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Ilustração, Iconografia
e Diagramação
Gabriela Naomi Umezu Oliveira
Luke Boaro Almeida Machado
Colaboração
Roselaine Pontes de Almeida
Brites, Luciana
Guia TOD / Luciana Brites . 1. Ed. – Londrina, PR : Editora NeuroSaber,
2021.
ISBN nº 978-65-89959-16-8
1. Neurodesenvolvimento 2. Transtornos 3. TOD. – Londrina (PR). I. Título.
Programa de abordagem
familiar
Um grande abraço,
Equipe NeuroSaber
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Sumário
TOD: da suspeita ao diagnóstico ......................................5
Abordagem terapeutica........................................................................20
Abordagem escolar.................................................................................30
Abordagem de manejo parental..........................................................47
Gestão de comportamento opositor................................................59
Estratégias associadas à prática.......................................................63
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TOD: da suspeita
ao diagnóstico
TOD: da suspeita ao
diagnóstico
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Programa de abordagem
familiar
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Programa de abordagem
familiar
São indivíduos muito otimistas e acreditam que todas suas atitudes estão
corretas, devem ser feitas da forma como eles querem. Ao mesmo tempo,
na hora de assumir responsabilidades, têm a tendência de fugir;
Mesmo que as pessoas ao seu redor façam tudo certo, mas não da forma
como ele gostaria, acabará considerando que foi uma atitude injusta.
Precisam se sentir resistentes e ter sempre razão, por mais que eles não
sejam tão resistentes assim. Alguns jovens opositores são frágeis por
dentro, depressivos, muito dependentes afetivamente e ainda assim acre-
ditam ser necessário manter o jeito “durão”;
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Programa de abordagem
familiar
Acham que são iguais aos seus pais e que possuem a mesma autoridade;
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Programa de abordagem
familiar
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Programa de abordagem
familiar
crianças entre 8-9 meses até aos 4 anos, nessa idade, a criança pode não saber
lidar com uma frustração ou outra e acaba reagindo de forma inadequada, fazendo
birra. Nesse caso, se o adulto ignorar o comportamento, a criança vai parar de agir
assim. A tabela a seguir possui todas as descrições relacionadas com birra infantil
e TOD a fim de fazer uma comparação.
Birra TOD
8 meses a 4 anos
Idade/Duração Acima dos 4 anos
de vida
Difícil, irritadiça,
Socialização com Não apresenta com problemas de
pares e cuidadores problemas relacionamento com
outras crianças
Problemas de sono
e de comportamen- Ausentes Comuns
tos
História familiar de
transtornos de com- Ausentes Comuns
portamento
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Programa de abordagem
familiar
O humor tende a mudar de uma hora para outra, mediante uma simples
e mínima frustração;
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Programa de abordagem
familiar
Tipos de prejuízos observados
Nível afetivo: os pais acabam achando que a criança/jovem não tem sentimento,
que não se importa com carinho, o que faz com que ele tenha baixa autoestima.
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Programa de abordagem
familiar
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Programa de abordagem
familiar
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Programa de abordagem
familiar
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Programa de abordagem
familiar
• Humor raivoso/irritável
- Com frequência perde a calma: indivíduo muito reativo, explosivo em sua maneira
de falar e de agir;
- Com frequência é sensível ou facilmente incomodado: se incomoda com comen-
tários simples, supervalorizando situações;
- Com frequência é raivoso e ressentido: leva tudo para o lado pessoal, tendendo a
reagir com raiva em situações com as quais não concorda.
• Comportamento questionador/desafiante
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Programa de abordagem
familiar
• Índole retaliativa
Visto isso, o ideal é tratar o TOD antes que ele chegue à adolescência, pois,
nessa fase, a situação tende a ficar mais crítica.
