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TRANSTORNOS DE CONDUTA, EMOCIONAIS E TDAH E RELAÇÃO COM

A FAMÍLIA.

Priscila Veríssimo da Silva1


Francisca Giorgia Oliveira Jereissati2
Maria Glaudenia da Silva Oliveira3
Ana Sandra Alves Freitas4
Valeska Silva Thé Praxedes5

RESUMO

No presente artigo, de estudos bibliográficos, com o tema Transtorno de Conduta,


emocionais e TDAH e relação com a família, serão apresentadas primeiramente as
principais características do transtorno de conduta e emocionais na infância,
relacionando-os como o ambiente escolar. O Transtorno de conduta (TC) é uma das
alterações mentais ou comportamentais mais frequentes na infância. Observou-se que
crianças que apresentam esse transtorno vivem no ambiente familiar que acontecem
muitas discórdias familiares. São crianças que sofrem ou presenciam bastantes atos
agressivos e abusos, além dos fatores genéticos e neurofisiológicos. Alunos com TC
apresentam fobia a escola; são agressivos com os colegas; desrespeita o educador;
rejeitam as atividades e tem tendência praticar vandalismo. Os transtornos emocionais
possuem características semelhantes ao TC. A criança apresenta bastante
ansiedade/angústia, acompanhadas de manifestações de tristeza, choro, isolamento
social e dificuldades de interagir positivamente com o grupo. Outro transtorno que
falaremos é Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Será exposto
um breve histórico do TDAH e suas principais características. E por fim, será destacado
como a relação familiar pode interferir no desenvolvimento dos transtornos estudados.
Como resultado, compreende-se que esses transtornos afetam em sua maioria meninos
do que meninas, e que geralmente, se inicia na infância e que a prevenção e o
acompanhamento escolar e familiar podem favorecer o bem-estar e o convívio mais
harmônico dessas crianças em sociedade. Segundo as literaturas, não existe cura para os
transtornos. São realizadas intervenções, tratamentos/acompanhamentos e medicação
para amenizar as dificuldades e adequar o individuo no padrão de um comportamento
aceitável socialmente.

1
Mestranda em Ciências da Educação pela CECAP; Especialista em Tecnologias Digitais na Educação
pela FA7; Graduada em Pedagogia pela UFC, e-mail: prisverissimo@yahoo.com.br.
2
Mestranda em Ciências da Educação pela CECAP; Especialista em Gestão Escola, Supervisão e
Coordenação Pedagógica pela Faculdade de Tecnologia de Palmas - FTP; Graduação em Pedagogia pela
UVA, e-mail: giorgiajereissati@yahoo.com.br.
3
Mestranda em Ciências da Educação pela faculdade CECAP, Graduada e Pós-graduada em Pedagogia e
Psicopedagoga pela Universidade Federal do Ceará- UFC, Psicomotricista pela Universidade Estadual do
Ceará- UECE, Neuropsicopedagoga pela Faculdade Kurios-FAK, docente na Educação Infantil da
Prefeitura Municipal de Fortaleza, e-mail: glaudeniaoliveira16@gmail.com.
4
Mestranda em Ciências da Educação pela CECAP; Especialista em Gestão Escolar e Coordenação
Pedagógica pela FA7; Graduada em Pedagogia pela UFC, e-mail: anasandralves@hotmail.com.
5
Mestranda em Ciências da Educação pela faculdade CECAP, Graduada e Pós-graduada em Pedagogia e
Psicopedagoga pela Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA, Neuropsicopedagoga pela Faculdade
Kurios-FAK, docente no Ensino Fundamental da Prefeitura Municipal de Caucaia, e-mail:
valeskathe@gmail.com.
Palavras-chave: Transtornos. TDAH. Infância. Família. Escola. 

