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§ Caso 1 |
§ Matéria Teórica;
O Ac. em análise tratou da avaliação preventiva e abstrata do CPP de 1987. Essa avaliação foi
realizada a requerimento do Presidente da República, que suscitou a dúvida sobre aa
constitucionalidade de algumas das normas desse diploma. Uma das questões, aliás a
principal, era de facto, a atribuição do domínio do inquérito ao MP.
Juntaram-se-lhes outras questões, tais como o carácter facultativo da instrução nos termos do
art. 286/2.º do CPP, ou da competência dos órgãos de Polícia Criminal (OPC) para realizar
diligências e investigações durante o inquérito, como previsto no art. 270/1.º. Outra questão que
se relacionava com estas era a da suspensão provisória do processo, na medida em que estava
previsto que fosse decidida pelo MP e não pelo juiz da instrução.
Numa análise puramente literal, verificamos que a CRO diz que toda a instrução é da
competência do juiz, ao passo que o CPP diz que o inquérito é da competência do MP.
Qualquer que seja o estatuto do MP, mesmo que seja o de uma magistratura, a verdade é que
não corresponde ao de um juiz. Mas, se formos analisar as questões só numa base literal, nunca
chegaremos muito longe.
A questão deve antes ser posta como a pôs o Tribunal Constitucional, no Ac. 7/87, ou seja: a
questão é de saber porque razão a CRP exige que toda a instrução seja competência do
juiz.
O TC entendeu não ser inconstitucional a direção do inquérito pelo MP, por várias razões,
designadamente:
Por exemplo, a proibição de frequentar certos sítios é uma limitação à liberdade ambulatória do
arguido. Isto teve consequências no CPP, que atualmente exige a intervenção de um juiz para a
suspensão provisória do processo, como previsto no art. 281/1.º
Este acórdão é importante também nos votos de vencido, alguns conselheiros lavraram votos de
vencido, designadamente um deles com surpreendente veemência.
Os argumentos da inconstitucionalidade:
- nomear inquérito aquilo que era instrução para fugir ao 32/4.º CRP; - não é burla de etiquetas,
a evolução histórica – em 1929 era só instrução, correspondia ao nosso inquérito, era da
competência do juiz e o MP tinha só o seu cargo em diligencias concretas, passou haver em
1945 houve instrução contraditória e instrutória, e nesta fase o MP já exercia que aqui não
estavam limitadas ao juiz de instrução, em 1975 surgiu o inquérito policial, que era para um tipo
especifico – em 1976 temos o problema do art. 32/4.º CRP, e em 77 –
Não estamos perante burla de etiquetas, já desde 1945 a instrução preparatória era da
competência do MP – já se admitia desde 45 que o MP tinha competências de investigação;
As garantias não são postas em causa com a atribuição da direção do inquérito do MP.
Art. 16/3.º - argumentos rebatidos – não é a criminalidade mais grave, não há violação do p. da
legalidade nem da culpa, admitindo-se que o ordenamento jurídico determina a moldura penal,
não há limite da pena.
O próprio juiz pode-se declarar incompetente e não pronunciar-se sobre o art. 16/3.º o juiz só
pode manifestar-se contra as consequências;
§ CASO PRÁTICO 2
Voto de vencido da Prof. Fernanda Palma: art. 16/3.º CPP- antes do processo determina o limite
máximo da pena aplicável: o Ac. TRL + Ac. TC: o tribunal singular pode sempre declarar-se
incompetente, temos de relacionar o art. 16/3 e o art. 16/4.º CPP.
Existe a fase de instrução apesar de estar limitada no seu objeto, pode dar a volta a esta
impossibilidade, qualquer um dos requerentes pode invocar isso – art. 16/3.º - ter em atenção o
art. 16/3.º CPP.
- O MP não acusa, prossegue a ação penal, se o MP concluir pela não culpabilidade do arguido
(art. 401.º CPP , ) o MP pode recorrer em benefício do arguido, se é sempre? Imaginem que o
§ Caso 2
INTRODUÇÃO:
São várias as razões de política criminal que levam o legislador a exigir que para haver
procedimento criminal seja necessária a queixa ou acusação particular dos «ofendidos», nuns
casos, e a não as exigir, noutros. São razões atinentes à gravidade das infrações, umas vezes, à
natureza dos interesses dos ofendidos, outras, às consequências para o próprio ofendido da
existência de um processo crime, donde pode resultar que a publicidade inerente agrave o dano
que o crime lhe causou.
O critérios para a distinção dos crimes em públicos, semipúblicos e particulares é
essencialmente pragmático (Germano Marques da Silva).
a) Crimes públicos: a grande maioria dos crimes são públicos. Ser crime público significa
que o MP tem quanto a eles legitimidade para, em princípio, promover o processo sem
limitações.
Dizemos que o MP tem legitimidade para, em princípio, promover o processo sem limitações à
atuação do MP, porque relativamente a alguns crimes públicos há algumas limitações. É
o que se sucede com os crimes praticados pelo PR no exercício das suas funções, pelo
que é necessária a deliberação da AR, a quem cabe a iniciativa do processo (art. 133.º
CRP).
Fora destes casos excecionais, nos crimes públicos o MP promove o processo sem quaisquer
limitações, instaura p inquérito, deduz acusação e sustenta-a na instrução e julgamento,
interpõe recursos e promove a execução. – art. 48.º CPP.
c) Nos crimes particulares: aqueles em que a lei faz depender o procedimento criminal
de acusação particular -, para que o MP possa exercer a ação penal é necessário que o
titular do direito de queixa se queixe e se constitua assistente para que o MP possa
promover o inquérito e acuse para que o processo possa prosseguir para as fases
posteriores.
O art. 113.º/5.º CP
a) Art. 131.º CP: homicídio - Crime público: Ser crime público significa que o MP tem
quanto a eles legitimidade para, em princípio, promover o processo sem limitações. –
art. 48.º CPP. (princípio da oficiocidade) – art. 241.º CPP
b) Art. 143.º CP: Ofensa à integridade física simples – art. 143/2.º CP – o procedimento
criminal depende de queixa: nos crimes semipúblicos -aqueles em que a lei faz
depender o procedimento criminal de queixa -, para que o MP possa exercer a ação
penal é necessária a queixa dos ofendidos ou de outras pessoas para tal legitimidade
(art. 49.º CPP). + art. 113.º CP.
d) Art. 144.º CP: Ofensa à integridade física grave: Se nada estabelece, o crime é
público e consequentemente o MP tem quanto a ele legitimidade para promover
livremente o processo – art. 48.º CPP.
e) Art. 140/2.º CP: Aborto – quem por qualquer meio e com consentimento da mulher
grávida, a fizer abortar é punido com pena de prisão até 3 anos. Se nada estabelece,
o crime é público e consequentemente o MP tem quanto a ele legitimidade para
promover livremente o processo – art. 48.º CPP.
f) Art. 184.º CP: agravação: Crimes contra a honra: art. 188.º do CP – crime semipúblico
ex vi art. 188/1/a) – depende de queixa: nos crimes semipúblicos -aqueles em que a lei
faz depender o procedimento criminal de queixa -, para que o MP possa exercer a ação
penal é necessária a queixa dos ofendidos ou de outras pessoas para tal legitimidade
(art. 49.º CPP) + art. 113.º CP.
g) Art. 192.º CP: Devassa da vida privada: art. 198.º CP (Queixa) – crime semipúblico
+ art. 49.º CPP + art. 113.º CP.
i) Art. 199.º CP: Gravações e fotografias ilícitas: atenção ao art. 199/3.º do CP – pois
temos de atender ao art. 198.º CP, depende de queixa logo é um crime semipúblico,
pelo que temos de ter em conta o art. 49.º do CPP e o art. 113.º do CP.
l) Art. 164.º CP – Violação – Art. 178.º CP – depende de queixa do ofendido, art. 49.º
CPP e art. 113.º CP – em especial o art. 178/2.º CP.
m) Art. 164 + art. 177.º CP – Crime público, não depende de queixa, pelo que temos
de ver o art. 52/1.º CPP?
n) Art. 178/1/in fine do CP + art. 164.º CP: crime público, - art. 52.º CPP / número 1.
