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Técnicas, Triagem e Testes na Avaliação em TEA

Ministrado por Karina Fonseca

Psicóloga (CRP 01-8987), Psicopedagoga

Neuropsicopedagoga, Neuroeducadora

Ello Cursos Psicologia – 2022

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Introdução
O transtorno do espectro autista – TEA, é um transtorno do neurodesenvolvimento, onde as
habilidades de comunicação e interação sociais não são uma tarefa simples. Elas devem ser
observadas, compreendidas e trabalhadas dia após dia, para que o indivíduo com TEA tenha
uma vida com qualidade.

Em nosso curso falaremos um pouco, pois esse conteúdo é muito vasto, sobre como iremos
avaliar uma criança, ou se for de forma tardia um adolescente ou adulto que tenha suspeita do
transtorno do espectro autista.

Mas para avaliarmos precisamos de estudos com evidências, padronizados, precisamos ter
experiências (se não possui, pode solicitar supervisão!! É um ótimo caminho!) e confiar naquilo
que estudamos e aprendemos! E para sabermos o que devemos avaliar devemos primeiramente
compreender o que queremos observar. Por isso a primeira parte desse curso falaremos de
forma rápida e sucinta sobre o transtorno do espectro autista, relatada no DSM-V. Após, na
segunda parte, no passo a passo para se realizar uma avaliação, pois avaliar não é só aplicar
testes e escalas. E logo em seguida, na terceira parte mostraremos alguns testes e escalas
utilizados para auxiliar na verificação da suspeita de TEA, pois sabe-se que o Transtorno não é
verificado através de exames clínicos e sim de observação dos comportamentos, com uma
equipe multidisciplinar.

Então vamos entender, o que é o Transtorno do espectro autista – TEA?

É um transtorno do neurodesenvolvimento, com níveis diferentes, que afeta as habilidades


sociais, a linguagem, a aprendizagem escolar, a dinâmica familiar e na fase adulta, o mercado de
trabalho e relacionamentos. Sabe-se que a incidência aumentou (não porque antes houvesse
menos, e sim porque agora há mais estudo, mais conhecimento e mais avaliações e
diagnósticos) e a prevalência na fase infantojuvenil (hoje uma população 1:41), com uma
estimativa de que 1% da população mundial tenha autismo.

Outro ponto importante é, se é um transtorno do neurodesenvolvimento, há relação com o


atraso no desenvolvimento, por isso o conhecimento sobre os marcos do desenvolvimento é
importante. Vamos observar alguns comportamentos esperados até os dois anos de idade, por
exemplo:

Idade Comportamentos
2 meses Fixamos olhar nas pessoas, respondemos a alguns estímulos (sorrir,
chorar, modificar a respiração, deixar de mamar por alguns segundos)
3-4 meses Direcionamos o olhar para quem fala ou chama, tentamos levantar a
cabeça em direção ao que chama a atenção. Atenção social: gritar, chorar,
balbuciar
8 meses Aponta objetos
9 meses Aponta e chama a atenção ao mesmo tempo
1 ano Começa a lidar com gestos sociais (dar tchau, mandar beijo, pisca os olhos,
aponta, chora, sorri. Fala em torno de 5 palavras que os pais entendam.
18 meses Início da evolução desse vocabulário (150 palavras)
Entre 18 meses Palavras que podem representar uma frase (“mamá”) e frases com duas
e 2 anos palavras (quero “mamá”)
2 anos Aumento do vocabulário, por volta de 250 palavras
Fonte: Desenvolvido pela autora

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Atitudes diferentes a essas, podem levantar a suspeita de autismo. O que deve levar a uma
avaliação com um profissional especializado. Características mais comuns:

 Pouco contato visual;


 Dificuldades de comunicação, não necessariamente de linguagem, seu filho pode falar,
mas apresenta dificuldades em se comunicar adequadamente;
 Dificuldades sociais: evita brincar com outras crianças ou ao contrário, quer tanto
brincar com outras crianças que invade o espaço delas sem entender as regras sociais
do brincar;
 Dificuldades com sono;
 Seletividade alimentar;
 Transtorno do processamento sensorial: tampa ouvidos com barulhos como
liquidificador, aspirador, secador, carros. Não gosta de cortar o cabelo, nem as unhas.
Não gosta de sujar as mãos com tinta, comida ou qualquer outra textura. Evita brincar
com massinha, slime e outras texturas. Parece ter dificuldades com equilíbrio e noção
corporal.
 Puxa adultos pelo braço, usa a mão do adulto como ferramenta;
 Dificuldades em resolução de problemas compartilhados;
 Quando bebê era um bebê bastante irritado ou, extremo oposto, muito passivo que
nunca chorava, nem reclamava.
 Não apontam para o que querem;
 Pode apresentar ecolalia imediata ou tardia – repetição de frases de desenhos, filmes,
ou ainda, da frase que você mesma disse;
 Parecem prestar mais atenção à objetos que pessoas;
 Dificuldade em sair da rotina, mudar rotas, ruas, horários;
 Poucas estratégias para linguagem não-verbal, dificuldades com gestos ou
comunicações alternativas à fala;
 Movimentos repetitivos corporais – estereotipias – balançam o corpo, as mãos, pulos,
flapping;
 Alinham brinquedos, colocam objetos dentro e fora de potes, parecem não ter
repertório de brincar para novas brincadeiras, tendem à repetição;
 Possui baixa tolerância à frustração, chora muito quando contrariado.

Profissionais envolvidos no processo diagnóstico e intervenção

Ao se procurar um profissional para realizar a avaliação, suspeita de autismo, é importante que


seja uma avaliação de multiprofissionais, pois é necessário a avaliação em várias áreas, etapas
do desenvolvimento infantil, com os seguintes eixos para avaliação motora, de linguagem,
social, adaptativo, emocional, entender sobe comportamento, relação interpessoal e outras
áreas que sejam relevantes conforme relato dos pais, responsáveis e pessoas que convivam
diretamente com a criança. Lembrando que não há exame clínico. Assim, médicos (pediatras,
neuropediatras), psicólogos, neuropsicólogos, fonoaudiólogos, profissionais da aprendizagem
(psicopedagogo, neuropsicopedagogo), profissionais que tenham experiência e empatia serão
bem-vindos para realizarem esse trabalho. A escola também é importante nesse contexto, pois
traz as relações interpessoais, de sociabilidade, de aprendizagem.

Quanto mais cedo se avalia, maiores as chances de trabalhar processos que podem não ser mais
adequados quando maiores. Porém nunca é tarde para a estimulação e reaprendizagem do que
quer que seja em relação ao desenvolvimento.

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E como entender que comportamentos inadequados ou em atraso são esses?

Dentro do grupo de Transtornos do neurodesenvolvimento, o Transtorno do espectro autista-


TEA, se encontra no DSM-V mostrando os critérios diagnósticos estudados e pesquisados sobre
esse transtorno. E eles serão de forma resumida mostrados aqui abaixo.

Critérios diagnósticos

A- Déficits persistentes na comunicação social em muitos contextos


 Déficits na reciprocidade socioemocional – dificuldade em estabelecer uma
conversa, compartilhamento reduzido de interesses, emoções ou afetos,
dificuldade para iniciar ou responder a uma interação social
 Déficits nos comportamentos comunicativos não verbais para a interação social
 Déficits no desenvolver, manter e compreender relacionamentos
B- Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesse e atividade (pelos menos
um dos seguintes)
 Movimentos motores, uso de objetos ou fala estereotipada ou repetitiva
 Insistência nas mesmas coisas, inflexível a rotina, padrões ritualizados no
comportamento verbal ou não verbal
 Interesses fixos, altamente restritos (em intensidade e foco)
 Hiper ou hiporreatividade ou estímulos sensoriais
C- Os sintomas devem estar presentes precocemente no período do desenvolvimento
D- Os sintomas causam prejuízos significativos no funcionamento social, profissional
E- Essas perturbações não são mais explicadas por deficiência intelectual ou por atraso no
desenvolvimento global (vem como comorbidades)
Lembrando, de acordo também com o DSM-V, dependendo de cada indivíduo, os níveis de
exigência de apoio também são muito importantes:

Nível de Comunicação social Comportamentos restritos


gravidade
Nível 1 Exigindo apoio - déficits de Inflexibilidade de
comunicação e interação causam comportamento, dificuldade em
prejuízos, dificuldade para iniciar trocar de atividade, problemas na
interações, interesse reduzido nas organização e planejamento
interações sociais dificultam a independência
Nível 2 Exigindo apoio substancial - déficits Inflexibilidade de
graves nas habilidades de comportamento, dificuldade em
comunicação social verbal e não lidar com mudanças. Sofrimento
verbal, dificuldade para iniciar e/ou dificuldade em mudar de
interações, interesse reduzido nas foco
interações sociais
Nível 3 Exigindo apoio muito substancial - Inflexibilidade de
déficits graves nas habilidades de comportamento, extrema
comunicação social verbal e não dificuldade em lidar com
verbal e interação causam prejuízos mudanças. Comportamentos
graves de funcionamento e grande repetitivos e estereotipados
limitação para iniciar interações, interferem grandemente no
interesse reduzido nas interações funcionamento de todas as
sociais esferas.
Fonte: elaborado pela autora, baseado no DSM-V, 2014, pg. 52

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Iniciando os trabalhos
Agora que relembramos, ou aprendemos um pouco sobre o que é TEA, vamos para a segunda
parte, onde falaremos sobre o passo a passo sobre a avaliação. Quando se fala em avaliação,
não indica que serão aplicados apenas testes e escalas. Uma avaliação requer olhos e ouvidos
atentos a respostas dos pais ou responsáveis, comportamentos e falas da criança, história de
vida dessa criança, ambiente e pessoas que convive, estimulações que foram realizadas ou não.

Assim, antes de entrarmos diretamente nas avaliações, iremos falar sobre:

 Entrevista familiar exploratória situacional


 Anamnese
 Observação da criança

Depois reuni-se todo esse material e analise-se, associam-se respostas, confrontam-se outras e
elabora-se um relatório (documento que relata o que foi observado em conjunto com resultados
obtidos).

E para finalizar a avaliação, marca-se uma entrevista devolutiva com a criança (pois ela é o nosso
cliente!) e em seguida com os pais ou responsáveis, pois a criança precisará de suporte e apoio
para as próximas fases, o momento da intervenção.