1 INTRODUÇÃO

Observar-se uma crescente quantidade de crianças inquietas, desatentas,


impulsivas, corpos que não param em sala de aula. Crianças que apresentam falta de
concentração, dificuldade de sentar-se, escutar, aprender ou permitir que os demais
aprendam, demonstração do uso da força, ansiedade e irritabilidade. Tais
comportamentos não são considerados normais necessitando de uma observação mais
apurada, para buscar apoio familiar e ajuda clínica.
Tais inadequações comportamentais podem estar relacionadas a transtornos de
conduta, emocionais ou Transtornos de Déficit de Atenção e Hiperatividade-TDAH.
Geralmente, os transtornos são detectados no ambiente escolar, despertando o professor
para replanejar suas ações, planos e atividades para incluir estas crianças e garantir o
aprendizado e a harmonia em sala de aula. Como também essa criança precisa ser
acompanhada por uma equipe multidisciplinar.
É iniciada uma batalha em busca de conhecimento para saber lidar com essas
especificidades, compreender para poder interagir, mediar e ajudar a criança a se ajustar
tanto na escola como na família, pois para muitas famílias é mais fácil ignorar do que
cuidar.
É primordial que os educadores estejam conscientes das intervenções que serão
necessárias no espaço escolar. Intervenções conscientes e apropriadas diminuirão as
dificuldades apresentadas pelo educando com transtorno ao longo do seu processo
acadêmico. 
No presente artigo, que também servirá de suporte ao trabalho docente, será
apresentado as principais características do transtorno de conduta e emocionais na
infância, relacionando-os como o ambiente escolar. Em seguida será exposto um breve
histórico do TDAH e suas principais características. E por fim, Será dado destaque
como a relação familiar pode interferir no desenvolvimento dos transtornos em estudo
neste trabalho. Como resultado, destacou-se que esses transtornos afetam em sua
maioria meninos do que meninas, que geralmente, se inicia na infância e que a
prevenção e o acompanhamento escolar e familiar podem favorecer o bem-estar e o
convívio mais harmônico dessas crianças em sociedade. 
A metodologia utilizada é de natureza bibliográfica, com base em livros. E
também de artigos do Google Acadêmico com respaldo em literaturas da área em
pesquisa.

2 TRANSTORNOS DE CONDUTA E EMOCIONAIS

O Transtorno de conduta é uma das alterações mentais ou comportamentais mais


frequentes na infância. Quando iniciado antes dos 10 anos de idade, tem grandes
chances de ser acompanhado do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
(TDAH).
Esse transtorno de conduta na infância está ligado a fatores determinantes para
sua incidência como, por exemplo: ser do sexo masculino; viver em um local com
discórdias familiares; ser criado por pais agressivos e violentos; ser filho de mãe com
problema mental; violência doméstica e abusos (principalmente quando a criança
presencia ou é vitimada pela ação); fatores genéticos e neurofisiológicos. 
Com relação à escola, as manifestações mais comuns do transtorno de conduta
são: a fobia escolar; a agressão verbal ou física a outras crianças; a recusa ao professor;
a desobediência; a falta à aula; a agressão verbal ou física ao educador; o vandalismo;
com danos ou roubos e as chamadas condutas explosivas na classe;  distrair os outros;
falar demais; machucar os outros de uma maneira ou de outra; protestar e rejeitar
atividades escolares que geram dificuldades efetivas ao ambiente da aula e ao próprio
processo de ensino e aprendizagem.
Os transtornos emocionais se caracterizam por dificuldades sociais criadas por
comportamentos dissociativos, agressivos, amedrontados ou alienados. Tais transtornos
costumam apresentam-se na escola em forma de ansiedade ou de angústia,
acompanhadas de manifestações de tristeza, choro, isolamento social, dificuldades de
interagir positivamente com o grupo, falta de interesse acadêmico, dificuldades de
concentração, mudanças no rendimento escolar e relação inadequada com o professor e
com os colegas. Segundo López (2007) a gravidade de tais transtornos é muito instável,
pois tanto podem ser psicoses infantis ou manifestações de situações conjunturais de
estresse mais referente à vida cotidiana, familiar, escolar ou social.
De acordo com López (2007, p.117,118) as dificuldades de aprendizagem e os
transtornos de conduta e emocionais podem ser resumidas nos quatro pontos seguintes:
1. Os alunos com dificuldades de aprendizagem, em relação aos que não as
têm, com mais probabilidade apresentam problemas emocionais, falta de
habilidades sociais e problemas de conduta. [...]
2. A associação entre as dificuldades de aprendizagem e os problemas ao
longo da vida posterior é mais discutida [...] é importante assinalar que,
embora se tenha constatado uma correlação (entre o fato de ter tido
dificuldades na aprendizagem e os efeitos a longo prazo), quando se
estabelece uma relação entre todos os alunos com dificuldades de
aprendizagem em face dos que não as têm, isso não implica que todos eles
estejam fadados a sofrer essas consequências.
3. Não há um único padrão de personalidade, de problemas de conduta e de
habilidades sociais dos alunos com dificuldades de aprendizagem. [...]
4. Um número relativamente significativo de alunos com dificuldades de
aprendizagem não apresenta esses problemas emocionais, sociais ou de
conduta. [...]

