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O TRANSTORNO DE ANSIEDADE (TA) NA PERSPECTIVA DA PSICANÁLISE

FLORÊNCIA CAVALCANTE DE (HTTPS://WWW.NUCLEODOCONHECIMENTO.COM.BR/AUTHOR/FLORENCIA-


SOUSA FERREIRA CAVALCANTE-DE-SOUSA-FERREIRA)
! 09/12/2020(HTTPS://WWW.NUCLEODOCONHECIMENTO.COM.BR/2020/12/09)
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CONTEÚDO

RESUMO
1. INTRODUÇÃO
2. O TRANSTORNO DE ANSIEDADE (TA) DE ACORDO COM A PSICANÁLISE
2.1 A CARACTERIZAÇÃO DOS DISTÚRBIOS DO TRANSTORNO DE ANSIEDADE (TA)
2.2 OS FATORES DESENCADEANTES DO TRANSTORNO DE ANSIEDADE (TA) E OS MECANISMOS DE
DEFESA
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS

ARTIGO ORIGINAL

FERREIRA, Florência Cavalcante de Sousa [1]

FERREIRA, Florência Cavalcante de Sousa. O transtorno de ansiedade (TA) na perspectiva da


psicanálise. Revista CientíSca Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 12, Vol. 02, pp. 118-
128. Dezembro de 2020. ISSN: 2448-0959 (tel:2448-0959), Link de
acesso:  https://www.nucleodoconhecimento.com.br/psicologia/transtorno-de-ansiedade
(https://www.nucleodoconhecimento.com.br/psicologia/transtorno-de-ansiedade)

RESUMO

A presente pesquisa traz uma discussão a respeito do Transtorno de Ansiedade (TA) a partir da
perspectiva da psicanálise, tendo como objetivo geral: compreender os fatores e as consequências da
ansiedade na saúde do paciente. A metodologia utilizada para a elaboração desta pesquisa foi a análise
ansiedade na saúde do paciente. A metodologia utilizada para a elaboração desta pesquisa foi a análise
bibliográSca de abordagem qualitativa. A pesquisa bibliográSca foi realizada a partir da pergunta
norteadora: qual a perspectiva da psicanálise a respeito da ansiedade? Para a realização da coleta de
dados, foram utilizados diversos instrumentos, como, por exemplo: livros, capítulo de livros, artigos
cientíScos e publicações em sites especializados no assunto. Por Sm, foi feita a leitura, análise,
discussão e redação Snal de texto, utilizando as informações disponíveis. Este estudo evidenciou que,
segundo a psicanálise, a ansiedade tem uma relação direta com a expectativa e a necessidade de
pertencimento de algo que atuam como gatilhos para acionar os sintomas. O estudo concluiu que, os
sintomas da ansiedade não são um desfecho do processo intrapsíquico, mas uma decorrência do
esforço do sujeito de evitar situações conpitantes e que geram problemas.

Palavras-chave: Transtorno, ansiedade, psicanálise, Freud.

1. INTRODUÇÃO
A ansiedade pode ser deSnida como um quadro patológico que provoca no paciente uma preocupação
exagerada sobre situações do cotidiano que podem se transformar em gatilhos de disparos para
sintomas de embaraço que prejudicam a interação social e o desempenho em público.

Segundo Castillo (2000), tanto o medo quanto a ansiedade passam a ser consideradas como sintomas
patológicos a partir do momento em que se tornam exagerados e desproporcional em relação ao
estímulo. Geralmente, essas reações se desenvolvem em pessoas com predisposição neurobiológica
herdada.

O sujeito com ansiedade passa a ter preocupações com diversas situações e pensamentos negativos
que se apresentam de maneira exacerbada. Alguns sintomas surgem com frequência nos pacientes com
ansiedade, como por exemplo, fadiga, diSculdades de concentração, irritabilidade, falta de ar, sensação
de perigo, aumento ou queda de pressão arterial, mal-estar, entre outros.

De acordo com Castillo (2000), as pessoas com ansiedade apresentam medo com excesso, diSculdade
de relaxar e geralmente são preocupadas com o julgamento de terceiros em relação ao seu desempenho
pessoal, necessitando de estímulo para renovar a autoconSança.

Dessa maneira, as situações comuns do cotidiano podem se transformar em ameaças constantes,


fazendo com que o sujeito Sque em estado de paralisia. A ansiedade pode afetar o convívio do paciente
que passa a evitar situações em que possa existir risco a vida ou a segurança. Atualmente, é
considerada um mal do século e se tornou objeto de estudo de diversos especialistas em psicanálise.

