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 Jurisprudência: não pode mais execução provisória da

NOÇÕES PRELIMINARES pena | No tribunal do júri pode.


DIREITO PROCESSUAL PENAL : conjunto de normas e
EXTERNA: mídia não pode fazer julgamento sobre o
princípios que regulam a aplicação jurisdicional do Direito
processo
Penal objetivo, a sistematização dos órgãos de jurisdição e
respectivos auxiliares, bem como da persecução penal. 2. IGUALDADE PROCESSUAL OU PARIDADE DE
ARMAS: as partes devem ter as mesmas oportunidades,
SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS devendo ter assegurados os mesmos direitos, com idênticas
ACUSATÓRIO: ADOTADO possibilidades de alegação, prova, impugnação, art. 5º,
caput, CF.
 Contraditório
 Igualdade entre as partes Privilégios da defesa: embargos infringentes, embargos de
 Publicidade nulidade, revisão criminal
 Separação das funções de acusar, defender e julgar
3. IMPARCIALIDADE DO JUIZ :
 Processo oral ou escrito
 Iniciativa da parte acusadora Garantias conferidas à magistratura: vitaliciedade,
 Acusado como sujeito de direitos inamovibilidade e irredutibilidade de subsídio

INQUISITIVO: Restrições: juiz das garantias

 Ausência de contraditório 4. JUIZ NATURAL :


 Inexistência de regras de igualdade
 As funções de acusar, defender e julgar estão reunidas Não haverá juízo ou tribunal de exceção (criados
em uma só pessoa temporariamente para julgar um ou vários casos após a
 Secreto] pratica de um determinado delito). Somente a autoridade
 Escrito competente poderá processar e sentenciar.
 Acusado com objeto de investigação
5. LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO :
MISTO:
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação
 Investigação preliminar e investigação preparatória da prova produzida em contraditório judicial, não podendo
(secretas e não contraditórias) fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos
 Fase do julgamento (processo público, oral e informativos colhidos na investigação, ressalvadas as
contraditório) provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (CPP).
 Separação das funções de acusar, defender e julgar
6. PUBLICIDADE:

Via de regra, publicidade absoluta (art. 792, CPP). Mas,


PRINCÍPIOS poderá restringir a publicidade dos atos processuais
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o
exigirem.
1. PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA /ESTADO DE
INOCÊNCIA/NÃO CULPABILIDADE : é considerado 7. CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA :
inocente até o trânsito em julgado de sentença penal
É assegurado constitucionalmente.
condenatória, art. 5º, LVII, CF.
O acusado só poderá ser processado ou julgado com
INTERNA:
defensor. Intimação de toda as decisões e notificação para
todos os atos do processo.
 Ônus da prova, em regra, é da acusação
 A dúvida condiz à absolvição do réu (in dubio pro reo)
8. INICIATIVA DAS PARTES:O juiz não instaura a
 Não se pode abusar da utilização de prisões cautelares
persecução penal de oficio.
 Medidas constritivas de direito devem ser decretadas
excepcionalmente. Ex.: quebra de sigilo, mandado de 9. OBRIGATORIEDADE : Obrigatoriedade da ação penal
busca e apreensão, interceptação telefônica. nas ações públicas

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10. OFICIALIDADE: a atividade de persecução penal deve Inquérito Policial Militar (IPM): infrações de competência
ser realizada por órgãos públicos, não devendo ser da Justiça Militar
delegadas a particulares.
Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI)
11. INDISPONIBILIDADE DO PROCESSO (somente nas
ações públicas: promotor não pode desistir da ação. Inquéritos nos Tribunais:

12. IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ : “Ocorrendo infração à lei penal na sede ou


dependência do Tribunal, o Presidente instaurará
§ 2º O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a inquérito, se envolver autoridade ou pessoa sujeita à
sentença.(CPP) sua jurisdição, ou delegará essa atribuição a outro
Ministro” (artigos 43 e 58 dos Regimentos Internos do
13. DEVIDO PROCESSO LEGAL : STF e STJ).

LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens


COMPETÊNCIA
sem o devido processo legal; Art. 5º, C
 Local da infração
14. INADMISSIBILIDADE DAS PROVAS OBTIDAS POR
 Competência em razão da matéria (Delegacia
MEIOS ILÍCITOS :
Especializada)
Não admite provas ilícitas por derivação.  Prisão em flagrante em outra comarca: é no local da
prisão
Excepcionalmente, provas ilícitas podem ser utilizadas em
favor do acusado, para provar sua inocência (pro reo). Obs.: Inquérito elaborado por autoridade de outra
circunscrição NÃO TEM PODER DE CAUSAR A NULIDADE DA
15. FAVOR REI OU FAVOR LIBERTATIS: AÇÃO PENAL.

Proibição da reformatio in pejus; DISPENSABILIDADE DO INQUÉRITO


Recursos privativos da defesa
Revisão criminal exclusiva para o réu Artigos 12, 27, 39 § 5º e 46, § 1º, CPP
Princípio da presunção de inocência;
Crimes de menor potencial ofensivo: TCO (Termo
Direito ao silêncio.
Circunstanciado de Ocorrência)
16. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO : Garante o direito de
revisão de sua causa em uma instância superior. CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO

 Escrito
Primeira instância → juízes, tribunal do júri, juizados
 Sigiloso (exceto MP e advogados)
especiais
 Inquisitivo (acusar, defender e julgar pela mesma
Segunda instância → Tribunais de Justiça, TRFs, TREs, TJM, autoridade)
Turma Recursal
Obs.: Impossibilidade de arguição de suspeição (art. 107,
STF e STJ → Garantia da Constituição, leis federais e caput) → Não pode opor suspeição de autoridade, mas ele
tratados. pode se declarar suspeito

NOTICIA CRIMINIS

Cognição imediata: o delegado toma conhecimento pelas


INQUÉRITO POLICIAL
próprias e rotineiras atividades.
PERSECUÇÃO PENAL : investigação + ação penal
Cognição mediata/requerimento/requisição: toma
É um procedimento conduzido pela polícia judiciária (PF e conhecimento pelo requerimento formal da vítima ou
PC) para apurar uma infração penal e sua autoria. requisição do juiz ou promotor.

Procedimento administrativo. Cognição coercitiva: toma conhecimento a partir da prisão


em flagrante.
INQUÉRITOS EXTRAPOLICIAIS

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CRIMES DE AÇÃO P. INCONDICIONADA  A representação é dirigida ao juiz, delegado ou
promotor
I. Instauração de ofício  Prazo: 6 meses a partir do dia que a vítima soube quem
é o autor do crime
II. Instauração por meio de requisição (MP ou Juiz)