Entrevista familiar exploratória


A entrevista familiar exploratória é o momento de conhecermos o porquê de terem procurado
um profissional. De conhecerem um pouco da criança e da família e compreenderem a
necessidade ou não de se realizar uma avaliação.

Em muitos casos, o profissional não cobra esse primeiro encontro. Nele, o profissional irá
escutar e entender qual a necessidade de se realizar a avaliação, quem solicitou e o porquê. É
um momento de ouvir mais, de acolher, de não inferir ou julgar.

Não é uma entrevista estruturada, pois a família trará a demanda e o profissional irá dar
continuidade conforme os relatos que foram trazidos.

Em uma entrevista com a família, não pode faltar:

 Acolhimento
 Informação de qualidade
 Relação de confiança
 Empatia
 Aceitação incondicional
 Apresentação do plano de trabalho
 Coletar informações

Entrevista de Anamnese
Anamnese vem do grego (Ana = Trazer de novo e mnesis = memória), trazer de novo a memória,
rememorar.

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Assim, diferente da entrevista, a anamnese irá buscar toda a história de vida, iniciando pela
gestação, até o momento atual da criança. Desenvolvimento, relações, estimulações, gostos,
saúde, vida escolar, familiar e na comunidade.

Apesar de ser uma entrevista, deve ser realizada em um tom de conversa, para que os
responsáveis se sintam à vontade em lhe passar todas essas informações. Também diferente da
entrevista, a anamnese já tem uma estruturação, ou pelo menos uma semi estruturação.
Vejamos abaixo o que deve conter numa anamnese:

 Identificação: Nome, idade, nome dos pais ou responsáveis e suas profissões, endereço,
escola que a criança estuda, ano escolar, ...
 Motivo da consulta (queixa): o porque de terem procurado um profissional, quem
encaminhou e o porquê, ...
 História de vida (HDV): Gestação, concepção, amamentação, desfralde, evolução
psicomotora, desenvolvimento da fala, sono, histórico clínico,
 História da família nuclear: Com quem mora, onde, tem irmãos
 Estimulação, brincadeiras, gostos
 Histórico escolar: Escola que estuda, ano escolar que se encontra, uma única escola ou
muitas trocas escolares, adaptação a escola, com que idade entrou na escola, processo
de alfabetização, sociabilização, como as escolas foram escolhidas, relação com
professores e colegas
 Outras informações relevantes
 Data e assinatura (com número do registro e conselho ou CBO)

Para construirmos um ótimo plano de intervenção precisamos de saber:

 Os gostos da criança: Ajuda na avaliação de preferências, é necessário saber o que a


criança gosta (de fazer, de comer, de brincar, de assistir, quais atividades faz, jogos e
brincadeiras preferidas, locais, pessoas)
 O que a criança não gosta: Ajuda a prevenir comportamentos disruptivos (morder,
bater, se jogar no chão)
 Saber quais são os desafios trazidos pelos pais, ex.: “O que você gostaria que o(a) ...
aprendesse? Para podermos alinhar as expectativas com os familiares. Compreender
essas expectativas com atenção e traçá-la de forma real
 Quais são seus potenciais: O que a criança faz de bom, o que ela sabe fazer bem, muito
bem (Isso pode ser utilizado para a criação de vínculos sociais, ensinar habilidades de
linguagem, socialização, valorização de autoestima), usar habilidades que tenha
domínio e sinta prazer, trabalhar aquilo que possa explorar
 A entrevista e anamnese são os primeiros contatos da família com o profissional, é
importante deixar uma boa impressão e boa relação para que haja continuidade e
confiança.
 Rapport: O vínculo é muito importante para estabelecer uma relação de confiança e
segurança, o acolhimento, e sem julgamentos.
 Colher o máximo de informações possível.

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Observação, primeiro contato com a criança
De acordo com Bernaud (2000), a observação pode ser definida como “ação de olhar com
atenção os seres, as coisas, os acontecimentos, os fenômenos para estudar e examinar e então
tirar conclusões.” E o mesmo autor continua, “a observação é um instrumento de avaliação.”

Após a realização da entrevista e anamnese, iniciará o momento de observação da criança para


depois entrarem no período de avaliações, onde você terá o primeiro contato com a criança.

O que devemos observar:

 Deixe a criança livre para saber o que ela achará de interessante e para que seu
comportamento seja espontâneo
 Cuidado para que seus atos não interfiram com os do indivíduo
 Precisa-se de planejamento para realizar a observação, você precisa saber o que quer
observar
 O que você observou e o que pode ser feito com essa observação
 O que estava acontecendo no momento, e qual foi o comportamento obtido nesse
momento
 A criança é espontânea ou ela espera algum comando para poder atuar
 É importante que a observação seja realizada em locais diferentes. Por exemplo, os pais
podem enviar vídeos de momentos em família, lazer, a escola pode fazer o mesmo.
 É importante registrar todos esses comportamentos, porém não podemos deixar a
criança sem atenção ou dar atenção demasiadamente

Não podemos nos esquecer que é um momento também de criação de vínculos com a criança,
mas temos que evitar contratempos e situações constrangedoras. É importante termos alguns
cuidados. Ao iniciar sua prática, devem-se observar alguns pontos:

 Para quem possui os cabelos longos, deve-se prendê-los


 Não utilizar nenhum tipo de adereço
 Cuidado com roupas decotadas ou de alcinha
 Se o atendimento for domiciliar, cada criança deve possuir seu próprio material
 Atenção ao atender em ambiente familiar, deve-se envolver muita ética, você está
adentrando o ambiente do outro. Muitas famílias permanecem com suas rotinas e
hábitos da mesma forma.
 Manter postura profissional
 Local de aplicação: deve ser calmo, tranquilo, longe de estímulos, em um quarto, nunca
na sala de estar, onde há trânsito de pessoas, deve ser um ambiente controlado, e você
deve ter esse controle.

Agora sim chegou o momento de iniciar a avaliação!

 Avaliar em diferentes ambientes, pois no ambiente de consultório, pode não ser um


ambiente familiar para a criança e isso trará respostas que não ser fidedignas ao que se
está avaliando. Normalmente não tem muita frustração. Esse momento é só de
observação.
 Protocolos de rastreio/ de avaliação

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Protocolos de atendimentos a saúde para pessoas com TEA no Brasil –
Diretrizes do Ministério da saúde

O diagnóstico de transtornos do espectro do autismo ele deve ser descritivo e não explicativo.
Esta descrição é dimensional, onde sempre se deve estabelecer o grau do problema, em um
espectro que vai desde leve, moderada, até condições muito intensas e graves (severas). Em
nosso país há dois pilares para protocolos de atendimento à saúde, que deverão ser utilizados
como linhas bases de investigação diagnóstica.

 “Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista


(TEA)”, (2014)
 “Linha de Cuidado para a Atenção às Pessoas com Transtornos do Espectro do
Autismo e suas Famílias na Rede de Atenção Psicossocial do Sistema Único de
Saúde”, (2015)

O diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista é clínico, e para chegarmos a ele devemos


trabalhar através da coleta da história clínica do paciente, dados de anamnese com os pais ou
responsáveis legais e cuidadores, marcadores de desenvolvimento (neuropsicomotor,
linguagem e alterações sensoriais), e demais exames (muitas vezes clínicos, servem mais para
exclusão) devem ser coerentes com os critérios da décima primeira versão da Classificação
Internacional de Doenças e de Problemas Relacionados à Saúde - CID-11 da Organização
Mundial da Saúde e Critérios diagnósticos do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais - DSM-V.

Essa coleta de informações trata uma visão melhor para que se possa dar um diagnóstico, pois
devem ser coerentes e são instrumentos que auxiliam o diagnóstico de TEA.

Há também a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), que é


um instrumento para medir o estado funcional dos indivíduos adultos, permitindo avaliar
condições de vida e fornecer subsídios para políticas de inclusão social, auxiliando o modelo
multiprofissional.

No Brasil, temos outros manuais que também são referência, como por exemplo,

 “Manual de Orientação do Departamento Científico de Pediatria do


Desenvolvimento e Comportamento – Transtorno do Espectro Autista” (2018)
 “Protocolo do Estado de São Paulo de Diagnóstico, Tratamento e Encaminhamento
de Pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA)” (2013)
 “Protocolo Clínico e de Acolhimento para Transtorno do Espectro Autista do Estado
de Santa Catarina”, (2015).

Como já relatado, todos os protocolos de saúde do nosso país e os internacionais apontam para
o diagnóstico clínico, que são utilizados como ferramentas para auxiliar o diagnóstico (testes,
escalas, inquéritos). A partir daí inicia-se a intervenção, onde são procuradas as abordagens
terapêuticas onde será criado um planejamento terapêutico individual para cada pessoa com
autismo, como terapia comportamental cognitiva/ABA/psicoterapias com base em evidências
científicas, terapia fonoaudiológica, terapia ocupacional e tratamento medicamentoso ou não
no TEA.

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As reavaliações devem ser feitas, para que se possa quantificar, melhoras, ganhos, ajustes,
realização de novas metas, apresentação de comorbidades, que também devem ser avaliadas e
tratadas

Avalição diagnóstica de TEA pelos psicólogos e neuropsicólogos, de acordo com ao psicóloga


Marina Almeida (06/41029) do site Instituto Inclusão Brasil

 No Brasil, o uso de testes psicológicos constitui função privativa do psicólogo, conforme


dispõe o Art. 13 da Lei nº 4.119/62.
 No código de ética, Art. 16º – Será considerada falta ética, conforme disposto na alínea
c do Art. 2º do Código de Ética Profissional do Psicólogo, a utilização de testes
psicológicos que não constam na relação de testes aprovados pelo Conselho Federal de
Psicologia, salvo os casos de pesquisa.
 A Resolução do CFP No. 009/2018 estabelece diretrizes para a realização de Avaliação
Psicológica no exercício profissional do psicólogo e regulamenta o Sistema de Avaliação
de Testes Psicológicos – SATEPSI, bem como estabelece quais requisitos mínimos os
instrumentos devem apresentar para serem reconhecidos como testes psicológicos.
 Infelizmente, os testes ADOS e ADIR ainda não são permitidos no Brasil pelo Conselho
Federal de Psicologia, somente em casos de pesquisa. Utilize somente testes
autorizados no SATEPSI, pois os testes ADOS e ADIR não têm padronização em nossa
população brasileira e não são vendidos no Brasil, sendo vetado sua utilização. A
utilização destes testes e instrumentos psicológicos não regulamentados pelo CFP é
considerado falta ética.
 Caso o médico solicitar a avaliação do paciente pelos testes ADOS e ou ADIR sendo
considerados testes “padrão ouro” em outros países para avaliar TEA, ou definir outros
testes, cabe ao psicólogo seguir a regulamentação do Conselho Federal de Psicologia,
seu código de ética, garantir/defender seu exercício profissional e verificar no SATEPSI,
quais testes são validados e padronizados na população brasileira que poderão ser
aplicados.

