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Algumas considerações importantes:

O conteúdo de IP é bem mais longo que AÇÃO penal.


Não se preocupem com o conteúdo da prova, vai cair somente o que vocês tiveram em
sala, o professor Gustavo vai mandar e-mail com o que estudar da parte dele. Quanto à
minha parte, é o conteúdo que mandei para vocês que a princípio seria só a Investigação
preliminar (inquérito policial), mas agora também vamos ver nessa aula uma parte da
ação penal.
Se não der tempo de acabar, o professor Gustavo vai iniciar de onde eu parei....
Sobre a prova, eu conversei com ele a possibilidade de adiar, jogar mais para frente, mas
segundo ele, ficaria muito apertado, visto que o fim do semestre de vocês é em outubro
né?
Ele também comentou que se vocês quiserem agendar aula em outro horário, no sábado
talvez, para terem aula do conteúdo que não deu, podem falar com ele.
Os recados eram esses, por enquanto...

AÇÃO PENAL

CONCEITO: é direito subjetivo de pedir ao Estado-Juiz, titular exclusivo do Jus


Puniendi -direito de punir-, a aplicação do direito penal objetivo (aplicação da lei) a um
caso concreto.

A matou B - Surge para MP , a possibilidade de pedir ao Estado (titular do direito de


punir) que aplique o art. 121 do código penal cuja pena é de 6 a 20 anos de pena em A
por ter matado B..

Segundo exemplo:
A atribui falsamente um crime à B (art. 138 CP) - A praticou crime de calúnia contra B:
A poderá pedir ao MP para que peça ao juiz aplique as penas do 138 ?
Não, pois aqui, o crime será de ação penal privada.
• B terá que contratar um advogado (OAB) e ele através de uma peça chamada
QUEIXA CRIME irá pedir ao Estado para que aplique as penas do artigo 138 do
CP... Esse é o exercício da ação penal, mas pela vítima.
Ação Penal nada mais é que o direito subjetivo que pode ser pleteado pelo MP na ação
penal publica ou pela vítima de pedir para o Estado, para que esse estado aplique o direito
penal objetivo ao caso concreto.

NATUREZA JURÍDICA DA AÇÃO PENAL

CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL

Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada pela Lei nº 11.719,
de 2008).

II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou


(Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

Bom, eu se eu fosse o MP, não posso chegar no juiz e dizer " juiz, puna fulano, por ser
gremista” É até aceitável mas não é juridicamente possível.

Então, é preciso alguns requisitos que toda ação deverá ser preenchida por quem vai
pedir ao juiz que se aplique ao caso concreto.

Requisitos que vão subordinar o exercício da ação penal e o juiz vai observar:
Requisitos genéricos: valem pra todas as ações

A) POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO - pedido na ação de estar previsto no


ordenamento – tipicidade -

A doutrina moderna diz que aqui também deveria além da tipicidade, estar ausentes as
causas excludentes de ilicitude.

- Prática de fato aparentemente criminoso (fumus comissi delicti).


Mas em todo caso, se houver elementos probatórios que o acusado agiu ao abrigo de uma
causa de exclusão de ilicitude, deve a denúncia ou a queixa ser rejeitada com base no art.
395, II do CPP (pois falta uma condição da ação).

Sempre que o juiz recebe uma ação penal (vinda do MP) ou privada (pelo advogado) , se
todos estiverem ok, ele vai dar prosseguimento, caso contrário ele vai REJEITAR A
DENÚNCIA.

É necessário aquilo que o promotor ou advogado pede, estar previsto em lei como
crime!

Exemplo1 : João traiu joana. João é adultero... isso foi crime, mas hoje não é mais tido
como crime... Joana contrata um advogado, advogado entra com ação penal privada
(queixa crime) ...
O juiz vai falar "senhor, não posso dar continuidade pois o pedido é juridicamente
impossível...
Adultério não é mais crime, rejeito sua queixa crime.

Exemplo 2 : crime de incesto.... Imaginem que o pai manteve relações sexuais com uma
filha maior, isso não é crime, por mais repugnante e imoral que seja.

Poderia o promotor processar o pai? Nâo, pois não é uma conduta tipicamente prevista
como crime.

b) LEGITIMIDADE para agir - Possibiidade de ocupar o polo passivo e ativo da ação.

