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Processo Penal

Ação Ex delicti
Jurisdição e Competência
Artigos 69 a 91 do CPP
CONCEITO
“É uma pretensão de natureza
indenizatória que surge a partir
de um ato considerado ilícito na
esfera penal e civil”.
PRETENSÃO
PRETENSÃO CIVIL
PENAL
PUNITIVA RESSARCIMENTO

“Aquele que, por ação ou omissão


voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem,
ainda, que exclusivamente moral, comete
ato ilícito” (art. 186 do CC).
“Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo”. (art. 927 do CC).
AÇÃO CIVIL “EX
AÇÃO PENAL
DELICTO”

►Ressarcimento do dano
► Efetivar o direito penal
Causado;

► Ministério Público ►M.P. a requerimento do titular


que for pobre;

►Autores ► Responsáveis, repres.legal


e Herdeiros;

►Jurisdição penal; ► Jurisdição cível;


LEGITIMIDADE: a vítima, ou seu
representante legal ou aos seus herdeiros; Se
o titular da ação for pobre, poderá, a seu
requerimento, ser oferecida pelo MP, que
atuará na qualidade de substituto processual
do ofendido.
(Com a CF/88, o STF tem admitido o MP como
parte ativa, apenas nos locais que não tem
defensoria pública.)

Competência: Juízo Cível. O autor pode optar


pelo foro de seu domicílio, do local do fato ou
domicílio do réu (art. 100 do CPC).
SISTEMA DA SEPARAÇÃO DAS INSTÂNCIAS

Art. 935 - CC. A responsabilidade


civil é independente da criminal,
não se podendo questionar mais
sobre a existência do fato, ou sobre
quem seja o seu autor, quando
estas questões se acharem
decididas no juízo criminal.
EFEITO DA CONDENAÇÃO – tornar
certa a obrigação de reparar o
dano( Art. 91,I do CP). É um efeito
genérico (não precisa ser
declarada especificamente na
sentença) é automático. Assim,
pode-se cobrar no cível, através da
ação civil ex-delito, os danos
resultantes de um ato ilícito.

A responsabilidade
civil e a
responsabilidade
POSSIBILIDADES NO DIREITO BRASILEIRO:
I. Sentença penal condenatória transitada em julgado –
o ofendido, seu representante legal ou herdeiros
poderão promover a execução no cível;

II. Poderá promover a ação civil ( Ação ordinária de


indenização) independentemente da propositura da ação
penal;

III. Proposição da duas ações concomitantemente;*

IV.Tratando-se de crime contra o patrimônio – restituição


V. Possibilidade de requerer, no juízo penal, medidas
Cautelares;

VI. Ressarcimento célere – juizados – Lei 9.099/95 e


10.259/01; ( o acordo civil gera t.ex. e extingue a punibilidade)
I- Sentença Penal
Condenatória
◙ Constitui título executivo judicial no cível ( Art.
475-N,II, CPC); [ Art. 63, caput, do CPP – assegura a
causa de pedir e discute-se quantum]

◙ Alteração da Lei 11.719/08, acrescentando o


parágrafo único: “ Transitada em julgado a sentença
condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo
valor fixado nos termos do inciso IV do caput do art.
387 deste Código sem prejuízo da liquidação para
apuração do dano efetivamente sofrido”.

O magistrado deve fixa um valor mínimo para reparação


dos danos causados pela infração, considerando os
prejuízos sofridos pelo ofendido, tornado o título líquido
com relação ao valor fixado.
Título Executivo: a sentença penal condenatória
transitada em julgado. Assim, não mais se discute
no cível, a existência do ilícito, apenas
comprova-se o dano e o seu valor, através da
ação de liquidação por artigos.

A) Pena privativa de liberdade substituída pela restritiva


de direito – prestação pecuniária = não necessita
liquidar, pois a prestação pecuniária já disciplina a
indenização à vítima no valor de 1 a 360 salários
mínimos.

