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QUESTÕES OBJETIVAS
(R.: letra “C”. O direito pré-constitucional, em face da Constituição superveniente, NÃO está sujeito
à aferição de constitucionalidade. Trata-se de direito intertemporal: quando a lei anterior à
Constituição é MATERIALMENTE compatível com ela, é recepcionada; caso contrário, não será
RECEPCIONADA, ou seja, será REVOGADA (ADI-7/DF, 04.09.1992). Portanto, o STF não admite a
inconstitucionalidade superveniente. Como exemplo, citamos o Código Tributário Nacional – Lei
5.172/66), que embora tenha sido elaborado com quórum de lei ordinária, foi recepcionado pela nova
ordem como lei complementar, sendo que os ditames que tratam sobre matérias previstas no art.
146, I, II e III, CF só poderão ser alterados por lei complementar.
Como regra geral, o Brasil adotou a impossibilidade do fenômeno da repristinação, salvo se a nova
ordem jurídica expressamente assim se pronunciar (art. 2º, §3º, LINDB).
Por sua vez a desconstitucionalização trata-se de fenômeno pelo qual as normas da Constituição
anterior, desde que compatíveis com a nova ordem, permanecem em vigor, mas com o status de lei
infraconstitucional).
(R.: letra “D”. A norma anterior à Constituição vigente será analisada quanto à sua compatibilidade
material, com a atual CF. Caso seja recepcionada, a norma irá adquirir o status normativo
determinado pelo texto constitucional vigente. Ex.: o Código Tributário Nacional – CTN - é uma lei
ordinária (Lei 5.172/66), que ao ser recepcionada em alguns de seus dispositivos pela atual CF,
passou a ter o status de Lei Complementar, nestas matérias, porque a CF/88 estabeleceu que alguns
assuntos tributários deveriam ser regrados por esta espécie normativa).
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3. São normas constitucionais revestidas de parametricidade (parâmetros constitucionais):
a) Parte dogmática da Constituição e Tratados Internacionais de Direitos Humanos (TIDH).
b) Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) e Tratados Internacionais sobre o
Comércio Marítimo.
c) Preâmbulo Constitucional e Pacto de San José da Costa Rica (Convenção Americana sobre
Direitos Humanos - CADH).
d) Parte Dogmática, ADCT e princípios constitucionais implícitos.
e) ADCT, Preâmbulo Constitucional e princípios da Administração Pública.
(R.: letra “D”. A: incorreta, segundo a jurisprudência do STF, nem todo Tratado Internacional de
Direitos Humanos possui força de norma constitucional, somente aqueles internalizados em nosso
ordenamento em conformidade com o quórum previsto no art. 5º, § 3º, CF; B: incorreta, Tratados
Internacionais sobre Comércio Marítimo têm força de norma infraconstitucional, revogando a lei
anterior, em sentido contrário; C: incorreta, o Pacto de San José da Costa Rica (Convenção
Americana sobre DH) possui força normativa supralegal, conforme a jurisprudência do STF).
(R.: letra “C”. Art. 5º, § 3º, CF. Atente, no que se refere à assertiva “C”, que os TIDH, aprovados
segundo o mencionado quórum, assim como as emendas constitucionais, podem ser objeto do
controle de constitucionalidade).
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(R.: letra “C”. O Decreto 6.949/09 constitucionalizou a Convenção Internacional das Pessoas com
Deficiência e o seu Protocolo Facultativo) e o Decreto 9.522/18 constitucionalizou o Tratado de
Marraqueche, para facilitar o acesso a obras publicadas às pessoas cegas, com deficiência
visual ou com outras dificuldades para aceder ao texto impresso).
(R.: letra “D”. Tanto a ADIO (art. 103, § 2º, CF), quanto a ADPF (art. 102, § 1º, CF) surgem com o
texto originário. Deve-se perceber, que o § 1º do art. 102 (outrora parágrafo único), simplesmente,
teve a sua numeração modificada, com a EC 3/93).
