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FACULDADE MULTIVIX - VITÓRIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

LAVÍNIA DOS SANTOS PEREIRA

SÍNDROME DO NINHO VAZIO E A MUDANÇA NO


CICLO FAMILIAR.

VITÓRIA
2022
LAVÍNIA DOS SANTOS PEREIRA

SÍNDROME DO NINHO VAZIO E A MUDANÇA NO


CICLO FAMILIAR.

Atividade realizada como requisito da


disciplina de Metodologia do Trabalho
Científico Aplicado à Psicologia, do curso de
Psicologia da Faculdade Multivix, do turno
matutino referente ao 2° bimestre do período
de 2022/2. Prof Orientador: Luciano Vieira
de Aguiar.

VITÓRIA
2022
RESUMO

O presente trabalho é um pré-projeto, atividade que antecede o trabalho de


conclusão de curso. O objetivo desta pesquisa é entender como a síndrome do
ninho vazio afeta mulheres, que são as maiores vítimas, devido a forma que nossa
sociedade é construída com base no patriarcado. A mulher, em majoritário número,
é colocada na posição de cuidadora e principal responsável pelo bem-estar,
felicidade, saúde e educação das crianças. A partir do momento que os filhos saem
de casa, ela perde sua essencial função, algo que lhe é esperado e ensinado desde
sempre, assim esse trabalho tem como objetivo analisar como a mulher reage a
esse acontecimento e o que muda em sua rotina e relações interpessoais. A
metodologia constituiu-se do estudo de revisões integrativas de literatura e idas a
campo, por meio do uso de entrevistas.

Palavras-chave: Síndrome do ninho vazio; mulheres; família; rotinas; relações.


ABSTRACT

The present work is a pre-project, activity that precedes the course conclusion work.
The purpose of this research is to understand how the empty nest syndrome affects
women, who are the biggest victims, due to the way our society is built based on
patriarchy. The majority of women are placed in the position of caregiver and
primarily responsible for the well-being, happiness, health and education of children.
From the moment the children leave home, she loses her essential function,
something that has been expected and taught her since the beginning, so this work
aims to analyze how women react to this event and what changes in their routine
and interpersonal relationships. The methodology consisted of the study of
integrative literature reviews and field trips, through the use of interviews.

Key words: Empty nest syndrome; women; family; routines; relations


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA

1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA

1.3 PROBLEMA DA PESQUISA

1.4 HIPÓTESE

1.5 OBJETIVOS

1.5.1 OBJETIVO GERAL

1.5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

2. METODOLOGIA DA PESQUISA

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1. SÍNDROME DO NINHO VAZIO

3.2. SÍNDROME DO NINHO VAZIO E A ROTINA FAMILIAR

3.3. SÍNDROME DO NINHO VAZIO E A MULHER

4. CRONOGRAMA

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. INTRODUÇÃO

A síndrome do ninho vazio diz respeito ao período de tempo em os filhos se


mudam da casa dos pais, fazendo uma comparação com passáros que voam dos
ninhos ao estarem consideravelmente desenvolvidos. Esse fato pode acarretar em
efeitos psicológicos à dinâmica familiar, podendo causar melancolia, raiva,
depressão, quebra de rotina, distúrbios alimentares e no sono, entre outros
sintomas. (SARTORI; ZILBERMAN, 2009).

Consequentemente é comum que ocorram mudanças consideráveis nas relações


filho(a) - pai, filho(a) - mãe, marido - esposa, também é comum que haja afetos sob
todas as áreas da vida social dos sujeitos envolvidos, como desempenho
profissional e escolar, amizades externas ou em comum, entre outras (NETO et al.,
2013).

Em paralelo à desinquietação de ter os filhos saindo de casa, fatores como,


valores éticos, cultura, condição financeira, dinâmica familiar, perspectivas de futuro,
doenças, o tamanho da distância entre o sujeito e a família, motivos da saída, entre
outros, irão influenciar o impacto que a síndrome do ninho vazia irá causar
(CAMARNEIRO, et al., 2022).

