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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

CENTRO DE ENSINO À DISTÂNCIA


Curso de Licenciatura em Ensino de Português

Factores que influenciam para o fraco domínio da leitura em alunos da 8ª classe na Escola
Secundária Graça Machel, no Distrito de Massingir, Província de Gaza

Ageu Armando Ngovene

Maputo, Fevereiro de 2020


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
CENTRO DE ENSINO À DISTANCIA
Curso de Licenciatura em Ensino de Português

Factores que influenciam para o fraco domínio da leitura em alunos da 8ª classe na Escola
Secundária Graça Machel, no Distrito de Massingir, Província de Gaza

Ageu Armando Ngovene – Nº 708160032

Monografia submetida ao Centro de Ensino à


Distancia – Universidade Católica de
Moçambique como requisito principal para a
obtenção do grau de Licenciatura em Ensino de
Português.

Orientado por:
Dr. Pepsides Faiquete

Maputo, Fevereiro de 2020


ÍNDICE
DECLARAÇÃO DE HONRA...........................................................................................................i

AGRADECIMENTOS......................................................................................................................ii

DEDICATÓRIA..............................................................................................................................iii

LISTA DE ABREVIATURAS........................................................................................................iv

RESUMO........................................................................................................................................vii

CAPÍTULO I.....................................................................................................................................1

1 Introdução..................................................................................................................................1

1.1 Problematização..................................................................................................................2

1.2 Contextualização e relevância do estudo............................................................................2

1.3 Objectivos da pesquisa.......................................................................................................3

1.3.1 Objectivo geral............................................................................................................3

1.3.2 Objectivos específicos.................................................................................................3

1.4 Hipóteses............................................................................................................................3

1.5 Estrutura e organização do trabalho...................................................................................4

CAPITULO II................................................................................................................................5

2 Quadro teórico...........................................................................................................................5

2.1 Conceituação......................................................................................................................5

a) Leitura....................................................................................................................................5

2.2 Modalidades da leitura e suas finalidades..........................................................................6

2.2.1 Leitura básica..............................................................................................................7

2.2.2 Leitura recreativa.........................................................................................................7

2.2.3 Leitura informativa......................................................................................................7

2.2.4 Leitura funcional.........................................................................................................8

2.2.5 Leitura aprofundada....................................................................................................8

2.2.6 Leitura em voz alta......................................................................................................8


2.2.7 Leitura silenciosa.........................................................................................................9

2.2.8 Leitura rápida..............................................................................................................9

2.2.9 Leitura selectiva..........................................................................................................9

2.3 Níveis de leitura................................................................................................................10

2.4 Métodos e estratégias do ensino - aprendizagem da leitura.............................................11

2.5 Motivação para o acto de leitura.......................................................................................16

2.6 Espaços de leitura.............................................................................................................18

CAPITULO III................................................................................................................................19

3 Aspectos metodológicos..........................................................................................................19

3.1 Tipo de pesquisa...............................................................................................................19

3.1.1 Fontes de Informação................................................................................................19

3.2 Universo ou população.....................................................................................................19

3.3 Amostra............................................................................................................................20

3.4 Técnicas de recolha de dados...........................................................................................20

3.4.1 A análise bibliográfica..............................................................................................20

3.4.2 Questionário..............................................................................................................21

3.4.3 Entrevista...................................................................................................................21

3.4.4 Observação sistemática.............................................................................................21

3.5 Aspectos éticos.................................................................................................................22

3.6 Modelo de apresentação, análise e interpretação dos resultados......................................22

3.7 Limitações do estudo........................................................................................................22

4 Caracterização da área de estudo e apresentação dos resultados.............................................23

4.1 Caracterização da área de estudo......................................................................................23

4.1.1 Descrição da Escola Secundária Graça Machel........................................................23

4.2 Apresentação dos resultados.............................................................................................24


4.3 Apresentação dos resultados da entrevista.......................................................................24

4.4 Apresentação dos resultados do questionário direcionado aos alunos.............................27

4.6 Apresentação dos resultados da observação.....................................................................30

4.6.1 Observação da aula 1.................................................................................................30

4.6.2 Observação da Aula 2...............................................................................................32

CAPITULO V..............................................................................................................................33

5 Análise e discussão de resultados............................................................................................33

5.1.1 Análise e discussão dos resultados da entrevista direcionada aos professores.........33

5.1.2 Análise e discussão dos resultados do questionário direcionado aos alunos............38

5.1.3 Análise e discussão dos resultados de observação de aulas......................................44

CAPITULO VI................................................................................................................................46

6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES............................................................................................46

6.1 CONCLUSÕES................................................................................................................46

6.2 SUGESTÕES...................................................................................................................47

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA................................................................................................49

APÊNDICES...................................................................................................................................52

ANEXOS.........................................................................................................................................59
DECLARAÇÃO DE HONRA

Declaro, por minha honra, que este trabalho é da minha autoria, o seu conteúdo é original
resultante da minha investigação pessoal, a qual consistiu nas pesquisas bibliográficas, realização
de entrevista, questionário e observação de aulas, e todas as fontes consultadas estão descritas na
referência bibliográfica. Declaro, igualmente, que este trabalho nunca foi submetido em nenhuma
instituição para fins quaisquer.

Maputo, 05 de Fevereiro de 2020

O declarante

___________________________________
(Ageu Armando Ngovene)

i
AGRADECIMENTOS

Endereço os meus agradecimentos a Deus em primeiro lugar por ter – me proporcionado o dom
da vida como alicerce principal para a concretização deste sonho.

Aos meus familiares em especial, os meus pais Armando Ngovene e Fátima Chaúque, e ao meu
tio Bento Daniel Ngovene, pelo apoio moral incansável e financeiro, vão as minhas palavras de
apreço e gratidão.

Ao meu orientador, dr. Pepsides Faiquete, pela excelente colaboração, dedicação e empenho
durante a realização deste trabalho vão os meus sinceros agradecimentos e admiração por todos
estes feitos.

À minha esposa’ Angélica Guilherme Sitóe pela compreensão e significação que ela sempre
demonstrou face à minha ausência e pelo encorajamento que sempre me deu para continuar com o
trabalho até a fase final. Ao serviço distrital de educação juventude e tecnologia do distrito de
Massingir, que de forma humilde criou condições para que esta investigação acontecesse na
Escola Secundaria Graça Machel.

De forma geral, endereço os meus agradecimentos a todos aqueles que directa ou indirectamente,
contribuíram para o meu sucesso durante o curso.

ii
A todos, o meu muito obrigado!

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu irmão, Chris Armando Ngovene, pelo acompanhamento pontual e
pela piedade, demostrada durante a minha vida estudantil.

iii
iv
LISTA DE ABREVIATURAS

ESGRAMA – Escola Secundária Graça Machel

E/A – Ensino – Aprendizagem

LP – Língua Portuguesa

PEA – Processo do ensino – aprendizagem

v
P1 – professor número um

P2 – professor número dois

P3 – professor número três

vi
1 LISTA DE TABELA

S
Tabela 1: Mapa do universo e/ou população (M – mulheres, HM – homens mulheres).............20
Tabela 3 – Distribuição dos inqueridos em faixa etária e género................................................27
Tabela 4 – Ocupação dos alunos nos tempos livres....................................................................28
Tabela 5 – Conceito da leitura.....................................................................................................28

vii
Tabela 6 – Nº de alunos quem frequentam a biblioteca..............................................................29
Tabela 7 – Tipo de textos lidos pelos alunos na Biblioteca.........................................................29
Tabela 8 – Tempo de duração dos alunos na biblioteca (min. – minutos, h – horas)..................29
Tabela 9 – Níveis de frequência dos alunos na biblioteca...........................................................29
Tabela 10 – Avaliação de hábitos de leitura em alunos..............................................................30
Tabela 11 – Texto em estudo nas aulas de LP.............................................................................30
Tabela 12 – Interesse do texto em estudo nas aulas de LP nos alunos........................................30

LISTA DE GRÁFICOS

viii
RESUMO
A leitura é um acto que desperta sonhos e condiciona o desenvolvimento cognitivo bem como o
aperfeiçoamento do vocabulário ao Homem. O estudo tem como tema: Factores que
influenciam, para o fraco domínio da leitura em alunos da 8ª classe da Escola Secundaria
Graça Machel durante o ano lectivo de 2019. O objectivo fundamental deste estudo é
identificar os factores que contribuem para o fraco domínio da leitura em alunos da 8ª classe da
ESGRAMA. Neste estudo, usou-se a abordagem qualitativa descritiva, a recolha de dados foi feita
através de uma pesquisa de campo na ESGRAMA. A pesquisa teve como amostra 40 alunos da 8ª
classe seleccionados aleatoriamente e 3 professores que leccionam aulas de LP na 8ª classe. Na
recolha de dados, foram usados os seguintes instrumentos: entrevista, questionário, observação de
aulas para além da análise bibliográfica.

Nesta pesquisa conclui-se que o fraco domínio da leitura na 8ª classe resulta do uso de estratégias
ineficientes da LP e falta de motivação aos alunos para o acto de leitura. Com estas ilações,
ix
entende-se que o E/A da leitura não pode ser dado pela única estratégia, neste âmbito, recomenda-
se aos professores o uso de variadas estratégias descritas em Cantalice (2004), Dias (2012),
Franze (2014) e Ludving (2014).

Palavras-chave: Estratégias do ensino da leitura; Compreensão textual.

Abstract
Reading is an act that awakens dreams and contribute to cognitive development as well as the
improvement of Human vocabulary. The topic of this study is Factors that influence to the poor
mastery of reading in grade 8 students from Graça Machel Secondary School during the academic
year of 2019. The main objective of this study is to identify the factors that contribute to the poor
mastery of reading in grade 8 students. This study was based on qualitative descriptive approach.
The data collection was done through a field survey and the sample involved 40 grade 8 students
and 3 Portuguese language teachers selected randomly. In data collection, the following
instruments were used: Interview, questionnaire, observation of classes in addition to
bibliographic analysis.

From the results of this research, it is concluded that the poor mastery of reading in the grade 8
students results from the use of inefficient teaching reading strategies and lack of students’
reading motivation. From these conclusions, it is understood that teaching reading cannot be
based only in one strategy. Then, teachers are recommended to use the various strategies
described in Cantalice (2004), Dias (2012), Franze (2014) and Luving (2014).
x
Keywords: teaching reading strategies; textual understanding.

xi
CAPÍTULO I

1 Introdução
O ensino-aprendizagem (E/A) da leitura constitui o elemento imprescindível no Processo de
Ensino Aprendizagem (PEA), pois o seu domínio por parte dos alunos, facilita a aprendizagem no
seu todo. Nos últimos dias, o tema ligado à leitura constitui matéria de estudo para vários
pesquisadores pelo facto de se verificar dificuldades na leitura bem como na interpretação de
textos, e quando isto se observa, verifica – se uma discussão acesa e uma acusação mútua entre os
professores, alunos e pais e/ou encarregados de educação, cada grupo atira responsabilidade para
o outro.

Por via disso, urge a necessidade de se desenvolver o presente estudo com o intuito de
compreender os factores que influenciam para o fraco domínio da leitura nos alunos da 8ª classe
da Escola Secundária Graça Machel (ESGRAMA), no Distrito de Massingir, Província de Gaza,
durante o período de 2019, tendo em conta a actividade do professor e do aluno na sala de aulas.

Segundo Vunguire e Franze (2014, p.66), “não existe uma única estratégia de ensino da leitura.
No entanto, para fazer face à actividade de ensino da leitura, é necessário considerar e respeitar
grandemente a idade dos alunos envolvidos no acto de aprendizagem.”

Nesta óptica, os professores devem ajudar os alunos a perceberem o que lê e devem desenvolver
actividades que visam criar o gosto pela leitura nos alunos. De referir que o trabalho irá se basear
em informações secundárias e em alguns estudos já existentes sobre a leitura.

O trabalho está organizado em seis grandes capítulos, obedecendo a seguinte estruturação:


Capítulo 1 Introdução; Capítulo 2 revisão da literatura: Neste capítulo foram desenvolvidos os
principais conceitos ligados a Leitura; Modalidades de leitura e suas finalidades; Níveis de leitura;
Estratégias do ensino – aprendizagem da leitura; Motivação para o acto de leitura e Espaços de
leitura.

