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DESORDEM POR DÉFICE DE ATENÇÃO E HIPERACTIVIDADE: ABORDAGEM


DE INTERVENÇÃO PSICO-PEDAGÓGICA NO CONTEXTO ESCOLAR

Celestina Marcos Castelo

E-mail: celestinamarcos07@gmail.com

Resumo

O projecto tem como objectivo conhecer as causas da desordem por défice de atenção e
hiperactividade. Quando se fala em desordem por défice de atenção e hiperactividade, a
responsabilidade por sua causa acaba recaindo sobre toxinas, problemas no desenvolvimento,
má alimentação, má formação, problemas na família e hereditariedade. Portanto, o seu
primeiro ambiente, é grande responsável pelo apoio e ajuda dada a esse aluno, espera-se que
este deva estar sempre dialogando com a escola e buscando novas maneiras de concretizar seu
objectivo e, assim, proporcionar uma convivência qualitativa, rica na troca de experiências e
conhecimentos. Um ambiente estimulador possui características que facilitam o aprendizado
significativo.

Palavras-chave: atenção, aprendizagem, hiperactividade, causas.

1. Introdução

Diante da complexidade do tema abordado, este estudo procura apontar parâmetros para a
intervenção psico-pedagógica voltado para um estudo de caso, visto que há uma grande
dificuldade em distinguir hiperactividade de outros problemas que geram a agitação
emocional do indivíduo, auxiliando no entendimento de que a capacidade de concentração
depende, em boa parte, da integridade do sistema nervoso. Esta varia, também, em virtude do
grau de maturidade do cérebro e da personalidade. Constata-se que a criança pequena e o pré-
adolescente são menos capazes de se concentrar em uma determinada actividade por um
período longo de tempo do que o são pessoas mais adultas. Contudo, isso não é critério para
classificá-los como hiperactivos.

Desordem por Défice de Atenção e Hiperactividade é um dos problemas mais comuns


na infância, que continua ate a adolescência e a vida adulta, os sintomas incluem dificuldades
em permanecer focado e prestar atenção, dificuldade em controlar o comportamento e
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hiperactividade. Porem, na escola primária completa de Niuhula, encontra-se um aluno da 4ª


classe turma B na qual apresenta estados de desatenção, de impulsividade e hiperactividade.
No entanto, o aluno não presta atenção suficiente durante as aulas, distrai-se facilmente com
estímulos irrelevantes e muitas vezes não termina os trabalhos escolares.

O aluno acaba dificultando o processo docente, visto que, para além disso,
movimenta-se excessivamente em situações em que se espera que esteja sentado. Enfatizar
que o aluno não sossega, interrompe nas actividades dos outros. Contudo, isso faz com que
haja problemas de aprendizagem no aluno o que pode influenciar em muitos casos a
reprovações, desistência e insucesso escolar.

Muitos alunos que apresentam esse problema não são explicados como devem fazer
para evitar as desvantagens do problema ocasionando. Porem, a falta de motivação no aluno
por motivos de desatenção da parte dos professores faz com que o aluno abandone a escola.
Portanto, pensei em elaborar este tema para conhecer as causa e propor medidas de
intervenção psico - pedagógica, para que os alunos que se encontram nesse estado possam ter
a atenção do professor, o encorajamento, e o interesse de estudo fora assim como na sala de
aula. Nesse caso, o aluno não será tratado de forma indiferente e passara a participar
activamente as aulas proporcionando um bom relacionamento com os colegas no ambiente
escolar. No entanto, o projecto tem como objectivo geral: conhecer as causas da desordem por
défice de atenção e hiperactividade. E tem como objectivos específicos: descrever as causas
da desordem por défice de atenção e hiperactividade; analisar as causas da desordem por
défice de atenção e hiperactividade; propor formas ou medidas de intervenção da desordem
por défice de atenção e hiperactividade.

2. Revisão da literatura

Conceito

Desordem por défice de atenção e hiperactividade

Segundo Lima, (2017).


É um transtorno do neurodesenvolvimento definido por deficientes níveis de
desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade. Desatenção e
desorganização implicam inabilidade de permanecer na tarefa, aparentemente não escutar,
e perda de materiais, em níveis que são inconsistentes com a idade ou nível de
desenvolvimento.
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Causas da desordem por défice de atenção e hiperactividade

Quando se fala em desordem por défice de atenção e hiperactividade, a


responsabilidade por sua causa acaba recaindo sobre toxinas, problemas no desenvolvimento,
má alimentação, má formação, problemas na família e hereditariedade. É certo que esses
factores realmente afectam o funcionamento cerebral, considerando a desordem por défice de
atenção e hiperactividade, como um transtorno funcional e hereditário.