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Abordagem
terapêutica
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Programa de abordagem
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PARENT-
CHILD
PARENT POSITIVE
MANAGEMENT DEFIANT PARENTING THE
INTERACTION
TRAINING TEENS (DT) PROGRAM INCREDIBLE
THERAPY
(TRIPLE P) YEARS
(PCIT)
IDADE DA
2 – 7 ANOS 3 – 13 ANOS 13 – 18 ANOS VARIÁVEL VARIÁVEL
CRIANÇA
QUANTIDADE 14 A 17 10 A 12 4 A 12 12 A 20
10 SESSÕES
DE SESSÕES SESSÕES SESSÕES SESSÕES SESSÕES
Existem diferenças entre os tipos de terapias, sendo que algumas são di-
recionadas para crianças com menos idade e outras, para as com mais idade;
algumas necessitam de mais sessões que outras, com tratamentos de pais e filhos
juntos, enquanto outras necessitam de menos tempo durante a sessão, abordando
pais e filhos separadamente. A grande vantagem da terapia de manejo parental é o
índice de sucesso, que chega a 70%.
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Programa de abordagem
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Terapia familiar
A ideia central desta terapia é que se existe problema de comportamento al-
terando a dinâmica familiar, é preciso trabalhá-la para inibir o problema de compor-
tamento. Muitas vezes, uma família disfuncional precisa da alteração de dinâmica
e, para isso, é necessário que alguns meios, como os programas de enfrentamento,
sejam aplicados.
Alguns pais costumam ter o costume de discutir com o filho quando ele está
irritado, porém, isso é errado, pois é preciso dar o que é chamado de “time out”
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Programa de abordagem
familiar
(dar um tempo): deixar aquele momento passar e só depois ter uma conversa. É
muito importante a família harmonizar regras e rotinas e definir meios construtivos
para resolução de problemas, com discussões que podem levar a um avanço em
determinada situação, e não discussões que levam a brigas sem fundamento.
Sabendo os diferentes tipos de terapia que podem ser aplicadas, destaca-se
a importância de que as mesmas estratégias sejam utilizadas tanto na escola quan-
to em casa. Portanto, os profissionais da escola também precisam mudar seu jeito
de agir e de mediar ações com aluno TOD. Sendo assim, como conversar e abordar
crianças com TOD? As dicas a seguir são dadas por Lobo et al. (2011):
5. Use tom de voz decidido e sério para lidar com a criança, mas não
seja agressivo nem a humilhe.
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9. Não recue nem mude suas ordens no meio do caminho: a pior coisa
que pode acontecer na relação com o opositor são divergências ou in-
decisões.
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Programa de abordagem
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Apoio medicamentoso
O uso de medicações em indivíduos com TOD é feito para controle do com-
portamento explosivo diante de situações que normalmente ele não tolera. A me-
dicação faz com que o ambiente cerebral seja melhorado e o nível de tolerância
aumente. Existem 3 tipos básicos de medicação: estabilizadores de humor, antipsi-
cóticos e antiepilépticos.
70% das crianças com TOD possuem alguma outra comorbidade associada,
sendo mais comum o TDAH (50% dos casos). Portanto, é necessário tratar tanto o
TOD quanto as outras comorbidades. No caso da escola, é preciso que esteja apto
dar conceder adaptações, reforço escolar e motivação para realização das ativida-
des. Além do TDAH, existem outras comorbidades mais comuns, como: transtorno
bipolar, autismo, deficiência intelectual, distúrbios do sono, transtornos depressivos
e transtornos de ansiedade. De toda maneira, em cada um desses casos deve ser
feito o uso de diferentes medicamentos, terapias específicas e ajustes ambientais
de acordo com o diagnóstico.
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Abordagem
escolar
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Programa de abordagem
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Comportamento: é nesse quesito que a criança com TOD tem mais dificul-
dade, pois os aspectos comportamentais influenciam no rendimento esco-
lar. Esse aspecto também está relacionado a: trabalhar em grupo, conversar
com os colegas e professores etc.
Pré-requisitos: uma criança com 6-7 anos já deve ser capaz de ir ao banhei-
ro sozinha, por exemplo. É preciso observar se ela tem o desenvolvimento
de acordo com sua idade. A aprendizagem escolar depende de pré-requisi-
tos e, por isso, precisamos estar atentos às lacunas que a criança possa ter.
