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O Contributo da Leitura no Processo de Ensino-Aprendizagem da Língua Portuguesa:
Caso dos Alunos da 8ª Classe da Escola Secundaria da Samora Machel – Mocuba (2020-2022)
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Índice
Declaração de Honra ................................................................................................................................. v
Agradecimentos ....................................................................................................................................... vi
Dedicatória .............................................................................................................................................. vii
Lista de Tabelas ..................................................................................................................................... viii
Lista de Abreviaturas ............................................................................................................................... ix
Resumo ..................................................................................................................................................... x
Abstract .................................................................................................................................................... xi
CAPITULO I: INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 12
1.1. Contextualização .............................................................................................................................. 12
1.2. Problematização .............................................................................................................................. 13
1.3. Objectivos ........................................................................................................................................ 15
1.3.1. Geral.............................................................................................................................................. 15
1.3.2. Específicos ................................................................................................................................... 15
1.4. Perguntas de Pesquisa ...................................................................................................................... 16
1.5. Justificativa e Relevância ................................................................................................................. 16
1.6. Delimitação do estudo..................................................................................................................... 17
CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................................... 18
2. Definição de Conceitos ....................................................................................................................... 18
2.1. Leitura .............................................................................................................................................. 18
2. 2. Aprendizagem ................................................................................................................................. 18
2. 3. Processo de ensino-aprendizagem .................................................................................................. 18
2. 4. Dificuldades na Leitura ................................................................................................................... 19
2. 5. Marco Teórico................................................................................................................................. 19
2. 5.1. A importância da Leitura no Processo de Ensino-Aprendizagem................................................ 19
2. 5. 2. O papel da leitura no processo de ensino-aprendizagem ............................................................ 21
2.5.3. Para a Formação de Alunos críticos .............................................................................................. 22
2.5.4. Para a família ................................................................................................................................ 23
2.5.5. Para a Escola ................................................................................................................................. 24
2.5.6. Para a sociedade ............................................................................................................................ 25
2. 6. Métodos de Ensino da leitura e sua aplicação................................................................................. 25
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2. 6. 1. Método Sintético e o Método Analítico ou Global ..................................................................... 27
2. 6. 2. Características básicas da aplicação dos diferentes métodos ...................................................... 28
CAPITULO III: METODOLOGIA ........................................................................................................ 32
3.1. Pesquisa............................................................................................................................................ 32
3.2. Tipo de Pesquisa quanto a abordagem ............................................................................................. 32
3.3. Do ponto de vista da sua natureza .................................................................................................... 32
3.4. Quanto ao Procedimento técnico ..................................................................................................... 33
3.5. Quanto ao Objectivo ........................................................................................................................ 33
3.6. População e amostra da Pesquisa ..................................................................................................... 33
3.6.1. População ................................................................................................................................ 33
3.6.2. Amostra ................................................................................................................................... 34
3.7. Técnicas e Instrumentos de Colecta de Dados ................................................................................. 34
3.7.1. Entrevista ...................................................................................................................................... 34
3.8. Revisão bibliográfica ....................................................................................................................... 35
3. 9. Análise documental. ........................................................................................................................ 35
3.9.1. Estratégias e técnicas de análise e interpretação de dados ............................................................ 36
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................... 37
4. 1. Apresentação e Análise dos resultados ........................................................................................... 37
4.1.1. Entrevista aplicada aos alunos ...................................................................................................... 37
4.1.1.1. Apresentação e análise da entrevista realizada aos alunos ......................................................... 38
4. 1. 4. Apresentação e análise dos resultados da entrevista realizada ao professor ............................... 40
4. 1. 7. Entrevista dirigida ao membro de direcção da ESGSM .............................................................. 41
4.2. Discussão dos Resultados ................................................................................................................ 43
4.2.1. Discussão dos resultados obtidos nos alunos ................................................................................ 43
4. 2. 2. Discussão dos resultados do professor ........................................................................................ 44
4. 2. 3. Discussão dos resultados dos membros de direcção ................................................................... 45
CAPITULO V: CONCLUSÕES E SUGESTÕES.................................................................................. 46
5.1. Conclusões ....................................................................................................................................... 46
5.2. Sugestões.......................................................................................................................................... 46
Referências Bibliográficas ...................................................................................................................... 49
Apêndices................................................................................................................................................ 52
Anexos .................................................................................................................................................... 56
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Declaração de Honra
Eu, Arlete Domingos Jorge, com Código: 708201992, estudante do Curso de Português, da
Universidade Católica de Moçambique UCM, declaro que o conteúdo do trabalho intitulado: O
Contributo da Leitura no Processo de Ensino e Aprendizagem da Língua Portuguesa: Caso dos
Alunos da 8ª Classe da Escola Secundaria da Samora Machel – Mocuba (2020-2022), é resultado
do meu trabalho pessoal e que perante qualquer notificação de plágio, a fonte original, poderei
directamente ser a responsável legal, económica e administrativamente, isentando o meu
orientador, a universidade e as instituições que colaboraram com o desenvolvimento deste
trabalho, assumindo as consequências derivadas de tais práticas.
