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Direito Processual Civil I | Mafalda Maló
Princípio do • Postula que não pode ser tomada nenhuma decisão sem que as artes se tenham pronunciado sobre a questão – significa que
Contraditório não pode, o tribunal, tomar uma decisão sem que a outra parte seja devidamente chamada para deduzir oposição (art. 3º/1
do CPC).
• Duas vertentes: direito de audiência prévia e direito de resposta.
• Objetivo: incidir positivamente no desenvolvimento e no êxito do processo.
• Exceções: possibilidade de dispensa da audiência prévia.
• Inobservância:
Princípio da
• Postula que o julgamento do tribunal se fundamenta exclusivamente nos critérios legais - podem ser normativos, quando
Legalidade da
são extraídos das regras jurídicas, ou não normativos, quando se reconduzem à equidade (art. 4º do CC) ou a poderes
Decisão discricionários.
• Deste decorre o princípio da fundamentação: presente no art. 205º da CRP; assegura aos destinatários da decisão o
conhecimento das razões de facto e de direito que levaram o juiz a proferi-las; deve ser cumprido, quer no momento da
emissão da sentença, quer durante todo o processo. Inobservância: caso de nulidade, eventual (art. 615º/1/b) do CPC).
Manifestações: artigos 154º CPC e 607º.
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Direito Processual Civil I | Mafalda Maló
Princípios Princípio da
• Previsão: artigo 7º do CPC, sendo aplicável nas relações entre as partes e nas relações das partes para com o tribunal e do
Instrumentais Cooperação tribunal para com as partes;
São aqueles que • Exceções: art. 7º/ 3 e art. 417º/3 do CPC.
procuram a otimização • Concretização para as partes: princípio da boa fé processual, ou da litigância de boa fé, nos termos do art. 8º do CPC; a
dos resultados do violação implica a litigância de má fé;
processo, pois que • Concretizações para o tribunal: dever de esclarecimento (tribunal se esclarecer junto das partes quanto às dúvidas que
aceitam várias tenha sobre as alegações, pedidos ou posições em juízo) e o dever de prevenção (prevenir as partes sobre as eventuais
graduações consoante deficiências ou insuficiências das suas alegações ou pedidos – art. 6º);
as circunstâncias e
admitem uma
ponderação pelo Princípio • Postula que o processo se encontra na disponibilidade das partes e fundamenta-se na circunstância de os interesses
legislador das suas Dispositivo presentes no processo civil serem predominantemente interesses privados (art.3º/1/1ª parte);
vantagens e dos seus • Concretizações: princípio do impulso processual (incumbe às partes praticarem os atos que determinam a pendência da
inconvenientes. causa o andamento do processo, pelo que o tribunal não decide enquanto não houver uma causa pendente e não supre as
omissões das partes numa causa instaurada); princípio da disponibilidade privada (incumbe às partes a definição do objeto
e da causa de pedir;)
• Previsões normativas: 609º/1; 342º; 574º/2 do CPC;
Princípio do • Postula que cumpre ao juiz providenciar pelo andamento regular e célere do processo, promovendo oficiosamente as
Inquisitório diligências necessárias ao normal prosseguimento da ação e recusando o que for impertinente; deve, ainda, suprir a falta de
pressupostos processuais cuja sanação seja possível, determinar a prática de atos necessários à regularização da instância
e convidar à sua prática (art. 6º/1 e 2);
• Decorrência: princípio da gestão processual (arts. 6º, 547º e 541º) – o juiz deve dirigir ativamente o processo e
providenciar pelo andamento célere, promovendo oficiosamente o que for impertinente e, ouvidas as partes, adotando os
mecanismos de simplificação e agilização processual que garantam a justa composição do litigio em prazo razoável (arts.
193º e 146º).
• Manifestações: arts. 547º, 590º/4, 436º/1, 452º, 487, 494º e 536º/1 do CPC.
Princípio da • Postula que o processo segue a tramitação legalmente estabelecida, que se impõe às partes e ao tribunal.
