que anotou § 6o O órgão administrativo competente
originariamente a informação, inclusive quanto poderá requerer aos gestores, na forma e no
à responsabilidade por eventuais prejuízos a prazo que estabelecer, as informações neces-
que der causa e ao dever de receber e proces- sárias para o desempenho das atribuições de
sar impugnações ou cancelamentos e realizar que trata este artigo.
retificações. § 7o Os gestores não se sujeitam à legislação
§ 2o O gestor originário é responsável por aplicável às instituições financeiras e às demais
manter atualizadas as informações cadastrais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco
nos demais bancos de dados com os quais com- Central do Brasil, inclusive quanto às disposi-
partilhou informações, sem nenhum ônus para ções sobre processo administrativo sancionador,
o cadastrado. regime de administração especial temporária,
§ 3o (Revogado) intervenção e liquidação extrajudicial.
§ 4o O gestor deverá assegurar, sob pena de § 8o O disposto neste artigo não afasta a
responsabilidade, a identificação da pessoa que aplicação pelos órgãos integrantes do Sistema
promover qualquer inscrição ou atualização de Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC),
dados relacionados com o cadastrado, regis- na forma do art. 17 desta Lei, das penalidades
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
trando a data desta ocorrência, bem como a cabíveis por violação das normas de proteção
identificação exata da fonte, do nome do agente do consumidor.
que a efetuou e do equipamento ou terminal
a partir do qual foi processada tal ocorrência. Art. 13. O Poder Executivo regulamentará o
disposto nesta Lei, em especial quanto:
Art. 10. É proibido ao gestor exigir exclusivi- I – ao uso, à guarda, ao escopo e ao com-
dade das fontes de informações. partilhamento das informações recebidas por
bancos de dados;
Art. 11. (Revogado) II – aos procedimentos aplicáveis aos gestores
de banco de dados na hipótese de vazamento
Art. 12. As instituições autorizadas a funcio- de informações dos cadastrados, inclusive com
nar pelo Banco Central do Brasil fornecerão relação à comunicação aos órgãos responsáveis
as informações relativas a suas operações de pela sua fiscalização, nos termos do § 1o do
crédito, de arrendamento mercantil e de auto- art. 17 desta Lei; e
financiamento realizadas por meio de grupos III – ao disposto nos arts. 5o e 7o-A desta Lei.
96 de consórcio e a outras operações com carac-
Art. 14. As informações de adimplemento não § 2o Sem prejuízo do disposto no caput e
poderão constar de bancos de dados por período no § 1o deste artigo, os órgãos de proteção e
superior a 15 (quinze) anos. defesa do consumidor poderão aplicar medidas
corretivas e estabelecer aos bancos de dados que
Art. 15. As informações sobre o cadastrado descumprirem o previsto nesta Lei a obrigação
constantes dos bancos de dados somente po- de excluir do cadastro informações incorretas,
derão ser acessadas por consulentes que com no prazo de 10 (dez) dias, bem como de can-
ele mantiverem ou pretenderem manter relação celar os cadastros de pessoas que solicitaram o
comercial ou creditícia. cancelamento, conforme disposto no inciso I
do caput do art. 5o desta Lei.
Art. 16. O banco de dados, a fonte e o consu-
lente são responsáveis, objetiva e solidariamente, Art. 17-A. A quebra do sigilo previsto na Lei
pelos danos materiais e morais que causarem Complementar no 105, de 10 de janeiro de 2001,
ao cadastrado, nos termos da Lei no 8.078, de sujeita os responsáveis às penalidades previstas
11 de setembro de 1990 (Código de Proteção e no art. 10 da referida Lei, sem prejuízo do dis-
Defesa do Consumidor). posto na Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990
(Código de Proteção e Defesa do Consumidor).
Art. 17. Nas situações em que o cadastrado
for consumidor, caracterizado conforme a Lei Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de
no 8.078, de 11 de setembro de 1990 – Código de sua publicação.
Proteção e Defesa do Consumidor, aplicam-se
as sanções e penas nela previstas e o disposto Brasília, 9 de junho de 2011; 190o da Indepen-
no § 2o. dência e 123o da República.
§ 1o Nos casos previstos no caput, a fiscali-
zação e a aplicação das sanções serão exercidas DILMA ROUSSEFF
concorrentemente pelos órgãos de proteção e
defesa do consumidor da União, dos Estados, Promulgada em 9/6/2011 e publicada no DOU de
do Distrito Federal e dos Municípios, nas res- 10/6/2011.
pectivas áreas de atuação administrativa.
Normas correlatas
97
Lei no 12.291/2010
Torna obrigatória a manutenção de exemplar do Código de Defesa do Consumidor nos estabelecimentos
comerciais e de prestação de serviços.
Art. 1o São os estabelecimentos comerciais e Art. 3o Esta Lei entra em vigor na data de sua
de prestação de serviços obrigados a manter, em publicação.
local visível e de fácil acesso ao público, 1 (um)
exemplar do Código de Defesa do Consumidor. Brasília, 20 de julho de 2010; 189o da Indepen-
dência e 122o da República.
Art. 2o O não cumprimento do disposto nesta
Lei implicará as seguintes penalidades, a serem LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
aplicadas aos infratores pela autoridade admi-
nistrativa no âmbito de sua atribuição: Promulgada em 20/7/2010 e publicada no DOU de
21/7/2010.
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
98
Lei no 10.962/2004
Dispõe sobre a oferta e as formas de afixação de preços de produtos e serviços para o consumidor.
Art. 1o Esta Lei regula as condições de oferta Art. 3o Na impossibilidade de afixação de pre-
e afixação de preços de bens e serviços para o ços conforme disposto no art. 2o, é permitido o
consumidor. uso de relações de preços dos produtos expostos,
bem como dos serviços oferecidos, de forma
Art. 2o São admitidas as seguintes formas de escrita, clara e acessível ao consumidor.
afixação de preços em vendas a varejo para o
consumidor: Art. 4o Nos estabelecimentos que utilizem có-
I – no comércio em geral, por meio de etique- digo de barras para apreçamento, deverão ser
tas ou similares afixados diretamente nos bens oferecidos equipamentos de leitura ótica para
expostos à venda, e em vitrines, mediante di- consulta de preço pelo consumidor, localizados
vulgação do preço à vista em caracteres legíveis; na área de vendas e em outras de fácil acesso.
II – em autosserviços, supermercados, hi- § 1o O regulamento desta Lei definirá, obser-
permercados, mercearias ou estabelecimentos vados, dentre outros critérios ou fatores, o tipo
comerciais onde o consumidor tenha acesso e o tamanho do estabelecimento e a quantidade
direto ao produto, sem intervenção do comer- e a diversidade dos itens de bens e serviços, a
ciante, mediante a impressão ou afixação do área máxima que deverá ser atendida por cada
preço do produto na embalagem, ou a afixação leitora ótica.
de código referencial, ou ainda, com a afixação § 2o Para os fins desta Lei, considera-se área
de código de barras; de vendas aquela na qual os consumidores têm
III – no comércio eletrônico, mediante di- acesso às mercadorias e serviços oferecidos para
vulgação ostensiva do preço à vista, junto à consumo no varejo, dentro do estabelecimento.
imagem do produto ou descrição do serviço,
em caracteres facilmente legíveis com tamanho Art. 5o No caso de divergência de preços para o
de fonte não inferior a doze. mesmo produto entre os sistemas de informação
Parágrafo único. Nos casos de utilização de de preços utilizados pelo estabelecimento, o
código referencial ou de barras, o comerciante consumidor pagará o menor dentre eles.
deverá expor, de forma clara e legível, junto aos
itens expostos, informação relativa ao preço à Art. 5o-A. O fornecedor deve informar, em
vista do produto, suas características e código. local e formato visíveis ao consumidor, eventuais
descontos oferecidos em função do prazo ou do
Art. 2o-A. Na venda a varejo de produtos fra- instrumento de pagamento utilizado.
cionados em pequenas quantidades, o comer- Parágrafo único. Aplicam-se às infrações a
Normas correlatas
ciante deverá informar, na etiqueta contendo o este artigo as sanções previstas na Lei no 8.078,
preço ou junto aos itens expostos, além do preço de 11 de setembro de 1990.
do produto à vista, o preço correspondente a
uma das seguintes unidades fundamentais de Art. 6o (Vetado)
medida: capacidade, massa, volume, compri-
99
Art. 7o Esta Lei entra em vigor na data de sua LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
publicação.
