Você está na página 1de 18

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Introdução ao Pensamento e a Fronteira

Adija Issa Saide, Código: 708233634

Curso: Educação Física e Desporto

Cadeira: Pensamento Contemporâneo

Ano académico: 1º Ano

Nampula, Abril de 2023


Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota Sub
máxima do Total
Tutor
 Capa 0.5
Aspectos  Índice 0.5
Estrutura organizacionais  Introdução 0.5
 Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização 1.0
(indicação clara do
problema)
Introdução  Descrição dos 1.0
objectivos
 Metodologia 2.0
adequada ao objecto
do trabalho
Conteúdo  Articulação e 2.0
domínio do discurso
académico
(expressão escrita
Análise e cuidada, coerência/
discussão coesão textual)
 Revisão 2.0
bibliográfica
nacional e
internacionais
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos 2.0
dados
Conclusão  Contributos teóricos 2.0
práticos
Aspectos Formatação  Paginação, tipo e 1.0
gerais tamanho de letra,
parágrafo,
espaçamento entre
linhas
Referências Normas APA 6ª  Rigor e coerência 4.0
Bibliográficas edição em das
citações e citações/referências
bibliográfica bibliográficas

ii
Índice

Conteúdos Páginas

Introdução ........................................................................................................................................... 1
Contextualização ................................................................................................................................. 2
Objectivos ........................................................................................................................................... 2
Estrutura do trabalho ........................................................................................................................... 2
Tema: Introdução ao Pensamento e a Fronteira .................................................................................. 3
Conceito do Pensamento e a Fronteira................................................................................................. 3
Pensamento ......................................................................................................................................... 3
Fronteira .............................................................................................................................................. 4
Elaboração de uma Ficha de leitura .................................................................................................... 5
Conclusão .......................................................................................................................................... 13
Referências bibliográficas ................................................................................................................. 14

iii
Página a ser preenchida pelo Docente para recomendações de melhoria:

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

iv
INTRODUÇÃO

Este refere-se do primeiro trabalho de pesquisa da Cadeira de Pensamento Contemporâneo, Curso


de Licenciatura em Educação Física e Desporto, orientado pelo tutor nas sessões presenciais em
fóruns que ocorreu no mês em curso do presente ano académico, através do Instituto de Educação à
Distância da Universidade Católica de Moçambique, que aborda sobre a Introdução ao Pensamento
e a Fronteira.

O Trabalho tem como objectivo de analisar elaborar uma ficha de leitura, vamos discutir e tomar
uma posição reflexiva sobre aspectos que fazem parte do nosso quotidiano escolar. Vamos lidar
com a complexa actividade de pesquisa, especificamente a ficha de leitura.

As fichas de leitura não deixam de ser, embora não taxativamente, resumos dos textos lidos. Mais
do que uma técnica de leitura, elas convertem-se em instrumento de pesquisa bibliográfica,
funcionando como recursos de memória.

Segundo Quivy e Campenhoudt, «A ficha de leitura é um momento de um movimento mais


alargado, constituído pela leitura sucessiva de conjuntos de textos, em que cada conjunto ajuda a
aperfeiçoar os nossos objectivos e estes determinam o novo conjunto a ler». (Manual de
Investigação em Ciências Sociais, Lisboa, Gradiva, 1992: 51).

A ficha de leitura não é um fim em si mesmo, mas um meio para se conseguir relembrar ou retomar
as principais conclusões de um texto sem o tornar a ler. É um instrumento de trabalho do seu autor e
dirige-se exclusivamente a um único público, ele próprio.

Em termos da estruturação do trabalho, obedece a ordem dos seguintes elementos: Pré-textuais;


Textuais; e Pós-textuais. Está baseado na 6ª edição das normas APA, num único tema para a
obtenção de conhecimentos científicos usou-se a internet para pesquisa de várias fontes pois que
constam nas referências bibliográficas.

As páginas apresentam-se enumeradas, de ordem crescente. Assim, o trabalho possui 14 páginas e o


trabalho apresenta-se digitado. Do nosso lado considerar ao tutor com vista classificar o nível de
conhecimentos científicos abordados neste trabalho de campo.