Conforme explicam Rohde e Mattos (2003):

[...] embora a contribuição genética seja substancial, é improvável que exista “o


gene da desordem por défice de atenção e hiperactividade,”, causador desse fenótipo e
fundamental em todos os casos da doença. Ao contrário, como ocorre na maioria dos
transtornos psiquiátricos, acredita-se que vários genes de pequeno efeito sejam
responsáveis por uma vulnerabilidade (ou susceptibilidade), genética ao transtorno, à qual
somam-se diferentes agentes ambientais. Nessa forma o surgimento e a evolução da
desordem por défice de atenção e hiperactividade, em um indivíduo, parecem depender
de quais genes de susceptibilidade estão agindo e de quanto cada um deles contribui para
a doença, ou seja, qual o tamanho do efeito de cada um, e da interacção desses genes
entre si e com o ambiente. (p.35).

A escola e a desordem por défice de atenção e hiperactividade

Este transtorno afecta muitas crianças e jovens e o contexto escolar constitui uma das
principais fontes de preocupação. A falta de atenção constante, a instabilidade motora, a
impulsividade e irritabilidade, as dificuldades que apresentam nas áreas curriculares foram
observações que suscitaram imediato interesse.

Segundo Carreteiro (2016),

(…) Estas crianças podem apresentar problemas de indisciplina, por incumprimento ou


infracção das normas estabelecidas; desinibição; na sua relação com os adultos; problemas de
relacionamento social, podendo ficar isoladas no grupo de pares; com frequência mostram défices
cognitivos e na linguagem, bem como nas aptidões motoras, evidenciando ainda défices de auto-
estima e condutas antissociais (p. 18).

De acordo com os estudos realizados por Pinheiro (2010, citado por Carreteiro, 2016,
p.223), os sintomas dos tipos listados devem ocorrer frequentemente e servem para tornar o
diagnóstico mais padronizado. Eles se caracterizam minuciosamente do seguinte modo:

 Sintomas do tipo desatento


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Cometer erros por falta de atenção e não dar muita atenção a detalhes; Em uma
conversa parece prestar atenção em outras coisas e não escutar quando lhe dirigem a palavra;
Dificuldade de se concentrar tanto nas tarefas escolares quanto em jogos e brincadeiras;
Dificuldade em seguir instruções até o fim ou deixar tarefas e deveres sem terminar.

 Dificuldade em se organizar para fazer algo ou planejar com antecedência

Evita ou reluta a envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante (como
tarefas escolares ou deveres de casa); Frequentemente a perda de objectos necessários para a
realização de tarefas ou actividades do dia-a-dia; Distrai-se com muita facilidade com coisas à
sua volta ou mesmo com os próprios pensamentos; Esquecem coisas.

 Sintomas do tipo hiperactivo/impulsivo

Ficar mexendo as mãos e pés quando sentados ou se mexer muito na cadeira;


Dificuldade de permanecer sentado em situações em que isso é esperado (sala de aula, mesa
de jantar, etc.); Correr ou escalar coisas, em situações nas quais isto é inapropriado;
Dificuldades para se manter em actividades de lazer em silêncio; Falar demais; Responder a
perguntas antes de elas serem concluídas. É comum responder à pergunta sem ler até o final;
Não conseguir aguardar a sua vez (nos jogos, na sala de aula, em filas, etc.); Interromper os
outros ou se meter nas conversas alheias.

3. Métodos
 Quanto a natureza

O projecto, esta patenteado em um estudo de caso baseado na intervenção psico-


pedagógica.

 Grupo alvo

A intervenção será feita com dois alunos da 4ª classe turma B da escola primaria completa
de Nihula, nos quais com a idade compreensível de 9 anos, ambos de sexo masculino.

 Instrumentos

Os instrumentos a serem usados na pesquisa serão: a entrevista e observação.

A entrevista: será usada durante as actividades de intervenção como um ponto de


entendimento da compreensão dos alunos.
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A observação: será usada para determinar os aspectos reais dos alunos de modo a
proporcionar uma intervenção coerciva.