Promulgada em 11/10/2004 e publicada no DOU
Brasília, 11 de outubro de 2004; 183o da Inde- de 13/10/2004.
pendência e 116o da República.
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
100
Lei no 9.870/1999
Dispõe sobre o valor total das anuidades escolares e dá outras providências.
ou semestralidade escolar em prazo inferior a gão de que trata este artigo poderá tomar, dos
interessados, termo de compromisso, na forma
1
Nota do Editor (NE): nos dispositivos que alteram da legislação vigente.
normas, suprimiram-se as alterações determinadas
uma vez que já foram incorporadas às normas às Art. 5o Os alunos já matriculados, salvo quan-
quais se destinam. do inadimplentes, terão direito à renovação das 101
matrículas, observado o calendário escolar da no inciso V do art. 53 do Estatuto da Criança
instituição, o regimento da escola ou cláusula e do Adolescente.
contratual.
Art. 7o São legitimados à propositura das ações
Art. 6 São proibidas a suspensão de provas
o
previstas na Lei no 8.078, de 1990, para a defe-
escolares, a retenção de documentos escolares sa dos direitos assegurados por esta Lei e pela
ou a aplicação de quaisquer outras penalidades legislação vigente, as associações de alunos,
pedagógicas por motivo de inadimplemento, de pais de alunos e responsáveis, sendo indis-
sujeitando-se o contratante, no que couber, às pensável, em qualquer caso, o apoio de, pelo
sanções legais e administrativas, compatíveis menos, vinte por cento dos pais de alunos do
com o Código de Defesa do Consumidor, e estabelecimento de ensino ou dos alunos, no
com os arts. 177 e 1.092 do Código Civil Bra- caso de ensino superior.
sileiro, caso a inadimplência perdure por mais
de noventa dias. Art. 8o O art. 39 da Lei no 8.078, de 1990, passa
§ 1o O desligamento do aluno por inadim- a vigorar acrescido do seguinte inciso:
plência somente poderá ocorrer ao final do �������������������������������������������������������������������������������
ano letivo ou, no ensino superior, ao final do
semestre letivo quando a instituição adotar o Art. 9o A Lei no 9.131, de 24 de novembro de
regime didático semestral. 1995, passa a vigorar acrescida dos seguintes
§ 2o Os estabelecimentos de ensino funda- artigos:
mental, médio e superior deverão expedir, a �������������������������������������������������������������������������������
qualquer tempo, os documentos de transferên-
cia de seus alunos, independentemente de sua Art. 10. Continuam a produzir efeitos os atos
adimplência ou da adoção de procedimentos praticados com base na Medida Provisória
legais de cobranças judiciais. no 1.890-66, de 24 de setembro de 1999, e nas
§ 3o São asseguradas em estabelecimentos suas antecessoras.
públicos de ensino fundamental e médio as ma-
trículas dos alunos, cujos contratos, celebrados Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de
por seus pais ou responsáveis para a prestação sua publicação.
de serviços educacionais, tenham sido suspensos
em virtude de inadimplemento, nos termos do Art. 12. Revogam-se a Lei no 8.170, de 17 de
caput deste artigo. janeiro de 1991; o art. 14 da Lei no 8.178, de
§ 4o Na hipótese de os alunos a que se refere 1o de março de 1991; e a Lei no 8.747, de 9 de
o § 2o, ou seus pais ou responsáveis, não terem dezembro de 1993.
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
102
Lei no 9.656/1998
Dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde.
dora arcará com a responsabilidade pela trans- III – a identificação dos atos, eventos e pro-
ferência imediata para outro estabelecimento cedimentos médico-assistenciais que necessitem
equivalente, garantindo a continuação da assis- de autorização administrativa da operadora;
tência, sem ônus adicional para o consumidor. IV – a vigência do contrato e os critérios e
§ 4o Em caso de redimensionamento da rede procedimentos para prorrogação, renovação
hospitalar por redução, as empresas deverão e rescisão;
solicitar à ANS autorização expressa para tanto, V – as penalidades pelo não cumprimento
informando: das obrigações estabelecidas.
I – nome da entidade a ser excluída; § 3o A periodicidade do reajuste de que trata
II – capacidade operacional a ser reduzida o inciso II do § 2o deste artigo será anual e rea-
com a exclusão; lizada no prazo improrrogável de 90 (noventa)
III – impacto sobre a massa assistida, a partir dias, contado do início de cada ano-calendário.
de parâmetros definidos pela ANS, correlacio- § 4o Na hipótese de vencido o prazo previsto
nando a necessidade de leitos e a capacidade no § 3o deste artigo, a Agência Nacional de Saúde
operacional restante; e Suplementar – ANS, quando for o caso, definirá
108 o índice de reajuste.
§ 5o A ANS poderá constituir, na forma da § 1o Até que sejam expedidas as normas de
legislação vigente, câmara técnica com represen- registro, serão mantidos registros provisórios
tação proporcional das partes envolvidas para das pessoas jurídicas e dos produtos na ANS,
o adequado cumprimento desta Lei. com a finalidade de autorizar a comercialização
§ 6o A ANS publicará normas regulamen- ou operação dos produtos a que alude o caput,
tares sobre o disposto neste artigo. a partir de 2 de janeiro de 1999.
§ 2o Para o registro provisório, as operadoras
Art. 18. A aceitação, por parte de qualquer ou administradoras dos produtos a que alude
prestador de serviço ou profissional de saúde, o caput deverão apresentar à ANS as informa-
da condição de contratado, referenciado, cre- ções requeridas e os seguintes documentos,
denciado ou cooperado de uma operadora de independentemente de outros que venham a
produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do ser exigidos:
art. 1o desta Lei implica as seguintes obrigações I – registro do instrumento de constituição
e direitos: da pessoa jurídica;
I – o consumidor de determinada operadora, II – nome fantasia;
em nenhuma hipótese e sob nenhum pretexto ou III – CNPJ;
alegação, pode ser discriminado ou atendido de IV – endereço;
forma distinta daquela dispensada aos clientes V – telefone, fax e e-mail; e
vinculados a outra operadora ou plano; VI – principais dirigentes da pessoa jurídica
II – a marcação de consultas, exames e quais- e nome dos cargos que ocupam.
quer outros procedimentos deve ser feita de § 3o Para registro provisório dos produtos
forma a atender às necessidades dos consumi- a serem comercializados, deverão ser apresen-
dores, privilegiando os casos de emergência tados à ANS os seguintes dados:
ou urgência, assim como as pessoas com mais I – razão social da operadora ou da admi-
de sessenta e cinco anos de idade, as gestantes, nistradora;
lactantes, lactentes e crianças até cinco anos; II – CNPJ da operadora ou da administra-
III – a manutenção de relacionamento de dora;
contratação, credenciamento ou referencia- III – nome do produto;
mento com número ilimitado de operadoras, IV – segmentação da assistência (ambulato-
sendo expressamente vedado às operadoras, rial, hospitalar com obstetrícia, hospitalar sem
independente de sua natureza jurídica consti- obstetrícia, odontológica e referência);
tutiva, impor contratos de exclusividade ou de V – tipo de contratação (individual/familiar,
restrição à atividade profissional. coletivo empresarial e coletivo por adesão);
Parágrafo único. A partir de 3 de dezembro VI – âmbito geográfico de cobertura;
de 1999, os prestadores de serviço ou profissio- VII – faixas etárias e respectivos preços;
nais de saúde não poderão manter contrato, VIII – rede hospitalar própria por Município
credenciamento ou referenciamento com ope- (para segmentações hospitalar e referência);
radoras que não tiverem registros para funcio- IX – rede hospitalar contratada ou referencia-
namento e comercialização conforme previsto da por Município (para segmentações hospitalar
nesta Lei, sob pena de responsabilidade por e referência);
atividade irregular. X – outros documentos e informações que
venham a ser solicitados pela ANS.
