EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA
DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE SOROCABA/SP.
PROCESSO PRINCIPAL nº
NOME DA PARTE, brasileira, solteira, professora, portadora do RG nº ..., inscrita no
CPF/MF sob o nº .... residente e domiciliado à Rua ..... por intermédio de sua advogada que esta subscreve, conforme instrumento de mandato anexo, com endereço eletrô nico...... vem respeitosamente a vossa presença, com fulcro nos Arts. 497, 516, inciso IIe 536 todos do CPC, bem como nas demais normas legais pertinentes à espécie, requerer a: EXECUÇÃO DE SENTENÇA REGIME DE VISITAS
Em face de FULANO DE TAL, brasileiro, solteiro, portador do RG nº. ....SSP/SP, inscrito
no CPF sob nº ........ residente e domiciliado na Rua..... , pelos fatos e fundamentos que passa a expor. DA JUSTIÇA GRATUITA: A Exequente é pessoa pobre, na acepçã o jurídica da palavra, já tendo sido agraciada com o benefício nos autos principais. Logo, diante do acima exposto, requerem a concessã o dos benefícios da Justiça Gratuita, nos termos da lei 1060/50. 1. DA SÍNTESE FÁTICA: As partes realizaram um acordo em audiência de GUARDA, VISITAS E ALIMENTOS (doc. em anexo) que tramitou na ..........e no acordo fixaram o regime de visitas da seguinte forma: “O menor ficará sob a guarda e responsabilidade materna, resguardado o direito do genitor as visitas da seguinte firma: três domingos por mês, o retirará do lar materno às 10:00 horas e o devolverá às 20:00 horas do mesmo dia. Quando a criança completar 04 anos de idade serão permitidas pernoites em dois finais de semana por mês. Deverão ser respeitadas as datas comemorativas de dia das mães, dia dos pais e respectivos aniversários, devendo a criança ficar em companhia do genitor homenageado. Natal e ano novo serão alternados, iniciando-se este ano o natal com o pai e o ano novo com a mãe. Nas férias escolares, a criança ficará cada metade do tempo com um dos genitores. Porém o Executado nã o vem cumprindo com sua obrigaçã o aos finais de semana, o Executado só vai para festas, comemoraçõ es, churrascos e nã o pega o seu filho para passar o final de semana. Quando a Exequente entra em contato para regularizar a situaçã o e perguntar se o Executado pode pegar seu filho para passar o final de semana, sempre vem com xingamentos e com desculpas e a Exequente está cansada de tanta humilhaçã o e desgaste por conta dessa situaçã o. A Exequente gostaria que o Executado buscasse nos dias e horá rios combinados para evitar essa constante cobrança e sendo humilhada toda vez que entrasse em contato. Portanto, nã o restando outra alternativa senã o a distribuiçã o da presente Açã o de Execuçã o de Regime de Visitas. 2. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS: Segundo o CPC, o acordo judicial de guarda de menor, visitaçã o, alimentos, etc., é um título executivo judicial, e perfaz-se normalmente por uma obrigaçã o de fazer, descrita no Art. 536 do CPC que por sua vez estipula, por exemplo: o dever de contribuir com alimentos, de fornecer o menor ao outro genitor para visitas ou viagens, ou de zelar pelo cuidado e educaçã o da criança, in verbis: Art. 536 do CPC - No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente. § 5º - O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumprimento de sentença que reconheça deveres de fazer e de não fazer de natureza não obrigacional. (grifos nosso) Em se tratando de especificamente de pensã o alimentícia, apenas a título de exemplificaçã o, a parte que tem o direito de receber os valores pode intimar o devedor para que, em 3 (três) dias: pague, prove que já o pagou, ou justifique sua impossibilidade de fazê-lo, nos termos do Art. 528 do CPC, vejamos. Art. 528 do CPC - No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. Situação diversa é quando falamos de guarda e visitação, quando, por exemplo, o genitor se recusa em pegar filho menor para passar final de semana, período de férias escolares e finais de ano, mesmo que isso tenha ficado acordado em transação judicial, como é o caso dos sub judice. Art. 1.589 do CC - O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-los em sua companhia, segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua manutenção e educação. Veja Excelência através da narrativa até entã o exposta e dos documentos anexos à presente açã o, está claro que o Executado nã o vem adimplindo com seus deveres, ferindo de maneira escancarada e desrespeitosa com este juízo os preceitos jurídicos impostos no Acordo Homologado. Pode-se considerar que no caso existe a prática de Abandono Afetivo por parte do Executado, visto que o mesmo, ao descumprir o regime de visitas, afasta o próprio filho da convivência paterna causando vários traumas psicológicos ao menor, que fica super triste, chateado quando o Executado atrasada ou não aparece. A criança sente muito a falta do pai e fica esperando e chamando no portã o de casa o pai. O ABANDONO AFETIVO em uma criança causa vá rios danos e traumas psicoló gicos no seu desenvolvimento. (doc. em anexo) Em medida ideal, os genitores que firmam acordo extrajudicial, devem ater-se aos termos da transaçã o, agindo harmonicamente e respeitando os horá rios para retirada e entrega do filho, finais de semana, férias e feriados, sempre em prol do bem maior – o bem