Frequentemente, são pais e professores que detectam que algo não está
funcionando adequadamente e solicitam uma avaliação comportamental e emocional,
por isso a observação dos pais e dos professores, assim como a comunicação dos filhos
com os pais e dos alunos com os educadores, são as melhores formas para detectar esses
transtornos.
Segundo Bordin e Offord (2000) o tratamento dos Transtornos de Conduta e
emocionais, não existe uma cura consolidada, mas tratamentos paliativos como a
psicologia, psiquiatria, terapia ocupacional, esportes que trazem resultados positivos no
desenvolvimento do indivíduo. Contudo, para que esses transtornos não retornem, é de
suma importância uma atenção especializada e intensiva desde a infância até a fase
adulta.

3 TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE - TDAH

O que hoje chamamos de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade


(TDAH) recebeu diversos outros nomes ao longo dos séculos. Os sintomas que
caracterizam o transtorno têm sido descritos por pelo menos 200 anos (figura 1).

Figura 1 - TDAH - Linha do tempo disponível para acesso em PSICOEDU, em 2016.

Fonte: https://www.psicoedu.com.br
A primeira descrição dos transtornos de atenção surgiu no século XVIII, uma
das referências históricas mais conhecidas na história do TDAH são as descrições feitas
pelo psiquiatra alemão Heinrich Hoffmann (1809 –1894), também médico e habilidoso
escritor e ilustrador.
Em 1845, ele publicou o livro infantil Der Struwwelpeter (publicado no Brasil
como “João Felpudo”, título que foi inspiração para diversas outras obras com o mesmo
nome por aqui). O livro é uma coletânea de nove histórias ilustradas que Hoffman tinha
criado, originalmente, para entreter seu filho. Longe de ser um manual diagnóstico ou
de classificação de transtornos, a obra de Hoffmann destaca alguns comportamentos que
caracterizam hoje o que chamamos de TDAH.
O ponto de partida para o atual conceito de TDAH surgiu na conferência
apresentada pelo pediatra britânico George Frederic Still (1868 – 1941) em Londres, no
ano de 1902. Na conferência, Still apresentou casos em que condições psíquicas
estavam relacionadas com o que ele chamou de defeito do controle moral nas crianças.
Por "controle moral", ele se referia à capacidade da criança controlar seu
comportamento tendo em vista sua conformidade aos valores morais e sociais.
Em 1937, o psiquiatra americano Charles Bradley (1902 – 1979) anunciou a
descoberta de efeitos positivos de um medicamento em crianças com problemas de
comportamento. Bradley descobriu os efeitos do medicamento por acaso, quando
tentava tratar a dor de cabeça de pacientes com a substância benzedrina (o estimulante
mais potente na época). A benzedrina teve pouco efeito nas dores de cabeça, mas
produziu grande melhora no desempenho escolar e no comportamento de muitas
crianças.
Embora a descoberta de Bradley tenha sido publicada em importantes revistas
científicas, seus achados não tiveram influência nem nas pesquisas, nem na prática
clínica por pelo menos 25 anos. Mais tarde, houve um crescente aumento do interesse
pelo uso de estimulantes no tratamento de crianças hiperativas. Atualmente, o
metilfenidato é a droga estimulante mais prescrita para essas crianças. Este composto
foi sintetizado pela primeira vez em 1944, pelo químico italiano Leandro Panizzon.
Em 1954, a companhia farmacêutica onde o químico trabalhava passou a
comercializar a droga com o nome de "Ritalina", em homenagem ao nome da esposa de
Panizzon, Marguerite, cujo apelido era Rita. A Ritalina ocupa um lugar de destaque na
história do TDAH.
Acredita-se hoje que, o TDAH é um transtorno neurobiológico de