Legalidade do • As formas de processo são: comum ou especial; sendo as formas especiais são “excecionais” e só se aplica às situações assim
Processo previstas (no CPC); a forma comum aplica-se supletivamente e segue a forma única.
Princípio da
Economia • Máximo resultado com o mínimo esforço – art. 130º, que proíbe a prática de atos inúteis; art. 131º que determina a
simplicidade da forma)
Processual
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Regulamentos
Matéria Disposições Relevantes
Europeus
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• Permite-se que as partes convencionem qual a jurisdição competente para dirimir determinados
litígios;
• O pacto pode ser atributivo ou privativo;
• O pacto pode consubstanciar a atribuição de uma competência exclusiva ou de competência
Pactos de Jurisdição Art. 94º do Código do Processo Civil alternativa com a dos tribunais portugueses;
• Podem celebrar também pactos de competência: sempre que determinem, em concreto, o tribunal
português competente (p.e.: tribunal de Lisboa) – nestes casos, está em causa um pacto atributivo
de competência e de jurisdição;
• Validade: depende da verificação cumulativa do disposto no art. 94º/1 e 3;
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• Várias ordens de tribunais: as duas principais são a ordem dos tribunais judiciais e a ordem dos tribunais
Determinar a ordem administrativos e fiscais (art. 209º CRP; art. 29º/1 LOSJ);
Competência em Razão
judicial competente, dentro • Competência dos tribunais judiciais: art. 211º/1 CRP; art. 40º/1 da LOSJ; art. 64º do CPC → a competência é
da Matéria I
da organização judiciária organizada em função da hierarquia, valor, matéria e território (art. 60º do CPC);
• Competência dos tribunais administrativos e fiscais: art. 212º/3 CRP;
• Categorias de tribunais: pertencentes à ordem dos tribunais judiciais (STJ, tribunais de 2ª instância/relação,
Determinar o tribunal tribunais de 1ª instância/comarca (geralmente)) – ( → a competência encontra-se distribuída nos termos dos artigos
Competência em Razão hierarquicamente, dentro 67º a 69º do CPC; arts. 42º, 79º e ss. da LOSJ;
da Hierarquia da ordem judiciária em • Regra geral (art. 80º/1 da LOSJ): as ações são propostas nos tribunais de 1ª instância;
causa • Exceções à regra geral: arts. 68º/1 e 69º/1 do CPC; arts. 53º/a) (ação interposta diretamente no STJ) e 73º/b) a d)
(ação interposta diretamente na Relação) da LOSJ;
• A competência em razão do território, regime pelo art. 43º, depende do tribunal hierarquicamente competente;
Determinar o tribunal que, • Tribunais de 1ª instância: regra geral; a competência em razão do território encontra-se delimitada no art. 43º/3 e
Competência em Razão
territorialmente, é 4, conforme se trate de tribunal de competência alargada ou tribunal da comarca → artigos 70 e ss. do CPC;
do Território
competente • Relevante: convocar a possível dupla funcionalidade do art. 7º do Regulamento 1215/2012 (argumento literal –
tribunal do lugar);
• Existem tribunais de competência alargada (compreendem a área correspondente a várias comarcas): previstos nos
Determinar se a arts. 83º e, em especial, 111º a 116º LOSJ → analisar se a matéria em causa é coberta por estes.
Competência em Razão competência pertence aos • Não o sendo, cabe ao tribunal da comarca: art. 65º do CPC que remete para os arts 40º e 81º da LOSJ – competência
da Matéria II tribunais de competência genérica, competência especializada e de proximidade → a competência caberá em principio aos juízos locais cíveis,
alargada aos juízos locais criminais ou aos juízos de competência genérica (art. 130º/1), quando esteja fora do âmbito dos
tribunais de competência alargada;
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• Em função do valor: art. 66º do CPC, que remete para o art. 41º da LOSJ - entre os juízos centrais cíveis e os juízos
locais cíveis, nas ações declarativas cíveis de processo comum.
• Determinação do valor da causa: nos termos dos arts. 296º e ss. do CPC.