É comum que seja imaginada a perfeita “família tradicional brasileira” como sendo
composta por pai, mãe e filhos brancos, héteros e sem deficiência, com condição
financeira favorável, um cachorro e uma moradia própria. Porém, uma pesquisa
realizada em 2015, levantou o número de 67 milhões de mães no Brasil, onde 31%
são solteiras, ou seja, mais de 20 milhões; e 36% dos filhos adultos ajudam
financeiramente suas progenitoras. Já em uma pesquisa realizada pelo IBGE no
período de 2012 a 2019, 46,8% dos brasileiros se consideram pardos.

É inquestionável o tamanho impacto que a família e a criação têm no sujeito, a


família é o primeiro grupo social do sujeito (PEREIRA, 2008, p. 43), da qual outros
grupos sociais irão se desenvolver, algo antigo e universal, considerando sempre o
fator cultural.

Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do


poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer,
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária (ECRIAD, 1990).

O foco principal é a mãe, pessoa que a Síndrome do Ninho Vazio tem maior
ocorrência de afetar, dependendo da constituição familiar. É um sentimento de
solidão, perda, comumente associado ao processo de luto, sentimentos de culpa e
incapacidade, podem acompanhar alterações no humor e nas atividades, uso
abusivo de substâncias e pensamentos suicidas. E têm maior intercorrência em
mães que tinham o exclusivo enfoque na educação dos filhos (SILVA; ROHDE,
2014).

Segundo a Doutora Tatiana Mourão (2019), professora do Departamento de Saúde


Mental na Faculdade Brasileira de Minas Gerais, é crucial a identificação de todas
as fases que o filho passa, ou seja, eventos significativos para a criança, como
andar, falar, evoluir na escola e nas interações sociais, aprender como cuidar de si
mesmo, pois todos esses marcos no desenvolvimento concedem aumento da
independência. Ao identificar esses marcos e vivê-los, a mãe é capaz de entender o
fim de cada fase, assim se desprendendo e focando em novas que irão se iniciar ao
longo da vida do filho.
1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA

O sujeito é estruturado ao longo da vida, pessoas e acontecimentos são fatos


importantes que podem influenciar bastante um indivíduo. Desde o primeiro
momento em que a mulher descobre uma grávidez ou adota uma criança, várias
mudanças internas e externas começam a acontecer, como a mudança das
expectativas para o futuro que agora é preciso incluir uma criança, financeiramente
mais um indivíduo é dependente, a decisão de quem vai tomar conta quando a mãe
estiver trabalhando, além da preocupação constante do bem estar de outra pessoa.

Diante de tantas questões não é difícil imaginar quantas mudanças ocorrem na


vida da mulher a partir do momento do concebimento de uma criança, sendo essa
vinda desejada ou não. É comum que esse filho se torne o centro das atenções da
mãe, investindo em educação, saúde e cultura, ensinando sobre a vida, participando
dos momentos bons e ruins todos os dias da vida dessa criança, até o dia em que
se mude de casa, quebrando assim rotinas de anos, deixando a mãe com o ninho
vazio, metaforicamente, de onde provém o nome da síndrome.

Após anos cultivando a relação entre mãe e filho, podendo ela ser saudável ou
não, o filho sai de casa, seja para morar sozinho ou com um parceiro, a dinâmica
familiar muda completamente. Como fica essa mulher agora sem seu filho que antes
era dependente e neste momento criou autonomia?

Dito isso, a presente pesquisa se baseia na proposta de refletir sobre os


sentimentos que afligem a mulher cujo filho saiu de casa e como o ocorrido vai
afetar suas relações interpessoais.
1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA
Este projeto de pesquisa delimitou-se em colher informações sobre como o
fenômeno conhecido como “Síndrome do Ninho Vazio” muda a vida de mulheres e
traz à tona sentimentos diante da saída de seus filhos de suas casas, além das
mudanças que ocorrem em suas vidas durante essa nova fase.

. A fundamentação teórica apresenta o desenvolvimento de mudanças que


influenciam no aparecimento e na intensidade da síndrome onde a tristeza tem
enfoque e vem acompanhada por ausência de objetivos, pode transformar-se em
depressão. Além disso, existe um fato que agrava ainda mais a situação no caso

das mulheres já maduras: a menopausa.