O CRIME sempre será de ação penal pública ou ação penal privada... o legitimado sempre
será aquele titular de determinada ação penal...

Ação penal pública: o polo ativo sempre será o MP que é titular da ação penal (art. 129,
I CF/1988)
Ação Penal de iniciativa privada: caberá à vítima ou seu representate legal (Art. 30 e
31 do CPP) - (ex: advogado) - assumir o polo ativo da situação processual.

Exemplo: No caso de injúria, imagine que uma amiga de B tenha presenciado o momento
em que A lhe imputou falsamente um crime e diga "hmm vou processar A"
O juiz vai olhar para o processo e dizer que é juridicamente possível. está previsto no
artigo 138. Quando ele for pro segundo requisito, não poderá receber por ilegitimidade
da parte.

Existem 2 tipos de LEGITIMIDADE:

ATIVA: Relacionada com a titularidade da ação penal. MP - quando for denúncia e do


ofendido ou seu representante legal nos delitos perseguidos por QUEIXA CRIME.
Ocupa-se SEMPRE pelo titular da pretensão acusatória.

PASSIVA: decorre da autoria do injusto típico. Está relacionada com a autoria do delito.
A imputação deve ser dirigida contra quem praticou o injusto típico. Nesse momento não
pode ser feito um juízo de certeza, mas sim a MERA PROBABILIDADE da autoria.

A legitimidade passiva ou ativa leva à rejeição da denúncia ou queixa nos termos do


art. 395, II, do CPP, ou ainda permite o trancamento do processo através do habeas
corpus, eis que se trata de processo manifestamente nulo. (art. 648, IV CPP), por
ilegitimidade da parte (art. 564, II).

Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:


II - por ilegitimidade de parte;

A ilegitimidade da parte permite que seja promovida NOVA AÇÃO. Corrigida a falha,
a ação pode ser novamente intentada.

Exemplo: é o que acontece quando o ofendido ajuíza queixa em delito de ação penal
pública. A rejeição da queixa não impede que o MP ofereça a denúncia.
C) INTERESSE DE AGIR ou (punibilidade concreta):

Para a ação penal ser admitida, é necessário que não tenha ocorrido nenhuma causa de
extinção da punibilidade... como a prescrição, decadência e renúncia.

Exemplo: Imaginem que em 1993, há 29 anos atrás João matou Pedro.. Hoje o promotor
fica sabendo disso e entra com denúncia...
O juiz olha o processo e diz:
1 - é juridicamente possível
2 - o promotor parte é legitima
3 - ué, mas já se passaram 20 anos, esse crime não esta prescrito? Sim.. em 20 anos se
prescreve o homicídio...
Ou seja, existe os dois primeiros requisitos...
Agora o processo é útil ainda? Não, pois é um crime prescrito...

D) JUSTA CAUSA: (É O LASTRO PROBATÓRIO MÍNIMO, segundo o


MINISTRO CELSO DE MELO)

Temos que ter o mínimo de prova.

Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:

II – faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal;


III – faltar justa causa para o exercício da ação penal.

**FAZER UMA REVISÃO COM OS ALUNOS...


Condições genéricas: são necessárias para todas as ações.
Algumas condições têm requisitos específicos...

Exemplo: CRIME DE Lesão corporal culposa, por imperícia, imprudência ou


negligência ou (art. 303 do CTB).
O pedido é juridicamente possível
MP entrou com a ação, Ação foi proposta logo depois, ou seja, tinha interesse
As pessoas viram, a justa causa estava preenchida.
Pode o Estado processar a autora sem que eu autorize a fazer isso? Não...
Pois a lesão corporal, Art. 88 da Lei 9.099 (juizado especial)... exigem a representação
da Vítima.

LJE - Lei nº 9.099 de 26 de Setembro de 1995


Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências.
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de
representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões
culposas.

O crime de lesão corporal culposa decorrente de acidente de trânsito em regra é de ação


penal pública condicionada à representação. Será de ação penal pública incondicionada
e não haverá a aplicação da Lei n. 9.099/1995, quando:

1. O condutor estiver embriagado ou sob efeito de substâncias entorpecentes;


2. O condutor estiver participando de competição ou exibição não autorizadas;
3. O condutor transitar em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50
km.