(R.: letra “B”. Incorreta, pois é necessária a demonstração de repercussão geral em caso de
interposição de RE (art. 102, §3º, CF c/c art. 1.035, § 2º, CPC)).
(R.: letra “C”. A: Incidente de arguição de inconstitucionalidade (art. 948/950, CPC); B: (art. 948, CPC); C:
Incorreta, pois no caso de declaração de constitucionalidade não há que se falar em Reserva de Plenário (art.
97, CF c/c art. 949, I, CPC); D: (art. 949, II e § único, CPC).
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9. A verificação da compatibilidade vertical das normas com a Constituição Federal (CF) ou
com as Constituições Estaduais (CE) pode assumir diversas classificações. Analise as
proposições a seguir e assinale a alternativa correta.
I. A inconstitucionalidade material ocorre quando o conteúdo da lei contraria a Constituição.
O procedimento legislativo constitucionalmente exigido pode ter sido obedecido, mas a
matéria é incompatível com a CF ou CE.
II. A inconstitucionalidade formal se opera quando há desrespeito à CF ou à CE no tocante
ao processo de elaboração da norma, podendo alcançar tanto o requisito competência
(inconstitucionalidade orgânica), quanto ao processo legislativo em si.
III. O controle preventivo (a priori) se perfaz quando a fiscalização da validade da norma
incidir sobre o projeto, antes de a norma estar pronta e acabada, buscando evitar a produção
de uma norma inconstitucional. Tem origem no direito francês.
IV. O controle repressivo (sucessivo ou a posteriori) ocorre quando a fiscalização da validade
incide sobre a norma pronta e acabada, já inserida no ordenamento jurídico. É o caso do
controle judicial no Brasil. Excepcionalmente, poderá ser feito pelo Legislativo, Executivo e
Tribunais de Contas.
(R.: letra “C”. A e D: incorretas. Quando a Câmara ou o Senado não aprovam proposta de emenda
constitucional que altera cláusula pétrea, estão fazendo controle prévio ou preventivo de
constitucionalidade. O controle difuso é feito posteriormente ao ato normativo, ou seja, visa reprimir
um vício de inconstitucionalidade existente. Esse controle, normalmente, é realizado pelo Poder
Judiciário; B: incorreta. Diferentemente do concentrado, em que o controle federal se concentra no
STF e o estadual nos Tribunais de Justiça dos Estados, o controle difuso é realizado por qualquer juiz
ou tribunal, num caso concreto. Desse modo, é errada a afirmação de que há apenas um legitimado
para julgar; C: correta. De fato, o exercício do controle difuso é reconhecido a todos os membros do
Poder Judiciário; E: incorreta. O chefe do Poder Executivo, ao vetar um projeto de lei que reputa
inconstitucional, faz controle prévio de constitucionalidade).
11. (Analista – TRE/SP – 2012 – FCC) De acordo com o texto da Constituição da República
e com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, em matéria de controle de
constitucionalidade é correto afirmar:
a) Viola a cláusula de reserva de plenário a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não
declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua
incidência, no todo ou em parte.
b) A cláusula de reserva de plenário não se aplica aos processos de competência da justiça do
Trabalho e da Justiça Eleitoral.
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c) Aos magistrados dos juizados especiais é vedado o exercício do controle de constitucionalidade
de leis e atos normativos.
d) As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade, produzem eficácia contra
todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário, mas não vinculam a
atuação da administração pública.
e) Compete ao Supremo Tribunal Federal julgar as ações declaratórias de constitucionalidade de lei
ou ato normativo federal ou estadual.
(R.: letra “A”. A: correta, (Súmula Vinculante nº 10/STF); B: incorreta. A cláusula de reserva de
plenário, prevista no art. 97, CF, determina que os Tribunais (órgãos colegiados), ao declararem a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, façam-no pelo voto da maioria absoluta de seus
membros ou dos membros do respectivo órgão especial. Tal regra é aplicada também na Justiça do
Trabalho e na Justiça Eleitoral; C: incorreta, pois o controle difuso (ou incidental) de
inconstitucionalidade, aquele se que dá em um caso concreto, pode ser feito por qualquer juiz ou
qualquer tribunal; D: incorreta, pois as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo
Tribunal Federal nas ações de controle concentrado, vinculam também a Administração Pública (art.
