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AO JUÍZO DA VARA DOS FEITOS RELATIVOS ÀS RELAÇÕES DE CONSUMO,

CÍVEIS E COMERCIAIS DA COMARCA DE SALVADOR/BA

TRIAGEM Nº: (NÚMERO)

URGENTÍSSIMO
PRIORIDADE – PESSOA IDOSA

(NOME E QUALIFICAÇÃO DO ASSISTIDO 1), e (NOME E


QUALIFICAÇÃO DO ASSISTIDO 2), sob o patrocínio da Defensoria Pública do Estado,
por um dos seus membros, constituído na forma do art. 148, I, da Lei Complementar Estadual
nº 26/06, devendo ser intimado pessoalmente na Rua Arquimedes Gonçalves, 331, Jardim
Baiano, Salvador – BA, vêm, perante Vossa Excelência, propor a

AÇÃO DE EXTINÇÃO DE CONDOMÍNIO C/C IMISSÃO DE POSSE C/C


ALIENAÇÃO JUDICIAL C/C PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA
DE NATUREZA ANTECIPADA

do imóvel constante da casa, situada na (ENDEREÇO), em face do Sr. (NOME E


QUALIFICAÇÃO DO RÉU), pelos motivos fáticos e jurídicos avante delineados:

1. DO PROVIMENTO CGJ Nº. 05/2011 DO TJ/BA E ART 319, II CPC

Requerem o recebimento e processamento da presente demanda, ainda que não


indicados amiúde todos os dados pessoais das partes, conforme autoriza o Art. 1º., § 7º. do
Provimento CGJ nº. 05/2011.

Assim, também quanto ao eventual não atendimento ao Art. 319, inciso II do CPC,
uma vez que a obtenção de alguns daqueles dados é, no momento, excessivamente onerosa
aos Autores, a teor do quanto autoriza o § 3º. do já mencionado Artigo.

2. DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

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Inicialmente, requerem o benefício da Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da
Lei nº. 1.060/50, por não possuírem recursos suficientes para arcar com as despesas
processuais e os honorários advocatícios, sem prejuízo dos seus sustentos e das suas famílias;
bastando, para tanto, conforme estipula o caput do Art. 4º, da citada Lei, a simples afirmação
de tal situação na petição inicial.

3. DA PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO

Nesse sentido, o Estatuto do Idoso - Lei nº. 10.741/03 - e o CPC asseguram em seus
Arts. 71 e 1.048, inciso I, respectivamente, a prioridade na tramitação de feitos em que figura
como parte pessoa maior de 60 (sessenta) anos.

Além disso, o Decreto Judiciário nº. 022, editado pelo Presidente do Tribunal de
Justiça do Estado da Bahia no dia 20/07/2007, DPJ nº. 4275, reforça a necessidade de
tramitação prioritária à parte idosa.

Posto isto, requerem que conste dos registros da presente demanda a anotação
“PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO – Estatuto do Idoso”, a fim de efetivar o cumprimento
do comando legal.

4. DOS FATOS E DO DIREITO

Os Autores e o Réu são filhos e herdeiros dos Srs. (NOMES DOS PAIS) (falecidos,
respectivamente, em (DATA) e (DATA)), sendo que foi ajuizada a Ação de Inventário sob
autos do Processo nº. (NÚMERO), na qual foi nomeado Inventariante o primeiro Autor, Sr.
(NOME), tendo sido proferida sentença em 06/11/2014, que determinou a partilha do bem
imóvel supracitado, cujo formal de partilha foi devidamente expedido, consoante consta das
cópias dos documentos anexos.

Ocorre que o Réu se recusa a proceder à divisão do patrimônio comum, seja não
permitindo que os Autores exerçam um dos atributos primordiais e inerentes à propriedade,
qual seja, a posse (direta), posto que apenas o Réu ocupa o referido imóvel, há muitos anos,

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como se aquele apenas lhe pertencesse e de forma integral, seja não buscando a compra/venda
das cotas-partes de tais partes, uns dos outros, ou a venda a terceiros, através da devida
avaliação e divisão igualitária do valor apurado.

Repise-se, inclusive, que o Réu reside no referido imóvel há muitos anos, impedindo
que os Autores possam exercer quaisquer atos relativos àquele bem, dificultando que sejam
adotadas as providências necessárias, inclusive, à alienação daquele, o qual deve ser
devidamente avaliado.