Capítulo 3 Aspectos metodológicos: Neste capítulo foram tratados aspectos metodológicos, e dos
respectivos instrumentos de recolha de dados, a análise bibliográfica e o método clínico

1
(entrevista e questionário), igualmente foram tratados dados sobre população alvo, da amostra e
do tipo de amostra.
Capítulo 4 retrata a caracterização da área de estudo e apresentação dos resultados brutos da
pesquisa. Capítulo 5: debruça – se sobre a análise e discussão de dados recolhidos na pesquisa de
campo. Capítulo 6 faz se a descrição das ilações e sugestões tiradas de acordo com os dados
recolhidos submetidos a analise e sua discussão. E por fim é apresentada a referência bibliográfica
bem como os anexos e apêndices.

1.1 Problematização
Tendo - se verificado que as crianças terminam a 8ª classe sem pleno domínio da leitura, facto que
coloca em causa a aprendizagem nas classes subsequentes, há uma certa tendência de que a leitura
se baseia simplesmente naquilo que os alunos aprendem e decorram, nesta ordem de ideia, os
alunos ao terminarem o 1º ciclo do ensino Secundário, deveriam saber ler textos, informações de
vária ordem que aparecem nos seus manuais de ensino, neste âmbito, surge a seguinte questão:
Até que ponto as estratégias usadas pelos professores contribuem para o fracasso dos alunos
da 8ª classe da Escola Secundária Graça Machel na aprendizagem da leitura?

1.2 Contextualização e relevância do estudo


A falta do domínio da leitura é um problema que afecta a maior parte dos alunos da Escola
Secundária Graça Machel, principalmente na classe 8ª classe, onde a leitura e interpretação de
textos constitui um maior constrangimento do lado das crianças.

A escolha do presente tema, justifica - se pelo facto de existir uma necessidade extrema para uma
análise profunda dos efeitos sociais e didáctico – pedagógicos que possam contribuir em larga
medida no fracasso do PEA, sobretudo na componente de leitura.

Do ponto de vista profissional e pessoal a leitura na vida do Homem constitui a base de


compreensão da lógica das coisas e do conhecimento no seu todo, ela compõe a formação do
Homem em todos os aspectos.

Do ponto de vista social – Na perspectiva da Leffa (1996) a leitura tem como pressuposto
proporcionar ao Homem o gosto, despertar sonhos, descobrir mundos reais e fictícios, que o
homem na sua capacidade ingénua jamais conheceria.
2
Do ponto de vista científico – a leitura condiciona o desenvolvimento cognitivo, da
proactividade, da comunicação, bem como no aperfeiçoamento do vocabulário. Além destas
vantagens, a leitura coloca o cérebro em acção, facto que influencia positivamente na
interpretação de textos e na escrita. Marconi e Lakatos (2003).

É do nosso conhecimento que foram desenvolvidos vários estudos com esta temática, a exemplo
de Gomes (2009), tendo concluído que a forma como a leitura vem sendo ensinada nas classes
anteriores coloca na primazia a compreensão do texto que ocupa sempre a segunda parte da aula,
visto que só após muitas leituras, o professor começa por questionar os alunos a fim de verificar
se estes compreenderam ou não a mensagem principal do texto.

1.3 Objectivos da pesquisa


1.3.1 Objectivo geral
− Compreender os factores que influenciam para o fraco domínio da leitura nos alunos da 8ª
classe da ESGRAMA.

1.3.2 Objectivos específicos


− Identificar os principais problemas de aprendizagem da leitura que apresentam os alunos
da 8ª classe da ESGRAMA;
− Identificar os factores que contribuem para o fraco domínio da leitura em alunos da 8ª
classe da ESGRAMA.
− Descrever as metodologias de ensino utilizadas pelos professores no ensino da leitura de
alunos da 8ª classe;
− Propôr estratégias didáctico-pedagógicas para a superação das dificuldades de
aprendizagem da leitura dos alunos da 8ª classe da ESGRAMA.

1.4 Hipóteses
a) As dificuldades de leitura dos alunos da ESGRAMA são resultado das estratégias
ineficientes usadas pelos professores;
b) A frequência irregular dos alunos nas bibliotecas nos seus tempos livres;
c) Provavelmente estejam aliados a falta de motivação nos alunos durante as aulas,
quando isso se observa, os alunos perdem o interesse pelas aulas.

3
1.5 Estrutura e organização do trabalho
O trabalho está organizado em seis (06) grandes capítulos, obedecendo a seguinte estruturação:
Capítulo 1 introdução, Capítulo 2 revisão da literatura, Capítulo 3 metodologia de estudo,
Capítulo 4 caracterização da área de estudo, apresentação dos resultados da pesquisa, Capítulo 5
análise e discussão de dados, Capítulo 6 conclusão e recomendações e por fim são apresentados as
referências bibliográficas, os apêndices e anexos.

4
CAPITULO II

2 Quadro teórico
Neste capítulo foram desenvolvidos os principais conceitos ligados a Leitura, Método, Estratégia
e Aprendizagem; Modalidades de leitura e suas finalidades; Níveis de leitura; Métodos e
Estratégias do ensino – aprendizagem da leitura; Motivação para o acto de leitura e Espaços de
leitura.

2.1 Conceituação
a) Leitura
Segundo Gomes (2009, p.18) “ leitura é um acto de perceção, tradução, decifração e compreensão
do texto, uma vez que todas estas características interligadas acabam por dar conta da
complexidade do conceito de leitura.” A autora considera a leitura como elemento fulcral para a
navegação do estudante no campo científico. O processo de assimilação dos conteúdos em todas
áreas disciplinares, a capacidade de interpretação e aquisição de mensagens é sempre
condicionada pelo pleno domínio da leitura, onde o leitor deve logo a prior vencer as dificuldades
do texto.

Com a introdução do novo currículo nas escolas moçambicanas, a necessidade de desenvolver


temas sobre a leitura ganhou espaço em muitos estudantes sob ponto de vista social, cultural e
didáctico – pedagógico, considerando deste modo o período antes da entrada do novo currículo
isento de dificuldades da leitura em alunos.

De acordo com Barbosa (2013, p.150) “ ler é uma actividade voluntária, inserida num projecto
individual e/ou colectivo.” Neste sentido entende – se, que a leitura parte e desenvolve se no ego
do aluno, cabe ao professor na qualidade do mediador do PEA criar um ambiente propicio para o
desenvolvimento desta aprendizagem.

Para Trindade (2002, p.25) “leitura é encarrada como processo de construção de significados a
partir de um texto”. No entanto, o domínio da produção e articulação de sons vocálicos da língua,
onde o processo de leitura tem a sua génese propícia ao professor a selecção de métodos de ensino
que se adequam a cada realidade dos alunos.

5
Para Franze (2014) a leitura é um diálogo onde há competência de comunicação quando os três
elementos se equilibram e o leitor constrói o seu campo de compreensão textual. O leitor deve
com toda plenitude estar em altura se descodificar a mensagem patente no texto.

Na perspectiva de Tavares (2007), a leitura nem sempre tem como pressuposto básico para
aquisição de conhecimentos no campo científico por meio de percepção e compreensão, mas
porém, depende essencialmente do projecto do leitor, podendo ser para informar se sobre um
determinado assunto, estudar ou aprofundar algum conhecimento adquirido, realizar uma acção,
distrair se ou contar historias.

Na óptica dos três autores acima citados, percebe – se que existem traços comuns na definição dos
conceitos da leitura para Marconi e Lakatos (2003), Gomes (2009) e Franze (2014), pois para
estes autores, a leitura constitui a base para exploração do campo científico através da percepção e
compreensão, elementos essenciais do processo do ensino – aprendizagem.

No mesmo âmbito, (Tavares 2007) difere - se com todos autores ao referir que a leitura nem
sempre constitui a base para aquisição do conhecimento, mas sim depende dos objectivos do
leitor na qualidade de descodificador da mensagem.

Com estas abordagens, nota – se a complexidade na definição da leitura e os seus conceitos são
tão controversos, pois cada autor define o conceito da leitura diferindo – se dos outros. Neste
contexto, considerando que o sucesso escolar depende basicamente do domínio da leitura, aos
professores encarrega – se a responsabilidade de formar leitores dotados de capacidades reflexivas
e críticas, com vista a abrirem novos horizontes de investigação no campo de saber.

2.2 Modalidades da leitura e suas finalidades


Elias (2018, p.28) afirma que “ler significa ler e atribuir sentido à leitura. Não se trata apenas de
decifrar códigos, ainda que isso seja necessário, é preciso compreender o lê e estabelecer relações
com outros conhecimentos.” Neste contexto, o aluno depois de ler um texto deve estar em altura
de fazer uma análise crítica e reflexiva a volta dos conteúdos patentes no texto e todo o texto lido
deve trazer uma certa mudança para o leitor, dado que, quem lê é diferente de quem não lê, e
quem lê sai com alguma coisa na mente.

6
Balula (2007), enfatiza que, a leitura é uma actividade que toma a dianteira na vida dos seres
humanos, quer no âmbito social, profissional ou quer no que diz respeito ao campo educacional
em especial, no entanto, esta actividade é realizada com uma determinada finalidade.

Em observância da finalidade deste exercício, existem as seguintes modalidades de leitura:


Leitura básica; Leitura recreativa; Leitura informativa; Leitura funcional; Leitura aprofundada;
Leitura em voz alta; Leitura silenciosa; Leitura rápida e Leitura selectiva.

2.2.1 Leitura básica


De Acordo com Balula (2007), esta modalidade de leitura tem como finalidade ler e aprender a
ler, esta modalidade de leitura é típica do ensino primário e a alfabetização, basicamente no que
diz respeito à iniciação da actividade de leitura.

2.2.2 Leitura recreativa


Para Balula (2007), esta modalidade é praticada pelos leitores com a finalidade de se distrair. A
leitura recreativa estabelece a actividade de leitura pelo gosto, criando horizontes à criança para
poder desenvolvê – la, criando desta forma o habito de leitura quer em conjunto, quer em família.
Esta modalidade de leitura, o aluno pode desenvolver nos seus tempos livres sozinho ou em
pequenos grupos.

Na perspectiva de Franze (2014, p.123), “A designação leitura recreativa não pode ser sinónimo
de leitura “fácil, no sentido de leitura superficial e oblíqua. Como qualquer outra modalidade de
leitura, ela exige da parte do professor um trabalho consciente e sistemático”.

Nesta óptica, não pretende se dizer que as outas modalidades de leitura não podem ser remetidas
para jogos e divertimentos capazes de criar no aluno o gosto pela leitura, pois quando isto não se
verifica, o aluno irá encarar todas as aulas de leitura como se tratasse de uma autêntica obrigação,
facto que pode contribuir negativamente no acto de criação de hábito de leitura bem como de
formação de leitores competentes.

2.2.3 Leitura informativa


De acordo com Marconi & Lakatos (2003, p.24) “A leitura informativa também denominada de
leitura de estudo. Assim, o que se pretende é, através das técnicas que ela requer, demonstrar
7
como o estudante deve proceder para melhor estudar e absorver os conteúdos e significados do
texto”.

As autoras dão mais primazia ao acto de sublinhar e resumir textos como elementos fundamentais
para a fixação dos conceitos, devendo contudo o leitor competente durante este exercício de
leitura sublinhar e assinalar todo o tipo de informações bastante pertinentes, deixando de lado o
acessório, ou melhor, o menos importante.

2.2.4 Leitura funcional


Segundo o Antão (2000, citado em Balula, 2007) leitura funcional constitui o elemento chave no
campo educacional, pois ajuda o aluno a obter informações necessárias para desenvolver o seu
nível de conhecimento e satisfazer com exactidão as competências exigidas numa determinada
área formação. No entanto, cabe ao professor criar formas com vista a incutir em alunos o gosto e
o hábito de realizar a leitura funcional dada a sua relevância no PEA.

2.2.5 Leitura aprofundada


De acordo com Balula (2007), a leitura aprofunda tem como propósito analisar o texto quanto ao
conteúdo, explicar as partes importantes do texto, descrever a sequência cronológica os factos,
compreender as relações que se estabelecem entre esses elementos e distinguir a sua importância
relativa ao seu encadeamento.

2.2.6 Leitura em voz alta


Na perspectiva de Jean (1999, p. 91), “ A leitura em voz alta é entendida sobretudo pelos
professores como prática de leitura corrente por oposição às leituras ditas explicativas.”
Para este autor, a leitura em voz alta já não é um acto de ler ou compreender um texto em
contacto com o significante fonético com o qual o leitor se reveste, contudo, ler em voz alta foi e
continua a ser uma maneira de partilhar prazer, conhecimentos e informações.

