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AULAS 3 E 4

1. PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA OU ULTIMA RATIO

O direito penal busca a proteção dos bens jurídicos mais importantes ao indivíduo e à
sociedade, razão pela qual sua intervenção só é exigida nos casos de máculas inaceitáveis à
tais bens.

Função:

a. Seleção de bens jurídicos de necessária proteção do direito penal

b. Descriminalização: Adultério – art. 240.

Subprincípios:

a. Fragmentariedade: Proteção dos bens jurídicos mais relevantes.

b. Subsidiariedade: Apenas atua quando outro ramo jurídico não se mostrar


suficiente.

2. PRINCÍPIO DA LESIVIDADE OU OFENSIVIDADE

O fato, para ser incriminado, deverá promover lesão ou ameaça de lesão ao bem jurídico
penal.
O direito penal não se presta à promover respostas éticas ou morais, mas para proteger
bens jurídicos.

Funções:

a. Não se pune atos internos: Não se pode punir o agente por seus pensamentos e
sentimentos não exteriorizados.
b. Não se pune conduta que não transcenda o âmbito do próprio autor: O agente
não pode ser punido por atos que atentem contra si próprio, não afetando bem
jurídico de terceiros. Ex: tentativa de suicídio, autolesão. – Princípio da alteridade.

c. Não se pune estados ou condições existenciais: O agente não pode ser punido
pelo que é, mas sim pelo que faz.
d. Não se pune condutas desviadas que não atentem contra bens jurídicos:
Condutas socialmente reprováveis, que não ofendam bens jurídicos de terceiros,
não podem ser punidas.

3. PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL: Algumas atividades cotidianas geram risco, como,


por exemplo, dirigir. E tais condutas, por ser aceitas e até mesmo estimuladas no plano
social, não são consideradas crimes, por desembocar na exclusão da tipicidade
material.

Exemplo: Furar a orelha. Em tese, é lesão corporal. No entanto, por ser uma prática
até estimulada pela sociedade, não é considerada crime, por não ter tipicidade
material.

4. PRINCÍPIO DA ATIVIDADE E EXTRATIVIDADE – APLICAÇÃO DA LEI PENAL DO TEMPO

Tal princípio tem dois objetivos.

O primeiro deles é indicar o momento consumativo do crime. Para tanto, adotou no


Brasil a teoria da atividade ou da ação, prevista no artigo 4°, do CP:

Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda


que outro seja o momento do resultado.

A segunda função corresponde ao conhecimento, no caso de sucessão de leis


penais no tempo, de qual lei aplicar.
Como regra, aplica-se no Brasil o princípio da continuidade das normas, em que a lei
permanece vigente até que outra, superveniente, a revogue, conforme artigo 2°, da
LINDB.

A lei penal nasce pelo devido processo legislativo. A União, através do Congresso
Nacional edita a lei, e o presidente a sanciona.

A partir daí, a lei tem vigência (existência), e ela pode produzir efeitos imediatos, como
regra no Brasil, ou, ainda, só produzir efeito em momento futuro, ocasião em que
teremos a chamada vacatio legis.

No período de vacatio legis a lei está vigente, mas não terá eficácia.

Mas pode ocorrer, no direito penal, de a lei não ter vigência e ter eficácia – é a
extratividade, que será visto.

Atividade da Lei Penal: Ocorre quando a lei está vigente, e, ainda, é eficaz,
abrangendo todos os fatos que forem cometidos durante a sua existência.

É a utilização do brocardo Tempus regit actum, ou o tempo que rege a ação.

A regra, é claro, é a incidência da lei vigente e eficaz ao tempo da conduta. No entanto,


se a lei, embora já revogada, estivesse vigente e eficaz no momento da conduta e for
mais benéfica, será ela a aplicada (ultratividade). E ainda, se a lei posterior à conduta
também for mais benéfica, será ela a aplicada (retroatividade). Trata-se da
EXTRATIVIDADE DA LEI PENAL, cujas espécies são a retroatividade e a ultratividade.