estar do filho em comum. Caso assim nã o ocorra, a sentença judicial que homologou o acordo, deve ter força para ser executada como título executivo que é, e o magistrado, deve estar atento para fazer cumprir suas determinaçõ es, como se espera que aconteça no caso em apreço. Art. 536 do CPC - (...) § 1º - Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial. § 6º - O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumprimento de sentença que reconheça deveres de fazer e de não fazer de natureza obrigacional” Conforme leitura do artigo supracitado, o juiz ao ser provocado para que tome providência no sentido de se fazer cumprir o que fora determinado em decisã o judicial, poderá adotar medidas no sentido de fazer com a parte descumpridora cumpra o determinado na sentença. Atualmente um dos institutos mais utilizados pelos juízes sã o as chamadas astreintes (Art. 537 do CPC), que nada mais é que a aplicaçã o de multa por dia de descumprimento da decisã o judicial. Sobre a referida multa, CARLOS ROBERTO GONÇALVES ressalta que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já decidiu que: “a Transação ou conciliação homologada judicialmente equipara-se ao julgamento de mérito da lide e tem valor de sentença, dando lugar, em caso de descumprimento, à execução da obrigação de fazer, podendo o juiz aplicar multa de recalcitrância emulativa. A aplicação de astreintes em hipótese de descumprimento do regime de visitas por parte do genitor, detentor da guarda da criança, se mostra instrumento eficiente, e, também, menos drástico para o bom desenvolvimento da personalidade da criança, que merece proteção integral e sem limitações’.”(GONÇALVES, Carlos Roberto: Direito Civil Brasileiro, Volume 6: Direito de Família / Carlos Roberto Gonçalves – 16ª ed. – Sã o Paulo: Saraiva Educaçã o, 2019, Pá g. 290 e 291) Logo, é firme e inafastá vel o entendimento de que a aplicaçã o de astreintes é vá lida quando o genitor descumpre acordo homologado judicialmente sobre o regime de visitas, como vem fazendo o genitor ora executado, portanto, desde já , como medida primá ria, requer-se a fixação da referida multa a fim de compelir a genitor a cumprir com o acordo, independentemente de qualquer situação fática existente e que possa ser levantada pela mesma no intuito de se esquivar de suas responsabilidades. Além da multa, a ser estabelecida em padrõ es que respeitem a razoabilidade e proporcionalidade que exige o caso sub judice, como a gravidade da obrigaçã o descumprida, o período em que se dá o descumprimento, ou ainda, os direitos infringidos, também é possível recorrer a imposiçã o das penas de litigância de má- fé, nos termos do Art. 536, § 3º do CPC, in verbis: Art. 536 do CPC – (...) § 3º - O executado incidirá nas penas de litigância de má-fé quando injustificadamente descumprir a ordem judicial, sem prejuízo de sua responsabilização por crime de desobediência. Assim, ressalta-se que o Executado nã o tem cumprido o acordo judicial devidamente homologado por este juízo de maneira totalmente injustificada, nã o prezando em momento algum pelo melhor interesse do menor de ter o convívio, o afeto e a afinidade com o pai, Exequente. Nã o obstante, se todas estas medidas citadas (astreintes e multa por litigâ ncia de má - fé) se mostrarem insuficientes, a legislaçã o brasileira permite que haja a condenaçã o da Executada também pelo descumprimento do acordo de guarda e visitaçã o em perdas e danos, nos termos do Art. 247 do Có digo Civil, a seguir descrito: Art. 247 do CC - Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível. 3. DOS PEDIDOS: Por todo exposto, respeitando o melhor interesse do menor e diante da conduta do Executado em nã o cumprir com o acordo tido entre as partes e devidamente homologado por este juízo de forma totalmente injustificada, situaçã o está que inclusive pode ser tida como caso de abandono afetivo, já que a mesmo abandona o pró prio filho causando interferência na formaçã o psicoló gica requer-se: a) O recebimento e processamento da presente açã o; b) a FIXAÇÃ O DA MULTA (ASTREINTES) CONTRA O EXECUTADO para coibi-lo a cumprir e nã o mais desrespeitar o acordo de visitaçã o e convívio, no patamar de R$ 1.000,00 (mil reais) por dia de descumprimento ou outro valor que este juízo entender pertinente e razoá vel; c) a IMPOSIÇÃ O DAS PENAS DE LITIGÂ NCIA DE MÁ -FÉ AO EXECUTADO, por descumprir injustificadamente a ordem judicial devidamente homologada por este juízo, sem prejuízo de sua responsabilizaçã o por CRIME DE DESOBEDIÊ NCIA, tudo conforme Arts. 536, § 3º e 81 ambos do CPC e Art. 330 do CP; d) nã o obstante, se as medidas citadas anteriormente se mostrarem insuficientes, que haja entã o a CONDENAÇÃ O EM PERDAS E DANOS DO EXECUTADO como permitido pelo Art. 247 do Có digo Civil; e) que seja INTIMADO O MINISTÉ RIO PÚ BLICO; f) seja citado o Executado, no endereço Rua ...........;
g) concessã o dos benefícios da Justiça Gratuita;
h) a condenaçã o do executado ao pagamento de honorá rios advocatícios; Nos termos do Art. 291 do CPC, isto é, considerando que a causa nã o possui conteú do econô mico imediatamente aferível, atribui-se a mesma o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para fins meramente fiscais. Nestes termos, Pede e aguarda providências. local/data ADVOGADO OAB/...