Para Franze (2014), a leitura em voz alta em contexto educacional ajuda o aluno no domínio
ortográfico, da entoação e da pronúncia, bem como o fomento da prática gregárias de contar
histórias e também pode ser usada em contextos social e profissional.

8
2.2.7 Leitura silenciosa
A leitura silenciosa é feita em qualquer lugar em que o individuo tenha disponibilidade a um
texto. É mais rápida, menos fatigante e é a técnica usada pelo adulto na maioria das
oportunidades, nomeadamente como suporte da sua formação cultural profissional (Franze 2014,
p.51).

Para este autor, esta modalidade de leitura permite que o leitor realize a leitura com maior
flexibilidade, oferece alto nível de compreensão do texto lido, grande concentração em relação ao
próprio texto e maior facilidade em obter informações.

2.2.8 Leitura rápida


Na perspectiva de Balula (2007), leitura rápida é uma modalidade de leitura que permite ao leitor
ler com velocidade e eficácia, sendo estas últimas directamente proporcionais ao conhecimento e
capacidade de utilização das estruturas morfo – sintácticas e semânticas da língua. Esta
modalidade geralmente é feita silenciosamente ou em voz baixa e pode revelar - se como meio
auxiliar no estudo.

2.2.9 Leitura selectiva


Em Marconi e Lakatos (2003), a leitura selectiva tem como propósito fazer a selecção das
informações mais relevantes relacionadas com o problema em causa. A determinação prévia dos
distintos propósitos específicos é importante para esta fase, que se constitui no último passo de
localização do material para exame e no primeiro de uma leitura mais séria e profunda.

Para Marconi e Lakatos (2003, p.20) realçam que “a leitura deve conduzir à obtenção de
informações tanto básicas quanto específicas, variando a maneira de ler (...).”
Neste contexto, as autoras fundamentam que uma leitura proveitosa deve trazer resultados
satisfatórios e para o efeito deve se observar alguns aspectos fundamentais tais como: atenção,
intenção, reflexão, espírito crítico, análise e síntese.

Na perspectiva de Marconi e Lakatos (2003) a leitura informativa é subdividida em várias etapas


a saber: de reconhecimento ou prévia; exploratória ou pré - Leitura; reflexiva; crítica;
interpretativa e explicativa.

9
Com estas abordagens, presume – se que no fim da leitura, o leitor deve estar em condições de
fazer uma análise crítica e reflexiva das informações contidas durante o exercício do acto de ler.

2.3 Níveis de leitura


De acordo com Franze & Vunguire (2014, p.102), “Um bom leitor é capaz de praticar os níveis de
leitura”. Nesta óptica, o leitor passa de diferentes etapas da leitura para aproveitar na generalidade
o conteúdo lido, estas etapas serão adquiridas durante a vida à medida que o leitor ira praticar a
leitura.

Soares (2003, p.69) “ ser leitor é gostar de estar sossegado e só esforçar os olhos e a cabeça para
ficar a saber coisas que, magicamente, sem pinceis nem tinta tem cor e forma e sem projector tem
movimento; é ser – se curioso e gostar de seguir roteiros e de encontrar respostas…”

Na perspectiva de Franze & Vunguire (2014) e Diferentes níveis de leitura (s.d), disponível em
https://cursos.escolaeducacao.com.br/artigo/diferentes-n-veis-de-leitura acessado em 30 de Dez.
2019 existem quatro níveis de leitura: leitura elementar, inspecional, analítica e sintópica,
como a seguir se apresenta, detalhadamente:

a) Leitura elementar: leitura básica ou inicial. Ao leitor cabe reconhecer cada palavra de
uma página. Leitor que dispõe de treinamento básico e adquiriu rudimentos da arte de ler.
Neste nível verifica – se o menor envolvimento intelectual e emocional, geralmente são
leituras rápidas e de fácil compreensão.

b) Leitura inspecional: caracteriza-se pelo tempo estabelecido para a leitura. Arte de folhear
sistematicamente. Neste nível, o leitor efectua uma leitura muito rápida para determinar o
que merece uma leitura profunda. Para o efeito, ele recorre a leitura de títulos, subtítulos,
índice, sem deixar de lado a realização de uma leitura superficial em preparação de uma
leitura profunda se concluir que o livro possui as informações interessadas.

a) Leitura analítica: é minuciosa, completa, a melhor que o leitor é capaz de fazer. Tem em
vista principalmente o entendimento. Neste nível o leitor possui sinais de pleno domínio
da leitura, para além de conhecer os factos que ocorrem no texto, ele percebe a mensagem
do escritor e faz uma relação com outros conhecimentos do seu domínio.
10
b) Leitura sintópica: leitura comparativa de quem lê muitos livros, correlacionando – os
entre si. Neste nível, para além de o leitor ler as informações contidas nas obras, ele
consegue fazer uma comparação exaustivas dos conteúdos das obras que ele já leu, deste
modo, o leitor pode chegar a novas conclusões que muitas das vezes não se encontram nos
próprios livros lidos.

De acordo com os autores, neste nível de leitura satisfaz – se todas dúvidas persistentes, pois os
termos de difícil compreensão patentes no texto são esclarecidos no momento em que vai se
realizando a leitura e por vezes pode se recorrer a dicionários de vocábulos. É neste nível onde
durante o acto de ler sublinha se as informações julgadas pertinentes e deixando de lado o
acessório.

2.4 Métodos e estratégias do ensino - aprendizagem da leitura


De acordo com Soares (2003, p.64) “ ler mesmo no intransitivo não é só conhecer e juntar letras,
é também a sua circunstância, é todo este conjunto de pequenos quês de coisas quase invisíveis
que tecem na atmosfera que rodeiam quem lê, que só vive quem lê”.

Neste sentido, pensar em métodos e estratégias do ensino – aprendizagem da leitura, significa


desenvolver mecanismos e procedimentos que visam formar o aluno e garantirem o sucesso
escolar, mas também significa no entanto, reflectir sobre a prática docência na sala de aulas.
Franze e Vunguire (2014, p.101) afirmam que:
Pouca atenção é dada pelos professores às actividades que visam desenvolver a
compreensão de textos escritos. Isto talvez se deva ao facto de que,
enganosamente, pais, professores e alunos consideram que o ensino da leitura é
actividade restrita à alfabetização e ao ensino básico. Um engano de custo não
dimensionável, pois que a leitura é a chave do conhecimento, quer se faça de um
texto, quer de realidade mais ampla, o mundo.

Na perspectiva de Cantalice (2004) estratégias de leitura são técnicas ou métodos que os leitores
usam para adquirir a informação, ou ainda procedimentos ou actividades escolhidas para facilitar
o processo de compreensão em leitura.

11
Cantalice (2004) e Duke e Pearson (2002, citados em Ludvig 2014) fazem referência de seis (6)
tipos de estratégias de leitura que auxiliam o processo de compreensão, a saber: predição, pensar
em voz alta, estrutura do texto, representação visual do texto, resumo e questionamento.

− A predição é uma estratégia usada no ensino da leitura sobretudo na parte introdutória, ela
consiste em antecipar, prever fatos ou conteúdos do texto utilizando o conhecimento já
existente para facilitar a compreensão. Nesta fase o professor pode relacionar os factos de
que o texto faz referência com a vivência do aluno.

− Pensar em voz alta, esta estratégia consiste em o aluno verbalizar o seu pensamento
enquanto faz a leitura. Esta estratégia melhora a compreensão textual nos alunos quando a
praticam durante a leitura e também quando professores usam rotineiramente esta mesma
estratégia durante suas aulas.

− A análise da estrutura textual ajuda os alunos a aprenderem a usar as características dos


textos, como cenário, problema, meta, acção, resultados, resolução e tema, como um
procedimento auxiliar para compreensão e recordação do conteúdo lido.

− A representação visual do texto facilita aos leitores a entenderem, organizarem e


lembrarem algumas das palavras lidas quando formam uma imagem mental do conteúdo.

− Resumo do texto facilita a compreensão global do texto, pois envolve a selecção e


destaque das informações mais relevantes do texto.

− Questionamento do texto auxilia no entendimento do conteúdo da leitura, uma vez que


permite ao leitor reflectir sobre ele.

Para os autores, a utilização de estratégias de leitura compreende três momentos: o antes - onde é
feita uma análise global do texto, predições e também o uso do conhecimento prévio; o durante
que é feita uma compreensão da mensagem passada pelo texto, uma selecção das informações
relevantes, uma relação entre as informações apresentadas no texto e uma análise das predições
feitas antes da leitura, para confirmá – las ou refutá – las e o após a leitura que se faz uma análise
com o objectivo de rever e reflectir sobre o conteúdo lido.

12
Para que o ensino – aprendizagem da leitura possa ter sucesso, os professores precisam de se dar
tempo de planificar as suas aulas evitando na medida de possível improvisos, pois Pilleti (2004,
p.62) diz que “a planificação consiste em traduzir em termos mais concretos e operacionais o que
o professor fara na sala de aulas, para conduzir os alunos a alcançarem os objectivos educacionais
propostos”.

Covane (2014, p.85) refere que “o ensino da leitura, portanto, pode ser viável senão privilegiar
uma única leitura autorizada”.

Nesta senda, o mais lógico seria o ensino de várias estratégias de leitura e o desenvolvimento de
competências em alunos como leitores e para o efeito, é preciso que cada aula de leitura tenha um
determinado propósito e em segundo plano, deve se criar espaço de predições em torno do
conteúdo do texto que irá servir de matéria de leitura. As predições devem ter como base os
conhecimentos prévios sobre o assunto, época, género o autor, bem como do desenvolvimento do
tema.

De acordo com Covane (2014) considera eficiente a leitura que começa por actividades de
reconhecimento do texto/obra, seguida de outras que visam a interpretação e compreensão,
devendo o professor prestar maior atenção na elaboração de material de leitura bem como nos
critérios de selecção de textos de acordo com as tipologias textuais. A dificuldade de
compreensão textual pode ser maior se o aluno não possui conhecimento prévio sobre o assunto a
ser tratado.

Carlos (2001, p.41) “a dinâmica da leitura, envolve a percepção de símbolos, a compreensão dos
seus significados, a reacção de experiências anteriores e a integração de novas experiências”.

O texto não deve possuir somente novas abordagens, mas também devem possuir algumas
abordagens do interesse do aluno e deve trazer assuntos que motive o aluno a aprender, por via
disso, o professor na selecção dos textos deve garantir uma atmosfera que facilita ao aluno
relacionar a nova realidade do mundo com as realidades anteriores.

13
Segundo Brait (2015, p.13), “a tentativa de impor a leitura de livros como uma obrigação escolar,
não tem efectivamente dado resultados”.

Neste sentido percebe – se que para que a leitura seja interessante e produtiva, deve ser praticada
nas diversas modalidades referenciando a importância que cada tipo de modalidade desempenha
no seu aperfeiçoamento e para o pleno domínio da língua.

De acordo com Covane (2014), o ensino da leitura pressupõe três factores fundamentais a saber:
finalidades, conteúdos e as características dos alunos e da turma. O autor realça que os
programas do ensino secundário não devem valorizar apenas a memorização de informações, mas
devem privilegiar os eixos estruturadores de comunicação, investigação e compreensão e
contextualização sócio – cultural que são organizados em competências e temas.

Na perspectiva de Molina (1992, citado em Franze e Vunguire 2014), a leitura deve ser feita
tomando em consideração os seguintes passos:

− Visão geral do Capítulo: onde o leitor verifica a estrutura do capítulo, títulos e subtítulos.
É nesta etapa onde se faz a leitura inspecional e o aluno deve responder as seguintes
perguntas: De que fala o texto? Qual é a sequência lógica dos acontecimentos?

− Questionamento despertado pelo texto: Para promover uma leitura activa é preciso que
o professor redija perguntas ao aluno com o objectivo de fortalecer espectativa no que vai
encontrar no texto;

− Estudo do vocabulário: a melhor forma de despertar o gosto pela leitura e consolidar o


hábito de ler é oferecer textos interessantes que remete o aluno numa situação de ampliar o
vocabulário recorrendo a valorização do dicionário, emprego de novas palavras e a análise
de palavras;

− Linguagem não – verbal: a maior parte dos textos oferecem outras informações
apresentadas por ilustrações, contido, não se pode passar por elas superficialmente, é
preciso convidar o aluno a observá – las com atenção para entendê – las;

14
− Resumo do texto: o resumo tem o sentido de recreação do texto original e só pode ser
feita por quem leu e já entendeu efectivamente todos os acontecimentos que ocorrem no
texto;

− Avaliação: nesta etapa transforma se o estudante autor da sua aprendizagem. Se o aluno


entendeu o texto nada lhe resta a concordar ou discordar com o autor.