desenvolvimento, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente
acompanha o indivíduo por toda sua vida. Tem como característica os sintomas de
desatenção, inquietude e impulsividade. É reconhecido oficialmente por vários países e
pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 
Estudos científicos apontam a predisposição genética e a ocorrência de
alterações nos neurotransmissores (dopamina e noradrenalina), que estabelecem as
conexões entre os neurônios na região frontal do cérebro como as principais causas do
transtorno do déficit de atenção.
É geralmente percebido na fase infantil, quando a criança é inserida na escola e,
encaminhado para os profissionais competentes. Quando não é devidamente tratado, o
TDAH pode abrir portas para comorbidades, como dificuldades de aprendizagem, como
a disgrafia, dislexia e disfasia, depressão, transtorno opositor desafiador (TOD), além do
baixo rendimento nas notas, podendo levar à evasão escolar, baixa autoestima, prejuízos
na vida social, escolar, entre outros.
Há três tipos de TDAH: 
a) TDAH com predomínio de desatenção, o desatento - O tipo com predomínio
de sintomas de desatenção é mais frequente no sexo feminino e apresenta
conjuntamente com o tipo combinado, uma taxa mais elevada de prejuízo acadêmico. É
marcado também pelas seguintes características: dificuldade na percepção quanto à
passagem do tempo; dispersão em tarefas que exigem grande concentração; distração
acentuada; a criança é tímida; não termina o que começa; não costuma dar trabalho na
escola;  tem dificuldade de se organizar; se distrai com qualquer estímulo externo.
b) TDAH com predomínio de sintomas de hiperatividade/impulsividade - As
crianças com o com TDAH com predomínio de sintomas de
hiperatividade/impulsividade são mais agressivas e impulsivas, tendendo a apresentar
alta taxa de rejeição pelos colegas e impopularidade.
 c) TDAH combinado (déficit de atenção e hiperatividade). O tipo combinado
apresenta um maior prejuízo no funcionamento global. É marcado por inquietude,
agitação, dificuldade em aguardar a vez, esperar, parte considerável delas evolui para o
quadro opositor.
Contudo, existe o lado positivo do TDAH, que segundo o psiquiatra norte-
americano Edward Hallowell, autor de "Tendência à distração" corresponde ao fato de
os TDAH's, em geral:
 Demonstrarem ter pensamentos originais e ideias brilhantes;
 Possuírem talentos criativos, que geralmente vêm à tona a partir do momento em
que se trata o transtorno;
 Tendem a adotar um jeito diferenciado de encarar a própria vida, pois quando
controlado o transtorno a tendência é que se destaquem naquilo que fazem,
saindo bem em diferentes áreas;
 Possuem como características marcantes tanto a persistência quanto a
flexibilidade;
 Geralmente são extremamente afetivos e de comportamento generoso;
 E com frequência demonstram ser intuitivos e ter uma inteligência acima da
média.

4 RELAÇÃO COM A FAMÍLIA

A primeira dúvida que vem à cabeça dos pais, quando seus filhos demonstram
acentuada agitação infantil, é se esse comportamento é inerente à idade ou não,
existindo incerteza entre agitação e hiperatividade.
Há uma diferenciação entre hiperatividade e agitação que pode ser sim difícil de
estabelecer. A hiperatividade, sintoma do TDAH, é uma atividade motora excessiva
quando comparada com crianças/pessoas que vivem no mesmo ambiente. Geralmente
há uma dificuldade para manter o ritmo, a persistência, controle dos seus movimentos e
ações.
Neste contexto, o que se deve levar em conta é se a pessoa se comporta assim
todo o tempo e em todos os contextos (escola, família, trabalho, relacionamentos).
Existem características que diferenciam a hiperatividade da agitação (tabela 2).