Autorregulação
Sabe-se que existe uma correlação muito grande entre TDAH e TOD, por isso,
é importante entender essa questão da autorregulação, afinal, é a partir daí que os
paradigmas que existem dentro da escola são quebrados.
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Programa de abordagem
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A teoria do apego diz respeito à necessidade inata que a criança tem de ser
cuidada, logo, a afetividade é tão importante quanto comer e dormir. O apego afeti-
vo é extremamente importante nos primeiros meses de vida da criança. Essa teoria
mostra , ainda, que, quando uma criança chora e logo depois recebe afago, ela co-
meça a trabalhar a questão dos neurotransmissores, pois percebe que há alguém
para cuidar dela. Quando isso acontece, o cérebro desenvolve mais segurança, o
que é importante para o cérebro.
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Programa de abordagem
familiar
1. Regulação cognitiva
2. Regulação emocional
3. Regulação comportamental
Regulação cognitiva
Pode também ser denominada de “controle cognitivo” e consiste na habilida-
de de reter mentalmente e manipular informação (memória de trabalho) e a habili-
dade de resistir à tentação de fazer algo (controle inibitório). O funcionamento exe-
cutivo inclui o uso de reflexão, competência e independência em completar tarefas
e resolver problemas. Logo, a regulação cognitiva faz com que a pessoa seja capaz
deparar, prestar atenção, entender as coisas e refletir como determinado problema
será resolvido, ter a capacidade de se colocar no lugar do outro etc.
A regulação cognitiva envolve, portanto, relevantes mecanismos neurocogni-
tivos, como: atenção, inibição, compartilhamento de tarefas e memória de trabalho.
Quando uma pessoa está fazendo uma leitura, por exemplo, ela lê ao mesmo tempo
que as informações são processadas pelo cérebro - esse processo é chamado de
memória de trabalho – a informação não fica na memória de curto e longo prazo,
mas fica armazenada para ser usada enquanto a leitura está sendo feita.
Sendo assim, a regulação cognitiva consiste em organizar as informações e
pensar em tudo isso de forma racional. Em indivíduos com TOD, isso não aconte-
ce. Afinal, por mais que alguém explique uma determinada situação, a criança não
entende o que está acontecendo ao seu redor, pois está focado naquilo que lhe
interessa. Da mesma forma, a criança com TOD apresenta dificuldades na escola
pois esse ambiente exige regulação cognitiva.
Pesquisas mostram que crianças com níveis mais baixos de autorregulação
têm pais com menos níveis de parentalidade positiva, e podem apresentar mais
problemas de comportamento externalizantes. Por outro lado, quando há parenta-
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Programa de abordagem
familiar
Regulação emocional
Envolve as habilidades e estratégias para manejar, modular e inibir a questão
emocional para dar suporte às questões sociais. Então, a criança pode se sentir
triste e brava, mas deve se autorregular para não reagir a isso com mau compor-
tamento. A regulação emocional consiste em tratar essas questões, para que a
criança seja capaz de se relacionar com outras pessoas de forma adequada.
Pesquisas mostram que, já no primeiro ano de idade, é possível perceber a
regulação da emoção. Com 6 meses, a criança já apresenta alegria, tristeza, raiva,
surpresa etc. O marco da autorregulação na fase pré-escolar envolve o controle do
egocentrismo, que ocorre quando a criança acredita que todas as coisas aconte-
cem em torno dela.
As crianças tendem a apresentar dificuldade de sentir empatia pelos ou-
tros, por isso, é necessário exercitar essa prática em situações vividas pela própria
criança. Por exemplo: pedir que divida brinquedos com colegas, ler histórias res-
saltando momentos de tristezas que as personagens apresentam etc.
Regulação comportamental
Caracteriza-se pelas habilidades de controlar e manejar seu próprio compor-
tamento, que é obedecer à demanda e à direção de adultos, controlar respostas
impulsivas, engajar-se em atividades específicas. No dia a dia, observa-se a regu-
lação comportamental em uma criança que precisa se sentar para ouvir histórias
de livros ou andar sem correr. Uma das maiores dificuldades para as crianças
com TOD é quando os adultos dizem alguma coisa e elas não são capazes de se
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Programa de abordagem
familiar
antecipar, querendo fazer do jeito delas e na hora que quiserem. Elas têm muita
dificuldade em gerenciar o comportamento, as emoções, em prestar atenção e se
lembrar das coisas. A criança com TOD também tende a ter dificuldade em cumprir
demandas, ter empatia e ser resiliente.
