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1.

Tendo em vista os princípios constitucionais aplicáveis ao Direito Penal, assinale a


alternativa correta.
A Tendo em vista o princípio da reserva legal, que é uma vertente do princípio da legalidade,
medida provisória, lei complementar, leis delegadas, resoluções e decretos não podem tratar de
temática penal.
B O princípio da intranscendência da pena veda que o tempo total de cumprimento das penas
privativas de liberdade ultrapasse 40 anos.
C O princípio da dignidade da pessoa humana, no âmbito penal, implica vedação de tratamento
degradante e cruel, servindo de fundamento, na jurisprudência, à concessão de prisão domiciliar
a preso em estado terminal.
D O princípio da insignificância implica na exclusão da tipicidade formal, diante da lesão ou
risco de lesão irrelevante ao bem jurídico tutelado.
E O princípio de bis in idem veda que se utilize a reincidência como agravante genérico da
pena.

2. Assinale a alternativa que apresenta o princípio segundo o qual o direito penal, por sua
natureza fragmentária, só vai aonde seja necessário para a proteção do bem jurídico.
A princípio da insignificância
B princípio da individualização da pena
C princípio da proporcionalidade
D princípio da responsabilidade pessoal
E princípio da limitação das penas

3. Segundo o Supremo Tribunal Federal, para a aplicação do princípio da insignificância, exige-


se os seguintes requisitos objetivos: ofensividade mínima da conduta, ausência de
periculosidade social da ação, reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e
inexpressividade da lesão jurídica causada. Considerando tal afirmação e as posições da Corte
brasileira, o princípio da insignificância:
A pode ser aplicado em caso de lesões corporais no âmbito da proteção à violência contra a
mulher.
B possui previsão constitucional expressa no artigo 5º da Constituição Federal.
C pode ser aplicado nos casos de crime de descaminho.
D é causa supralegal de exclusão da culpabilidade do agente.
E é causa de extinção da punibilidade, em consonância com a subsidiariedade penal.

4. 1º cenário: Caio foi preso em flagrante, em razão da prática do crime de tortura. Após a
audiência de custódia, Caio foi colocado em liberdade, mediante pagamento de fiança.
2º cenário: João foi condenado, definitivamente, pela prática do crime de roubo, a uma pena de
quatro anos de reclusão e dez dias-multa, no valor mínimo unitário, em razão da subtração de
um telefone celular da vítima Joana. João, no curso do processo, veio a óbito.
Considerando os cenários narrados e as disposições constitucionais aplicáveis ao Direito Penal,
é correto afirmar que:
A é juridicamente adequada a decisão que exigiu de Caio, no 1º cenário, o pagamento de fiança,
considerando que o crime de tortura é afiançável. No 2º cenário, considerando o princípio da
intranscendência da pena, os sucessores de João terão o dever, apenas, de reparar o dano
causado pelo crime e suportar o perdimento de bens, nos termos da lei, até o limite do
patrimônio transferido;
B não se poderia exigir de Caio, no 1º cenário, o pagamento de fiança, considerando que o
crime de tortura é inafiançável. No 2º cenário, considerando o princípio da intranscendência da
pena, os sucessores de João terão o dever, apenas, de reparar o dano causado pelo crime e
suportar o perdimento de bens, nos termos da lei, até o limite do patrimônio transferido;
C não se poderia exigir de Caio, no 1º cenário, o pagamento de fiança, considerando que o
crime de tortura é inafiançável. No 2º cenário, considerando o princípio da intranscendência da
pena, os sucessores de João terão o dever, apenas, de reparar o dano causado pelo crime e
suportar a multa fixada em juízo, até o limite do patrimônio transferido;
D não se poderia exigir de Caio, no 1º cenário, o pagamento de fiança, considerando que o
crime de tortura é inafiançável. No 2º cenário, considerando o princípio da intranscendência da
pena, os sucessores de João não terão o dever de reparar o dano causado pelo crime, tampouco
de suportar o perdimento de bens;
E é juridicamente adequada a decisão que exigiu de Caio, no 1º cenário, o pagamento de fiança,
considerando que o crime de tortura é afiançável. No 2º cenário, considerando o princípio da
intranscendência da pena, os sucessores de João não terão o dever de reparar o dano causado
pelo crime, tampouco de suportar o perdimento de bens.

5. No que se refere aos tópicos de Direito Penal, analise os itens a seguir e, ao final, assinale a
alternativa correta.
I - Lei excepcional, por ter ultratividade, pode ser aplicada a fatos praticados durante sua
vigência mesmo após sua revogação. II – No tocante ao tempo do crime, o Código Penal
brasileiro adotou a teoria da atividade, que o considera como o momento da conduta comissiva
ou omissiva. III – O princípio da legalidade tem como fundamento o princípio nullum crimen,
nulla poena sine praevia lege.
A Apenas o item I é verdadeiro.
B Apenas o item II é veradeiro.
C Apenas o item III é verdadeiro.
D Apenas os itens I e III são verdadeiros.
E Todos os itens são verdadeiros.