102, § 2º, CF); E: incorreta. Só cabe ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo
de natureza federal (art. 102, I, “a”, CF)).
(R.: letra “C”. O controle de constitucionalidade preventivo tem origem no direito francês. No
Judiciário, o controle preventivo é admitido pelo STF na hipótese de impetração de Mandado de
Segurança por deputados e senadores (não pelo Presidente da República), para evitar a tramitação
de proposta de emenda constitucional que fira o art. 60, § 4º, CF, por entender que os congressistas
têm direito líquido e certo ao devido processo legislativo).
13. (Procurador do Estado/PA – 2011) Sobre o caso Marbury v. Madison (1803), assinale a
alternativa CORRETA:
a) Trata-se de um marco do controle ocidental, porque a Suprema Corte dos Estados Unidos
proferiu, pela primeira vez, uma decisão que condenou o então Presidente George Washington, com
fundamento na Constituição de 1787.
b) Trata-se de um marco do constitucionalismo ocidental, porque a Suprema Corte criou o modelo
jurisdicional de controle de constitucionalidade concentrado e abstrato, assim como um Tribunal
Constitucional, inspirado na Teoria Pura do Direito de Hans Kelsen, para decidir sobre a validade dos
atos emanados pelos Poderes Executivo e Legislativo.
c) Trata-se de um marco do constitucionalismo ocidental, porque a Suprema Corte criou o modelo
jurisdicional de controle de constitucionalidade difuso e concreto, assim como um Tribunal
Constitucional, inspirado no pensamento de Hans Kelsen, para decidir sobre a validade de atos
emanados pelos Poderes Executivo e Legislativo.
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d) Trata-se de um marco do constitucionalismo ocidental, porque a Suprema Corte assentou que a
imunidade do Executivo não era um valor absoluto e que, nas circunstâncias, deveria ser ponderada
com a necessidade de produção de prova em um processo penal em curso. Determinou, assim, que
o Presidente John Adams entregasse ao Judiciário documentos que o incriminavam.
e) Trata-se de um marco do constitucionalismo ocidental, porque a Suprema Corte, em que pese não
ter decidido o mérito, afirmou, em seus dicta, o princípio da supremacia da Constituição, assim como
a autoridade do Poder Judiciário para zelar por ela, inclusive invalidando os atos emanados dos
Poderes Executivo e Legislativo que a contrariem.
(R.: letra “E”. De acordo com Luís Roberto Barroso, Marbury v. Madison foi a primeira decisão na
qual a Suprema Corte afirmou seu poder de exercer o controle de constitucionalidade,
negando aplicação às leis que, de acordo com sua interpretação, fossem inconstitucionais. No
desenvolvimento de seu voto, Marshall (ex-Secretário de Estado de John Adams) dedicou a primeira
parte à demonstração de que Marbury (um dos nomeados que não recebeu o ato de investidura no
cargo) tinha direito. Na segunda parte, assentou que, se Marbury tinha o direito, necessariamente
deveria haver um remédio jurídico para assegurá-lo. Ao enfrentar a segunda questão – se a Suprema
Corte tinha competência para expedir o writ – Marshall sustentou que o § 13 da lei Judiciária de 1789,
ao criar uma hipótese de competência originária da Suprema Corte fora das que estavam previstas
no art. 3º da Constituição, incorreria em uma inconstitucionalidade. Diante do conflito entre a lei e a
Constituição, chegou a questão central do acórdão: pode a Suprema Corte deixar de aplicar, por
inválida, uma lei inconstitucional? Ao expor suas razões, enunciou ainda três grandes
fundamentos que justificam o controle judicial de constitucionalidade: a supremacia da Constituição, a
nulidade de lei que a contrarie e o Judiciário como intérprete final da Constituição. Na sequência
histórica, a Suprema Corte estabeleceu sua competência para exercer também o controle sobre atos,
leis e decisões estaduais em face da Constituição e das leis federais).