B) Não necessita aguardar o final da ação penal. Pode


ingressar desde logo com a ação civil, mas com o
trânsito em julgado da sentença condenatória, a
ação civil fica prejudicada.
II- Ação ordinária de indenização
A) Não necessita aguardar o final da ação penal. Pode
ingressar desde logo com a ação civil. (Art. 64, caput)
◙ V.g. Vítima de erro médico
necessitando
A) Pena privativacustear tratamento.
de liberdade substituída pela restritiva
de direito – prestação pecuniária = não necessita
B) Suspensão da demanda civil - O juiz do cível pode
liquidar, pois a prestação pecuniária já disciplina a
suspender a ação
indenização e aguardar
à vítima o julgamento
no valor da ação
de 1 a 360 salários
penal. Essa suspensão não pode ultrapassar 1 ano.
mínimos.
Após esse prazo o juiz, obrigatoriamente, deverá dar
andamento ao processo.(Art. 265,IV, a, e parágrafo
5º, do CPC)
C) Mas com o trânsito em julgado da sentença
condenatória, a ação civil fica prejudicada.
CASOS DE CABIMENTO DA
INDENIZAÇÃO:

I- o despacho de arquivamento de inquérito policial ou


peças de informação (CPP, Art. 67,I);
II- a decisão que julga extinta a punibilidade (CPP, Art. 67,
II);
III- a sentença absolutória quando o fato imputado não
constituir crime (CPP, Art. 67, III);
IV- em face de excludente de culpabilidade ou isenção de
punibilidade do réu;
V- a sentença absolutória por não haver prova da
existência do fato ou de ter o réu concorrido para a
prática da infração penal CPP, Art. 386 e seus incisos).
E) CASOS DE NÃO CABIMENTO DA AÇÃO DE
INDENIZAÇÃO:
I- INEXISTÊNCIA MATERIAL DO FATO DELITUOSOS
(CPP, Art. 66);
II- ILÍCITO COM REPERCUSSÃO ADMINISTRATIVA:
funcionário público, absolvido no âmbito criminal, não
adquire automaticamente direito à reintegração no
serviço.

F) As excludentes de ilicitude excluem o dever de indenizar.


Exceções: a) estado de necessidade agressivo, em que o
agente sacrifica bem de terceiro inocente. Este pode
acionar o agente que, em ação regressiva, aciona quem
provocou o perigo; b) legítima defesa, onde, por erro na
execução, vem a ser atingido terceiro inocente;

PRESCRIÇÃO: Prescreve em 3 anos a partir do trânsito em


julgado da sentença condenatória. Não corre enquanto o
titular do direito for menor de 16 anos.
REVISÃO CRIMINAL E AÇÃO RECISÓRIA

◙ Revisão Criminal procedente faz


desaparecer o título executivo
materializado na sentença condenatória
transitada em julgado;

◙ Se já tiver ocorrido pagamento, abre-se


a possibilidade de ação de restituição ;

◙ Em caso de transito em julgado da


sentença cível que assegurou a
indenização e posterior absolvição por
inexistência do fato, admite-se o manejo
da Ação rescisória.
AULA INVERTIDA 1

I. Conexão instrumental é aquela que decorre da


pluralidade de sujeitos do crime e de uma única
conduta, com vários resultados.
JURISDIÇÃO E
II. Ocorre a prevenção, quando anteriormente à
COMPETÊNCIA
propositura da ação ou no concurso dela, um juiz,
dentre diversos outros da mesma forma
competentes, pratica algum ato processual.
III. Foro subsidiário é aquele fixado na hipótese em
que não for conhecido o lugar da infração, passando
o foro a ser o do domicílio ou residência do réu.
É CORRETO IV. Em regra a competência deve ser fixada pelo
AFIRMAR: lugar onde se consumou o delito ou, no caso de
tentativa, onde foi praticado o último ato
executório.
AULA INVERTIDA 2

I. No concurso de jurisdições da mesma categoria,


prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior
número de infrações, se as respectivas penas forem de
CONEXÃO E igual gravidade.
CONTINÊNCIA II. No concurso de jurisdições da mesma categoria,
preponderará a do lugar da infração à qual for cominada a
pena menos grave.
III. No concurso entre a jurisdição comum e a especial,
prevalecerá a comum.
IV. No concurso de jurisdições de diversas categorias,
predominará a de maior graduação.
V. No concurso entre a competência do júri e a de outro
órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência
deste último.
AULA INVERTIDA 3