Tabela 2 - Distinção de hiperatividade e agitação 

HIPERATIVIDADE AGITAÇÃO

- Apresentar dificuldades em terminar tarefas ou projetos -Comportamento que se dá como


e distrair-se facilmente por coisas sem importância; consequência de descobrir ou explorar seu
ambiente;
- Apresentar problemas de ansiedade e concentração, de
organização, planejamento e disciplina; - Quando algo lhe interessa, presta
a atenção;
- Apresenta impulsividade, inquietude mental e no corpo
(balançar as pernas, pés ou mãos); -A criança se distrai quando algo não
- Tem em geral noção de quando errou e se arrepende e lhe motiva o suficiente;
falta de cuidado com as palavras; - É alegre e tem vitalidade;
- Dificuldade para dormir, mas quando dorme, pode - Quando é travesso não implica
ter dificuldade para acordar; ser violento;
- Relaciona-se bem socialmente;

- Ainda que desobedeça, a criança conhece


onde estão os limites de comportamento.

Fontes: https://www.psicologiaviva.com.br e http://jornalvivabem.com.br

Quando a dúvida é esclarecida e compreendida pela família, os pais necessitam


de ajuda de alguns especialistas para aprender a lidar com os conflitos emocionais de
seu filho e garantir uma melhor qualidade de vida para a criança.  Os sintomas do
TDAH podem ser de fácil percepção e o diagnóstico é clínico, através de uma boa
anamnese. Existem outros exames que podem confirmar o diagnóstico, mas um
profissional experiente ajudará no tratamento. Geralmente psicólogos, psiquiatras,
neuropediatras e neurologistas estão envolvidos nesse processo. No entanto,
profissionais de outras áreas também são imprescindíveis para reforçar o tratamento:
psicopedagogos, neuropsicólogos, entre outros.
O uso das medicações (estimulantes) melhora a qualidade de vida, no convívio
social e escolar. Estimulam a concentração por um tempo maior, inibindo as emoções,
diminuindo os conflitos, tornando as terapias mais eficazes.  
As pesquisas realizadas na última década mostraram que essas medicações
realmente corrigem ou compensam os problemas neurológicos latentes no
TDAH. Mas elas só funcionam enquanto estão em sua corrente sanguínea e
em seu cérebro, o que significa que você tem que de prosseguir com o seu
uso para continuar obtendo os seus (BARKLEY 2011 p. 96). 

O uso de estimulante ajuda a aliviar os sintomas do TDAH, mas muitos pais


questionam o uso devido os prós e contras que a medicação causa, os chamados efeitos
colaterais. Os mais comuns são: insônia, perda de apetite, dores de cabeça, náuseas,
perturbações estomacais ou dores de estômagos, ansiedade, irritabilidade, tiques
motores e tensão muscular aumentada.
Conviver com uma criança hiperativa e ajustá-la no convívio social, nem sempre
é tão simples como parece. A família deverá estar segura, quanto a alguns aspectos que
deverão ser administrados como: disciplina, formação de hábitos, as regras de
convivências, quadros de rotinas. Os horários deverão ser bem estabelecidos, com uma
boa dose de paciência e amor. A maioria das vezes, de tanto as mães baterem de frentes
com seus filhos, nas correções da falta de controle emocional no convívio de casa,
escolar e social, a situação se torna desagradável, fugindo muitas vezes do controle
familiar.
 O estresse parental em mães de crianças com TDAH se tornam visíveis.
Pesquisas científicas concluíram que as mães apresentaram mais estresse parental do
que mães de crianças com desenvolvimento normal. A hiperatividade, em especial,
emergiu como um preditor significativo do estresse, denominado de sobrecarga
emocional nos grupos clínicos. Os sintomas de hiperatividade/impulsividade envolvem
inquietação e emissão de respostas precipitadas pela criança, o que pode conduzir ao
estresse materno em função da agitação do filho, podendo levá-lo a expor-se a riscos,
aumentando a tensão materna e, as tentativas de controle do filho, sem efeito, podem
levar as mães a um senso de impotência. 
Os pais necessitam de orientação profissional para aprender a controlar a
impaciência, melhorar o otimismo, a persistência para não desistir diante dos
obstáculos. Devem estar conscientes que é um tratamento/acompanhamento longo,
demorado e contínuo. É confortável para qualquer família seguir os padrões que a
sociedade impõe como normal. É complicado quando os filhos se apresentam diferentes
dos demais. Nenhuma família está preparada para escutar que seu filho é: desajeitado,
desatento, desobediente, desastrado, distraído, são tantos adjetivos negativos que
diminui a autoestima das crianças com TDAH que acabam acreditando que são assim,
devido ouvir sempre os mesmos comentários. Muitas famílias acabam se isolando e
evitando participar de eventos sociais, porque os filhos não são aceitos e para evitar
comentários que venham ocorrer sofrimento.
A afetividade é uma ferramenta que desempenha um papel essencial no
tratamento, sem afeto não haverá interesse, motivação para insistir. A afetividade é uma
condição necessária para o desenvolvimento integral das crianças. O psicólogo francês
Wallon afirma que a emoção é a fonte do conhecimento. O sentimento de afeto ajudará
a família a compreender o universo do TDAH. Amparando, acolhendo, estimulando e
orientando estas pessoas a se organizarem junto à sociedade.