(R.: letra “E”. Trata-se da Modulação dos Efeitos Temporais da Decisão, prevista no art. 27, Lei
9.868/1999).
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b) Não viola a cláusula de reserva de plenário.
c) Viola a cláusula de reserva de plenário, mesmo que não declare expressamente a
inconstitucionalidade da lei ou ato normativo.
d) Esta cláusula não admite que monocraticamente se rejeite a arguição de invalidade dos atos
normativos.
(R.: letra “C”, conforme previsão no art. 97, CF c/c Súmula Vinculante nº 10/STF. Muitas vezes, para
“disfarçar”, os órgãos fracionários não afirmam que estão declarando a inconstitucionalidade da
norma, mas a afastam sob outro fundamento. Essa conduta viola o art. 97, CF da mesma forma. O
incidente de deslocamento, necessário por determinação do art. 97, CF, é realizado na forma dos art.
948 e 949, CPC/15, sendo desnecessário quando houver pronunciamento anterior do próprio
Pleno ou órgão especial do próprio Tribunal ou do Plenário do STF (art. 949, parágrafo único,
NCPC). Sobre o tema, deve-se conferir, ainda, o teor da Súmula Vinculante nº 10/STF: “Viola a
cláusula de reserva de plenário (art. 97, CF) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora
não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta
sua incidência, no todo ou em parte”).
(R.: letra “D”. A: incorreta. De acordo com Pedro Lenza, “os órgãos de controle variam de acordo
com o sistema de controle adotado pelo Estado, podendo ser político, jurisdicional ou híbrido. O
político se verifica em Estados onde o controle é exercido por um órgão distinto dos três Poderes,
órgão esse garantidor da supremacia da Constituição. O sistema de controle jurisdicional dos atos
normativos é realizado pelo Poder Judiciário, tanto através de um único órgão (controle concentrado),
como por qualquer juiz ou tribunal (controle difuso). No híbrido, temos uma mistura dos outros dois
sistemas acima noticiados. Assim, algumas normas são levadas a controle perante um órgão distinto
dos três poderes (controle político), enquanto outras são apreciadas pelo Poder Judiciário (controle
jurisdicional). O Brasil adotou o sistema jurisdicional misto, porque realizado pelo Poder Judiciário
– daí ser jurisdicional – tanto de forma concentrada (controle concentrado) como por qualquer juiz ou
tribunal (controle difuso)” (Direito Constitucional Esquematizado, 15ª Ed., p. 240-241); B:
incorreta. Como mencionado, o controle misto é do tipo jurisdicional, pois feito por órgãos do
Judiciário. Vale lembrar que Luís Roberto Barroso entende que o veto do Executivo a projeto de lei
por entendê-lo inconstitucional (veto jurídico), bem como a rejeição a projeto de lei na Comissão de
Constituição e Justiça seriam exemplos de controle político (O Controle de Constitucionalidade no
Direito Brasileiro, 2ª Ed., p 42-43); C: incorreta, pois de acordo com o art. 66, § 2º, CF, o veto
parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea; D: correta,
pois de fato, excepcionalmente, o Poder Judiciário pode fazer controle preventivo de
constitucionalidade, por exemplo, ao julgar mandado de segurança impetrado por parlamentares
contra a continuidade de um processo legislativo em que esteja sendo deliberado assunto tendente a
abolir uma das cláusulas pétreas. Segundo o STF, os deputados e senadores possuem o direito
líquido e certo ao chamado devido processo legislativo. Por conta disso, podem impetrar mandado
de segurança quando há violação das regras procedimentais, ainda que o processo legislativo não
tenha sido concluído. Vale lembrar que a impetração do remédio com esta finalidade específica é
dada apenas aos congressistas; E: incorreta, pois o controle político é feito por alguém que não
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integra o Judiciário. Há quem entenda que tem de ser um órgão que não faça parte de nenhum dos
três Poderes (ex. Pedro Lenza) e outros que entendem que basta ser um órgão não integrante do
Judiciário. Embora haja esses posicionamentos, ambos sustentam que o controle feito pelo Judiciário
é chamado de jurisdicional).