COMPETÊNCIA NO a) Na Lei Maria da Penha, compete ao Colégio Recursal o julgamento


PROCESSO PENAL do recurso contra as decisões adotadas pelo Juizado de Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher.
b) Na sessão plenária do procedimento do júri popular, quando
desclassificado o delito pelo conselho de sentença para outro de
competência do juiz singular, é o próprio juiz presidente do tribunal
do júri aquele que deverá proferir a sentença.
c) A competência do tribunal do júri atrai os processos conexos e
prevalece inclusive sobre o foro por prerrogativa de função.
d) Quando transitada em julgado a sentença penal condenatória, após
recurso julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado, a aplicação da lei
penal nova mais benéfica ao condenado deverá se dar em revisão
criminal, de competência do Grupo de Câmaras do Tribunal.
e) Não se consumando o delito, a competência será determinada pelo
lugar em que foi praticado o seu primeiro ato de execução.
Jurisdição Jurisdictio

Como Poder O poder investido em determinada


entidade.
Como Autoridade conjunto de atos próprios ao
órgão que exerce a jurisdição, constitui, portanto,
atividade jurisdicional.
Como Função é uma função organizada em torno
da finalidade, que é fornecer soluções dos conflitos
sociais.
Eleitoral (arts.118 ao 121 CF)
Especial Militar (arts.122 ao 124 da CF)
Jurisdição Trabalho (arts.111 ao 117 da CF)

Federal (arts.106 ao 110 da CF)


Comum
Estadual (arts 125 e 126 da CF)
Exercícios da Jurisdição
A jurisdição é, na sociedade moderna, atribuição precípua
do poder judiciário.
Por razões de organização política do Estado, a jurisdição
será atribuição de outros órgãos que não integram o
judiciário.
Ex.: Processo em crimes de responsabilidades e atribuídos
a determinados agentes públicos – Senado Federal.
Características da Jurisdição
Substitutividade → o órgão jurisdicional declara o direito ao
caso concreto, substituindo-se à vontade das partes
Definitividade → ao se encerrar o processo, a manifestação
do juiz torna-se imutável.
Inércia → (ne procedat judex ex officio) → O órgão
jurisdicional não pode dar início à ação, ficando subordinado,
portanto a iniciativa das partes.
Indivisibilidade → A Jurisdição, como manifestação do poder
soberano, é una e indivisível.
Princípios Relativos a Jurisdição
Princípio do Juiz Natural → ninguém será processado nem
sentenciado senão pela autoridade competente, que é aquela
cujo poder jurisdicional vem fixado em regras predeterminadas
(Constituição Federal, art.5º, LIII); do mesmo modo não haverá
juízo ou tribunal de exceção (Constituição Federal, art. 5º,
XXXVII);

Princípio da investidura → a jurisdição só pode ser exercida


por quem tenha sido regularmente investido no cargo de juiz e
esteja no exercício de suas funções.
Princípio da inércia ou da demanda → A jurisdição é como
visto inerte, se os órgãos jurisdicionais não agem de ofício, é
necessário um ato externo para que tenha início o processo.

Princípio da improrrogabilidade da jurisdição ou princípio


da aderência → um juiz não pode invadir a competência do outro,
mesmo que haja concordância das partes. Excepcionalmente,
admite-se a prorrogação da competência.

Princípio da indeclinabilidade → Não pode o magistrado


subtrair-se ao exercício de seu mister.
Princípio da indelegabilidade → Nenhum juiz pode delegar a
sua função jurisdicional a outro órgão, pois estaria por via indireta,
violando a garantia do Juiz natural.

“Nula poena sine indicio” → Ninguem poderá ser apenado


sem o devido processo legal (Constituição Federal, art. 5º, LIV)
Divisões da Jurisdição → A jurisdição é unitária,
indivisível.
Quanto à graduação → A jurisdição divide-se em instâncias.
A inferior conhece e decide o feito em primeiro instância,
enquanto a superior, conhece e decide o feito em grau de
recurso, todavia comporta exceções, no caso de processos de
competência originária.