III. Instauração por meio de requerimento, que deve CRIMES DE AÇÃO PRIVADA
conter:  Só instaura com a queixa-crime
 Prazo: 6 meses a partir da ciência da autoria
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais
DILIGÊNCIAS REALIZADAS PELA A UT. POLICIAL
característicos e as razões de convicção ou de
presunção de ser ele o autor da infração, ou os Rol exemplificativo e descritivo.
motivos de impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua  Ida ao local, providenciando para que não se alterem o
profissão e residência. (art. 5º, § 1º, CPP) estado e conservação das coisas.
Exceção: acidentes automobilísticos, vítima viva
PRIMEIRA PEÇA DO INQUÉRITO :  Apreensão de objetos e instrumentos do crime e coleta
de provas
 Portaria  Busca e apreensão: precedida de autorização judicial,
 Requisição do Juiz salvo com consentimento do morador, flagrante,
 Requisição do MP desastre e prestar socorro.
 Requerimento da vítima Busca pessoal precisa de fundada suspeita.
 Auto de prisão em flagrante  Ouvida da vítima (condução coercitiva)
 Ouvida do indiciado: direito ao silêncio seletivo, não
Obrigatoriedade da instauração do inquérito:
pode condução coercitiva.
Requisição → obrigatoriedade  Reconhecimento da pessoa, se não obedecer aos arts.
226 ao 228, CPP, é inválido
Requerimento → possibilidade de indeferimento  Acareações: divergências no depoimento – não precisa
de autorização judicial
 Extinção da punibilidade
 Perícia: infração que deixa vestígios, o corpo de delito
 Requerimento sem o mínimo indispensável à
pode ser realizado na vítima, coisa e autor do delito
investigação
(com consentimento).
 Autoridade incompetente
Para testar a insanidade mental do acusado é
 Fato atípico
necessário autorização judicial.
 Requerente incapaz
Peritos oficiais e não oficiais (nomeados pela
Recurso ao Chefe de Polícia: art. 5º, §2º, CPP autoridade)
 Reprodução simulada: é facultativo, o indiciado pode
DELATIO CRIMINIS/DENÚNCIA ANÔNIMA: Denúncia se negar a participar
de crimes com ação pública incondicionada, as autoridades  Identificação criminal: colher a impressão digital e tirar
verificam a veracidade e podem instaurar o inquérito uma foto. A constituição considera um
policial. constrangimento, salvo quando participa de
organização criminosa, identidade antiga ou rasurada,
AÇÃO PÚBLICA CONDICIONADA ou pluralidade de identidades, ou se já respondeu por
falsificação, etc. Se apresentar o RG não precisa passar
 Representação do ofendido
pela identificação.
 Requisição do MP ou Juiz (acompanhado da
 Averiguação da vida pregressa do indiciado: folha de
representação do ofendido)
antecedentes. (Maus antecedentes somente com
Obs.: por morte ou ausência da vítima, o CADI (Cônjuge, trânsito em julgado, inquérito e processo em curso são
Ascendente, Descendente e Irmão) pode fazer a condutas sociais)
representação.  Informações sobre dependentes: prisão preventiva
pode ser substituída pela domiciliar no caso de mulher
com filho menor de 12 anos e homem com filhos

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menores de 12 anos e único responsável pela criança, a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que
também analisa se possuem alguma deficiência. serão realizadas no prazo marcado pelo juiz. (CPP).
 Prisão em flagrante, precisa conter:
 Presidido pela autoridade policial do local da captura; RELATÓRIO: resumo de tudo que fez durante a
 Apresentação do conduzido; investigação. No final pode ou não indiciar (indicando como
 Oitiva do condutor e entrega do recibo de possível autor da infração) o investigado.
apresentação do preso;
Encaminha com o inquérito a remessa de objetos
 Tomada de depoimento das testemunhas (uma
apreendidos. Ex.: arma, droga, celular
testemunha não é suficiente, art. 304 do CPP -
“condutor e testemunhas”); Obs.: O delegado pode indiciar por determinado crime e o
 Falta de testemunhas → testemunhas de apresentação MP entender que é outro, não há vinculo entre o delegado
(mínimo de duas); e o MP.
 Oitiva da vítima;
 Interrogatório do preso → informação de direitos ARQUIVAMENTO
constitucionais;
Delegado não pode arquivar o inquérito policial.
 Entrega de nota de culpa → assinatura do preso ou de
duas testemunhas (art. 306, CPP); Promotor pede o arquivamento e o juiz arquiva.
 Proceder à identificação, nos casos necessários;
 Arbitrar fiança (art. 322 do CPP) – crimes punidos com Obs.: o delegado pode desarquivar se aparecer novas
pena máxima não superior a 4 anos. provas.
 Possibilidade de requerer ao juiz ou impetrar ordem de
habeas corpus; Promotor pode investigar, mas não conduzir o inquérito
 Comunicação da prisão ao juiz e à defensoria pública; policial. Precisa seguir todo o regramento jurídico.
 Continuação da investigação (se for competente).
 Prazo para a conclusão do inquérito