17. (OAB/Exame Unificado – 2012.3.A – Adaptada) João ingressa com ação individual
buscando a repetição de indébito tributário, tendo como causa de pedir a
inconstitucionalidade da Lei Federal “X”, que criou o tributo.
Sobre a demanda, assinale a alternativa correta.
a) João não possui legitimidade para ingressar com a demanda, questionando a constitucionalidade
da Lei Federal “X”, atribuída exclusivamente às pessoas e entidades previstas no art. 103 da
Constituição.
b) Caso a questão seja levada ao Supremo Tribunal Federal, em sede de recurso extraordinário, e
este declarar a inconstitucionalidade da Lei Federal “X” pela maioria absoluta dos seus membros, a
decisão terá eficácia contra todos e efeitos vinculantes.
c) O órgão colegiado, em sede de apelação, não pode declarar a inconstitucionalidade da norma,
devendo submeter a questão ao Pleno do Tribunal ou ao órgão especial (quando houver), salvo se já
houver prévio pronunciamento deste ou do plenário do STF sobre a inconstitucionalidade.
d) O juiz de primeiro grau não detém competência para a declaração de inconstitucionalidade de lei
ou ato normativo, mas somente o Tribunal de segundo grau e desde que haja prévio pronunciamento
do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.
e) João possui legitimidade para ajuizar Ação Direta de Inconstitucionalidade de lei ou ato normativo
tributário municipal.
(R.: letra “C”. A: incorreta. João possui legitimidade para ingressar com a demanda, pois está
alegando a inconstitucionalidade de lei em sede de controle difuso. A atribuição exclusiva às pessoas
e autoridades previstas no art. 103, CF é aplicada ao controle concentrado, realizado por meio das
seguintes ações: ação direta de inconstitucionalidade (ADI), ação declaratória de constitucionalidade
(ADC) e arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF); B: incorreta. Ainda que a
decisão seja proferida pelo STF, como foi dada em um caso concreto (controle difuso), os efeitos, em
regra, são inter partes (para as partes) e ex tunc (retroativos). Há a possibilidade de ampliação
desses efeitos caso o STF comunique ao Senado Federal que a norma foi declarada inconstitucional
de forma definitiva e este determine que seja suspensa a execução da lei no todo ou em parte (art.
52, X, CF); C: correta. De fato; quando a declaração de inconstitucionalidade tiver de ser dada por
um tribunal, a Constituição Federal exige que seja feita pelo voto da maioria absoluta dos seus
membros ou dos membros do respectivo órgão especial (art. 97, CF e Súm. Vinculante nº 10/STF). É
a chamada cláusula de reserva de plenário; D: incorreta. O juiz de primeiro grau pode declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, em sede de controle difuso de constitucionalidade. A
cláusula de reserva de plenário apenas se aplica quando a decisão tiver de ser dada por um Tribunal;
E: incorreta, João não pertence ao rol de legitimados à propositura da ADI, previstos no art. 103, CF
– nada foi informado na questão. Outro erro na assertiva: ato normativo municipal não pode objeto
desta espécie de ação).
(R.: letra “C”. A: incorreta. O controle difuso, também chamado aberto, é realizado por qualquer juízo
ou tribunal do Poder Judiciário; B: incorreta. Art. 52, X, CF; C: correta (art. 102, III, “b”, CF); D:
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incorreta, pois o questionamento da lei ou do ato normativo, via ação direta, não tem o condão de
determinar a suspensão do processo, onde também se discuta a questão constitucional, por via de
exceção).