Na óptica de Franze (2014), o acto de leitura seja qual for objectivo, realiza se em três momentos:

− Momento de aproximação ao texto: este momento dá se antes da leitura através do


contacto visual, baseado nas imagens, nos títulos e subtítulos em chamadas de atenção.

− Recolha ou aferição de dados: este momento acontece durante a leitura, nele verifica se a
descodificação dos caracteres tipográficos e o individuo constrói uma pequena apreensão
de ideias e afere – as com as que tinha como pressuposto, procura o significado de certos
vocábulos, relaciona a nova aprendizagem com as anteriores e destaca no texto o que é
dado como novo elemento.

− Análise e definição da mensagem: este é dado como o ultimo momento do acto de


leitura, nele o aluno analisa as ideias do texto e o seu encadeamento lógico, aprecia os
aspectos de linguagem, elabora uma síntese e volta a reflectir sobre os seus pontos de
vista, procurando uma posição crítica.

Na óptica de Fonseca (2012, p.28) “trabalhar com a leitura significa trabalhar com conteúdos
voltados às capacidades e procedimentos de leitura e ao comportamento leitor”. Neste contexto o
professor desempenha um papel preponderante na aquisição da competência leitora do aluno, pois
para além de promover actividades de leitura, ele serve como modelo de leitor.

Na perspectiva de Franze (2014) o ensino da leitura de um texto é mais complexo como seria de
simples imaginar, e para tal, para uma abordagem produtiva do texto na aula de português devem
ser respeitadas algumas etapas a saber:

15
− Encaminhamento para o texto – onde se coloca o tema com afinidades do texto,
relacionamento dos acontecimentos com os conhecimentos da classe, discussão das ideias
e clarificação de alguns aspectos do vocabulário;

− Leitura atenta do texto – nesta etapa faz se a leitura inicial para apreensão no sentido
geral e a segunda leitura com o objectivo de fazer o levantamento das palavras de difícil
compreensão, de seguida busca se o significado da palavras levantadas anteriormente e
por fim o professor faz uma leitura modelo (leitura em voz alta).

− Localização do texto – nesta etapa faz se a determinação e caracterização da tipologia


textual;

− Delimitação do tema e do assunto – faz se analise das ideias e o seu encadeamento


lógico;
− Detecção da estrutura do texto – determina se os momentos do desenvolvimento e a
coerência dos diversos momentos entre si;

− Analise da forma – observa se o tipo de linguagem usada nos aspectos linguísticos e


literários;

− Conclusão – nesta etapa faz se o balanço conjunto das observações feitas em sínteses e a
reflexão em termos de posição crítica.

2.5 Motivação para o acto de leitura


De acordo com Pilleti (2004), o professor através de uma gama de métodos, procedimentos e
estratégias deve criar uma situação favorável de aprendizagem, e para o efeito é preciso que saiba
motivar os seus alunos.

Neste sentido, Pestana & Páscoa (2002, citado em Campira 2014), definem a motivação como a
dinâmica do comportamento e focalizam o aspecto interno ao indivíduo enquanto dirigido a uma
meta, objectivo, ou incentivo e Brown (2001, citado em Matos 2009) considera a motivação como
um impulso interno para se atingir um objectivo.

16
Para criar uma situação motivadora, o professor precisa de conhecer os interesses actuais dos seus
alunos para mantê – los ou orientá – los para conseguir do aluno uma realização interessante e
alcançar o objectivo da aprendizagem, pois Pilleti (2004, p.33) afirma que “ sem motivação não
há aprendizagem”.

Segundo Solé (1998) para uma leitura produtiva e criar o gosto pela leitura em alunos, o professor
deve ter em conta alguns aspectos tais como: ser um bom leitor e mostrar o gosto pela leitura,
comentar sobre os livros da preferência dos alunos, recomendar títulos, levar um exemplar para si
mesmo quando os alunos forem a biblioteca. Para tal os estudantes devem encontrar bons
modelos de leitor na escola, especialmente aqueles que não possuem em casa.

Na óptica de Dias (2012), para incutir em alunos o gosto pela leitura, a que ter em conta os
seguintes aspectos: não obrigar o aluno a ler; proporcionar às crianças uma escolha variada de
livros, para que possam escolher o que mais lhes agrada; apresentar – lhes livros que se dirijam ao
imaginário; não as obrigar a falar sobre o que leram; não censurar as opções de escolha das
crianças.

Na perspectiva de Sá (2008, citado em Dias 2012) existem outras estratégias de motivação para a
leitura a saber:

− Variar as experiências de leitura dos alunos, associadas a actividades que pressupõem o


recurso a diversas formas de ler o mesmo texto: ler várias versões do mesmo texto, ou o
mesmo tipo de textos comparando semelhanças e diferenças relativamente à linguagem
usada; ler textos de tipos diferentes, que servem de diferentes finalidades (por exemplo,
obter informação precisa para seguir instruções, para aprender, para praticar leitura em voz
alta e por prazer).

− Estimular a partilha de experiências de leitura, promovendo actividades que permitam aos


alunos partilhar as suas impressões sobre textos ou livros já lidos. Por exemplo, um aluno
escolhe o texto e lê – o em voz alta para a turma e, seguidamente, podem discutir em
grupo o sentido de palavras, expressões ou mesmo de passagens mais marcantes.

17
A autora realça que a motivação para a leitura deve ser trabalhada dentro e fora da sala de aula.
Para o efeito, o professor pode seleccionar de uma forma criteriosa as leituras propostas aos
alunos, tendo a preocupação de as ajustar às necessidades e interesses dos mesmos; criar um
pequeno espaço na sala de aula, equipado com livros que possam ser consultados livremente;
promover idas à biblioteca escolar ou à biblioteca pública; promover acções relacionadas com a
leitura que envolvam a comunidade escolar; promover o contacto com diversos tipos de textos;
ensinar a consultar um livro e incentivar à leitura autónoma de obras integrais.

Todas estas estratégias que o professor pode traçar visam aproximar os alunos para os livros e
incentivá – los à prática da leitura, dado que no mesmo contexto Azevedo (2018, p.9) enfatiza
dizendo que “Está comprovado que crianças que crescem num ambiente com acesso aos livros
têm mais possibilidades de se tornarem leitores para toda a vida”.

2.6 Espaços de leitura


De acordo com Brait (2015, p.116), “a leitura de um livro é mostrada como actividade que exige
isolamento, concentração, preparação, tempo, dedicação e constância”. Nesta perspectiva,
considera a escola no seu todo como espaço natural da leitura, no entanto, existe um lugar
específico que é aprazível morada da leitura impressa, neste caso, a biblioteca.

Segundo Araújo (2014), Biblioteca escolar é um espaço de trabalho e de lazer, para alunos e para
professores, em condições de tranquilidade e silêncio.

Gomes (2009, p.38), enaltece o papel da biblioteca escolar dizendo “As bibliotecas para além de
incentivarem os alunos à prática da leitura, integram no processo de ensino-aprendizagem,
favorecendo o seu desenvolvimento e consolidação, através de contactos com os livros”.

Segundo a autora, a biblioteca escolar deve ser um instrumento de desenvolvimento do PEA, de


capacitação e promoção da prática da leitura e a formação de uma actividade científica. Ela é
bastante pertinente aos professores, pois permite - lhes ter acesso às informações necessárias para
leccionação na sala de aulas e no processamento de informações e a adaptações dessas
informações para o contexto da prática docente.

18
CAPITULO III
3 Aspectos metodológicos
Neste capítulo foram tratados aspectos metodológicos, e dos respectivos instrumentos de recolha
de dados, a análise bibliográfica e o método clínico, igualmente foram tratados dados sobre
população alvo, da amostra e do tipo de amostra.

3.1 Tipo de pesquisa


No presente estudo privilegiou - se a abordagem qualitativa descritiva, que segundo Teixeira
apud Artur (2014), na pesquisa qualitativa o pesquisador procura reduzir a distância entre a teoria
e dos dados, entre o contexto e a acção, usando a lógica da análise fenomenológica, isto é, da
compreensão dos fenómenos pela sua descrição e interpretação.

Gil (2008, p.28), na sua óptica diz que “a pesquisa descritiva tem como objectivo primordial a
descrição das características de determinada população ou fenómeno ou o estabelecimento de
relações entre variáveis.”

3.1.1 Fontes de Informação


Observando a natureza do objecto da pesquisa, recorreu - se à pesquisa documental, que na
perspectiva de Marconi e Lakatos (2003, p.174) “A característica da pesquisa documental é que a
fonte de colecta de dados está restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se
denomina de fontes primárias.” Neste estudo, utilizou – se como fonte de pesquisa, obras já
existentes, artigos e dissertações sobre esta temática.

3.2 Universo ou população


“Universo ou população é um conjunto de elementos que possuem determinadas características”.
Gil (2008, p.89). O universo ou população foi constituída de todos alunos da 8ª classe e de todos
professores que leccionam a disciplina de língua Portuguesa na 8ª classe.

De acordo com o Mapa de Aproveitamento Pedagógico referente ao 3º trimestre de 2019, a


ESGRAMA, possui como universo de pesquisa 406 alunos, dos quais 242 são mulheres,
distribuídos em nove (9) turmas, sendo oito (8) do curso diurno e uma (01) do curso nocturno, e
três (03) professores que leccionam as aulas de Língua portuguesa naquelas turmas.

19
Tabela 1: Mapa do universo e/ou população (M – mulheres, HM – homens mulheres)
Levantamento estatístico 03/03 Fim do período
Classe M HM M HM
8ª 265 446 242 406
Professores - 03 - 03
Fonte: Mapa de Aproveitamento Pedagógico - 2º trimestre de 2019

3.3 Amostra
Segundo Gil (2008, p.90) “ amostra é subconjunto do universo ou da população por meio do qual
se estabelecem ou se estimam as características desse universo ou população”.

Nesta pesquisa, optou - se pela escolha de amostra probabilística aleatória simples que segundo
Laville e Dionne (1999, p.169) “Amostra aleatória simples é uma amostra probabilista composta a
partir de uma escolha ao acaso, tendo todos os elementos da população uma chance real e
conhecida de serem seleccionados.”

Para o efeito, a amostra foi constituída por quarenta (40) alunos da 8ª classe, o que representa
10% da população, seleccionados de forma aleatória e de todos os três (03) professores que
leccionam aulas de Língua Portuguesa na classe.

Tabela 2 – Amostra de professores e alunos submetidos ao questionário e à entrevista


Componentes da Técnica de Idade Sexo
Amostra recolha de dados H M F % M % HM %

Professores Entrevista 30-45 - - - 3 100 3 100


Alunos Questionário 13-18 13-18 24 9,91 16 9,75 40 10
Fonte: Autor (2019)

3.4 Técnicas de recolha de dados


3.4.1 A análise bibliográfica
A recolha de informações e dados será feita a partir de uma pesquisa do campo e bibliográfica,
pois segundo Gil (2008, p.50) fundamenta que “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.”
A análise bibliográfica foi realizada a partir das fontes de interesse para o desenvolvimento desta
pesquisa, tais como: obras de referência, teses e dissertações, periódicos científicos e de
20
indexação e o resumo. Com a análise bibliográfica, o objectivo era de trazer várias ideias de
vários autores de modo a dar sustentabilidade científica ao tema em estudo.

3.4.2 Questionário
Segundo Gil (2008, p.121) “questionário é uma técnica de investigação composta por um
conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações sobre
conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas, […]”

Neste questionário foram usadas questões fechadas, onde pede-se aos respondentes para que
escolham uma alternativa dentre as que são apresentadas numa lista, pois irão permitir maior
uniformidade às respostas e podem ser facilmente processadas.

3.4.3 Entrevista
Gil (2008) define entrevista como uma das técnicas de colecta de dados mais utilizada no âmbito
das ciências sociais. Enquanto técnica de colecta de dados, a entrevista é bastante adequada para a
obtenção de informações acerca do que as pessoas sabem, crêem, esperam, sentem ou desejam,
pretendem fazer, fazem ou fizeram, bem como acerca das suas explicações ou razões a respeito
das coisas precedentes.

Neste sentido, direccionada ao professor, foram feitas perguntas sobre a formação do professor, a
planificação de aulas sobre a leitura, estratégias de ensino-aprendizagem aplicadas e dificuldades
encaradas bem como sobre a avaliação do comportamento do aluno em relação a temática.