✓ Tratava-se , pois, de normas especiais face aos artigos 168.º e 362 do CP de 1982, e
isto num duplo sentido: por um lado a nova incriminação especificava certos objetos da
✓ Daqui decorreria que, no que ao nosso problema interessa, a ofensa à honra do PR,
quando praticada nos termos descritos no art. 1/1.º do diploma citado, era menos punida
do que seria ao abrigo do art. 362.º do CP de 1982, e ainda que, nesses casos, o
procedimento criminal ex offcio pelo MP passava a poder cessar caso o PR a ele se
opusesse.
✓ Mas tal argumentação não podia considerar-se procedente. Desde logo, porque o recorte
típico da incriminação deixava de fora muitas espécies de ofensas relevantes à honra
das ditas entidades: depois e decisivamente, porque a ser assim , a condição de
prosseguibilidade se mostrava incompreensível: como deixar nas mãos das pessoas
concretamente visadas o poder de decidir da continuação do procedimento criminal por
uma ofensa a um bem jurídico supra-individual que transcendia os seus interesses? Pelo
que aquela norma surgiu porque um responsável político , tendo sido publicamente
injuriado, não apresentou a competente queixa por acreditar que se tratava de crime
público, não por força da argumentação invocada no preâmbulo.
✓ E na verdade, por toda a retórica argumentativa que se foi desenvolvendo, não se pode
deixar de repudiar tanto a natureza pública do crime, como a estranha condição de
prosseguibilidade que se prevê no n.º 3 do art. 328.º CP.
i) A primeira porque . diversamente do que sucedia , antes da redação que lhe foi
dada pela Lei 7/2000 de 27 de Maio – nenhuma razão existe para que o MP dê
Como condições de procedibilidade exige o n.1 deste artigo que, salvo tratado ou convenção
internacional em contrário, haja participação do Governo Português. Em relação aos
crimes contra a honra (art. 322/2.º e art. 323.º; também aqui está em causa a honra de
Estado estrangeiro ou de organização internacional), exige-se ainda que também haja
participação do Governo estrangeiro ou do representante da organização internacional.
A participação é o nome que tradicionalmente é atribuído à queixa cuja titularidade
caiba a uma autoridade pública, como é o caso. A especialidade que existia em relação
+a queixa era o facto da participação não poder ser objeto de renúncia nem desistência (art.
115.º do CP na sua versão original), tendo esta especialidade sido objeto de críticas por
parte do Prof. Figueiredo Dias, uma vez que seria uma contradição o legislador, por um
lado, ter considerado um crime como semi-público, apesar do ofendido ser uma
autoridade pública, e por outro, não querer retirar daí as consequências normais. “Não se
compreende a disponibilidade do interesse até ao momento da participação e a sua
indisponibilidade a partir dele”.
Com a revisão do CP eliminou-se aquele dispositivo, a participação fica assim sujeita ao
regime da queixa, pois ela não é mais do que uma queixa feita por uma autoridade pública ,
note-se que o art. 116.º do CP , relativo à renúncia e desistência de queixa, não a proíbe no
caso do procedimento criminal depender de participação de autoridade pública,
contrariamente ao estabelecido no art. 115.,º do CP da versão originária.
q) Art. 203.º CP: Furto – crime semi-público, art. 203/3.º CP: a procedimento criminal
depende de queixa; art. 49.º CPP e art. 113.º do CP.
t) Art. 219/1/b) CP: Burla relativa a seguros: causando a si próprio, ou a outra pessoa,
lesão da integridade física ou agravando as consequências da lesão da integridade física
provocada por acidente cujo o risco esteja coberto: + art. 219/3.º CP: o procedimento
criminal depende de queixa:
Há concurso? Burla relativa a seguro e ofensa à integridade física? – art. 52.º CPP.
Critérios;
Consequências:
Crimes públicos: a regra é o crime ser público, e depois temos em conta que a classificação é
feita atrvés da norma incriminadora mas é sistematicamente considerada;
Arquivamento;
Só faz sentido disntiguir a alteração substancial de factos e a não substancial de factos, só faz
sentido se houver uma acuasação, quando houver uma acusação do MP, de duas uma ou o
assistente quer alterar o objeto, ou concorda com acusação;
§ CASO PRÁTICO 2
a) Furto simples – art. 203/3.º CP, crime semi público, depende de queixa.
b) Furto qualificado – art. 204/1/a) CP – art. 202.º/a) CP, como é furto qualificado
pressupõe-se que é de natureza pública, portanto temos de ter em conta o art.
48.º do CPP. – 50 vezes
c) Furto qualificado nos termos do art. 204/1/b) (metro) CP + art. 204/2/a) valor
consideravelmente elevado; - crime público – atenção ao art. 204/3.º do CP:
§ CASO 3
O que é que o MP pode fazer? Nos crimes públicos, e tendo em conta o princípio
da oficialidade, que é o caso do homicídio neste caso, o MP tem o poder-dever de
instaurar o procedimento criminal logo que adquira a notícia do crime (o MP adquire a
notícia do crime por conhecimento próprio, por intermédio dos órgãos de polícia
criminal ou mediante denúncia – art. 241.º CPP), proceder à investigação dos factos
e se for caso disso, sujeitar o arguido a julgamento, atrvés da competente acusação,
valendo aqui o princípio da oficialidade em pleno. Portanto, a atuação do MP não
depende de qualquer impulso ou vontade das partes.
Tendo em conta também o princípio da legalidade, logo que se verifiquem os
respetivos pressupostos de atuação, o MP não pode deixar de promover o processo
penal sob pena de ilegalidade e de omissão de um dever, que pode mesmo constituir
crime de denegação de justiça, nos termos do art. 369.º do CP.
2 Atenção que, o princípio da legalidade sobre limitações, na medida em que o MP não é obrigado a
submeter o arguido a julgamento, deduzindo acusação, sempre que reúna indícios da prática de crime.
Na realidade, estando em causa pequena ou média criminalidade, o MP pode decidir-se desde que
observados os respetivos requisitos, pelo arquivamento em caso de dispensa da pena (art. 280.º), ou
pela suspensão provisória do processo (art. 281.º e art. 282.º CPP). Neste âmbito vigora o princípio da
oportunidade.
Para alguma doutrina – que, sendo dominante, não merece o inteiro aplauso daquele
Autor –, o princípio da legalidade só tem incidência substantiva e não processual, e, dado o
carácter instrumental e a natureza publicista das normas processuais, apenas haveria que
ressalvar aqui, como em geral, o valor que a lei antiga atribuiu a actos praticados e a
situações verificadas no seu domínio de vigência e que agora não deveria ser posto em
causa.
Daqui resultará que não deve aplicar-se a nova lei processual penal a um acto ou
situação processual que ocorra em processo pendente ou derive de um crime cometido no
domínio da lei antiga, sempre que da nova lei resulte um agravamento da posição
processual do arguido ou, em particular, uma limitação do seu direito de defesa.
Ideia que a prisão preventiva é excecional: pelo que temos de ter em conta o art.
5/1/a) do CPP, o critério que está na alína a), é nemoadamente o exercício de direito de defesa, é
a tutela das garantias do arguido (presunção da inocência); não poderá ser estendida ad eternum
mas em relação às questões das normas processuais penais formais: é dificil que este critério
tenha sentido, o critério pode ser o facto de haver lesão ou não; formas de convocação;
Esta dinstição é posta em causa, o que intereessa em cocnreto são as garantias no
Processo Penal, temos de ver se podemos aplicar or egime no tempo diretamente, há uma lacuna
que tem de ser itnegrada com vista ao art. 4.º do CP; temops de usar as garantias do art. 29.º
CRP, e art. 32.º CRP:
Esta situação não cabe literalmente ne exceção, há uma lacuna; acabo no direito penal
material , pelo que aplicamos o art. 2.º do CP, aqui diríamos no caso 1 que a lei era
fundamental tendo em conta o momento da prática do facto, o porblema do processo penal tem
haver com a retroatividade, porque é que a solução de ser o momento da sentença não viola
princípios, o processo porlougp-se entre 2003 e 2007, o problema em processo penal não há art.