 Procedimentos

Quanto aos procedimentos, a intervenção se baseara em sessões, onde começara por


apresentação e depois as respectivas intervenções básicas com os alunos da 4ª classe turma A
de 9 anos de idade, ambos do sexo masculino da Escola Primaria Completa de Nihula.

4. Resultados Esperados

Avaliada a desordem por défice de atenção e hiperactividade notou-se que, no que


concerne aos “professores”, esperar-se-á que haja atenção às diferenças individuais e ao
contexto de aprendizagem, pois, exige do professor um esforço cada vez maior, implicando
uma flexibilização da organização escolar, das estratégias de ensino, dos recursos e do próprio
currículo. Só assim, é possível potenciar o desenvolvimento de todos, de acordo com as suas
características, necessidades e especificidades de cada um. Como por exemplo:

Evitar colocar alunos nos cantos da sala, onde a reverberação do som é maior. Eles
devem ficar nas primeiras carteiras das fileiras do centro da classe, e de costas para ela; Fazer
com que a rotina na classe seja clara e previsível, crianças com desordem por défice de
atenção e hiperactividade tem dificuldade de se ajustar a mudanças de rotina; Afasta-los de
portas e janelas para evitar que se distraiam com outros estímulos; Deixa-los perto de fontes
de luz para que possam enxergar bem; Não fale de costas, mantenha sempre o contacto visual;
Procurar dar supervisão adicional aproveitando intervalo entre aulas ou durante tarefas longas
e reuniões; Permitir movimento na sala de aula. Peça à criança para buscar materiais, apagar o
quadro, recolher trabalhos. Assim ela pode sair da sala quando estiver mais agitada e
recuperar o autocontrolo.

Quanto a “escola e a família” espera-se que a relação/comunicação entre a escola e os


pais, para que em parceria possam encontrar as melhores estratégias para enfrentar os desafios
diários. O empenho de todos os intervenientes, desde pais, pessoal docente, não docente e
psicólogos é fundamental para o sucesso educativo do aluno.

Quanto ao aluno, porem, espera-se que haja melhoria nas suas atitudes, com vista a
minimizar os problemas de desordem por défice de atenção e hiperactividade, portanto, o seu
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primeiro ambiente, é grande responsável pelo apoio e ajuda dada a esse aluno. Portanto, este
deve estar sempre dialogando com a escola e buscando novas maneiras de concretizar seu
objectivo e, assim, proporcionar uma convivência qualitativa, rica na troca de experiências e
conhecimentos. Um ambiente estimulador possui características que facilitam o aprendizado
significativo. Criando-se esse ambiente, será visível o crescimento cognitivo, emocional e
social dos alunos, da escola, do professor e da família.

5. Plano Orçamental

Numero Unidade Designação Preço Unitário Total


s
1 3 Jornais 50.00mts 150.00mts
2 2 Cadernos 30.00mts 60.00mts
3 1 Resma 200.00mts 200.00mts
4 1 Bloco de nota 40.00mts 40.00mts
5 3 Esferográfica 10.00mts 30.00mts
6 3 Revistas 50.00mts 150.00mts
7 3 Lanche 420.00mts 1.260.00mts
= 1890.00mts
Autor: 2021

6. Plano de intervenção

SESSÃO I
Estratégias Actividade do Actividades Duração Abril Maio Observaç
psicólogo dos alunos ão
Apresentação Apresenta-se, Apresentar-se
, introdução fazer a e prestar
e motivação introdução do atenção 1 Hora

assunto

Data 19/2021
SESSÃO II
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Estratégias Actividade do Actividades Duração Abril Maio Observaç


psicólogo dos alunos ão
Aula Dar alguma ins- Prestar 1 Hora
expositiva - trução, pedir ao atenção e
conjunta aluno para realizar as
repetir as ins- tarefas
truções ou
compartilhar
com o colega
antes de
começar as
tarefas
Data 20/2021
SESSÃO III
Estratégias Actividade do Actividades Duração Abril Maio Observa
psicólogo dos alunos ção
Dar tarefas Quando o aluno Realizar as 1 Hora
conjuntas e desempenhar a tarefas com a
usar o reforço tarefa solicitada, ajuda do
positivo oferecer sempre psicólogo
um feedback
positivo (reforço)