1
1.1. Contextualização:
O presente tema aborda sobre a abordagem da introdução ao pensamento e a fronteira. Pretende-se
pesquisar e solucionar através das diversas fontes científicas ao tema em estudo através de diversos
conteúdos.

O pensamento contemporâneo relaciona-se com a maneira de pensar racionalmente desenvolvida


desde o final do século XVIII até os dias actuais, sendo que, a Revolução Francesa foi o marco
inicial da chamada Idade Contemporânea, onde se inclui a filosofia contemporânea. Preocupa-se na
produção de uma nova concepção de racionalidade, uma ferramenta de emancipação intelectual
através da reflexão. A racionalidade devia ser usada para que o Homem controlasse sua natureza.

1.2. Objectivos:
Com base na temática da elaboração de uma ficha de leitura sobre o pensamento contemporâneo
como estudo de fronteira, pretendemos:
 Saber elaborar uma ficha de leitura;
 Saber fazer resumos;
 Familiarizar-se com as Normas APAs no âmbito da elaboração da ficha de leitura;
 Rever o pensamento Contemporâneo como estudo de fronteira;
 Conhecer o import-export de conhecimentos e a Evolução do conceito de fronteira;
 Identificar a fronteira e as Ciências do Desporto; e
 Reconhecer a Identidade e diversidade nas Ciências do Desporto.

1.3. Estrutura do trabalho:


O pesquisador apresenta a seguinte estrutura do presente trabalho:
1. Introdução;
1.1. Contextualização;
1.2. Objectivos;
2. Tema;
3. Conclusão; e
4. Referências bibliográficas.

2
2. TEMA – INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO E A FRONTEIRA.
O pensamento contemporâneo relaciona-se com a maneira de pensar racionalmente desenvolvida
desde o final do século XVIII até os dias actuais, sendo que, a Revolução Francesa foi o marco
inicial da chamada Idade Contemporânea, onde se inclui a filosofia contemporânea. Preocupa-se na
produção de uma nova concepção de racionalidade, uma ferramenta de emancipação intelectual
através da reflexão. A racionalidade devia ser usada para que o Homem controlasse sua natureza.

2.1. Conceito do Pensamento e a Fronteira


2.1.1. Pensamento
Dicionário electrónico Houassis (n.d.) Pensamento - substantivo masculino; acto ou efeito de
pensar; faculdade que tem como objectivo o conhecimento; inteligência; natureza, grau ou nível
dessa faculdade; capacidade ou posição intelectual; maneira de pensar, de julgar; opinião, ponto de
vista; sentimento de responsabilidade; cuidado, preocupação; expectativa baseada em
possibilidades; ideia, sentença que, em poucas palavras, explicita regra ou princípio de alcance
moral; máxima, provérbio; conjunto de ideias de uma pessoa, de uma escola, de um povo, de uma
raça ou de uma época.

Para além de afirmar que existem outros pólos ou topias do pensamento humano, representando
outras culturas com características próprias, o Oriente tem as suas razões e a sua experiência
histórica para duvidar se o “pensamento” é um valor acrescentado que o Ocidente tem para lhe
oferecer, ou se não seria antes um empobrecimento das suas culturas, que prezam a experiência da
totalidade vivida, possível somente através de nirvána ou satori, ou seja, através de autolibertação
do eu-consciente e os seus pensamentos, que mais não conseguem do que fragmentar
“cientificamente” a unidade da realidade e perpetuar a mayá ou as ilusões do ego-centrismo.

NEVES (2007) o pensamento contemporâneo “ocidental” apresenta-nos alguns modelos pluralistas.


Mas tal como acontece com a sua variante universalista, trata o pluriculturalismo de uma forma
muito conflituosa, com potencialidade para intolerância e conflitos étnicos. Tem-se divulgado um
pluralismo embrulhado em teorias sofisticadas de direita. Samuel Huntington é um dos seus
protagonistas que rejeita a ideia de mais de uma civilização mundial poder coexistir. Prefere
acreditar no “choque das civilizações” como inevitável na evolução da nova ordem pós-moderna
sob a hegemonia ocidental.