3.º do CP;
O momento da prática do facto em rpocesso penal seria todo o processo: mas no direito
material , se fosse o momentod a prática do facto (aplicando o art. 3.º do CP), enão é obvio que
seja o momento da pratoca do facto !
O probelma não tem haver com a classificação da nroma em si, mas tem haver com o
momento processual em si, como é aplico a lei do momento da prática do facto?. Ou se entendo
que o momento da prática do facto é a duração do processo.
Regra geral: momento da prática do facto, mas se o critério relevante é este: então
temos uma inconstitucionalidade da norma ? Porque o art. 5/1.º é contraditório com o art.
3.º do CP.
II. O actual n.º 2 do artigo 207° do Código Penal, ao transformar de semi-públicos, em particulares
alguns tipos legaius, é norma processual material.
III. Porque a nova lei se apresenta como mais favorável ao arguido tem aplicação retroactiva.
IV. No âmbito da lei nova, o Ministério Público carece de legitimidade para prosseguir com a acção
penal pois que a ofendida, que havia apresentado queixa, não se constituiu assistente e nem
deduziu acusação particular.
V. Apesar da alteração legislativa não pode, sem mais, declarar-se a ilegitimidade do Ministério
Público para deduzir a acusação e, em consequência, julgar extinto o procedimento criminal.
VI. Tal solução agrava, de forma insuportável, a posição da ofendida que, também na lei nova,
continua a ser a titular do direito criminalmente protegido e, não obstante, não teve sequer
oportunidade para cumprir os requisitos de que, aquela mesma lei, passou a fazer depender o
procedimento criminal. Deverá, por isso, a ofendida ser advertida da obrigatoriedade de se
constituir assistente e dos procedimentos a observar, nos termos do disposto no n.º 4 do
artigo 246º do Código de processo Penal.
Caso 2
4. Ac. STJ de 7-11-2012 : I. O recurso foi interposto de decisão confirmatória, em parte, de condenação proferida na 1.ª
instância, sendo que é reformulação de um acórdão anterior, que foi anulado, proferidos um e outro, já na vigência do novo
regime de recursos, introduzido pela Lei 48/2007, de 29-08.
II. A lei reguladora da admissibilidade dos recursos é a que vigora no momento em que é proferida a decisão de que se
recorre.
Factos praticados em Julho de 2001 – era crime público, passou para semi – público:
Acórdão do Tribunal da Relação do Porto:
I - O art. 2o, n.o 4 do C. Penal impõe que, entre duas ou mais leis penais que se sucedam no tempo,
aplicáveis (ou potencialmente aplicáveis) à mesma pessoa ou ao mesmo facto, prevalece a de conteúdo
mais benévolo, isto é, aplica-se a que menos comprima direitos, liberdades e garantias.
II - Deve assim ser aplicada a lei nova, surgida depois da acusação, segundo a qual o ilícito em causa
(contrafacção, imitação e uso ilegal de marca) passou a revestir natureza semi-pública (art. 329o do
C.P.I.).
III - Daí que, não tendo o ofendido, após a vigência da nova lei, formalizado ou manifestado o desejo
de procedimento criminal, o MP perde a legitimidade para o exercício da acção penal.
✓ O actual art° 329° do Código da Propriedade Industrial (aprovado pelo Decreto-Lei n° 36/2003,
de 5 de Março, e alterado pelos Decretos -Leis n°5 318/2007, de 26 de Setembro, e 360/2007, de
2 de Novembro, e pela Lei n° 16/08, de 1 de Abril), ao dispor que o procedimento criminal
pelos crimes previstos nesse Código depende de queixa — instituindo, por isso, uma nova
condição objectiva de punibilidade, não existente à data da prática dos factos — constitui
lei nova mais favorável, como tal prevalecente, de acordo com o princípio do tratamento
mais favorável consagrado no art° 2°, n°4, do Código Penal.
§ Argumentos Contra:
a) O referido crime de contrafacção, imitação e uso ilegal de marca, à data dos factos e
quando foi deduzida acusação, revestia natureza pública.
b) O tipo de ilícito passou a ter natureza semi-pública, conforme se alcança dos arts. 324 e
329 do C.P.T.
c) O instituto do direito de queixa tem natureza exclusivamente processual formal, sendo de
aplicação imediata para o futuro, sem qualquer aplicabilidade retroactiva, nos termos do
art. 5/1 do C.P.P.
§ Argumentos a favor:
§ Fundamentação;
✓ Em termos lineares, a questão a conhecer no presente recurso, reconduz-se a saber se: deduzida
uma acusação pelo Ministério Público por crime que, à data da prática do facto como à data
por que deduzida acusação, tinha natureza pública, com a alteração legislativa entretanto
operada, que o transforma em crime semi- público – logo, dependente de queixa – o
Ministério Público perde a legitimidade para o exercício da acção penal, se o direito de queixa
não tiver sido ou não for exercido.
✓ Consabidamente, a queixa é um pressuposto processual. É o acto pelo qual o ofendido ou outra
pessoa com legitimidade para tanto, dá conhecimento do facto penalmente ilícito ao Ministério
Público – ou entidade que tenha a obrigação legal de transmitir àquele – para que este promova o
processo. (Artigo 49.º CPP; Artigo 113.º CP)
✓ Pressuposto processual que é dizer também, condição de procedimento. Pressuposto,
todavia, cujo “conteúdo contende com o próprio direito substantivo, na medida em que a
sua teleologia e as intenções politico-criminais que lhe presidem têm ainda a ver com condições
de efectivação de punição, que nesta mesma ncontram o seu fundamento e a sua razão de ser”.
“O conteúdo de tal pressuposto é politico-criminalmente cunhado a partir da teoria da
consequência jurídica do crime”
✓ Quais as motivações (interesses) subjacentes ao instituto?
✓ Em primeiro lugar que, em atenção ao significado criminal relativamente pequeno do crime
– em particular quando ligado a uma alta medida de disponibilidade do bem jurídico respectivo –
o procedimento criminal só tenha lugar se tal corresponder ao interesse e à vontade do titular do
direito de queixa.
a) “Há que não esquecer que o próprio legislador se serve, por vezes, destas figuras como
técnica (....) de descriminalização de facto”. “Fazendo depender o processo penal por certo
crime de apresentação da queixa ou da acusação particular, o legislador sabe – e é isso que,
muitas vezes, pretende – que, em muitos casos, tal vai equivaler a uma não penalização do
agente, pois as estatísticas lhe indicam que muitos crimes, cujo procedimento depende de queixa,
não chegam a ser julgados precisamente pela não apresentação da queixa” .
b) Não se assiste, com frequência, na prática forense, ao manifesto enfado com que muitas
pessoas, lesadas embora no seu património, são chamadas a depor em tribunal, por via da
natureza pública do ilícito, mas que e conquanto directamente lesadas, nunca
apresentaram queixa nem nunca foi sua intenção fazê-lo?!
d) Por isso o regime de tal pressuposto é regulado essencialmente na Parte Geral do Código
Penal. Na verdade, sendo condição (positiva) do procedimento criminal, do mesmo modo
condiciona a responsabilidade penal.
e) Importa, também, que sendo ele, embora, estranho ao tipo legal de crime, “possa já relevar para
efeitos de determinação do regime que concretamente se mostre mais favorável ao agente” .
