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Direito Civil – aula 7 – Obrigação de indenizar

Um dos pontos mais importantes que dia respeito a obrigação de indenizar diz respeito a
independência das instancias. Deve-se compreender os pontos de convergência e divergência
entre as responsabilidades civil e penal.

 Independência das instancias – Responsabilidade Civil independente da Penal.

Vigora a regra da autonomia, ou independência das instancias, de maneira que o juiz


cível não sofre interferência do julgamento realizado pelo juízo penal. Sobre esta regra
existem duas exceções: existência do fato, ou autoria, decididos no âmbito penal a
prejudicar e interferir na decisão cível.

A regra é a independência das instancias; a regra é o que a gente chama de ausência


de prejudicialidade externa. A sentença penal não impacta no processo civil, é possível
que na seara criminal o agente seja absolvido e no cível o réu seja condenado porque
os fundamentos que justificam a responsabilização penal são diferentes daqueles que
caracterizam a responsabilização cível. A regra é a ausência de prejudicialidade, se a
regra é a ausência de prejudicialidade o juiz cível não precisa aguardar o desfecho do
processo criminal. Ex.: esbulho, o esbulho é crime, alteração de tabule e é ilícito civil.
Para fim cível o esbulho acarreta ação de reintegração de posse; ora se eu sou vitima
de esbukho possessório eu vou ajuizar uma ação possessória no juízo cível onde eu vou
pedir reintegração da posse e apresentar noticia crime noticiando que o crime de
esbulho aconteceu e haverá uma apuração criminal – esses dois assuntos correrão de
forma independente e simultaneamente.

Quando o processo for para o juiz civil analisar se vai ou não conceder a liminar, o juiz
cível não vai verificar o que está acontecendo no Inquérito Penal. O juiz vai analisar as
peças cíveis e deliberar se defere ou não defere.

Ex.: acidente de transito com morte – será instaurada uma investigação criminal a fim
de verificar se houve homicídio doloso ou culposo e perseguir a punição penal mas por
outro lado é possível haver uma ação de indenização – a regra é a independência.
Art. 935 CC – A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo
questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando
estas questões se acharem decidias no juízo criminal.

Exceções que irão acarretar prejudicialidade externa – existência do fato – o juiz penal
afirma que o fato existiu, isso interfere no cível e ele tem que reconhecer que o fato
existiu – não seria logico que o juiz dissesse que o fato existiu e o outro dissesse que o
fato não existiu, seria incoerente. O oposto também seria incoerente. A mesma coisa
para situação envolvendo autoria.

Dicas: art. 91, inciso I, CP ou seja, dialoga o artigo 91, I CP com o artigo 515, inciso VI,
CPC. E recorde que a sentença penal tem uma eficácia executiva – ela é um titulo
executivo judicial.

Art. 91, I CP– São efeitos da condenação:


I – tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime;

Art. 515 CPC – São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo
com os artigos previstos neste Título:
VI – a sentença penal condenatória transitada em julgado;

Art. 387, IV, CPP + art. 386, I e IV CPP


Artigo 387, IV, CPP – O juiz, ao proferir sentença condenatória:
IV – fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração,
considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido;

Art. 386 CPP – O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde
que reconheça:
I – estar provada a inexistência do fato;
IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal.

Art. 65 CPP
Art. 65 CPP – Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato
praticado em estão de ecessidade, em legitima defesa, em estrito cumprimento de
dever legal ou no exercício regular de direito.
Art. 200 CC
Art. 200 CC – Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal,
não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.

Não corre prescrição civil quando o fato estiver sendo apurado no juízo penal e o STJ
entende que essa apuração só é encerrada com o trânsito em julgado da ação penal ou
com a ausência de inquérito penal, se não houver investigação penal a investigação
está correndo – quando houver investigação penal a prescrição civil será suspensa.

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