3.4.4 Observação sistemática


De acordo com (Gil 2008), a observação tem como objectivo a descrição precisa dos fenómenos
ou a teste de hipóteses.

Nesta pesquisa recorreu – se à observação sistemática, dado que o pesquisador sabe quais os
aspectos da comunidade ou grupo que são significativos para alcançar os objectivos pretendidos.
Neste contexto, foi elaborado previamente um plano de observação que estabeleça o que deve ser
observado, em que momentos, bem como a forma de registo e organização das informações. A
observação tem como foco a descrever as metodologias e/ou estratégias usadas pelos professores
na sala de aulas durante o PEA da leitura.
21
3.5 Aspectos éticos
A confidencialidade dos dados obtidos nos instrumentos de recolha de dados foi garantida em
todas etapas desta investigação e as informações foram arquivadas em anonimato e utilizadas
exclusivamente para fins de investigação científica.

3.6 Modelo de apresentação, análise e interpretação dos resultados


O objectivo da análise é organizar e sumariar os dados de forma tal que possibilitem o
fornecimento de respostas ao problema proposto para a investigação. A interpretação tem como
objectivo a procura do sentido mais amplo das respostas, o que é feito mediante sua ligação a
outros conhecimentos anteriormente obtidos. Gil (2008).

Com relação ao método para a apresentação, análise e interpretação dos resultados, considerando
o tipo de pesquisa (Pesquisa qualitativa), usou – se o método de triangulação, que na perspectiva
de Flick (2005), consiste no processo de entrosamento entre as ideias dos entrevistados ou
questionados, com as ideias dos autores das obras consultadas e da observação, o que permitie a
definição de ilações e recomendações. A triangulação de dados significa colectar dados em
diferentes períodos e de fontes distintas de modo a obter uma descrição mais rica e detalhada dos
fenómenos.

3.7 Limitações do estudo


O presente estudo, teve como principais limitações a amostragem da pesquisa, pelo facto de ter
sido realizado apenas com uma parte dos alunos e não com todos alunos da 8ª classe da
ESGRAMA, pois não seria fácil trabalhar porque com todos. Os dados e informações terem sido
colectados através de entrevistas aos professores de Português da 8ª classe, inquérito aos alunos e
pela observação das aulas dos alunos.

CAPÍTULO IV

22
4 Caracterização da área de estudo e apresentação dos resultados
Neste capítulo foi feita a descrição da área de estudo e apresentação dos dados brutos recolhidos
durante a pesquisa.

4.1 Caracterização da área de estudo


A Escola Secundaria Graça Machel é a única escola secundária das trinta e três (33) escolas
existentes no distrito de Massingir, leccionando da 8ª a 12ª classe. A escola está localizada na Vila
de Massingir, Distrito de Massingir, na província de Gaza. O distrito de Massingir, está dividido
em três (03) postos administrativos: Mavoze, Massingir – Sede e Zulo e tem os seguintes limites
geográficos:
Norte – Distrito de Chicualacuala;
Sul – Distrito de Magude da Província de Maputo;
Leste – Distritos de Mabalane e Chókwè;
Oeste – República da África do Sul. (Instituto Nacional de Estatística, 2017)

De acordo com INE (2017), o distrito de Massingir possui 37 300 habitantes, destes 17 540
homens e 19 760 mulheres. A superfície do distrito é de 5.698 km2 e com uma densidade
populacional aproximada de 5.7 hab/km2.

Em termos de vectores do desenvolvimento económico, o distrito possui quatro (04) a saber:


pecuária, agricultura a sequeiro e moderna, pesca do peixe tilápia, na Albufeira de Massingir e
Comércio a retalho.

4.1.1 Descrição da Escola Secundária Graça Machel


A Escola Secundária Graça Machel, fica localizada na Vila Sede do Distrito de Massingir,
concretamente no Bairro Graça Machel, a 250metros da EN445.

Possui nove (09) salas de aulas, um (01) bloco administrativo onde funcionam os gabinetes do
Director, dos Directores Adjuntos Pedagógicos dos cursos noturnos e diurno, uma (01) secretaria,
uma (01) sala dos professores, e um (01) espaço improvisado onde funcionam o laboratório de
Física, Química e Matemática. É única escola secundária do Distrito, tem turmas anexas em
Mucatine, no Posto Administrativo de Zulo a sensivelmente 60km da escola mãe. Machava
(2010).
23
Em termos de efectivos docentes e discentes, a ESGRAMA possui 1 234 alunos destes 759 são
mulheres assistidos por 42 docentes dos quais 06 são mulheres. Vide anexo 1.

4.2 Apresentação dos resultados


Durante o processo da recolha de dados, foram entrevistados três (03) professores de LP da
ESGRAMA com o objectivo de obter ideias em torno das metodologias e estratégias usadas no
PEA da leitura na 8ª Classe. Foram questionadas quarenta (40) alunos da 8ª classe sobre a sua
postura face a actividade da leitura. Ao todo foram 43 indivíduos que forneceram dados para este
trabalho.

Ainda neste contexto, foram observadas duas (02) aulas de leitura e interpretação em duas (02)
turmas da 8ª classe, sendo uma (01) em cada turma, leccionadas de professores diferentes com o
objectivo de descrever as metodologias usadas pelos professores no PEA da leitura.

4.3 Apresentação dos resultados da entrevista


Foram entrevistados três (03) professores que leccionam aulas na disciplina de Língua Portuguesa
da 8ª classe da ESGRAMA com a finalidade de se obter ideias em torno das metodologias e
estratégias usadas no PEA da leitura na 8ª Classe, e perceber os reais problemas enfrentados pelos
alunos na sala de aulas. Eis os resultados da entrevista:

1. Planifica regularmente as suas aulas antes da leccionação?


Nesta pergunta, todos professores entrevistados foram unânimes em afirmar que eles planificam
regularmente as suas aulas antes da leccionação.

2. A escola possui uma biblioteca?


Relativamente à questão da existência da biblioteca na escola, todos os entrevistados responderam
que sim.

a) Os alunos têm acesso a biblioteca?

24
Nesta questão, todos professores reafirmaram que todos alunos têm acesso à biblioteca existente
na escola.

b) Qual é o nível de aderência dos seus alunos à biblioteca da escola?


Dos três (03) professores entrevistados, o professor número um (P1) disse que o nível de
aderência dos alunos à biblioteca é normal, o professor número dois (P2) respondeu que é
irregular pois só vão a biblioteca sob orientação dos professores e o professor número três (P3)
disse que é positiva.

3. Que dificuldades os alunos apresentam na leitura?


No que tange às dificuldades apresentadas pelos alunos na leitura, P1 respondeu que os alunos
conseguem ler os textos mas tem dificuldades de compreensão textual e nalguns casos de lidar
com situações de duas consoantes seguidas. P2 disse que os alunos têm dificuldades de ordem
prosódica, isto é, não observância de sinais de pontuação, acentuação e dicção melódica. E o P3
respondeu que os alunos apresentam falta de domínio da leitura por não terem hábitos de leitura
fora de aulas.

a) Tem ajudado os alunos a superarem essas dificuldades?


Nesta questão todos reafirmaram que sim e um (01) acrescentou que tem dado actividades de
leitura na sala e fora da sala de aulas.

4. Que estratégias usam com vista a ajudar os alunos a superarem as dificuldades de


leitura?
Nesta questão, os entrevistados forneceram as seguintes respostas: P1 – programa competições de
leitura na sala de aulas o que designa de leitura competitiva; P2 – durante a leitura caso cometam
erros, vai – lhes mostrando o que devia como caminho de superação e que devem ler mais textos;
P3 – orienta os alunos copiarem textos nos cadernos para lerem em casa e na escola.

a) Que efeitos têm surtido essas estratégias?


Todos por unanimidade responderam que sim e dois acrescentaram na seguinte ordem: P1 –
porque despertam o interesse no seio dos alunos; P2 – pois há melhoria comparando com o antes
e depois.
5. Fala sobre os seus hábitos de leitura.
25
No tocante aos hábitos de leitura dos entrevistados, P1 – gosta de ler revistas e jornais; P2 – gosta
de ler principalmente as obras literárias de Mia Couto, Paulina Chiziane e outros; P3 – lê obras de
natureza literária e jornalística e faz uma comparação entre as obras.

6. Você considera-se leitor?


Todos entrevistados responderam que sim.

a) Quando é que alguém se considera leitor?


Nesta pergunta, os entrevistados forneceram as seguintes respostas: P1 – considera – se leitor
aquele que lê e tem o domínio de leitura a vários níveis; P2 – considera – se alguém de leitor
quando faz leituras constantes de diferentes autores e de diferentes temáticas conteudísticas,
fazendo uma reflexão e juízo crítico pessoal; P3 – considera – se leitor aquele que tem o hábito e
o gosto de ler.

7. Como tem planificado as aulas de leitura (especialmente à introdutória)?


No tocante à planificação das aulas de leitura (especialmente à introdutória), P1 – na introdução
ou aproximação com o texto faz questões relacionadas com o assunto do texto que são de
percepção deste de modo que percebam ao ler; P2 – no ensino Secundário não existia nenhuma
aula específica de leitura, apenas orienta as modalidades de leitura para o funcionamento da
língua; P3 – na parte introdutória, orienta leitura silenciosa do texto fazendo em simultâneo a
leitura selectiva e depois a leitura individual oral.

8. Na sua opinião, as actividades de leitura que você faz na aula são suficientes para
formar alunos leitores?
Nesta questão, P1 respondeu que as actividades da aula de leitura não são suficientes; P2 –
respondeu que sim, tendo em conta que já desenvolveram no ensino primário; P3 respondeu que
sim.

9. Qual é a atitude dos seus alunos em relação à leitura?


No que tange à atitude dos seus alunos em relação à leitura, P1 respondeu que é negativa, eles só
lê quando são obrigados; P2 respondeu que com base nas estratégias acima indicadas, eles vão se
comportando bem na leitura; e P3 respondeu que tem a tendência de melhorar a leitura.
10. Você percebe alguma evolução dos seus alunos enquanto leitores?
26
Nesta questão todos responderam sim.

11. Como você utiliza o livro didáctico?


Com relação ao uso do livro didáctico, os professores responderam: P1 – orienta os alunos a
tirarem cópias dos textos que vão usar na sala de aulas de modo a terem uma preparação prévia de
leitura de cada texto. P2 – o livro é de uso frequente, pois os alunos não possuem material
didáctico e alguns não tem conduções para adquirir fichas de apoio. P3 – distribui os livros aos
alunos e orienta – os para abrirem na página onde consta o texto em estudo e orienta que façam
leitura.

12. Os seus alunos têm livros em casa?


Com relação aos livros, todos os professores responderam que os alunos não possuíam livros em
casa.

4.4 Apresentação dos resultados do questionário direccionado aos alunos


Com relação aos resultados do questionário, foram submetidos quarenta (40) alunos ao
questionário, dos quais 16 são homens e 24 são mulheres com idades compreendidas entre 13 a 18
anos. Conforme ilustra a tabela a seguir. Passa – se apresentar os resultados do questionário logo a
seguir.

Tabela 3 – Distribuição dos inqueridos em faixa etária e género


Género
Faixa etária Homens Mulheres Total
13 – 15 12 16 28
15 – 18 4 8 12
Fonte: Autor (2019)

1. O que fazes nos teus tempos livres?

27
Sobre a ocupação dos alunos nos seus tempos livres dos questionados, doze (12) passam o tempo
lendo, dez (10) vendo televisão, treze (13) praticando desporto e cinco (5) ocupam – se pelas
Actividades domésticas. Segundo a tabela abaixo:

Tabela 4 – Ocupação dos alunos nos tempos livres


Vendo Praticando Actividades
O que fazes nos teus tempos Lendo televisão desporto domésticas
livres? 12 10 13 5

Fonte: Autor (2019)

2. Define a leitura.
No que se refere ao conceito da leitura, dezassete (17) afirmaram a que a leitura é uma actividade
obrigatória e vinte e três (23) que é um acto de prazer que visa a aquisição do conhecimento. Vide
a tabela abaixo.

4.5 Tabela 5 – Conceito da leitura


Uma actividade Um acto de prazer que visa a
Define leitura obrigatória aquisição do conhecimento

17 23

Fonte: Autor (2019)

3. Que tipos de livros preferes ler?


Nesta questão, dos inqueridos vinte e três (23) responderam que preferem ler contos, oito (08)
fábulas, seis (06) histórias e três (03) romances.