Art. 19. Para requerer a autorização definitiva § 4o Os procedimentos administrativos para
de funcionamento, as pessoas jurídicas que já registro provisório dos produtos serão tratados
Normas correlatas
Art. 24-D. Aplica-se à liquidação extrajudicial fixada e aplicada pela ANS no âmbito de suas
das operadoras de planos privados de assistência atribuições, com valor não inferior a R$ 5.000,00
à saúde e ao disposto nos arts. 24-A e 35-I, no (cinco mil reais) e não superior a R$ 1.000.000,00
que couber com os preceitos desta Lei, o dispos- (um milhão de reais) de acordo com o porte eco-
to na Lei no 6.024, de 13 de março de 1974, no nômico da operadora ou prestadora de serviço
Decreto-Lei no 7.661, de 21 de junho de 1945, no e a gravidade da infração, ressalvado o disposto
Decreto-Lei no 41, de 18 de novembro de 1966, no § 6o do art. 19.
e no Decreto-Lei no 73, de 21 de novembro de Parágrafo único. (Revogado)
1966, conforme o que dispuser a ANS.
Art. 28. (Revogado)
Art. 25. As infrações dos dispositivos desta Lei
e de seus regulamentos, bem como aos disposi- Art. 29. As infrações serão apuradas mediante
tivos dos contratos firmados, a qualquer tempo, processo administrativo que tenha por base o
entre operadoras e usuários de planos privados auto de infração, a representação ou a denúncia
de assistência à saúde, sujeitam a operadora dos positiva dos fatos irregulares, cabendo à ANS
112 produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do
dispor sobre normas para instauração, recursos § 9o A ANS regulamentará a aplicação do
e seus efeitos, instâncias e prazos. disposto nos §§ 1o a 7o deste artigo.
§ 1o O processo administrativo, antes de
aplicada a penalidade, poderá, a título excepcio- Art. 29-A. A ANS poderá celebrar com as
nal, ser suspenso, pela ANS, se a operadora ou operadoras termo de compromisso, quando
prestadora de serviço assinar termo de compro- houver interesse na implementação de práticas
misso de ajuste de conduta, perante a diretoria que consistam em vantagens para os consumi-
colegiada, que terá eficácia de título executivo dores, com vistas a assegurar a manutenção da
extrajudicial, obrigando-se a: qualidade dos serviços de assistência à saúde.
I – cessar a prática de atividades ou atos ob- § 1o O termo de compromisso referido no
jetos da apuração; e caput não poderá implicar restrição de direitos
II – corrigir as irregularidades, inclusive in- do usuário.
denizando os prejuízos delas decorrentes. § 2o Na definição do termo de que trata este
§ 2o O termo de compromisso de ajuste de artigo serão considerados os critérios de aferição
conduta conterá, necessariamente, as seguintes e controle da qualidade dos serviços a serem
cláusulas: oferecidos pelas operadoras.
I – obrigações do compromissário de fazer § 3o O descumprimento injustificado do
cessar a prática objeto da apuração, no prazo termo de compromisso poderá importar na
estabelecido; aplicação da penalidade de multa a que se refere
II – valor da multa a ser imposta no caso de o inciso II, § 2o, do art. 29 desta Lei.
descumprimento, não inferior a R$ 5.000,00
(cinco mil reais) e não superior a R$ 1.000.000,00 Art. 30. Ao consumidor que contribuir para
(um milhão de reais) de acordo com o porte produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do
econômico da operadora ou da prestadora de art. 1o desta Lei, em decorrência de vínculo
serviço. empregatício, no caso de rescisão ou exonera-
§ 3o A assinatura do termo de compromisso ção do contrato de trabalho sem justa causa, é
de ajuste de conduta não importa confissão assegurado o direito de manter sua condição
do compromissário quanto à matéria de fato, de beneficiário, nas mesmas condições de co-
nem reconhecimento de ilicitude da conduta bertura assistencial de que gozava quando da
em apuração. vigência do contrato de trabalho, desde que
§ 4o O descumprimento do termo de com- assuma o seu pagamento integral.
promisso de ajuste de conduta, sem prejuízo § 1o O período de manutenção da condição
da aplicação da multa a que se refere o inciso de beneficiário a que se refere o caput será de um
II do § 2o, acarreta a revogação da suspensão terço do tempo de permanência nos produtos
do processo. de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o, ou
§ 5o Cumpridas as obrigações assumidas no sucessores, com um mínimo assegurado de seis
termo de compromisso de ajuste de conduta, meses e um máximo de vinte e quatro meses.
será extinto o processo. § 2o A manutenção de que trata este artigo
§ 6o Suspende-se a prescrição durante a é extensiva, obrigatoriamente, a todo o grupo
vigência do termo de compromisso de ajuste familiar inscrito quando da vigência do contrato
de conduta. de trabalho.
§ 7o Não poderá ser firmado termo de com- § 3o Em caso de morte do titular, o direito
promisso de ajuste de conduta quando tiver de permanência é assegurado aos dependentes
havido descumprimento de outro termo de cobertos pelo plano ou seguro privado coletivo
Normas correlatas
compromisso de ajuste de conduta nos termos de assistência à saúde, nos termos do disposto
desta Lei, dentro do prazo de dois anos. neste artigo.
§ 8o O termo de compromisso de ajuste de § 4o O direito assegurado neste artigo não
conduta deverá ser publicado no Diário Oficial exclui vantagens obtidas pelos empregados de-
da União. correntes de negociações coletivas de trabalho.
113
§ 5o A condição prevista no caput deste ar- bimento da notificação de cobrança feita pela
tigo deixará de existir quando da admissão do ANS.
consumidor titular em novo emprego. § 4o O ressarcimento não efetuado no prazo
§ 6o Nos planos coletivos custeados integral- previsto no § 3o será cobrado com os seguintes
mente pela empresa, não é considerada contri- acréscimos:
buição a coparticipação do consumidor, única I – juros de mora contados do mês seguinte
e exclusivamente, em procedimentos, como ao do vencimento, à razão de um por cento ao
fator de moderação, na utilização dos serviços mês ou fração;
de assistência médica ou hospitalar. II – multa de mora de dez por cento.