.
f) É sabido que a Constituição da República é a fonte positiva primária e hierarquicamente
superior, o “complexo de normas e princípios jurídicos, actuais e vinculantes” que “dá
validade e fundamento às normas hierarquicamente inferiores”.
g) Por isso se diz que “As leis ou quaisquer outras normas não só devem obedecer às normas e
princípios consagrados na Constituição (princípio da constitucionalidade), como devem ser
interpretadas, no caso de equivocidade ou pluralidade de sentidos, do modo mais conforme com
os princípios fundamentais da Constituição”
j) “O Estado de Direito Material, na sua função de protecção da pessoa humana com a decorrente
afirmação da liberdade como princípio geral e fundamental, não apenas proíbe a retroactividade
das leis penais desfavoráveis como também impõe a aplicação retroactiva das leis penais
favoráveis. Quer dizer: o princípio constitucional da liberdade, o favor libertatis é hoje, a matriz
comum e o princípio superior de que derivam não só na irretroactividade in peius, como também
a retroactividade in melius” [4]
k) Princípio que há-de valer, pelo que se deixa dito, tanto para as normas penais com carácter
substantivo, quanto para as que assumam natureza adjectiva. Não apenas quanto àquelas
pois, como diz o S.T.J.: “Não é isso o que lá está”. O preceito fala genericamente em
‘disposições penais’, aliás conforme o Artigo 29o/4 da Constituição da República que,
também sem restrições, manda aplicar retroactivamente às leis penais, quaisquer que
sejam, contanto que favoráveis ao arguido.
m) Portanto, o juiz ao ter de optar pelo que vigorava à data da infracção ou pelo que veio depois, ....,
não tem que se prender com a natureza deste ou daquele instituto; basta-lhe que ele venha
regulado num dos ditos códigos ou em ambos”. [5]
Às primeiras pertencem, sem preocupação exaustiva de pormenor, as normas dos artigos 49o a 52o
do CPP; às segundas pertencem, inequivocamente, as normas constantes dos artigos 111o a 116o
(Hoje, 113o a 117o) Daqui, e em segundo lugar, resulta que a LN desfavorável ao infractor ou ao já
arguido pode ser aplicada retroactivamente.
§ No caso concreto.
3. Em 26-6-98 o arguido foi acusado pela prática de um crime p.p. pelos arts. 193,
4. O referido crime de contrafacção, imitação e uso ilegal de marca, à data dos factos e quando foi
deduzida acusação, revestia natureza pública.
❖ Face ao que se deixou expendido, a resposta não pode deixar de ser no sentido afirmativo, dizer
da retroactividade favorável.
❖ Com se disse, na ratio da queixa confluem razões públicas politico-criminais e razões pessoais
do ofendido.
❖ Dos autos não ressuma formalizado – ou informalmente que fosse – qualquer desejo de
procedimento criminal.
E não repugna, antes se impõe, se considerado o quadro normativo substantivo (CP artigo 2o/4) e
fundamental (C. República) deixado referido.
Impõe-no o princípio geral da favorabilidade, segundo a abrangência que se deixou referida. É dizer:
considere-se a natureza adjectiva do instituto ou, antes, como aprece mais correcto, a natureza de “normas
processuais penais”, das que ao mesmo dizem respeito, é óbvia a conclusão da favorabilidade ao arguido
quanto ao regime sobrevindo.
Em termos práticos: não obstante ter sido deduzida acusação pelo MoPo, sem prévia apresentação de
queixa, por ao tempo ter legitimidade, por se tratar de crime público, com a entrada em vigor de um novo
regime que determine que o respectivo procedimento depende de queixa, não sendo esta exercida,
nomeadamente nos seis meses subsequentes à entrada em vigor da nova lei, o MoPo perde a legitimidade
para a acção penal.
Perda de legitimidade que em nada o desprestigia: não há que preservar uma legitimidade que o
legislador (dizer, o Estado que é representado pelo MoPo, o detentor da acção penal) entendeu já
não ter sentido!
1.No artigo 5o do CPP consagra-se o princípio do tempus regit actus, isto é a lei processual penal é de
aplicação imediata, aplicando-se mesmo aos processos iniciados antes da sua vigência, a não ser que haja
agravamento sensível e ainda evitável da posição processual do arguido ou conflito entre as normas..
2.É indubitável que a possibilidade de obtenção de prova comprometedora do agente quanto à prática dos
crimes investigados, através da realização da requerida diligência a qual só agora é permitida pela Lei do
Cibercrime, agrava de forma sensível a sua posição processual, pois o mesmo ficará numa posição de
ter de se defender de uma prova obtida por esse meio que lhe pode ser desfavorável, e que caso o
referido diploma não existisse, não se verifica
3, A referência a arguido na norma do artigo 5o do CPP terá de ser entendida de uma forma ampla e
não restrita, abrangendo aqueles contra quem são dirigidas diligências de averiguação ou
investigação, desencadeadas no âmbito de um processo penal.
“1 — A lei processual penal é de aplicação imediata, sem prejuízo da validade dos actos realizados na
vigência da lei anterior.
2 — A lei processual penal não se aplica aos processos iniciados anteriormente à sua vigência quando da
sua aplicabilidade imediata possa resultar:
Consagra-se no referido preceito o princípio do tempus regit actus, isto é a lei processual penal é de
aplicação imediata, aplicando-se mesmo aos processos iniciados antes da sua vigência, a não ser que haja
agravamento sensível e ainda evitável da posição processual do arguido ou conflito entre as normas.
❖ No caso em análise, recorde-se, foi com base na alínea a) do no 2 de referido preceito, que o
Sr. juiz indeferiu a diligência requerida, razão pela qual a nossa atenção se centrará na
interpretação a dar a essa norma, tendo em conta o caso sub júdice.
É que, como resulta da redacção dada à referida alínea, a lei não define o que deve entender-se por
agravamento sensível da situação processual do arguido, ficando por isso ao prudente critério do
julgador a sua determinação perante cada caso em concreto.
❖ SIMAS SANTOS E LEAL HENRIQUES dizem-nos Código de Processo Penal Anotado, I Vol., pág.
84. “que o agravamento sensível reflecte um sentido simultaneamente quantitativo e
qualitativo, querendo insinuar agravamento palpável, significativo, importante, com repercussão
na esfera jurídica processual do arguido”.
❖ Ora sendo tal excepção ao princípio do tempus regit actus, de natureza subjectiva, será,
naturalmente, em função dos interesses do arguido que se terá de avaliar se a diligência que se
pretende levar a cabo agrava de uma forma irreversível a sua posição processual.
❖ A este respeito COSTA PIMENTA Introdução ao Processo Penal, pág. 100 diz- nos que “ São
susceptíveis de causar agravamento sensível da posição processual do arguido todas as normas
que digam respeito a prazos processuais, a nulidades, a proibições de prova, a medidas de
coação e de garantia patrimonial, as restrições ao recurso e, em geral, quaisquer institutos
para os quais vigore o princípio da legalidade”.
❖ Pois bem neste caso, cremos que é indubitável que a possibilidade de obtenção de prova
comprometedora do agente quanto à prática dos crimes investigados, através da realização da
requerida diligência a qual só agora é permitida pela Lei do Cibercrime, agrava de forma
sensível a sua posição processual, pois o mesmo ficará numa posição de ter de se defender de
uma prova obtida por esse meio que lhe pode ser desfavorável, e que caso o referido diploma
não existisse, não se verificaria.
❖ Ficaria assim irremediavelmente afectado. Trata-se pois de matéria que contende com o seu
direito de defesa, agravando de forma sensível a sua situação processual. E não se argumente,
como o faz o recorrente que, não havendo ainda arguido, não há limitação do direito de defesa.
❖ Com efeito pensamos que o legislador ao referir-se a “ arguido”, não terá querido abranger
apenas aqueles que estão constituídos como tal, pois contendo-se a norma do arto 5o nas
disposições Preliminares e Gerais do Código, essa referência terá de ser entendida de uma forma
ampla e não restrita, abrangendo aqueles contra quem são dirigidas diligências de
averiguação ou investigação, desencadeadas no âmbito de um processo penal.
❖ Daí que concordemos com o Exmo Procurador-Geral Adjunto quando no seu parecer chama à
colação as normas do arto 187º no 4 a) CPP e do no 3 do arto 9o da Lei 32/08, de 17/7, que se
referem igualmente ao suspeito, para defender a interpretação abrangente do termo.
Pergunta 2: questão das escutas: interpretação do art. 5/1.º o que resulta da aplicação imediata, já temos
as escutas ao contrário do caso anterior , mas a lei refereque não pode haver escutas naquele
crimeem concreto, as escutas vão ser obtidas mas não vão ser julgadas em julgamento? Aqui as
escutas foram licitamente obtidas.