PRAZO PARA CONCLUSÃO DO INQUÉRITO :

Indiciado solto: 30 dias – o delegado justificando pode pedir


a prorrogação

Indiciado preso: 10 dias – não pode ser prorrogado

OUTROS PRAZOS:

Justiça Federal – 15 dias (prorrogáveis por mais 15);

Crimes contra a economia popular (Lei nº 1.521/51) – 10


dias;

Entorpecentes – 30 dias (indiciado preso) ou 90 dias


(indiciado solto). Tráfico de drogas. Podem ser dobrados,
30 até 90 dias e 90 dias até 180 dias.

PRORROGAÇÃO DO PRAZ O:

Art. 3ºB (...) § 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das


garantias poderá, mediante representação da autoridade
policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única
vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o
que, se ainda assim a investigação não for concluída, a
prisão será imediatamente relaxada. (CPP)

Art. 10 (...) § 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o


indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz

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AÇÃO PENAL O promotor não está obrigado a aceitar a classificação do
inquérito policial.
AÇÃO PENAL PÚBLICA
OBS.: Não existe decadência de denúncia, o juiz pode
TITULARIDADE: MP (art. 129, CF) receber a denúncia se for fora do prazo.

PEÇA: denúncia Consequências:

ESPÉCIES: 1. se o indiciado estava preso, a prisão do indiciado passa a


ser ilegal e a defesa pode impetrar um HC alegando
- Ação penal pública incondicionada (regra) constrangimento ilegal.
- Ação penal pública condicionada: 2. Oferecimento da ação privada subsidiária da pública.
Continua sendo uma ação pública, somente o início é
Representação da vítima (condição específica de
diferente. Via de regra, a vítima não pode apresentar a
procedibilidade)
queixa crime em crimes de ação pública. O promotor pode
Requisição do Ministro da Justiça (condição específica de aceitar ou não a queixa.
procedibilidade)
3. Pode sofrer sanções administrativas.
PRINCÍPIOS:
4. Responsabilidade penal - crime de prevaricação: art. 319,
- OBRIGATORIEDADE (art. 24, CPP): MP deve promover a CP.
ação pública incondicionada sempre que preencher os
Prazo impróprio: não existe decadência para o
requisitos. Exceto nos casos dispostos em rei
oferecimento de denúncia.
(discricionaridade mitigada/regrada). EX.: oferecer
transação penal, NCPP.
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL
- INDISPONIBILIDADE (arts. 42 e 576, CPP): MP não pode
O promotor faz uma proposta de acordo para o suposto
desistir da denúncia/recurso. Mas, pode oferecer a
autor e não oferecer a denúncia.
suspensão condicional do processo.
O juiz homologa.
DENÚNCIA
Requisitos:
Concluído o IP, ele será remetido ao MP que poderá tomar
as seguintes providências: 1. Pena mínima inferior a 4

1. O promotor pode entender que o inquérito traz 2. Crime sem violência e grave ameaça
elementos insuficientes para a denúncia e pode requerer
novas diligências. 3. O acusado deve confessar a prática do crime

2. Se, após a conclusão, o promotor percebe que já ocorreu Pode oferecer só uma das condições ou mais de uma, ou
a prescrição ou decadência, o promotor requer o juiz que cumulada:
seja decretado a extinção da punibilidade.
1. Reparar o dano ou restituir a coisa
3. O inquérito apura um crime de ação privada.
2. O suposto autor pode renunciar bens e direitos indicados
4. Se a vara for incompetente o promotor pede para ir a pelo MP. Ex.: Imóveis, ações determinadas
vara competente.
3. Prestar serviços à comunidade ou entidades públicas
REQUISITOS DA DENÚNCIA: ART. 41.
4. Pagar prestação pecuniária
Pode individualizar o indivíduo, pode informar as
5. Cumprir por prazo determinado outra condição pelo MP
características físicas dele na denúncia, caso ele não tenha
a qualificação pessoal (nome) OCORRE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE.