§ 5o Os valores não recolhidos no prazo pre-
Art. 31. Ao aposentado que contribuir para visto no § 3o serão inscritos em dívida ativa da
produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do ANS, a qual compete a cobrança judicial dos
art. 1o desta Lei, em decorrência de vínculo respectivos créditos.
empregatício, pelo prazo mínimo de dez anos, § 6o O produto da arrecadação dos juros e
é assegurado o direito de manutenção como be- da multa de mora serão revertidos ao Fundo
neficiário, nas mesmas condições de cobertura Nacional de Saúde.
assistencial de que gozava quando da vigência § 7o A ANS disciplinará o processo de glosa
do contrato de trabalho, desde que assuma o ou impugnação dos procedimentos encaminha-
seu pagamento integral. dos, conforme previsto no § 2o deste artigo, ca-
§ 1o Ao aposentado que contribuir para pla- bendo-lhe, inclusive, estabelecer procedimentos
nos coletivos de assistência à saúde por período para cobrança dos valores a serem ressarcidos.
inferior ao estabelecido no caput é assegurado § 8o Os valores a serem ressarcidos não se-
o direito de manutenção como beneficiário, à rão inferiores aos praticados pelo SUS e nem
razão de um ano para cada ano de contribui- superiores aos praticados pelas operadoras de
ção, desde que assuma o pagamento integral produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do
do mesmo. art. 1o desta Lei.
§ 2o Para gozo do direito assegurado neste § 9o Os valores a que se referem os §§ 3o
artigo, observar-se-ão as mesmas condições e 6o deste artigo não serão computados para
estabelecidas nos §§ 2o, 3o, 4o, 5o e 6o do art. 30. fins de aplicação dos recursos mínimos nas
ações e serviços públicos de saúde nos termos
Art. 32. Serão ressarcidos pelas operadoras dos da Constituição Federal.
produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do
art. 1o desta Lei, de acordo com normas a serem Art. 33. Havendo indisponibilidade de leito
definidas pela ANS, os serviços de atendimento hospitalar nos estabelecimentos próprios ou
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
à saúde previstos nos respectivos contratos, credenciados pelo plano, é garantido ao consu-
prestados a seus consumidores e respectivos midor o acesso à acomodação, em nível superior,
dependentes, em instituições públicas ou pri- sem ônus adicional.
vadas, conveniadas ou contratadas, integrantes
do Sistema Único de Saúde – SUS. Art. 34. As pessoas jurídicas que executam
§ 1o O ressarcimento será efetuado pelas outras atividades além das abrangidas por esta
operadoras ao SUS com base em regra de valo- Lei deverão, na forma e no prazo definidos pela
ração aprovada e divulgada pela ANS, mediante ANS, constituir pessoas jurídicas independentes,
crédito ao Fundo Nacional de Saúde – FNS. com ou sem fins lucrativos, especificamente para
§ 2o Para a efetivação do ressarcimento, a operar planos privados de assistência à saúde,
ANS disponibilizará às operadoras a discrimi- na forma da legislação em vigor e em especial
nação dos procedimentos realizados para cada desta Lei e de seus regulamentos.
consumidor. § 1o O disposto no caput não se aplica às
§ 3o A operadora efetuará o ressarcimento entidades de autogestão constituídas sob a forma
até o 15o (décimo quinto) dia da data de rece- de fundação, de sindicato ou de associação que,
114 na data da publicação desta Lei, já exerciam ou-
tras atividades em conjunto com as relacionadas e vedada a transferência da sua titularidade, sob
à assistência à saúde, nos termos dos pertinentes qualquer pretexto, a terceiros.
estatutos sociais. § 6o Os produtos de que tratam o inciso I
§ 2o As entidades de que trata o § 1o poderão, e o § 1o do art. 1o desta Lei, contratados até 1o
desde que a hipótese de segregação da finalidade de janeiro de 1999, deverão permanecer em
estatutária esteja prevista ou seja assegurada operação, por tempo indeterminado, apenas
pelo órgão interno competente, constituir filial para os consumidores que não optarem pela
ou departamento com número do Cadastro adaptação às novas regras, sendo considerados
Nacional da Pessoa Jurídica sequencial ao da extintos para fim de comercialização.
pessoa jurídica principal. § 7o Às pessoas jurídicas contratantes de
§ 3o As entidades de que trata o § 1o que planos coletivos, não optantes pela adaptação
optarem por proceder de acordo com o previsto prevista neste artigo, fica assegurada a manu-
no § 2o assegurarão condições para sua ade- tenção dos contratos originais, nas coberturas
quada segregação patrimonial, administrativa, assistenciais neles pactuadas.
financeira e contábil. § 8o A ANS definirá em norma própria os
procedimentos formais que deverão ser adota-
Art. 35. Aplicam-se as disposições desta Lei dos pelas empresas para a adaptação dos con-
a todos os contratos celebrados a partir de sua tratos de que trata este artigo.
vigência, assegurada aos consumidores com
contratos anteriores, bem como àqueles com Art. 35-A. Fica criado o Conselho de Saúde
contratos celebrados entre 2 de setembro de Suplementar – CONSU, órgão colegiado inte-
1998 e 1o de janeiro de 1999, a possibilidade grante da estrutura regimental do Ministério
de optar pela adaptação ao sistema previsto da Saúde, com competência para:
nesta Lei. I – estabelecer e supervisionar a execução
§ 1o Sem prejuízo do disposto no art. 35-E, de políticas e diretrizes gerais do setor de saúde
a adaptação dos contratos de que trata este ar- suplementar;
tigo deverá ser formalizada em termo próprio, II – aprovar o contrato de gestão da ANS;
assinado pelos contratantes, de acordo com as III – supervisionar e acompanhar as ações e
normas a serem definidas pela ANS. o funcionamento da ANS;
§ 2o Quando a adaptação dos contratos in- IV – fixar diretrizes gerais para implementa-
cluir aumento de contraprestação pecuniária, ção no setor de saúde suplementar sobre:
a composição da base de cálculo deverá ficar a) aspectos econômico-financeiros;
restrita aos itens correspondentes ao aumento b) normas de contabilidade, atuariais e es-
de cobertura, e ficará disponível para verificação tatísticas;
pela ANS, que poderá determinar sua alteração c) parâmetros quanto ao capital e ao patri-
quando o novo valor não estiver devidamente mônio líquido mínimos, bem assim quanto às
justificado. formas de sua subscrição e realização quando
§ 3o A adaptação dos contratos não implica se tratar de sociedade anônima;
nova contagem dos períodos de carência e dos d) critérios de constituição de garantias de
prazos de aquisição dos benefícios previstos manutenção do equilíbrio econômico-finan-
nos arts. 30 e 31 desta Lei, observados, quanto ceiro, consistentes em bens, móveis ou imóveis,
aos últimos, os limites de cobertura previstos ou fundos especiais ou seguros garantidores;
no contrato original. e) criação de fundo, contratação de seguro
§ 4o Nenhum contrato poderá ser adaptado garantidor ou outros instrumentos que julgar
Normas correlatas
por decisão unilateral da empresa operadora. adequados, com o objetivo de proteger o consu-
§ 5o A manutenção dos contratos originais midor de planos privados de assistência à saúde
pelos consumidores não optantes tem caráter em caso de insolvência de empresas operadoras;
personalíssimo, devendo ser garantida somente V – deliberar sobre a criação de câmaras
ao titular e a seus dependentes já inscritos, per- técnicas, de caráter consultivo, de forma a sub-
mitida inclusão apenas de novo cônjuge e filhos, sidiar suas decisões. 115
Parágrafo único. A ANS fixará as normas Parágrafo único. A ANS fará publicar nor-
sobre as matérias previstas no inciso IV des- mas regulamentares para o disposto neste artigo,
te artigo, devendo adequá-las, se necessário, observados os termos de adaptação previstos
quando houver diretrizes gerais estabelecidas no art. 35.
pelo CONSU.
Art. 35-D. As multas a serem aplicadas pela
Art. 35-B. O CONSU será integrado pelos ANS em decorrência da competência fisca-
seguintes Ministros de Estado: lizadora e normativa estabelecida nesta Lei e
I – Chefe da Casa Civil da Presidência da em seus regulamentos serão recolhidas à conta
República, na qualidade de Presidente; daquela Agência, até o limite de R$ 1.000.000,00
II – da Saúde; (um milhão de reais) por infração, ressalvado o
III – da Fazenda; disposto no § 6o do art. 19 desta Lei.