No art. 5/1.º CPP sem prejuízo das provas que já tinham sido constituídas: sim é um argumento,
mas o problema é que temos de fazer uma interpretação conforme a CRP, e do Direito Penal,
uma coisa é a invalidade ou validade da prova, outra diferente é a utilização da prova no
julgamento, poreque de facto houve uma lei mais favorável, se a prova foi obtida licitamente no
inquérito, foram feitas outras diligencias á volta das escutas, se a escuta é licita:
Disntiguir a validade ou invalidade da prova, ela não pode é ser usada em julgamento, o juiz do
julgamento não vai ter acesso aquela prova.
5/1.º CPP: aplicação imediata, o que é que acontece à escutas anteriores: corremos o risco de
contaminar todas as provas.
§ SUJEITOS PROCESSUAIS;
Matéria teórica;
No processo penal português, Prof. Figueiredo Dias defende que há, para além do
tribunal, do MP, e do arguido (assim chamado no CPP), mais dois sujeitos processuais a
saber: o defensor e o assistente;
§ O TRIBUNAL;
1. A função jurisdicional;
Joana Costa Lopes | TA
Os tribunais são os órgãos do Estado atrvés dos quais é exercida a função soberana de
administração de justiça. A chamada função jurisdicional (art. 110.º/1. CRP e art. 202.º
da CRP).
Apenas os tribunais comuns, ou judiciais, têm jurisdição em matéria penal (art. 211.º
CRP). A jurisdição penal é depois repartida por diversos tribunais judiciais, em
função de vários critérios de competência. Por isso se diz que a competência de um
tribunal é a medida ou âmbito da sua jurisdição;
A distinção de critérios para a delimitação da competência do tribunal abrange os
seguintes aspetos:
a) A competência em razão da fase do processo (competência funcional);
- A jurisdição está atribuída aos tribunais portugueses nos termos do art. 202.º da CRP e
211.º da CRP, e art. 1.º da LOFTJ.
- Segundo os critérios de competência funcional (determinação do tribunal competente
em função da fase processual em que o processo se encontre) , seria competente, para o
julgamento, o Tribunal Judicial de 1ª Instância, (contrario sensu dos artigos 11.º.
12.º do CPP3, e art. 33.º a 37.º , 55.º e 56.º da LOFTJ. + 72 e 74.º (artigos que dizem se a
competência é da relação ou do Supremo).
- No que concerne à competência material (determinação do tribunal comptente em
função das qualidades de certos agentes, das matérias específicas, ou dos tipos de
crimes e respetivas penas), dever-se-ia aplicar o critério qualitativo em função do tipo
de crime (contra a autoridade pública) integrando o catálogo do art. 16/2/a) , pelo que
seria competente o Tribunal singular.
Por último, quanto ao critérios de competência territorial , por exclusão de critérios
especiais previstos nos artigos 20.º a 23.º dever-se-ia aplicar a regra geral constante no
artigo 19.º, nomeadamente o seu número 1, seria competente o Tribunal da área da
consumação: Alcoentre, da comarca de Lisboa Norte. Dever-se-ia discutir a eventual
aplicação do art. 19/3.º. Contudo como o crime de evasão não é um crime duradouro,
não parece ser aplicável, o n.º 3 do art. 19.º. Acresce que a maior proximidade de prova
é oferecida pela área do estabelecimento prisional do qual os presos se evadiram – local
da consumação;
✓ Parece que ainda assim, admitir-se a apensação (nos termos do art. 29.º), dos 3
processos relativos ao crime de evasão, com as demais consequências -
nomeadamente a prevista no artigo 31.º CPP.
§ Crime de homicídio:
1. Há pluralidade de processos;
2. Há pluralidade de Tribunais competentes – num processo seria o Tribunal
singular da comarca de Lisboa Norte e noutro seria competente o Tribunal
Coletivo da comarca de Leiria;
3. Verifica-se de igual modo uma situação típica de conexão, nos termos doa rt.
24.º e 25.º do CPP , nomeadamente a prevista no art. 24.º/1/d) CPP: respeitando-
se os limites à conexão nos termos doa rt. 26.º do CPP, e iv) pelo que se
pressupõe que exista tramitação concomitante – art. 24/2.º do CPP.
A este propósito dever-se-ia discutir a aplicação dzo art. 24.º/1 d) : efetivamente,
embora discutível, deverá exigir-se sempre a comparticipação como elemento
comum ao funcionamento daquela alínea – No caso em apreço, acresce que
aparentemente , o crime de homicídio foi praticado na mesma ocasião (unidade
temporal).
Por último, poder-se-ia ainda discutir se o facto de o crime de evasão cosntar do
catálogo do art. 16/2/a) obsta à conexão. Haverá limites absolutos ou reservas
absolutas de competência do Tribunal singular?
Embora controvertida, a resposta deve der negativa (João Caires). Na verdade,
nenhum critério de competência (mesmo qualitativo) é absoluto e todas as vantagens
de conexão justificam-se nesta hipótese (prevenção de contradição de casos
O juiz pessoalmente, e não o tribunal, estará então impedido (judex inhabilis) ou pode
ser considerado suspeito (judex suspectus). O juiz está impedido por força da lei e é
suspeito por decisão própria ou por recusa do Ministério Público, do assistente, arguido
ou partes civis, baseada na existência dos factos que fundamentam a suspeição.
§ IMPEDIMENTOS;
Os artigos 39.º e artigo 40.º enumeram os factos que determinam i impedimento do juiz
e que podem agrupar-se em três grupos:
O caso:
2. Alegação do recorrente:
VII. Com o n.° 5, do art. 32.°, da CRP, o que se pretende é que o arguido
a ser submetido a julgamento, tenha um julgamento independente e
imparcial.
XIV. Disposições violadas: arts. 40°, 41º, 119° e 122° do C. Processo Penal; art.
32°, nº 1 e nº 5, da CRP; art. 6°, nº 1 da Conv. Europeia dos Direitos do
Homem.
termos em que deve o presente recurso ser julgado procedente e, em
consequência, ser apreciada e declarada com força obrigatória geral, a
inconstitucionalidade da norma constante do artigo 40.°, do CPP, na parte em
que permite a intervenção no julgamento, do juiz que decretou a prisão
preventiva, na parte em que permite a intervenção no julgamento do juiz que
manteve e posteriormente indeferiu, a alteração dessa mesma medida coactiva de
prisão preventiva e na parte em que permite a intervenção no julgamento de um
tribunal colectivo composto pelo juiz que, findo o primeiro interrogatório judicial,
decretou a prisão preventiva (juiz presidente desse mesmo colectivo) e,
simultaneamente, pela juiz que lhe manteve e posteriormente indeferiu essa
mesma medida coactiva de prisão preventiva. tudo com as consequências legais.
O arguido reconhece esta realidade, mas não se conforma, pois, no seu modo de
ver, a intervenção do juiz que, em fase de inquérito ou instrução, não se traduza na realização
de meros actos de expediente e implique uma tomada de decisão, com valoração dos indícios
recolhidos, designadamente aplicando prisão preventiva ao arguido, deve desencadear impedimento
de participar no julgamento.
É este entendimento restritivo que quer ver seguido, sustentando que de outro
modo se viola o art. 32º n.º1 e 2 da Constituição. Segundo o recorrente como as
Ex.mas juízas não se limitaram a praticar, no processo, actos de mero expediente, antes
tomaram conhecimento de elementos fulcrais dos autos e praticaram actos materiais no processo,
sobre ambas recaem fortes suspeitas de independência (imparcialidade) quando é sabido que
ambas formularam juízos de valor sobre a factologia nuclear do processo. Os juízos, ainda que
➢ Esse acórdão salienta, desde logo, a diferença substancial entre esse caso e o que
determinara a declaração de inconstitucionalidade com força obrigatória geral do
art. 40º do Código Processo Penal, no Acórdão n.º 186/98 - neste último estava
em causa uma dupla intervenção sucessiva do juiz na fase de inquérito e, no
caso do Acórdão 339/99, uma intervenção isolada - evidenciando que tal
acórdão expressamente alerta “para a relevância da circunstância, entendida
como decisiva na sua própria lógica argumentativa, de a intervenção do juiz na
fase de inquérito não ser uma intervenção esporádica ou isolada, mas ser, pelo
contrário, uma intervenção reiterada ou repetida” e “de o juiz não se ter
limitado a, findo o primeiro interrogatório judicial do arguido, decretar a
respectiva prisão preventiva”, mas “ter, em data posterior, já bem próximo da
data da acusação, confirmado essa mesma prisão preventiva”.