Quanto à matéria → A jurisdição poderá ser penal ou civil,


dependendo da natureza do direito material que fundamenta a
pretensão deduzida em juízo.
Quanto á função → A jurisdição será ordinária (ou
comum) e especial, cabendo à jurisdição comum as
causas não afetas à jurisdição especial.

Quanto ao objeto → Poderá a jurisdição ser contenciosa,


quando houver conflito de interesses e partes, e voluntária
ou graciosa, quando inexistir esse conflito. Parte da
doutrina, reconhece na jurisdição voluntária mera
administração pública de interesses privados.
Competência
Conceito → É a medida ou limite em que poderá o julgador
exercer o poder de jurisdição.
Todo Juiz é investido de jurisdição, pela constituição Federal.
Entretanto, nem todos os juízes podem julgar todas as
causas. A extensão do poder jurisdicional que cabe a cada juiz
é limitada, segundo um série de critérios que a lei elege,
estabelecendo-se, dessa forma, a competência de cada
julgador.
Critérios de Fixação de Competência
1) Competência Pelo Lugar da Infração(também chamada
de competência ratione loci, ou seja, em razão do lugar) →
Prevista no artigo 69, I e no artigo 70 do Código de Processo
Penal.

Teorias a respeito do lugar do crime:

a) Teoria da Atividade → lugar do crime é o da ação ou


omissão, sendo irrelevante o lugar da produção do resultado;
b) Teoria do Resultado → lugar do crime é o lugar em que
foi produzido o resultado, sendo irrelevante o local da
conduta.

c) Teoria da Ubiqüidade (art. 6º do Código Penal) → lugar


do crime é tanto o da conduta quanto o do resultado.
Exemplo: crimes a distância ou de espaço máximo, art. 71, §
1° do Código de Processo Penal.
1.1) Crime Consumado (artigo 14, I do Código Penal) → Está previsto
no artigo 70, 1ª parte do Código de Processo Penal, onde se determina
que a comarca competente será de regra firmada pelo local da
consumação do crime.

1.2) Crime Tentado (art. 14, II do Código Penal) → Está previsto no


artigo 70, 2ª parte do Código de Processo Penal, será competente o
juiz da comarca em que foi praticado o último ato de execução.

1.3) Consumação fora do território nacional → Está previsto no artigo


70, § 1º do Código de Processo Penal. Se a execução se iniciou no
Brasil
Brasil, e a consumação ocorreu no exterior, a competência
será do lugar onde, no Brasil, foi praticado o último ato de
execução. Esta situação é o que a doutrina costuma chamar
de crimes à distância.

1.4) Início de execução fora do território nacional → Artigo


88 do Código de Processo Penal c/c art. 7º do Código
Penal – Será competente o juízo da Capital do estado onde
houver por último residido o acusado e se, este nunca tiver
residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da
República.
A regra é que se um crime foi cometido inteiramente fora do
território nacional, não deveria aqui ser julgado, todavia, o
artigo 7º do Código Penal estabelece algumas exceções a
regra, e nestas o agente será julgado no Brasil, apesar de o
crime ter sido praticado no exterior.

Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no


estrangeiro: I – os crimes:

a) contra a vida ou a liberdade do presidente da república;


b) contra o crédito ou fé pública da união, de estados ou de
municípios;

c) contra o patrimônio federal, estadual ou municipal;

d) contra a administração pública por quem está a seu serviço;

e) de genocídio quando o agente for brasileiro ou domiciliado


no Brasil; entre outros elencados no artigo 7º do Código
Penal, que trata da Extraterritorialidade Incondicionada e
Condicionada, além da hipótese prevista no artigo 2º da Lei
9.455/1997.
1.5) Término da execução fora do território nacional → Está previsto
no artigo 70 § 2º do Código de Processo Penal. A competência será
do juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente tenha
produzido ou devia produzir seu resultado no território nacional,
(teoria da ubiquidade).