Competência em Razão Determinar a secção
• Se o valor da causa for superior a 50000€: juízos centrais cíveis - competência quando o valor da causa seja
do Valor competente
superior a 50000€ (art. 117º/1/a);
• A competência caberá em principio aos juízos locais cíveis, aos juízos locais criminais ou aos juízos de competência
genérica (art. 130º/1), quando esteja fora do âmbito dos tribunais de competência alargada;
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Pressupostos Processuais
• Definição formal de partes: não se trata de atribuir a qualidade de parte quem for titular da situação subjetiva; trata-se de adquirir a qualidade de parte a
quem se apresenta como autor e quem este apresenta como réu;
• Quem é terceiro? Quem não está em juízo. Reflexão sobre esta questão: artigo 581o/2 - a identidade das partes depende da qualidade jurídica. Exemplo:
Partes A e B; Terceiros C (devedor solidário) e D (sucessor de B). Neste caso, C e B têm a mesma qualidade jurídica.
As Partes no
• Distinção fundamental: terceiro perante o processo (C) e terceiros perante a parte (D). Nem todos aqueles que estão fora do processo, ficam de fora dos
Processo
efeitos produzidos pelo processo (efeitos de produção de litispendência e de caso julgado).
o Exemplo: ação proposta por A contra B. No entanto, estando em causa uma divida solidária, o outro devedor solidário é C. Se este C for marido ou
mulher do réu, tem de contribuir para a aferição da competência do juiz, art. 115º (o que releva, como terceiro, é a modalidade de terceiros perante
a parte e não a modalidade de terceiro perante o processo - este deve ser tido para aferição da competência).
• Art. 11º/1: a personalidade judiciária consiste na suscetibilidade de ser parte • Em princípio, não é sanável.
(autor/requerente/demandante e réu/requerido/demandado); • Se a citação do réu depender de prévio despacho
• Critério da coincidência – geral: quem tem personalidade jurídica, tem personalidade judicial: art. 226º, o juiz pode, em vez de ordenar a
judiciária (art. 11º/2); citação, indeferir liminarmente a petição inicial,
• Extensão a entes sem personalidade jurídica: art. 12º (c/ base nos critérios da • Se for reconhecida no despacho saneador: falta de
diferenciação patrimonial e da proteção de terceiros); art. 13º (sucursais, c/ base no critério personalidade judiciária → exceção dilatória (arts.
da afetação do ato); 576º e 577º/c), de conhecimento oficioso pelos
o Fundo de investimento imobiliário: património autónomo, como a herança jacente, tribunais (art. 578º));
Personalidade
já que os seus titulares não podem ser determinados de forma específica (STJ); • Consequências: absolvição réu da instância (art.
Judiciária
o Nota: de acordo com MTS, o art. 13º/2 tem de ser interpretado restritivamente, nas 278º/1/c); obsta ao conhecimento do mérito da causa
situações em que coincida com a aplicação do R. 1215/2015, art. 7º/5 (prevê que a (fora os casos do art. 278º); caso julgado formal (art.
empresa-mãe/sede só pode ser demandada nos tribunais de outro Estado-Membro 279º e 671º), podendo haver lugar a recurso.
nos casos especificados); deve limitar-se a interpretação a fazer do artigo 13º/2 às • Exceções: art. 14º e 6º/2 (prevê a possibilidade de
situações em que a sede não esteja num Estado-Membro da União; sanação, intervindo a administração principal, através
• Identificação das partes na petição inicial: art. 552º/1/a); da ratificação); art. 351º (habilitação de sucessores,
• Substituição: art. 263º (transmissão por ato entre vivos) e art. 351º (substituição de pessoa quando a ação tenha sido proposta pelo representante
falecida); de pessoa falecida);
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• Art. 15º: MTS entende que consiste na suscetibilidade de a parte estar pessoal e livremente em juízo ou • Incapacidade judiciária → exceção dilatória (arts. 576º e
de se fazer representar por representante voluntário; 577º/c), de conhecimento oficioso pelos tribunais (art.