19. (FGV – 2011) A empresa XYZ Ltda. ajuizou ação de mandado de segurança a fim de que
não fosse obrigada a recolher determinado imposto federal alegando a inconstitucionalidade
do referido tributo. O juiz proferiu sentença concedendo a ordem pleiteada, declarando para
tanto a inconstitucionalidade da lei. Indignada, a União federal interpôs recurso ao tribunal,
que manteve a decisão pelos mesmos fundamentos. Por fim, a União federal interpôs recurso
ao STF, que também manteve a decisão, reafirmando a inconstitucionalidade da lei tributária.
Diante desse caso, é correto afirmar que a declaração de inconstitucionalidade:
a) Vale apenas para a empresa XYZ Ltda.
b) Vale para as empresas que atuam no mesmo ramo.
c) Vale para todos os contribuintes.
d) Só terá validade após a suspensão pelo Congresso Nacional.
e) Só terá validade após a suspensão pela Câmara dos Deputados.
(R.: letra “A”. A presente hipótese trata-se de um exemplo de controle difuso de constitucionalidade.
Desse modo, como a decisão, dada em sede de controle difuso, em regra, produz efeitos inter partes,
a declaração de inconstitucionalidade valerá apenas para a empresa XYZ Ltda.).
20. (OAB/113º - Adaptada) Quando se diz caber todos os componentes do Poder Judiciário
o exercício do controle da compatibilidade vertical das normas da ordenação jurídica de um
país, está se falando em:
a) Controle constitucional difuso, por via de ação;
b) Jurisdição constitucional concentrada, por via de exceção;
c) Jurisdição constitucional difusa, por via de exceção;
d) Controle constitucional concentrado, por via de ação.
e) Inconstitucionalidade consequente de preceitos não impugnados.
(R.: letra “C”. O modelo/sistema difuso é na ampla maioria das vezes veiculado pela via de exceção
ou defesa. E: incorreta, pois a inconstitucionalidade consequente de preceitos não impugnados trata-
se de sinônimo de inconstitucionalidade por arrastamento).
22. (OAB/104º - Adaptada) Qualquer que tenha sido o órgão prolator, a decisão no controle
de constitucionalidade incidental (difuso) só alcança as partes do processo (eficácia inter
partes), não dispondo de efeito vinculante e, em regra, produzindo efeitos retroativos (ex tunc
– fulminando, desde o nascimento, a relação jurídica fundada na lei inconstitucional).
Contudo, se a decisão for proferida pelo STF, há a possibilidade de ampliação dos efeitos da
declaração incidental de inconstitucionalidade, seja mediante a aprovação de uma súmula
vinculante, seja por meio da:
a) Competência dada ao Senado Federal para suspender a execução de lei declarada
inconstitucional pelo STF;
b) Competência dada ao Presidente da Câmara dos Deputados para suspender a execução de lei
declarada inconstitucional pelo STF;
c) Competência dada ao Conselho da República para suspender a execução de lei declarada
inconstitucional pelo STF;
d) Competência dada ao Presidente da República para suspender a execução de lei declarada
inconstitucional pelo STF.
e) Competência dada à Câmara dos Deputados para revogar (ab initio) a lei declarada
inconstitucional pelo STF;
(R.: letra “A”. Na via incidental (controle difuso de constitucionalidade), para evitar que outros
interessados, posteriormente, tenham de recorrer também ao Judiciário, para obter a mesma
decisão, atribui-se ao Senado Federal a FACULDADE de suspender ato declarado inconstitucional
pelo STF, conferindo eficácia geral (erga omnes) à decisão da corte (art. 52, X: “Compete
privativamente ao Senado Federal: X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada
inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;”), proferida em um caso
concreto. O instrumento para suspensão da execução é a resolução).