Fato é que os Autores têm sido deveras prejudicados pela conduta inadmissível do
Réu, conforme mencionado acima.

A par de todas as tentativas de proceder à resolução de tal demanda de forma


conciliatória, inclusive mediante a expedição de notificação ao Réu em 07/10/2016, não se
obteve êxito.

Atente-se, inclusive, para o fato de que o segundo Autor, Sr. (NOME), encontra-se
com a saúde deveras abalada, pois é portador de Leucemia Linfocítica Crônica, estando em
tratamento de saúde, além disso, o primeiro Autor, Sr. (NOME), encontra-se residindo em
imóvel locado, a par de não ter condições financeiras para tanto.

Assim pontua a doutrina:

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Posse e propriedade. Transmissão. Com a morte do autor da herança, a posse
e a propriedade dos bens que a compõem transmitem-se desde logo aos
herdeiros, sem que haja necessidade nem de intenção de ter como
proprietário ou de possuir (animus), nem de apreensão física da coisa
(corpus). Oriunda da Gewere do direito alemão medieval, essa transmissão
automática de pleno direito, por força de lei, também se denomina direito de
saisina (droit de saisine) (BGB §§ 857, 1922 e 1942; CCfr. 724: le mort
saisit le vif - o morto institui o vivo). O de cujus era titular desses direitos e
obrigações até o momento que precede sua more. Com a morte de cujus,
seus herdeiros passam a ser os novos titulares da herança, substituindo o
antigo titular. A transmissão da posse e da propriedade para os novos
titulares da herança, substituindo o antigo titular. A transmissão da posse dá-
se ope legis, independentemente de qualquer outro ato, providência ou
circunstância. Ainda que não tenha sido aberto inventário, os herdeiros já são
possuidores e proprietários a partir do momento da morte do de cujus.
(NERY JUNIIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código Civil
comentado. 8 Ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011, p. 1.291)

Destarte, em razão da indivisibilidade e unitariedade do acervo hereditário, mediante a


formação de um condomínio pro indiviso, exercem os herdeiros a composse de todo o bem
imóvel acima citado e, assim, o exercício de atos possessórios por alguns dos herdeiros, não
pode e não deve excluir o direito dos outros herdeiros. A este respeito, Nelson NERY
JUNIOR e Rosa Maria de Andrade NERY lecionam:

Universalidade. Indivisibilidade. A herança forma um todo indivisível e


enseja a formação de condomínio pro indiviso entre os herdeiros (CC 1.791,
parágrafo único). Todos têm tudo da herança, de modo que nenhum deles
pode exercer atos possessórios que excluam direitos dos demais. (...) Todos
exercem posse sobre toda a herança (composse). Cabe a defesa da
indivisibilidade pelo herdeiro prejudicado, exercitável contra o herdeiro que
quiser inverter o título da posse, em detrimento do direito dos demais
coerdeiros e compossuidores. (...) (ob. cit., p. 1.300).

Entrementes, a abertura da sucessão constitui um condomínio pro indiviso dos bens da


herança, de maneira que todos os herdeiros têm a posse comum sobre a totalidade dos bens
(composse).

Assim, o bem supracitado foi objeto de partilha já julgada por sentença e, em face do
que dispõe o Art. 1.784 do Código Civil, que consagrou o princípio da saisine, o domínio das
frações ideais, a rigor, havia sido transferido aos herdeiros desde a abertura da sucessão.

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A imissão de posse é o ato judicial que faz voltar a posse da coisa à pessoa a quem,
por direito, pertence, ou sob cuja guarda deve estar. A medida é para dar posse, colocar na
posse, introduzir na posse.

Está plenamente demonstrado o jus possessionis pacífico e INCONTROVERSO, o


que demonstra o direito dos Autores de serem imitidos na posse.

É, pois, a imissão de posse o recurso legal cabível para introduzir na posse todo aquele
que a deva ter em relação à coisa por demonstrar que tem direito a ela.

Dessa forma, não há qualquer impedimento para a efetivação da imissão na posse do


bem dos Autores antes do registro do formal de partilha expedido, pois este constitui forma
válida de aquisição da propriedade, o que autoriza aqueles a intentaram a presente ação.