Segundo Silva (2020), a psicanálise está relacionada a vida e a obra de seu fundador, o neurologista e
psiquiatra Sigmund Freud. Utilizando-se de elementos existentes a sua volta, Freud desenvolveu suas
bases teóricas sobre a mente e o comportamento do ser humano, com o intuito de compreender a
gênese da histeria, da neurose e da psicose.

De acordo com Silva (2020), Freud percebeu que a ansiedade é uma condição que afeta excessivamente
o ser humano, pois seus distúrbios estão associados às reações do organismo diante de situações
estimulantes, sendo um estado altamente desgastante e que tira as pessoas do controle de suas
próprias vidas.

As mudanças de comportamento do ser humano e as novas exigências do mundo moderno, marcado


pelo excesso de informações e atividades, provocam o estresse e elevam o nível de ansiedade na
maioria das pessoas e afetam o convívio social. Por ser considerada um mal do século, a ansiedade é
um assunto bastante recorrente no meio cientíSco e necessita o máximo de atenção e estudo.

Diante do exposto surge uma problemática: De que forma a psicanálise aborda o Transtorno da
Ansiedade?

Dessa maneira, a presente pesquisa se justiSca, pois se faz necessário trazer uma discussão sobre a
perspectiva da psicanálise a respeito do Transtorno de Ansiedade (TA), a caracterização dos distúrbios,
fatores desencadeantes e mecanismos de defesa.

Por isso, a presente pesquisa foi se torna relevante, pois busca discutir a ansiedade numa perspectiva
psicanalítica, trazendo novos elementos que possam enriquecer o debate a respeito do tema abordado.

Com o intuito de compreender o Transtorno de Ansiedade (TA) a partir de uma perspectiva psicanalítica,
a pesquisa tem como objetivo geral: compreender os fatores e as consequências da ansiedade na saúde
do paciente. Se tratando de objetivos especíScos, podemos citar: analisar a caracterização dos
do paciente. Se tratando de objetivos especíScos, podemos citar: analisar a caracterização dos
distúrbios; identiScar os fatores desencadeantes; relacionar os mecanismos de defesa aos sintomas da
depressão.

A pesquisa é um estudo do tipo bibliográSco e com abordagem de variável qualitativa. A pesquisa


bibliográSca foi elaborada a partir da pergunta norteadora: como a psicanálise aborda o Transtorno de
Ansiedade (TA)? A coleta de dados foi feita através de estudos publicados sobre o tema no período entre
2010 e 2020. Após a coleta de dados, foi feita a seleção de estudos para análise completa do conteúdo,
a leitura analítica dos textos, o Schamento das principais informações, análise e discussão dos
resultados e, por Sm, a redação Snal do texto.

2. O TRANSTORNO DE ANSIEDADE (TA) DE ACORDO


COM A PSICANÁLISE
Dentro dessa perspectiva, discutir a o Transtorno de Ansiedade (TA)a partir de uma ótica psicanalítica “é
um retorno à subjetividade, ao questionamento, à complexidade. O que caracteriza a psicanálise é a
investigação da subjetividade, e o seu rigor é dado pela Sdelidade aos seus pressupostos […]” (PERES,
2018, p 13).

Silva (2020) corrobora que, a ansiedade sempre desaSou a compreensão teórica pois se trata de um
fenômeno bastante comum dentro da atividade clínica, sendo necessário encontrar ideias abstratas
corretas para que sejam aplicadas ao objeto de observação com clareza.

Dessa maneira, Lent (2010) apud Silva (2020, p. 08) aSrma que:

[…] o termo ansiedade é usado para se referir a um estado de tensão ou apreensão devido a
uma expectativa. Esta manifestação é uma reação normal. Contudo, quando provoca sofri-
mento, passa a ser considerada patológica, pois chega a provocar distúrbios orgânicos.

Percebe-se que o nível de intensidade do fenômeno é um fator de risco que pode alterar o bem-estar da
pessoa, provocando sintomas que podem desencadear sofrimento psíquico e prejudicar o convívio do
sujeito.

Neste sentido, “indivíduos ansiosos são capazes de selecionar certos objetos em seu ambiente e ignorar
outros, na tentativa de provar que estão certo ao considerar a situação, muitas vezes inofensiva,
amedrontadora […]” (PERES, 2018, p. 11).