23. (OAB/104º - Adaptada) Um dos grupos ou pessoas abaixo nomeados certamente não é
legitimado para intentar ação de inconstitucionalidade:
a) o Presidente da República;
b) a Mesa da Assembleia Legislativa;
c) o partido político, desde que possua representação no Congresso Nacional;
d) entidade de classe de âmbito municipal ou estadual.
e) o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
(R.: letra “D”. Quem é legitimada é a entidade de classe de âmbito nacional, cf, art. 103, X, CF. Os
legitimados previstos no art. 103, CF são os seguintes: Pres.Rep., Mesas da Câmara e do Senado,
PGR, Conselho Federal da OAB, partidos políticos com representação no Congresso Nacional,
confederações sindicais, entidades de classe de âmbito nacional, Mesas das Assembleias
Legislativas estaduais, Câmara Legislativa do DF e governadores dos estados e DF).
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d) Poderia sustar a parte do Decreto que criou a obrigação não prevista na lei, por meio de
Resolução;
e) Nada poderia fazer em relação ao Decreto, em respeito ao princípio da separação de poderes.
(R.: letra “C”. Trata-se de controle de constitucionalidade realizado pelo Poder Legislativo (Congresso
Nacional), exceção à regra geral do controle de constitucionalidade jurisdicional misto (difuso e
concentrado), pelo qual o controle é exercido por órgão do Poder Judiciário. Consubstancia-se em
autorização ao Congresso Nacional para sustar os atos normativos do Executivo que exorbitem o
poder regulamentar ou os limites da delegação legislativa (art. 68 c/c art. 49, V, ambos da CF). O
ato do Congresso nacional surtirá efeitos não-retroativos (ex nunc), porquanto não se cuida de
pronúncia de inconstitucionalidade, mas sim de sustação da eficácia. O próprio Parlamento, por
decreto legislativo, pode sustar os atos, não precisando recorrer ao Judiciário.
(R.: letra “E”. Em conformidade com o art. 97, CF, os tribunais (todos eles, inclusive o STF e
tribunais de contas) só poderão declarar a inconstitucionalidade das leis e demais atos do Poder
Público pelo voto da maioria absoluta dos membros ou pela maioria absoluta dos membros do
respectivo órgão especial. (que poderão ser instituídos em tribunais com mais de 25 membros – art.
93, XI). Não há que se falar em aplicação da reserva de plenário na aferição da revogação (ou da
recepção) do direito pré-constitucional).
(R.: letra “A”. Como regra geral, a declaração de inconstitucionalidade no controle concentrado, em
abstrato, em tese, marcado pela generalidade, impessoalidade e abstração, faz instaurar um
processo objetivo, sem partes, no qual inexiste litígio referente a situações concretas ou individuais
(RTJ 147, 31, rel. Min. Celso de Mello), tornando os atos institucionais nulos e, por consequência,
destituídos de qualquer carga de eficácia jurídica, com alcance, de modo vinculado e para todos,
sobre os atos pretéritos, fazendo com que, dentre tantos efeitos, a declaração de
inconstitucionalidade do referido ato normativo que tenha “revogado” outro ato normativo (nossa
análise nesse ponto refere-se à ADI perante o STF, de lei ou ato normativo federal ou estadual, ou
distrital desde que no exercício da competência estadual) provoque o restabelecimento do ato
normativo anterior).
Para recordar, os efeitos gerais da declaração de inconstitucionalidade no controle concentrado, por
meio de ADI, são: erga omnes, ex tunc e vinculante, podendo ser dado efeito ex nunc, ou a partir de
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outro momento que venha a ser fixado (exceção à regra geral do princípio da nulidade), desde que a
votação tenha sido por 2/3 dos Ministros, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de
excepcional interesse social. CUIDADO: o STF vem utilizando a terminologia “efeito repristinatório”
(cf. ADI 2.215-PE, medida cautelar, rel. Min. Celso de Mello, Inf. 224/STF. E: incorreta, pois a
modulação dos efeitos temporais não será consequência lógica da declaração de
inconstitucionalidade, pois requer a decisão fundamentada de 2/3 dos Ministros).