Pode apresentar rol de testemunhas quando necessário

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A defesa pode pedir que os autos sejam analisados por - Em morte da vítima ou declaração judicial de ausência, o
órgão superior. direito é do CADI (Companheiro – STJ)

NÃO CABE: - Vítima menor de 18 anos/incapaz: o prazo não conta,


somente conta para o representante legal. Quando a vítima
Se cabe transação penal (para os crimes de menor alcançar a maioridade ou se tornar capaz, terá início ao
potencial ofensivo, pena mínima de até 2 anos., A prazo.
competência é do juizado.
- A representação não vincula ao membro do MP: Pode ter
Acusado reincidente. a representação, mas não elementos suficientes para
apresentar a denúncia.
Acordos anteriores - prazo de 5 anos
- Qualquer pessoa poderá provocar a iniciativa do MP nos
Âmbito da Violência doméstica e familiar contra a mulher
crimes de ação penal pública
ou em razão da condição do sexo feminino
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À
Juiz pode devolver ao MP para reformulação, homologação
REQUISIÇÃO DO MINISTRO A JUSTIÇA :
ou recusa → Cabe recurso em sentido estrito.
- Natureza política
- Acordo escrito – MP, investigado e defensor.
- Ministro da Justiça dirige ao chefe do MP
- Audiência para homologação.
- Não se sujeita a prazo decadencial, mas há prescrição

- MP não está obrigado a oferecer denúncia

- MJ pode se retratar da requisição oferecida (posição


majoritária)

Ex.: crimes cometidos contra estrangeiro, crimes contra a


honra contra o presidente

AÇÃO PENAL PRIVADA


AÇÃO PENAL P. CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO
I. AÇÃO PENAL PRIVADA
Representação: manifestar a vontade que a pessoa seja EXCLUSIVA/PROPRIAMENTE DITA :
investigada.
- Ofendido ou seu representante legal (capacidade
Prazo: 6 meses a partir do dia em que vier saber quem é o postulatória) → procuração
autor do crime. A contagem do prazo processual exclui o
- Poder-dever de punir continua do Estado (jurisdição
dia do início e inclui o do final.
necessária)
Decadência: quando não apresenta a representação no
- É regra nas ações penais privadas
prazo. Causa de extinção de punibilidade. Inclui o dia do
início e exclui o do final. - Possibilidade de sucessão processual (art. 31, CPP) →
CADI
- O direito de representação poderá ser exercido,
pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, PEÇA: queixa crime → juízo competente
mediante declaração, escrita ou oral (deve ser reduzida a
termo. Ex.: gravar), feita ao juiz, ao órgão do Ministério - Recebimento da queixa
Público, ou à autoridade policial. → Não tem formalidade
- Vista ao MP (atuação como custos legis) → possibilidade
- Retratação da representação → pode se retratar até o de aditamento para incluir corréu (art. 45, CPP);
oferecimento da denúncia. Exceção: Lei Maria da Penha, só
poderá renunciar em audiência específica com o juiz. - Possibilidade de rejeição (cabível recurso – art. 581, I,
CPP);

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Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: - Indivisibilidade (art. 48, CPP): se perdoar um indivíduo,
I – for manifestamente inepta; deve perdoar os outros.

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DECADÊNCIA: ação penal privada e pública condicionada


à representação. Se não oferecer a representação ou a
queixa crime no prazo, ocorre a decadência.