Sendo assim, é importante destacar que todas as esferas estão juntas e aca-
bam se influenciando. Portanto, é impossível separar o cognitivo do emocional e do
comportamental, já que estamos tratando de um sujeito social.
A primeira coisa para melhorar as estratégias de abordagem comportamen-
tal é fazer com que o professor entenda que o comportamento surge a partir de
uma questão social e verificar o motivo pelo qual a criança age daquela forma, sa-
bendo que uma criança com TOD apresenta muitas alterações nesse eixo, já que
não consegue parar para pensar nas suas atitudes.
O gerenciamento de comportamento está relacionado às questões preventi-
vas, bem importantes na escola, ou às intervenções corretivas (depois que acon-
tece a ação). Na escola, o ideal é começar com o trabalho de prevenção, criando
ambientes que não sejam propícios para maus comportamentos.
As crianças com TOD têm muita dificuldade para corrigir erros e, para elas,
é um grande desafio conviver com eles. Uma estratégia preventiva, nesse caso, se-
ria a promoção de atividades em que ela tenha mais acertos do que erros, já que
acertar a deixará mais motivada para aprender. Portanto, sempre que possível, o
professor deve dar preferência à qualidade e não à quantidade de exercícios reali-
zados, de modo a evitar que o aluno erre e tenha que apagar/repetir atividades. Já
as ações corretivas estão relacionadas a comportamentos inadequados.
As pesquisas realizadas nos últimos 40 anos demonstram que os professo-
res que administram suas salas de aula efetivamente realizam mais intervenções
do que seus colegas. É importante, portanto, entender o que levou o aluno a ter
tido comportamentos explosivos, de modo a prevenir que isso se repita. Assim, os
professores pode intervir antes de surgirem maiores problemas.
O gerenciamento de comportamento pode ser considerado como um siste-
ma de engrenagens, com intervenções preventivas e corretivas. Em primeiro lugar,
devem ser realizadas as preventivas, de forma a estimular comportamentos positi-
vos, e, posteriormente, são realizadas intervenções corretivas , se algum compor-
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Intervenções preventivas
Ao administrar um comportamento, os professores devem se concentrar prin-
cipalmente na questão da prevenção. Knoster (2008) discute a regra 80/20 para
ilustrar o fato de que 80% das intervenções dos professores devem ser preventivas,
enquanto 20% devem ser corretivas. Para fazer uma abordagem preventiva, os pro-
fessores devem:
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tudes para a criança com suas próprias atitudes, informando-a quando algo errado
for feito e reforçando sempre as atitudes positivas. Quanto mais o comportamento
positivo for reforçado na sala de aula, mais facilmente os alunos entenderão o que
se espera deles.
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- Alunos com TDAH e TOD podem precisar rever rotinas com frequência e receber
instruções ilustradas do que faz parte do seu cotidiano ou, no caso de alunos mais
velhos, listas de checagem de ações. Por isso, é necessário que sejam criadas ro-
tinas para o desenvolvimento de tarefas em sala de aula, para pedir ajuda, solicitar
material etc.
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Contrato comportamental
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Abordagem emocional
O principal é não brigar e não discutir. Usar frases como “eu posso ver o
quanto você está triste por ter ficado em segundo lugar, eu entendo isso, mas você
ainda tem boas razões para se orgulhar do que fez” em vez de dizer como ele deve-
ria se sentir. Após a criança se acalmar, é importante mostrar a ela o que aconteceu
e ajudá-la a descobrir uma maneira melhor de lidar com essa emoção.
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Abordagem cognitiva
Instrução explícita:
uma estratégia de ensino em leitura, escrita e matemática
para alunos com dificuldade de aprendizagem
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Pais: são o pilar fundamental no processo de inclusão. São eles que irão
fazer a ponte de ligação do profissional e da escola. Além disso, deve-se levar em
consideração que eles também podem apresentar algum transtorno.
