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MINICURSO ONLINE

Manejo Clínico em
Psicoterapia Infantil nos
Transtornos de Déficit de
Atenção e Hiperatividade e
Transtornos de Ansiedade

Facilitadoras: Fernanda Bittencourt (CRP 03/16360) e


Lorena Leite (CRP 03/13215)
TRANSTORNOS DE DÉFICIT DE
ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE

 Definição
 Quais são os tipos? Prevalência?
 TDAH e suas comorbidades
 Avaliação diagnóstica investigativa
 Possíveis intervenções: no setting terapêutico, fora do
setting, com os responsáveis e a escola e tratamento
psicofarmacológicos.
TDAH, DO QUE ESTAMOS
FALANDO?

 Trata-se de um transtorno neurocomportamental, ou


seja, engloba características comportamentais e
neurológicas.

 Os principais sintomas apresentados e centrais são:


Atenção, Hiperatividade e Impulsividade.

 A literatura atual, conceitua baseando-se em


evidências de um transtorno que envolve baixos
níveis de inibição e auto regulação.

 A maior prevalência encontra-se em crianças de idade


escolar, por justamente nesta fase a criança ser
exposta a estimulo que exijam da mesma maior
concentração, atenção e estimulação das funções
executivas.

 Os sintomas podem ou não ocorrer de forma regular


e na mesma intensidade. Varia a depender de cada
individuo e contexto apresentado.


TDAH, DO QUE ESTAMOS
FALANDO?

 Em relação as possíveis causas para o aparecimento


do transtorno ainda não são comprovadas, variando
em estudos voltados a genética, causas ambientais,
insuficiência de vitaminas.

 Sendo assim, o TDAH, refere-se a um transtorno


altamente multifatorial, ou seja, uma combinação de
fatores e agentes podem desencadear ou constituir o
individuo com TDAH.

 As principais características: Impulsividade, déficit de


atenção e hiperatividade.
TDAH, DO QUE ESTAMOS
FALANDO?

 Geralmente estes indivíduos apresentam dificuldade na


interação social (amigos de escola, professores e
familiares), outros ainda podem manifestar os
comportamentos chamados disruptivos
(comportamentos que atuam de forma prejudicial no
desenvolvimento do sujeito), como: agressividade,
impulsividade, ansiedade, mudança repentina de humor)
e apresentar os chamados sintomas exacerbados
(choro em excesso. vitimização, timidez excessiva,
dificuldade em lidar com perdas e frustrações).
 É válido ressaltar que a criança na condição de TDAH,
pode ser diagnosticada com outras comorbidades, tais
como, o TOD, disfunção de humor, TOC, depressão,
entre outras.
 Alguns sujeitos podem apresentar características de
hiperfoco ou superconcentração em determinados
objetos de interesses pessoal, o que é bem comum
dentro do quadro diagnóstico.
QUAIS SÃO OS TIPOS? PREVALÊNCIA?

 O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, é um


transtorno que acomete cerca de 5% das crianças e
adolescentes ao redor do mundo, sendo importante
ressaltar que, embora haja uma redução dos sintomas na
idade adulta a depender do tratamento recebido na
infância, apenas 15% apresentam remissão completa. O
diagnóstico é estabelecido a partir de uma avaliação
multiprofissional e olhar clínico. Os sintomas e tipos são
descritos nos critérios do DSM-5 , CID-11 que destaca a
lista de sintomas, prevalência e critérios para o enquadre
diagnostico.
 Nesse sentido, temos os seguintes tipos:

TDAH  TDAH DO TIPO DESATENTO

 TDAH DO TIPO
HIPERATIVO/IMPULSIVO

 TDAH DO TIPO COMBINADO


QUAIS SÃO OS TIPOS?
PREVALÊNCIA?