1.3 PROBLEMA DA PESQUISA

Diferentemente da concepção da família “perfeita” que é composta por pais e filhos


brancos e com condição financeira favorável, não o que acontece no Brasil, há uma
grande mesclagem de etnias, gêneros, orientações sexuais e muitas pessoas que
vivem na pobreza, portanto, a concepção de família está se atualizando ao passar
dos anos.

Por isso também vai variar a maneira que mãe vai sentir os sintomas da Síndrome
do Ninho Vazio, pois vai depender da dinâmica familiar, se ela é solteira e tem um
único filho, se focou toda a vida da criança em educar e criar, se tem um grande
círculo social fora do ambiente familiar, se todos trabalham, se algum membro da
família tem alguma comorbidade.

Portanto lança-se a questão que guiará esse projeto, como a síndrome do ninho
vazio afeta as relações interpessoais da mulher?
1.4 JUSTIFICATIVA

O sujeito é estruturado ao longo da vida, pessoas e acontecimentos são fatos


importantes que podem influenciar bastante um indivíduo. Desde o primeiro
momento em que a mulher descobre uma grávidez ou adota uma criança, várias
mudanças internas e externas começam a acontecer, como a mudança das
expectativas para o futuro que agora é preciso incluir uma criança, financeiramente
mais um indivíduo é dependente, a decisão de quem vai tomar conta quando a mãe
estiver trabalhando, além da preocupação constante do bem estar de outra pessoa.

Diante de tantas questões não é difícil imaginar quantas mudanças ocorrem na


vida da mulher a partir do momento do concebimento de uma criança, sendo essa
vinda desejada ou não. É comum que esse filho se torne o centro das atenções da
mãe, investindo em educação, saúde e cultura, ensinando sobre a vida, participando
dos momentos bons e ruins todos os dias da vida dessa criança, até o dia em que
se mude de casa, quebrando assim rotinas de anos, deixando a mãe com o ninho
vazio, metaforicamente, de onde provém o nome da síndrome.

Após anos cultivando a relação entre mãe e filho, podendo ela ser saudável ou
não, o filho sai de casa, seja para morar sozinho ou com um parceiro, a dinâmica
familiar muda completamente. Como fica essa mulher agora sem seu filho que antes
era dependente e neste momento criou autonomia?

Dito isso, a presente pesquisa se baseia na proposta de refletir sobre os


sentimentos que afligem a mulher cujo filho saiu de casa e como o ocorrido vai
afetar suas relações interpessoais.
2 OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL

Compreender os possíveis efeitos da síndrome do ninho vazio nas relações


interpessoais de mulheres.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Descrever os efeitos da síndrome do ninho vazio nas relações interpessoais de


mulheres que são mães.

Analisar as possíveis alterações na rotina familiar após a mudança dos filhos.

Discutir as mudanças das relações interpessoais da mulher após a mudança dos


filhos.

3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1. SÍNDROME DO NINHO VAZIO

O termo Ninho Vazio foi descrito por Barber em 1989 como sendo um período
entre a saída do último filho de casa e o falecimento de um dos parceiros. Período
esse onde os pais, principalmente a mulher, onde os filhos se mudam de casa,
causando aos pais um certo desconforto emocional, devido à mudança na função
de pais.

Em razão das raízes patriarcais da sociedade, geralmente a função de gerar,


cuidar e criar as crianças são femininas, proporcionando mais do seu tempo a elas
mesmo trabalhando fora. Com a saída do último filho, é perdido o papel de cuidado,
gerando o sentimento de culpa e incapacidade, ou seja, baixa na autoestima,
acarretando em ondas depressivas (SARTORI E ZILBERMAN, 2009).

Apesar da família ser um conjunto em que cada membro cuida do outro, a posição
da mãe é o que ganha maior evidência no núcleo (CÁRDENAS, et al, 2021). A
função de zeladora dos filhos já não mais da mesma forma exercida com a
mudança do filho, desencadeando a vivência da solidão, tristeza e sofrimento.