● A PSP é considerada órgão de polícia criminal (OPC), nos termos do art. 1.º,
alínea c), do CPP, e do art. 3.º, n.º 1, alínea c)¸da Lei n.º 49/2008, de 27 de
agosto.
● Na segunda hipótese (arguido não detido), que parece ser a mais plausível, os
agentes da PSP poderiam interrogar o arguido (tratando-se de primeiro
interrogatório ou de interrogatórios subsequentes) caso tivesse existido
delegação da sua realização pelo MP nos agentes da PSP, nos termos dos arts.
144.º, n.º 2, e 270.º, n.º 2, ambos do CPP
4Prof. Doutor Rui Soares Pereira, e Mestre David Ramalho; Os processos especiais no direito processual
penal português.
No que se segue oferecer-se-á tão comente uma visão transversal e sumária do regime
aplicável às formas de processo especiais no direito processual penal português,
completada com uma breve análise da alteração à forma de processo sumário
realizada pela reforma de 2013, e uma exposição sucinta do acórdão do TC n.º
174/2014 de 18 de fevereiro que declarou “a inconstitucionalidade, com força
obrigatória geral, da norma do artigo 381.º do CPP, na redação introduzida pela
Lei 20/2013 de 21 de fevereiro na interpretação segundo a qual o processo sumário
aí previsto é aplicável a crimes cuja pena máxima abstratamente aplicável é
superior a cinco anos de prisão por violação do art. 32/1/ 2 da CRP;
§ PROCESSO SUMÁRIO:
5Só se tratará de nulidade dependente de arguição quando se aplicar a forma de processo comum em
vez da forma de processo especial – art. 120/2/a) do CPP;
Uma das modificações mais relevantes introduzidas pela reforma de 2013 foi a alteração
de um dos requisitos de recurso à forma de processo sumário em particular a eliminação
da limitação da aplicação do processo sumário a crimes de pequena e média
criminalidade. ,
2. Refira-se que o art. 280.º do CPP deve ser entendido como uma limitação ao
princípio da legalidade e uma concessão ao princípio da oportunidade , uma via
de per mezzo, uma autêntica terceira via entre a acusação e o arquivamento puro
e simples;
i) O crime em causa for punível com pena de prisão não superior a 6 meses,
com só com multa não superior a 120 dias; - Neste caso o tribunal pode
declarar o arguido culpado mas não aplicar qualquer pena se se observarem
os seguintes requisitos:
Não está sujeito a formalidades especiais, devendo conter as razões de fato e de direito
que conduzem o sujeito processual (assistente ou arguido) a não concordar com a
decisão que foi tomada em sede de inquérito.
● O arguido pode requerer RAI nos termos do artigo 287/1/a) do CPP, ou seja, o
arguido pode suscitar o controlo jurisdicional da acusação do MP, e não deve de
maneira alguma, impor limites a esta faculade de abertura de instrução, sob pena
de violar o preceito constitucional que diz que a instrução visa a garantia dos
direitos de defesa.
● No entanto a alínea a) parece circunscrever o RAI do arguido à discussão dos
factos. A análise do número 2 não contraria esta impressão, pois diz que o
requerimento deve conter uma súmula das razões de facto e de direito. Este “e”
parece significar que o arguido não pode requerer instrução somente para
discutir a matéria de direito. Mas há argumentos importantes a justificar que o
arguido deva poder requerer a abertura de instrução só para discutir questões de
direito:
E repare-se que o requerimento probatório pode incidir sobre matéria factual, apenas ou
matéria de direito, pelo que pode limitar-se a atacar os factos, ou simplesmente, limitar-
se a atacar as qualificações jurídicas da acusação.
§ FUNDAMENTOS DO INDEFERIMENTO;
O RAI só pode ser rejeitado por extemporâneo, por incompetência do juiz ou por
inadmissibilidade legal da instrução (287.o/3 CPP).
1.A inadmissibilidade legal constitui uma das três formas legalmente previstas de
rejeição do requerimento para abertura de instrução.
5.De igual modo, se, pela simples análise do requerimento para abertura da instrução,
sem recurso a qualquer outro elemento externo, se dever concluir que os factos narrados
pelo assistente jamais poderão levar à aplicação duma pena, estaremos face a uma fase
instrutória inútil, por redundar necessariamente num despacho de não pronúncia.
§ FIM DA INTRUÇÃO;
• Pronúncia (308.º/1, primeira parte, CPP): caso tenham sido recolhidos indícios
suficientes de se terem verificado os pressupostos de que depende a aplicação ao
arguido de uma pena ou de uma medida de segurança;
• Não pronúncia (308.o/1, segunda parte, CPP): caso não tenham sido recolhidos
indícios suficientes de se terem verificado os pressupostos de que depende a aplicação
ao arguido de uma pena ou de uma medida de segurança, ou procedência de questão
processual, prévia ou incidental, que obste ao conhecimento do mérito da causa;
Quando o Juiz de Instrução lavra um despacho de pronúncia em que inclui factos que
constituem uma alteração substancial do objeto do processo, esse despacho é nulo:
• Esta nulidade é sanável, como consta do art. 309.o/2 CPP, porque tem de ser “arguida
no prazo de oito dias contados da data da notificação da decisão”;
• Esta nulidade é sanável, como consta do art. 309.o/2 CPP, porque tem de ser “arguida
no prazo de oito dias contados da data da notificação da decisão”;
• O despacho de pronúncia válido é recorrível quando incidir sobre factos que não
constam da acusação do MP.
• O art. 310.o/1 CPP é uma regra excecional, que admite interpretação enunciativa a
contrario: fora do caso previsto, o despacho de pronúncia válido é recorrível.
● O despacho de não pronúncia é recorrível nos termos gerais do art. 399.o CPP.
Ac. TC 136/2007;
Caso:
✓ A resposta não poderá deixar de ser negativa, já que tal solução normativa, não
violou manifestamente o princípio da igualdade já que assenta numa
discriminação fundada na própria hierarquia das classes sucessórias;
✓ Não atenta contra o preceito constitucional de família, já que permite
amplamente aos familiares , cujo vinculo assenta na família-estirpe;
26 de abril: 13h; -
Estatuto do assistente;
Pergunta nove;
TESTE DIA 2 DE MAIO;
Artigo 188.º
Procedimento criminal
1 - O procedimento criminal pelos crimes previstos no presente capítulo depende de acusação particular, ressalvados
os casos:
a) Do artigo 184.º; e
b) Do artigo 187.º, sempre que o ofendido exerça autoridade pública;
em que é suficiente a queixa ou a participação.
2 - O direito de acusação particular pelo crime previsto no artigo 185.º cabe às pessoas mencionadas no n.º 2 do
artigo 113.º, pela ordem neste estabelecida.
I – A doutrina fixada pelo STJ no seu AUJ n.º 1/2015 deve ser aplicada ao
requerimento de abertura da instrução apresentado pelo assistente.
§ CASO 11;
Tem de se arguir a nulidade para haver recurso: nos termos do art 310/3.º do CPP;
Sessões de escalarecimento;
I- Mesmo antes das modificações introduzidas nos artigos 141.º, n.º 4 , al.
b) e 357.º, al. b), do Código de Processo Penal, pela Lei n.º 20/2013, era
possível utilizar em audiência de julgamento conversas do arguido
noutras fases processuais, mesmo em situações em que o arguido exercia
o direito ao silêncio, como acontecia nas situações de escutas telefónicas
transformadas em prova documental e acontecia com a prova da
reconstituição de factos.