• Falta de capacidade: menores, interditos (não podem intervir pessoal ou livremente) e inabilitados 578º));
(podem intervir pessoal, mas não livremente); • Consequências: absolvição réu da instância (art. 278º/1/c);
o Exceções quanto à incapacidade dos menores: art. 127º, tendo o menor tem plena obsta ao conhecimento do mérito da causa (fora os casos do
capacidade de litigar nos casos aí previstos; art. 278º); caso julgado formal (art. 279º e 671º), podendo
o Exceções quanto à incapacidade dos inabilitados: esta está limitada aos atos especificados haver lugar a recurso.
na sentença que decretou a inabilitação (art. 901º/2); • Sanação: intervenção ou citação do representante legítimo
• Art. 15º/2: a capacidade judiciária tem por base e por medida a capacidade de exercício de direitos; ou do curador do incapaz;
o Pais do Amaral: estabelece-se a correspondência entre a capacidade judiciária e a capacidade o Em caso de ratificação: o processo segue como se
de exercício de direitos, significando que possuem plena capacidade judiciária aqueles que o vício não existisse (art. 27º/2); pode ser feita por
possuem igualmente total capacidade de exercício de direitos; simples requerimento;
o MTS: a capacidade judiciária é aferida pela capacidade de exercício para a produção dos efeitos o Em caso de não ratificação: o processado fica sem
possíveis decorrentes da ação pendente, assim, o que releva para o reconhecimento da efeito a partir do momento em que a falta se
capacidade é a capacidade em relação a esses efeitos e não quanto à pratica do ato que verificou, renovando-se os prazos para a prática dos
constitui o objeto do processo1; atos atingidos;
Capacidade
Judiciária
• Incapacidade dos menores: suprida pelo poder paternal e, subsidiariamente, pela tutela (arts. 124º e 1921º e ss. do CC);
o Ação proposta pelo menor: na constância do matrimónio, o exercício das responsabilidades pelos progenitores é feito em comum (art. 1901º/1 e 2 CC – sendo
necessário acordo para a propositura de ações, 16º/2 CPC); em caso de falta de acordo inicial, podem requerer ao tribunal competente a resolução do conflito
(art. 18º/1); em caso de falta de acordo superveniente, resolução e suspensão (18º/2);
o Ação proposta contra menor: os progenitores devem ser citados (16º/3 CPC);
• Incapacidade do interdito: interditos (138º CC); é equiparado ao menor, sendo-lhe aplicáveis as disposições e os meios de suprimento do poder paternal (art. 139º CC); a
incapacidade é suprida pela tutela (891º a 905º - podendo ser nomeado, desde logo, o tutor, 901º).
• Incapacidade dos inabilitados: inabilitação (art. 152º CC); é decretada em ação especial (arts. 891º a 905º - designando-se um curador, arts. 901º/1 e 2); o
suprimento/representação cabe ao curador (arts. 153º/1 e 154º/1);
o Particularidade (suprimento por assistência): os inabilitados podem intervir em todas as ações, ficando, no entanto, a intervenção subordinada à intervenção
do curador, que prevalece em caso de divergência (art- 19º/1 e 2);
• Possibilidade – curador ad litem: necessário quando o incapaz não tenha representante legal na altura em que se pretende propor a ação em seu nome ou quando a ação
foi proposta contra ele – nomeação de
o Curador provisório: art. 17º - cessa funções logo que seja nomeado representante legal; nomeado, também, quando o representante legal está impossibilitado de
exercer a representação (17º/4); ainda nos casos de oposição do incapaz e do representante (exemplos: inventário; impugnação da paternidade – 1846º/3; conflitos
de interesses – 1881º/2 e 1956º/c) CC).
o Curador especial: art. 20º.
1Exemplo: um inabilitado pode aceitar uma doação sem encargos (art. 951º/1 CC); no entanto, como não tem capacidade para dispor do bem doado (art. 153º/1 CC), não tem capacidade judiciária
para uma ação de reivindicação desse mesmo bem, porque um dos efeitos possíveis dessa ação é o reconhecimento de que a propriedade do bem não pertence a esse inabilitado;
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• Artigos 20 e ss.