______________________________________
O Supervisor
___________________________________
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Agradecimentos
Agradecer a Deus, pela vida e pela força que me deu para alcançar este objectivo. À minha
família, ao meu marido e aos meus filhos, vai igualmente o meu muito obrigado por estarem
sempre ao meu lado. Aos meus pais, pela vida, cuidado e pela atenção que tiveram em me criar;
aos meus irmãos e irmãs que estiveram directa e indirectamente me acompanhando nesse
processo longo, vai o meu muito obrigado.
Aos meus docentes, desde o início deste curso até agora, pela serena paciência, pela atenção que
tiveram; em especial ao Prof. Dr. Octávio Ramos Muângelo, meu supervisor, pela paciência na
supervisão deste trabalho. Aos outros docentes que tive ao longo do curso, pela forma inteligente
de transmitir seus conhecimentos, também os endereço os meus agradecimentos. Aos meus
colegas de turma, pela amizade e aprendizagem conjunta que me proporcionaram, também vão
os meus agradecimentos.
E finalmente, um agradecimento especial vai para a minha sogra, que cuidava dos meus filhos,
enquanto eu me ocupava lendo, na maioria das vezes.
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Dedicatória
A todos os meus amigos, que de forma directa e indirecta, contribuíram nessa missão, que
termina com um bom feito, no alcance da licenciatura em ensino de Língua portuguesa; vai o
meu muito obrigado e que o Deus os abençoe.
7 vii
Lista de Tabelas
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Lista de Abreviaturas
MD – Membro da Direcção
P1 – Professor Um
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Resumo
A escola, vista como formadora do conhecimento, tem o papel de fornecer mecanismos para a construção
de um aluno autónomo e crítico capaz de reflectir sobre a funcionalidade da língua em diferentes
contextos de uso. Nessa perspectiva, a leitura torna-se indispensável dentro do contexto escolar, porque o
acto de ler proporciona ao educando o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias a vida
em sociedade. Assim, este estudo tem por objectivo discutir sobre a importância de se promover um
trabalho responsável e coerente de leitura dentro do contexto escolar, bem como reflectir sobre sua
importância em meio ao processo de ensino e aprendizagem da língua portuguesa. O estudo mostra a
importância de se priorizar o trabalho com a leitura em sala de aula, dada sua importância no
desenvolvimento das competências e habilidades dos sujeitos envolvidos.
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Abstract
The school, seen as a knowledge maker, has the role to provide tools to build an autonomous and critical
student capable of reflecting on the language functionality in different contexts of use. Therefore, reading
becomes essential within the school setting, because the act of reading contributes to the student the
development of competencies and abilities necessary for life in society. Thus, this study aims to discuss
the importance of promoting a responsible and coherent work of reading within the school, as well as
reflecting on its importance in the ambiance of the teaching and learning Portuguese language process.
The study shows the importance of emphasizing the work on reading in the classroom, because of its
importance in the development of the participants‟ competences and skills.