II- O art. 357.º, n.ºs 1 a 3, do Código de Processo Penal, é claro no sentido
de que a valoração das declarações prestadas pelo arguido devidamente
informado nos termos do art.141.º, n.º 4, alínea b), do mesmo Código,
[deixou, pois, de ser necessário que o arguido requeira a leitura, ou preste declarações
em audiência e haja contradições e discrepâncias com as declarações já prestadas
anteriormente]
Pese embora não haja unanimidade na doutrina, a generalidade dos autores tende a
atribuir às declarações do arguido uma dupla natureza: meio de prova e meio de
defesa. Por todos, FIGUEIREDO DIAS, que entende que “qualquer dos
interrogatórios tem de ser revestido de todas as garantias devidas ao arguido como
sujeito do processo – e constitui, nessa medida e naquela outra em que tem de respeitar
a inteira liberdade de declaração do arguido, uma expressão do seu direito de defesa ou,
se quisermos, um meio de defesa.
Mas também qualquer dos interrogatórios visa contribuir para o esclarecimento
da verdade material, podendo nesta medida legitimamente reputar-se um meio de
prova”
PARA OS EFEITOS DO DISPOSTO NO ARTIGO 147.º, N.º 4, ALÍNEA B) (DE QUE NÃO
- Por questões de concordância sistémica do regime, deve hoje aceitarse que no decurso
do primeiro interrogatório judicial e dos restantes interrogatórios perante AJ, após a
informação dos factos imputados e dos elementos do processo que os indiciam, “o
arguido tem o direito de conferenciar com o seu defensor, nomeadamente para o assistir,
esclarecendo-o sobre o seu direito de responder ou não”, na medida em que a lei
assegura ao arguido o direito de assistência por defensor em todos os atos do processo –
Joana Costa Lopes | TA
como já defendia Germano Marques da Silva. - Deve permitir-se, ainda, breves
interrupções, perante as questões formuladas, para conferência com o defensor, desde
que não obstaculizem a eficácia e decurso normal do interrogatório. - Deve, finalmente,
em nosso entender, conferir-se uma maior amplitude na admissão dos esclarecimentos e
das questões a formular, a final, pelo defensor.
§ 16. Depois de exercido o direito de queixa num crime de injúrias, será possível ao
queixoso, enquanto lesado, intentar uma ação civil autónoma pedindo uma
indemnização civil fundada nos mesmos factos?
✓ Neste caso temos de ter em conta o art. 71.º do CP, art. 72/1/c) do CPP, e
número 2 do art. 72.º do CPP;
✓ Temos de ter em conta ainda o art. 75.º do CPP; e art. 77.º do CPP;
Assento.n.º|5/2000
A dedução, perante a jurisdição civil, do pedido de indemnização, fundado nos mesmos factos que
constituem objecto da acusação, não determina a extinção do procedimento quando o referido pedido
cível tiver sido apresentado depois de exercido o direito de queixa se o processo estiver sem
andamento há mais de oito meses após a formulação da acusação.
✓ Um renúncia legal imposta por lei, que não é impedida pelo facto de já ter
sido efetuada uma queixa-crime;
17.1:
As formalidades do artigo 344º do CPP terão que ser cumpridas sob pena de nulidade.
Trata-se de nulidade dependente de arguição, nos termos da alínea a) do nº 3 do artigo
120º do CPP. Porém, em casos residuais, poderemos estar perante verdadeira proibição
de prova, designadamente quando a confissão tiver sido obtida mediante tortura, coação,
ofensa da integridade física ou moral ou promessa de vantagem legalmente inadmissível
(cf. artigo 126º, nºs 1 e 2 do CPP)19.
17.2: Análise do art. 82.ºA: Posição do Prof. Paulo Pinto Albuquerque: - só quando o
lesado não deduz oposição;
17.3: Em que termos seria arbitrada essa indemnização: não abrange lucros cessantes,
apenas danos emergente;
CASO PRÁTICO 2
1. Autonomizáveis;
Há factos novos Existe Alteração dos Factos Substancial (art. 1/1/f), critério
quantitativo por factos não autonomizáveis Julgamento: art. 359/1.º do CPP; *
Sentença – art. 379/1/b) do CPP;
§ JULGAMENTO – TESES:
Defendia-se então que que havia uma lacuna: art. 4.º do CPP;
O caso julgado consenso – está limitado pela competência do tribunal, o art. 359/ 3
e 4.º do CPP não se sobrepõe às normas de competência;
Se fosse furto simples, era o tribunal singular, e se fosse furto qualificado, é tribunal
coletivo;
JOÃO CAIRES: Não! O acordo pressuposto no art. 359/3.º do CPP, como garantia de
defesa do arguido, não é assegurado com declarações tácitas ou comportamentos
concludentes.
Sumário: Não julga inconstitucional a norma do artigo 359.º do Código de Processo Penal, na
redacção da Lei n.º 48/2007, de 29 de Agosto, interpretada no sentido de que, perante uma
alteração substancial dos factos descritos na acusação ou na pronúncia, o tribunal não pode
proferir decisão de extinção da instância em curso e determinar a comunicação ao Ministério
Público para que este proceda pela totalidade dos factos.
✓ Não pode, todavia, dizer-se que isso conduza à desprotecção penal dos
correspondentes bens jurídicos. Por definição, não se trata de factos susceptíveis,
por si só, de fundamentar uma incriminação autónoma em face do objecto do
processo.
✓ Pelo contrário, estes factos que ficarão definitivamente impunes formam com os
constantes da acusação (ou da pronúncia, quando a houver) uma tal unidade de
sentido que não permitiria a sua autonomização. Dito de outro modo, o que fica
fora do âmbito de consideração na sentença e, por essa via, escapa
definitivamente à sanção penal, são circunstâncias modificativas especiais que
nunca teriam relevância suficiente para sustentar um processo à parte. O que só
pode significar que o bem jurídico nuclear susceptível de justificar a
incriminação encontra ainda o mínimo de protecção penal, sendo apenas
escamoteados alguns concretos factores de intensificação dessa protecção.
✓ Ora, mesmo para quem entenda que, do princípio do Estado de direito ou, mais
imediatamente, do dever de protecção dos direitos e liberdades fundamentais
como tarefa fundamental do Estado [alínea b) do artigo 9.º da Constituição],
pode decorrer a imposição de criminalização daquelas condutas que atentem
contra os valores essenciais à ordem comunitária constitucionalmente
A revisão de 2007 ao CPP, no seu art. 359.º do CPP: consagrou a tese da preterição
absoluta do conhecimento da alteração substancial dos factos não autonomizáveis , tanto
na fase de instrução como na fase de julgamento;
Jurisprudência:
Ac. STJ 11/2013 – a alteração da qualificação jurídica, não pode ocorrer sem produção de
prova, uma AQJ, mesmo que seja reconduzida ao regime do 358.º impõe a produção de prova
quanto aos elementos qualificativos;
Ac. STJ 1/2015 de 20 nov. de 2014, a falta de descrição dos elementos subjetivos – não pode ser
integrado no julgamento, o acórdão uniformizador, se não houver descrição, o tribunal não pode
incluir isto no 358.º do CPP;
Existem vários critérios com o recurso aos quais se pode preencher a noção de tipo diverso:
§ Segundo FREDERICO ISASCA: os três critérios para definir crime diverso (art. 1/1/f), 1ª parte
do CPP), são aplicáveis conjuntamente, ao pedaço da vida juntam-se factos novos e dessa
alteração resulta (embora os critérios não sejam cumulativos):
- uma imagem;
§ ROBALO CORDEIRO - O conceito de crime diverso é-nos dado por um “critério misto
normativo-social, que parte da identidade ou coincidência fundamental dos bens
jurídicos – logo, dos tipos legais de crime – sem perder de vista as realidades da vida,
mantendo-se por isso igualmente atento à valoração social dos factos.”
Ivo Barroso, citando Marques Ferreira: não é muito rigoroso falar de factos novos, pois podem
já estar incluídos na unidade que constitui o objeto do processo, sendo preferível a designação,
“factos não escritos na acusação ou na pronúncia ”. - A Prof.ª Mafalda refere que não faz
sentido;
- Trata-se de uma situação em que os novos factos não podem ser destacados do processo
pendente uma vez que não são suscetíveis de integrar um processo penal autonomamente.