5 CONCLUSÃO

Podemos concluir que a prevenção na infância e os tratamentos direcionados


seria uma estratégia mais adequada aos transtornos de conduta, emocionais e TDAH.
Destacamos que é fundamental que a família, os professores, os colegas de classe e a
sociedade como um todo evitem o agravamento desses problemas e não propiciem a
generalização dos efeitos de cada uma de suas possíveis causas. Dessa forma, é
necessário levar em consideração que o bem-estar e a saúde devem ser a prioridade
individual, familiar, escolar e social. Isso não significa dizer que o rendimento escolar
deve ser deixado de lado, mas sim que o desafio é procurar que os alunos obtenham um
rendimento positivo sem pôr em questão seu bem-estar, e que se há alguma dificuldade,
que não seja um obstáculo impossível, para que o aluno  obtenha êxito escolar. 
O papel das famílias, educadores, escola e sociedade são de estimular nas
crianças a autoestima, a autonomia, as competências, as habilidades e acima de tudo o
respeito às diferenças em todos os aspectos, sejam eles sociais, políticos, econômicos,
religiosos,  físicos e biológicos, já que as mesmas passam pela maturação biológica
igualmente, mas a forma de ser e ver a vida depende de vários fatores, como o meio em
que vivem, a relação familiar e outros. É um desafio a todos, pois as necessidades são
particulares a cada família e principalmente a cada indivíduo. As crianças com
transtornos e TDAH exigem de pais e educadores um maior monitoramento com relação
ao planejamento e organização das atividades educacionais. 

REFERÊNCIAS 

BARKLEY, Russell A., Benton Cristiane M. Vencendo o TDAH-transtorno de


déficit de atenção /hiperatividade-adulto. Tradução Magda França Lopes: Porto
Alegre: Artmed,
2011.

BORDIN, Isabel AS; OFFORD, David R. Transtorno de conduta e comportamento


anti-social. Rev. Bras. Psiquiatr. , São Paulo, v. 22, supl. 2, p. 12-15, dez. 2000.
Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
44462000000600004&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 09 de jul. de 2020.

LÓPEZ, Félix. Problemas afetivos e de conduta na sala de aula. In: COLL, C.;
MARCHESI, A,; PALACIOS, J. Desenvolvimento Psicológico e Educação - Vol.3:
Transtornos de Desenvolvimento e necessidades educativas especiais. Tradução
Fátima Murad. 2.ed.: Porto Alegre: Artes Médicas, 2007.
 
RESENDE, Eduardo de. História completa do TDAH que você não conhecia.
Disponível em: https://www.psicoedu.com.br/2016/11/historia-origem-do-tdah.html.
Acesso em: 09 jul. de 2020.

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