4. Biblioteca
Com relação à biblioteca, trinta e três (33) confirmaram que frequentam a biblioteca e sete (7) que
não. Vide a tabela 6.

Tabela 6 – Nº de alunos quem frequentam a biblioteca

28
Sim Não
33 7
Frequentas a biblioteca?
Fonte: Autor (2019)

Dos inqueridos, treze (13) preferem ler poesias na biblioteca, dezoito (18) textos narrativos e nove
(09) textos informativos, segundo a tabela abaixo:

Tabela 7 – Tipo de textos lidos pelos alunos na Biblioteca


Que tipo de textos lê na Poesia Narrativos Informativos Publicitários
13 18 9 0
biblioteca?
Fonte: Autor (2019)

No mesmo contexto, quanto à duração na Biblioteca, oito (08) levam trinta minutos, dois (02)
uma hora, cinco (05) duas horas e vinte e cinco (25) dez minutos. Conforme ilustra a tabela a
seguir:

Tabela 8 – Tempo de duração dos alunos na biblioteca (min. – minutos, h – horas)


10 min. 30 min. 1h 2h
25 8 2 5
Quanto tempo leva na biblioteca?
Fonte: Autor (2019)

No que se refere a frequência a biblioteca, sete (07) responderam que vão uma vez por mês, cinco
(05) todos dias e vinte e oito (28) raramente vão à biblioteca. Vide a tabela a seguir.

Tabela 9 – Níveis de frequência dos alunos na biblioteca


Uma vez Todos dias Raramente
7 5 28
Quantas vezes tem ido a biblioteca por mês?
Fonte: Autor (2019)

5. Todos os dias faz a leitura?


Com relação aos hábitos de leitura, oito (08) fazem a leitura, dezasseis (16) não e dezasseis às
vezes. Vide a tabela abaixo:

Tabela 10 – Avaliação de hábitos de leitura em alunos

29
Sim Não Às vezes
8 16 16
Todos dias faz a leitura?
Fonte: Autor (2019)

6.Voce lembra de algum texto que o professor trouxe para aula de LP?
Nesta questão, dezanove (19) responderam quem sim e vinte e um (21) disseram que não. Vide a
tabela a seguir.

Tabela 11 – Texto em estudo nas aulas de LP


Você lembra de algum texto que o Sim Não
19 21
professor trouxe para aula de LP
Fonte: Autor (2019)

a) Você gostou desse texto?


Dos dezanove (19) que ainda se recordam do texto, treze (13) ainda recordam se do texto e seis
(06), já não fazem ideia. Vide a tabela abaixo:

Tabela 12 – Interesse do texto em estudo nas aulas de LP nos alunos


Sim Não
13 6
Você gostou do texto?
Fonte: Autor (2019)

4.6 Apresentação dos resultados da observação


Para a assistência/ observação das aulas elaborou – se um guião de observação de aulas em que
procurou – se colocar todos os aspectos observáveis e fundamentais para uma aula de leitura.
Foram observadas duas aulas de leitura sendo uma em cada turma leccionadas de professores
conforme mostra os dois guiões de observação abaixo indicados e os seus respectivos resultados.

4.6.1 Observação da aula 1


Objectivos da aula: o aluno deve ser capaz de:
− Ler o texto “o relato”;
− Interpretar o texto.

Tema da aula: leitura e interpretação do texto “O relato”

30
a) Observação do Professor
Apresentação
SIM Não
Itens a serem observados
1. O professor começou a aula pela revisão? X
2. O professor explicou os objectivos da aula? X
3. Na introdução, motivou bem os alunos? X
4. O professor fez a previsão dos conteúdos para facilitar a compreensão do X
texto?
5. O professor ajuda o aluno a verbalizar o seu pensamento durante a X
leitura?
6. O professor motiva o aluno através de jogos de leitura? X
7. O professor usa tipos de leitura para estimular o aluno (oral, expressiva, X
coral, silenciosa).
8. O professor interrompe o aluno para corrigir o seu erro? X
9. Faz perguntas ao aluno para facilitar a compreensão textual? X
10. Orienta o levantamento de palavras de difícil compreensão patentes no X
texto?
11. Orienta pequenos resumos orais e/ou escritos acerca do texto? X
12. O professor prestou atenção para alunos que tem problemas graves de X
leitura?
13. O professor marcou o TPC para os alunos? X
1. Os objectivos da aula foram alcançados? X

4.6.2 Observação da Aula 2


a) Observação do Professor
Apresentação
SIM Não
Itens a serem observados
1. O professor começou a aula pela revisão? X
2. O professor explicou os objectivos da aula? X
3. Na introdução, motivou bem os alunos? X
4. O professor fez a previsão dos conteúdos para facilitar a compreensão do X
texto?
5. O professor ajuda o aluno a verbalizar o seu pensamento durante a X

31
leitura?
6. O professor motiva o aluno através de jogos de leitura? X
7. O professor usa tipos de leitura para estimular o aluno (oral, expressiva, X
coral, silenciosa).
8. O professor interrompe o aluno para corrigir o seu erro? X
9. Faz perguntas ao aluno para facilitar a compreensão textual? X
10. Orienta o levantamento de palavras de difícil compreensão patentes no X
texto?
11. Orienta pequenos resumos orais e/ou escritos acerca do texto? X
12. O professor prestou atenção para alunos que tem problemas graves de X
leitura?
13. O professor marcou o TPC para os alunos? X

CAPITULO V

5 Análise e discussão de resultados


5.1.1 Análise e discussão dos resultados da entrevista direccionada aos professores
Neste item fez – se a análise e discussão dos dados da entrevista. Importa referir que estes dados
foram recolhidos a partir da aplicação da entrevista aos professores da 8ª classe que leccionavam
aulas de LP na ESGRAMA.

Em seguida passa – se a analisar as questões por ordem em que elas aparecem na entrevista,
recordando que a entrevista foi aplicada a três (03) professores de Português que trabalharam no
ano lectivo de 2019 com 8ª classe na ESGRAMA.

Planificação das aulas

32
Todos professores entrevistados foram unânimes em afirmar que eles planificam regularmente as
suas aulas antes da leccionação, o que permite melhor a tomada de decisão sobre os seus alunos.
De acordo com os dados recolhidos no terreno, os professores planificam regularmente as suas
aulas, facto sustentando pela existência de outros planos de lição referentes às aulas anteriores
para além do plano das aulas assistidas.

Pilleti (2004) fundamenta que a planificação consiste em traduzir em termos mais concretos e
operacionais o que o professor fará na sala de aulas, para conduzir os alunos a alcançarem os
objectivos educacionais propostos. Portanto, esta atitude dos professores inqueridos evita a rotina
e a improvisação e contribui para a realização dos objectivos visados para além de promover a
eficiência no ensino.

Biblioteca escolar
Em relação à existência ou não da biblioteca na escola em estudo, todos os professores
entrevistados afirmaram que a escola possuía biblioteca e a que os alunos tinham livre acesso à
biblioteca o que aferiu – se no terreno durante a pesquisa.

No que diz respeito ao nível de aderência dos alunos à biblioteca, verificam - se algumas
divergências. Dos entrevistados um (01) respondeu que é normal; um (01) respondeu que é
irregular pois só não tem ido a biblioteca mesmo sob orientação dos professores e um (01) disse
que é positiva. Com estas respostas percebe-se que os alunos não têm o hábito da frequência da
biblioteca.

De um modo geral a apreciação é positiva já que existe uma biblioteca na escola onde todos
alunos têm o acesso sem restrição, contudo de acordo as informações fornecidas pelos
entrevistados, os alunos não frequentam a biblioteca, atitude que poe em causa ao defendido por
Gomes (2009, p.38). Portanto, de acordo com este autor (Gomes 2009, p.38), biblioteca escolar
reveste-se de um papel preponderante pois, para além de incentivarem os alunos à prática da
leitura, integram – se no PEA, favorecendo o seu desenvolvimento e consolidação, através de
contactos com os livros.

E Araújo (2014) considera a biblioteca como espaço da leitura por excelência. Nestes termos, os
professores devem desenvolver actividades que visam incutir dentro dos alunos a cultura de
33
frequência à biblioteca, quer sob orientação dos professores, quer por sua iniciativa própria,
dentro e fora da escola.

Dificuldades dos alunos na leitura


No que tange às dificuldades apresentadas pelos alunos na leitura, dos três (03) entrevistados, um
(01) respondeu que os alunos conseguem ler os textos mas tem dificuldades de compreensão
textual e nalguns casos de lidar com situações de duas consoantes seguidas. Um (01) disse que os
alunos têm dificuldades de ordem prosódica e um (01) respondeu que os alunos apresentam falta
de domínio da leitura por não terem hábitos de leitura fora de aulas.

De acordo com as informações fornecidas pelos entrevistados, assumiu – se que maior parte dos
alunos apresentam problemas de falta do domínio da própria leitura para além da compreensão
textual.

Elias (2018, p.28) afirma que “ler (…) não se trata apenas de decifrar códigos, ainda que isso seja
necessário, é preciso compreender o que lê e estabelecer relações com outros conhecimentos.”

Para o efeito, Balula (2007) fundamenta que a leitura é feita com um determinado objectivo e para
tal surgem modalidades da leitura. Nesta perspectiva, os professores devem recorrer a leitura
básica, leitura informativa e leitura em voz alta, dado que a primeira modalidade tem como
finalidade ler e aprender a ler, a segunda é típica para o estudo e facilita a compreensão, e a última
segundo Franze (2014), em contexto educacional ajuda o aluno no domínio ortográfico, da
entoação e da pronúncia.

Estratégias usadas para superarem as dificuldades dos alunos na leitura


Nesta questão, os entrevistados forneceram as seguintes respostas: um (01) programa competições
de leitura na sala de aulas o que designa de leitura competitiva; um (01) durante a leitura caso
cometam erros, vai – lhes mostrando o que devia como caminho de superação e que devem ler
mais textos; um (01) orienta os alunos copiarem textos nos cadernos para lerem em casa e na
escola e todos reafirmaram por unanimidade que estas estratégias têm surtido efeitos positivos.

Os professores usam estratégias diferentes mas não variadas para resolver problemas de leitura
em alunos, mas não é bastante é preciso que recorram a outras estratégias avançadas por Cantalice
34
(2004) e Ludvig (2014) tais como: pensar em voz alta, estrutura do texto, predição, representação
visual do texto resumo e questionamento, e outras avançadas por Franze e Vunguire (2014) a
saber: visão geral do capítulo, estudo do vocabulário, linguagem não – verbal e avaliação porque
Covane (2014, p.85) enfatiza dizendo que “o ensino da leitura, (…), pode ser viável senão
privilegiar uma única leitura autorizada”.

Hábitos de leitura
No tocante aos hábitos de leitura dos entrevistados, um (01) gosta de ler revistas e jornais; um
(01) gosta de ler principalmente as obras literárias de Mia Couto, Paulina Chiziane e outros; um
(01) lê obras de natureza literária e jornalística e faz uma comparação entre as obras e todos
entrevistados confirmaram que consideram – se leitores.

Foram ainda perguntados quando é que alguém se considera leitor? Os entrevistados forneceram
as seguintes respostas: um (01), considera leitor, aquele que lê e tem o domínio de leitura a vários
níveis; o segundo considera – se que alguém é leitor quando faz leituras constantes de diferentes
autores e de diferentes temáticas conteudísticas, fazendo uma reflexão e juízo crítico pessoal; e
para o terceiro leitor é aquele que tem o hábito e o gosto de ler.

Através das respostas fornecidas pelos entrevistados, todos os professores da LP da 8ª classe na


ESGRAMA são leitores, facto bastante pertinente no contexto do ensino – aprendizagem da
leitura e na formação de alunos leitores. Franze & Vunguire (2014, p.102) considera que “um
bom leitor é capaz de praticar os níveis de leitura”. Na mesma senda, Soares (2003, p.69) “ ser
leitor é gostar de estar sossegado e só esforçar os olhos e a cabeça para ficar a saber coisas que,
magicamente, sem pinceis nem tinta tem cor e forma e sem projector tem movimento; é ser – se
curioso e gostar de seguir roteiros e de encontrar respostas…”

Nesta perspectiva assumi – se com toda convicção que uma das condições básicas para o ensino –
aprendizagem da leitura e de formação de leitores competentes, o professor deve gostar de ler e
ser um bom leitor.