RENÚNCIA: ação penal privada

- Art. 107, CP

- Pré-processual – princípio da oportunidade

- Não oferece queixa

- Unilateral – Art. 49, CPP

- Princ. Da Indivisibilidade: se estende a todos os


querelados

- Expressa (procurador com poderes especiais) ou tácita –


Art. 140, CP
II – faltar pressuposto processual ou condição para o
PERDÃO: ação penal privada
exercício da ação penal;
III – faltar justa causa para o exercício da ação penal. - Art. 107, CP

- Princípio da disponibilidade – após o início da ação penal


até o trânsito em julgado
II. AÇÃO PENAL PRIVADA PERSONALÍSSIMA :
- Bilateral
- Somente proposta pela vítima
- Princípio da indivisibilidade: se estende a todos, mas
- Se falecer ocorre a extinção de punibilidade do autor do
depende de aceitação
fato, não há sucessão processual
- Processual ou extraprocessual – Art. 106, CP e 56, CPP
- Art. 236, CP
- Expresso ou tácito
III. AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA /AÇÃO
PENAL ACIDENTALMENTE PRIVADA OU AÇÃO Ex.: se um recusar o perdão, o processo contra a ele
PENAL SUPLETIVA: continua, o do outro finaliza sem julgar o mérito.

- Prazo decadencial contado do esgotamento do prazo para IPP: PEREMPÇÃO (NEGLIGÊNCIA): ação penal privada
o MP agir
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante
- Art. 29, CPP queixa, considerar-se-á perempta a ação penal:

- Em inércia ocorrerá a retomada pelo MP, ação penal I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o
indireta andamento do processo durante 30 dias seguidos;

PRINCÍPIOS: II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua


incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no
- Oportunidade/conveniência: pode decidir se oferece a
processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer
queixa crime ou não.
das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto
- Disponibilidade: pode decidir se desiste da ação ou não. no art. 36;

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III - quando o querelante deixar de comparecer, sem - Local do domicílio da vítima, se forem várias vítimas, juízo
motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva prevento.
estar presente, ou deixar de formular o pedido de
condenação nas alegações finais; CRIME PERMANENTE OU CONTINUADO : prevenção.

IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se - Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou
extinguir sem deixar sucessor. permanente, praticada em território de duas ou mais
jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.

- Causa de nulidade relativa - Em caso de competência em


OBS.: Renuncia e perdão extinguem a punibilidade. local errado, cabe a defesa, depois de citada, no prazo de
10 dias apresentar uma exceção de competência. Se não
COMPETÊNCIA apresentar o juízo que era incompetente se torna
competente.
PELO LUGAR DA INFRAÇÃO:
COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA
- Lugar do crime – Art. 70, CPP
DO RÉU:
Art. 70. A competência será, de regra,
- Art. 72, CPP: Não sendo conhecido o lugar da infração, a
determinada pelo lugar em que se
competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do
consumar a infração, ou, no caso de
réu.
tentativa, pelo lugar em que for praticado
o último ato de execução. - § 1º Se o réu tiver mais de uma residência, a competência
firmar-se-á pela prevenção.
- Homicídio → STF e STJ → local da repercussão
- § 2º Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o
CONSUMAÇÃO FORA DO BRASIL : seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar
conhecimento do fato.
- § 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a
infração se consumar fora dele, a competência será OBS.: NÃO SABE: DOMICÍLIO DO RÉU | DÚVIDA: PREVENTO
determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no
AÇÃO PRIVADA EXCLUSIVA:
Brasil, o último ato de execução.
- Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante
- § 2º § 2º Quando o último ato de execução for praticado
poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu,
fora do território nacional, será competente o juiz do lugar
ainda quando conhecido o lugar da infração.
em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou
devia produzir seu resultado. IPP: O querelante pode escolher o local de foro de domicílio
do querelado, mesmo que saiba onde ocorreu a infração.
É competente o lugar em que foi praticado o último ato de
(Na pública é no local de infração). A vítima só pode
execução no Brasil.
escolher no local de residência do réu ou onde ocorreu a
JURISDIÇÃO INCERTA: infração.