Questões normativas da utilização de testes e escalas para o TEA.

Como auxílio diagnóstico para avaliação de crianças e adolescentes com suspeita de autismo
(TEA) poderemos utilizar as escalas diagnósticas, avaliação neuropsicológicas e
psicopedagógicas, que poderão ser utilizadas como suporte por pais, profissionais da área da
saúde e educação.

Existem algumas escalas e testes com padronização brasileira que são utilizadas como apoio
do diagnóstico. Porém, dependerá do tipo de material escolhido que tenha de fato evidências
científicas, validação de padronização brasileira e da licença do exercício do profissional.
Foram criados ao longo dos anos vários instrumentos (escalas, inquéritos, inventários e testes)
que procuram sistematizar a maneira de diagnosticar o transtorno do espectro autista.

Essas tentativas de padronizarem o diagnóstico do autismo utilizam duas fontes principais de


informação:

 Descrições dos pais sobre o curso do desenvolvimento e padrões de comportamentos


atuais da criança ou adolescente;
 Informações a partir da observação direta do comportamento da criança, do
adolescente ou do adulto.

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É importante que o profissional (psicólogo, psicopedagogo, neuropsicólogo,
neuropsicopedagogo, fonoaudiólogo), no caso de dúvida ou inexperiência com algum protocolo,
busque supervisão clínica com profissionais que tenham experiência com TEA

De acordo com ANDRADE, Marina, como o psicólogo e neuropsicólogo deverão escolher sua
bateria de testes para avaliar crianças e adolescentes com suspeita de TEA

 Verificar a validade de uso no Brasil segundo o Conselho Federal de Psicologia,


confiabilidade, sensibilidade e especificidade do teste.
 Consultar sempre a plataforma do SATEPSI se os testes poderão ser utilizados por você
psicólogo ou neuropsicólogo.
 Possuir o treinamento dos testes escolhidos, domínio de aplicação, tempo de avaliação
e sabe realizar a correção dos testes que você escolheu. Se não tem, melhor não usar.
Procure supervisão de profissionais experientes.
 Conheça primeiro seu paciente antes de montar sua bateria de testes. Características
relacionadas a demanda, anamnese, a idade do paciente, verbal ou não verbal, força
motora, acuidade auditiva e visual, flexibilidade e adaptabilidade.
 Não basta pegar qualquer teste, escalas, inquéritos, baixar no Google, ir em sites e blogs
que dizem quais testes você tem que utilizar. Você precisa conhecer seu paciente e a
demanda que ele apresenta que é única.
 Utilize sempre os manuais propostos pelo Ministério da Saúde citados acima e
Protocolos de TEA publicados, que poderão ajudá-lo como profissional na construção
do seu psicodiagnóstico.

Protocolos, Escalas e Testes de rastreio

A avaliação é um processo muito importante dentro de qualquer contexto que envolva o


ensino-aprendizagem. É o primeiro passo para poder se chegar ao processo de intervenção.
Não é possível iniciar uma intervenção sem antes realizar uma avaliação, sem ante se ter o
mapeamento das habilidades daquele indivíduo.

É necessário saber quais são as habilidades e quais são os déficits, e quais são os
comportamentos que precisam ser trabalhados na intervenção. E para se ter essas
informações, de forma individual, é preciso avaliar!!

A avaliação possui algumas funções:

 Levantamentos, mapeamentos de repertório


 Para prognóstico (observação, clínica)
 Serve para dar direção

Onde será avaliado:

 O desenvolvimento infantil, de um modo geral. Em relação ao TEA, verificam-se vários


marcos do desenvolvimento em déficit, como a fala, por exemplo.
 Função do comportamento, podemos alterar, mudar essas ações, esses
comportamentos.
 Repertório comportamental, que são as habilidades desse indivíduo, como ele se
desenvolve

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 A partir do resultado dessas informações pode-se montar o PEI, que será utilizado para
realização da intervenção
 Muitos testes, avaliações, escalas e protocolo não são restritos, o que quer dizer, que
não é privativo de uma categoria específica

Antes de iniciar as aplicações com suas crianças é importante fazer um planejamento,


adaptações para que a avaliação seja realizada com fidedignidade.

Planejamento

 Ler todos os protocolos, manuais de instrução, aplicação, interpretação de dados antes


de iniciar. Tenha o conhecimento necessário para iniciar uma avaliação
 Faça um checklist do que será necessário, o que vai precisar (principalmente se
necessitar de adaptar algum material)
 Separar e organizar os materiais necessários (folhas de aplicação, lápis, borracha,
papel, brinquedos, dentre outros)
 Organizar e planejar o tempo conforme o perfil da criança
 Existindo a possibilidade, realizar sessões de observação em períodos diferentes
(manhã, tarde e noite), que podem ser realizadas pelas famílias e enviadas através de
gravações em horários e períodos de atividades do dia a dia e em locais conhecidos
pela criança.
 Sempre utilizar o lúdico, criar vínculo e ambiente agradável para a criança

Adaptações

 Exige atenção do aplicador, precisa adequar o instrumento para a realização da


aplicação, por exemplo: (1) auditiva – libras ou intérprete, (2) visual – adequações
sensoriais, (3) Deficiência intelectual DI – Grau de dificuldade menor.
 Caso você não saiba com adaptar, o ideal é encaminhá-los a profissionais que tenham
experiência ou são especialistas nessas áreas

Agora, vamos as avaliações!!!!!

Escala de traços autísticos- ATA (Avaliação de traços autísticos) Ballabriga Et Al., 1994;
Adaptação Assumpção, F Et Al., 1999. Utilizada para avaliar o autismo. Seu ponto de corte é
15. São 36 itens, para aplicar efetua-se a soma dos itens conforme descrito abaixo:

0= Se não houver presença alguma de sintoma

1= Se houver apenas um sintoma

2= Se houver mais de um sintoma

Childhood Autism Scale - CARS (Escala de avaliação para autismo infantil) – Schopler Et Al.,
1980. Escala para identificar o espectro autista, foi criada baseada nas definições de Rutter, Ritvo
e Freeman. Que avaliam três pontos principais:

 Desenvolvimento social comprometidos em relação a pessoas, objetos e


acontecimentos
 Distúrbio da linguagem e habilidades cognitivas
 Início precoce do transtorno, antes de 30 meses de idade

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Escala é um instrumento para observações comportamentais, sendo administrada na primeira
sessão de diagnóstico, composta por 15 itens, que avaliam a condição da criança, somando-se a
pontuação tem-se o resultado. A pontuação varia de 15 a 60 pontos, chegando a 30 pontos o
autismo é caracterizado. Caso a criança atinja a pontuação maior que 37 é considerado um
autismo nível 3.

Escala de classificação de autismo na infância – CARS ™ – 2 – 2ª Edição por Eric Schopler,


PHD, Mary E. Van Bourgondien, PHD, 2010. : Não temos padronização brasileira, para
comprá-lo somente em sites americanos em língua inglesa

Avaliação de tratamentos do autismo – ATEC (autismo treament evaluation checklist) –


Bernard Rimland, PH.D e Stephen M. Edelson, PH.D, 1995.

Autism Behavior Checklist – ABC ou ICA (Lista de chacagem de comportamento autístico) –


Krug Et Al., 1980. Uma avaliação voltada para comportamentos autistas em população de com
alguma deficiência mental. Composto por 57 itens, agrupados em cinco áreas:

 Sensorial
 Relacionamentos
 Uso do corpo e objetos
 Linguagem e habilidades sociais
 Autoajuda

 17 itens comportamentais = 4 pontos (altamente indicadores de autismo)


 17 itens = 3 pontos
 16 itens = 2 pontos
 7 itens comportamentais = 1 ponto (pouco indicadores de autismo)

Pontuação do instrumento para o autismo= 78 pontos

Pontuação do instrumento para retardo mental = 44 pontos

Modified checklist for autismo in toddlers - M-CHAT-R/F (Escala para pareamento de autismo
revisada) – Deborah Fein, Marianne Barton, 2009 – Traduzida por Dra Rosa Mirnda Resegue,
2009. É uma escala bastante utilizada no Brasil (Rede Pública de Saúde, SUS, Lei 13.438/17
obrigatório para crianças em consultas pediátricas de acomanhamento ). Ele é uma escala de
triagem, para que os pais possam encaminhar seus filhos aos especialistas. Nela existem três
riscos definidos:

 Baixo (0 a 2) - Indica que o paciente não desenvolveu a condição do TEA, mas é


importante repeti-lo caso seja feiro antes de 24 meses.
 Moderado (3 a 7) – Devem seguir com outras etapas (entrevista, outros testes),
caso seja alcançada a pontuação padrão, já será encaminhado para um
especialista, que confirmará ou não o diagnóstico e organizará a forma de
tratamento.