Profissionais: os profissionais devem fornecer relatórios (diagnósticos, in-
tervenções, comorbidades, medicações, calendário de consultas) e manter comu-
nicação regular com a escola. Além disso, devem dar orientação e respaldo legal,
colaborando com o tratamento.
Professores: devem ser capacitados junto com toda a comunidade escolar,
ter acesso a todos os dados do aluno, conhecer o transtorno, ter respaldo da famí-
lia e dos profissionais, deter um plano definido da aula, fazer adaptações curricu-
lares e manter registro constante de aspectos legais e pedagógicos.
Portanto, as funções executivas devem ser feitas com bom nível de moti-
vação. Se esse nível estiver muito baixo, o esforço e o nível de vigilância cairão e
resultarãoem baixo rendimento. Diante disso, é necessário trabalhar a motivação,
mostrando o interesse e o valor que as coisas têm, apresentando no começo da
aula o porquê do assunto e priorizar um processo de aprendizagem mais dinâmi-
co. Além disso, é importante enfatizar que uma criança com TOD nunca deve ser
deixada ociosa, pois, nesse tempo, a chance de ela apresentar uma dificuldade
comportamental é maior.
Algumas atividades para aumentar a motivação, interesse e valor são:
- Utilização de ritmos e melodias com instruções apresentadas visualmente.
- Uso de computadores e desenvolvimento de atividades de “colocar a mão
na massa”.
- Opção de cantinhos e áreas de estudo.
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- Exercícios de relaxamento/alongamento.
- Atividades de tarefas mais curtas.
- Apresentação de trabalhos orais.
- Desenvolvimento de habilidades de escrita no teclado.
- Atividades com tipos variados de papel.
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Abordagem
de manejo
parental
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e e
Portanto:
- Quanto mais afeto e mais controle: pais autoritativos
- Quanto menos controle e mais afeto: pais permissivos
- Quanto menos controle e menos afeto: pais negligentes
- Quanto menos afeto e mais controle: pais autoritários
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Parentalidade autoritária
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Parentalidade permissiva
Parentalidade negligente
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Parentalidade negligente
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ser do estilo autoritativo é preciso ter alto nível de afetividade e alto nível de
controle, mas para exercer o estilo podem ser aplicadas diferentes práticas
conforme a personalidade individual de cada um.
Práticas positivas
- Monitoria positiva: conjunto de práticas parentais que envol-
vem atenção e conhecimento dos pais acerca do local onde o filho se
encontra e das atividades que são desenvolvidas por ele. Exemplo:
estabelecer regras, relacionamento estreito entre os membros da
família e com os amigos, monitoramento e estimulação de regula-
ção emocional dos filhos.
- Comportamento moral: envolvem a introdução de repertó-
rios comportamentais de seguimento de regras, valores, moralida-
de, justiça, solidariedade, empatia social, honestidade, altruísmo.
Exemplo: comportamentos morais transmitidos aos filhos pelos pais
por meio de seus próprios comportamentos; diálogos referentes a
temas como justiça, generosidade, empatia; comportamento moral
em relação a sentimento de culpa, vergonha, ações honestas e ge-
nerosas.
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Práticas negativas
- Negligência: ausência de supervisão e interesse dos pais em
relação à vida de seu filho. Os pais agem como espectadores e não
participantes da educação, sendo que essa situação pode se carac-
terizar por falta de atenção, descaso, omissão.
- Disciplina relaxada: não cumprimento de regras estabeleci-
das.
- Monitoria negativa: excesso de fiscalização da vida dos filhos
e grande quantidade de instruções repetitivas.
- Abuso físico: o uso da força física para corrigir ou controlar
um comportamento.
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Gestão de
Comportamento
Opositor
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Estratégias
associadas à
prática
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Conscientização
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por esse motivo, eles devem ser tratados como sistemas reguladores de atitu-
des.