 Dentro desses subtipos , mencionados, a


LITERATURA ATUAL vem apontar e discorrer sobre
outros prejuízos considerados relevantes e
significativos na vida do individuo com o TDAH, os
mesmos referem-se:

 Prejuízos cognitivos
 Prejuízos motores
 Linguagem
 Disfunção corporal
 Incapacidade de concentração empregada nos
momentos adequados;

 Tais características, podem estar associadas a


comorbidades, segue abaixo um esquema que visa
demonstrar quais as principais comorbidades e
índices.
AVALIAÇÃO PARA O
PSICODIAGNÓSTICO

 A avaliação deve ser realizada a partir de um corpo


multiprofissional, onde cada qual irá avaliar os pontos
e questões que estão permitidos em seu
conhecimento profissional.
 O questionário denominado SNAP-IV, foi
construído a partir dos sintomas do Manual de
Diagnóstico e Estatística – IV Edição (DSM-IV) da
Associação Americana de Psiquiátrica. Tendo este
questionário, não suficiente apenas para fechamento
do diagnostico.
 Outros critérios que são exigidos para a obtenção do
diagnóstico, seria a validação das características,
seguindo o DSM-IV, bem como a intensidade e
frequência de tais sintomas. Em relação aos subtipos,
os mesmos são diagnosticados e enquadrados a partir
de observações e quantidade de manifestações
cotidianas.
INTERVIR PARA POSSIBILITAR

 ENQUANTO PROFISSIONAL:
Como já foi dito anteriormente, o trabalho a ser
desenvolvido com uma criança com TDAH, deve perpassar
o olhar multidisciplinar, e a criança estiver assistida de forma
adequada, as possibilidades de redução dos
comportamentos inadequados e atípicos são possíveis.
Portanto enquanto psicólogo é importante se atentar a
importantes aspectos centrais:
 Compreender o contexto dessa criança para pensar
possíveis intervenções e adapta-las da melhor maneira
possível.
 Conhecer acerca dos aspectos neuropsicológicos e dos
marcos desenvolvimento infantil, para elaborar propostas
que sejam adequadas a idade maturacional da criança.
 A psicoeducação e orientação para os pais, no intuito de
instrumentalizar os mesmos acerca da demanda
vigente é de suma importância. Se os pais/responsáveis
não compreendem a estrutura biológica e mental do seu
filho para que o mesmo apresente tais comportamentos,
não seria plausível estabelecer intervenções parentais.
 Literaturas atuais, apontam para intervenções pautadas em
planos psicossociais, ou seja, que envolvem a família, escola
e terapeuta.
POSSÍVEIS TRATAMENTOS

 A intervenção medicamentosa ajuda e auxilia no


tratamento em alguns casos, mas, deve ser combinado
com os outros tipos de tratamentos terapêuticos. O
tratamento, incluindo ou não medicamentos, deve ser
utilizado sob orientação médica, pelo período
suficiente até o controle dos sintomas, em alguns
casos, pode ser utilizado até a vida adulta.
 Geralmente os medicamentos são considerados a
variante de cada caso; além desses aspectos mais
voltados para o biológico, tratamentos que envolvem
a inserção social e desenvolvimento das habilidades
sociais também possuem grande aderência ao
tratamento.
 É válido destacar que, a medida que o sujeito com
TDAH passa da fase infantil para a fase adulta, a
ocorrência e características podem se modificar, em
maior ou menor grau a depender das intervenções
anteriores.
INTERVIR PARA POSSIBILITAR

 PRÁTICA INTERVENTIVA TERAPÊUTICA


 Possibilitar que a criança nas sessões exprima seus
sentimentos e emoções, afinal, lidar com frustrações e
perdas é um mecanismo difícil e que causa
desconforto social. Além disso, as crianças com TDAH,
em sua maioria, já vivenciam lidar com rótulos
negativos e de baixo encorajamento, o que reflete
em sua autoestima e autocontrole.
 O trabalho com crianças com TDAH, exige do
profissional algumas adaptações, seja elas na sala de
atendimento ou até na prática interventiva, ou seja, o
ideal é que seja uma sala com poucos estímulos
visuais e mais objetiva, bem como, adaptar o tempo de
sessão para que seja produtiva e não cansativa. Inserir
objetos pelos quais esta criança apresenta interesse e
que possa manter o foco para a produção de algumas
atividades e solicitações.
 Ao evidenciar alguma demonstração e rotina ou
alguma mudança no contexto e casa/escola, o ideal é
que seja demonstrada de forma visualizada e concreta,
as crianças com TDAH apresentam baixa habilidade
de memorização. Quanto mais breve e objetiva for o
pedido, melhor aceita e realizada será.
COMO PODEMOS CONTRIBUIR
COM A CRIANÇA?