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Alto risco (8 a 20) – Não há necessidade de entrevista, o paciente já será
encaminhado diretamente ao especialista, que confirmará ou não o diagnóstico
e organizará a forma de tratamento
Essa é uma versão atualizada, onde foi inserido uma segunda parte (Entrevista de seguimento)

Autism Diagnostic Observation Schedule – ADOS ou ADOS-2 (Protocolo de Observação para


diagnóstico de autismo) – Lord Et Al., 1989. Considerada uma escala “padrão ouro” para
avaliação do autismo, mas não há padronização na população brasilieira e as traduções para o
português não são oficiais. Ela é estruturada e padronizada utilizando ferramentas de
comunicação com interações sociais e jogos, ou o uso criativo de diversos objetos para as
crianças que estão sendo observadas. Está estruturada em cinco módulos (t, 1, 2, 3, 4 –
Específico para idades específicas e nível de linguagem). Esse protocolo pode ser aplicado em
crianças a partir de 3 anos, mas pode se avaliar adultos, para observar e avaliar comportamentos
sociais e de comunicação. O principal objetivo é observar características que tem relação como
DSM-V, conforme as áreas de interação social, comunicação social, linguagem, comportamentos
repetitivos e/ou estereotipias. Através de um roteiro, o profissional indica oito tarefas para o
paciente. O tempo de duração é de aproximadamente 30 minutos, e a variação do jogo será de
acordo com a faixa etária e/ou desenvolvimento do paciente. A classificação é a seguinte:

 0= dentro dos limites


 1= anormalidade rara ou possível
 2= anormalidade clara
E os comportamentos são classificados em quatro domínios:

 Interação social recíproca;


 Comunicação/linguagem
 Comportamentos estereotipados/restritivos;
 Humor e comportamentos anormais não específicos.

É um teste de alto valor financeiro, podendo chegar a 4 mil euros e não existe em uma versão
brasileira. Em português somente português de Portugal, ou em espanhol. Tanto o teste ADOS
ou ADOS-2 quanto ADIR não são permitidos no Brasil pelo Conselho Federal de Psicologia,
somente em casos de pesquisa, e ou autorizados no SATEPSI, pois não há padronização em nossa
população brasileira e não são vendidos no Brasil

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Autism Diagnostic Interview- Revised – ADI-R (Entrevista diagnóstica para autismo revisada)
– Lord, Rutter, & Le Couteur, 1994. É uma escala considerada também “padrão ouro” na
avaliação do autismo. A análise é realizada em conjunto com os pais, e tem como objetivo ter o
maior número de detalhes sobre o comportamento da criança. A versão atual pode ser realizada
com crianças a partir de 18 meses até a fase adulta. A escala possui um questionário com 93
questões, que são perguntadas diretamente aos pais. Existem quatro áreas analisadas nessa
avaliação:

 Linguagem e comunicação
 Interação social recíproca
 Comportamentos repetitivos ou estereotipados.
 Humor e comportamentos anormais não específicos
Normalmente a ADI-R são aplicadas em conjunto com o ADOS. Assim como o ADOS, não há
padronização da população brasileira

Gilliam Autism Rating Scale, GARS-2 e GARS-3, J. Gillian, 2006. Instrumento que auxilia
professores e médicos na identificação e diagnóstico do TEA em indivíduos de 3 a 22 anos. A
avaliação consiste em 42 itens e descrevem comportamento de pessoas com autismo, que
pode ser realizado entre 5 e 10 minutos e está dividido em três grupos:

 Comportamento estereotipado
 Comunicação
 Interação social

Autism Screening Questionnarie – ASQ ou SQS (Questionário de triagem para autismo) –


Rutter Et Al., 1999. Contém 40 questões (que podem ter pontuação “0” para ausência ou

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anormalidade ou “1” para a presença dela) extraídas da ADI-R, para melhor compreensão dos
pais. Há questões sobre:

 Interação social recíproca


 Comunicação e linguagem
 Padrões de comportamento estereotipados e repetitivos
 Funcionamento atual da linguagem

Há duas versões: (1) Crianças menores de 6 anos e (2) criança com 6 anos ou mais

A pontuação varia entre 0 a 39 (linguagem verbal), 34 (linguagem inaplicável), nota de corte 15


(para o espectro autista) e acima de 22 (diferenciar autismo de outros diagnósticos)

ABLLS -R é a sigla para a avaliação de linguagem básica e habilidades de aprendizagem


revisada, James W. Partington, PH.D, BCBA-D e Mark L. sundberg, PH.D, 2006. Geralmente
utilizado com crianças maiores, avalia áreas acadêmicas, linguagem, escrita. É um instrumento
de avaliação, serve como guia curricular ao elencar habilidades básicas de comunicação e de
aprendizagem. No total, são 544 habilidades que se dividem entre 25 áreas, como interação
social, autoajuda e habilidades motoras, por exemplo. Todas elas são esperadas para crianças
em idade pré-escolar com desenvolvimento típico. A versão original foi lançada pela primeira
vez em 1998 pela Behavior Analysts, Inc. e foi desenvolvida por James W. Partington, Ph.D.,
BCBA-D e Mark L. Sundberg, Ph.D, BCBA-D. Foi revisado em 2006 por Partington. A versão
revisada incorpora muitos novos itens de tarefas e fornece uma sequência mais específica na
ordem de desenvolvimento dos itens nas várias áreas de habilidade. Mudanças significativas
foram feitas na versão revisada da seção de imitação vocal com a contribuição de Denise Senick-
Pirri, SLP-CCC. Melhorias adicionais foram feitas para incorporar itens associados a habilidades
de interação social, imitação motora e outras habilidades de atenção conjunta, e para garantir
o uso fluente de habilidades estabelecidas. Não tem padronização brasileira.

AFLS James W. Partington, PH.D, BCBA-D e Mark L. sundberg, PH.D: Do mesmo autor do ABLLS-
R, geralmente utilizado em adolescentes e adultos, avalia habilidades funcionais, de vida diária,
autocuidado, nível de suporte maior, nível 2 e 3

 Essencial for living: Geralmente utilizado para pessoas com TEA nível 3

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PEAK: Pouco utilizado no Brasil, avalia dificuldade de linguagem

Socially Savvy: Geralmente utilizado para o desenvolvimento de habilidades sociais de crianças.

Avaliação de tratamentos do autismo – ATEC (autismo treatment evaluation checklist) –


Bernard Rimland, PH.D, E Stephen M Edel, PH.D, 1995. Uma ferramenta muito utilizada na
avaliação do autismo. Ela pode ser preenchida pelos próprios pais Ela faz uma verificação da
eficácia dos tratamentos, monitorando assim a melhora, ajustes, declínio ao longo do tempo.
Contém um total de 77 questões, divididas em 4 escalas:

 Fala, linguagem, comunicação


 Sociabilidade
 Sensibilidade sensorial, cognitiva e física
 Saúde, comportamento

Além do inglês, pode ser encontrada em 20 idiomas como, português, chinês, tcheco, japonês,
francês, italiano e espanhol. Essa escala tem padronização brasileira

Escala VINELAND I, II e III – ECAV – Sara S. Sparrow, Domenic V. Cicchetti, David A. Balla,
1998. Avalia o comportamento adaptativo desde o nascimento até a fase adulta (90 anos). Não
possui padronização brasileira (Escalas Vineland I e II). Já a escala Vineland III revisada, tem
padronização brasileira (destinada a Psicólogos, Terapeutas ocupacionais, Psiquiatras,
neuropsicólogos e profissionais da área de saúde. O instrumento é composto por uma
entrevista semiestruturada (questionário), relaciona os aspectos da vida do indivíduo, associa
testes de inteligência, definindo deficiências intelectuais e de desenvolvimento, auxilia com
informações para a elaboração de planos educacionais e de intervenção.

Com o Vineland pode-se medir:

 Deficiências intelectuais (DI) e de desenvolvimento


 Transtorno do espectro autista (TEA)

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 Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)
 Lesão cerebral pós-traumática (traumatismo crânio-encefálico)
 Deficiência auditiva e visual
 Doença de Alzheimer/ Parkinson

Tempo de aplicação: Entre 30 minutos e 1 hora e 30 minutos, faria conforme o formulário


(entrevista e formulário de pais/ cuidadores de nascimento aos 90 anos, formulário de
professores 3 a 21 anos)

As escalas estão organizadas em quatro grandes domínios, que se dividem em 11 subdomínios:

 Comunicação: Receptiva, expressiva e escrita


 Autonomia: Pessoal, doméstica e comunitária
 Socialização: Relações interpessoais, lazer e regras sociais
 Função motora: fina e global

Protocolo PREAUT – (Programme Recherche Evaluation Autisme). Esse instrumento tem sua
origem na França, pesquisa e condução é realizada pela Associação Preaut (Programe
Recherche Evaluation Autisme) , foi fundada em 1998 e auxilia profissionais na área de saúde e
educação em bebês a partir de quatro meses até três anos. Não tem padronização brasileira.

Protocolo IRDI – Indicadores de risco para desenvolvimento infantil de 0 a 18 meses. Tem


sido utilizado no Brasil (em pesquisas), mas não possui padronização brasileira. Ele demonstra
uma correlação de risco e presença de alteração de humor materno, a dificuldade de realizar o
papel, dificuldade ou prolongamento do aleitamento materno. Não é um instrumento de
checklist, e sim de leitura, não é um questionário, é um momento de observação entre a mãe e
o bebê

Australian Asperger Syndrome Scale (ASAS) – Escala australiana para síndrome de asperger,
Tony Attwood, 1998. Foi construída para identificar comportamentos e habilidades que são
indicativos de Síndrome de Asperger em crianças no período do ensino fundamental I. Cada
pergunta possui uma escala de 0 a 6, no qual 0 representa um nível normal dentro do
desenvolvimento, e quanto mais a resposta se aproxima de 6 maior a chance de se ter a
síndrome de asperger.

Perfil Psicoeducacional – (PEP- 3) – Schopler, Reichler, Bashford, Lansing & Marcus, 1990. É
um protocolo de avaliação da idade de desenvolvimento da criança com TEA ou outro
transtorno de comunicação. Usado como apoio na elaboração de planejamento
psicoeducacional, segundo o modelo TEACCH. Seu objetivo é identificar padrões de

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aprendizagem irregulares ou idiossincráticos. Ele é composto por duas escalas, a primeira foi
construída em cima de normas estabelecidas empiricamente de acordo com a performance
obtida de crianças americanas com desenvolvimento típico. E a segunda, baseou-se na escala
CARS. Trabalha áreas de coordenação motora ampla e fina, coordenação viso-motora,
percepção, imitação, performance cognitiva e cognição verbal (para cada uma delas há uma
escala com tarefas específicas a serem desenvolvidas). Destina-se a criança de até 12 anos,
tem validação na população brasileira. Esse instrumento é usado no Brasil desde 1992 com fins
clínicos, mas ainda necessitando de estudos nas áreas psicométricas.

Inventário Portage Operacionalizado – Williams e Aiello, 2001.