1.6) Incerteza do limite territorial ou Crime cometido em divisa


dentro do território nacional → Artigo 70 § 3 º do Código de
Processo Penal, Sempre que incerto o limite territorial entre duas ou
mais jurisdições, ou quando incertas a jurisdição por ter sido a
infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais
jurisdições, a competência será firmada pela Prevenção.
1.7) Embarcações → Crimes cometidos em rios, lagos etc.,
territoriais ou fronteiriços → Previsto no artigo 89 do Código
de Processo Penal c/c art. 4º e 5º § 1º do Código Penal →
Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas
territoriais da República, ou nos rios e lagos fronteiriços, bem
como a bordo de embarcações nacionais, em alto-mar, serão
processados e julgados pela justiça do primeiro porto brasileiro
em que tocar a embarcação, após o crime, ou, quando se
afastar do País, pela do último local em que houver tocado.
1.8) Aeronave → Crimes praticados a bordo de aeronaves
→ Artigo 90 do Código de Processo Penal c/c art. 5º § 2º do
Código Penal → Os crimes praticados a bordo de aeronave
nacional, dentro do espaço aéreo ou alto-mar correspondente
ao território brasileiro, ou a bordo de aeronave estrangeira,
dentro do nosso espaço aéreo serão julgados e processados
pela justiça da comarca em cujo território se verificar o
pouso após o crime, ou pela da comarca onde houver
partido a aeronave.
1.9) Incerteza sobre a competência nos casos dos artigos
89 e 90 do Código de Processo Penal – Quando o crime é
cometido em qualquer embarcação ou a bordo de aeronaves
etc., em nosso território, não se sabendo em que lugar, ficando
incerta a matéria da competência, deve ser aplicado o princípio
da prevenção, nos termos do artigo 83 do Código de
Processo Penal c/c artigo 91 do Código de Processo
Penal.

A competência, nesse caso, é da justiça federal de primeira


instância de acordo com o artigo 109, IX da Constituição
Federal.
1.10) Crime Continuado ou continuação delitiva (este crime
está previsto no artigo 71 do Código Penal, dá-se quando o
agente pratica vários crimes da mesma espécie, nas
mesmas condições de tempo, lugar, maneira de execução
e outras semelhantes, a lei por ficção considera-os como
sendo crime continuado, pois se cria uma suposição de que os
subsequentes são uma continuação do primeiro, formando o
crime continuado) → Nesse caso firma-se a competência pela
prevenção, por ser crime praticado em território de duas ou
mais jurisdições, na forma do artigo 71 c/c 83 do Código de
Processo Penal.
1.11) Crime Permanente (há apenas uma conduta, mas a
consumação se prolonga no tempo e pode ocorrer ou ter
continuidade em dois ou mais locais distintos, exemplos
típicos, extorsão mediante sequestro - art. 159 Código
Penal, sequestro – art. 148 Código Penal etc.) → Nesse
caso a competência é determinada na forma do artigo 71 c/c
83 do Código de Processo Penal, de forma que se a
infração penal for praticada em território de duas ou mais
jurisdições firmar-se-á pela prevenção.
2) Pelo domicilio do réu → É um dos critérios de fixação de
competência em razão do local (ratione loci), está prevista no
artigo 69, II, 72 e 72 § 1º c/c 83, 73 do Código de Processo
Penal.

2 (dois) ou mais domicílios → Prevenção


Paradeiro ignorado → Juiz do lugar que 1º tomou conhecimento
APIP querelante optar lugar da infração