3
2.1.2. Fronteira

Paul Tillich (n.d.) citado pelo Cunha (2012) ‘‘fronteira’’ de é colocar a teologia pública numa zona
de “encontro” para experimentar algo, sobretudo novo. Esse “algo novo” advém, no caso do Brasil,
de uma situação nova em que a teologia se encontra perante a academia, a igreja e a sociedade.

“ (…) estrutura espacial elementar com forma linear, resultante de descontinuidades geopolíticas e
com funções de marcação real ou simbólica” (Foucher, 1986, p. 22) citado pelo Seabra (2012).

Há que destacar a obra “O Conceito de Fronteira na Época da Mundialização”, de Maria Marchueta


citado pelo Seabra (2012), que apresenta as fronteiras divididas em dois grupos:
 Fronteiras estruturais – as que por força das suas características são mais resistentes ou
imunes às pressões da globalização (e.g. fronteira civilizacional, fronteira cultural);
 Fronteiras conjunturais – as que são estabelecidas em função de novos interesses e
objectivos, e de fenómenos económicos e sociais (e.g. a fronteira do conhecimento, fronteira
do tempo) (2002, pp. 18-45).

Após apresentarmos as posições de diversos autores, consideramos que as fronteiras, do ponto de


vista geopolítico, foram tipificadas com base no território e na forma de como o homem nele actua,
de acordo com factores históricos, culturais, políticos e (ou) de segurança.

Seabra (2012) diz que nas classificações de Ratzel, Kjellen e Haushofer a figura do Estado é tida
como elemento central da análise, enquanto Ancel coloca o seu enfoque no equilíbrio de forças
entre diferentes sociedades. No que diz respeito a Mahan, Mackinder e Spykman estes não
classificam as fronteiras, mas consideram-nas agentes fundamentais para a efectivação das teorias
do poder que apresentam.

As diversas tipologias, as fronteiras prestam-se a unir, separar, aproximar, isolar ou proteger e


segundo Meira Mattos (1990, p. 37) citado pelo (Seabra, 2012) diz que, são sempre regiões de
contacto, de grande sensibilidade, que necessitam de ser respeitadas e preservadas sob pena de
provocarem antagonismos, pressões e conflitos.

Seabra (2012) refere que podemos considerar que a noção de fronteira se tornou relevante para a
história, com a fixação territorial do homem e é indissociável dos grandes conflitos. Com as grandes

4
civilizações da antiguidade, adquiriu expressão física através da referenciação geográfica, por
intermédio de acidentes naturais do terreno e de construções com propósitos defensivos.

Durante a Idade Média a palavra fronteira começou a constar do vocabulário dos povos europeus,
mas só com o advento do Estado soberano é que adquiriu um carácter linear, e passou a ser definida
com precisão. Ao invés da Europa, em que a delimitação das fronteiras entre Estados se traduziu na
maioria dos casos, num processo que conduziu à guerra, em África, no século XIX, a colonização
foi efectuada com base em fronteiras artificias (Seabra, 2012).

A fronteira é o espaço terrestre, faz parte do território de que faz parte o solo, o subsolo e as águas
interiores, isto é, as baías, os lagos, os rios e todas as águas que ficam aquém da linha de base do
mar territorial, situados dentro das fronteiras do Estado (Soares, 1988, p. 219) citado pelo Seabra
(2012). A delimitação de fronteiras assumiu relevância a nível internacional, durante a
descolonização encetada nos séculos XIX e XX, com a definição do princípio da intangibilidade das
fronteiras coloniais, o uti poossidetis iuris. Segundo Gouveia (2003, p. 492) citado pelo Seabra
(2012) refere que, os recém Estados soberanos deviam ter as mesmas fronteiras que a sua área tinham,
antes da independência.

3. Elaboração de uma Ficha de leitura


Com base na temática vamos elaborar uma ficha de leitura sobre o pensamento contemporâneo
como estudo de fronteira, com os seguintes aspectos ou conteúdos:
Tabela 1: Ficha de leitura
Nº Conteúdos Descrição dos conteúdos
01 Rever o pensamento Ioris (2018) ‘‘Fronteira é um espaço em formação para o
Contemporâneo como desenvolvimento das condições e pressupostos para a expansão do
estudo de fronteira capital. Ainda assim, a teorização da formação de fronteiras
precisa ser actualizada e expandida’’.