Inventário Portage
Operacionalizado
Autores  Lúcia Cavalcanti de Albuquerque Williams
Organização  Ana Lúcia Rossito Aiello
Editora  Juruá Editora Psicologia, 1ª edição (2018) 3ª impressão
(2022)
Contém  Livro de instrução (com todas as informações para
compreensão e aplicação e interpretação dos resultados)

Divisão  Entrevista preliminar com a família (Anamnese)


 Protocolo de Avaliação Comportamental para crianças
 Treinos (professores, pais, domiciliar)
Com 3 elementos importantes:
 Procedimento de treino familiar
 Currículo para avaliação e ensino de crianças com
necessidades especiais
 Inventário comportamental de pais

Objetivos  Foi desenvolvido para avaliar os efeitos de uma


intervenção com mães de crianças especiais utilizando o
sistema Portage na tese de Lúcia C. A. Willims (1983), na
qual Ana Lúcia Rossito Aiello atuou como assistente em
todas as fases do projeto.

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 Demonstrar que pais de baixo poder aquisitivo eram
capazes de ensinar seus filhos de forma a favorecer ou
acelerar o seu desenvolvimento.
Público-alvo  Crianças de 0 a 6 anos
Padronização  Possui padronização brasileira
 É validado pelo Conselho Federal de Psicologia
Profissionais a  Por ser um instrumento de rastreamento e não de
quem se destina diagnóstico, pode ser utilizado por psicólogos,
fonoaudiólogos, psicopedagogos, terapeutas
ocupacionais, desde dominem as bases teóricas que
embasam o instrumento.

 Se comparada a outras avaliações, possui um valor bem acessível.


 Não é obrigatório a aquisição do livro para a aplicação, mas tê-lo para consultas (pois
possui muitos apêndices e informações), aprendizagem mais aprofundada e
conhecimento

O Manual Portage possui muitas informações, como já mencionado, desde o guia Portage,
contando a sua linha do tempo, inicialmente idealizado para que a aplicação fosse realizada
pelos pais, onde aprendiam como proceder com treno domiciliar, hoje temos essa aplicação
realizada por outros profissionais, pelas escolas e em vários ambientes.

Os autores preferem chamá-lo de “Sistema” a “modelo” ou “projeto” e é composto por três


elementos (que são distintos e complexos):

 Procedimento de treino domiciliar: Após a avaliação com o inventário Portage, dá-se


início a o procedimento de treino domiciliar semanal, onde, (1) o professor em conjunto
com os pais selecionarão os comportamentos que devem ser ensinados a criança, onde
serão escolhidos um ou dois objetivos curriculares por semana (meta de três a quatro
objetivos), (2) É montado, planejado um programa de atividades, utilizando matérias do
próprio ambiente, se necessário leva-se um material específico para o treino, (3) coleta
de dados para a linha de base de comportamentos que serão treinados, (4) Mostra aos
pais como deve ensinar esses comportamentos, (5) Observa como os pais trabalham
com a criança, no decorrer da semana (6) Treina e registra o desempenho da criança,
(7) Coleta de dados pós linha de base e por último (8) Se necessário altera ou reformula
alguma atividade. Conforme mostrada no quadro abaixo

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Intervenção + Triagem

Avaliação

Planejamento curricular Pai declara o


ocorrido

Professor obtém pós-linha-de -base

Procedimento Professor apresenta nova atividade e registra Pai trabalha


de treino linha-de-base com a criança
domiciliar durante a
Pai exercita novas atividades semana de
registro

Pai e professor reveem atividades e registro

Fonte: Elaborado pela autora a partir da obra de WILLIAMS, 1983, pg. 79

 Planejamento Curricular: Os programas sobre o que ensinar as crianças eram tirados do


guia Portage, que era composto por um inventario comportamental (580
comportamentos) distribuídos em cinco áreas (desenvolvimento motor, cognição,
linguagem, socialização e autocuidado) um conjunto de cartões ou fichário (programa)
 Inventário comportamental de pais: O que ensinar aos pais era decidido através so
programa Portage para pais. Que continha, inventário comportamental de pais, manual
para o professor e um livro de leitura com vários conteúdos ( o que ensinar, como lidar
com comportamentos disruptivos, envolvimento familiar nos treinos)

A operacionalização do guia foi iniciada na década de 1970, pela primeira autora, durante sua
tese de doutorado, onde também realizou a tradução para a língua portuguesa. Para a
validação, foram substituídos e adaptados vários itens para que adequasse aos critérios da
cultura brasileira.

Critérios de desempenho

O manual está dividido em cinco áreas (0 a 6 anos), mais a área de estimulação infantil (0 a 4
meses), onde serão mostrados os critérios de desempenho de cada área, que deverá ocorrer

 No mínimo de três respostas corretas em quatro tentativas.


 A resposta correta deve iniciar dentro de 30 segundos, após o início da tentativa
(caracterizado por uma instrução, modelo e/ou apresentação de determinado objeto)
 Que serão aplicados nas seguintes áreas:
 Area de estimulação infantil – A criança deve apresentar faixa etária menor que um
ano, se a criança apresenta erros em um ou mais comportamentos listados na metade
de itens da faixa de 0 a 1 ano, em todas as areas
 Socialização

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 Cognição
 Autocuidado
 Desenvolvimento motor
 Linguagem (que acontecerá de forma diferenciada, por exemplo, a resposta deve
iniciar em 20 segundos, há uma entrevista com o mediador para que se compreenda o
repertório verbal da criança, realização de observação em ambiente natural (pode ser
por gravação – interação verbal mãe – criança, criança – criança, podendo ter a
interferência do profissional)

PROTEA-R Sistema de Avaliação da Suspeita de Transtorno do espectro Autista – BOSA, C. A &


ZANON, R.B., Editora Vetor SP, Brasil, 2016:

É um instrumento interdisciplinar que sistematiza as entrevistas com os responsáveis e a


observação clínica do desenvolvimento infantil, através de situações semiestruturadas de
brincadeira, com o objetivo de rastreamento da presença de comportamentos inerentes à
sintomatologia do Transtorno do Espectro Autista (TEA). A avaliação é realizada através de
brincadeiras e busca identificar se essas crianças possuem ou não o transtorno

PROTEA-R
Organização  Cleonice Alves Bosa
 Jerusa Fumagalli de Salles
Editora  Editora Vetor, 1ª edição, 2018
Contém  Livro de instrução (volume I)
 Livro de avaliação (volume II)
Divisão  Entrevista de Anamnese
(Três eixos)  Protocolo de Avaliação Comportamental para crianças com
suspeita de TEA
 Entrevista devolutiva
Objetivos  Trata-se de um instrumento interdisciplinar para o
rastreamento de presença de comportamentos e
sistematização da observação clínica de casos de suspeita
de TEA e outros transtornos de comunicação na infância
Público-alvo  Crianças em torno de 24 a 60 meses
(2 a 5 anos), especialmente as não verbais
Padronização  Possui padronização brasileira
 É validado pelo Conselho Federal de Psicologia
Profissionais a  Por ser um instrumento de rastreamento e não de
quem se destina diagnóstico, pode ser utilizado por psicólogos,
fonoaudiólogos, psicopedagogos, terapeutas ocupacionais,
desde dominem as bases teóricas que embasam o
instrumento.

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Está dividido em três eixos:

Entrevista de Anamnese com os pais ou responsáveis


 Entrevista semiestruturada
 Objetivo: Investigar o desenvolvimento da criança, desde a
1º eixo gestação até o momento da avaliação – pautados nos critérios
diagnósticos do TEA, no DSM-V
 Aspectos motores, comunicativos (verbais e não verbais),
socioemocionais e brincadeiras
Protocolo de Avaliação comportamental para crianças com suspeita de
TEA – Versão Revisada – Não verbal
Serão observadas três áreas, essas dimensões comportamentais contêm
17 itens planejados de acordo com os critérios do DSM-V
 Comportamentos sociocomunicativos: 8 itens com
comportamentos de iniciativa e resposta de atenção
compartilhada, imitação, engajamento social, sorriso, busca e
resposta ao contato físico, busca de assistência e préteste e/ou de
2º eixo retraimento à interação
 Quantidade da brincadeira: 6 itens, exploração dos brinquedos,
forma da exploração, coordenação visumotora, brincadeira
funcional, brincadeira simbólica e sequência da brincadeira
simbólica
 Movimentos repetitivos e estereotipados: 3 itens,
Comportamentos repetitivos de mãos e outras partes do corpo
(comportamentos auto lesivos)

3º eixo Entrevista devolutiva com os pais ou responsáveis

Os 17 itens devem ser codificados em qualidade e frequência. Qualidade, diz respeito a aspectos
como reciprocidade (o quanto faz trocas), flexibilidade (contrário de rigidez, facilidade na
modificação do comportamento), amplitude (variabilidade do comportamento),
convencionalidade ( o quanto o comportamento é expresso), consistência (o quanto o
comportamento se mantém, mostrando assim, uma tendência, um padrão) e intensidade (força
e vigor em que o comportamento se manifesta) dos comportamentos e recebe uma classificação
que varia de (A) a (E).

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 Maioria dos itens 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,9, 10, 11, 12, 13, 14, observa a presença de
comportamentos típicos (esperados) no desenvolvimento da criança
 Código A se refere a comportamentos menos comprometidos
 Código C se refere aos comportamentos mais comprometidos
 Código D, se refere a ausência do comportamento investigado
 Código B e C se refere ao comportamento presente, com dificuldade
 8, 15, 16 e 17 investigam comportamentos atípicos (protesto, retraimento, movimentos
repetitivos, estereotipia)
 Código A, se refere a ausência desses, indicando comportamentos menos
comprometidos
 Códigos B e D, comtemplam a intensidade dos comportamentos observados (B= menos
intenso; D= mais intenso)
 Em todos a codificação E não se aplica, ela é pontuada quando o comportamento não
pode ser observado

Além das três sessões de observação do comportamento infantil, com 45 minutos cada uma,
que permitirão uma avaliação consistente do comportamento da criança.