• Representação: representação de entendes que estão submetidos a um representação
• Irregularidade da representação: embora esteja
orgânica ou que, não sendo incapazes, necessitam de representação em juízo;
representado, não o está pelo devido representante
• Estado: é representado pelo Ministério Público; (por aquele a quem a lei atribui poder de
• Pessoas coletivas e sociedades: representação);
o Ações com terceiros: as pessoas coletivas e as sociedades são representadas por • Irregularidade → exceção dilatória (arts. 576º e
quem a lei designar; as pessoas coletivas são representadas por quem os estatutos 577º/c), de conhecimento oficioso pelos tribunais (art.
determinam ou, na falta de disposição estatutária, pela administração ou por quem
578º));
por ela for designado (art. 163º/1 CC);
Representação • Consequências: absolvição réu da instância (art.
o Ações entre a pessoa coletiva e o representante: representação pelo substituto do
Judiciária 278º/1/c); obsta ao conhecimento do mérito da causa
representante ou, senão houver, por um curador ad litem;
(fora os casos do art. 278º); caso julgado formal (art.
• Pessoas judiciárias: entidades que só possuem personalidade judiciária são representadas
279º e 671º), podendo haver lugar a recurso.
de formas diferentes;
• Sanação: intervenção ou citação do representante
o Herança jacente: por curador (art. 2048º CC);
legítimo ou do curador do incapaz;
o Comissões especiais, sucursais, sociedades sem personalidade, pessoas coletivas e
o Em caso de ratificação: o processo segue
sociedade irregulares: diretores, gerentes ou administradores (195º/1 e 996º/1 CC);
como se o vício não existisse (art. 27º/2);
o Associações sem personalidade jurídica: diretores, gerentes ou administradores,
pode ser feita por simples requerimento;
quando sejam parte ativa; aqueles que tiverem assumido a obrigação, em caso de
serem parte passiva (art. 198º/3 CC).
• Patrocínio judiciário: representação da parte por um profissional do foro (advogado, • Quando falta e é facultativo: não há consequências
advogado estagiário ou solicitados; justifica-se pela necessidade de atribuir a condução do processuais; possibilidade de outra representação (art.
processo a profissionais com a devida habilitação; 42º);
o Distingue-se da assistência técnica: prevista no art. 50º; é prestada diretamente ao • Quando falta e é obrigatório:
advogado (e só indiretamente à parte, na medida em que o advogado a representa), o Réu – art. 41º e 40º/3: falta um pressuposto
• Regulado nos arts. 40º e ss: pode ser facultativo ou obrigatório. de um ato processual (não se trata de falta de
Patrocínio o Art. 40º/1/a): quando a causa seja de valor superior a 5000€ (art. 44º/1 da LOSJ e pressuposto processual) – ficar sem efeito a
Judiciário 629º/1 do CPC); defesa ou não ter seguimento o recurso.
o Art. 40º/1/b): nos casos do art. 629º/2 ou 3; Consequências: possibilidade de revelia do
o Art. 40º/1/c): recursos; causas em que a ação não é proposta na 1ª instância, mas réu, se nada fizer (art. 566º e 567º), que tem
nos tribunais superior (ver supra: exceções à competência dos tribunais de 1ª como consequência a confissão.
instância – competência em razão da hierarquia – arts. 967º e ss. e 978º e ss. CPC) o Autor - art. 41ºº: falta um pressuposto
• Exceções: art. 40º/2 – podem as próprias partes, por si sós, fazer requerimentos que não processual, passível de sanação (notificação
envolvam questões de direito; para ser constituído o patrocínio);
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• Mandato: meio pelo qual os poderes de representação, em juízo, são conferidos ao advogado
(mandatário) pela parte (mandante ou constituinte);
• Pode ser conferido nos termos enunciados no art. 43º. • O vício corresponde à falta de procuração: art. 48º/1 –
• Abrangência do mandato: art. 44º/1 – representar a parte em todos os atos e termos do ocorre quando o ato processual é praticado por
processo principal e respetivos incidentes, mesmo perante tribunais superiores (sendo estes advogado, mas este não juntou, aos autos, a respetiva
os poderes supletivos – 45º); presume-se, nestes poderes, a possibilidade de procuração.