Então quando a vítima chegar na delegacia, pra registrar B.O, o policial vai perguntar:
Você deseja representar criminalmente contra o autor do fato? e a vítima precisa dizer
que sim para condicionar o exercício da ação penal.

Geralmente, não existe nenhum documento para esta representação, ela está no final da
declaração no IP.. .ou no final da descrição dos fatos no B.O por exemplo.

Nomenclaturas:

Representação do ofendido (Art. 88 da LEi do JeCRIM)


Requisição do Ministro da Justiça (art. 145 do CP)
CONDIÇÃO de militar no crime de deserção/insubmissão (se ausentar pop mais de 8
dias sem autorização - se perder a condição de militar não pode cometer o crime.
Ou seja, além daquelas, 4 condições, nesse exemplo, é necessário também a
representação do ofendido.

As condições específicas será no delito de lesão corporal leve e lesão corporal culposa
na direção de veículo automotor.

Súmula 542 do STJ - A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de
violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.

CLASSIFICAÇÕES DESSAS AÇÕES:

Aqui é muito mais legal, estudar processo penal do que processo civil...
É mais fácil classificar as ações penais do que a ação civil...

No civil, vai depender do que eu quero: ação cautelar, de conhecimento, ação de


execução, entre outros...

AQUI TEMOS APENAS DOIS TIPOS DE AÇÕES: A PÚBLICA E A PRIVADA!

APPública - MP - peça inaugural: DENÚNCIA


1. Incondicionada -
2. Condicionada - TITULAR: MP
2.1 - Representação
2.2 - Requisição

APPrivada – Titular : Vítima ou querelante que vai contratar um advogado. A peça


inaugural é a queixa-crime. ou (OAB)

1. Personalíssima
2. Exclusiva
3. Subsidiária da pública

APPública: artigo 100 do CP

Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do
ofendido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL:

P. obrigatoriedade:

Por que a APPública, o princípio é o da obrigatoriedade...


Pq se o MP ter o lastro probatório mínimo (autoria e materialidade) ele é OBRIGADO a
entrar com a ação penal.
Ele não faz juiz de conveniência em nenhum momento.

E se ele em algum momento não entrar? então ele prevaricou... Art. 319 do cp...

P. Indisponibilidade:

Agora, eu sou o MP, eu entrei, posso desistir da ação penal?

jamais...

P. divisibilidade:

Se o MP está investigando A, B e C, mas ele tem provas contra somente os dois primeiros,
mas não tem provas contra C, ele pode denunciar o A e o B e continuar investigando C,
porque ela é divisível...

Princípios da APPrivada:
P. Conveniência e Oportunidade:

Vitória praticou contra THAÍS Difamação (139, CP)


VAMOS SUPOR QUE VITÓRIA FALA DE THAÍS, HMMMM A THAÍS É PESSIMA
PROFESSORA, ELA SÓ FICA NA AULA LENDO SLIDE, falta luz ele não consegue
dar aula... pq ele é péssimA professor..........

Bom, a vitória está difamando minha conduta como professora. Eu tenho contra vitória
autoria e materialidade.. gravaram ela falando mal de mim

Eu decido denunciar Vitória mas ela chega em mim e diz: Olha thaís, eu não quis fazer
isso, sou concurseira... se eu for processada por isso posso ser reprovada na investigação
social...

eu falo: olha vitória: eu vou desistir e não vou te processar, mas vou ficar cuidando pra
ver se vc vai fazer de novo.

Logo, eu não sou obrigada a processar, diferente se o crime fosse de roubo pelo menos
em que é de ação penal pública...

Disponibilidade - poderá desistir da ação – posso perdoar, oferecer o perdão do ofendido


lá na ação penal.

Já o MP é indisponível, não pode perdoar!


Se o processo estivesse na fase de inquérito, poderia ser oferecido um pedido de renúncia.

Indivisibilidade:

Exemplo: ~ 03 pessoas falaram mal de mim...

Não se pode livrar uma pessoa e processar as outras...

Ou eu processo as 03 pessoas (perdão) ou eu perdoo os três. Renúncia contra um réu


renúncia todos.
Relembrando:

Difamação: imputar um fato que não seja crime.

Calúnia: imputar fato criminoso

Injúria: uma qualidade negativa àquela pessoa.