Estudos mostram que os tratamentos mais eficazes para TOD estão as-
sociados ao treino parental, tornando-os mediadores na regulação do com-
portamento dos filhos. Por isso, os pais devem ter conhecimento sobre o trans-
torno, sobre os estilos parentais e, também, conhecer as ferramentas que são
facilitadoras no manejo do TOD, para que o tratamento seja eficaz. A atuação
dos pais servindo como modelo é uma das estratégias mais fortes existentes,
dado que a forma como a criança age é diretamente determinada por aquilo
que ela vê.
Desse modo, quanto mais cedo instrumentalizar a figura dos pais no tra-
tamento de uma criança com TOD, após a identificação de alterações de com-
portamento, a tendência é obter um melhor desenvolvimento, prognóstico e
melhores resultados de tratamento. Então, mais do que o que fazer, é preciso
saber como fazer. E este deve ser coerente e consistente, não só um repetidor
de ideias.
Regulação
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Metacognição
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Existem instrumentos simples que podem ser utilizados no dia a dia para
trabalhar a questão de metacognição dentro de cada um dos itens citados
anteriormente. As experiências prévias estão relacionadas com os momentos
em que a criança já presenciou ou presencia e, a partir disso, transformam-se
em elementos metacognitivos. Por isso, o primeiro ponto importante é a ques-
tão de modelos. Os pais/educadores podem usar a si próprio como modelo e
exemplo como uma estratégia de ação, explicando para a criança uma situa-
ção que ocorreu e como é possível sair dela sem maiores prejuízos. A chance
dela entender de maneira efetiva essa situação é maior quando existe um vín-
culo afetivo, já que, durante a explicação, o adulto deve explicar com calma,
com tom de voz adequado. Também podem ser aproveitados aqueles modelos
que foram observados visualmente em livros, desenhos, filmes etc.
Um dos treinos parentais que pode ser aplicado no ambiente do consul-
tório é trabalhar, durante 14 sessões, questões embasadas em um filme infan-
til, por exemplo. A estratégia baseada no filme pode ser usada para consoli-
dação do treino parental. Esse treino é conhecido como Promove, que consiste
em um manual para pais e crianças em que a ideia é trabalhar habilidades
sociais. Porém, essa ferramenta é para profissionais e, por isso, não deve ser
utilizada pelos pais.
Deste modo, ao discutir sobre o filme, quando a criança visualiza e se
identifica com algum personagem, é possível que ela consiga absorver os
comportamentos de uma maneira adequada. Esta estratégia baseia-se em
uma ideia de reflexão, conversa, argumentando sobre as causas e consequên-
cias a respeito das atitudes dos personagens.
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Mentalidade de crescimento
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víduos com TOD, pois qualquer situação diferente faz com que essas pessoas
ajam com extrema intensidade devido a um sistema emocional muito reativo.
Nem sempre é fácil buscar mecanismos de regulação, fazendo necessário a
existência de uma estratégia imediata que ajude a descarregar a tensão para
então, depois, buscar os demais mecanismos.
Existem várias propostas diferentes que auxiliam na forma de regulação
emocional, mas todas elas partem de uma ideia de 3 pontos comuns: consci-
ência, reflexão, ação.
Ter consciência é entender o que está acontecendo consigo mesmo. A
primeira descarga é fisiológica, pois a emoção não aceita disfarce. Quando
a emoção chega, existe um sistema cerebral que codifica os sentimentos e
dispara respostas coligadas com essa percepção emocional. As 5 emoções
básicas são: alegria, raiva, medo, nojo e tristeza. Cada uma dessas emoções,
ao ser percebida, acarreta uma descarga física diferente.
A partir do momento em que o indivíduo tem um desconforto, é neces-
sário que este tenha consciência disso e que exista a capacidade de entender,
nomear e refletir um pouco mais a respeito. Nesse ponto de reflexão, ao codi-
ficar o sentimento, o indivíduo deve pensar que desconforto é esse, o que está
sendo o causador e quais são as estratégias que vão ser utilizadas para lidar
com isso. Ou seja, nesse momento, o último ponto é agir. Se, no momento da
reflexão, o indivíduo elaborar um pensamento mais efetivo, possivelmente a
ação será mais preponderada no final. Se, de alguma forma, o sistema falha
no sentido da reflexão, a ação será inapropriada.