 Através das intervenções no setting terapêutico;


 Utilização da psicoeducação e instrumentalização da
demanda;
 Orientação para os pais;
 Fomentando recursos e ferramentas que possam
auxiliar a criança com TDAH a desenvolver suas
atividades com maior autonomia;
 Ajudando a criança com TDAH a desenvolver
estratégias que ajude no controle da impulsividade ;
 Construção de rotinas funcionais, cronogramas que
vão corroborar na organização ;
 É importante orientar a criança a começar a
identificar suas limitações e seus pontos positivos,
quanto mais conhecimento de si o sujeito tem,
melhor ele poderá explorar suas habilidades.
E QUAIS RECURSOS PODEMOS
UTILIZAR?

 Quadros de rotina lúdico


 Quadro de horários flexíveis e dinâmicos
 Jogos da memória, tabuleiros e de disputa
 Quebra-cabeça
 Atividades de pareamento
 Contar histórias
 Mimicas
 Jogos de adivinhação
 Olho biônico
 Jenga
 Calendários/ tabuadas/painel do tempo
 Brinquedos de madeiras
 Brinquedos multifuncionais
 Experiências
 Ambiente com pouco estímulo visual
 Rodízio de brinquedos e recursos
ESTRATÉGIAS PARA O MANEJO
TERAPÊUTICO

• Através do contato com a criança, da anamnese bem


feita e alicerçada, é possível construir estratégias
voltadas para a individualidade de cada criança,
apensar do mesmo diagnóstico, o psicólogo precisa
ampliar seu olhar para além do TDAH, possibilitando
assim, que novas estratégias de intervenção sejam
construídas para minimização das demandas e bem
estar do paciente.Tais como:

• Observe o contexto familiar antes de incitar novas


mudanças na rotina e formas de praticas parentais;
• Identifique o etilo parental estabelecido para propor
novas formações de dialogo e vínculo;
• Ajudar os pais a observar seu filho e prevenir
comportamentos inadequados;
• Energia em grau intenso pode ser canalizada para
situações positivas;
• Quanto maior interesse, maior o foco;
• Habilidade voltada para a criatividade;
• Excelente raciocínio logico ( esportes);
• Descubra a habilidade que seu filho(a) possui;
• Não compare, nem rotule;
POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO PARENTAL

 Ao pensarmos em uma estruturação de atendimentos a


crianças com TDAH, precisamos estruturar um atendimento
que consigamos incluir os pais. Muitas vezes as orientações
aos pais são necessárias e fundamentais para resultados
positivos ao longo do processo, sendo estes, agentes
relevantes para a minimização dos sintomas que a criança
apresenta. Algumas solicitações dos responsáveis, se feitas de
forma inadequadas podem aguçar os sintomas e inserir novos
neste âmbito. Portanto, podemos sinalizar ações como:
 Reorganização da rotina
 Manejo e diferentes formas de inserir regras/limites
 Monitoramento e regulação dos comportamentos;
 Encorajamento e afeto;
 Estratégias que incluem jogos, tempo junto, quadros de
reforçadores positivos, estratégias na condução da fala.
 Antecipação de possíveis problemas/comportamentos
inadequados;
 Grupos de famílias com mesmo diagnóstico;
 Envolvimento da criança/adolescente na rotina e cotidiano
familiar.
 Pensar em inserir normas e regras curtas e claras, para que a
criança assimile melhor e consiga reproduzir o solicitado.
INTERVENÇÕES POSSÍVEIS NO
ÂMBITO ESCOLAR