QUESTÕES DISCURSIVAS
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ordenamento jurídico. Nessa hipótese, não há caso concreto, não havendo interesses subjetivos a
serem tutelados (são “processos objetivos”).
R.: Em conformidade com o art. 97, CF, os tribunais (todos eles, inclusive o STF e tribunais de contas)
só poderão declarar a inconstitucionalidade das leis e demais atos do Poder Público pelo voto da
maioria absoluta dos membros ou pela maioria absoluta dos membros do respectivo órgão especial
(que poderão ser instituídos em tribunais com mais de 25 membros – art. 93, XI).
33. Conceitue a Modulação dos Efeitos da Decisão. Ela se encontra restrita ao controle
concentrado?
R.: Embora a regra seja a pronúncia da inconstitucionalidade ter eficácia retroativa (ex tunc), poderá o
STF, por 2/3 dos seus membros, em situações excepcionais, tendo em vista razões de segurança
jurídica ou relevante interesse social, outorgar efeitos meramente prospectivos (ex nunc) à sua
decisão, ou mesmo, fixar outro momento para o início da eficácia de sua decisão (art. 27, Lei
9.868/99). Apesar de inicialmente prevista na Lei 9.868/99, a modulação é possível tanto no controle
concentrado, quanto no controle difuso.
R.: Possui a natureza jurídica de pressuposto recursal: questão relevante do ponto de vista
econômico, político, social ou jurídico. Ocorre, a repercussão geral presumida, sempre que o recurso
impugnar decisão contrária à súmula ou jurisprudência dominante do STF.
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36. Conceitue inconstitucionalidade por arrastamento. Por que a doutrina a classifica
como exceção à regra de adstrição do magistrado ao pedido? Qual a relação entre a
inconstitucionalidade por arrastamento e os limites objetivos da coisa julgada?
R.: Situação em que a inconstitucionalidade de um dispositivo de lei é estendida a outro dispositivo
(ou outros), em razão da existência de uma correlação, conexão ou dependência entre eles.
Trata-se de exceção à regra de adstrição ao pedido, pelo STF: a Corte reconhece a invalidade de um
dispositivo “x”, que efetivamente foi impugnado (estava designado no pedido, na petição inicial), e,
“por arrastamento”, declara a inconstitucionalidade dos dispositivos “y” e “z”, cuja legitimidade
NÃO tinha sido questionada pelo autor da ação. Outrossim, destaca-se que os limites da coisa
julgada são estabelecidos pelo pedido e pela causa de pedir. No caso, em tela, conforme explicado, um
pedido não impugnado, tem a sua inconstitucionalidade analisada pelo STF, em razão de conexão
entre os dispositivos.
Ex.: Art. 1º É assegurada a isenção fiscal aos professores.
Art. 2º A isenção do art. 1º deve ser requerida no mês de abril.
Há ajuizamento de ADI sobre o art. 1º.
O STF declara a inconstitucionalidade do art. 1º, mas como há manifesta conexão lógica (entre o art. 1º
e o art. 2º), este também ser declarado inconstitucional.
R.: Os legitimados previstos no art. 103, CF são os seguintes: Pres.Rep., Mesas da Câmara e do
Senado, PGR, Conselho Federal da OAB, partidos políticos com representação no Congresso
Nacional, confederações sindicais, entidades de classe de âmbito nacional, Mesas das Assembleias
Legislativas estaduais, Câmara Legislativa do DF e governadores dos estados e DF.
São classificados como legitimados especiais (aqueles que necessitam demonstrar a pertinência
temática entre o ato impugnado e as funções exercidas pelo órgão ou entidade para a propositura da
ação): os Governadores dos estados e do Distrito Federal; as Mesas das Assembleias Legislativas
Estaduais e da Câmara Legislativa do DF; e confederações sindicais e entidades de classe de âmbito
nacional. Os demais legitimados são considerados universais (não precisam demonstrar pertinência
temática para a propositura da ação, ou seja, podem impugnar qualquer matéria, não precisando
demonstrar nenhum interesse específico).
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