O livro de instruções está apresentado em quatro partes:

 Histórico e processo de construção do PROTEA-R (conceitos neurodesenvolvimentais e


interacionistas, evidências empíricas sobre TEA)
 Observação da criança em situação de brincadeira (instrução para aplicação e
codificação – pontuação, validade fidedignidade do instrumento
 Entrevistas, anamnese e devolutiva
 Discussão de casos clínicos

Apresentação do Eixo 2 (observação e avaliação)

Preparação do ambiente – Espaço físico e seleção de brinquedos

É importante a preparação de um espaço físico e do material adequado (devem ser seguidos


rigorosamente) para a realização da avaliação e deve ter o mínimo de interferências.

 Sala: Deve possuir o mínimo de estímulos visuais e auditivos (paredes decoradas ou


brinquedos ao alcance da criança). O mobiliário deve ser adequado ao tamanho da
criança e arredondados para evitar acidentes e laváveis.
 Brinquedos: Devem ser laváveis, sem partes que soltem e ter um tamanho em que não
possam ser engolidos, objetos mecânicos, que possuam sons, luzes, movimentos, de
fácil manuseio e possam ser desligados tanto pelo profissional, quanto pela criança. É
importante que outros brinquedos que não estejam na lista de avaliação estejam
guardados dentro dos armários ou em caixas opacas (fora do alcance visual da criança).
Os brinquedos estarão divididos e três settings: (1) No chão da sala, (2) Organizado em
uma mesa e (3) Caixa do avaliador

Contextos de avaliação

Cada sessão de avaliação deve ser organizada em dois momentos, um de brincadeira livre e a
de brincadeira semiestruturada, que proporcionarão diferentes situações interativas.

 Brincadeira livre: Duração de aproximadamente 15 minutos, onde serão observadas as


iniciativas, respostas de atenção compartilhada, imitação simbólica, contato físico e

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afetivo, engajamento social. Orientação ao avaliador: Ficar próximo, mais não
aproximar-se muito, devem sentar-se ao chão ou em mesinha infantil. Deve engajar a
criança na brincadeira e depois convidá-la a realizarem uma brincadeira conjunta. Se for
uma criança que não verbaliza, não insista com as perguntas, mostre os brinquedos e
veja que interesses ela possui. Ao longo da sessão vá retirando os brinquedos
gradualmente de seu campo de visão, para que não haja um excesso de estímulos. Se a
criança gostar muito de um só brinquedo, negocie com ela a retirada do mesmo, para
que possam passar para a segunda parte da observação.
 Brincadeira semiestruturada (caixa do avaliador e mesa): Duração de aproximadamente
30 minutos. O objetivo desse momento é afastar comportamentos de busca de
assistência e buscar a presença de respostas atípicas (ex.: uso repetitivo, maneirismos
motores) e brincadeiras funcionais e exploratórias (ex.: habilidades de encaixe,
desenho). A apresentação dos brinquedos deve seguir uma ordem e devem ser
demonstrados primeiro pelo avaliador e depois dado a criança, primeiro, aqueles que
apresentam algum efeito (sonoro ou luminoso) de forma verbal antecipando esse som
ou luz, após dedoches e em seguida, bolhas de sabão. O avaliador deve ter o controle
da caixa e deve registrar tudo o que acontece. É interessante que seja realizado em troca
de turnos ( uma vez o avaliador, uma vez a criança)

Definição operacional dos itens

São 17 itens que estão divididos em três áreas: (1) Comportamentos sociocomunicativos, (2)
Qualidade da brincadeira e (3) Movimentos repetitivos e estereotipados do corpo. Esse
momento além da aplicação é importante que o avaliador tenha domínio além da prática a parte
teórica também (que está descrita no capítulo 2 do livro de instruções- Vol. I)

Area 1- comportamentos sociocomunicativos

 Iniciativa de atenção compartilhada (IAC): Verificar se a criança toma a iniciativa em


convidar o avaliador para brincar ou mostrar seu interesse pelos brinquedos
apresentados (ex.:mostra, aponta, dá o objeto ao avaliador)
 Resposta de atenção compartilhada (RAC): Observar se a criança responde as intenções
de interação do avaliador (incluindo o convite para brincar), a criança presta atenção ao
avaliador
 Imitação (IM): Verificar se há a presença de comportamento imitativo na criança
 Engajamento social (ES): Identificar se a criança se engaja em brincadeiras com o
avaliador sem a presença do brinquedo (ex.: cantar, dançar, esconde-esconde)
 Sorriso (SOR): Avaliar se a criança está tendo prazer em realizar essa brincadeira,
mostrando um sorriso.
 Busca e resposta ao contato físico afetivo (CFA): Verificar se a criança busca e/ou
responde ao contato de proximidade de forma espontânea.
 Busca de assistência (BA): Observar se a criança utiliza gestos, se esses gestos estão
coordenados ao olhar, com o objetivo de buscar assistência (ex.: repetir uma
brincadeira, abrir algo)
 Protesto/ retraimento (P/R): Avaliar se a criança evita a interação com o adulto quando
este se aproxima dela ou quer inseri-la na brincadeira

Area 2- Qualidade da brincadeira

 Exploração dos brinquedos (EXB): Avaliar a quantidade de brinquedos explorados pela


criança

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 Forma de exploração (FEX): Identificar a variedade de ações na utilização do brinquedo
(flexibilidade de exploração)
 Coordenação visuomotora (CV): Verificar se a criança segura o brinquedo de maneira
adequada, se consegue explorá-lo de forma visual
 Brincadeira funcional (BF): Identificar se a criança manipula os brinquedos de acordo
com as suas funções e não só de forma exploratória
 Brincadeira simbólica (BS): Observar se a criança utiliza a brincadeira de faz de conta,
utilizando um objeto por outro.
 Sequência de brincadeira simbólica (SBS): A brincadeira simbólica tem início meio e
fim? Observar se criança realiza uma sequência estruturada em sua história/brincadeira

Area 3 – Movimentos repetitivos e estereotipados do corpo

 Movimentos repetitivos das mãos (MRM): Avaliar movimentos rápidos de dedos e


mãos
 Movimentos repetitivos de outras partes do corpo (MRC): Observar se a criança realiza
movimentos rápidos e repetitivos de outras partes do corpo, de forma não funcional
 Comportamentos autolesivos (CA): Verificar movimento que podem ser lesivos em si
mesmo (morder, arrancar cabelos, bater em si próprio)

Descrição de material e setting

Kit para brincadeira livre

Sugestão de Características Objetivo Imagem do


brinquedo brinquedo
Carro e bonecos Carro de brinquedo Observar a
compatível com os brincadeira
bonecos exploratória e
funcional e simbólica
Pote transparente Pote cilíndrico Observar a
com miniaturas transparente com habilidade em buscar
tampa de rosca. assistência
Dentro deve conter 3
carrinhos pequenos,
de cores diferentes, 1
cachorro pequeno de
pelúcia ou plástico
Xícara, pires e colher Xícaras, pires e Eliciar brincadeira
colheres de plástico simbólica e funcional
(hora do chá) de comidinha
Mesinha e cadeirinha Mesinha e cadeirinha Complementar a
de madeira brincadeira simbólica
e funcional de
comidinha
Miniatura de frutas Miniaturas de frutas Favorecer a
de tecido, pelúcia ou brincadeira de
plástico comidinha

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Piano Piano de brinquedo Observar a reação ao
pequeno, que emite estímulo do som do
som piano, sensibilidade
sensorial, ecolalias,
estereotipias, canto
Boneco de silicone Boneco de silicone Estímulo tátil e visual
que possua estímulo do objeto
visual pela emissão
de luzes quando
acionado
Livro infantil Indicado para Exploração, uso
crianças de até 12 funcional, iniciativa
meses, pouco ou de resposta
nenhum texto compartilhada
Círculo que gira com Círculo que gira com Troca de turnos
bola pequena um pequeno palhaço
em seu interior ou
bola pequena
Tapete de encaixe Tapete em EVA Observar a
colorido, com peças brincadeira
de encaixe exploratória e
funcional
Caixa transparente Caixa organizadora Observar interesse
com tampa. Dentro espontâneo e pedido
devem conter os de ajuda para
brinquedos alcançar os objetos
Fonte: Elaborado pela autora, retirado da obra de BOSA, 2018 pág. 65 a 67

Kit para brincadeira semiestruturada

Mesa

Sugestão de Características Objetivo Imagem do


brinquedo brinquedo
Encaixe simples Encaixe simples de Avaliar brincadeira
madeira de formas funcional
geométricas
Encaixe complexo Encaixe complexo de Avaliar brincadeira
madeira funcional
Material gráfico Folha A4 e lápis de Avaliar a habilidade
cores representacional
Mesa e cadeira Mesa e cadeira Espaço adequado a
infantil- kit com uma atividade, avaliador
ou duas cadeiras deve ficar
preferencialmente
de frente a criança
Fonte: Elaborado pela autora, retirado da obra de BOSA, 2018 pág. 65 a 67

Caixa do avaliador

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Sugestão de Características Objetivos Imagem do
brinquedo brinquedo
Bola com estímulos Objeto com Observar reação a
superfície dura com estímulos
múltiplos estímulos simultâneos
Pião Metálico com cores e Verificar presença de
que gira movimentos
repetitivos, interesse
Máquina fotográfica Com efeitos de sons, Observar reação a
música e luz (flash) estímulos
simultâneos e
brincadeira simbólica
Pelúcia que vibra Macio e de pelúcia Observar reação a
que produz estímulos táteis
movimento
(vibração) quando
acionado por uma
corda
Cone com argolas Cone de plástico com Como a criança reage
cabeça de palhaço e a brincadeira com
argolas de encaixe troca de turnos
Dedoches, fantoches Fantoches de Habilidade em
encaixar nos dedos, realizar a brincadeira
de ambos os sexos e e imitação simbólica
diferentes idades
Bolhas de sabão Pote pequeno e Reação ao estímulo
cilíndrico de plástico visual
que possui haste e
produza bolhas de
sabão
Caixa fosca Para armazenar os Para que o conteúdo
brinquedos e evitar não seja visto pela
que a criança veja o criança
conteúdo
Fonte: Elaborado pela autora, retirado da obra de BOSA, 2018 pág. 65 a 67

Apresentação dos eixos 1 e 3 (Entrevistas – Anamnese e Devolutiva)

Entrevista de Anamnese

Roteiro de entrevista de anamnese para ser realizada com os pais ou cuidadores responsáveis
pela criança, esse será um dos primeiros contatos com o profissional e tem como objetivo
informar sobre o histórico de desenvolvimento da criança, que mostrarão déficits no
comportamento e habilidades esperadas dentro das faixas etárias e também as habilidades
preservadas. Sugere-se que a entrevista seja realizada sem a presença da criança.

