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VITÓRIA
2022
LAVÍNIA DOS SANTOS PEREIRA
VITÓRIA
2022
RESUMO
The present work is a pre-project, activity that precedes the course conclusion work.
The purpose of this research is to understand how the empty nest syndrome affects
women, who are the biggest victims, due to the way our society is built based on
patriarchy. The majority of women are placed in the position of caregiver and
primarily responsible for the well-being, happiness, health and education of children.
From the moment the children leave home, she loses her essential function,
something that has been expected and taught her since the beginning, so this work
aims to analyze how women react to this event and what changes in their routine
and interpersonal relationships. The methodology consisted of the study of
integrative literature reviews and field trips, through the use of interviews.
1. INTRODUÇÃO
1.4 HIPÓTESE
1.5 OBJETIVOS
2. METODOLOGIA DA PESQUISA
3. REFERENCIAL TEÓRICO
4. CRONOGRAMA
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. INTRODUÇÃO
É comum que seja imaginada a perfeita “família tradicional brasileira” como sendo
composta por pai, mãe e filhos brancos, héteros e sem deficiência, com condição
financeira favorável, um cachorro e uma moradia própria. Porém, uma pesquisa
realizada em 2015, levantou o número de 67 milhões de mães no Brasil, onde 31%
são solteiras, ou seja, mais de 20 milhões; e 36% dos filhos adultos ajudam
financeiramente suas progenitoras. Já em uma pesquisa realizada pelo IBGE no
período de 2012 a 2019, 46,8% dos brasileiros se consideram pardos.
O foco principal é a mãe, pessoa que a Síndrome do Ninho Vazio tem maior
ocorrência de afetar, dependendo da constituição familiar. É um sentimento de
solidão, perda, comumente associado ao processo de luto, sentimentos de culpa e
incapacidade, podem acompanhar alterações no humor e nas atividades, uso
abusivo de substâncias e pensamentos suicidas. E têm maior intercorrência em
mães que tinham o exclusivo enfoque na educação dos filhos (SILVA; ROHDE,
2014).
Após anos cultivando a relação entre mãe e filho, podendo ela ser saudável ou
não, o filho sai de casa, seja para morar sozinho ou com um parceiro, a dinâmica
familiar muda completamente. Como fica essa mulher agora sem seu filho que antes
era dependente e neste momento criou autonomia?
Por isso também vai variar a maneira que mãe vai sentir os sintomas da Síndrome
do Ninho Vazio, pois vai depender da dinâmica familiar, se ela é solteira e tem um
único filho, se focou toda a vida da criança em educar e criar, se tem um grande
círculo social fora do ambiente familiar, se todos trabalham, se algum membro da
família tem alguma comorbidade.
Portanto lança-se a questão que guiará esse projeto, como a síndrome do ninho
vazio afeta as relações interpessoais da mulher?
1.4 JUSTIFICATIVA
Após anos cultivando a relação entre mãe e filho, podendo ela ser saudável ou
não, o filho sai de casa, seja para morar sozinho ou com um parceiro, a dinâmica
familiar muda completamente. Como fica essa mulher agora sem seu filho que antes
era dependente e neste momento criou autonomia?
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1. SÍNDROME DO NINHO VAZIO
O termo Ninho Vazio foi descrito por Barber em 1989 como sendo um período
entre a saída do último filho de casa e o falecimento de um dos parceiros. Período
esse onde os pais, principalmente a mulher, onde os filhos se mudam de casa,
causando aos pais um certo desconforto emocional, devido à mudança na função
de pais.
Apesar da família ser um conjunto em que cada membro cuida do outro, a posição
da mãe é o que ganha maior evidência no núcleo (CÁRDENAS, et al, 2021). A
função de zeladora dos filhos já não mais da mesma forma exercida com a
mudança do filho, desencadeando a vivência da solidão, tristeza e sofrimento.