De acordo com Bernardino-Costa e Grosfoguel (2014), as


fronteiras não se resumem aos espaços nos quais as diferenças
coloniais podem ser reinventadas. Fronteiras também são locus
enunciativos nos quais são formulados conhecimentos que se
originam a partir de perspectivas, cosmo visões e experiências de

5
sujeitos subalternizados. (Oliveira, 2020)
O pensamento de fronteira ou paradigma ‘outro’ tem ligação
directa com o acto de reaprender a ser. Isso só pode ser
empreendido por aquelas(es) que padeceram os desígnios dos
conhecimentos imperiais: teologia, filosofia secular e
racionalidade científica, trata-se, assim de pensar a partir da dor
provocada pela diferença colonial. (Oliveira, 2020)

O pensamento de fronteira é aquele formulado pelas(os)


deserdadas(os) da modernidade, pensamento da dor e da fúria, da
fratura de histórias, memórias, subjectividades, biografias
(Mignolo, 2000) citado pelo Oliveira (2020).

Fronteiras espaciais existem não só porque oferecem


oportunidades económicas e sociais, mas porque problemas
acumulados nas áreas centrais conduzem à busca por novas áreas
para renovação económica e social. Mas o que é considerado
novo permanece domesticado, subordinado e relativizado na
fronteira, sem realmente configurar genuína inovação, mas
prolongamento do centro. (Ioris, 2018)

Por exemplo, na Amazônia durante mais de quatro séculos, houve


poucas e esporádicas tentativas de desenvolver actividades
verdadeiramente produtivas, devido à irresistível tentação de se
explorar e colectar os abundantes recursos naturais, o que acabou
por reter a região em um estado de fronteira permanente. Em
meados do século passado, devido à complexificação da
economia brasileira e às tensões crescentes nas áreas consolidadas
ao longo da costa Atlântica, a Amazônia entrou em uma nova fase
de desenvolvimento económico, mas sem nunca eliminar a
condição de fronteira. (Ioris, 2018)

Marx citado pelo Ioris (2018) refere que considerando que os

6
espaços fronteiriços são predicados e limitados pelas falhas
persistentes das áreas originais de onde migrantes e empresários
se deslocaram, a dinâmica dos espaços fronteiriços pode ser
resumida esquematicamente em cinco pontos principais, a seguir:
 A primeira reivindicação conceitual é a constatação de que a
criação de fronteiras pode aparecer como uma deslocação
social e espacial, como distanciamento do centro, enquanto,
de fato, o centro está sendo projectado, reformulado e
restaurado. Não há oposição essencial entre a socioeconomia
nas áreas consolidadas (central) e as novas (fronteiras), mas,
na verdade, um prolongamento coerente do centro para a
fronteira.

Os espaços fronteiriços são mais do que “zonas de incorporação”


a um sistema mundial em expansão, mas têm um papel
fundamental na reorganização e revitalização do centro. Não há
contradição espacial entre o centro e as novas áreas, mas, na
realidade, o espaço frontal é pressuposto nas contradições do
próprio centro e funciona como um mecanismo para mitigar essas
tensões e prolongar a existência do centro.
 Nossa segunda observação é sobre a produção de fronteiras
através da imposição dos múltiplos e interligados dualismos
que caracterizam a cultura ocidental e o padrão ocidentalizado
de desenvolvimento económico. Muitos autores identificam as
origens de tais dualismos na teologia hebraica ou na filosofia
grega, passando pela dicotomia cartesiana entre corpo e mente
que permeia os padrões ocidentais de pensamento e
conhecimento científico.
 A terceira característica das fronteiras espaciais está
dialecticamente relacionada às duas anteriores: o tempo e o
espaço na fronteira são condensados, reconfigurados e
lançados em diferentes direcções. As mudanças espaciais e