Ademais, observe-se também os seguintes decisórios, considerando-se que já foi


expedido o formal de partilha:

Agravo de instrumento. Inventário – Decisão que determinou registro de


formal de partilha para prosseguimento de inventário – Falecida que se
tornou titular de direitos sobre bens imóveis por força de herança –
Desnecessidade do registro do formal de partilha – Transmissão da herança
que se dá com a abertura da sucessão, nos termos do artigo 1.784 do Código
Civil – Homologação da partilha que constitui prova suficiente de direitos
sobre o bem partilhado – Reforma da decisão agravada. Dá-se provimento ao
recurso.  
(TJSP;  Agravo de Instrumento 2007897-84.2019.8.26.0000; Relator
(a): Christine Santini; Órgão Julgador: 1ª Câmara de Direito Privado; Foro
Regional I - Santana - 1ª Vara da Família e Sucessões; Data do Julgamento:
18/06/2019; Data de Registro: 18/06/2019)

Dispõe o Art. 1.321, do Código Civil que aplicam-se à divisão do condomínio, no que
couber, as regras de partilha de herança (arts. 2.013 a 2.022).
Os Tribunais do país assim têm entendido:

Deve ser deferido o pedido do condômino que não quer continuar no estado
de indivisão, para que se realiza a venda judicial da coisa comum, no caso de
não ser possível, de fato e de direito, acordo amigável versando sobre a
adjudicação pelo imóvel a um dos condôminos, mediante a competente
reposição do preço." (Revista de Direito, 70:342).

Para Caio Mário da Silva Pereira

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[...] a comunhão não é a modalidade natural da propriedade. É um estado
anormal (Clóvis Beviláqua), muito freqüentemente gerador de rixas e
desavenças, e fomentador de discórdias e litígios. Por isto mesmo, considera-
se um estado transitório, destinado a cessar a todo tempo. A propósito, vige
então a idéia central que reconhece aos condôminos o direito de lhe pôr
termo. É lícito aos condôminos acordarem em que a coisa fique indivisa [...]
Guardada essa ressalva, pode qualquer condômino a todo tempo exigir a
divisão da coisa comum (Código Civil, art. 1.320) [...]

Tal disposição é acompanhada pelo Art. 730 do Código de Processo Civil, que prevê
alienação por meio de leilão da coisa comum indivisível (ou que, pela divisão, se torna
imprópria ao seu destino – o que se perfaz o presente caso, vez que a coisa, juridicamente
indivisível, deve ser convertida em dinheiro), se verificada a existência de desacordo quanto à
adjudicação a um dos condôminos.

Imperioso se faz também a observância dos seguintes julgados dos Tribunais Pátrios
acerca do tema:

PROCESSUAL.CIVIL.EXTINÇÃO DE CONDOMÍNIO. AUSÊNCIA DE


CONSENSO PARA A VENDA DO BEM. DECISÃO QUE DECLAROU
EXTINTO O CONDOMÍIO E DETERMINOU A VENDA DO IMÓVEL
OBJETO DA LIDE EM HASTA PÚBLICA. IRRESIGNAÇÃO DA RÉ. OS
CONDÔMINOS DISCORDAREM QUANTO AOS TERMOS DA VENDA
DO BEM MÓVEL, A ALIENAÇÃO JUDICIAL SE TORNA O
INSTRUMENTO ADEQUADO À DISSOLUÇÃO DO CONDOMÍNIO.
SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA QUE DEVE SER MANTIDA.
MAJORAÇÃO DOS HONORÁRIOS RECURSAIS. RECURSO NÃO
PROVIDO. Insurge-se a ré/apelante contra sentença que declarou extinto o
condomínio e determinou a venda do imóvel em hasta pública por preço não
inferior a avaliação judicial. Inexistência de cerceamento de defesa.
Desnecessária avaliação do imóvel nesta fase processual. Aquele que
mantém propriedade imóvel indivisível poderá provocar o Poder Judiciário,
manifestando o desinteresse na continuidade da copropriedade, sempre que a
extinção do condomínio for inviável pelas vias extrajudiciais, podendo
ingressar com a ação judicial a qualquer tempo. Inexistindo consenso entre
as partes, qualquer dos condôminos poderá requerer a alienação da
coisa comum, a fim de se repartir o produto na proporção de cada
quinhão quando não for possível o uso e gozo em conjunto do imóvel
indivisível. Se os condôminos discordarem quanto aos termos da venda do
bem imóvel, a alienação judicial se torna o instrumento adequado à
dissolução do condomínio, realizando-se a consequente divisão do valor
obtido. Majoração dos honorários recursais para 11% sobre o valor da causa.
Recurso não provido (0013775-78.2014.8.19.0037 - APELAÇÃO. Des(a).
LINDOLPHO MORAIS MARINHO - Julgamento: 31/10/2017 - DÉCIMA
SEXTA CÂMARA CÍVEL) (grifo nosso)

