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Introdução

Sabemos que a família é uma instituição fundamental na vida dos indivíduos pois,
ela é o primeiro núcleo cultural e social dos seres humanos onde tomamos contato
primário com o mundo, aprendemos a conviver com o outro, incorporamos valores e
tradições além de desenvolver em cada um raízes com as quais lidamos por toda a vida.

Sua importância vem também na educação e incentivo das crianças e adolescentes


assim como na criação de hábitos e dinâmicas para seu desenvolvimento. Acontece,
porém, que essa relação pode não ocorrer de tal maneira, ou seja, utópica. Assim, a
educação das crianças, o carinho e atenção que fazem parte do que é fundamental é
falha ou inexistente.

Existe, não se pode descartar, a negligência por parte dos pais e responsáveis por
diversos motivos e discutiremos no presente trabalho a ausência ou influência no
desenvolver infantil por causas de problemas psicológicos.

Impacto Da Doença Mental

Os problemas psicológicos dos pais, sejam eles de curto ou longo prazo, trazem
mudanças nas tarefas diárias da família segundo a psicóloga infanto-juvenil Sandra
Helena (2017). Ela afirma que a alteração da dinâmica familiar se dá pelos sintomas que
os pais doentes manifestam. A apatia, a tristeza, a falta de iniciativa, as perturbações, os
surtos e crises, entre outros sintomas, comprometem a presença dos pais/responsável
frente ao ato de educar, cuidar ativamente, atentar-se as necessidades afetivas, a
participação na vida escolar e social da criança e do adolescente, assim como abre
portas para a negligência mesmo que não haja a intenção de cometê-la.

Filhos de pais com problemas de ordem psicológica podem ou costumam apresentar


problemas cognitivos, comportamentais, emocionais e sociais, portanto, a escolaridade
destes é afetada, seu desempenho nas atividades propostas fica comprometido; a relação
com colegas e professores pode ficar fragilizada e assim, isola-se socialmente e a
autoestima pode baixar e fazer com que o aluno não se veja competente para realizar as
práticas escolares.

Ainda para Sandra “É comum encontrarmos crianças deprimidas, desafiantes,


opositoras, com déficit de atenção, em baixa autoestima, graus de agressividade,
alterações de comportamento, ansiedade e comportamentos suicidas”. Assim, é notória
a relação entre o problema dos pais e inaptidão dos filhos em ambiente escolar, visto
que o apoio e incentivo para os afazeres escolares vem de casa. Logicamente, com a
rotina familiar alterada pela doença de um dos pais a criança ou adolescente terá suas
necessidades omitidas pela família que agora possui outras preocupações como cuidar
do adoecido e dar conta de cumprir as tarefas que ele realizava quando saudável, por
exemplo.

Por outro lado, o pai que se encontra em tal situação também faz falta na vida da
criança ou adolescente pois, este já não conta mais coma presença ativa dele em casa,
como já dito, os sintomas dos problemas psicológicos o tiram da realidade ou o tornam
apático a ela. Dessa forma, o carinho, a atenção, a educação e o comprometimento com
os assuntos que envolvem o filho não são mais atrativos e ficam na responsabilidade de
outro que conviva no âmbito familiar.

O Fator Genético

Não só preocupa a situação que a criança e adolescente se encontram no adoecimento


dos pais como também é plausível a discussão de quais possibilidades esse filho tem de
desenvolver problemas iguais ou semelhantes.

Um estudo de 2011 realizado pela King’s College London, apontou que a chance de
um pai ou mãe passarem geneticamente um problema psicológico para o filho depende
do tipo do problema que ele apresenta.

A mesma pesquisa mostra que se um dos pais tiver transtorno bipolar, o filho tem
15% de chance de desenvolver o mesmo problema, comparado com 2 a 3% da
população geral. Se os dois pais têm transtorno bipolar, o fator de risco sobe para 50%.
Essa proporção é semelhante para a esquizofrenia, com 13% de chance de desenvolver a
doença se um dos pais a tem e 45% de chance se os dois têm.

Não é possível estimar qual é a chance de um filho herdar outros problemas


psicológicos como depressão e transtorno obsessivo-compulsivo, mas estudos variados
mostram que essa herança é possível.

A Atuação Do Psicólogo
Referências

HELENA, Sandra. O impacto da doença mental nos seus filhos. 5 de junho de


2017. Psinove. Disponível em: https://lifestyle.sapo.pt/familia/pais-e-filhos/artigos/o-
impacto-da-doenca-mental-dos-pais-nos-seus-filhos.

BLUME, Juliana. Filhos herdam problemas psicológicos dos pais?. 21 de maio de


2018. HypeScience. Disponível em: https://hypescience.com/quais-sao-as-chances-de-
um-filho-herdar-problemas-psiquiatricos-dos-pais/.

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