O fundamento da extratividade é o princípio da irretroatividade da lei penal ou a


retroatividade da lei penal benéfica, prevista no artigo 5°, inciso XL, da Constituição:

Art. 5° (...)XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

Na extratividade se vislumbra 4 (quatro) situações:

a. LEI POSTERIOR MAIS SEVERA: Irretroatividade da lei penal


b. LEI POSTERIOR MAIS BENÉFICA: Retroatividade da lei penal, bastante à
relativizar até mesmo a coisa julgada.
c. ABOLIÇÃO DO CRIME: Retroatividade da lei penal, provocando a extinção
da punibilidade do agente, nos termos do artigo 107, inciso III, do CP.
d. LEI POSTERIOR COM PARTES MAIS SEVERAS E PARTES MAIS BENÉFICAS:
Vedação à combinação das leis.

Fundamento Legal: Artigo 2°, do CP:

Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando
em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.

Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos
anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

SUCESSÃO DE LEIS PENAIS NO TEMPO E CRIMES PERMANENTE E CONTINUADO

Aplica-se a lei posterior, ainda que mais grave, haja vista a intenção de permanência
do agente.

Súmula 711, do STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.

LEIS TEMPORÁRIAS E EXCEPCIONAIS

Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração


ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante
sua vigência.

Lei Temporária: Período de vigência predeterminado na lei penal.

Lei Excepcional: Cessação da vigência pela cessação da excepcionalidade.

Características: Ultratividade e autorevogabilidade.

5. PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE E EXTRATERRITORIALIDADE – APLICAÇÃO DA LEI


PENAL DO ESPAÇO

O Brasil adota a teoria da UBIQUIDADE quanto ao local de consumação do delito. Ou


seja, considera-se que o crime foi praticado no Brasil, se a conduta ocorreu aqui, e o
resultado em outro país, em também, se a conduta ocorreu em outro país e o
resultado ocorreu no Brasil.

CP: Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no
todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

TERRITÓRIO BRASILEIRO

A. TERRITÓRIO FÍSICO: A faixa de terra compreendida dentro do território


Brasileiro, até a fronteira com outro país (território terrestre), bem como a
extensão marítima de 12 milhas a partir do fim da terra (território
marítimo) e o espaço aéreo corresponde ao território terrestre e marítimo
(território aéreo).

B. TERRITÓRIO POR EXTENSÃO/FICTO/JURÍDICO: É território brasileiro pois a


lei assim o entende:

Sempre será navio ou avião.

a. NAVIO OU AVIÃO PÚBLICO: Será considerado extensão do território


brasileiro em qualquer lugar que estiver.

Reciprocidade.

b. NAVIO OU AVIÃO PRIVADO A SERVIÇO DO PAÍS: Considera-se avião


ou navio público, logo, aplicam-se as mesmas regras. Isto é,
considera-se território brasileiro por extensão onde quer que eles
estejam.

c. NAVIO OU AVIÃO PRIVADOS: Considera-se território brasileiro por


extensão, apenas se estiverem em alto-mar (espaço marítimo,
desde que não invada as 12 milhas marítimas de outro país), e o
espaço aéreo correspondente.

Aplica-se, neste caso, o princípio da bandeira/pavilhão.

Exemplo do navio abortivo.

Até aqui, temos o princípio da territorialidade.

No entanto, a territorialidade é mitigada, havendo hipóteses de o fato ocorrer no


Brasil e ser aplicada a lei de outro país. Ex: Imunidades diplomáticas, previstas na
convenção de Viena, de 1961, no artigo 31 (intraterritorialidade), e, ainda, de o
fato ocorrer no exterior, e aplicar a lei brasileira (extraterritorialidade).

Os casos de extraterritorialidade estão previstos no artigo 7° do CP:

EXTRATERRITORIALIDADE

É a aplicação da lei Brasileira, aos crimes praticados fora do território brasileiro, físico ou por
extensão.

