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DIREITO PENAL

PRINCIPIO DA LEGALIDADE

• Art. 1º do Cp.
• Art. 5, XXXIX

Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem
prévia cominação legal.
POSTULADOS DO PRINCIPIO

• princípio da anterioridade penal:


- necessidade de lei anterior ao fato que se quer punir. Com isso, resta proibida a retroatividade da lei penal para
criminalizar ou agravar a pena de fato anterior.
Cai na prova - Em se tratando de norma penal em branco, somente serão consideradas criminosas as condutas
praticadas depois da entrada em Vigor da norma complementar.
• proibição do costume incriminador
- A analogia não pode ser utilizada para tornar puníveis condutas que não estão criminalizadas por leis ou agravar
as penas de crimes.
Cai na prova - A analogia in bonam partem é permitida no Direito Penal.
• proibição de penas ou tipos penais indeterminados: O tipo penal deve ser claro e preciso, possibilitando a
compreensão de todas as pessoas.

• O terrorismo estava previsto no art. 20 daLei n. 7.170/83 como a conduta consistente em devastar, saquear,
extorquir, roubar, sequestrar, manter em cárcere privado, incendiar, depredar, provocar explosão, praticar
atentado pessoal ou atos de terrorismo, por inconformismo político ou para obtenção de fundos destinados à
manutenção de organizações políticas clandestinas ou subversivas.
Como a Lei n. 7.170/83 não define o que são "atos de terrorismo", parte da doutrina considerava o dispositivo
inconstitucional, por ofensa ao postulado lex certa. 1182 AmISEan
• Com o advento da Lei n. 13.260/2016, a discussão perdeu sentido, já que se trouxe expressa definição de
"terrorismo" no art. 2°: consiste na prática por um ou mais indivíduos dos atos previstos no art. 2°, por razões
de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando cometidos com a finalidade de
provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade
pública.
1º cenário: em 01/04/2023, em razão de circunstâncias extraordinárias e de forma fundamentada, foi editada, pelo
Congresso Nacional, uma lei penal excepcional.
2º cenário: em 01/04/2023, em razão de circunstâncias pontuais e de forma fundamentada, foi editada, pelo Congresso
Nacional, uma lei penal temporária.
Nesses cenários, à luz das disposições do Código Penal, é correto afirmar que os fatos praticados durante a vigência da lei
penal excepcional:
Alternativas

A
somente serão por ela regidos enquanto perdurarem as circunstâncias que ensejaram a edição da norma. Por outro lado, os
fatos praticados durante a vigência da lei penal temporária serão por ela regidos, mesmo após o transcurso do período de
duração da legislação, salvo se a nova legislação for mais benéfica ao acusado;
B
serão por ela regidos, ainda que cessadas as circunstâncias que ensejaram a edição da norma, salvo se a nova legislação for
mais benéfica ao acusado. Por outro lado, os fatos praticados durante a vigência da lei penal temporária somente serão por
ela regidos no período de duração da legislação;
C
somente serão por ela regidos enquanto perdurarem as circunstâncias que ensejaram a edição da norma. Por outro lado, os
fatos praticados durante a vigência da lei penal temporária serão por ela regidos, mesmo após o transcurso do período de
duração da legislação;
D
D) serão por ela regidos, ainda que cessadas as circunstâncias que ensejaram a edição da norma Por outro lado, os fatos
praticados durante a vigência da lei penal temporária somente serão por ela regidos no período de duração da legislação.

E serão por ela regidos, ainda que cessadas as circunstâncias que ensejaram a edição da norma. No mesmo sentido, os fatos
praticados durante a vigência da lei penal temporária serão por ela regidos, mesmo após o transcurso do período de
duração da legislação;
PRINCÍPIO DA EXCLUSIVA PROTEÇÃO DE BENS
JURÍDICOS

• A principal função do Direito Penal é a tutela de bens jurídicos, ou seja, de


interesses ou valores jurídicos dignos de proteção penal. Com o princípio, resta
proibida a criminalização de meras imoralidades, ideologias, crenças pessoais
ou religiosas, pois a norma penal somente pode ser criada para proteger valores
que interessam ao Direito Penal.
• O princípio da exclusiva proteção de bens jurídicos também tem a tarefa de
limitar a atividade legislativa, de forma a evitar a criminalização de
comportamentos que não causam lesão ou perigo de lesão a qualquer valor ou
interesse jurídico socialmente relevante.
O CARÁTER SUBSIDIÁRIO DO DIREITO PENAL OU
PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE

• O Direito Penal é a ultima ratio.