IV – da Justiça; e
V – do Planejamento, Orçamento e Gestão. Art. 35-E. A partir de 5 de junho de 1998,
§ 1o O Conselho deliberará mediante reso- fica estabelecido para os contratos celebrados
luções, por maioria de votos, cabendo ao Pre- anteriormente à data de vigência desta Lei que:2
sidente a prerrogativa de deliberar nos casos de I – qualquer variação na contraprestação
urgência e relevante interesse, ad referendum pecuniária para consumidores com mais de
dos demais membros. sessenta anos de idade estará sujeita à autori-
§ 2o Quando deliberar ad referendum do zação prévia da ANS;
Conselho, o Presidente submeterá a decisão ao II – a alegação de doença ou lesão preexis-
Colegiado na primeira reunião que se seguir tente estará sujeita à prévia regulamentação da
àquela deliberação. matéria pela ANS;
§ 3o O Presidente do Conselho poderá con- III – é vedada a suspensão ou a rescisão uni-
vidar Ministros de Estado, bem assim outros lateral do contrato individual ou familiar de
representantes de órgãos públicos, para parti- produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do
cipar das reuniões, não lhes sendo permitido art. 1o desta Lei por parte da operadora, salvo
o direito de voto. o disposto no inciso II do parágrafo único do
§ 4o O Conselho reunir-se-á sempre que for art. 13 desta Lei;
convocado por seu Presidente. IV – é vedada a interrupção de internação
§ 5o O regimento interno do CONSU será hospitalar em leito clínico, cirúrgico ou em
aprovado por decreto do Presidente da Repú- centro de terapia intensiva ou similar, salvo a
blica. critério do médico assistente.
§ 6o As atividades de apoio administrativo § 1o Os contratos anteriores à vigência desta
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
ao CONSU serão prestadas pela ANS. Lei, que estabeleçam reajuste por mudança de
§ 7 o O Presidente da ANS participará, faixa etária com idade inicial em sessenta anos
na qualidade de Secretário, das reuniões do ou mais, deverão ser adaptados, até 31 de ou-
CONSU. tubro de 1999, para repactuação da cláusula de
reajuste, observadas as seguintes disposições:
Art. 35-C. É obrigatória a cobertura do aten- I – a repactuação será garantida aos consumi-
dimento nos casos: dores de que trata o parágrafo único do art. 15,
I – de emergência, como tal definidos os que para as mudanças de faixa etária ocorridas após
implicarem risco imediato de vida ou de lesões a vigência desta Lei, e limitar-se-á à diluição da
irreparáveis para o paciente, caracterizado em aplicação do reajuste anteriormente previsto,
declaração do médico assistente; em reajustes parciais anuais, com adoção de
II – de urgência, assim entendidos os resul- percentual fixo que, aplicado a cada ano, permita
tantes de acidentes pessoais ou de complicações atingir o reajuste integral no início do último
no processo gestacional; ano da faixa etária considerada;
III – de planejamento familiar.
116 NE: ver ADI no 1.931.
2
II – para aplicação da fórmula de diluição, Art. 35-I. Responderão subsidiariamente pelos
consideram-se de dez anos as faixas etárias que direitos contratuais e legais dos consumidores,
tenham sido estipuladas sem limite superior; prestadores de serviço e fornecedores, além dos
III – a nova cláusula, contendo a fórmula de débitos fiscais e trabalhistas, os bens pessoais dos
aplicação do reajuste, deverá ser encaminhada diretores, administradores, gerentes e membros
aos consumidores, juntamente com o boleto de conselhos da operadora de plano privado de
ou título de cobrança, com a demonstração assistência à saúde, independentemente da sua
do valor originalmente contratado, do valor natureza jurídica.
repactuado e do percentual de reajuste anual
fixo, esclarecendo, ainda, que o seu pagamento Art. 35-J. O diretor técnico ou fiscal ou o li-
formalizará esta repactuação; quidante são obrigados a manter sigilo relativo
IV – a cláusula original de reajuste deverá ter às informações da operadora às quais tiverem
sido previamente submetida à ANS; acesso em razão do exercício do encargo, sob
V – na falta de aprovação prévia, a opera- pena de incorrer em improbidade administra-
dora, para que possa aplicar reajuste por faixa tiva, sem prejuízo das responsabilidades civis
etária a consumidores com sessenta anos ou e penais.
mais de idade e dez anos ou mais de contrato,
deverá submeter à ANS as condições contratuais Art. 35-L. Os bens garantidores das provisões
acompanhadas de nota técnica, para, uma vez técnicas, fundos e provisões deverão ser regis-
aprovada a cláusula e o percentual de reajuste, trados na ANS e não poderão ser alienados,
adotar a diluição prevista neste parágrafo. prometidos a alienar ou, de qualquer forma,
§ 2o Nos contratos individuais de produ- gravados sem prévia e expressa autorização,
tos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o sendo nulas, de pleno direito, as alienações
desta Lei, independentemente da data de sua realizadas ou os gravames constituídos com
celebração, a aplicação de cláusula de reajuste violação deste artigo.
das contraprestações pecuniárias dependerá de Parágrafo único. Quando a garantia recair
prévia aprovação da ANS. em bem imóvel, será obrigatoriamente inscrita
§ 3o O disposto no art. 35 desta Lei aplica-se no competente Cartório do Registro Geral de
sem prejuízo do estabelecido neste artigo. Imóveis, mediante requerimento firmado pela
operadora de plano de assistência à saúde e
Art. 35-F. A assistência a que alude o art. 1o pela ANS.
desta Lei compreende todas as ações necessárias
à prevenção da doença e à recuperação, manu- Art. 35-M. As operadoras de produtos de que
tenção e reabilitação da saúde, observados os tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei
termos desta Lei e do contrato firmado entre poderão celebrar contratos de resseguro junto
as partes. às empresas devidamente autorizadas a operar
em tal atividade, conforme estabelecido na Lei
Art. 35-G. Aplicam-se subsidiariamente aos no 9.932, de 20 de dezembro de 1999, e regula-
contratos entre usuários e operadoras de pro- mentações posteriores.
dutos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o
desta Lei as disposições da Lei no 8.078, de 1990. Art. 36. Esta Lei entra em vigor noventa dias
após a data de sua publicação.
Art. 35-H. Os expedientes que até esta data fo-
ram protocolizados na SUSEP pelas operadoras Brasília, 3 de junho de 1998; 177o da Indepen-
Normas correlatas
CAPÍTULO III – Dos Direitos e Obrigações Brasília, 13 de fevereiro de 1995; 174o da Inde-
dos Usuários pendência e 107o da República.