- 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO :
jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a
- Lei de organização judiciária: se tiver varas especializada,
infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais
o crime vai para a vara especializada. Se não, ocorre a
jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
distribuição.
Ex.: Duas cidades limítrofes) competência pela prevenção
- Tribunal do Júri – competência privativa.
(o juízo que tomar conhecimento primeiro). Ex.: Homicídio,
sujeito morava na cidade A e o corpo foi encontrado entre - Latrocínio – Súmula 603, STF. (juiz singular)
a cidade A e B, ou foi esquartejado. Não importa em qual
cidade o inquérito começa, mas sim o primeiro juiz que COMPETÊNCIA POR CONE XÃO OU CONTINÊNCIA
tomar conhecimento.
CONEXÃO – ART. 76, CPP:
ESTELIONATO:
Art. 76. A competência será determinada pela conexão:

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I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido rt. 78. Na determinação da competência por conexão
praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, oucontinência, serão observadas as seguintes regras:
ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o
tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as I - no concurso entre a competência do júri e a de outro
outras; órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do
júri.
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas
para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria:
impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas apena mais grave;
circunstâncias elementares influir na prova de outra
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior
infração.
número de infrações, se as respectivas penas forem de
Dois crimes que em princípio deveriam ser julgados por igual gravidade;
processos diferentes em varas diferentes, mas por estarem
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros
reunidos julgam em um só processo.
casos.
I - EX. Um grupo de futebol se organiza e começa a lesionar
III - no concurso de jurisdições de diversas categorias,
as outras, furtar, vandalizar, etc. Cai para o mesmo juízo da
mesma vara criminal predominará a de maior graduação;

II EX. Crimes pra facilitar ou ocultar as outras para IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial,
conseguir impunidade. Ex.: Quer sequestrar o empresário
rico e mata o segurança para conseguir sequestrar. prevalecerá esta.

III - EX. A prova influir na infração de outra. Ex. Roubou o I. EX. Competência do júri prevalece.
carro e o carro foi levado para BH, e um receptador
II. EX. Em roubo majorado pelo emprego de arma em VCA e
comprou sabendo que era roubado. A prova de um crime
receptação em BH - prevalece o do roubo; se for de igual
influência no ouro, para provar a receptação precisa provar
gravidade, prevalece o lugar que ocorreu o maior número
que ocorreu o roubo.
de infrações. Ex.: 2 furtos em Itapetinga e 5 em VCA,
CONTINÊNCIA – ART. 77, CPP: prevalece VCA.

Art. 77. A competência será determinada pela continência III EX. STF e justiça de menor instância: STF - prevalece
quando: especial
I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma
SEPARAÇÃO DE PROCESSOS – ART. 79, CPP:
infração;
II - no caso de infração cometida nas condições previstas Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de
nos arts. 51, § 1º, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal. processo e julgamento, salvo:
(crime continuado; 2. erro na execução - resultado duplo ou I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar;
múltiplo; 3. concurso formal). II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de
menores.
I- EX. Quando duas ou mais pessoas são acusadas pela
mesma infecção. Ex. Prefeito desviou dinheiro e realizou
PRISÕES CAUTELARES E MEDIDAS DE LIBERDA .
lavagem, fraudou licitação, para cometer o crime ele de
valeu da ajuda de um empresário - Julgados pelo STF
MODALIDADES DE FLAGRANTE – ART. 302, CPP
II - EX. Infrações cometidas nas condições previstas: crime - FLAGRANTE PRÓPRIO: a pessoa é flagrada no
continuado, erro na execução (pega uma pedra pra quebrar momento que está cometendo o delito ou logo depois de
um carro e acabou acertando outra pessoa), concurso cometer.
formal (quando mediante uma só ação ou omissão
consegue atingir mais de um resultado). - FLAGRANTE IMPRÓPRIO OU QUASE FLAGRANTE :
quando a pessoa é perseguida incessantemente logo após a
FORO PREVALENTE : prática do delito. Pode durar vários dias, basta que ele