A partir da pesquisa realizada por Cárdenas, et al, (2021) com idosos que já
passaram pela Síndrome do Ninho Vazio a muitos anos, foi possível colher
informações sobre experiências além do mau estar deixado pela falta do filho, como
a sensação da desobrigação, diminuição da saudade e liberdade, algo em muito
reduzido ao se ter alguém dependente.

Na pesquisa de Silva e Rohde (2014), com casais idosos também, ou seja, maior
período de tempo que os filhos saíram de casa, percebe-se que o contato
permaneceu forte e foram incluídos noras, genros e netos, e alguns ainda ajudam
financeiramente os filhos que necessitam.

Atualmente é mais comum que os jovens adultos se tornem mais independentes


com maior facilidade (CERVENY; BERTHOUD, 1997).

É importante para a vida do casal como a ausência do filho vai ser enfrentada, em
conjunto ou separados, pois isso vai gerar perturbação ou equilíbrio na relação
conjugal. Cada indivíduo irá encarar a perda da presença do filho em casa de forma
distinta, unindo ou afastando o casal, mesmo com a liberdade de recém casados
agora alcançada novamente (SILVA; ROHDE, 2014).

Ainda segundo a pesquisa de Silva e Rohde (2014), devido ao cultural papel da


mãe de ter o maior cuidado com o filho, é demonstrado que logo no início da
mudança é a mulher que sofre mais.

Na pesquisa de Zhang (2020) também com casais idosos, foi procurado responder
à pergunta se há felicidade e é possível comprovar estatisticamente que idosos com
o ninho vazio possuem maior bem-estar do que idosos que moram ainda com seus
filhos, por viverem em cidades grandes, ainda estarem juntos dos seus cônjuges e
por terem melhor estabilidade financeira.

Após a saída do filho, a relação mãe e filho deixa seu lugar de maior importância e
passa a ser o relacionamento do casal que recebe mais atenção (YAN, 2009).

Ao focar no papel materno durante os anos que o filho fica em casa, a relação do
casal é negligenciada, mas com a mudança passa a ser comum que a mulher
recorra com mais frequência ao parceiro, principalmente para lidar com essa
transição (ZHANG, 2020). Consequentemente a mãe solteira sem uma rede de
apoio adequada, passaria pela ausência do filho em casa solitariamente.

Segundo Tavares (2004) quem está mais vulnerável a manifestar sintomas dessa
síndrome é a pessoa do gênero faminino, pois é perdido a sua utilidade na família
que é o de cuidado.

De acordo com Webber e Delvin (2010) quem tem a maior probabilidade de ter
uma baixa no autoconceito e na auto-estima, pensamentos depressivos e de
impotência são as mães que dedicam maior parte da sua vida a criação dos filhos, e
pode causar até mesmo uma reclusão do convívio social vê-los se mudar.

É de extrema importância que haja o aprofundamento científico nessa área de


estudo, pois a quantidade de vítimas vem aumentando durante os anos, e devido o
fato de seus sintomas se assemelharem a aos de outros transtornos mentais,
dificulta o diagnóstico (NETO et al., 2013).

Na pesquisa de Barreto e Lima (2013), dois casais que sofreram a separação dos
filhos ao tê-los se mudando de casa, e os sentimentos centrais que são relatados,
primeiramente a perda e depois a aceitação.

Apesar de serem diversos os motivos dos filhos saírem de casa, podendo isso
estar programado a anos, ainda assim os pais são pegos de surpresa pela saída
repentina da rede proteção, causando tristeza. Em alguns momentos os pais podem
até tentar evitar o acontecimento, impedir ou adiar o máximo possível, mas
eventualmente percebem que é algo decisivo (BARRETO; LIMA, 2013).

Ainda de acordo com a pesquisa de Barreto e Lima (2013), os motivos dos filhos
terem saído de casa são irrelevantes para os pais, mesmo que seja melhora na
qualidade de vida, pois mesmo reconhecendo que devido às escolhas essa
mudança vai ser inevitável, nada supera os sentimentos de perda e afastamento.

Outro fator importante de se levar em conta em relação à insegurança dos pais é


acharem que os filhos não estão ainda preparados para esse momento (BARRETO;
LIMA, 2013).

