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Debora Chagas
Francielle Lima
Janildes Teles1
Resumo
O presente artigo focalizou a importância da ludoterapia em atendimento
psicoterapêutico em crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
(TDAH), buscando compreender como a terapia lúdica contribui para o
desenvolvimento cognitivo das crianças com esse transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade, visto que os jogos e as brincadeiras constituem meios naturais de
autoexpressão infantil. Utilizou-se como instrumento norteador as intervenções
psicológicas fundamentadas na teoria humanista, pois esta procura direcionar seus
estudos centrados no ser humano. A Ludoterapia se mostra um instrumento
transformador neste contexto, pois além de permitir uma interação mais prazerosa
da criança com o psicoterapeuta, traz em seu cerne contribuições importantes de
diversos teóricos que se dedicaram ao trabalho com crianças ao longo do tempo. O
estudo de caso, realiza o papel de exemplificar, como a Ludoterapia é abordada no
contexto do tratamento e a resposta do cliente a esse modelo de intervenção
psicoterápica.
Abstract
This article focused on the importance of play therapy in psychotherapeutic care for
children with Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD), seeking to understand
how play therapy contributes to the cognitive development of children with this
attention deficit hyperactivity disorder, since games and play are natural means of
children's self-expression. Psychological interventions based on the humanist theory
were used as a guiding instrument, as this seeks to direct its studies centered on the
human being. Ludotherapy proves to be a transformative instrument in this context,
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Alunas do 3º semestre, do curso de Psicologia da Faculdade Santíssimo Sacramento.
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as in addition to allowing a more pleasurable interaction between the child and the
psychotherapist, it brings at its core important contributions from several theorists
who have dedicated themselves to working with children over time. The case study
serves to exemplify how Ludotherapy is approached in the context of treatment and
the client's response to this model of psychotherapeutic intervention.
1. Entendendo o TDAH
O TDAH, consiste em uma desordem neuropediatrica caracterizada por uma
tríade de sintomas: desatenção, comportamentos impulsivos e hiperativos
manifestados de maneira desproporcional.
A hiperatividade tem sido extensivamente investigada do ponto de vista
daquilo que é o transtorno, com um interesse específico direcionado para os critérios
diagnósticos e a etiologia. Inúmeras pesquisas têm sido guiadas para encontras a
causa biológica específica que explique o déficit de Atenção e Hiperatividade
(TDAH), contudo , evidências conclusivas de lesão ou disfunção neurofisiológicos
são poucos substâncias e continua, incertas, conforme dito por Debroitner e Hart
(1997, p 2):
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KEITH CONNERS: Clínico, pesquisador, palestrante, autor, editor-chefe e administrador. Sua dedicação ao
estudo do TDAH e outros problemas de infância o impulsionou para escrever vários livros, artigos de revistas e
capítulos de livros com base em suas pesquisas sobre TDAH e distúrbios infantis. Ele é altamente reconhecido
no campo da psicologia por suas numerosas contribuições.
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2. Psicologia e a ludoterapia
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MELAINE KLEIN: foi uma das maiores psicanalistas da história, seguidora de Freud, com genialidade e amor a
verdade erigiu uma escola com pensamentos próprios e distintos . Suas teorias vieram de trabalhos com
crianças, são três pilares fundamentais da teoria Kleiniana, identificação do mundo interno e externo, medo de
aniquilamento e ansiedade depressiva infantil.
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CARL ROGERS: foi um psicólogo estadunidense atuante na terceira força da psicologia e desenvolvedor da
abordagem centrada no cliente.
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Além disso, Virginia Axline5 deu início aos estudos sobre a terapia não-diretiva
por brincadeira, modificando a abordagem de Rogers em uma técnica de terapia por
brincadeira mais apropriada para crianças.
Logo, a ludoterapia mostra-se como um mecanismo ideal para a criança dar
vazão aos sentimentos mobilizados pela forma que é tratada, além de ajudá-la em
seu processo de desenvolvimento. Os jogos e brincadeiras e as atividades lúdicas
como terapia, igualmente admite que a humanização sempre esteja presente,
embora seja direcionada para adultos ou crianças, constitui tudo àquilo que é
imprescindível para tornar o profissional da psicologia adequado à pessoa humana e
aos seus direitos. (AXLINE, 1982).