Planificação das aulas de leitura, especialmente à introdutória


No tocante à planificação das aulas de leitura (especialmente à introdutória), os professores
entrevistados apresentaram questões bastante diferentes, P1 disse que na introdução ou
35
aproximação com o texto fazia questões relacionadas com o assunto do texto que são de
percepção deste, de modo que percebam ao ler; P2 respondeu que no ensino Secundário não
existia nenhuma aula específica de leitura, apenas orientava as modalidades de leitura para o
funcionamento da língua; e P3 disse que orientava leitura silenciosa do texto fazendo em
simultâneo a leitura selectiva e depois a leitura individual oral.

Observando as respostas fornecidas pelos professores, há falta do pleno domínio das estratégias
de abordagem de uma aula de leitura sobretudo na parte introdutória, pelos dois (02) professores,
apenas um (01) mostrou o domínio destas estratégias.

Cantalice (2004), faz referência da predição como estratégia usada no ensino – aprendizagem da
leitura sobretudo na parte introdutória, pois esta estratégia, visa antecipar, prever factos ou
conteúdos do texto utilizando o conhecimento já existente para facilitar a compreensão. Nesta fase
o professor pode relacionar os factos de que o texto faz referência com a vivência do aluno.

O não domínio desta estratégia, faz com que um (01) professor fuja da responsabilidade ao
afirmar que (…) no ensino secundário não existe nenhuma aula específica de leitura (…), este
posicionamento é refutado na óptica de Franze e Vunguire (2014, p.101), pois eles afirmam que
“Pouca atenção é dada pelos professores às actividades que visam desenvolver a compreensão de
textos escritos. (…), enganosamente, pais, professores e alunos consideram que o ensino da
leitura é actividade restrita à alfabetização e ao ensino básico”.

Cabe aos professores da LP, sobretudo aqueles que leccionam nas turmas da 8ª classe a
explorarem incansavelmente obras que fazem a descrição das estratégias do ensino –
aprendizagem da leitura como forma de garantirem o sucesso desta aprendizagem.

Atitude dos seus alunos em relação à leitura


No que tange à atitude dos alunos em relação à leitura, dos entrevistados um (01) respondeu que é
negativa, visto que eles não lêem mesmo quando são obrigados; o outro respondeu que com base
nas estratégias acima indicadas, eles vão se comportando bem na leitura; e o outro respondeu que
tem a tendência de melhorar a leitura.

36
De acordo com os informantes, a atitude dos alunos face à leitura é negativa, eles não gostam de
ler. No entanto, Brait (2015, p.13), “a tentativa de impor a leitura de livros como uma obrigação
escolar, não tem efectivamente dado resultados”.

Na perspectiva o professor através de uma gama de métodos, procedimentos e estratégias deve


criar uma situação favorável de aprendizagem, e para o efeito é preciso que saiba motivar os seus
alunos.

Contudo, para além das variadas estratégias do ensino – aprendizagem da leitura que podem ser
usadas, os professores devem desenvolver junto dos alunos acções que visam estimular no aluno a
prática de leitura em proporções galopantes.

O livro didáctico
Com relação ao uso do livro didáctico, os professores responderam: P1 orienta os alunos a tirarem
cópias dos textos que vão usar na sala de aulas de modo a terem uma preparação prévia de leitura
de cada texto. P2 disse que o livro é de uso frequente, pois os alunos não possuem material
didáctico e alguns não tem condições para adquirir fichas de apoio. E P3 distribui os livros aos
alunos e orienta – os para abrirem na página onde consta o texto em estudo e orienta que façam
leitura. Ainda neste contexto, todos os professores responderam que os alunos não possuíam
livros em casa.

No terreno, verificou – se a falta do livro didáctico e a sua aquisição é difícil, facto que dificulta o
decurso das aulas da leitura.

Azevedo (2018, p.9) diz que “está comprovado que crianças que crescem num ambiente com
acesso aos livros têm mais possibilidades de se tornarem leitores para toda a vida”. Portanto, por
mais que existam melhores métodos e/ou estratégias bem definidas, o ensino – aprendizagem
pode não ter significação na falta de recursos do ensino. O livro didáctico constitui uma
componente do ambiente da aprendizagem que dá origem à estimulação para o aluno.

5.1.2 Análise e discussão dos resultados do questionário direccionado aos alunos

Ocupação dos alunos nos tempos livres

37
Sobre a ocupação dos alunos nos seus tempos livres dos questionados, notou - se que a maior
parte dos alunos ocupam - se pelas outras actividades diferentes da leitura, segundo mostra o
gráfico a seguir.

Gráfico 1: Ocupação dos alunos nos tempos livres

Ocupação dos alunos nos tempos livres

13% Lendo
30%
Vendo televisão
33% Praticando desporto
25% Actividades domésticas

Fonte: Autor (2019)

Com estes dados verifica – se a falta do hábito de leitura. Na perspectiva de Balula (2007), os
professores podem recorrer leitura recreativa, visto que ela estabelece a actividade de leitura pelo
gosto, criando horizontes à criança para poder desenvolvê – la, criando desta forma o habito de
leitura quer em conjunto, quer em família. Esta modalidade de leitura, o aluno pode desenvolver
nos seus tempos livres ou durante as férias, sozinho ou em pequenos grupos.

Para o efeito, os professores devem organizar actividades curriculares que só podem ser realizadas
mediante o exercício da leitura e também pode organizar jogos de leitura na sala de aulas, facto
que pode estimular no aluno o gosto pela leitura.

Conceito da leitura
No que se refere ao conceito da leitura, os dados são satisfatórios uma vez que maior parte dos
informantes encaram a leitura como uma actividade que constitui a base de aquisição do
conhecimento, conforme ilustra o gráfico abaixo.

38
Gráfico 2: Conceito da leitura

Conceito da leitura

Leitura é uma actividade


42% obrigatória
58% Um acto de prazer que visa a
aquisição do conhecimento

Percebeu – se no terreno que os alunos encarram a leitura como uma actividade sufocante.
Segundo Barbosa (2013) ler é uma actividade voluntária, inserida num projecto individual e/ou
colectivo, neste sentido, a leitura parte e desenvolve – se no ego do aluno, cabe ao professor na
qualidade do mediador do PEA criar um ambiente propício para o desenvolvimento desta
aprendizagem, de modo que o aluno não a encarre como acto obrigatório.

Tipos de livros em função da preferência dos alunos


Nesta questão, a maior parte dos alunos gosta de ler contos, neste contexto, a escola deve investir
na aquisição de mais livros de contos sem deixar de lado as outras tipologias textuais. Conforme
mostra o gráfico.

Gráfico 3: Tipos de livros em função da preferência dos alunos

Tipos de livros em função da preferência dos alunos

7%
15%
Contos
58%
Fábulas
20% Histórias
Romances

Fonte: Autor (2019)

Para Solé (1998) para uma leitura produtiva e criativa, o professor deve comentar sobre os livros
da preferência dos alunos. O professor na selecção de textos para leccionação deve trazer
39
diferentes tipos de tipologias textuais, como forma de aproveitar o interesse e as preferências dos
alunos como suporte da aprendizagem.

Biblioteca escolar
No que se refere à biblioteca escolar, na entrevista dirigida aos professores, foi apresentada esta
questão sobre os níveis de frequência dos alunos à biblioteca. Cruzando os dados da entrevista e
do questionário, obteve – se a mesma apreciação relacionada com a falta do hábito de frequência
à biblioteca pelos alunos.

Gráfico 4: Níveis de frequência na biblioteca escolar

Níveis de frequência na biblioteca escolar

18%
Frequentam a
biblioteca
Não frequentam a
82% biblioteca

Fonte: Autor (2019)

A maioria dos alunos concorrem para a leitura dos contos, segundo o gráfico a seguir.

Gráfico 5: Tipo de textos lidos na biblioteca

Tipo de textos lidos na biblioteca

33% Poesias
45%
Textos informativos
Textos narrativos
22%

Quanto ao tempo de duração dos alunos na Biblioteca, muitos alunos levam pouco tempo na
biblioteca.
40
Gráfico 6: Tempo de duração dos alunos na biblioteca (min. – minutos; h – hora/horas)

Tempo de duração dos alunos na biblioteca

24%
30 min.
1h
6% 2h
65% 10 min.
6%

Fonte: Autor (2019)

No que se refere a frequência a biblioteca, a maior parte dos alunos vão ocasionalmente à
biblioteca, conforme ilustra o gráfico abaixo.

Gráfico 7: Frequência dos alunos à biblioteca por mês

Frequência dos alunos à biblioteca por mês


17%
1 vez por mês
15% Todos dias
68% Raramente

Fonte: Autor (2019)

Com estes dados verifica – se um nível considerado dos alunos que frequentam a biblioteca, mas
o nível de frequência é insignificante. Brait (2015, p.116), afirma que “a leitura de um livro é
mostrada como actividade que exige isolamento, concentração, preparação, tempo, dedicação e
constância”.

Na mesma perspectiva, Carlos (2001) enfatiza afirmando que a dinâmica da leitura, envolve a
percepção de símbolos, a compreensão dos seus significados, a reacção de experiências anteriores
e a integração de novas experiências. Contudo, a biblioteca não deve possuir tipologias textuais

41
novas, mas também deve possuir alguns tipos de texto do interesse do aluno e que abordam
assuntos que motive o aluno a aprender.

Hábitos de leitura
Com relação aos hábitos de leitura, os níveis não são satisfatórios, podendo presumir – se que os
alunos não têm o hábito de leitura. Conforme ilustra o gráfico abaixo.

Gráfico 8: Hábitos de leitura

Hábitos de leitura
20%
40%
Fazem a leitura
Não lê todos dias
40% Lê às vezes

Fonte: Autor (2019)


Dias (2012) sustenta que para incutir em alunos o gosto pela leitura, a que ter em conta os
seguintes aspectos: não obrigar o aluno a ler; proporcionar às crianças uma escolha variada de
livros, para que possam escolher o que mais lhes agrada; apresentar – lhes livros que se dirijam ao
imaginário; não as obrigar a falar sobre o que leram; não censurar as opções de escolha das
crianças.

Os professores devem capitalizar o uso de estratégias de leitura para antes, durante e depois da
leitura propostos por Cantalice (2004), pois pretendem desenvolver a prática na formação do
leitor, que para alcançar esse estágio de proficiência deve dominar os processamentos básicos da
leitura.

Texto que o professor trouxe para aula de LP


Dos questionados, entende – se que a compreensão textual está em causa nos alunos da 8ª classe
na ESGRAMA. Confere o gráfico em baixo.

42
Gráfico 9: Texto que o professor trouxe para aula de LP

Texto que o professor trouxe para aula de LP

53%
48% Recordam do texto
Não se recordam do texto

Fonte: Autor (2019)

Duke e Pearson (2002, citados em Ludvig 2014) fazem referências de alguns tipos de estratégias
que podem ser adoptados pelos professores para facilitarem a compreensão textual tais como:
pensar em voz alta dado que o aluno exterioriza o seu pensamento como leitor; o resumo como
forma que facilita a compreensão sobre o texto lido; e o questionamento, pois auxilia o leitor a
entender o que está lendo, pois segundo Soares (2003, p.64) “ ler (…) não é só conhecer e juntar
letras, (…), é todo este conjunto de pequenos quês de coisas quase invisíveis que tecem na
atmosfera que rodeiam quem lê, que só vive quem lê.”

Porque o ensino – aprendizagem da leitura não pode ser dado pela única estratégia, os professores
devem ser proactivos e criativos em buscar outras estratégias com vista a trazerem sucesso no
campo da leitura bem como na formação de um leitor competente.

5.1.3 Análise e discussão dos resultados de observação de aulas


Da análise feita para as duas aulas assistidas constatou – se existem alguns elementos comuns
tanto para aula 1 assim como para aula 2 que passa se a mencionar:
− Os professores não fazem a revisão da aula anterior;
− Os professores não explicaram os objectivos da aula
− Os professores ajudaram os alunos
− Os professores usaram tipos de leitura para estimular o aluno;
− Interromperam o aluno para corrigir o seu erro;
− Fizeram questionamentos para facilitarem a compreensão textual
− Prestaram atenção em alunos que tem problemas graves na leitura.
43
Na aula 1, constatou - se que:
− Na introdução o professor não motivou os alunos;
− O professor fez a previsão dos factos para facilitar a compreensão do texto;
− Marcou o TPC e não orientou o resumo do texto nem o levantamento das palavras de
difícil compreensão patentes no texto.