Bom, sabemos que a ação penal é pública e privada...

AÇÃO PENAL PÚBLICA: TITULAR MP, I , CF

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:


I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

Pública incondicionada: precisamos observar os 4 requisitos genéricos...

APPublica condicionada: a 02 condições

1 – REPRESENTAÇÃO DA VÍTIMA OU SEU REPRESENTANTE LEGAL

2 – REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA.

Somente em 02 situações :

Quando o presidente da Rep foi injuriado, difamado ou caluniado ou quando o crime


acontecer fora do País, mas isso você aprende em DP.

Representação:

- Manifestação de que tem interesse na persecução penal do agente.

Exemplo: Lais atropelou Bruno. (Lesão corporal no trânsito)

Esse crime como já vimos é de ação penal pública condicionada a rep.

Ou seja, eu preciso dizer para o promotor que eu tenho interesse em representar contra o
autor do crime.

- Natureza Jurídica (condição objetiva de procedibilidade) – O Estado é provocado pelo


MP... o MP vai dizer, cadê essa condição? Cadê a representação? Essa é a condição de
procedibilidade.
- Não há formalismo – a vítima precisa contratar um advogado? Não. Não existe esse
formalismo, basta a vítima falar para o policial...

- Não vincula o MP (promotor) – É ATO POLÍTICO O fato de eu ter autorizado que o


estado processe A pessoa que me atropelou... Mas o promotor pode ver na instrução do
julgamento que as vezes a pessoa agiu sob o manto de excludente de ilicitude por
exemplo, atropelou alguém pra salvar uma criança e pedir o arquivamento da ação penal.

Prazo decadencial de 06 meses:

Art. 38 CPP- O artigo 38 do CPP: O ofendido ou seu representante decai do


direito de queixa ou de representação se não o exercer em seis meses,
contando do dia em que vier a saber quem é o autor do delito. No caso de
ação privada subsidiária, contado do dia em que se esgotar o prazo para
o oferecimento da denúncia

AGORA POR EXEMPLO:

A Laís me atropelou, 07 meses depois DO DIA QUE EU SEI QUE FOI A LAIS QUE
ME ATROPELOU... eu procuro O MP PARA PROCESSAR A LAIS, O promotor ou o
policial vai dizer: olha ocorreu a decadência.

Outra situação:

Retratação da representação: Sim...

Retratar-se significa desdizer-se, declarar que errou, retirar o que disse, sendo
causa de extinção de punibilidade nos termos do artigo 107, VI, CP.

Art. 107 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta ao
prosseguimento da ação. Fui atropelado. Estou no hospital, chega a Lais e pede para não
processar ela. Diz que já pagou o hospital..

Eu digo, puts Lais, eu já representei contra você... mas eu sou concurseiro, estou
estudando e conheço o art. 25 do código de processo penal.

Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.

Aqui é uma leitura ao contrário, antes de oferecida a denúncia eu posso me retratar.

Saio do hospital, vou ate a delegacia e me retrato da representação. DAR EXEMPLO DO MONGE...
Quando vou pegar minha bicicleta, ia pagar o conserto da bicicleta... depois que você
tirou a queixa contra contra ela, ela disse que estava livre e que não ia pagar.

Eu posso voltar na delegacia e dizer ao delegado que eu quero voltar a processar a Lais.

Eu quero me RETRATAR DA RETRATAÇÃO...

RETRATAÇÃO DA RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO:

Sim, até o prazo decadencial de 06 meses

Legitimidade Para Representação:

Morte (CADI) –Art. 31 CPP - No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente
por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge,
ascendente, descendente ou irmão.

REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA

Natureza jurídica : condição específica objetiva de procedibilidade

É ato político – não é brincadeira... não é retratável, uma vez que o MJ autoriza o Estado à
persecução Penal, o Estado vai Processar.

NÃO vincula o MP a oferecer a denúncia -

PRAZO: não tem prazo decadencial, porem o delito esta sujeito ao prazo prescricional:

Hipóteses são as ditas la em cima

Art. 7 - § 3º, b do CP – crime cometido por estrangeiro contra Brasileiro

Art. 141 c/c art. 145 do § único ) – crime contra a honra praticados contra o Presidente da
Republica ou chefe de estado. Estrangeiro que esteja no Brasil.

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