Na medida em que se adiciona a brincadeira ou jogos é importante deixar a
criança iniciar o jogo, mas, quando possível fazer incursões na confiança e permitir
que a criança com TDAH sinta altos e baixos de emoção, o psicólogo deve participar
do jogo e aceitar que ele tenha um alto nível de atividade. Não raro, alguns
profissionais começaram a ver o TDAH como um transtorno social. Assim, um jogo
ativo permite que as crianças criem competição e se revezem, fotografem e
trabalhem seu déficit social em um ambiente seguro e confiante. Isso significa que a
ludoterapia tem que ser centrada na criança. (AXLINE, 1998).
A maioria das crianças com idade inferior a dez anos, ao utilizarem atividades
lúdicas, sobretudo por meio de jogos e brincadeiras se comunica naturalmente
através do mesmo. As crianças geralmente não respondem às interações verbais e
não verbais com os adultos, mas, na ludoterapia centrada na criança, os adultos
respondem à escolha de jogo delas para ajudar que seja compreendida a
comunicação, buscando sensibilizá-las para o comportamento e as emoções,
trazendo um significado maior para o jogo. (SMENYAK, 2013)
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VIRGÍNIA AXLINE: foi uma psicóloga clínica reconhecida internacionalmente, sendo uma das pioneirismo
desenvolvimento da psicoterapia infantil.
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notável está em que na ludoterapia a relação é definida muito mais através de ações
do que das palavras. (ROGERS, 1942/2005, p. 94-95).
Por se tratar de um transtorno crônico, TDAH não tem cura, mas, sim,
tratamento para reduzir os impactos dos sintomas. No geral o tratamento é feito com
psicoterapia. Para crianças e adolescentes, o tratamento é multidisciplinar, com
diferentes profissionais de várias áreas, dependendo da demanda. O uso de
medicamentos também pode ser recomendado, devido ao seu alto nível de eficácia.
O terapeuta pode se utilizar dos dois tipos de métodos da ludoterapia: o não-
diretiva e diretiva.
Desenhos
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Faz de conta
O faz de conta pode ser explorado tanto com bonecos quanto com outras
brincadeiras imaginativas. Por imitar a vida real, o faz de conta deixa transparecer a
dinâmica familiar ou escolar, sendo possível identificar fatores problemáticos. Outro
aspecto desse tipo de brincadeira é a identificação de necessidades que não estão
sendo cumpridas na realidade.
Psicodrama infantil
Jogos
Construção de Situações-Problema:
São situações que podem ser elaboradas pelo terapeuta ou propostas pelo
jogo. Podem ser geradas a partir de questionamentos ou pedidos de justificativa
feitos pelo terapeuta acerca de determinada jogada efetuada, na qual se desafia a
criança a descrever o que a levou a jogar daquela forma e a pensar outras jogadas
possíveis para a mesma situação.
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Esses princípios procuram explicar por meio da relação que se constitui entre
a criança e o terapeuta. Existem alguns limites necessários para manter a segurança
física e mental da criança, o terapeuta visa auxiliar, através da atividade lúdica, que
a criança explore seu mundo emocional dentro do ambiente do processo ludo
terapêutico. (COLOVINI; BERTOLIN, 2010).
3. Estudo de caso
Ao final das sessões a mãe do paciente foi chamada para conversar sobre o
comportamento e para ser questionada se havia notado mudanças no
comportamento do filho. Ela relatou que ocorreram várias mudanças em seu
comportamento; tanto em casa quanto na escola ele está menos agressivo e já não
briga com o padrasto. Na escola, apesar de não estar tendo acompanhamento da
segunda professora, seu desempenho vem melhorando gradualmente. J. S. tem
recebido auxílio em sala de aula de um colega que lhe ajuda. Em casa, a mãe busca
auxílio de pessoas que possam ajudar o filho com as lições quando necessário. Está
sendo incentivado a ter mais iniciativa própria para que resolva seus problemas, sem
que outras pessoas os resolvam por ele. Até o momento da redação deste artigo, a
psicoterapia de J. S. continua em andamento. (Barreto e Martins [s.d]).
4. Considerações Finais
Assim, tem-se a pretensão que este artigo possa despertar estudos futuros e
a preocupação com tal problema, pois há muito que se fazer e descobrir em relação
a este assunto que assola muitas pessoas e prejudica o desenvolvimento da
aprendizagem das crianças, sobretudo àquelas que estão iniciando na vida escolar.
Referências