Deste modo, quando ocorre um desconforto devido a uma emoção ne-
gativa e o sistema de codificação é ativado, resulta em uma reflexão em bus-
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Ao falarmos da questão social, algo que precisa ficar muito claro é que,
para quem tem TOD, por conta da extrema reatividade que se apresenta devi-
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Por fim, as ideias apresentadas neste módulo foram baseadas por meio
da literatura e da experiência clínica e consistem em ferramentas que se mos-
tram efetivas. Agora é preciso juntar todos essas práticas no dia a dia para
fazer o bem acontecer. Adultos nessa proposta efetiva, motivada, estruturada
e organizada são grandes meios para que as crianças possam alcançar a sua
finalidade de crescer de maneira eficiente.
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Desafios
da família
moderna: amor
com limites é
possível?
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Esta frase foi dita há 2 500 anos e até hoje a grande maioria das pessoas
ainda não aprendeu como fazer isso. Mas por quê? Porque educar não é fácil
e não existe receita para isso.
O que se observa é que antigamente existiam muitas brincadeiras de
rua, ao final do dia as crianças chegavam em casa e a única opção válida se-
ria escovar os dentes e dormir; hoje em dia, a oferta é maior que a demanda,
ou seja, o número de jogos disponíveis é enorme. Por isso, por mais que se sai-
ba que hoje as crianças têm muito mais coisas do que existia no passado, es-
tas mesmas crianças também deixam de ter mais coisas, apresentando mais
frustrações. Diante disso, é preciso que se estabeleçam limites e estratégias
para lidar com a grande oferta maior do que a possibilidade que se tem na
vida.
Atualmente, se criou a ideia de uma busca pelo prazer imediato e cons-
tante, causando dificuldades para aceitar limites e suportar frustrações. Não
há problema algum em chorar e sentir dor, pois esses sentimentos são nor-
mais e inerentes ao ser humano.
Uma criança só vai aprender a suportar frustrações quando houver a
imagem de um adulto que saiba fazer o mesmo. A sociedade moderna, hoje,
não suporta a dor e não ensina a lidar com a dor. Uma pesquisa (RUTGEN
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et al., 2015) muito interessante foi realizada para analisar pessoas e verificar
quando elas se posicionavam em situações de empatia. Os pesquisadores dis-
ponibilizaram figuras e as pessoas deveriam explicitar os sentimentos a partir
daquelas imagens.
Verificou-se que, quando as pessoas se compadecem por alguma situ-
ação, a área do cérebro é a mesma que seria ativada se aquela dor estivesse
sendo sentida pelo indivíduo. Portanto, foi concluído que as pessoas só são
capazes de sentir empatia se elas estiverem sentindo dor. Aí está o grande
perigo em “mimar” demais as crianças e fornecer reforços negativos, pois se
uma criança nunca passar por uma situação de sofrimento, provavelmente
ela jamais conseguirá ser capaz de sentir empatia por alguém que sofre.
O sistema límbico
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1. O comportamento disruptivo
2. A função do comportamento socialmente inadequado
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3. Estratégias de intervenção
É muito comum que os pais tenham dúvidas quanto ao modo como se
deve lidar com uma criança que está tendo comportamentos inadequados,
como quando a criança se joga no chão, se bate ou chora. A forma como a
criança está se comportando é chamada de topografia do comportamento.
Entretanto, para que se trace uma estratégia efetiva para lidar com isso é
preciso entender a função da conduta da criança. É preciso entender a dife-
rença entre o comportamento disruptivo e estratégias de chamar atenção ou
esquivar-se de determinada atividade, por exemplo.
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Referências
jcpp.12381/epdf.
clusão de Curso).
gest that empathy for pain is grounded in self pain. Proceedings of the
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Programa de abordagem
familiar
n. 2, p. 215-240, 1994.
95
MUITO OBRIGADO
ABRAÇOS, EQUIPE NEUROSABER!