7
temporais não progridem necessariamente de forma linear e
sequencial, como aconteceu nas áreas centrais, mas na
fronteira os mecanismos básicos de expropriação,
mercantilização, proletarização, etc.
 O quarto elemento de nossa teorização é a mistificação
sistemática dos benefícios e oportunidades disponíveis na
fronteira. A fronteira é sempre hierárquica e tem sua
configuração geralmente manipulada para servir os interesses
de pessoas em posições mais favoráveis.
 A quinta e última observação é que, mesmo em uma dinâmica
globalizada e altamente interconectada, a produção de
fronteiras sócio-espaciais não vai desaparecer. Pelo contrário,
a fronteiras continuarão a se expandir em todo o mundo, quer
através da incorporação de áreas até então com menor
influência capitalista, ou com a substituição de actividades
anteriores por novas rodadas de relações capitalistas de
produção e reprodução.
02 Conhecer o import- Para Sócrates, o ser físico, juntamente com a expressão dos
export de movimentos, é o espelho do seu interior e de suas qualidades,
conhecimentos e a resplandecendo o seu conteúdo moral e a sua interioridade
Evolução do conceito de (XENOFONTE, 2006) citado pelo Monteiro, Brauner & Filho
fronteira (2014).

Ioris (2018) ‘‘a perenidade da emergência de novas fronteiras não


é apenas em razão da demanda por minerais, terras ou outros
recursos, ou porque as fronteiras representam novas
oportunidades de mercado, mas crucialmente porque a fronteira
opera como compensação pela saturação das relações capitalistas
existentes nas áreas centrais’’.

Ioris (2018) diz que a actividade capitalista passou a incorporar


continentes, localidades, culturas e práticas sociais em todo o

8
mundo. Nesse intenso processo geográfico, a fabricação de
fronteiras tornou-se um eixo central para a circulação e
acumulação de capital.

O significado e a imanência das fronteiras espaciais [frontspaces,


para nos associarmos à terminologia internacional], considerando-
as como um laboratório de agência histórica e geográfica. As
feições mais visíveis de uma fronteira espacial são os mecanismos
específicos de extracção de recursos, produção económica e
justificativa política, porém sem reduzir a importância das
dimensões culturais, sociais e ideológicas. Seguiremos a lição de
Pacheco de Oliveira que a fronteira pode ser vista como método
analítico e heurístico. Fronteiras espaciais funcionam como um
espelho, onde as características mais explícitas do capitalismo são
expostas e mais facilmente reconhecidas. (Ioris, 2018)

Considerar-se-á que a produção de fronteiras espaciais tem


constituído objecto de investigação e ocupado estudioso em várias
disciplinas há mais de um século. As interpretações variam desde
o entusiasmo neoclássico sobre os resultados económicos das
novas fronteiras até vozes mais críticas sobre a proletarização
crescente e os actos de resistência à penetração do capitalismo em
zonas fronteiriças. (Ioris, 2018)

Watts citado pelo Ioris (2018) diferencia “fronteira” [frontier] –


zona de avanço socioeconómico – de “fronteira política” [border]
– linha de demarcação entre territórios nacionais ou unidades
administrativas. Lund e Rachman citados pelo Ioris (2018)
também propõem uma distinção entre a dinâmica das fronteiras
(zona de recursos livres, onde a ordem social é eliminada, a
propriedade é interrompida e os contratos sociais dissolvidos) e a
territorialidade da fronteira (espaços com novos sistemas de
autoridade, regulação e contestação).

9
Ioris (2018) diz que há importantes mediações entre as áreas
centrais e a fronteira, relativamente consolidadas e manifestadas
através de múltiplos mecanismos de inovação e continuidade
entre áreas “novas” e “antigas”.
03 Identificar a fronteira e Gaya (2001) refere que considerando o conjunto de factores que
as Ciências do Desporto se expressam no âmbito das ciências do desporto, pode-se
concluir que, ao configurar-se como focagem múltipla sobre um
objecto comum feito no isolamento disciplinar a partir de
diferentes perspectivas de análise e reflexão, tais formas de
conhecimento não permitem a demarcação de um espaço de saber
para o desporto capaz de expressar toda sua dimensão.