Na aula 2, o professor motivou bem os alunos; fez a previsão dos conteúdos, não marcou o TPC;
orientou o resumo e o levantamento das palavras de difícil compreensão patentes no texto.
De um modo geral a apreciação é positiva, contudo existem alguns aspectos que os professores
devem ter em consideração tais como a motivação, pois Pilleti (2004, p.33) afirma que “ sem
motivação não há aprendizagem”.

Na óptica de Dias (2012) existem varias acções que os professores da LP da 8ª classe podem
usara para criar o interesse pelas aulas da leitura em alunos, tais como: seleccionar uma forma
criteriosa as leituras propostas aos alunos, tendo a preocupação de as ajustar às necessidades e
interesses dos mesmos; criar um pequeno espaço na sala de aula, equipado com livros que possam
ser consultados livremente; promover idas à biblioteca escolar ou à biblioteca pública; promover
acções relacionadas com a leitura que envolvam a comunidade escolar; promover o contacto com
diversos tipos de textos; ensinar a consultar um livro; incentivar à leitura autónoma de obras
integrais; e promover jornadas literárias, fóruns de leitura e planos de leitura.

Nas aulas observadas, verificou – se ineficiência das estratégias de abordagem de uma aula de
leitura, contudo os professores precisam de adoptar estratégias eficientes observando todas
actividades que devem acontecer em cada momento (antes da leitura, durante a leitura e pós
leitura).

Na óptica de Franze (2014), o acto de leitura seja qual for o objectivo, realiza se em três
momentos: Momento de aproximação ao texto, Recolha ou aferição de dados, Análise e definição
da mensagem. Devem igualmente tomar em consideração as seguintes estratégias: predição,
pensar em voz alta, estrutura do texto, representação visual do texto, resumo e questionamento.
Cantalice (2004).

44
CAPITULO VI

6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES
6.1 CONCLUSÕES
Com o presente estudo pretendia – se compreender os factores que influenciam para o fraco
domínio da leitura nos alunos da 8ª classe da Escola Secundária Graça Machel durante o ano
lectivo de 2019.

O estudo permitiu trazer a abordagem do conceito da leitura de acordo com vários autores e
detectou – se a definição controversa da leitura, dado que cada autor traz uma abordagem
diferente dos outros estudos desenvolvidos por outros autores.

Em observância dos dados recolhidos através de entrevista direccionado ao corpo docente,


questionário redigido aos alunos e da assistência das aulas de leitura chegou – se às seguintes
conclusões:
45
− A maior parte dos alunos da 8ª classe possuem dificuldades ligadas a falta de boa
dicção, falta de respeito pelos sinais de pontuação, falhas na pronúncia e na entoação,
reconhecimento das palavras, compreensão e adequação ao contexto do texto;

− O fraco domínio da leitura em alunos da 8ª classe na ESGRAMA é resultado da


ineficiência das estratégias usadas pelos professores para o ensino - aprendizagem da
leitura para formar um aluno com capacidade leitora;

− Falta de motivação com vista a estimular o exercício da leitura dentro e fora da escola
e frequência irregular dos alunos à biblioteca;

− Falta de orientação clara daquilo que os alunos devem fazer naquele espaço específico
da leitura, facto provado pelo tempo que eles levam no local não é suficiente para
poderem explorar uma unidade de leitura;

− Falta de livros didácticos na escola, por isso os alunos são obrigados a fazerem cópias
dos conteúdos do texto que constituem matéria de estudo facto que coloca a maior
parte dos alunos excluídos no PEA dado que a maior parte dos pais e/ou encarregados
de educação são de baixa renda;

− Insuficiência de actividades que visam a compreensão textual, dado que a leitura não
significa juntar as letras do alfabeto, é preciso que o aluno dê significado naquilo que
lê e que faça uma análise depois da leitura, quer reflexiva ou crítica.

Durante a execução do trabalho verificou – se várias dificuldades que não impediram o decurso
da pesquisa, importa fazer referência das limitações ligadas ao questionário redigido aos alunos e
a assistência de aulas.

Quanto ao questionário aplicado aos alunos, eles demoraram perceber os objectivos do mesmo
facto que culminou com a mudança da técnica pré – estabelecida para uma outra em que o guião
do questionário ficava com o pesquisador fazendo perguntas e assinalando a alternativa de acordo
com a resposta do aluno.

46
Quanto à assistência de aulas, emitiu – se um pedido de autorização de assistência de aulas ao
Serviço Distrital de Educação Juventude e Tecnologia, tendo levado um tempo para ter o
despacho de autorização. Depois de se ultrapassar essas limitações, o trabalho decorreu com toda
naturalidade até a fase final.

Ciente de que não se esgotou tudo sobre o que se devia se desenvolver com relação a esta
temática, por via disso, novos pesquisadores vão dar continuidade relacionada com este estudo.

6.2 SUGESTÕES
De acordo com todas as conclusões feitas relativamente aos factores que contribuem para o fraco
domínio da leitura nos alunos da 8ª classe, passa - se a apresentar algumas sugestões julgadas
pertinentes param o melhoramento desta competência.

− Os professores devem promover a leitura de diferentes textos em diversas modalidades


como forma de estimular o aluno à leitura;

− Os professores devem diversificar as estratégias do ensino – aprendizagem da leitura, pois


dado a complexidade do ensino da leitura não é possível usar uma única estratégia e
devem no entanto valorizarem a componente motivação capitalizando as experiencias
anteriores dos alunos bem como os seus interesses;

− A escola deve promover as assistências mútuas das aulas, como forma de garantir a troca
de experiência entre os professores da LP na 8ª classe, bem como promover pequenas
capacitações em matéria de didáctica da leitura como forma de ajudá - los a aperfeiçoarem
o conhecimento que eles possuem acerca do ensino – aprendizagem da leitura;

− Os professores devem investir na planificação das aulas de leitura sobretudo na parte


introdutória, valorizando a predição e a interpretação das imagens sempre que possível
dado que esta parte é o garante dos momentos subsequentes que irão se observar durante a
aula;

− Os professores devem desenvolver acções que visam incutir em alunos a prática de


frequentar a biblioteca, devendo no entanto orientando a leitura e o resumo de textos

47
existentes na biblioteca e acompanha – los de modo a evitar – se situações em que não se
justifica a sua presença naquele espaço de leitura, aquilo que na gíria popular diz se que
“é só para o inglês ver”;

− A ESGRAMA deve trabalhar na aquisição de livros didácticos (LP) de diversas tipologias


textuais para a biblioteca de modo a facilitar a aprendizagem, pois devido ao custo do livro
nem todos alunos estão a altura de possuí - lo;

− Os professores devem trabalhar afincadamente no contexto de formação do hábito de


leitura em alunos, para o efeito, devem desenvolver acções que estimulam a actividade
leitora no aluno, tanto dentro ou fora da escola.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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48
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Diferentes tipos de leitura (s.d). Disponível em
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49
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Pilleti, C. (2004). Didáctica Geral (23ª ed.). São Paulo: Ática.
Santos, M.O.G. (2011). Texto de apoio sobre o conceito de estratégia. Evora.
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Trindade, M. N. (2002). Literacia: Teoria e Pratica: Orientações metodológicos. São Paulo.
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Português: Didáctica de Português I Beira.
Vunguire, G. F. & Franze, B. J. (2014), Manual do Curso de Licenciatura em Ensino de
Português: Didáctica de Português II. Beira.
Vunguire, G. F. & Franze, B. J. (2014), Manual do Curso de Licenciatura em Ensino de
Português: Didáctica de Português III. Beira.
Zanela, L. C. H. (2013). Metodologia de Pesquisa (2ª ed.). Florianópolis: Departamento de
Ciências da Administração, UFSC.

50
51
APÊNDICES

Apêndice 1
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

ENTREVISTA

Roteiro da Entrevista direccionado para os professores da 8ª classe /Língua Portuguesa da


Escola Secundária Graça Machel com a finalidade de recolher informações pertinentes
sobre o processo do ensino – aprendizagem da leitura.

Dados pessoais
Nome:___________________________________________________________________
Sexo: F___ M____ Idade___
Nome da Escola_________________________ ZIP_______________________
Turma _________ classe______
Ano lectivo de ______ Período/ Trimestre _____
Data _____/______/_________

Habilitações Literárias_______________________________________
Especialidade_______________________________________________

1. Planifica regularmente as suas aulas antes da leccionação?


2. A escola possui uma biblioteca?
c) Os alunos têm acesso a biblioteca?

52
d) Qual é o nível de aderência dos seus alunos à biblioteca da escola?
3. Que dificuldades os alunos apresentam na leitura?
a) Tem ajudado os alunos a superarem essas dificuldades?
4. Que estratégias usam com vista a ajudar os alunos a superarem as dificuldades de leitura?
a) Que efeitos têm surtido essas estratégias?
5. Fala sobre os seus hábitos de leitura.
6. Você considera-se leitor?
a) Quando é que alguém se considera leitor?
7. Como tem planificado as aulas de leitura (especialmente à introdutória)?
8. Na sua opinião, as actividades de leitura que você faz na aula são suficientes para formar
alunos leitores?
9. Qual é a atitude dos seus alunos em relação à leitura?
10. Você percebe alguma evolução dos seus alunos enquanto leitores?
11. Como você utiliza o livro didáctico?
12. Os seus alunos têm livros em casa?
Obrigado por ter – se disponibilizado a esta entrevista!
Apêndice 2

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

QUESTIONÁRIO

O presente instrumento foi aplicado aos alunos da 8ª classe com o objectivo de avaliar o
nível de leitura, dentro e fora da escola, bem como o nível de frequência em bibliotecas
para colher ideias sobre o tema: Factores que influenciam para o fraco domínio da
leitura em alunos da 8ª classe na Escola Secundária Graça Machel durante o ano
lectivo de 2019.

Nome: _____________________________________________
Idade: ______ Turma: _______ Ano: _______ Sexo: Feminino_____ Masculino_____

Assinale com (x) as tuas respostas.

53
1. O que fazes nos teus tempos livres?
Lendo____. Vendo televisão_____. Praticando desporto____. Actividades domesticas______.
2. Define a leitura.
Uma actividade obrigatória___. Um acto de prazer que visa a aquisição do conhecimento______.
3. Que tipos de livros preferes ler?
Conto___ Romances___ Ficção Científica__ Banda Desenhada ____fábula____ Históricos_____
Poesia _____
4. Frequenta a biblioteca?
Sim___ Não_____
5. Que tipo de textos lê na biblioteca?
Poesia_____________ Narrativos_________ Informativos___________ Publicitário_______
6. Quanto tempo leva na biblioteca?
30 min.____ 1h____2h____ 10 min.
7. Quantas vezes tem ido a biblioteca por mês?
Uma vez___. Todos dias______. Raramente_______.
8. todos dias faz a leitura?
Sim____. Não_____. Às vezes_______.
9. Você lembra de algum texto que o professor trouxe para a aula de LP?
Sim____. Não_____.
a) Você gostou do texto?
Sim____. Não____.
Obrigado pela disponibilidade!

54
Apêndice 3

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FICHA DE OBSERVAÇÃO DE AULAS

Com o presente instrumento, pretende-se observar a prática docente na sala de aulas em função das
estratégias usadas para o ensino – aprendizagem da leitura e a forma como são usadas com o objectivo
de trazer ilações sobre factores que influenciam para o fraco domínio da leitura em alunos da 8ª
classe.

Objectivos da aula: o aluno deve ser capaz de:


− Ler o texto “o relato”;
− Interpretar o texto.
Tema da aula: leitura e interpretação do texto “O relato”

55
a) Observação do Professor
Apresentação
SIM Não
Itens a serem observados
1. O professor começou a aula pela revisão?
2. O professor explicou os objectivos da aula?
3. Na introdução, motivou bem os alunos?
4. O professor fez a previsão dos conteúdos para facilitar a compreensão do
texto?
5. O professor ajuda o aluno a verbalizar o seu pensamento durante a leitura?
6. O professor motiva o aluno através de jogos de leitura?
7. O professor usa tipos de leitura para estimular o aluno (oral, expressiva,
coral, silenciosa).
8. O professor interrompe o aluno para corrigir o seu erro?
9. Faz perguntas ao aluno para facilitar a compreensão textual?
10. Orienta o levantamento de palavras de difícil compreensão patentes no
texto?
11. Orienta pequenos resumos orais e/ou escritos acerca do texto?
12. O professor prestou atenção para alunos que tem problemas graves de
leitura?
13. O professor marcou o TPC para os alunos?
14. Os objectivos da aula foram alcançados?

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ANEXOS

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