A partir da pesquisa realizada por Cárdenas, et al, (2021) com idosos que já
passaram pela Síndrome do Ninho Vazio a muitos anos, foi possível colher
informações sobre experiências além do mau estar deixado pela falta do filho, como
a sensação da desobrigação, diminuição da saudade e liberdade, algo em muito
reduzido ao se ter alguém dependente.
Na pesquisa de Silva e Rohde (2014), com casais idosos também, ou seja, maior
período de tempo que os filhos saíram de casa, percebe-se que o contato
permaneceu forte e foram incluídos noras, genros e netos, e alguns ainda ajudam
financeiramente os filhos que necessitam.
É importante para a vida do casal como a ausência do filho vai ser enfrentada, em
conjunto ou separados, pois isso vai gerar perturbação ou equilíbrio na relação
conjugal. Cada indivíduo irá encarar a perda da presença do filho em casa de forma
distinta, unindo ou afastando o casal, mesmo com a liberdade de recém casados
agora alcançada novamente (SILVA; ROHDE, 2014).
Na pesquisa de Zhang (2020) também com casais idosos, foi procurado responder
à pergunta se há felicidade e é possível comprovar estatisticamente que idosos com
o ninho vazio possuem maior bem-estar do que idosos que moram ainda com seus
filhos, por viverem em cidades grandes, ainda estarem juntos dos seus cônjuges e
por terem melhor estabilidade financeira.
Após a saída do filho, a relação mãe e filho deixa seu lugar de maior importância e
passa a ser o relacionamento do casal que recebe mais atenção (YAN, 2009).
Ao focar no papel materno durante os anos que o filho fica em casa, a relação do
casal é negligenciada, mas com a mudança passa a ser comum que a mulher
recorra com mais frequência ao parceiro, principalmente para lidar com essa
transição (ZHANG, 2020). Consequentemente a mãe solteira sem uma rede de
apoio adequada, passaria pela ausência do filho em casa solitariamente.
Segundo Tavares (2004) quem está mais vulnerável a manifestar sintomas dessa
síndrome é a pessoa do gênero faminino, pois é perdido a sua utilidade na família
que é o de cuidado.
De acordo com Webber e Delvin (2010) quem tem a maior probabilidade de ter
uma baixa no autoconceito e na auto-estima, pensamentos depressivos e de
impotência são as mães que dedicam maior parte da sua vida a criação dos filhos, e
pode causar até mesmo uma reclusão do convívio social vê-los se mudar.
Na pesquisa de Barreto e Lima (2013), dois casais que sofreram a separação dos
filhos ao tê-los se mudando de casa, e os sentimentos centrais que são relatados,
primeiramente a perda e depois a aceitação.
Apesar de serem diversos os motivos dos filhos saírem de casa, podendo isso
estar programado a anos, ainda assim os pais são pegos de surpresa pela saída
repentina da rede proteção, causando tristeza. Em alguns momentos os pais podem
até tentar evitar o acontecimento, impedir ou adiar o máximo possível, mas
eventualmente percebem que é algo decisivo (BARRETO; LIMA, 2013).
Ainda de acordo com a pesquisa de Barreto e Lima (2013), os motivos dos filhos
terem saído de casa são irrelevantes para os pais, mesmo que seja melhora na
qualidade de vida, pois mesmo reconhecendo que devido às escolhas essa
mudança vai ser inevitável, nada supera os sentimentos de perda e afastamento.
De acordo com a pesquisa de Silva e Rohde (2014), os casais tendem a lidar com
a mudança se dedicando a novos afazeres que antes não eram possibilitados
devido à ocupação de criar os filhos, ou descobrindo novos interesses. Como por
exemplo a pratica esportes, curiosidade sobre informações e notícias, aumento da
frequência em agrupamentos e no total de viagens feitas.
Nessa fase o casal tem a maior tendência de procurar áreas mais urbanizadas e
habitadas (GLICK, 1977).
