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AO JUIZO DA VARA DE FAMILIA DA COMARCA DE DUQUE DE CAXIAS – RJ.

DIOGO PEREIRA ABREU, brasileiro, casado, guarda municipal, portador do RG sob


n.º 205663057, inscrito no CPF n.º 104.804.577-35, residente e domiciliado na Rua
Vereador Francisco da Costa Filho, 29 – Eucalipto – Japeri – CEP: 26.453-020 – RJ, vem
respeitosamente a presença de Vossa Excelência, por sua advogada, propor

AÇÃO DE OFERECIMENTO DE ALIMENTOS C/C REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS

COM PEDIDO DE TUTELA

Em face de HEITOR PEDRO CEZÁRIO ABREU, menor impúbere representado por sua
genitora LETICIA CEZÁRIO ABREU, brasileira, casada, aposentada, portadora do RG sob
n.º 20.425.767-9, inscrita no CPF sob n.º 099.075.257-74, residente e domiciliada na Rua
Washington Luiz, n.º 136, Parque Duque, CEP: 25.085-009 – Duque de Caxias – RJ. Pelos
fatos e fundamentos a seguir expostos:

I – Da Justiça Gratuita

O autor requer a concessão do benefício da gratuidade de justiça, por não possuir


condições de arcar com as custas e demais despesas processuais, em detrimento ao
próprio sustento e de sua família nos termos do art. 5, LXXIV da CF e art. 98 do NCPC.

II – Dos Fatos

O requerente é pai do menor Heitor Pedro Cezário Abreu, nascido em 29/06/2018,


conforme faz a prova da Certidão de nascimento em anexo.
O requerente e a requerida estão separados de fato desde maio de 2022, onde o
filho reside com a requerida desde a separação.

Desde o nascimento de seu filho, o Requerente não poupou esforços em garantir,


dentro de suas possibilidades financeiras, um pleno desenvolvimento saudável para a
família.

O requerente trabalha atualmente como guarda municipal, tendo como


empregadora o Município do Rio de Janeiro percebendo salário mensal no valor de R$
1.954,61 (mil novecentos e cinquenta e quatro reais e sessenta e um centavos), de acordo
com seus contracheques anexados aos autos.
Desde o rompimento do relacionamento, o autor vem contribuindo com o valor de
R$ 750,00 (setecentos e cinquenta) reais, tendo meses que foram depositados valores
maiores, conforme se pode observar os comprovantes de transferências para a conta da
genitora, anexados aos autos.
Ciente da relação jurídica que os vincula, e pretendendo cumprir, como de direito
com sua obrigação legal de prover a manutenção do Requerido, vem, oferecer os
alimentos devidos, na forma da lei.
Tendo em vista seus gastos com aluguel, despesas básicas e sua alimentação, o
requerente vem oferecer à título de alimentos ao requerido, o valor equivalente a 20%
(vinte por cento) dos vencimentos líquidos, requerendo que os alimentos fixados incidam,
inclusive, sobre o 13º salário, férias, comissões, abonos, gratificações, bem como quaisquer
verbas indenizatórias porventura auferidas, mediante desconto direto em folha de
pagamento, recurso este que entende suficiente para fazer frente às despesas
concorrentes que têm com relação ao menor, relativa aos gastos com alimentação,
vestuário, medicamentos, educação, transporte e recreação.
No tocante a visitação, o autor informa que aproximadamente há 01 mês a genitora
vem dificultando o convívio do autor com seu filho, estando sem contato com ele,
inclusive por telefone.
O autor propõe que a regulamentação de visita seja definido da seguinte forma:
Que o direito de visita ocorra em finais de semana alternados, ficando estabelecido que
se houver feriado nas sextas ou nas segundas-feiras, o período de visitação fica ampliado
durante o dia feriado; que Autor deverá pegar os filhos na residência da genitora ou da
avó materna, a partir das 08h do sábado e devolvê-los no mesmo local às 20h do
domingo; Que em relação aos feriados das festas de final de ano, pretende que sejam
alternados entre os genitores; Já no tocante aos dias dos pais e das mães, bem como no
aniversário dos mesmos, pretende que o filho passe com o respectivo genitor,
independente do dia da semana, de acordo com a compatibilidade de horários; que
quando do aniversário dos avós, tias e primos, o filho possa participar de eventuais
festividades, desde que previamente comunicado;

III – Do Direito

A parte responsável pelo sustento da família, e que deixar a residência comum por
motivo que não necessitará declarar, poderá tomar a iniciativa de comunicar ao juiz os
rendimentos de que dispõe e pedir a citação do credor, para comparecer à audiência de
conciliação e julgamento destinada à fixação dos alimentos a que está obrigado, conforme
preceitua o artigo 24 da Lei 5.478/68.