3.2. SÍNDROME DO NINHO VAZIO E A ROTINA FAMILIAR

De acordo com a pesquisa de Silva e Rohde (2014), os casais tendem a lidar com
a mudança se dedicando a novos afazeres que antes não eram possibilitados
devido à ocupação de criar os filhos, ou descobrindo novos interesses. Como por
exemplo a pratica esportes, curiosidade sobre informações e notícias, aumento da
frequência em agrupamentos e no total de viagens feitas.

Nessa fase o casal tem a maior tendência de procurar áreas mais urbanizadas e
habitadas (GLICK, 1977).

Ainda de acordo com a pesquisa de Silva e Rohde (2014), foi possível observar
determinadas mudanças na rotina comum do casal, como o afastamento dos dois
logo após a saída do filho, a sensação de liberdade e o aumento da prática de
hobbies.

Foi possível observar que cada casal ninho vazio reage de formas completamente
diferentes, e que a mulher tem a maior inclinação a sofrer com a dificuldade de ver
os filhos partirem, o que pode ser explicado pela cultura e como a maternidade é
concebida (SILVA; ROHDE, 2014).
Em conclusão desse estudo, é presente o afeto entre pais e filhos após a saída,
por meio dos vínculos emocionais, familiares e econômicos (SILVA; ROHDE, 2014).

O ninho vazio pode ser uma experiência inovadora para a vida do casal, podendo
ser enriquecedora, com criatividade, produtividade, e uma oportunidade de se
reconectar com o parceiro, com antigas amizades, hobbies e interesses, melhor
qualidade de vida, auto aceitação e crescimento pessoal (Bougea et al., 2019;
Fonseca et al., 2022; Kaur & Kaur, 2021).

Porém dificuldades podem aparecer quando o casal fica sozinho após o filho ir
embora, pois não raro a relação conjugal é ofuscada com a importância do papel
parental (Thapa et al., 2018).

A estabilidade na relação está relacionada à satisfação conjugal (Chaskelmann,


2020), portanto é imprescindível que haja o partilhamento dos sentimentos, apoio
mútuo, cuidado físico e emocional, para que possam se encontrar novamente na
conjugalidade (Thapa et al., 2018).

No estudo de Camarneiro et al. (2022) foi possível ser observado o suporte


econômico que implica a saída do filho de casa, com a ajuda na mudança e com
itens essenciais, aumentando assim a despesa dos pais.

É percebido durante o estudo que a relação de ajuda financeira entre pais e filhos
é recíproca, e há preocupação com o bem-estar, o que demonstra o alcance gradual
da adaptação a essa nova fase, e com isso o equilíbrio da redefinição de papéis
(CAMARNEIRO, et al., 2022).

Segundo Chaskelmann (2020), o cônjuge que se sente mais próximo ao outro tem
a maior tendência de investir melhor no relacionamento. E diante de situações de
conflito, a estratégia mais adquirida para evitar confronto é manter o silêncio e
futuramente compreender o parceiro (CAMARNEIRO, et al., 2022).

Com a nova rotina, novas oportunidade de intimidade surgem, com mais tempo,
espaço e privacidade, possibilitanto o ajuste da frequência da relações sexuais,
aceitação da mudança física de cada um, e consequentemente, contribuindo para a
satisfação conjugal (Rocha & Fensterseifer, 2019).

Algo tão simples e ritualístico como comer e preparo da comida, que faz parte da
rotina, demonstra a emoção que um cônjuge sente pelo outro (SILVA; ROHDE,
2017).

Segundo o estudo de Silva e Rohde (2017), a experiência ritual de lazer, seja


físico, prático, intelectual, artístico ou social, sempre considerando as condições
econômicas, sociais, políticas e culturais, são fundamentais para construção da
identidade familiar dos casais ninho vazio.

As viagens programadas nesse período são de igual importância, pois incluem


roteiros, planejamento, análise de tempo e dinheiro, podendo até mesmo incluir os
próprios filhos, netos, genros ou noras (SILVA; ROHDE, 2017), movimentações
ótimas para combater pensamentos depressivos.