Ainda de acordo com a pesquisa de Silva e Rohde (2014), foi possível observar
determinadas mudanças na rotina comum do casal, como o afastamento dos dois
logo após a saída do filho, a sensação de liberdade e o aumento da prática de
hobbies.
Foi possível observar que cada casal ninho vazio reage de formas completamente
diferentes, e que a mulher tem a maior inclinação a sofrer com a dificuldade de ver
os filhos partirem, o que pode ser explicado pela cultura e como a maternidade é
concebida (SILVA; ROHDE, 2014).
Em conclusão desse estudo, é presente o afeto entre pais e filhos após a saída,
por meio dos vínculos emocionais, familiares e econômicos (SILVA; ROHDE, 2014).
O ninho vazio pode ser uma experiência inovadora para a vida do casal, podendo
ser enriquecedora, com criatividade, produtividade, e uma oportunidade de se
reconectar com o parceiro, com antigas amizades, hobbies e interesses, melhor
qualidade de vida, auto aceitação e crescimento pessoal (Bougea et al., 2019;
Fonseca et al., 2022; Kaur & Kaur, 2021).
Porém dificuldades podem aparecer quando o casal fica sozinho após o filho ir
embora, pois não raro a relação conjugal é ofuscada com a importância do papel
parental (Thapa et al., 2018).
É percebido durante o estudo que a relação de ajuda financeira entre pais e filhos
é recíproca, e há preocupação com o bem-estar, o que demonstra o alcance gradual
da adaptação a essa nova fase, e com isso o equilíbrio da redefinição de papéis
(CAMARNEIRO, et al., 2022).
Segundo Chaskelmann (2020), o cônjuge que se sente mais próximo ao outro tem
a maior tendência de investir melhor no relacionamento. E diante de situações de
conflito, a estratégia mais adquirida para evitar confronto é manter o silêncio e
futuramente compreender o parceiro (CAMARNEIRO, et al., 2022).
Com a nova rotina, novas oportunidade de intimidade surgem, com mais tempo,
espaço e privacidade, possibilitanto o ajuste da frequência da relações sexuais,
aceitação da mudança física de cada um, e consequentemente, contribuindo para a
satisfação conjugal (Rocha & Fensterseifer, 2019).
Algo tão simples e ritualístico como comer e preparo da comida, que faz parte da
rotina, demonstra a emoção que um cônjuge sente pelo outro (SILVA; ROHDE,
2017).
Segundo Epp e Price (2008), o consumo de lazer e alimentação vão muito além de
apenas mecanismos de enfrentamento, de ruptura ou de manutenção da família, se
torna um ritual nesse novo ciclo familiar, uma ferramenta de reaproximação do
casal, momento de demonstrar afeto e carinho, relembrando os momentos
anteriores ao dos filhos terem nascidos.
A nova rotina do casal, sem agora sem filhos, é uma adaptação gradual, e essa
atual realidade faz com os casais percebam o que os mantinham vinculados antes
da parentalidade (BARRETO; LIMA, 2013).
4. METODOLOGIA
Para a análise de dados será feita uma leitura na íntegra dos estudos selecionados
e seus conteúdos estarão relacionados às intenções deste estudo. Dessa forma
serão contemplados os objetivos propostos neste projeto.
5. CRONOGRAMA
Conforme o cronograma calendarizado abaixo, a proposta de elaboração e entrega
do trabalho foi organizada em etapas. O projeto teve início em setembro de 2022 e
prevê metas a serem seguidas no ano de 2023.
Atividades Set Out Nov Dez Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Pesquisa do X X
tema
Definição do X X
tema
Pesquisa X X X
bibliográfica
Coleta de dados X X X X
Organização de X X X
dados
Elaboração dos X X
pressupostos da
pesquisa
Elaboração do X X
projeto de
pesquisa
Apresentação e X X X
discussão dos
dados
Elaboração do X X X X X
trabalho
Entrega do X
trabalho
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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