Desse modo, a antecipação de um evento futuro de forma temorosa gera instabilidade psíquica, principal
característica da ansiedade. Podemos dizer que se trata de um estado de tensão diante de alguma
expectativa. O que pode ser considerado normal se não houve sofrimento. Porém, esta manifestação se
torna patológica quando provoca algum tipo de distúrbio no sujeito.

De acordo com Silva (2020), Freud dividiu a ansiedade em três categoria: Realista, Moral e Neurótica.
Dessa maneira, a primeira se refere ao medo de algo existente no mundo exterior. Já a segunda, se trata
de um medo se ser punido pelo sentimento de culpa. Por Sm, a terceira está relacionada ao medo sem
objeto reconhecido, ou seja, um temor de algo que pode ou não existir.

A ansiedade pode ser considerada como um sinal indicador para o organismo de necessidade de
levantar defesas psicológicas. Dessa maneira, “a ansiedade representa um papel central no
funcionamento do aparelho psíquico” (SILVA, 2020, p. 09). Neste sentido:

Sigmund Freud salienta que a ansiedade é consequência de traumas da infância que foram
rechaçados pelo Ego como um mecanismo de defesa para a evitação da dor. O autor também
salienta a relação entre desamparo e a angústia de castração, onde a privação ou perda do
objeto equivale à separação da mãe, fazendo com que o indivíduo vivencie a sensação do
desamparo devido à sua necessidade pulsional, como no nascimento. (OLIVEIRA; SANTOS,
2019, p. 34)

Portanto, é preciso reconhecer que o fenômeno vai além de processos neuroquímicos como defende o
discurso médico cientíSco diante do diagnóstico de Transtorno de Ansiedade (TA).

Utilizando-se da referência freudiana, os autores aSrmam que a ansiedade também pode ser um
resultado de libido contida, seja pelos desejos não realizados, ou pelas experiências traumáticas
ocorridas na infância e que se manifestam na fase adulta em forma de sintomas.
ocorridas na infância e que se manifestam na fase adulta em forma de sintomas.

Por isso, discutir a ansiedade a partir de uma perspectiva psicanalítica é, segundo Peres (2018, p. 75),
“uma forma de ‘subjetivar o diagnóstico’, através do retorno à subjetividade, ao sujeito, à fala, ao seu
corpo, que é marcado por questões psíquicas, sociais e culturais, e não somente biológicas”.

Os transtornos de ansiedade, foram divididos em cinco categorias: transtorno de pânico (TP), fobias,
transtorno obsessivo compulsivo (TOC), transtorno de estresse pós traumático e transtorno de ansieda-
de generalizada (TAG), sendo, portanto, um assunto complexo e que necessita de uma análise
psicanalítica (SILVA, 2020).

Por Sm, Peres (2018) aSrma que, a ansiedade é deSnida pela psicanálise como uma tentativa do sujeito
de encontrar solução para seus conpitos psíquicos, por isso, as pessoas com esse tipo de transtorno
evita situações temidas ou as suportam com muito medo e insegurança.

2.1 A CARACTERIZAÇÃO DOS DISTÚRBIOS DO


TRANSTORNO DE ANSIEDADE (TA)
Os distúrbios de ansiedade “estão relacionados a um grupo de respostas emitido pelo organismo diante
de estímulos ou situações” (MONTIEL, 2014, 172). É importante destacar que, a ansiedade faz parte das
reações normais do sujeito diante de estímulos reais e de situações de perigo existente, porém, se torna
patológica quando essa reação é desproporcional à situação que a provoca.

A ansiedade pode ser considerada um estado emocional que envolve componentes Ssiológicos e,
sobretudo, psicológicos, tendo como característica a reação autônoma e as sensações subjetivas de
antecipação.

Os distúrbios de ansiedade são deSnidos em função de diferentes características, de acordo


com o tipo de suas manifestações episódica ou persistentes, sobre os fatores
desencadeantes, problemas
! físicos ou psicológico e se estão ou não associados a outros
transtornos mentais ou comportamentais. (MONTIEL, 2014, p. 173)
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Partindo do pressuposto da “subjetivação o diagnóstico” a partir da psicanálise, podemos dizer que a
compreensão dos distúrbios de ansiedade está fundamentada no processo de análise das informações,
considerando a complexidade do fenômeno observado.

Dessa maneira, os distúrbios de ansiedade devem ser tratados como componentes do estado emocional
do sujeito, pois a ansiedade “revela um estado de desprazer onde se dão momentos de descarga os
quais existe a percepção destes” (OLIVEIRA; SANTOS, 2019, p. 36).