Apenas em conjunto com os factos antigos poderão ser conhecidos de integrar um objeto do
processo penal.
Qual o regime?
i) A nova redação do art. 303./3.º do CPP de igual modo o art. 359/1.º do CPP, apenas
proíbe a solução de “absolvição da instância”, , pois só esta implica a extinção da
instância;
ii) Assim a suspensão da instância e a anulação do processado continuam a ser
soluções válidas mesmo depois da Reforma de 2007 pois nenhuma delas extingue a
instância. (art. 287.º do CPP);
iii) Por outro lado, com a Reforma de 2007 reconheceu-se expressamente a dicotomia
absolvição da instância vs. Absolvição do pedido em matéria de objeto penal;
Que solução então (Porf. João Caires):
§ Critério geral:
Paulo Sousa Mendes: pronúncia pelos factos de que o arguido vinha sido acusado e
irrelevância dos novos factos (que não poderão ser conhecidos a nenhum título); o prof. dá o
exemplo de uma mudança de crime simples par crime qualificado, o prof. PSM refere que o
novo facto não pode ser atendido no processo pendente nem noutro, porque não é
autonomizável.
Pro. Caires discorda: refere que, a solução adequada não parece ser pronunciar o arguido pelo
crime de homicídio simples nos termos do art. 131.º do CP – quando o JIC esteja convencido da
existência de indícios suficientes do crime de homicídio qualificado (art. 132.º do CP) pelos
seguintes razões:
Caso 3 – e se for o assistente? Não há dupla conforme; - Art. 309/1.º do CPP; Art. 309/2.º do
CPP; 8 dias + art. 810/3.º do CPP; - Alteração substancial de factos: a pronúncia é ou não
válida, porque se for inválida temos de arguir a nulidade, sendo válida, como os factos, o crime
de abuso de confiança foi trazido pelo RAI do assistente, não podíamos aplicar a dupla
§ Vícios; (caso 4)
D foi acusado da prática de um crime de homicídio negligente, nos termos do art. 137.º do CP; -
após a produção de prova, um julgamento, o tribunal fica convicto de que D não agiu com
negligência mas dolo eventual; - (ainda com base nos mesmos factos descritos na acusação:
Nem o arrombamento, nem a relação de parentesco, nem a frieza de ânimo, nem o dolo,
nem a verificação de um resultado, nem a co-autoria, isoladamente fundamentam
qualquer crime. Estamos, por conseguinte , perante factos que por si só não podem
constituir objeto de um processo penal autónomo. (Neste sentido também Prof. Ivo Barroso).
Solução, tendo em conta a posição do Prof. Paulo Sousa Mendes (que não concordo): D que foi
acusado de homicídio negligente e que em sede de audiência de julgamento se desvenda que,
afinal, D teve intenção de matar e o fez de forma dolosa, com culpa, pelo que devia vir a ser
punido pela prática de um crime de homicídio simples, nos termos do artigo 131.º do Código
Penal.
Contudo, sucede, neste caso, que o facto indiciado no decorrer do julgamento, tratando-se de um
facto não autonomizável do restante conteúdo da acusação e implicando a agravação dos
limites máximos da pena aplicável a D, fundamenta uma alteração substancial, não podendo
ser atendível pelo tribunal por força do disposto no artigo 359.º do Código de Processo Penal.
Se o tribunal condenasse D pelo crime de homicídio simples no âmbito deste processo, não
existindo o acordo referido no art. 359/2.º do CPP, o acórdão seria nulo nos termos do art. 379.º,
n.º 1, al. b), do CPP, nulidade dependente de arguição (sob pena de sanação), constituindo
fundamento de recurso ordinário (que deveria ser interposto no prazo de 30 dias, nos termos dos
arts. 399.º, 410.º, n.º 3 e 411.º, n.º 1, todos do CPP).
Neste caso: defender a posição do Prof. João Caires (supra); E porque não a posição do
Prof. Paulo Sousa Mendes, de desconsiderar estes factos?
● Portanto, com a nova redacção dos n.º 1 e 2 do art. 359.º do CodProcPenal parece
resultar que há uma imposição legal de o tribunal ter de proferir decisão de mérito --- de
absolvição ou de condenação ---, com exclusiva referência aos factos descritos na
acusação ou na pronúncia, e assim com desconsideração do efeito agravativo da
responsabilidade criminal que resultaria dos novos factos provados (recte indiciados)
em fase de julgamento, quando estes não sejam autonomizáveis em relação ao objecto
do processo.
● Diga-se desde já que, a acolher-se esta solução, ela pode ser em muitos casos chocante e
aparentemente absurda. Suponha-se, por exemplo, que alguém é acusado de um crime
I - A alteração da qualificação jurídica, desde que feita fora da hierarquia do crime base
que visa a protecção do mesmo bem jurídico, fazendo a convolação para uma forma
menos grave que o crime pode revestir (condenação por crime de furto simples, em vez
de crime de fruto qualificado ou condenação por crimes de homicídio simples em vez de
crime de homicídio qualificado), deve ser comunicada previamente ao arguido, tanto na
1.ª instância como em sede de tribunal de recurso, por imposição legal do art. 358.º, n.º
1 e 3, do CPP.
Aqui era alteração da qualificação jurídica; Porquê? O caso diz mesmo , sem
alteração dos factos, mas se não dissesse então, (a meu ver, e parte da doutrina
Não podia. Crime de homicídio simples doloso é da competência do tribunal coletivo nos
termos do art. 14/1/a) do CPP (critério qualitativo) – e atenção à ressalva do art. 359/3.º do CPP;
- se estes não determinarem a incompetência do tribunal. Temos de distinguir o art. 358.º e o
art. 359.º do CPP, qual é o problema da competência? Mesmo havendo uma alteração
substancial, há uma possibilidade dos agentes querem continuar com o processo, a não ser que
da alteração dos factos resultar a incompetência do tribunal.
Aqui o juiz do tribunal singular, que visse esta situação , uma vez que ela implicava a
incompetência em razão da matéria do tribunal, que pode ser conhecida oficiosamente até à decisão
final (art.32 nº 1 do CPP). Nada justificava a realização de um julgamento, que, na opinião do sr.
juiz, estaria ferido de nulidade insanável (art. 119 al. e) do CPP).
Atenção ao art. 34/1.º do CPP, e em especial ao número 2, porque cessa o conflito , logo que o
tribunal singular se declarar incompetente;
Uma alteração da qualificação jurídica, se é mais grave, tem de se dar o prazo para a defesa,
no Acórdão do STJ só se soube isto numa fase diferente, e não podiam juntar os factos;
No nosso caso prático, não havia o problema da competência; e quando é que se tem de dar o
prazo da defesa? Se é uma pena menos grave , tem de se dar prazo para defesa ou não? Aqui
não havia um problema de competência; a letra da lei não nos dá uma solução. Se se já
pronunciou;
TESTE:
§ Medidas de Coação: 191, 193, 194 .º do CPP (MUITO); art. 204.º do CPP; LIMITES DAS
PENAS DAS MEDIDAS DE COAÇÃO; ACÓRDÃO QUE A PROFESSORA ENVIOU, LER
OS ACÓRDÃOS DO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL; art. 194.º do CPP;
Medidas de Coação;
Art. 204/b) 194/3.º: princípio do pedido, a partir de 2013, o juiz pode aplicar uma
medida de coação diversa ainda que não grave, com fundamento das alíneas a) a c), o
juiz aplicou uma prisão preventiva e o MP, outra, TEMOS DEVER O
FUNDAMENTO; se for
Objeto do Processo: Há acusação: diz uma coisa, deois há pronúcnia, e quando chegar
ao julgamento, chega-se ao saneamento do 311, se houver um problema do objeto,
temos de esperar pelo julgamento por arguir um problema de objeto? Não, o art. 311.º já
é um problema de julgamento, não é necessário esperar;
Teste : SAI ATÉ ÀS MEDIDAS DE COAÇÃO; - Processo Penal fazer casos das
medidas de coação; -