Mandato Judicial substabelecimento (art. 44º/2), podendo ser com ou sem reserva; • Fixação de prazo para a sanação: art. 48º/2/1ª parte.
o Poderes específicos: art. 45º/2 – apenas quando expressamente autorizados. • Se o vício não for sanado: consequências são as que
o Pode desistir livremente do recurso, sem necessidade de procuração especial: estão no art. 48º/2/2ª parte.
retira-se semelhante conclusão do art. 632º/5. • Excesso de mandato: participação da questão à
• Pode ser revogado ou renunciado: art. 47º; com as particulares na circunstancia de ser Ordem dos Advogados (art. 48º/3).
obrigatório (art. 47º/3);
• O patrocínio pode também ser atribuído a título de gestão de negócios: art. 49º.
• Legitimidade: corresponde à posição das partes numa determinada ação, ou seja, que o autor é titular • O vício corresponde à ilegitimidade processual: falta
do direito (for quem pode fazer a pretensão) e que o réu é sujeito da obrigação (for quem pode, de legitimidade, por não ser sujeito da relação jurídica
juridicamente, opor-se à pretensão do autor) – art. 30º/1; os titulares da relação jurídica controvertida, controvertida (art. 30º); preterição de litisconsórcio
conforme estabelecida na petição inicial (art. 30º/3); necessário (art. 33º e 34º).
Legitimidade • Pluralidade de partes: quando há vários autores (pluralidade ativa) ou vários réus (pluralidade • Cônjuges: em caso de falta de consentimento, a falta
Processual passiva) – ou pluralidade mista, quando são ambos; pode ser inicial (no momento em que é proposta a pode ser judicialmente requerida (art. 6º/2 + 34º/2 e
ação) ou sucessivo (mediante intervenção espontânea – 311º e ss. - ou provocada – 316º e ss.); 29º);
o Litisconsórcio (art. 35º/1ª parte): pluralidade de partes, mas unidade quanto à relação
material controvertida;
• Falta de sanação pelo autor → exceção dilatória
o Coligação (art. 35º/2ª parte): pluralidade de partes e diversidade de relações materiais (arts. 576º e 577º/e), de conhecimento oficioso pelos
controvertidas; tribunais (art. 578º));
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▪ Admissibilidade de coligação: art. 36º - o autor pode demandar vários réus por • Consequências: absolvição réu da instância (art.
pedidos diferentes, quando i) a causa de pedir seja a mesma e única, quando ii) os 278º/1/d); obsta ao conhecimento do mérito da causa
pedidos estejam entre si numa relação de prejudicialidade/dependência ou quando (fora os casos do art. 278º); caso julgado formal (art.
iii) a procedência dos pedidos principais dependa da apreciação dos mesmos factos,
279º e 671º), podendo haver lugar a recurso.
da interpretação/aplicação das mesmas regras ou da interpretação/aplicação de
clausulas de contratos perfeitamente análogos; • Sanação (art. 6º/2 CPC): através de intervenção
• Litisconsórcio: pressupõe uma pluralidade de partes principais, ficando excluída a parte acessória como provocada (art. 316º e ss.) ou de intervenção
constituindo o litisconsórcio (art. 326º - assistência); espontânea (art. 311º e ss.);
o Litisconsórcio voluntário (art. 32º): situações em que a pluralidade das partes, na ação, não
é obrigatória; exemplo: obrigações solidárias (517º/1);
o Litisconsórcio necessário (art. 33º e 34º): situações em que é necessária a intervenção de
todos os interessados no processo;
▪ Pode ser legal: o litisconsórcio é imposto por lei (direito substantivo + art. 34º) –
exemplos: art. 535º; art. 419º/1; art. 2091º/1 CC;
▪ Pode ser convencional: o litisconsórcio é imposto pelo próprio contrato.