�������������������������������������������������������������������������������
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Art. 7o-A. As concessionárias de serviços pú-
blicos, de direito público e privado, nos Estados Promulgada em 13/2/1995, publicada no DOU de
e no Distrito Federal, são obrigadas a oferecer 14/2/1995 e republicada no DOU de 28/9/1998.
ao consumidor e ao usuário, dentro do mês de
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
118
Lei no 8.137/1990
Define crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo, e dá outras
providências.
dias, que poderá ser convertido em horas em dem tributária, além dos previstos no Decreto-
-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código
1
Nota do Editor (NE): nos dispositivos que alteram Penal (Título XI, Capítulo I):
normas, suprimiram-se as alterações determinadas I – extraviar livro oficial, processo fiscal ou
uma vez que já foram incorporadas às normas às qualquer documento, de que tenha a guarda
quais se destinam. em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, 119
total ou parcialmente, acarretando pagamento Art. 5o (Revogado)
indevido ou inexato de tributo ou contribuição
social; Art. 6o (Revogado)
II – exigir, solicitar ou receber, para si ou para
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora Art. 7o Constitui crime contra as relações de
da função ou antes de iniciar seu exercício, mas consumo:
em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar I – favorecer ou preferir, sem justa causa,
promessa de tal vantagem, para deixar de lançar comprador ou freguês, ressalvados os sistemas
ou cobrar tributo ou contribuição social, ou de entrega ao consumo por intermédio de dis-
cobrá-los parcialmente; tribuidores ou revendedores;
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, II – vender ou expor à venda mercadoria
e multa. cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou
III – patrocinar, direta ou indiretamente, composição esteja em desacordo com as prescri-
interesse privado perante a administração fazen- ções legais, ou que não corresponda à respectiva
dária, valendo-se da qualidade de funcionário classificação oficial;
público. III – misturar gêneros e mercadorias de es-
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, pécies diferentes, para vendê-los ou expô-los à
e multa. venda como puros; misturar gêneros e merca-
dorias de qualidades desiguais para vendê-los
ou expô-los à venda por preço estabelecido para
CAPÍTULO II – Dos Crimes contra a os de mais alto custo;
Ordem Econômica e as Relações de Consumo IV – fraudar preços por meio de:
a) alteração, sem modificação essencial ou
Art. 4o Constitui crime contra a ordem eco- de qualidade, de elementos tais como denomi-
nômica: nação, sinal externo, marca, embalagem, especi-
I – abusar do poder econômico, dominando o ficação técnica, descrição, volume, peso, pintura
mercado ou eliminando, total ou parcialmente, ou acabamento de bem ou serviço;
a concorrência mediante qualquer forma de b) divisão em partes de bem ou serviço,
ajuste ou acordo de empresas; habitualmente oferecido à venda em conjunto;
a) (Revogada); c) junção de bens ou serviços, comumente
b) (Revogada); oferecidos à venda em separado;
c) (Revogada); d) aviso de inclusão de insumo não empre-
d) (Revogada); gado na produção do bem ou na prestação dos
e) (Revogada); serviços;
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
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Decreto-lei no 2.848/1940
Código Penal.
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Decreto no 10.417/2020
Institui o Conselho Nacional de Defesa do Consumidor.
b) adequação das políticas públicas de de- VI – sugerir e incentivar a adoção de me-
fesa do consumidor às práticas defendidas por canismos de negociação, de mediação e de ar-
organismos internacionais, tais como a Orga- bitragem para pequenos litígios referentes às
nização para Cooperação e Desenvolvimento relações de consumo ou para convenção coletiva
Econômico – OCDE e a Conferência das Nações de consumo.
Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento;
c) medidas para coibir fraudes e abusos con- Art. 3o O Conselho Nacional de Defesa do
tra o consumidor; Consumidor é composto:
d) aperfeiçoamento, consolidação e revo- I – pelo Secretário Nacional do Consumidor
gação de atos normativos relativos às relações do Ministério da Justiça e Segurança Pública,
de consumo; e que o presidirá;
II – por um representante indicado pelo Mi-
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Nota do Editor (NE): nos dispositivos que alteram nistério da Economia;
normas, suprimiram-se as alterações determinadas III – por um representante indicado pelo
uma vez que já foram incorporadas às normas às Conselho Administrativo de Defesa Econô-
124 quais se destinam. mica – Cade;
IV – por um representante indicado pelo Art. 4o O quórum de reunião do Conselho
Banco Central do Brasil; Nacional de Defesa do Consumidor será de dois
V – por quatro representantes de agências terços dos membros e o quórum de aprovação
reguladoras, dos quais: será de maioria simples dos membros.
a) um indicado pela Agência Nacional de Parágrafo único. Além do voto ordinário,
Aviação Civil; o Presidente do Conselho Nacional de Defesa
b) um indicado pela Agência Nacional de do Consumidor terá o voto de qualidade em
Telecomunicações; caso de empate.
c) um indicado pela Agência Nacional de
Energia Elétrica; e Art. 5o O Conselho Nacional de Defesa do
d) um indicado pela Agência Nacional de Consumidor se reunirá em caráter ordinário, no
Petróleo; mínimo, quatro vezes ao ano, na cidade de Brasí-
VI – por três representantes de entidades pú- lia, Distrito Federal, e em caráter extraordinário
blicas estaduais ou distritais destinadas à defesa a pedido de seu Presidente ou por solicitação
do consumidor de três regiões diferentes do País; de, no mínimo, um quarto de seus membros.
VII – por um representante de entidades
públicas municipais destinadas à defesa do Art. 6o Serão convidados a compor o Conse-
consumidor; lho Nacional de Defesa do Consumidor, sem
VIII – por um representante de associações direito a voto:
destinadas à defesa do consumidor com co- I – um membro de Ministério Público Es-
nhecimento e capacidade técnica para realizar tadual, indicado pelo Conselho Nacional de
análises de impacto regulatório; Procuradores-Gerais;
IX – por um representante dos fornecedores II – um membro do Ministério Público
com conhecimento e capacidade técnica para Federal, indicado pelo Procurador-Geral da
realizar análises de impacto regulatório; e República; e
X – por um jurista de notório saber e re- III – um membro da Defensoria Pública,
conhecida atuação em direito econômico, do indicado pelo Colégio Nacional dos Defensores
consumidor ou de regulação. Públicos Gerais.
§ 1o Cada membro do Conselho Nacional de
Defesa do Consumidor terá um suplente, que o Art. 7o O Conselho Nacional de Defesa do
substituirá em suas ausências e impedimentos. Consumidor poderá convidar autoridades,
§ 2o O membro de que trata o inciso II do técnicos e representantes de órgãos públicos
caput e respectivo suplente será indicado pelo ou privados para prestar esclarecimentos, in-
Ministro de Estado da Economia. formações e participar de suas reuniões, sem
§ 3o Os membros de que tratam os incisos direito a voto.
III ao V do caput e respectivos suplentes serão
indicados pela autoridade máxima das entidades Art. 8o A Secretaria Nacional do Consumidor
que representam. do Ministério da Justiça e Segurança Pública
§ 4o Os membros de que tratam os incisos exercerá a função de Secretaria-Executiva do
VI ao X do caput e respectivos suplentes serão Conselho Nacional de Defesa do Consumidor.
indicados pelo Ministro de Estado da Justiça e
Segurança Pública, após chamamento público, Art. 9o O Conselho Nacional de Defesa do
conforme normas definidas em ato do Minis- Consumidor poderá instituir comissões es-
tro de Estado da Justiça e Segurança Pública, peciais com a finalidade de realizar tarefas e
Normas correlatas
e terão mandato de dois anos, permitida uma estudos específicos destinados à defesa do con-
recondução. sumidor na ordem econômica constitucional
§ 5o Na ausência do Presidente, as reuniões brasileira.
do Conselho Nacional de Defesa do Consumi-
dor serão presididas por seu substituto no cargo. Art. 10. As comissões especiais:
125
I – serão compostas na forma de ato do Con- Art. 14. O Decreto no 2.181, de 1997, passa a
selho Nacional de Defesa do Consumidor; vigorar com as seguintes alterações:
II – não poderão ter mais de sete membros; �������������������������������������������������������������������������������
III – terão caráter temporário e duração não
superior a um ano; e Art. 15. Ficam revogados:
IV – estarão limitadas a três operando si- I – o Decreto de 28 de setembro de 1995,
multaneamente. que cria a Comissão Nacional Permanente de
Defesa do Consumidor; e
Art. 11. Os membros do Conselho Nacional de II – o Decreto de 11 de janeiro de 1996, que
Defesa do Consumidor e das comissões especiais acrescenta inciso ao art. 2o do Decreto de 28 de
que se encontrarem no Distrito Federal se reu- setembro de 1995, que cria a Comissão Nacional
nirão presencialmente ou por videoconferência Permanente de Defesa do Consumidor.
e os membros que se encontrem em outros entes
federativos participarão da reunião por meio de Art. 16. Este Decreto entra em vigor na data
videoconferência. de sua publicação.