6. Sobre os princípios do Direito Penal, Nilo Batista pondera que “a procura de princípios
básicos do direito penal exprime o esforço para, a um só tempo, caracterizá-lo e delimitá-lo.
Existem efetivamente alguns princípios básicos que, por sua ampla recepção na maioria dos
ordenamentos jurídico-penais positivos da família romano-germânica, pela significação política
de seu aparecimento histórico ou de sua função social, e pela reconhecida importância de sua
situação jurídica – condicionadora de derivações e efeitos relevantes – constituem um patamar
indeclinável, com ilimitada valência na compreensão de todas as normas positivas”
(BATISTA, Nilo. Introdução crítica ao direito penal brasileiro. 11. ed. Rio de Janeiro:
Revan, 2007. p. 61).
Indique o postulado normativo que decorre diretamente do princípio da lesividade penal.
A É vedado, no âmbito penal, o uso da analogia em prejuízo do acusado (in malam partem).
B Ninguém poderá ser punido criminalmente, senão quando agir com dolo ou, ao menos, com
culpa.
C A lei penal não poderá ser aplicada em relação a fatos ocorridos antes de sua vigência, salvo
quando beneficiar o acusado.
D O direito penal só deverá ser utilizado subsidiariamente (como ultima ratio) para a resolução
de conflitos sociais.
E A autolesão e, em geral, condutas que não excedam o âmbito do próprio autor não devem ser
objeto de incriminação.

7. Acerca do Princípio da Legalidade Penal, analise as afirmativas a seguir.


I. O princípio da anterioridade penal impede a aplicação da lei nova que agrave a pena quando
a sua vigência é posterior ao início da execução do delito, nos crimes permanentes, ainda que
atinja etapa da permanência.
II. A lei nova que, de qualquer forma, beneficie o acusado deve ser imediatamente aplicável; se
o benefício for parcial, despreza-se a parte que prejudica o réu, aplicando-se apenas a parte
benéfica.
III. O princípio da legalidade da lei penal autoriza a ultratividade da lei penal em prejuízo do
acusado, quando se tratar de norma legal de natureza temporária ou excepcional.
Está correto o que se afirma em
A I, apenas.
B II, apenas.
C III, apenas.
D II e III, apenas.
E I, II e III.

8. Vagner é agente da Polícia Civil de Goiás e se depara com o seguinte Boletim de Ocorrência:
determinado homem noticiado teria financiado uma mulher de 18 anos de idade, recém-
completos, para que ela lhe fizesse favores sexuais. Vagner, em vez de diligenciar para apurar
os fatos, opta por encaminhar o procedimento ao Delegado de Polícia, recomendando pedido
de arquivamento. Segundo Vagner, o fato apurado NÃO constitui delito por violação ao
Alternativas
A princípio da anterioridade.
B princípio do ne bis in idem.
C princípio da taxatividade.
D princípio da legalidade.
E princípio da razoabilidade.

10. Analise os itens a seguir, tendo como referência a principiologia do Direito Penal.
I. São requisitos essenciais para aplicação do princípio da intervenção mínima: nenhuma
periculosidade social da ação, mínima ofensividade da conduta do agente, grau reduzido de
reprovabilidade de comportamento e inexpressividade da lesão jurídica provocada.
II. O princípio da insignificância confunde-se com o conceito das infrações de menor potencial
ofensivo, haja vista que o Direito Penal não deve se ocupar de matérias sem relevância.
III. Do princípio da intervenção mínima se extrai a natureza subsidiária do Direito Penal. Desta
feita o Direito Penal somente se apresentará quando os demais ramos do ordenamento jurídico
se mostrarem insuficientes para a proteção dos bens jurídicos considerados de maior
importância.
IV. O princípio da lesividade (nullum crimen sine iniuria) exige que do fato praticado pelo
agente ocorra lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. Sendo assim, a mera
representação ou cogitação do fato criminoso é indiferente para o Direito Penal.
Está correto o que se afirma apenas em
A I e II.
B I e IV.
C II e III.
D III e IV.

11. Sandro foi preso em flagrante ao subtrair um pacote de macarrão, cujo valor era R$9,00, de
um hipermercado do bairro onde morava. O Ministério Público ofereceu denúncia em face de
Sandro, mas o magistrado rejeitou a peça acusatória, reconhecendo a incidência do princípio da
bagatela ou insignificância. O referido princípio exclui a
A ilicitude.
B tipicidade formal.
C culpabilidade.
D tipicidade material.
E punibilidade.

11. Assinale a opção que apresenta afirmativa correta em relação à função de prevenção
especial positiva da pena.
A A imposição da pena ao delinquente tem efeito inibitório sobre outros indivíduos que possam
ter intenções criminosas.
B As condições do cumprimento da pena inspiram o propósito do condenado de, no futuro,
comportar-se segundo o direito.
C A aplicação da pena ao criminoso reassegura a sociedade da efetiva vigência das normas
jurídicas.
D O condenado deve experimentar mal tão grave quanto o que ele infligiu ao ofendido, a fim
de que tenha consciência do desvalor de seu comportamento.
E Com o cumprimento da pena, o condenado passa a temer as consequências jurídico-penais
de suas ações e desiste de delinquir.