Segundo Epp e Price (2008), o consumo de lazer e alimentação vão muito além de
apenas mecanismos de enfrentamento, de ruptura ou de manutenção da família, se
torna um ritual nesse novo ciclo familiar, uma ferramenta de reaproximação do
casal, momento de demonstrar afeto e carinho, relembrando os momentos
anteriores ao dos filhos terem nascidos.

A nova rotina do casal, sem agora sem filhos, é uma adaptação gradual, e essa
atual realidade faz com os casais percebam o que os mantinham vinculados antes
da parentalidade (BARRETO; LIMA, 2013).

Com o passar do tempo e com a prática das atividades direcionadas às


necessidades pessoais ou conjugais, o parceiro passa a ser identificado como
aquele que não vai se mudar como fizeram os filhos (BARRETO; LIMA, 2013).

‘3.3. SÍNDROME DO NINHO VAZIO E A MULHER


Facchini et al. (2021) produziu um estudo sobre as influências das relações sociais
na vida das idosas, e foi possível comprovar como elas são de extrema importância,
verdadeiros marcadores da sobrevivência. Então aquelas que vivem há anos a
síndrome do ninho vazio e que experienciam a solidão, pode ser um preditor de
mortalidade.

Portanto, os vínculos sociais são imprescindíveis, pois geram repercussões


positivas para a idosa, como bem estar emocional e afetivo, ocasionando em
melhoria na condição de saúde e redução das morbidades (BARRON et al, 2018).

Apesar do relacionamento entre pais e filhos ser considerado o de maior


importância durante os anos de convivência na mesma casa, com a saída do filho, o
relacionamento conjugal ocupa esse lugar de relevância (YAN, 2009). Pois é no
parceiro que a mulher vai encontrar companheirismo quando passando por esse
delicado momento (ZHANG, 2020).

No processo de inclusão na família, há em construção as afinidades com as novas


adições ao ciclo, como netos, genros, noras, cunhados e sogros, e para que o
vínculos pais e filhos continue presente, esse acolhimento e aceitação é essencial
(CAMARNEIRO, et al., 2022).

4. METODOLOGIA

Segundo a Faculdade de Ciências Agronômicas UNESP Campus de Botucatu, a


revisão narrativa de literatura é o processo de busca, análise e descrição de
conhecimento específico. A literatura é suficiente material relevante sobre o
assunto, como livros, artigos, registros, relatórios, teses e dissertações, entre outros.

A revisão narrativa não precisa esgotar as fontes de pesquisas, e a seleção e a


interpretação estão sujeitas à subjetividade do autor, adequada para a
fundamentação teórica de artigos, dissertações, teses, trabalhos de conclusão de
cursos (UNESP, 2015).
Os artigos periódicos e livros serão buscados nas bases de dados Periódicos
Capes, Scielo, Pepsic e Google Acadêmico, no período entre agosto e setembro de
2022.

Os critérios de inclusão de artigos que serão utilizados para cumprir os objetivos


são, estudos literários nacionais e internacionais sobre publicações relativas ao
tema dos últimos 5 anos.

Para a análise de dados será feita uma leitura na íntegra dos estudos selecionados
e seus conteúdos estarão relacionados às intenções deste estudo. Dessa forma
serão contemplados os objetivos propostos neste projeto.

5. CRONOGRAMA
Conforme o cronograma calendarizado abaixo, a proposta de elaboração e entrega
do trabalho foi organizada em etapas. O projeto teve início em setembro de 2022 e
prevê metas a serem seguidas no ano de 2023.
Atividades Set Out Nov Dez Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Pesquisa do X X
tema
Definição do X X
tema
Pesquisa X X X
bibliográfica
Coleta de dados X X X X

Organização de X X X
dados
Elaboração dos X X
pressupostos da
pesquisa
Elaboração do X X
projeto de
pesquisa
Apresentação e X X X
discussão dos
dados
Elaboração do X X X X X
trabalho
Entrega do X
trabalho

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARRETO, André C.; LIMA, Karine S. S. Transição da pós-parentalidade no


contexto do sertão cearense. Psicologia Clínica, Rio de Janeiro, 2013. Disponível
em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=291029762011. Acesso em: 5 jun. 2022.

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44, 117–129, 1982. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/351267 Acesso em:
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