Segundo Montiel (2014), pessoas que desenvolvem transtornos de ansiedade possuem elementos
cognitivos vulneráveis e catastróScos pré-existentes que podem contribuir para o surgimento de
sintomas. Esses pressupostos levam o sujeito a estabelecer regras inapropriadas e desenvolver
sintomas de vulnerabilidade.

Percebe-se que, os pensamentos catastróScos precedem o comportamento, porém, são inadequados à


realidade, o que leva o sujeito a alterar sua percepção sobre a intensidade do estímulo e a natureza da
situação vivenciada. Essa situação pode paralisar o sujeito ou fazer com que este passe a agir de
maneira caótica, prejudicando ações e o convívio.

Conforme Montiel (2014, p. 173):

Nos distúrbios de ansiedade a autoimagem é distorcida, o meio ambiente é considerado


como apresentando situações de risco, o futuro é caracterizado como algo incerto, fora de
seu controle e como estando além das suas habilidades em lidar com tais situações.
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com que o sujeito desenvolva uma posição reativa e uma evitação fóbica,
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que possam provocar possíveis problemas e até risco à segurança pessoal.
Desse modo, “situações rotineiras podem apresentar-se como ameaças constantes, fazendo com que o
ansioso se encontre em um estado paralisante” (OLIVEIRA; SANTOS, 2019, p. 35).

A partir dos estudos analisados, podemos perceber que as principais características dos distúrbios de
ansiedade são as expressões inadequadas de medo excessivo e os padrões de pensamentos
catastróScos que provocam comportamentos desadaptativos, ou seja, comportamentos adquiridos na
catastróScos que provocam comportamentos desadaptativos, ou seja, comportamentos adquiridos na
infância e que quando adultos se tornam disfuncionais, provocando sofrimento no sujeito.

2.2 OS FATORES DESENCADEANTES DO TRANSTORNO


DE ANSIEDADE (TA) E OS MECANISMOS DE DEFESA
No princípio, Freud considerava a ansiedade um fenômeno natural e acreditava que era resultado de
fatores herdados biologicamente, sendo um aspecto vital para a sobrevivência humana. Entretanto, em
seguida ele reformulou sua teoria e procurou explicar a importância e o lugar da ansiedade na vida
psíquica do sujeito (OLIVEIRA; SANTOS, 2019).

Segundo os autores anteriormente citados, alguns fatores rotineiros como, por exemplo, o desamparo
social e a necessidade de ser aprovado ou pertencer algum grupo ou classe, podem provocar gatilhos
para o surgimento de sintomas relacionados ao medo e à insegurança.

Ainda se tratando de fatores desencadeantes da ansiedade, vale destacar que, “é bem provável que as
causas precipitantes imediatas das repressões primitivas sejam fatores quantitativos, como uma força
excessiva e o rompimento do escudo protetor contra os estímulos” (OLIVEIRA; SANTOS, 2019, p. 40).

As repressões primitivas podem se manifestar a partir de duas situações distintas: “quando um impulso
instintual desconfortável e de grande mal-estar é provocado pela percepção do externo ou quando surge
sem qualquer provocação (OLIVEIRA; SANTOS, 2019, p. 40).

Podemos perceber que, as repressões primitivas acontecem devido aos mecanismos de defesas do
organismo diante dos estímulos externos existentes, ou seja, a tentativa do ego de solucionar os
impulsos provocados pela exposição ao fenômeno desencadeante.

Segundo Silva (2020), os mecanismos de defesas são reações protetivas diante dos possíveis estímulos,
fazendo com que o sujeito passe a tomar medidas defensivas exageradas, o que afeta seu
comportamento e, consequentemente, seu convívio com outras pessoas.

Um mecanismo de defesa é uma manipulação da percepção que tem como intuito proteger o
indivíduo da ansiedade. A percepção pode ser de episódios internos, tais como os
sentimentos e impulsos, ou de episódios exteriores, tais como os sentimentos dos outros ou
as realidades do mundo (SILVA, 2020, p. 10).

A partir da bibliograSa analisada e de acordo com o vocabulário psicanalítico, podemos descrever os


mecanismos de defesas mais comuns entre o ser humano: mecanismos de defesas psíquicas e
sensoriais.

Segundo Silva (2020), são os mecanismos de defesas psíquicas: Regressão, Recalque, Isolamento,
Formação Reativa, IdentiScação, Projeção e Sublimação.