Ademais, a fixação dos alimentos deverá sempre observar o que se convencionou


chamar de binômio: possibilidade-necessidade. Isso porque os alimentos não devem
proporcionar o enriquecimento sem causa de quem os recebe, e tampouco o
empobrecimento de quem os presta.

E tendo em vista que os genitores têm responsabilidades equivalentes e


concorreram em iguais proporções no ato da concepção, deve a obrigação pelo sustento
do filho ser dividida também, pois não há nenhuma justificativa plausível que justifique a
impossibilidade da genitora em contribuir com a manutenção da criança.

Quanto ao direito de visitação, insta salientar que toda criança necessita do apoio
familiar, o que inclui a presença dos pais, para que possa crescer mental e emocionalmente
perfeita. O direito do genitor, que não convive com a criança, de lhe prestar visita é um
direito fundamental do direito de família brasileiro, em razão de a convivência familiar ser
um direito tanto para o pai como para os filhos que vivem distantes, visto que, apesar de
seus genitores não conviverem mais juntos, o vínculo afetivo permanece.

Assim se posiciona o ordenamento jurídico, conforme o disposto no Art. 19 da Lei


8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente): “Art. 19 – Toda criança ou adolescente
tem direito a ser criado no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta,
assegurada a convivência familiar e comunitária(…)”.

O Autor tem total interesse em manter o vínculo afetivo-familiar com o seu filho, no
entanto, não pode fazê-lo a qualquer momento do dia ou em qualquer situação sem
prévio planejamento, visto que precisa trabalhar e, além disso, precisa se preparar para
receber seu filho e aproveitar bem o tempo que possui para passar com eles.

O direito de visita ao filho deve ser fixado Juiz tendo em vista os interesses
primordiais da criança, a manutenção do sentimento de família e o apego aos pais, sem,
contudo, desvelar as eventuais dificuldades decorrentes de horário de trabalho do pai. O
direito de visita do pai ao filho deve ser estabelecido, na medida do possível, em dias e
horários certos, conforme sugestão de horários anteriormente apresentada.

IV – Dos Pedidos

Diante de todo o exposto, requer o Autor:

1. Seja concedido os benefícios da Justiça Gratuita;


2. Que seja lhe concedido, por antecipação da tutela, para que no decorrer da Ação,
seja reservado ao pai o direito de, ao menos, poder visitar seu filho,
considerando que o exercício do direito de visitação ao seu filho menor vem sendo
impedido pela genitora, e diante da previsão legal insculpida no Art. 273 do Código
de Processo Civil, restando evidenciados, salvo melhor juízo, a presença de seus
requisitos (fumus boni iures e o periculum in mora)
3. A fixação dos alimentos provisórios em 20% dos ganhos líquidos do Autor;
4. a citação do alimentando na pessoa de sua representante legal já indicada, para que
compareça em audiência de conciliação, instrução e julgamento, a ser designada
por Vossa Excelência, contestando o feito, se desejar, ou aceitando a oferta de
alimentos definitivos aqui esposada, no importe de 20% de seus rendimentos
líquidos.
5. a oitiva do digníssimo membro do Ministério Público, conforme preconiza o art. 9º,
da Lei nº 5.478/68 c/c art. 178, inciso II, do NCPC;
6. A fixação de alimentos provisórios em 20% (vinte por cento) dos ganhos líquidos
do REQUERENTE;
7. A total procedência do pedido, com a regulamentação da visita nos termos

acima descritos e conversão dos alimentos provisórios fixados em definitivos;


8. A condenação ao pagamento das custas e honorários advocatícios em valor
arbitrado por Vossa Excelência.

O Autor provará toda a matéria alegada por meio de todos os meios de prova em
direito admitidos, em especial mediante prova documental, testemunhal e depoimento
pessoal de sua representante legal.
Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para efeitos fiscais

Nestes Termos
Pede e espera deferimento

Japeri, 15 de dezembro de 2023.

Jaqueline Silva Martins

OAB/RJ 188.856

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