12. A respeito da Teoria das Penas, assinale a alternativa correta.


A A finalidade da pena, na teoria relativa, é prevenir o crime. Na vertente preventiva-geral, o
criminoso é punido a fim de impedir que ele volte a praticar novos crimes.
B A finalidade da pena, na teoria relativa, é prevenir o crime. Na vertente preventiva especial,
de acentuado caráter intimatório, o criminoso é punido para servir de exemplo aos demais
cidadãos.
C A finalidade da pena, na teoria absoluta, é castigar o criminoso, pelo mal praticado. O mérito
dessa teoria foi introduzir, no Direito Penal, o princípio da proporcionalidade de pena ao delito
praticado.
D A finalidade da pena, para a teoria eclética, é ressocializar o criminoso. O mérito dessa teoria
foi humanizar as penas impostas, impedindo as cruéis e humilhantes.
E O ordenamento jurídico brasileiro adota a teoria absoluta, tendo a pena apenas o fim de
ressocializar o criminoso.

13. A respeito das teorias que tratam das funções da pena, assinale a opção correta.
Alternativas
A A teoria correcionalista considera que a pena se esgota na ideia da retribuição como resposta
ao mal causado pelo autor do crime.
B A teoria preventiva geral positiva considera que a pena tem a função de inibir
comportamentos antissociais e moldar comportamentos socialmente aceitos.
C A teoria absoluta considera que a pena possui caráter retributivo, preventivo e
ressocializador.
D A teoria preventiva geral considera a pena como um meio para prevenir a reincidência do
indivíduo.
E A teoria preventiva especial considera a pena como um meio para intimidar os potenciais
praticantes de condutas delituosas.

14. Considere as assertivas abaixo:


I. As denominadas teorias absolutas da pena consideram que a pena se esgota na ideia de pura
retribuição, tem como fim a reação punitiva, ou seja, responde ao mal constitutivo do delito
com outro mal que se impõe ao autor do delito. Kant, um dos seus principais defensores,
considerava que a exigência da pena derivava da ideia de justiça.
II. As teorias ecléticas veiculam a dúplice finalidade da pena: presta-se tanto a reprimir o
criminoso como a prevenir a prática do crime.
III. Para as teorias relativas a pena tem um fim prático e imediato de prevenção geral ou especial
do crime, não se justificando por si mesma, mas apenas na medida em que se cumprem os fins
legitimadores do controle de delinquência.
IV. A teoria da prevenção especial negativa da pena busca a segregação do criminoso, com o
fim de neutralizar a possível novação delitiva, tendo em Von Liszt um dos seus adeptos.
São corretas:
A Somente as assertivas I e II.
B Somente as assertivas I, II e III.
C Somente as assertivas I, III e IV.
D Somente as assertivas III e IV.
E Todas as assertivas estão corretas.

15. João, com a intenção de matar José, seu desafeto, efetuou disparos de arma de fogo contra
ele. José foi atingido pelos projéteis e faleceu.
Considera que, depois de feitos os exames necessários, se tenha constatado uma das seguintes
hipóteses relativamente à causa de morte de José.
I. Apesar dos disparos sofridos pela vítima, a causa determinante da sua morte foi intoxicação
devido ao fato de ela ter ingerido veneno minutos antes de ter sido alvejada.
II. A morte decorreu de ferimentos causados por disparos de arma de fogo efetuados por
terceiro no mesmo momento em que João agiu e sem o conhecimento deste.
III. A vítima faleceu em razão dos ferimentos sofridos, os quais foram agravados por sua
condição hemofílica.
IV. A morte decorreu de uma infecção hospitalar que acometeu a vítima quando do tratamento
dos ferimentos causados pelos tiros.
Nessa situação hipotética, conforme a teoria dos antecedentes causais adotada pelo CP, João
responderá pela morte de seu desafeto caso se enquadre em uma das hipóteses previstas nos
itens:
A I e II.
B I e III
C III e IV.
D I, II e IV.
E II, III e IV.

16. Considerando a relação de causalidade prevista no Código Penal, assinale a opção correta.
A As causas supervenientes relativamente independentes possuem relação de causalidade com
conduta do sujeito e não excluem a imputação do resultado.
B As causas preexistentes relativamente independentes não possuem relação de causalidade
com a conduta do sujeito e excluem a imputação do resultado.
C As causas preexistentes absolutamente independentes possuem relação de causalidade com
a conduta do sujeito e não excluem o nexo causal.
D As causas concomitantes relativamente independentes não possuem relação de causalidade
com a conduta do sujeito e não excluem a imputação do resultado.
E As causas concomitantes absolutamente independentes não possuem relação de causalidade
com a conduta do sujeito e excluem o nexo causal.
GABARITO
1. c
2. a
3. c
4. b
5. e
6. e
7. c
8. d
9. d
10. d
11. b
12. c
13. b
14. e
15. c
16. e

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