Data 21/2021

SESSÃO IV
Estratégias Actividade do Actividades Duração Abril Maio Observa
psicólogo dos alunos ção
Dar suporte, Explicar de Prestar 1 Hora
encorajament como as atenção
o, parceria e actividades
adaptações escolares,
através de horários,
revistas organização dos
livros são
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primordiais para
os estudos
Data 22/2021
SESSÃO V
Estratégias Actividade do Actividades Duração Abril Maio Observa
psicólogo dos alunos ção
Dar tarefa que Orientar os Realizar as 1 Hora
exijam alunos a tarefas,
atenção sublinhar e prestarem
colorir as partes atenção
mais importantes
da tarefa e depois
explicar
Data 23/2021
SESSÃO VI
Estratégias Actividade do Actividades Duraç Abril Maio Observa
psicólogo dos alunos ão ção
Estabelecer Explicar como os Prestarem 1 Hora
regras de alunos devem se atenção
comportamen comportar nas
to na sala de salas de aula e no
aula assim recinto escolar
como no
recinto
escolar
Data 26/2021
SESSÃO VII
Estratégias Actividade do Actividades Duração Abril Maio Observa
psicólogo dos alunos ção
Leitura de Exigir a atenção Prestar 1 Hora
Jornais, dos alunos, ler os atenção e
mantendo os jornais, evitar a
alunos fora do identificar os distracção
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foco de pontos fracos e


distracção e fortes.
identificar os
pontos fortes
Data 27/2021

SESSÃO VIII
Estratégias Actividade do Actividades Duração Abril Maio Observa
psicólogo dos alunos ção
Propor aos Orientar os Falarem o 1 Hora
alunos que alunos para que sabem
façam auto fazerem uma acerca dos
avaliação auto-avaliação cuidados a ter
acerca dos na sala de
cuidados a ter na aula
sala de aula
Data 29/2021
SESSÃO IX
Estratégias Actividade do Actividades Duração Abril Maio Observa
psicólogo dos alunos ção
Proporcionar Explicar e Prestarem 1 Hora
exercícios de orientar os atenção e
consciência e alunos a realizarem a
treinamento realizarem tarefa
dos hábitos exercícios de
sociais da consciência
comunidade. baseada na
entrevista acerca
dos hábitos
sócias
Data 30/2021
SESSÃO X
Estratégias Actividade do Actividades Duração Abril Maio Observa
psicólogo dos alunos ção
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Consolidação Fazer um breve Prestarem 1 Hora


das resumo acerca de atenção
actividades todas as
passadas actividades que
foram feitas e
observar se os
alunos
compreenderam
Data 03/2021
SESSÃO XI
Estratégias Actividade do Actividades Duração Abril Maio Observa
psicólogo dos alunos ção
Avaliação do Orientar aos Explicarem 1 Hora
desempenho alunos para que acerca de
dos alunos na falem acerca de como devem
mudança de como devem por por em
comportamen em prática o que prática o que
to através do aprenderam aprenderam
auto-
conhecimento
dos mesmos
Data 04/2021
SESSÃO XII
Estratégias Actividade do Actividades Duração Abril Maio Observa
psicólogo dos alunos ção
Motivação, Motivar os Prestarem 1 Hora
reforço, alunos, dizer atenção e
encorajament todos pontos despedirem-
o e conclusão positivos dos se do
das alunos durante as psicólogo
actividades actividades e que
continuem num
bom caminho
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pondo em prática
todo o
aprendizado e
despedir-se dos
alunos
Data 05/2021

Referências bibliográficas

1. Carreteiro, R. (2016). Hiperactividade e Dificuldade de Atenção. Lisboa: Horizontes


Pedagógicos.
2. Fonseca, C.. (2017). Influência dos factores sóciofamiliares no desenvolvimento da
Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção (Dissertação de Mestrado).
Universidade do Porto, Porto. Consultado a 28 de Setembro de 2018 em:
https://www.google.pt/search?
q=influencia+dos+fatores+sociofamiliares+no+desenvolvimento
+da+preturbação+de+hiperatividdae+e+deefice+de+atenção&oq=
3. Leme, Luciana. Direito dos portadores de TDAH (Doutrina – Jurisprudência).
Associação Brasileira do Déficit de Atenção. 2017. Disponível em: <
http://www.tdah.org.br/wp-content/uploads/site/pdf/cartilha_legislacao.final.pdf>
Acesso em: 25 maio. 2018.
4. Lima, Cristina Bruno de. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH):
um olhar sob a perspectiva da Educação Especial Inclusiva, Guia para Professores.
Niterói, 2017

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