Nas ciências do desporto não há a possibilidade de se constituir


uma perspectiva que implique em ruptura com a estrita
dependência relativa às disciplinas científicas de origem “(...)
mesmo que estas disciplinas lhes prestem serviços relevantes ou
pretendam colar-se a ela acrescentando, à sua designação
original e normal o adjectivo desportivo”. (Gaya, 1994, p.127)

Nas ciências do desporto construímos conhecimentos objectivos


sobre a biologia, fisiologia, biomecânica, antropologia,
sociologia, psicologia. Construímos discursos sobre pedagogias e
a arte de ensinar. Aplicamos esses conhecimentos a desporto de
crianças e jovens, ao desporto de rendimento, ao desporto para
portadores de necessidades especiais, ao desporto de lazer. (Gaya,
2001, p.83)

Mas seja a ênfase que se dê a estes campos do conhecimento,


temos de reconhecer que cada um desses cientistas operam no
quadro teórico de suas disciplinas específicas e essas disciplinas
se configuram como compartimentos isolados ou com pequeno
grau de comunicação. Enfim, nas ciências do desporto, não se

10
configura a possibilidade da arte da mediação. (Gaya, 2001, p.83)
04 Reconhecer a NASSAR (2022) diz que a disciplina Educação Física (EF) tem
Identidade e uma identidade própria da área de conhecimento, bem como
diversidade nas apresentar aproximações a cinco estudos que teceram bases
Ciências do Desporto epistemológicas que buscaram definir a identidade e o objecto de
estudo desse campo do conhecimento, sendo elas: a “Teoria
Antropológico-Cultural do Esporte e da EF”, de José Maria
Cagigal; a “Teoria Praxiológica”, de Pierre Parlebas; a
“Psicocinética”, de Jean Le Boulch; a “Ciência da Motricidade
Humana” (CMH), de Manuel Sérgio; e a “Ciência do Desporto”,
de Jorge Olímpio Bento.

Como problema central, a questão norteadora questiona como


esse professor que actua na Educação Básica compreende a
identidade da área de conhecimento EF.
Os resultados indicam que os professores têm dificuldades em
reconhecer sua própria identidade, além de não terem
conhecimento das cinco propostas de identificação para a área.
Assim, a partir dos achados, foi verificado que de facto é
necessário o aprofundamento sobre a temática do campo das
identidades do professor de EF na formação inicial dos futuros
profissionais.

Sobreira, Moreira Piccolo (2020) duas interrogações iniciais


propiciaram a redação deste escrito:
1- É possível entender o Desporto de forma mais abrangente,
superando a visão simplista de mera prática de modalidade
esportiva?
2- 2- Dar nova dimensão ao Desporto pode propiciar, na
formação profissional em Educação Física, a busca de um
sentido humano mais adequado?
A partir destas questões, este estudo relaciona a Ciência do

11
Desporto com a formação profissional em Educação Física, numa
visão ampliada e de uma axiologia humanista, calcado em estudos
realizados por Jorge Olímpio Bento, e teóricos dessa área que se
apoiaram em suas reflexões.

Com a proposta de contribuir com a produção de conhecimento,


contextualizado e crítico, em Educação Física, esse artigo se pauta
na Ciência do Desporto advogada pela Faculdade do Desporto da
Universidade do Porto.

Sérgio (2016) diz que do que precede se infere que a Filosofia do


Desporto se estuda, quando se invocam os pressupostos
filosóficos que deverão presidir à prática desportiva e que há
Filosofia no Desporto, quando se aprofundam algumas
interrogações (ocasionais, conjunturais) principalmente sobre o
ser humano enquanto ator e criador do desporto e visando, quase
sempre, uma ampla e radical análise da condição humana.

A fundamentação filosófica é necessária na prática desportiva,


porque a motricidade humana não é unicamente psicofisiologia do
indivíduo, mas expressão concentrada de um itinerário onde está o
homem todo e todos os homens.