domicílio do réu
3) Pela natureza da infração → Uma vez fixada a comarca, ou
seja, o local competente, o critério da natureza da infração
(ratione materiae) serve para que se encontre a justiça
competente (justiça militar, eleitoral, comum etc.). arts 69,III e
74 CPP.
→ Crime doloso contra a vida
→ Infração penal de menor potencial ofensivo
→ Crime militar
→ Crime eleitoral
→ Crime comum
3.1)Competência do Tribunal do Júri → É competente para
julgar os crimes dolosos contra a vida, na forma dos artigos
121, §§ 1º e 2º, 122, § único, 123, 124, 125, 126 e 127 do
Código Penal, na sua modalidade consumada ou tentada.
Está prevista tal competência no artigo 74, caput, parte final,
§ 1º do Código de Processo Penal c/c art. 5º, XXXVIII da
Constituição Federal.
Desclassificação do Crime doloso Contra a Vida e
Competência do Juízo Singular → Está previsto no
artigo 74 § 3º, 410 do Código de Processo Penal,
todavia, se a desclassificação for feita pelo próprio Tribunal
do Júri, a seu presidente (juiz) caberá proferir a sentença
(art. 492, § 2º do Código de Processo Penal).

Efeitos da Desclassificação → art. 81 e 74, §2º,§3º CPP


3.2) Crime Doloso Contra a Vida Praticado Por Policial
Militar Contra Civil → É da competência da justiça comum
(tribunal do Júri), está previsto na lei 9.299/96 que alterou o
artigo 9º do Código Penal Militar e o artigo 82 do Código de
Processo Penal Militar, e por força da Constituição Federal os
crimes dolosos contra a vida são sempre da Competência do
Tribunal do Júri, salvo em casos que a competência é
determinada pela prerrogativa da função, quando, por exemplo,
um prefeito praticar um crime de homicídio, este deverá ser
julgado pelo Tribunal de Justiça, se fosse um governador de
Estado, seria julgado pelo Superior Tribunal de Justiça, e assim
por diante.
3.3)Crime Praticado por Civil contra Militar ou contra
Instituição Militar Estadual → É da competência da justiça
comum e está previsto na Súmula 53 do Superior Tribunal de
Justiça → Compete a Justiça Comum Estadual Processar e
Julgar Civil Acusado de Prática de Crime Contra Instituições
Militares Estaduais.

3.4) Crime de Abuso de Autoridade → É da competência da


justiça comum, mesmo se praticado por militar, posto que o
Código Penal Militar não prevê essa modalidade de crime,
processa-se de acordo com o disposto na Lei 4898/65 c/c
Súmula 172 do Superior Tribunal de Justiça.
3.4) Competência do Juizado Especial Federal /Estadual →
Prevista no artigo 98, I, da CF c/c artigo 2º, da Lei 10.259/01 c/c
artigos 60 e 61 da Lei 9.099/95 → Será competente o juizado
especial federal criminal para o processo e julgamento dos
feitos perante a justiça federal relativos às infrações penais de
menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e
continência. O Juizado Especial Criminal Estadual, provido por
juízes togados ou togados e leigos, tem competência para a
conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de
menor potencial ofensivo.
4) Pela distribuição → Está prevista no artigo 75 e seu
parágrafo único do Código de Processo Penal. Quando
houver na mesma jurisdição mais de um juiz competente
igualmente, ou seja, mais de um juiz criminal, a precedência
da distribuição é que fixará a competência. Nos casos em
que o inquérito for distribuído, ou quando houver a
decretação da prisão preventiva, ou ainda, a concessão da
fiança, mesmo que anterior a denúncia estas diligências
precedentes prevenirá a competência para ação penal.
5) Pela conexão e continência → arts. 76/82 CPP, c/c 69,V
CPP.
Conexão →art. 76 CPP

→ Conexão intersubjetiva concursal.


→ Conexão intersubjetiva por simultaneidade.
→ Conexão intersubjetiva por reciprocidade.
→ Conexão material.
→ Conexão probatória.
Continência subjetiva
Art. 77 CPP objetiva

Finalidade da conexão e continência unificar processo


e julgamento art.79 caput CPP

Unificação do processo pela avocação, art 82 CPP


Unificação dos Processos arts.78 e 79 CPP

Concurso entre jurisdição comum e jurí→ prevalece júri,


art. 78 I CPP.
Concurso entre jurisdição jecrim e jurí → prevalece júri,
art. 60 p.ú. da Lei 9.099/95.
Concurso entre jurisdição comum e especial → prevalece a
especial, art. 78 IV CPP.
Concurso entre jurisdição de categorias → prevalece a
maior graduação, art. 78, III CPP.
Concurso entre jurisdição da mesma categoria, art. 78, II do CPP
→(a)Preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais
grave.
→(b)Prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior nº de infrações, se
as penas forem de igual gravidade.
→(c)Firmar-se-à pela prevenção nos demais casos.
Separação dos Processos
Obrigatória → art. 79, I,II, §1º, § 2º CPP

