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Dessa forma, os critérios que precisam estar presentes para se der o

diagnóstico de Transtorno Opositivo-Desafiador são:

A. Ter um padrão de comportamento negativista, hostil e desafiador


por pelo menos 6 meses. Durante esse padrão, 4 ou mais das
seguintes características precisam estar presentes mais vezes do
que em crianças de idade semelhante:
 Perder a calma com frequência;
 Discutir com adultos com frequência;
 Desacatar ou se recusar a obedecer pedidos ou ordens de
adultos muitas vezes;
 Ter um comportamento que incomoda de propósito várias
vezes;
 Frequentemente colocar a responsabilidade nos outros pelo
seus atos;
 Se irritar com facilidade em diversas ocasiões;
 Ficar com raiva e ressentido;
 Ser rancoroso ou vingativo.
B. Um dos comportamentos acima influencia de forma negativa e
significativa nas relações com as pessoas, na escola ou no trabalho.
C. O comportamento acontece fora de um transtorno psicótico ou de
humor.
D. Não tem diagnóstico de Transtorno de Conduta nem de Transtorno
de Personalidade Antissocial (depois dos 18 anos).

Portanto, se a pessoa tiver os critérios A, B, C e D ela é diagnosticada


com TOD.

Em que consiste a “Escala de avaliação de transtornos de comportamento disruptivos para


pais e professores”
Primeiramente, faz-se necessário dizer que não se trata de um teste propriamente dito, mas
de uma escala de avaliação, como o próprio nome indica. Note-se que a vantagem de poder
ser preenchida entrevistando-se pessoas diferentes é que se torna possível comparar as
visões que estas têm de uma mesma criança em ambientes diferentes, o que pode trazer
informações interessantes para o psicopedagogo. A entrevista feita pelo psicopedagogo é
mais interessante que entregar o formulário aos responsáveis ou professores para o
responderem em casa. Assim, observa-se e avalia-se também a hesitação que pode ocorrer
diante dos questionamentos, “caras e bocas” que são feitas ao se responder ao que é
perguntado.
O material compõe-se de um vídeo explicativo e de duas escalas: uma que avalia três
distúrbios: TDAH, TOD e TC (Transtorno de Conduta) e outra que avalia, especificamente,
o TOD.
(Observação: Conferi há pouco se já tem mais alguém acordado e acompanhando, mas
ainda ninguém leu as mensagens; por isso vou continuando, considerando, como disse, que
tenho um compromisso. No entanto, se algum colega começar a ler e quiser interromper,
fique à vontade. Calculei o tempo que teria contando com alguma interação.)
4. Relação do TOD com outros tipos de comportamento.
Normalmente, trata-se de uma comorbidade. A associação com TDAH é frequente em 50%
dos casos, segundo estudos. Também pode ocorrer associação com TEA ou transtorno de
humor bipolar.
5. Validade da aplicação da escala para identificação do TOD
Como qualquer outro instrumento, trata-se apenas de MAIS UM instrumento para
identificação do TOD. É sempre aconselhável que o diagnóstico seja feito por uma equipe
que tenha representantes de áreas diversas, que se complementam: psicopedagogos,
psicólogos, neuros. A escala servirá para encaminhamento do aprendente a esses
profissionais.
6. Em que consistem as escalas
Como já afirmado, há duas escalas. Falarei de cada uma separadamente.
Primeira escala:
A primeira escala – que traz itens referentes ao TOD, TDAH e TC – contém 45 afirmativas.
Cada uma delas relacionada a um transtorno específico. A cada um desses itens devem ser
dadas notas de 0 a 1, conforme as observações correspondam a Nada (0), Pouco (1), Muito
(2), Demais (3)
O item 1 da escala, por exemplo, traz a seguinte afirmativa: “Frequentemente interrompe ou
se intromete nas atividades dos outros (em geral, as conversas ou atividades lúdicas e
jogos). Esse é um comportamento típico de quem tem TDAH. Já o item 3, “Frequentemente
argumenta desnecessariamente com adultos”, traz uma característica própria de quem tem
TOD.
Note que os itens não são igualmente divididos por transtornos, ou seja, não há número
igual de itens que se referem a cada um dos transtornos verificados nela.
É importante ressaltar que, como se trata de uma escala que foi traduzida, segundo seu
tradutor, sem adaptações, alguns desses itens podem não refletir a realidade brasileira (a
meu ver, pouquíssimos e, portanto, insuficientes para desmerecer o valor do instrumento).
A entrevista é feita mesmo através de conversa. Os itens são de fácil entendimento, mas
nada impede, se for necessário, que o psicopedagogo explique algum que possa trazer
dificuldade de entendimento. (Por isso, a meu ver, a necessidade de preenchimento
presencial.) Não existe a possibilidade de meio termo, portanto, os pais e professores
entrevistados devem se decidir por que nota dar (mais uma vez, a meu ver, sem
interferência de quem aplica).
Segunda escala:
A segunda escala se refere apenas à identificação de traços de TOD. Trata-se da DBDSPI –
Disruptive Behaviour Disorder Structure Parent Interview – ou Entrevista Estruturada para
Transtornos Disruptivos para Pais. É composta de 9 itens que serão avaliados em situações
específicas, como “se não apresentam razão aparente”, “se ocorrem após comandos ou
desacertos com seus pais”, seus pares, outras pessoas, e avaliados em “não sei”, “nunca”,
“pouco”, “bastante” e “demais”. Para serem preenchidos, deve-se levar em consideração a
observação de padrão negativista, desafiador nos últimos seis meses. Exemplificando: O
primeiro item é o seguinte: “1.Frequentemente perde o controle e tem temperamento
explosivo.” O entrevistado deve dizer se isso não ocorre, se ocorre pouco, muito ou
bastante, considerando 7 situações diferentes: isso ocorre por nenhuma razão aparente? isso
ocorre após comando ou desacerto com seus pais? Isso ocorre após comando ou desacerto
com seus professores? Com os pares? Com os irmãos? Com qualquer pessoa? Quando se
frustra ou perde?
Apesar de ser originalmente dirigida apenas aos pais, analisando seus tópicos, verifica-se
que pode ser feita também com professores. Como o nome indica, deve ser feita uma
entrevista. Mais uma vez, não há problema em o aplicador explicar os itens se necessário,
não interferindo, obviamente, nas respostas do entrevistado.
7. Avaliação das escalas:
Escala 1: não há de se contar pontos, mas de se verificar o quadro que se apresenta: a
criança tem mais traços de TDAH, TOD ou TC? Esses aspectos são mais comuns em casa
ou na escola? Ou nos dois ambientes da mesma forma? Sendo em um ou outro, o
psicopedagogo poderia partir para investigar o porquê de as manifestações serem diferentes.
Além disso, no caso de o TDAH ser o mais forte, por exemplo, o trabalho do
psicopedagogo já terá um direcionamento, apesar de, como já afirmado anteriormente, a
escala em si não é suficiente para dar um diagnóstico, mas pode sustentar teses,
observações, laudos. Mais uma vez, observa-se que a escala também servirá para
encaminhamento da criança para outros profissionais – no caso, principalmente, de se
verificarem o TOD ou o TC como mais fortes.
Escala 2: Se, depois de avaliados os nove aspectos, observar que pelo menos quatro deles
foram marcados como “muito” ou “bastante”, haverá uma sinalização de que,
possivelmente, há a presença de TOD e, então, será o caso de encaminhar essa criança para
outros profissionais, incluindo as duas escalas aqui estudadas.