 Como dissemos anteriormente, a prevalência de crianças


com TDAH é bastante considerável no contexto escolar,
visto que, ao adentrarem este âmbito as crianças iniciam
sua trajetória acadêmica e são exigidas das mesmas as
suas habilidades cognitivas e funções executivas
superiores, tais como: Atenção, memória, concentração.
Nesse sentido, ao psicólogo, é possível construir
intervenções que visem auxiliar o profissional educador
no manejo com essas crianças.
 Neste aspecto escolar, um dos maiores desafios dos
educadores, encontra-se interligado a fase do letramento,
pois o s sintomas decorrentes do TDAH, referem-se a
corpos que não param, e segundo Brown(2007), as
crianças diagnosticadas com apresentam, dentre os
comportamentos característicos elencados pelo DSM-IV
ligados à hiperatividade, frequente agitação de mãos e pés,
inquietação, excesso de movimentos em situações
inapropriadas o que traz para o corpo a instabilidade ou
má regulação das ações, característica do transtorno, o
que afeta o funcionamento de todas as outras funções
executivas relacionadas à cognição, incluindo-se aí, a
ATENÇÃO, tão importante nesse processo de adesão a
esta habilidade.
INTERVENÇÕES POSSÍVEIS NO
ÂMBITO ESCOLAR

Nesse sentido, podemos propor possíveis formas de


estruturação interventiva:

 Desenvolvimento de estratégias lúdicas de aprendizagem;


 Uso da atenção positiva;
 Orientações quanto à localização da criança em sala de
aula (próximo do professor);
 Organização do ambiente;
 Estabelecimento de uma rotina diária;
 Ordens objetivas e curtas;
 Tempo para descanso;
 Caminhos para significação do aprender;
 Identificar a metodologia que a escola propõe;
 Ter conhecimento científico acerca dos marcos de
desenvolvimento
 Informar acerca das funções cognitivas superiores e como
estas podem ser desenvolvidas em sala de aula;
 Informar sobre o TDAH;
 Adaptação escolar;
INTERVENÇÕES POSSÍVEIS NO
ÂMBITO ESCOLAR

Modelo de Registro Escolar:


 Sugerir que o professor responda o relatório
semanalmente e profissional avalie mensalmente.
RECURSOS PSICOMOTORES PARA O
DOMÍNIO DOS SINTOMAS TDAH

 Técnica de relaxamento
 Eutonia – A busca pelo conhecimento do corpo,
sensações, cheiros e sons.
 Dança
 Esporte
 Mímicas
 Equilíbrio com o corpo
 Ginástica cerebral para crianças
INDICAÇÃO DE LIVROS E
RECURSOS PARA INTERVENÇÃO
LÚDICA A CRIANÇAS COM TDAH
INDICAÇÃO DE LIVROS E
RECURSOS PARA INTERVENÇÃO
LÚDICA A CRIANÇAS COM TDAH
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE

 Diferenciando medo x ansiedade


 Componentes da ansiedade
 Etiologia dos Transtornos de Ansiedade na Infância
 Formas de avaliação
 Intervenções
MEDO X ANSIEDADE

 O medo prepara os indivíduos para uma resposta de


paralisia ou fuga. É uma emoção ligada ao presente,
diante de uma situação que representa um perigo real.

 A ansiedade representa uma preocupação


psicologicamente comprometedora que não prevê
perigo real. É como se o “alarme fosse pior do que o
fogo”.Trata-se de uma preocupação com algo futuro.

 Determinadas ansiedades e medos fazem parte da


faixa etária da criança.
COMPONENTES DA ANSIEDADE

 A ansiedade é composta por elementos fisiológicos,


cognitivos, comportamentais e emocionais.
 Estudos indicam que essas esferas de funcionamento
mudam quando as crianças ficam ansiosas.
 Dentre eles estão:
1. Componentes cognitivos: avaliação de situações e
eventos como um risco antecipado, previsões e
expectativas catastróficas.
2. Componentes fisiológicos: queixas corporais ou
somáticas, inquietações e aparente desconforto. Ex.:
dores estomacais, frequências cardíacas aumentadas,
sudorese e etc.
3. Componentes emocionais: preocupações,
irritabilidade, apreensão, pânico, medo.
4. Componentes comportamentais: evitação, roer
unhas, compulsões e hipervigilância.
TIPOS DE TRANSTORNOS DE
ANSIEDADE

 Transtorno de Ansiedade de Separação: Preocupação


irreal quando a ocorrência de danos, seja á criança ou
as principais figuras parentais, e que, de alguma forma,
resultaria no afastamento delas. É normal que bebês e
crianças em idade pré-escolar apresentem ansiedade
quanto a separação real ou ameaçada em relação as
pessoas com quem estabeleceram vínculos.