O desporto pratica-se em função de uma vivência da


complexidade humana, digamos mesmo: de uma consciência
social. Por isso, pensá-lo supõe ciência e filosofia, dado que, no
pensar, se encontra a realidade histórica onde radica. Sempre que
se estuda ou investiga o desporto, há que ter em conta um
horizonte de fundamentação, muito para além do que propugna o
positivismo que proclama a neutralidade do desporto, liberto
portanto das “contaminações” do contexto social e político.
Fonte: Autor/2023

12
CONCLUSÃO
Concluído o desenho deste presente de trabalho de pesquisa, onde abordou diversos conteúdos em
volta do tema em estudo, de forma a explorar os diversos conhecimentos científicos adquiridos
neste processo de ensino e aprendizagem. Concluímos que a Ficha de leitura sobre o pensamento
contemporâneo como estudo de fronteira, com os seguintes aspectos ou conteúdos: rever o pensamento
Contemporâneo como estudo de fronteira; conhecer o import-export de conhecimentos e a Evolução
do conceito de fronteira; identificar a fronteira e as Ciências do Desporto; e reconhecer a Identidade
e diversidade nas Ciências do Desporto.

A Ficha de leitura é um momento de um movimento mais alargado, constituído pela leitura


sucessiva de conjuntos de textos, em que cada conjunto ajuda a aperfeiçoar os nossos objectivos e
estes determinam o novo conjunto a ler».

A ficha de leitura não é um fim em si mesmo, mas um meio para se conseguir relembrar ou retomar
as principais conclusões de um texto sem o tornar a ler. É um instrumento de trabalho do seu autor e
dirige-se exclusivamente a um único público, ele próprio.

A fronteira da demografia e da pobreza demarca os espaços terrestres com maior índice


populacional e que exibem níveis de pobreza consideráveis, dos espaços terrestres menos populosos
mas onde a pluralidade dos indivíduos tem um padrão de vida elevado ou médio. Esta fronteira
demonstra ser permeável, ao consentir o deslocamento populacional das regiões mais pobres, para a
Europa e América do Norte.

O espaço exterior é um espaço internacional no qual se aplica o princípio da inapropriabilidade dos


corpos celestes, conforme o estipulado pelo TEUEE, sendo ilegítimas quaisquer reivindicações de
soberania. Assim, a definição territorial das fronteiras, enquanto limite da soberania de um Estado,
não é efectuada.

Para que o significado do conceito de fronteira seja ajustado à actual conjuntura, é necessário ter em
consideração os acontecimentos que marcaram o curso da história no passado recente e os processos
que, no presente, ditam a evolução da sociedade.

13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Artur, S. D. (2023). Metodologia de Investigação Científica. Manual de Tronco Comum –


Modulo Único – 1º Ano. UCM/IED: Sofala – Moçambique.

2. Seabra, M. P. C. S. (Maj Inf). (2012). O Conceito de Fronteira: Uma Abordagem


Multifacetada – Curso de Estado-Maior Conjunto. Instituto de Estudos Superiores Militares:
Lisboa – Portugal.

3. Neves, F. dos S. (2007). Introdução ao Pensamento Contemporâneo – Tópicos Ensaios E


Documentos. Edições Universitárias Lusófonas/ReCil - Repositório Cientifico Lusófona:
Lisboa – Portugal.
4. Sérgio, M. (2016). Filosofia do Desporto e Filosofia no Desporto - Ética no Desporto. A
Bola: Lisboa – Portugal.
5. Braço, A. D. (2023). Psicologia geral: Manual de Tronco Comum – Modulo Único – 1º Ano.
UCM/IED: Sofala – Moçambique.
6. Nassar, S. E. (2022). A Identidade da área de conhecimento Educação Física dos
professores na Educação Básica – Educação. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do
Conhecimento Desenvolvido por DASCKUP. Link de acesso:
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/conhecimento-educacao-fisica: São Paulo
- Brasil.
7. Gaya, A. (2001). Caminhos e descaminhos nas Ciências do Desporto. Entre o Porto Alegre
e o Porto Sentido - Escola de Educação Física. Universidade Federal do Rio Grande do
Sul/Revista Portuguesa de Ciências do Desporto: Rio Grande do Sul – Brasil.
8. Monteiro, A. de O; Brauner, M. G. & Filho, B. J. P. L. (2014). O desempenho desportivo: um
mosaico de valores, sentidos e significados. Movimento: Porto Alegre – Brasil.
9. Oliveira, É. S. (2020). O Pensamento de Fronteira de Carolina Maria de Jesus: Psicologia -
Ciência e Profissão. Universidade Federal de Alagoas: AL, Brasil.
https://doi.org/10.1590/1982-3703003212106

14

Você também pode gostar