1. INCONDICIONADA: Aplica-se a lei penal brasileira, independente da satisfação de


quaisquer condições.

Hipóteses:

Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:


I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República – Trata-se do
PRINCÍPIO DA DEFESA, PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO OU PRINCÍPIO REAL.

É só do Presidente. E crimes contra a vida e liberdade, não ingressando latrocínio.

b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado,


de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista,
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; Trata-se do PRINCÍPIO DA
DEFESA, PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO OU PRINCÍPIO REAL.

São crimes contra o patrimônio e fé pública da Administração Pública direta e


indireta dos entes federados e dos territórios (autarquia geográfica).

c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço: Trata-se do


PRINCÍPIO DA DEFESA, PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO OU PRINCÍPIO REAL.
Atenção: São crimes praticados por quem esteja a serviço do Brasil, e contra a
Administração Pública.

d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil: Trata-


se do PRINCÍPIO COSMOPOLITA OU JUSTIÇA PENAL UNIVERSAL.

Nesse caso, aplica a lei brasileira ainda que o indivíduo tenha sido julgado e absolvido
no estrangeiro

2. CONDICIONADA: Artigo 7°, inciso II. Aplica-se a lei penal brasileira fora de seu
território, desde que preenchidas algumas condições.

Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:

II - os crimes:

a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir: PRINCÍPIO


COSMOPOLITA OU JUSTIÇA PENAL UNIVERSAL.

São inúmeros, como terrorismo, violência doméstica.

b) praticados por brasileiro: Trata-se do PRINCÍPIO DA NACIONALIDADE ATIVA.

c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de


propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
Trata-se do PRINCÍPIO DA BANDEIRA, PAVILHÃO OU REPRESENTAÇÃO.

Nesses casos, precisa-se atender todos os requisitos previstos no §2° do artigo


7°:
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional: O ingresso pode ser voluntário ou por
extradição.

b) ser o fato punível também no país em que foi praticado: O fato tem que ser
punível nos dois países.

c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a
extradição: O crime praticado tem que estar no rol dos crimes em que o
Brasil autoriza a extradição.

d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a


pena: O agente não pode ter sido absolvido ou ter cumprido pena no outro
país.

Mas atenção: se não cumpriu a pena toda, o Brasil poderia aplicar sua lei. Ex:
fugiu quando cumpriu 2 anos de pena, quando condenado a 5.

e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não
estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.

3. HIPERCONDICIONADA: Artigo 7°, inciso II e §3°, do CP. Aplica-se a lei penal


brasileira a fato ocorrido fora do território brasileiro, desde que preenchidas as
condições previstas no §2°, e §3° do artigo 7° do CP.

Aqui ocorre quando um estrangeiro pratica crime contra um Brasileiro no


exterior.

Nesse caso, além das condições da extraterritorialidade condicionada, também


deverá:

a. Não foi pedida ou foi negada a extradição e


b. Requisição do Ministro da Justiça
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.

DISPOSIÇÕES

IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu

PRINCÍPIO DA LIMITAÇÃO/HUMANIZAÇÃO DAS PENAS

XLVII - não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

d) de banimento;

e) cruéis;

Obs: Pacto de San José da Costa Rica – art. 4

2. Nos países que não houverem abolido a pena de morte, esta só poderá
ser imposta pelos delitos mais graves, em cumprimento de sentença final
de tribunal competente e em conformidade com a lei que estabeleça tal
pena, promulgada antes de haver o delito sido cometido. Tampouco se
estenderá sua aplicação a delitos aos quais não se aplique atualmente.
3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que a hajam abolido.
4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada a delitos políticos, nem
a delitos comuns conexos com delitos políticos.
5. Não se deve impor a pena de morte a pessoa que, no momento da perpetração
do delito, for menor de dezoito anos, ou maior de setenta, nem aplicá-la a
mulher em estado de gravidez.
6. Toda pessoa condenada à morte tem direito a solicitar anistia, indulto ou
comutação da pena, os quais podem ser concedidos em todos os casos. Não se
pode executar a pena de morte enquanto o pedido estiver pendente de decisão
ante a autoridade competente.

PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

c) multa;

d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos;

PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE

Culpabilidade é o juízo de reprovação pela prática de uma conduta.

Culpabilidade: Expressão plurívoca no direito.


a. ELEMENTO/SUBSTRATO DO CRIME: Pelo conceito analítico de
crime, adotado no Brasil, crime é um fato típico e ilícito, e seu agente
deve ser culpável (culpabilidade).
b. BALIZADOR/LIMITADOR DA PENA
c. IMPEDE A RESPONSABILIDADE OBJETIVA

PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA

Tipicidade formal + tipicidade material

Condutas que não ofendem de forma intolerável o bem jurídico penal, não dever ser
consideradas crimes.

Desdobramento da fragmentariedade.

Vetores de aplicação – STF:

1. MÍNIMA OFENSIVIDADE DA CONDUTA


2. AUSÊNCIA DE PERICULOSIDADE SOCIAL DA AÇÃO
3. REDUZIDO GRAU DE REPROVABILIDADE DO COMPORTAMENTO
4. INEXPRESIVIDADE DA LESÃO JURÍDICA

PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE PESSOAL/PESSOALIDADE OU


INTRANSCENDÊNCIA DAS PENAS

CF – art. 5°, inciso XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado,


podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens
ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até
o limite do valor do patrimônio transferido;
As sanções penais não transcendem à terceiros, haja vista tratar-se de pena
personalíssima. As civis, no entanto, como a reparação de danos, podem ser executadas
contra os herdeiros, nos limites da herança, nos termos do artigo 1997, do Código Civil:

Art. 1.997. A herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido; mas,
feita a partilha, só respondem os herdeiros, cada qual em proporção da parte
que na herança lhe coube.

PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE

a. Proibição do excesso
b. Proibição à proteção deficiente.

DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS PENAIS

Art. 5° (...)

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação
legal;

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades


fundamentais;

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena


de reclusão, nos termos da lei;

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a


prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e
os que, podendo evitá-los, se omitirem;

XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis


ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o


dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:


a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;

XLVII - não haverá penas:


a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza


do delito, a idade e o sexo do apenado;

XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus
filhos durante o período de amamentação;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,
praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO

CP: Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo
mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

O indivíduo cumpriu a pena no estrangeiro, e, ainda, poderá cumprir o restante da pena


no Brasil.

Segundo a doutrina, é uma exceção ao bis in idem.

EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA:

Trata-se da possibilidade de homologar uma sentença penal estrangeira, para que ela possa ser
executada no Brasil.

A homologação é feita pelo STJ – art. 105, inciso I, i.

A sentença penal estrangeira não visa o cumprimento da pena no Brasil. Se o sujeito é


condenado no estrangeiro, não se pode homologar sentença estrangeira para que o brasileiro
cumpra a pena no Brasil.

Para o cumprimento de sanção penal, é necessário um novo processo.


Para ser homologada a sentença estrangeira, o fato tem que ser crime também no Brasil.

A homologação da sentença estrangeira tem duas finalidades, que estão no artigo 9°, do CP, e
visão dar efeitos civis, ou, ainda, a imposição de medidas de segurança.

Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na


espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para:

I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos


civis;

II - sujeitá-lo a medida de segurança.

Para que tais efeitos sejam satisfeitos, necessário o atendimento dos seguintes requisitos:

Parágrafo único - A homologação depende:


a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada;

b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de


cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de
requisição do Ministro da Justiça.

CONTAGEM DE PRAZO

Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias,


os meses e os anos pelo calendário comum.

Não são dias úteis, mas corridos.

FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA

Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de


direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro.

LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei
especial, se esta não dispuser de modo diverso.

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