 Transtorno de Ansiedade Fóbico: temor marcante e


persistente de objetos e lugares específicos. Ex.:
animais, trovão, sangue e etc.

 Transtorno de Ansiedade Social: medo recorrente ou


persistente de e/ou esquiva de estranhos (adultos e
pares).A criança teme humilhação e vergonha.

 Transtorno de Ansiedade Generalizada: preocupações


excessivas, e incontroláveis quanto a uma variedade
de eventos futuros e passados, acompanhados por
sintomas fisiológicos.
ETIOLOGIA

 Alguns fatores de risco têm sido identificados para os


transtornos de ansiedade como:
 Estilos de apego inseguro
 Temperamento da criança
 Presença de transtorno de ansiedade nos pais
 Determinadas características dos estilos parentais,
como superproteção e comportamentos de evitação.
AVALIAÇÃO

 São utilizados diversos instrumentos para avaliar os


transtornos de ansiedade. Dentre eles, inclui-se:
a. Entrevistas;
b. Escalas de mensuração;
c. Questionários;
d. Observações.

 As escalas mais utilizadas são: RCMAS-2, MASC-2,


SCARED.
AVALIAÇÃO MÉDICA

 É indicado que o paciente passe por um pediatra com


o intuito de descartar uma doença física. Dentre os
benefícios de solicitar uma avaliação médica estão:

 Descartar hipótese física, poderá revelar outros


problemas físicos coexistentes que possam
intensificar os sintomas de ansiedade. Se a criança
estiver tomando medicamento, saber a influencia do
mesmo.

 Nos casos de ansiedade aguda, talvez seja necessário


trabalhar junto com este profissional no uso de
medicamentos.
INTERVENÇÕES

 É útil que o terapeuta tenha conhecimento dos


interesses da criança antes da primeira sessão. Saber
um pouco sobre ela demonstra que o terapeuta quer
conhecê-la.

 Psicoeducação sobre a ansiedade e o transtorno para


criança e os pais – sintomatologia, etiologia, relação
entre pensamentos e ansiedade.
 Exemplo de psicoeducação para crianças: através de
fantoches, livros com esse sentimento, peças de teatro
ou histórias como, “Você já observou como os
animais mostram seu medo, por exemplo, o pelo do
gato fica em pé ou um cão coloca seu rabo entre as
pernas. Mesmo os animais às vezes ficam nervosos ou
assustados.”
AUTOMONITORAMENTO

 Ensinar a criança a observar suas emoções, sinais


corporais, monitorar sua ansiedade, intensidade, seus
pensamentos e comportamentos.

 Dicas de recursos:
 Termômetros do medo;
 Diário para registrar o que aconteceu (situação), o
que pensou, o que sentiu, o que aconteceu com o seu
corpo e o que fez após isso;
 Desenho de um corpo, onde a criança pode pintar ou
marcar com um X onde sente ansiedade no seu
corpo;
 Balões do Pensamento – a partir de um desenho
onde a emoção evidente é o medo sendo
representado por uma figura como animalzinho, a
criança desenha balões de pensamento em volta, e
escreve o que ele estava pensando e o que pode ter
acontecido para ele pensar assim.
MANEJO DA ANSIEDADE

 Após identificar os sinais de ansiedade, ela poderá


aprender a manejá-los. A criança deve ser encorajada
a descobrir o que funciona para ela.

 ALIVIO IMEDIATO:
 Respiração controlada – ajuda a criança a retomar o
controle do próprio corpo por meio da concentração
no controle da sua respiração. ATIVIDADES: cheirar
flor e assoprar a velinha; respiração seguindo a
estrelinha; assoprando lentamente bolhinhas de sabão.
 Distração – afastar o foco da atenção dos sinais
corporais internos e redirecioná-los para estímulos
internos. ATIVIDADES: Descrever detalhadamente o
que está acontecendo a sua volta (cores, cheiro,
objetos, pessoas e etc), como se estivesse relatando
para uma pessoa que não enxerga.
 Jogos mentais – redirecionar atenção para atividades
neutras. ATIVIDADES: conte quantos carros tem com
a o inicio da placa K, diga seu nome de trás para
frente, conte quantas coisas na cor azul você ver.
MANEJO DA ANSIEDADE