A regressão “dá-se esse termo, ao processo que conduz a atividade psíquica, a uma forma de atuação já
superada, evolutiva e cronologicamente mais primitiva do que a atual” (SILVA, 2020, p. 10).

O recalque, de acordo com Silva (2020), é a intervenção pela qual o sujeito procura afastar ou manter no
inconsciente as representações associadas a uma pulsão, como, imagens, pensamentos e recordações.

O isolamento “faz com que se considera separado aquilo que a realidade permanece unido, exemplo,
quando da relação entre a cena traumática, o conpito ou o desejo recalcado e o sintoma que foi
reprimido” (SILVA, 2020, p. 10).

Outro mecanismo de defesa é a formação reativa. Segundo Silva (2020), trata-se de uma proteção da
ansiedade a partir da manipulação da percepção interna, fazendo com que, o sujeito perceba de forma
equivocada um sentimento exatamente oposto ao seu.

A identiScação, outro mecanismo de defesa citado por Silva (2020, p. 11), “representa a forma mais
arcaica de uma vinculação afetiva. Consiste em transferir as representações do objeto para o eu/self. A
identiScação pode ser parcial ou total”. A autora complementa ainda que a identiScação pode ser:
projetiva, introjetiva e por deslocamento.

Já a projeção é uma “operação na qual o sujeito expulsa de si e localiza no outro tudo aquilo que é seu:
qualidades, sentimentos, desejos que ele desconhece ou recusa. Trata-se de uma defesa de origem
arcaica” (SILVA, 2020, p. 11).
arcaica” (SILVA, 2020, p. 11).

Vale destacar que a projeção é um mecanismo em que o sujeito passa a atribuir suas próprias
qualidades negativas a um objeto externo, como se fosse realmente uma característica do objeto. De
acordo com o estudo analisado, as formas de projeção mais comuns são: depositada, fantasias
projetivas, generalização projetiva, pensamento reverberante e transferência de culpa.

Por Sm, a sublimação consiste:

[…] na adaptação lógica e ativa as normas do meio ambiente, com proveito para nós mesmos
e para a sociedade, dos impulsos de id, rechaçados como tais pelo eu/self, numa função
harmoniosa com o superego. Isto se constitui uma forma de satisfação, visando o social.

A partir das informações, podemos perceber que, os mecanismos de defesas psíquicas estão
relacionados a tentativa do ego de manter o sujeito afastado do perigo com o mínimo de estímulo
possível e impedir que este seja dominado pelas três variedades de ansiedade descritas anteriormente:
realista, moral e neurótica.

Já os mecanismos de defesas sensoriais estão relacionados aos ajustes Ssiológicos que extrapolam os
limites do Sistema Nervoso Autônomo e atingem o sistema imunitário e endócrino.

Para exempliScar, Silva (2020) diz que, a glândula supra renal (localizada numa região do corpo próxima
aos rins), tem ligação direta com o Sistema Nervoso Autônomo (hipotálamo, hipóSse e medula espinhal)
e por isso, o comando dessa glândula é um mecanismo de defesa sensorial da ansiedade.

A autora corrobora que: “devido a ativação do eixo simpático, a adrenalina produzida pela medula das
glândulas suprarrenais, entra na circulação sanguínea e provoca taquicardia e constrição dos vasos
sanguíneos periféricos” (SILVA, 2020, p. 12).

De acordo com Silva (2020), é importante destacar que, enquanto a medula das glândulas suprarrenais
produz adrenalina, o córtex dessas glândulas libera cortisol, mais conhecido como o hormônio do
estresse, que, quando produzido em quantidades adequadas contribui na adaptação de situações
estressantes, porém, quando em excesso, pode provocar o aumento da pressão arterial, baixa imunidade
e déScit de memória.

Portanto, tanto os mecanismos de defesas psíquicas quanto sensoriais, agem no organismo como
reações de proteção diante dos estímulos, o que leva o sujeito a agir de forma defensiva, afetando,
sobretudo, o comportamento e o convívio com o meio social.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo evidenciou que, a ansiedade é uma reação defensiva do organismo, ou seja, uma espécie de
sinal de alerta diante dos estímulos existentes e dos perigos iminentes, sejam reais ou imaginários. Além
disso, a ansiedade leva o sujeito a tomar medidas de proteção para enfrentar uma ameaça,
caracterizando-se como uma resposta a uma ameaça vaga ou sem origem objetiva.