Art. 12. É vedado aos membros a divulgação de Brasília, 7 de julho de 2020; 199o da Indepen-
discussões em curso no Conselho Nacional de dência e 132o da República.
Defesa do Consumidor sem a prévia anuência
de seu Presidente. JAIR MESSIAS BOLSONARO
126
Decreto no 8.771/2016
Regulamenta a Lei no 12.965, de 23 de abril de 2014, para tratar das hipóteses admitidas de
discriminação de pacotes de dados na internet e de degradação de tráfego, indicar procedimentos
para guarda e proteção de dados por provedores de conexão e de aplicações, apontar medidas de
transparência na requisição de dados cadastrais pela administração pública e estabelecer parâmetros
para fiscalização e apuração de infrações.
como serviços otimizados por sua qualidade gens em massa (spam) e controle de ataques de
assegurada de serviço, de velocidade ou de se- negação de serviço; e
gurança, ainda que utilizem protocolos lógicos II – tratamento de situações excepcionais
TCP/IP ou equivalentes, desde que: de congestionamento de redes, tais como rotas
a) não configurem substituto à internet em alternativas em casos de interrupções da rota
seu caráter público e irrestrito; e principal e em situações de emergência. 127
§ 2o A Agência Nacional de Telecomuni- Parágrafo único. A transmissão de dados
cações – Anatel atuará na fiscalização e na nos casos elencados neste artigo será gratuita.
apuração de infrações quanto aos requisitos
técnicos elencados neste artigo, consideradas Art. 9o Ficam vedadas condutas unilaterais ou
as diretrizes estabelecidas pelo Comitê Gestor acordos entre o responsável pela transmissão,
da Internet – CGIbr. pela comutação ou pelo roteamento e os pro-
vedores de aplicação que:
Art. 6o Para a adequada prestação de serviços I – comprometam o caráter público e irres-
e aplicações na internet, é permitido o geren- trito do acesso à internet e os fundamentos,
ciamento de redes com o objetivo de preservar os princípios e os objetivos do uso da internet
sua estabilidade, segurança e funcionalidade, no País;
utilizando-se apenas de medidas técnicas com- II – priorizem pacotes de dados em razão de
patíveis com os padrões internacionais, desen- arranjos comerciais; ou
volvidos para o bom funcionamento da internet, III – privilegiem aplicações ofertadas pelo
e observados os parâmetros regulatórios expe- próprio responsável pela transmissão, pela co-
didos pela Anatel e consideradas as diretrizes mutação ou pelo roteamento ou por empresas
estabelecidas pelo CGIbr. integrantes de seu grupo econômico.
Art. 19. A apuração de infrações à ordem eco- Art. 22. Este Decreto entra em vigor trinta
nômica ficará a cargo do Sistema Brasileiro dias após a data de sua publicação.
de Defesa da Concorrência, nos termos da Lei
no 12.529, de 30 de novembro de 2011. Brasília, 11 de maio de 2016; 195o da Indepen-
dência e 128o da República.
Art. 20. Os órgãos e as entidades da admi-
nistração pública federal com competências DILMA ROUSSEFF
específicas quanto aos assuntos relacionados
a este Decreto atuarão de forma colaborativa, Decretado em 11/5/2016 e publicado no DOU de
consideradas as diretrizes do CGIbr, e deverão 11/5/2016 – Edição extra.
zelar pelo cumprimento da legislação brasileira,
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
130
Decreto no 7.963/2013
Institui o Plano Nacional de Consumo e Cidadania e cria a Câmara Nacional das Relações de Consumo.
Nacional de Defesa do Consumidor será com- to, Orçamento e Gestão poderá, nos termos do
posto, dentre outras, pelas seguintes políticas § 7o do art. 93 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro
e ações: de 1990, determinar o exercício temporário
I – estimulo à interiorização e ampliação de servidores ou empregados dos órgãos inte-
do atendimento ao consumidor, por meio de grantes do Observatório Nacional das Relações
parcerias com Estados e Municípios; de Consumo da administração pública federal
II – promoção da participação social junto ao direta e indireta para desempenho de atividades
Sistema Nacional de Defesa do Consumidor; e no âmbito do Ministério da Justiça, com obje-
III – fortalecimento da atuação dos Procons tivo de auxiliar a gestão do Plano Nacional de
na proteção dos direitos dos consumidores. Consumo e Cidadania.
§ 1o A determinação de exercício tempo-
Art. 8o Dados e informações de atendimento rário referido no caput observará os seguintes
ao consumidor registrados no Sistema Nacio- procedimentos:
nal de Informações de Defesa do Consumidor I – requisição do Ministro de Estado da
– SINDEC, que integra os órgãos de proteção Justiça ao Ministro de Estado ou autoridade
132 e defesa do consumidor em todo o território
competente de órgão integrante da Presidência economista, do Plano Geral de Cargos do Poder
da República a que pertencer o servidor; Executivo – PGPE.
II – o órgão ou entidade cedente instruirá
o processo de requisição no prazo máximo de Art. 16. O Conselho de Ministros da Câmara
dez dias, encaminhando-o ao Ministério do Nacional das Relações de Consumo elaborará,
Planejamento, Orçamento e Gestão; e em prazo definido por seus membros e forma-
III – examinada a adequação da requisição lizado em ato do Ministro de Estado da Justiça,
ao disposto neste Decreto, o Ministro de Estado proposta de regulamentação do § 3o do art. 18
do Planejamento, Orçamento e Gestão editará, da Lei no 8.078, de 1990, para especificar pro-
no prazo de até dez dias, ato determinando o dutos de consumo considerados essenciais e
exercício temporário do servidor requisitado. dispor sobre procedimentos para uso imediato
§ 2o O prazo do exercício temporário não das alternativas previstas no § 1o do art. 18 da
poderá ser superior a um ano, admitindo-se referida Lei.
prorrogações sucessivas, de acordo com as ne-
cessidades do projeto. Art. 17. Este Decreto entra em vigor na data
§ 3o Os servidores de que trata o caput de sua publicação.
deverão, preferencialmente, ser ocupantes de
cargos efetivos de Especialista em Regulação de Brasília, 15 de março de 2013; 192o da Indepen-
Serviços Públicos de Telecomunicações, de Es- dência e 125o da República.
pecialista em Regulação de Serviços Públicos de
Energia, de Especialista em Regulação de Saúde DILMA ROUSSEFF
Suplementar, e de Especialista em Regulação de
Aviação Civil, integrantes das carreiras de que Decretado em 15/3/2013 e publicado no DOU de
trata a Lei no 10.871, de 20 de maio de 2004, e 15/3/2013 – Edição extra.
de Analista em Tecnologia da Informação e de
Normas correlatas
133
Decreto no 4.680/2003
Regulamenta o direito à informação, assegurado pela Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990,
quanto aos alimentos e ingredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal que
contenham ou sejam produzidos a partir de organismos geneticamente modificados, sem prejuízo
do cumprimento das demais normas aplicáveis.