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tenha acabado de cometer o crime e a polícia passa a - Entrega de nota de culpa → assinatura do preso ou de
buscar o tempo todo. EX. Se saiu correndo e a polícia vai duas testemunhas (art. 306, § 2º, CPP);
atrás, EX. Lázaro.
- Comunicação da prisão ao juiz e à defensoria pública.
OBS.: No flagrante impróprio pode a possibilidade de prisão
em outra comarca (art. 308, CPP). Nesse caso o inquérito
será lavrado no local da captura e será remetido até o local
PRISÃO PREVENTIVA :
que se consumou.
- Última ratio → verificar possibilidade de aplicação das
- FLAGRANTE PRESUMIDO : Quando a pessoa, logo após
medidas cautelares do art. 319.
a prática do crime, é encontrada com objetos, armas e tal
que faça presumir que ela cometeu o crime. - Decretada em qualquer fase do processo ou do inquérito.

APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA: pessoa se apresenta - Requerimento do Ministério Público, do querelante ou do


confessando o delito --> não existe prisão por apresentação assistente, ou por representação da autoridade policial (art.
- STF 311, CPP).

AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA : - Apenas para crime doloso punido com pena privativa de
liberdade máxima superior a 4 anos (inferior a 4 apenas de
- Flagrante ilegal = Relaxamento de flagrante;
reincidente).

- Não é antecipação de condenação (detração: desconta os


anos preso da pena)

- Não tem prazo

REQUISITOS:

1. Prova da existência do crime (materialidade)

2. Indícios suficientes de autoria

3. Perigo gerado pelo estado de liberdade: demonstrar


como e porque a pessoa está em liberdade gera risco pra
sociedade.

- Flagrante legal e prisão desnecessária = Liberdade 4. Garantia da ordem pública: doutrina e jurisprudência
provisória com ou sem fiança; (fiança quebrada: Sujeito entendem que já violação quando há reiteração criminosa.
paga a fiança e não cumpre o que juiz estabeleceu. Ex.: não Comoção e repercussão não é requisito autorizador da
comparecer em juízo) prisão preventiva.

- Conversão do flagrante em preventiva (necessidade de 5. Garantia da ordem econômica: crimes contra a ordem
requerimento do MP ou Delegado – Juiz não converte de econômica. EX. Adulteração de taxímetro, bomba de
ofício). gasolina.

REQUISITOS: 6. Conveniência da instrução criminal: EX. Destruindo


provas, ameaçando testemunhas
- Oitiva do condutor e entrega do recibo de apresentação
do preso; 7. Assegurar aplicação da lei penal: EX. Sujeito não
trabalhada, não estuda, não tem residência fixa. Aí se ele
- Tomada de depoimento das testemunhas (uma for condenado não tem como saber onde ele está.
testemunha não é suficiente, art. 304 do CPP – “condutor e
testemunhas”); Para decretação → 1 + 2 + 3 + (4 ou 5 ou 6 ou 7)

- Falta de testemunhas → testemunhas de apresentação 1 a 3 sempre devem estar presentes.


(mínimo de duas);
4 ao 7 precisa ter pelo menos uma (junto com a 1,2,3)
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Precisa fundamentar.

OBS.: Juiz pode revogar de ofício, mas não pode decretar de


ofício. | Quando já está em prisão se pede a revogação de
prisão preventiva. Se o juiz nega, HC.

PRISÃO DOMICILAR (ARTS. 317 E 318, CPP) :

- Exigência de prova dos requisitos.


- Possibilidade de aplicação de medidas cautelares do
artigo 319.

A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado


ou acusado em sua residência, só podendo dela ausentar-se
com autorização judicial.

Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela


domiciliar quando o agente for: (Redação dada pela Lei
nº 12.403, de 2011).

I - maior de 80 (oitenta) anos;

II - extremamente debilitado por motivo de doença grave;

III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor


de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência;

IV - gestante a partir do 7o (sétimo) mês de gravidez ou


sendo esta de alto risco.

IV – gestante;

V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade


incompletos;

VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados


do filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos.

Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova


idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo.

OBS.: Prisão domiciliar como substituta da PRISÃO


PREVENTIVA, NÃO DA CONDENAÇÃO.

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