• Assim, pelo princípio da subsidiariedade, o Direito Penal somente
deve intervir quando outros ramos do Direito - notadamente o Civil e
o Administrativo - não conseguirem resolver de forma satisfatória o
conflito social.
PRINCÍPIO DA OFENSIVIDADE OU LESIVIDADE
• Não há crime sem ofensa ou exposição a perigo de um bem jurídico.

• a) Proibir a incriminação de uma atitude interna, como ideias, convicções, aspirações e desejos dos homens.
Por esse fundamento não se punem a cogitação e os atos preparatórios do crime.
• b) Proibir a incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio autor. Por esse fundamento não
se punem a autolesão e a tentativa de suicídio. Trata-se do princípio da alteridade.
• c) Proibir a incriminação de simples estados ou condições existenciais. A pessoa deve ser punida pela prática
de uma conduta ofensiva a bem jurídico de terceiro. Com isso, afasta-se o Direito Penal do autor, em que o
agente é punido pelo que é, e não pelo que fez.
• d) Proibir a incriminação de condutas desviadas que não causem dano ou perigo de dano a qualquer bem
jurídico. O Direito Penal não deve tutelar a moral, mas sim os bens jurídicos mais relevantes para a sociedade.
Trata-se do principio da exclusiva proteção dos bens jurídicos
PRINCÍPIO DA ALTERIDADE OU
TRANSCENDÊNCIA

• É consequência do princípio da ofensividade. A lesão ou exposição a perigo


deve ser dirigida a bem jurídico de terceiro, e não a bem jurídico do próprio
agente
• Por isso a autolesão e a tentativa de suicídio são impuniveis no Brasil.
Cai na prova - Se a autolesão for cometida para fraudar seguro, estará
caracterizado o delito de estelionato (art. 171, §2°, V, CP).
PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE

• Art. 5º, LVII, CF: - Fundamentação Legal.

- Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal


condenatória.
- Não se admite a responsabilidade penal objetiva, ou seja, somente poderá ser punido o agente que tenha
atuado com dolo ou culpa.
- O comportamento do agente deve ser reprovavel nas circunstâncias em que ocorreu, o que é verificado pela 1-
imputabilidade,
- II- potencial consciência da ilicitude;
- III- exigibilidade de conduta diversa.
c) A culpabilidade do agente serve como limite material para a imposição da pena. É por isso que a culpabilidade
aparece como uma das circunstâncias judiciais do art. 59, CP.

Art. 59, CP. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às
circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e
suficiente para reprovação e prevenção do crime:
PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE
SUBJETIVA

Para que o agente seja punido penalmente, não basta a mera prática
material do fato, já que se exige, também, a presença de dolo ou
culpa.
Afasta-se, com isso, a odiosa responsabilidade penal objetiva.
PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE PESSOAL OU INDIVIDUAL

Não pode haver responsabilização criminal por fato alheio.

Com isso se veda, em Direito Penal, a responsabilidade coletiva, familiar


ou societária.

A pessoa jurídica poderá ser responsabilizada por crimes ambientais.


PRINCÍPIO DA MATERIALIZAÇÃO OU EXTERIORIZAÇÃO DO FATO

Decorre do princípio da ofensividade, determinando que não podem ser punidas


penalmente condutas internas do agente, ou seja, meros pensamentos que não
chegam a sair do âmbito da consciência. Para que se possa falar em crime, é
necessária uma exteriorização na forma de condutas concretas que ofendam ou
exponham a perigo bens jurídicos tutelados pela norma penal. O princípio da
materialização do fato relaciona-se com o Direito Penal do fato (pune-se o agente
pelo que fez), e se opõe ao Direito Penal do autor (pune-se o agente pelo que é).
PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL

Um fato que é aceito como normal pela generalidade da sociedade não pode ser crime.
Assim, apesar de se adequar à descrição legal (tipicidade formal), uma conduta não
pode ser considerada materialmente típica quando estiver de acordo com as práticas
comuns da sociedade. Por exemplo, colocação de brincos em menina recém-nascida.

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