A ansiedade pode prejudicar a capacidade do sujeito de discriminar situações, fazendo com que este
selecione e exclua objetos ao seu redor apenas com o intuito de provar que estar certo ao ponderar a
situação como perigosa. Neste sentido, Silva (2020) aSrma que a ansiedade pode levar o sujeito a fazer
generalizações ou considerar determinadas situações de maneira excessiva e mal adaptada.

Já os distúrbios de ansiedade estão relacionados às respostas emitidas pelo organismo diante de


situações que geram temor o risco a vida do sujeito e são deSnidos a partir de suas características e do
tipo de manifestação (episódica ou persistente) diante dos fatores desencadeantes.

A partir da bibliograSa analisada foi constatado que os distúrbios podem provocar preocupações
excessivas diante de determinadas situações corriqueiras, comprometendo, de maneira signiScativa, a
qualidade de vida do sujeito e seu convívio social.

A pesquisa constatou também que, o Transtorno de Ansiedade (TA) tem como fatores desencadeantes,
o desamparo social, a necessidade de pertencimento de grupo e de aceitação pessoal. Esses fatores
disparam gatilhos para o surgimento de sintomas associados ao medo.

Portanto, podemos dizer que, a maior contribuição da psicanálise para a compreensão do Transtorno de
Ansiedade (TA) foi sem dúvida o retorno à subjetividade, ao questionamento e à complexidade, ou seja, a
“subjetivação do diagnóstico”. O sujeito voltou ser considerado como um todo, seu eu, sua fala, seu
“subjetivação do diagnóstico”. O sujeito voltou ser considerado como um todo, seu eu, sua fala, seu
pensamento, seu comportamento, seu corpo e etc. Um sujeito marcado por questões sociais,
econômicas, culturais, psíquicas e não somente biológicas.

REFERÊNCIAS
BUENO, Laura de Oliveira. A ansiedade em situações escolares. MonograSa (Especialização em
Psicologia Escolar) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Porto Alegre: UFRGS, 2011, 33
p. Disponível em: <https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/62113/000867504.pdf?
sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 21 out. 2020.

CASTILLO, Ana Regina Geciauskas Lage. et al. Transtornos de ansiedade. Revista Brasileira de
Psiquiatria, 22 (Supl. II), p. 20-3, 2000.Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/rbp/v22s2/3791.pdf>.
Acesso em: 21 out. 2020.

MONTIEL, José Maria; BARTHOLOMEU, Daniel; MACHADO, Afonso Antonio; PESSOTTO, Fernando.
Caracterização dos sintomas de ansiedade em pacientes com transtorno de pânico. Boletim Academia
Paulista de Psicologia, v. 34, n. 86, 2014, p. 171-185.Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-
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OLIVEIRA, Karina Marques Ferreira de; SANTOS, José Wellington dos. TRANSTORNO DE ANSIEDADE
GENERALIZADA EM ADULTOS – UMA VISÃO PSICANALÍTICA. Revista CientíJca Eletrônica de
Psicologia. 33ª Ed. Garça-SP: FAEF, v. 33, n. 01, p. 33-46, 2019. Disponível em:
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PERES, Karoline Rochelle Lacerda. Transtorno de Ansiedade Social: psiquiatria e psicanálise.


Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica) Universidade de São Paulo (USP). São Paulo: USP, 2018, 80
p. Disponível em: <https://teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-26102018-
165234/publico/peres_me.pdf>. Acesso em: 21 out. 2020.

SILVA, Maria Bernadete Lima Maia. As contribuições da Psicanálise na Neurometria Funcional no


controle da ansiedade. Revista CientíJca de Neurometria, Ano 4 – Número 6 – abril de 2020. Disponível
em:<https://www.neurometria.com.br/article/vol6a1.pdf>. Acesso em: 21 out. 2020.

VIANA, Milena de Barros. Mudanças nos conceitos de ansiedade nos séculos XIX e XX: da
“Angstneurose” ao DSM-IV. Tese (Doutorado em FilosoSa) – Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar). São Carlos: UFSCar, 2010, 204 p. Disponível em:
<https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/4780/3194.pdf?sequence=1&isAllowed=y>.
Acesso em: 21 out. 2020.

[1] Pós-graduada em planejamento Educacional, graduada em Pedagogia.

Envaido: Novembro, 2020.

Aprovado: Dezembro, 2020.

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FLORÊNCIA CAVAL
(https://www.nucleodoc
cavalcante-de-sousa-fe
(https://www.nucleodoconhecimento.com.br/author/florencia-cavalcante-de-sousa-ferreira) Pós-graduada em plane
Pedagogia.

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(HTTPS://WWW.NUCLEOD

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