Tabela 1 – Critérios Diagnósticos do mexe na cadeira


(b) freqüentemente abandona sua cadeira em sala
TDAH segundo o de
DSM-IV aula ou outras situações nas quais se espera
A. que permaneça sentado
Ou (1) ou (2) (c) freqüentemente corre ou escala em demasia,
(1) seis (ou mais) dos seguintes sintomas de em s
desate ituações nas quais isto é inapropriado (em
nção persistiram por pelo menos 6 meses, em adolescentes e adultos, pode estar limitado a
grau mal-adaptativo e inconsistente com o nível de sensa
desenvolvimento: ções subjetivas de inquietação)
Desatenção: (d) com freqüência tem dificuldade para brincar ou
(a) freqüentemente deixa de prestar atenção a se envolver silenciosamente em atividades de
detal lazer
hes ou comete erros por descuido em atividades (e) está freqüentemente "a mil" ou muitas vezes
escolares, de trabalho ou outras age
(b) com freqüência tem dificuldades para manter a como se estivesse "a todo vapor"
a (f) freqüentemente fala em demasia
tenção em tarefas ou atividades lúdicas Impulsividade:
(c) com freqüência parece não escutar quando lhe (g) freqüentemente dá respostas precipitadas antes
di de as perguntas terem sido completadas
rigem a palavra (h) com freqüência tem dificuldade para aguardar
(d) com freqüência não segue instruções e não su
termi a vez
na seus deveres escolares, tarefas domésticas (i) freqüentemente interrompe ou se mete em
ou deveres profissionais (não devido a assunto
comportament s de outros (por exemplo, intromete-se em
o de oposição ou incapacidade de conversas ou brincadeiras)
compreender instruções) B.
(e) com freqüência tem dificuldade para organizar t Alguns sintomas de hiperatividade/impulsividade
arefas e atividades ou
(f) com freqüência evita, antipatiza ou reluta a en desatenção que causaram prejuízo
volver-se em tarefas que exijam esforço mental estavam presentes antes dos 7 anos de idade.
constante (como tarefas escolares ou deveres de C.
cas Algum prejuízo causado pelos sintomas está
a) presente
(g) com freqüência perde coisas necessárias para em dois ou mais contextos (por
ta exemplo, na escola [ou trabalho] e em casa).
refas ou atividades (por exemplo, brinquedos, D.
tarefas escolares, lápis, livros ou outros materiai Deve haver claras evidências de prejuízo
s) clinicame
(h) é facilmente distraído por estímulos alheios à nte significativo no funcionamento
tarefa social, acadêmico ou ocupacional.
(i) com freqüência apresenta esquecimento em E.
ativid Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante
ades diárias oc
(2) seis (ou mais) dos seguintes sintomas de hipera urso de um transtorno invasivo do
tividade persistiram por pelo menos 6 meses, em desenvolvimento, esquizofrenia ou outro transt
grau mal-adaptativo e inconsistente com o nível de orno psicótico e não são melhor explicados
desenvolvimento: por outro transtorno mental (por exemplo, tran
Hiperatividade: storno do humor, transtorno de ansiedade,
(a) freqüentemente agita as mãos ou os pés ou se transtorno dissociativo ou um transtorno da pe
re rsonalidade).

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