 ALIVIO A LONGO PRAZO:


 ATIVIDADES:
 Vídeos de atletas relaxando, kit da calma (montar um
kit com tudo que deixe a criança mais calma), Pote da
calma.
 Programação/rotina com atividades físicas – vai
depender da realidade, disponibilidade de cada criança
e família. Pode incluir dança, organização do quarto,
por exemplo.
 Programação de atividades relaxantes: preparar uma
trilha sonora como músicas que acalmam, conversar
com amigo, brincadeiras e etc.
 Relaxamento muscular progressivo: ande como um
robô, depois como um boneco de pano.
 Imaginar um lugar relaxante. Descrever este lugar ou
desenhar e deixar em um lugar de fácil acesso.
APRIMORAMENTO COGNITIVO

 Ajudar a criança a identificar e testar suas cognições


que aumentam a ansiedade e desenvolver alternativas
que sejam mais funcionais.
 ATIVIDADES:
 Pensamento de lagarta x borboleta
 Encenações ou mimicas – o terapeuta imita uma
emoção, solicita que a criança diga o que ele está
pensando? O que aconteceu antes?
 Lista de pensamentos que ajudam x não ajudam
 Brincando de detetive – a criança ou o terapeuta traz
uma situação que gerou ansiedade, identificam juntos
os pensamentos associados a situação e
posteriormente buscam provas da sua veracidade.
 Entrevistando sua ansiedade.
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS E
EXPOSIÇÃO

 Foco no comportamento, aplicação das novas


habilidades aprendidas.
 ATIVIDADES:
 Definindo o problema – defina com a criança o
problema, pense nas possíveis soluções e as
consequências reais de cada uma, escolha a melhor
solução para o problema, e monte o passo a passo
para realizar.
 Escada da coragem – definir os degraus, pequenos
passos que podem ser dados até chegar ao último,
que seria a situação que causa mais medo. Como uma
hierarquia do medo
 Criar cartões de enfrentamento com criança – nesses
cartões podem constar o que ela aprendeu a fazer
quando se sentir ansiosa.
 Distintivo da coragem – lembrando os medos que já
enfrentou.
ENVOLVIMENTO DOS PAIS

 Os pais podem contribuir atuando durante o


processo como:

 Coterapeutas – desenvolvendo e apoiando a aquisição


de novas habilidades da criança (monitorando,
estimulando, reforçando o enfrentamento).
 Coclientes – onde o terapeuta abordará com eles os
comportamentos parentais que podem estar
contribuindo para o desenvolvimento e manutenção,
bem como orientá-los a manejar sua ansiedade.

 É interessante observar a necessidade de


encaminhamento em caso de ansiedade elevada.
INDICAÇÃO DE LIVROS E
RECURSOS PARA ANSIEDADE
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 CAMINHA, M. G. (2011). Treinamento de pais:


Aplicações clínicas. In Caminha, M. G, & Caminha, R. M.
(org.), Intervenções e treinamento de pais na clínica
infantil (pp. 89-119). Porto Alegre: Sinopsys Editora.
 FRIEDBERG, R.D.; McCLURE, J.M. A prática de clínica
de terapia cognitiva com crianças e adolescentes.
Porto Alegre:Artmed, 2004.
 MISSAWA, Daniela Dadalto Ambrozine; ROSSETTI,
Claudia Broetto. Psicólogos e TDAH: possíveis
caminhos para diagnóstico e tratamento. Constr.
psicopedag., São Paulo , v. 22, n. 23, p. 81-90, 2014.
 ROHDE, Luis Augusto et al . Transtorno de déficit de
atenção/hiperatividade. Rev. Bras. Psiquiatr., São
Paulo, v. 22, supl. 2, p. 07-11, Dec. 2000
 STALLARD, P. Guia do Terapeuta Para Bons
Pensamentos - Bons Sentimentos: utilizando a terapia
cognitivo comportamental com crianças e
adolescentes. Porto Alegre:Artmed, 2007.
 STALLARD, P. Ansiedade: terapia cognitivo-
comportamental para crianças e jovens. Porto Alegre:
Artmed, 2010.

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