A anamnese é dividida em partes, vejamos o modelo demonstrado no PROTEA-R

 Parte I- Identificação, histórico clínico e familiar

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 Parte II- Gestação e desenvolvimento da criança
 Parte II- Primeiros sinais de TEA
 Parte IV- Informações complementares

Entrevista Devolutiva

Tem como objetivo integrar todas as informações e observações obtidas durante o processo,
passá-los aos responsáveis e orientá-los do próximo passo, a intervenção e os
encaminhamentos. Há a entrega de um relatório com tudo o que foi realizado nessa avaliação
(entrevistas, observações, aplicação das atividades com os brinquedos nas sessões)

VB-MAPP- Marcos do Comportamento Verbal programa de avaliação e programa de


nivelamento em intervenções do método ABA.

VB- Verbal Behavior (comportamento verbal), que é a perspectiva de Skinner sobre a


comunicação, o comportamento de comunicação dos seres humanos.
O uso aplicado da análise do comportamento verbal de Skinner é o aspecto mais marcante da
abordagem VB. Para Skinner (1957) os mesmos princípios básicos de comportamento que se
aplicam ao comportamento não-verbal (controle de estímulos, reforço, extinção)também se
aplicam ao comportamento verbal, não havendo novos princípios de comportamento necessários
para xplicar a linguagem, residindo a diferença na forma como são reforçados. O comportamento
não-verbal obtém seu reforço diretamente do ambiente, ao passo que o comportamento verbal
é mantido por consequências que dependem da ação de uma pessoa treinada pela comunidade
verbal (Santos &Andery, 2007, Sundberg, 2016). (MARTONE, 2017, pág. 15)

MAPP- Avaliação de marcadores (marcos do desenvolvimento), mas a descrição é feita sob um


olhar operacional, comportamental (antecedente – comportamento – consequência).
Avaliação sistematizada para crianças autistas ou com atrasos similares e se tornou um
instrumento de uso frequente entre aqueles que planejam e implementam atendimentos nessa
área [...] avalia uma amostra do repertório verbal da criança a partir de 170 marcos de
desenvolvimento que são apresentados em três níveis (0 a 18 meses; 18 a 30 meses 30 a 48
meses) (MARTONE, 2017, pág. V)

Geralmente utilizado em crianças pequenas. Avalia os marcos do desenvolvimento infantil,


áreas da linguagem e associadas até 48 meses. Ele é considerado mais robusto, mais detalhado,
mais aprofundado, mas áreas que visa avaliar. sigla significa Avaliação de Marcos do
Comportamento Verbal e Programa de Nivelamento, utilizado para avaliação do repertório
inicial em intervenções com ABA. Esse instrumento compreende 170 marcos de
desenvolvimento subdivididos em três níveis, que vão de zero a 48 meses de idade. Dentro de
cada divisão, existem diferentes habilidades, tais quais mando, tato, imitação motora,
habilidades de grupo e pré-acadêmicas. Além disso, são avaliadas 24 possíveis barreiras para o
aprendizado, como comportamento hiperativo e baixo contato visual.

O mando,
Os mandos são importantes no desenvolvimento da linguagem porque possibilitam que a criança
aprenda a pedir e ganhar o que quer. Inicialmente a linguagem consiste de mandos reforçadores
incondicionados, isto é, por itens que são importantes para a sobrevivência, como comida e água
ou por fortes reforçadores condicionados como a presença da mãe (Sundberg & Michael, 2001).
Além disso, o início da interação verbal que ocorre quando a criança passa a emitir mandos gera
um efeito relevante sobre a interação verbal e social, sobretudo para crianças com atrasos de
linguagem. (MARTONE, 2017, pág. 15 e 16)

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O VB-MAPP disponibiliza uma avaliação de transição, na qual a junção de habilidades e barreiras
ajuda a identificar os fatores determinantes para as dificuldades de aprendizado daquela
criança. Ainda há uma ferramenta chamada “análise de tarefas e rastreamento de habilidades”,
com a qual é possível maior detalhamento das habilidades esperadas, chegando a cerca de 900.
Por fim, tem-se acesso a um plano de ensino individualizado que propiciará o nivelamento.

O VB-MAPP não é um instrumento diagnóstico, é um protocolo de avaliação para pessoas com


autismo, que tem a função de elaborar o Plano de ensino individualizado (PEI) – Plano de
intervenção, para o processo de aprendizagem do pessoas com TEA.

VB-MAPP
Organização 
Mark L. Sundberg, Ph.D, BCBA-D

Tese de doutorado de Maria Carolina Correa Martone
(Tradução)
 Tradução (comercializada) Ronaldo Lima
Editora  Casa do Psicopedagogo (Tradução)
Contém  Um manual
 Um caderno para registro
 Manual para aplicação
Divisão  Mando
(Três eixos – Nível  Ouvinte
1, Nível 2 e Nível  Tato
3)  Brincadeira independente
 Brincadeira social
 Habilidade de grupo
 Intraverbal
 VPS-MTS
 Estrutura linguística
 Leitura
 Escrita
 Matemática
Objetivos Trata-se de um instrumento que irá avaliar e mapear os marcos do
desenvolvimento do comportamento verbal
Público-alvo  Crianças em torno de 0 a 48 meses
(0 a 4 anos), especialmente as não verbais
Padronização  Não possui padronização brasileira
 Já é traduzido e adaptado no Brasil
Profissionais a  Por ser um instrumento de rastreamento e não de
quem se destina diagnóstico, pode ser utilizado por psicólogos,
fonoaudiólogos, psicopedagogos, terapeutas ocupacionais,
desde dominem as bases teóricas que embasam o
instrumento.

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Componentes:

Registro de habilidades (Avaliação de marcos): Descreve quais habilidades o indivíduo tem, o


repertório da criança, que é avaliado por meio de uma série de tarefas, por vezes uma simples
observação (com a anotação) é suficiente. Essas observações também podem ser mensuradas
por tempo, ex.: Interação com um brinquedo, por quanto tempo, uma vez ao ano ou foram
muitas vezes em uma sessão (Tempo, frequência). Ou por teste, a imitação.

O protocolo é dividido por níveis, que estão subdivididos em domínios há cinco tarefas em
cada domínio.

Nível 1 0 a 18 meses 9 domínios, com 5 tarefas cada


Nível 2 18 a 30 meses 12 domínios, com 5 tarefas cada
Nível 3 30 a 48 meses 13 domínios, com 5 tarefas cada

As idades no VB-MAPP não são idades cronológicas, são idades desenvolvimentais, exemplo, 0
a 18 meses, estão descritas idades em que uma criança com desenvolvimento típico desenvolve
até os 18 meses (marcos do desenvolvimento), mas pode-se ter uma pessoa com 30 nos que
não desenvolveu essa habilidade, dessa forma entende-se que apesar de se colocar uma idade
até 48 meses, o VB-MAPP pode avaliar pessoas de outras idades e se ela está dentro da faixa,
por exemplo, tem 45 meses, começa-se do início para verificar até que ponto ela alcança, ou até
que pode regredir. Assim, verifica-se que habilidades a criança tem e quais estão em déficit.

É importante salientar que até 4 anos, é onde o indivíduo desenvolve as habilidades básicas, que
são fundamentais para o desenvolvimento de habilidades mais complexas.

Barreiras: É o que impede essa criança de aprender. Apresenta a presença de 24


comportamentos agressivos, auto estimulatórios e dificuldades para alcançar a generalização.

Fatores de alerta:

 Muitas crianças com TEA apresentam comportamentos negativos, fortes e persistentes


que impedem a aprendizagem
 Excessos comportamentais: São barreiras para a aprendizagem, é muita estimulação, o
processo de aprendizagem não consegue competir com ele. Uma agressividade muito
grande também pode limitar a participação em uma série de contextos.
 A falta de pré-requisitos para a aprendizagem, possui reforçadores ou operantes verbais
muito fracos ou ausentes do repertório da criança.
 Comportamentos sociais podem estar prejudicados por uma série de fatores

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 Barreiras físicas ou médicas devem ser cuidadas e acomodadas da melhor forma
(comorbidades)

24 barreiras de aprendizagem do VB-MAPP

Comportamentos problema Rastreamento comprometido


Falta de controle instrucional Discriminação condicional falha
Mandos comprometidos Falha em generaliza
Tatos comprometidos Motivadores fracos
Ecóicos comprometidos Custo de respostas x Oms
Imitação comprometida Dependente de reforçamento
Emparelhamento com o modelo Dificuldades articulatórias
comprometido
Habilidades de ouvinte comprometidas Comprometimento obsessivo compulsivo
Intraverbais comprometidas Hiperatividade
Habilidades sociais comprometidas Falha em manter contato visual
Dependência de dicas Autoestimulação
Scrolling (adivinhação) Defesa sensorial

O primeiro e segundo componentes devem acontecer simultaneamente.

Transição: Composto por 18 áreas e ajuda a identificar se há progressão no desenvolvimento,


se adquiriu as habilidades necessárias para a aprendizagem, é a junção das habilidades com as
barreiras, que por exemplo, pode indicar o nível de suporte que o indivíduo precisa.
Normalmente aplica-se o VB-MAPP após três ou seis meses, ou um ano, para perceber se o
indivíduo avançou, comparando-o com ele mesmo, pois tem-se uma base do que é o
desenvolvimento daquela idade e aí se sabe quão adaptativo é aquele comportamento dentro
de outros contextos.

Análise de tarefas e rastreamento de habilidades: Uma subdivisão das habilidades da criança,


serve de guia curricular mais completo para habilidades de aprendizagem e linguagem.

Classificação e metas PEI: É o resultado das quatro avaliações anteriores, que direciona como
será elaborado o PEI, sugestões e planejamento da formulação dos programas a serem
trabalhados.