→ Concurso entre jurisdição comum e militar (súmula 90 STJ)


→ Concurso entre jurisdição comum e juízo de menores
→ Quando sobrevier doença mental
→ Quando houver corréu foragido que não possa ser julgado a
revelia
Separação Facultativa, art. 80 do CPP

→quando as infrações tiverem sido praticadas em


circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes,

→ou, quando pelo excessivo nº de acusados e para não lhes


prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o
juiz reputar conveniente a separação.
6) Pela prevenção → arts. 83 c/c 69, VI, CPP
e súmula 706 STF → Concorrendo dois ou mais juízes
igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um
deles tiver antecedido aos outros na medida de algum ato
do processo ou de medida a este relativa, ainda que
anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa.
7) Pela prerrogativa da função, art, 69, VII e 84 CPP

→ Senado Federal, art 52 CF


→ STF, art. 102 CF
→ STJ, art. 105 CF
→ TJ e TRF, arts. 29, X e 108 CF
Súmulas correspondentes a competência
Súmula 521 STF
Súmula 603 STF
Súmula 691 STF
Súmula 702 STF
Súmula 704 STF
Súmula 706 STF
Súmula 721 STF
Súmula 3 STJ
Súmula 6 STJ
Súmula 33 STJ
Súmula 38 STJ
Súmula 48 STJ
Súmula 53 STJ
Competência Absoluta e Relativa

Absoluta aquela que não admite prorrogação.


1) Ratione material
2) Ratione personal
3) Funcional
Relativa aquela que admite a prorrogação.
1) Ratione loci
Casos Específicos de Competência

• Crimes praticados por militares que não se inserem na competência da


jurisdição militar súmula 172 STJ
• Crimes dolosos contra a vida praticados por militares, art. 125 §4º CF c/c 9º
CPM
• Julgamentos de civis pela justiça militar, súmula 53 STJ e 125 §4º CF súmula
298 STF
• Acidente de trânsito envolvendo viatura da polícia militar- súmula 6 STJ
01) (CESPE - Polícia Federal - Escrivão da Polícia Federal
– Regional)No que se refere à competência, julgue o item
que se segue.

Compete à justiça federal o julgamento dos crimes e


contravenções praticados contra interesse da União ou de
suas entidades autárquicas ou empresas públicas.
02) (CESPE - DPE-ES - Defensor Público) Acerca da
competência, das questões e processos incidentes e da
prova, julgue o item subsequente.

Suponha que Fred, Mauro e Roberto sejam denunciados por


furto simples, sem qualquer liame subjetivo entre os agentes,
em feitos separados e por suposta participação em saque a
um supermercado. Nessa situação hipotética, por disposição
expressa do CPP, há necessidade de simultaneus
processus em face da presença da conexão intersubjetiva por
simultaneidade.
03) (CESPE - TJ-RO - Analista Judiciário - Oficial de Justiça) Assinale a
opção correta acerca da competência no processo penal.

a) Se duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração penal, a


competência deve ser definida pela conexão.
b) Caso uma infração continuada ou permanente seja praticada em território de
duas ou mais jurisdições, a competência deve ser definida pela natureza da
infração.
c) Caso concorram dois juízes com jurisdições diversas, tendo um deles
antecedido-se ao outro na prática de algum ato do processo, a competência deve
ser firmada por precedência da distribuição.
d) Tanto nas ações penais privadas como nas públicas, cabe ao autor escolher o
foro de domicílio ou da residência do réu, ainda que seja conhecido o local da
infração.
e) Admite-se a definição da competência pelo domicílio ou pela residência do réu,
mesmo que seja conhecido o local da infração.

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