Normas correlatas
135
Decreto no 1.306/1994
Regulamenta o Fundo de Defesa de Direitos Difusos, de que tratam os arts. 13 e 20 da Lei no 7.347,
de 24 de julho de 1985, seu Conselho Gestor e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das Art. 3o O FDD será gerido pelo Conselho
atribuições que lhe confere o art. 84, incisos Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos
IV e VI, da Constituição, e tendo em vista o Difusos (CFDD), órgão colegiado integrante
disposto nos arts. 13 e 20, da Lei no 7.347, de da estrutura organizacional do Ministério da
24 de julho de 1985, Justiça, com sede em Brasília, e composto pelos
seguintes membros:
DECRETA: I – um representante da Secretaria Nacional
do Consumidor do Ministério da Justiça, que
Art. 1o O Fundo de Defesa de Direitos Difusos o presidirá;
(FDD), criado pela Lei no 7.347, de 24 de julho II – um representante do Ministério do Meio
de 1985, tem por finalidade a reparação dos Ambiente e da Amazônia Legal;
danos causados ao meio ambiente, ao consumi- III – um representante do Ministério da
dor, a bens e direitos de valor artístico, estético, Cultura;
histórico, turístico, paisagístico, por infração à IV – um representante do Ministério da
ordem econômica e a outros interesses difusos Saúde vinculado à área de vigilância sanitária;
e coletivos. V – um representante do Ministério da Fa-
zenda;
Art. 2o Constituem recursos do FDD o pro- VI – um representante do Conselho Ad-
duto da arrecadação: ministrativo de Defesa Econômica – CADE;
I – das condenações judiciais de que tratam VII – um representante do Ministério Pú-
os arts. 11 e 13, da Lei no 7.347, de 24 de julho blico Federal;
de 1985; VIII – três representantes de entidades civis
II – das multas e indenizações decorrentes que atendam aos pressupostos dos incisos I e
da aplicação da Lei no 7.853, de 24 de outubro II, do art. 5o, da Lei no 7.347, de 24 de julho
de 1989, desde que não destinadas à reparação de 1985.
de danos a interesses individuais; § 1o Cada representante de que trata este
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
III – dos valores destinados à União em vir- artigo terá um suplente, que o substituirá nos
tude da aplicação da multa prevista no art. 57 seus afastamentos e impedimentos legais.
e seu parágrafo único e do produto de inde- § 2o É vedada a remuneração, a qualquer
nização prevista no art. 100, parágrafo único, título, pela participação no CFDD, sendo a
da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990; atividade considerada serviço público relevante.
IV – das condenações judiciais de que trata
o parágrafo 2o, do art. 2o, da Lei no 7.913, de 7 Art. 4o Os representantes e seus respectivos
de dezembro de 1989; suplentes serão designados pelo Ministro da
V – das multas referidas no art. 84, da Lei Justiça; os dos incisos I a V dentre os servidores
no 8.884, de 11 de junho de 1994; dos respectivos Ministérios, indicados pelo
VI – dos rendimentos auferidos com a apli- seu titular; o do inciso VI dentre os servidores
cação dos recursos do Fundo; ou Conselheiros, indicado pelo Presidente da
VII – de outras receitas que vierem a ser Autarquia; o do inciso VII indicado pelo Procu-
destinadas ao Fundo; rador-Geral da República, dentre os integrantes
VIII – de doações de pessoas físicas ou ju- da carreira, e os do inciso VIII indicados pelas
136 rídicas, nacionais ou estrangeiras.
respectivas entidades devidamente inscritas Parágrafo único. Os recursos serão priorita-
perante o CFDD. riamente aplicados na reparação específica do
Parágrafo único. Os representantes serão dano causado, sempre que tal fato for possível.
designados pelo prazo de dois anos, admitida
uma recondução, exceto quanto ao represen- Art. 8o Em caso de concurso de créditos decor-
tante referido no inciso I, do art. 3o, que poderá rentes de condenação prevista na Lei no 7.347,
ser reconduzido por mais de uma vez. de 24 de julho de 1985, e depositados no FDD,
e de indenizações pelos prejuízos individuais
Art. 5o Funcionará como Secretaria-Executiva resultantes do mesmo evento danoso, estas
do CFDD a Secretaria Nacional do Consumidor terão preferência no pagamento, de acordo
do Ministério da Justiça. com o art. 99 da Lei no 8.078, de 1990.
Parágrafo único. Neste caso, a importância
Art. 6o Compete ao CFDD: recolhida ao FDD terá sua destinação sustada
I – zelar pela aplicação dos recursos na enquanto pendentes de recurso as ações de
consecução dos objetivos previstos nas Leis indenização pelos danos individuais, salvo na
nos 7.347, de 1985, 7.853, de 1989, 7.913, de hipótese de o patrimônio do devedor ser ma-
1989, 8.078, de 1990 e 8.884, de 1994, no âmbito nifestamente suficiente para responder pela
do disposto no art. 1o deste decreto; integralidade das dívidas.
II – aprovar convênios e contratos, a serem
firmados pela Secretaria Executiva do Conse- Art. 9o O CFDD estabelecerá sua forma de
lho, objetivando atender ao disposto no inciso funcionamento por meio de Regimento In-
I deste artigo; terno, que será elaborado dentro de sessenta
III – examinar e aprovar projetos de recons- dias, a partir da sua instalação, aprovado por
tituição de bens lesados, inclusive os de caráter Portaria do Ministro da Justiça.
científico e de pesquisa;
IV – promover, por meio de órgãos da ad- Art. 10. Os recursos destinados ao Fundo se-
ministração pública e de entidades civis in- rão centralizados em conta especial mantida no
teressadas, eventos educativos ou científicos; Banco do Brasil S.A., em Brasília, DF, denomi-
V – fazer editar, inclusive em colaboração nada “Ministério da Justiça – CFDD – Fundo”.
com órgãos oficiais, material informativo so- Parágrafo único. Nos termos do Regimento
bre as matérias mencionadas no art. 1o deste Interno do CFDD, os recursos destinados ao
Decreto; Fundo provenientes de condenações judiciais
VI – promover atividades e eventos que e de aplicação de multas administrativas de-
contribuam para a difusão da cultura, da pro- verão ser identificados segundo a natureza
teção ao meio ambiente, do consumidor, da da infração ou do dano causado, de modo a
livre concorrência, do patrimônio histórico, permitir o cumprimento do disposto no art. 7o
artístico, estético, turístico, paisagístico e de deste Decreto.
outros interesses difusos e coletivos;
VII – examinar e aprovar os projetos de Art. 11. O CFDD, mediante entendimento a
modernização administrativa dos órgãos pú- ser mantido com o Poder Judiciário e os Mi-
blicos responsáveis pela execução das políticas nistérios Públicos Federal e Estaduais, será
relativas às áreas a que se refere o art. 1o deste informado sobre a propositura de toda ação
Decreto; civil pública, a existência de depósito judicial,
VIII – elaborar o seu Regimento Interno. de sua natureza, e do trânsito em julgado da
Normas correlatas
decisão.
Art. 7o Os recursos arrecadados serão distri-
buídos para a efetivação das medidas dispostas Art. 12. Este Decreto entra em vigor na data
no artigo anterior e suas aplicações deverão de sua publicação.
estar relacionadas com a natureza da infração
ou do dano causado. 137
Art. 13. Fica revogado o Decreto no 407, de ITAMAR FRANCO
27 de dezembro de 1991.
Decretado em 9/11/1994, publicado no DOU de
Brasília, 9 de novembro de 1994; 173o da In- 10/11/1994 e retificado no DOU de 11/11/1994.
dependência e 106o da República.
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
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Esta obra reproduz o texto integral da Lei no 8.078/1990, conhecida como Código de Defesa
do Consumidor (CDC). A Constituição Federal de 1988 já apontara, em seus arts. 5o,
XXXII, 150 e 170, a necessidade de promoção de uma política de defesa do consumidor.
Promulgado em 11 de setembro de 1990 e reconhecido internacionalmente como um
avançado marco na área, o CDC passou a regular as relações de consumo no Brasil nas
esferas civil, administrativa e penal.