Constituindo-se como um direito subjetivo individual tutelado per si em nosso


ordenamento jurídico, em face de sua importância no contexto social, a legislação pátria versa
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no sentido de respeitar os direitos inerentes à posse e à propriedade, onde, remetendo-se ao
caso em questão, pode-se verificar que os Autores dispõem de poderes suficientes para
requerer a investidura na posse do bem litigioso.

Os Autores encontram-se em situação de absoluto desespero, não lhes restando outra


alternativa senão a via judicial para solucionar a presente demanda.

Não se pode olvidar que a Constituição Federal autorizou a chamada “Tutela


Preventiva”, ao dispor que a simples “ameaça de lesão ao direito” já assegura ao demandante
o nobre direito à ação.

Observe o que dispõe o Art. 300 e seguintes do CPC, os quais são aplicáveis ao caso
sob comento, conforme argumentação abaixo:

Art. 300.  A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo. [...]
§2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após
justificação prévia.
§3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando
houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.

Observe-se que os Autores requerem, como providência protetiva dos direitos de quem
compõe o polo ativo neste feito, que se digne, Vossa Excelência, em conceder a Tutela de
Urgência Antecipada, no sentido de determinar a imissão dos Autores na posse do imóvel,
posto que os mesmos vêm sendo prejudicados com a conduta do Réu.

No caso em tela estão presentes os requisitos do Art. 300 do CPC, quais sejam a
probabilidade do direito, vez que os documentos constantes dos anexos comprovam os fatos
alegados; e o perigo de dano, vez que se os Autores não for imitidos na posse do imóvel,
continuarão sendo prejudicados.

Sendo assim, mister que seja concedida a tutela antecipatória inaudita altera pars,
para que os Autores sejam imitidos na posse do imóvel, imediatamente, sob pena de multa
diária de R$ 1.000,00 (mil reais), para a hipótese de descumprimento nos termos do Art. 297
do CPC.

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Dessa forma, o que se pretende ver decidido antecipadamente, na verdade, é uma
solução que se impõe no presente caso, eis que aguardar uma deliberação final dentro do
procedimento, configurar-se-á, indubitavelmente, danos ainda maiores aos Autores.

Com isso, faz-se imperioso introduzir os Autores na posse do bem imóvel, pondo fim
à longa espera pela resolução do conflito.

Diante dos fatos narrados e dos fundamentos jurídicos apresentados, é indiscutível que
os Autores têm o direito de exigir que sejam imitidos na posse do imóvel, imediatamente,
como forma de evitar ainda mais danos àqueles.

É perfeitamente cabível o pedido de tutela provisória de urgência de natureza


antecipada no presente caso, posto que esse instituto pode ser deduzido em todas as ações
regidas pelo procedimento comum, desde que estejam presentes os requisitos legais para sua
concessão. Conforme julgado, abaixo transcrito, cujo posicionamento demonstra a
preocupação com a efetividade do processo e com a atenuação dos efeitos corrosivos que o
tempo exerce sobre o mesmo, corrobora-se a assertiva acima, vejamos:

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EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE IMISSÃO NA
POSSE - TUTELA ANTECIPADA - REQUISITOS PRESENTES -
RECURSO NÃO PROVIDO.
A ação de imissão de posse é ação de natureza real de quem possui título
legítimo para imitir-se na posse de bem, ou seja, do proprietário que ainda
não exerceu a posse sobre a coisa.
Configurada a existência dos pressupostos de convencimento da alegação
apresentada, assim como o fundado receio de dano irreparável ou de difícil
reparação, deve ser deferida a tutela antecipatória (art. 273, do Código de
Processo Civil).  (TJMG -  Agravo de Instrumento-Cv  1.0481.15.020885-
0/001, Relator(a): Des.(a) Belizário de Lacerda , 7ª CÂMARA CÍVEL,
julgamento em 05/04/2016, publicação da súmula em 11/04/2016)

AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE IMISSÃO NA POSSE -


TUTELA DE URGÊNCIA DE NATUREZA ANTECIPADA -
PRESENTES OS REQUISITOS LEGAIS.
- Na sistemática adotada pelo Código de Processo Civil de 2015, as medidas
acautelatórias e antecipatórias foram amalgamadas sob a égide de um único
instituto, o da tutela de urgência, apresentando, a priori, como requisitos para
a sua concessão a ocorrência cumulativa das seguintes situações: a existência
de elementos que evidenciem a probabilidade do direito alegado e perigo de
dano ou risco ao resultado útil do processo.
- Presentes os requisitos legais, deve ser mantida a decisão que deferiu o
pleito antecipatório.  (TJMG -  Agravo de Instrumento-Cv
1.0281.18.001121-1/001, Relator(a): Des.(a) Alexandre Santiago , 11ª
CÂMARA CÍVEL, julgamento em 20/03/2019, publicação da súmula em
29/03/2019)

Sustentam os Autores a necessidade de medida urgente para que sejam imitidos na


posse do imóvel supracitado, uma vez que necessitam do referido imóvel para do mesmo
disporem, posto que preenchidos os requisitos autorizadores para tanto.

5. DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO

Adjetivo, que seja realizada audiência de autocomposição, comprometendo-se os


Autores a comparecerem na referida assentada.

Requerem, ainda, que as intimações para comparecimento à audiência sejam feitas na


pessoa das partes, dada as peculiaridades das atribuições defensoriais, com fulcro no Art. 186,
§ 2º. do CPC.

6. DOS PEDIDOS

Isto posto, requerem:


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a) A concessão dos benefícios da assistência judiciária gratuita, nos termos dos Arts. 98 e
99, § 3º. do Código de Processo Civil, porquanto desprovido de recursos financeiros para
custeio das despesas processuais e dos honorários advocatícios;

b) A concessão da tutela de urgência, inaudita altera pars, para determinar a imediata


imissão dos Autores na posse do imóvel supracitado, cientificando o Réu de que deve cessar
"in continenti" os atos ora denunciados;

c) A citação do Réu, para, querendo, contestar o presente pedido, sob pena de, não o
fazendo, serem aceitos como verdadeiros os fatos articulados pelos Autores na petição inicial;

d) A PROCEDÊNCIA DO PEDIDO, extinguindo-se o condomínio e confirmando a


tutela concedida ou imitindo os Autores definitivamente na posse do imóvel, caso não tenha
sido concedida a antecipação dos efeitos da tutela pretendida, bem como determinando a
imediata alienação do referido imóvel e a divisão igualitária do produto da venda entre os
Autores e o Réu;

e) A citação do Réu para comparecer acompanhado de advogado, à audiência de


conciliação ou de mediação, com a menção do dia, da hora e do lugar do comparecimento,
nos termos do Art. 250, inciso IV do CPC/2015;

f) A condenação do Réu ao ônus da sucumbência, observando o que dispõe a Lei


Complementar Estadual nº. 26/06 quanto à reversão das verbas respectivas à Defensoria
Pública do Estado, devendo o pagamento das custas processuais e honorários advocatícios ser
feito em favor do FUNDO DE ASSISTÊNCIA JURÍDICA DA DEFENSORIA PÚBLICA
DO ESTADO DA BAHIA, a serem depositados/recolhidos na conta corrente nº. 992.831-6,
agência nº. 3832-6, do Banco do Brasil, nos termos da Lei Estadual nº. 11.045/2008;

g) A produção de todos os meios de prova em Direito admissíveis, especificadamente, a


pericial, a juntada de documentos, o depoimento pessoal da parte contrária, e a oitiva de
testemunhas, consoante rol anexo, que deverão ser pessoalmente intimadas, nos termos do
Art. 455, § 4º, IV do CPC, bem como quaisquer outras providências que esse Juízo julgue
necessárias à perfeita resolução do feito, ficando tudo de logo requerido;
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h) A observância do cumprimento das prerrogativas de intimação pessoal do (a) Defensor
(a) Público (a) com atuação no feito, e a contagem em dobro de todos os prazos processuais.

Dá-se a causa o valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).

Nestes termos, pedem deferimento.


Salvador/BA, 7 de maio de 2023.

(nome dx defensorx púlicx)


DEFENSOR PÚBLICO

ROL DE TESTEMUNHAS

1 – (NOME), residente à (ENDEREÇO);


2 – (NOME), residente à (ENDEREÇO);

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