▪ Pode ser natural (art. 33º/2): é imposto pela natureza da relação jurídica; é
necessária a intervenção de todos os interessados para que a decisão produza o seu
efeito útil normal – sempre que possa regular definitivamente a situação concreta as
partes relativamente ao pedido formulado (exemplo: ação de divisão de coisa
comum);
o Litisconsórcio subsidiário ou eventual: art. 39º; possibilidade de ser formulado um pedido
principal contra aquele que se considera ser o provável devedor e também um pedido
subsidiário contra outro suposto devedor;
o Litisconsórcio recíproco: a oposição destina-se a permitir a participação de um terceiro que
é titular de uma situação subjetiva incompatível com aquela que é alegada pelo autor;
• Em especial – litisconsórcio necessário legal (cônjuges): a lei substantiva determina quais os bens e
direitos que só podem ser alienados ou exercidos por ambos os cônjuges (art. 1717º e ss.); quanto à casa
de morada de família (arts. 1682º-B e 1793º do CC);
o A ação pode ser instaurada por um dos cônjuges com o consentimento do autor;
o Ações propostas por ambos os cônjuges (litisconsórcio necessário ativo – podendo ser legal ou
convencional): art. 34º/1; regime das dividas (art. 1691º e 1695º CC);
o Ações propostas contra ambos os cônjuges (litisconsórcio necessário passivo – podendo ser
legal ou convencional): art. 34º/3; regime das dividas (art. 1691º e 1695º CC);
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• Problema: saber se a propositura da ação é inútil, ou seja, situações em que, p.e., o autor já
tem um titulo executivo e vai propor uma ação de simples apreciação.
• Autonomização como interesse processual: nesse sentido, MTS e Pais do Amaral;
o Orientações negativistas (Castro Mendes): sustentam que a falta deste
pressuposto apenas implica a responsabilidade do autor pelas custas da ação, ainda
que esta seja procedente (art. 535º); está em causa, a tutela da autonomia privada.
o Pais do Amaral:
▪ Ações de simples apreciação (art. 10º): verdadeiro problema; entende-se
que deve verificar-se uma situação de incerteza objetivamente grave, de
modo a justificar a intervenção do tribunal (porque o autor, quando propõe • Se aquela ação for inútil para a tutela, falta o
estas ações, pretende pôr termo a uma situação de incerteza ou de dúvida interesse processual.
acerca da existência ou inexistência de um direito ou de um facto); • Falta de sanação pelo autor → exceção dilatória
▪ Ações constitutivas (art. 10º): existe interesse processual quando o direito (arts. 576º), de conhecimento oficioso pelos tribunais
Interesse
potestativo corresponde não é daqueles que possa ser exercido por simples (art. 578º));
Processual
declaração de vontade do respetivo titular (p.e.: divórcio); • Consequências: absolvição do réu da instância (art.
▪ Ações de condenação e de execução (art. 10º): a violação do direito do 278º/1/e); obsta ao conhecimento do mérito da causa
autor, que está na sua origem, evidencia a necessidade de pedir a (fora os casos do art. 278º); caso julgado formal (art.
reintegração do direito violado; 279º e 671º), podendo haver lugar a recurso.
o MTS: define como o interesse da parte ativa em obter a tutela judicial de uma situação
subjetiva através de um determinado meio processual e o correspondente interesse
da parte passiva em impedir a concessão daquela tutela (art. 30º/2). Apela-se, aqui, à
correlatividade das vantagens: a vantagem do autor tem, como correlação, a
desvantagem do réu.
▪ Argumentos: numa interpretação do art. 535º, entende que do preceito se
deduz que a responsabilidade pelas custas depende de o reu não ter
contestado, o que permite concluir que o réu pode contestar a falta de
interesse; a ratio do preceito é proteger o réu;
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