Operantes verbais

 Mando: Fazer pedidos através de reforçadores (Pedir por água)


 Tato: Utilizado para nomeação ou identificação de objetos, ações, eventos (Dizer bola,
pois viu a bola)
 Intraverbal: conversar ou responder a perguntas (Dizer cadeira, pois alguém pergunta
“o que você usar para sentar-se?”)
 Ouvinte: Seguir instrução ou atender ao mando de outros (Pegue a bola!)
 Ecóico: Repetir o que ouve (Ouve bola e repete bola)
 Imitação: fazer movimento motor igual a alguém (alguém chuta a bola e a criança
chuta a bola)
 Textual: Ler palavras escritas (Dizer bola ao ver o nome bola escrito em algum lugar)
 Copiar um texto (Escrever a palavra bola, porque alguém escreveu)

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 Transcrição: Soletrar palavras faladas (ouvir bola e escrever a palavra bola)

Devolutiva com a criança e com os responsáveis


Tem como objetivo integrar todas as informações e observações obtidas durante o processo,
passá-los aos responsáveis e orientá-los do próximo passo, a intervenção e os
encaminhamentos. Há a entrega de um relatório com tudo o que foi realizado nessa avaliação
(entrevistas, observações, aplicação das atividades com os brinquedos nas sessões)

Momento da devolutiva

 O seu Relatório deverá estar em conformidade com a emissão de documentos do


Conselho Federal de Psicologia – CPF. Os tipos de relatórios e documentos emitidos
pelo psicólogo são baseados na RESOLUÇÃO Nº 6, DE 29 DE MARÇO DE 2019 que
institui regras para a elaboração de documentos escritos produzidos pela(o)
psicóloga(o) no exercício profissional e revoga a Resolução CFP nº15/1996, a Resolução
CFP nº 07/2003 e a Resolução CFP nº04/2019. Você pode encontrar os modelos aqui no
site do Instituto Inclusão Brasil ou no site do CFP.
 Entrega do Relatório com Devolutiva aos Pais
 Apoio na elaboração do processo de luto pelos pais
 Envolvimento e apoio acolhedor dos pais/família
 Criação do Projeto Terapêutico Individualizado para o paciente com TEA, com a
participação dos pais.
 O Relatório deverá conter as orientações, recomendações metodológicas e estratégicas
para a escola.

Referências Bibliográficas
ABP- Associação Brasileira de Psiquiatria. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos
mentais – DSM-V . 5ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2014

BERNAUD, Jean- Luc. Métodos de avaliação da personalidade. Portugal: Climepsi Editores,


2000.

BOSA, Cleonice Alves; SALLES, Jerusa Fumagalli de. PROTEA-R – Sistema de Avaliação da
Suspeita de Transtorno do Espectro Autista. São Paulo: Vetor Editora, 2018

JABLON, Judy R., DOMBRO, Amy Laura e DICHTELMILLER, Margo L. O poder da observação –
Do nascimento aos 8 anos. 2ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2008.

SUNDBERG, Mark L. PhD, BCBA-D. VB-MAPP - Verbal Behavior Milestones A sessment and
Placement Program. Editora ABA Espana, 2021.

LIMA, Ronaldo. Guia VB-MAPP – Programa de Avaliação e colocação de marcos do


comportamento verbal, nível 1, 2 e 3. São Paulo: Casa do Neuropsicopedagogo, 2011

MARTONE, Maria Carolina Correa. Tradução e adaptação do Verbal Behavior Milestones A


sessment and Placement Program (VB-MAPP) para a língua portuguesa e a efetividade do
treino de habilidades comportamentais para qualificar profissionais. Tese de Doutorado, São
Carlos – SP, 2017.

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WILLIAMS, Lúcia C. de A.; AIELLO, Ana Lúcia R. Manual do Inventário Portage Operacionalizado:
Avaliação do desenvolvimento de crianças de 0 a 6 anos. Curitiba: Juruá Editora, 2022

https://institutoinclusaobrasil.com.br/protocolos-oficiais-diagnostico-do-transtorno-do-
espectro-autista-no-brasil/

Protocolos e Artigos
Abaixo estão disponibilizados sites com alguns protocolos e artigos sobre vários instrumentos
de triagem e avaliação do TEA. Em alguns casos há disponibilidade em outras línguas que não
sejam a Língua Portuguesa Brasileira, mas foram colocados para que possam conhecer mais
sobre esses protocolos.

Download do Manual Triagem Precoce para Transtorno do Espectro Autista:

http://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/triagem-precoce-para-autismo-transtorno-do-
espectro-autista/

Download do Protocolo Clínico e de Acolhimento para Transtorno do Espectro Autista:

https://www.saude.sc.gov.br/index.php/documentos/atencao-basica/saude-
mental/protocolos-da-raps/9209-espectro-autista/file

Artigo sobre o PROTEA-R

http://pepsic.bvsalud.org/pdf/ptp/v18n1/15.pdf

Download da Escala M-CHAT-R/F:

https://autismoerealidade.org.br/wp-content/uploads/2019/05/M-CHAT-
R_F_Brazilian_Portugese.pdf

Download da Escala CARS-BR padronização brasileira:


https://sites.google.com/site/marciocandiani/escala-cars-para-avaliacao-de-autismo
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/12936/000634977.pdf

Download da Escala ATA – Adaptação brasileira, Assumpção, F. et. al.:


http://www.psiquiatriainfantil.com.br/escalas/tracosautisticos.htm

Para responder a Escala ATEC no link oficial dos USA com tradução para o português:

http://www.surveygizmo.com/s3/1329619/Autism-Treatment-Evaluation-Checklist-revised

Download da Escala ABC padronização brasileira:

https://pt.scribd.com/document/369930015/Escala-Ica-ABC-Pagina-55

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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462005000400008

ADOS-2 – Disponível em tcheco, dinamarquês, holandês, finlandês, francês, alemão, italiano,


norueguês e sueco. Encontramos este material somente em português de Portugal e ou em
espanhol. Não temos editoras no Brasil para comercialização deste teste.

Neste link abaixo poderá encontrar a escala para comprar em Portugal.

https://www.wpspublish.com/ados-2-autism-diagnostic-observation-schedule-second-edition

Leia o artigo: Protocolo de Avaliação de Crianças com Autismo: Evidências de Validade de


Critério no Brasil – Considerações sobre o uso e validade dos testes ADOS, ADOS-2, ADIR e
ADIR-R no Brasil.

https://www.scielo.br/pdf/ptp/v31n1/0102-3772-ptp-31-01-0043.pdf

Leia o artigo: Evidências de efetividade de uma capacitação de profissionais da saúde mental


no uso da Autism Diagnostic Observational Schedule (ADOS) no Brasil – Tese de Mestrado de
Victor Santos Namur, 2019

http://tede.mackenzie.br/jspui/bitstream/tede/3963/5/Victor%20Namur.pdf

ADI- R

Encontramos este material somente em português de Portugal e ou em espanhol. Não temos


editoras no Brasil para comercialização deste teste. Neste link abaixo poderá encontrar a
escala para comprar em Portugal.

oficinadidactica.pt

Pesquisa sobre a validação do ADI-R no Brasil:

http://livros01.livrosgratis.com.br/cp087135.pdf

Leia o artigo: Protocolo de Avaliação de Crianças com Autismo: Evidências de Validade de


Critério no Brasil – Considerações sobre o uso e validade dos testes ADOS, ADOS-2, ADIR e
ADIR-R no Brasil.

https://www.scielo.br/pdf/ptp/v31n1/0102-3772-ptp-31-01-0043.pdf

Para conhecer a escala GARS-2:

https://www.pearsonclinical.co.uk/Psychology/ChildMentalHealth/ChildAutisticSpectrumDisor
ders/GilliamAutismRatingScale-SecondEdition(GARS-2)/GilliamAutismRatingScale-
SecondEdition(GARS-2).aspx

Download Escala ASQ3:

http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/1132535/DLFE-205901.pdf/1.0

Download Inventário Portage:

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https://www.skoob.com.br/livro/pdf/o-inventario-portage
operacionalizado/165127/edicao:184191

Para adquirir o Teste PEP-R:

http://universoautista.com.br/oficial/2015/08/09/o-pep-r/

Download da ABLLS-R:

https://pt.scribd.com/document/398594253/266641102-ABLLS-R-Protocol-pdf

https://br.pinterest.com/pin/633529872568806747/

Escala Adaptativa Vineland-3

Para comprar o teste somente na editora: http://www.valordoconhecimento.com.br

https://www.passeidireto.com/arquivo/1729544/escala_comportamentos_adaptativos_sofia_
santos

https://mundoautista.files.wordpress.com/2010/04/17-vineland-escala-de-comportamento-
adaptativo.pdf

Download do VB-MAPP versão em português:

https://drive.google.com/file/d/1bIUDZgEG-Oo4Dw8GxD3tcEvCmL5Egk7Q/view

Download do Modelo Denver: (primeiro capítulo do livro)

http://recursos.bertrand.pt/recurso?&id=9995104

Download de artigos sobre Protocolo Preaut:

http://ninar.com.br/wp-content/uploads/2013/11/preaut-i-jornada-o-que-e-a-pesquisa-
preaut-recife-pe-28.-09-13-logo.pdf

http://www.scielo.br/pdf/codas/v30n5/2317-1782-codas-30-5-e20170096.pdf

Informações sobre IRDI:

http://www.scielo.br/pdf/codas/v30n5/2317-1782-codas-30-5-e20170096.pdf

Download da Escala Australiana:

http://espectroautista.info/ASAS-es.html

Informações sobre o Protocolo PRISMA:

http://www.bivipsi.org/wp-content/uploads/REVERIE_2017-11.pdf

Artigo sobre o BOS:

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https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0002713809610128

Informações sobre ECA:

https://www.aftcc.org/sites/default/files/documents/glossaire1.pdf

SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE COMPORTAMENTO ADAPTATIVO – ABAS-3 – PATTI HARRION E


THOMAS OAKAND, 2015

Você pode comprar na editora: https://www.pearsonassessments.com/

ESCALA DE RESPONSIVIDADE SOCIAL – 2a. EDIÇÃO – SRS-2 – JOHN N. CONSTANTINO, MD E


CHRISTIAN P. GRUBER, PHD.

Você pode comprar na editora: https://www.valordoconhecimento.com.br

Leia o artigo: Propriedades Psicométricas da Escala de Responsividade Social – SRS-2 para


Transtorno do Espectro Autista
https://www.scielo.br/j/jbpsiq/a/KVvxKNpv5fPhkhn5vQbjCdG/?lang=pt

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