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CAPITULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização
O processo da leitura aplicado nas escolas é de suma importância para a formação do leitor, e
com isso vários factores que vigoram o desenvolvimento crítico e os mecanismos de forma
mecanizada de memória, assim como em destaque primeiramente baseia-se na importância do
ato de ler, cujos objectivos é revigorar as suas consequências de sua prática habitual gerada pelo
indivíduo que tem domínio sobre ela.
Segundo Lajolo (2005, p. 07) “ninguém nasce sabendo ler, aprende-se a ler à medida que se vive.
Se ler livros geralmente se aprende nos bancos da escola, outras leituras se aprendem por aí, na
chamada escola da vida”. Nessa metodologia de ensino-aprendizagem, o educador precisa
induzir seus alunos a experimentarem o prazer pela leitura e a escrita, pois é a leitura que nos
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oportuniza a uma melhor conversação, pois quem lê muito, interpreta bem, e por meio da leitura
se melhora a escrita. Pensando em estimular o hábito de leitura nos alunos, para um melhor
desempenho do mesmo, em sala de aula e, principalmente, em sua vida em sociedade, faz-se
necessário a pesquisa e análise de diferentes realidades que encontramos.
Esta pesquisa pode ser destinada para pesquisadores e estudantes de várias áreas, dando suporte
como método de conhecimento e de investigação, evidenciado pelo assunto, na qual se tratando
da leitura, o quanto ela traz benefícios para o desenvolvimento integral do aluno, expondo suas
fases de ler para compreender e ler para decodificar e mostrar que leu. De modo a compreender
que a leitura reflecte nas actividades quotidianas. E que através dela pode se adquirir uma boa
desenvoltura na realização de diversas tarefas.
1.2. Problematização
Nas sociedades actuais, aprender a ler e escrever é um objectivo que se espera que todas as
crianças atinjam com a sua entrada para a escolaridade pois trata-se de uma aprendizagem
principal. Verifica-se, no entanto, que para um grande número de alunos esta tarefa representa
um percurso com inúmeras dificuldades, havendo mesmo alunos que não conseguem
compreender a natureza da tarefa e corresponder às exigências que a escola faz em termos de
aprendizagem. (Azevedo, 2000; Correia, 1999, 2003, 2008, 2014; Cunha, 2011; Fonseca, 2008;
Hulme & Snowling, 2011; Lopes, 2014; Pereira, 2009; Rebelo, 1993, e Sim-Sim, 2009).
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Para se compor bons leitores, é necessário o incentivo activo para a realização da leitura, para
que dessa maneira a mesmo se torne uma actividade prazerosa e não seja vista como uma
obrigação. Ao definir leitura, no ponto de vista de diferentes autores, se acredita que a leitura tem
grande relevância para a aprimorarão da escrita, à vista disso, a leitura se torna um agente
fundamental para que o educando possa atingir informações primordiais, para começar a
desenvolver sua escrita, na produção de textos formativos e informativos.
Portanto, a leitura é considerada o principal meio para que o aluno possa aprimorar sua escrita,
proporcionando momentos de leitura para os alunos e, condições necessárias para que os mesmos
possam se sentir bem ao desenvolverem suas leituras, pois, considera-se que a leitura, além de
trazer muita informação para o aluno, ela pode também proporcionar momentos prazerosos, pelo
qual o aluno pode viajar no seu imaginário, onde em pouco tempo, ele pode dar uma “volta ao
mundo” (Santos).
A realidade actual afasta cada vez mais os alunos do hábito da leitura. Meios electrónicos como
computadores, vídeo games, televisores e outros, usados de forma inadequada, associados a falta
de incentivo e acesso a bons livros no meio familiar e ao pouco interesse dos alunos, são factores
que contribuem e aumentam a dificuldade para criar o hábito e tomar o gosto pela leitura.
Quanto mais cedo se iniciar o processo de aprendizagem de leitura, mais chance se terá de
formar um cidadão crítico que não abandonará o hábito de ler. A criança que sempre tiver em seu
alcance livros e souber lê-los e manuseá-los correctamente, dificilmente irá procurar resumos de
obras literárias, pois o mesmo terá capacidade e motivação para realizar qualquer tipo de
actividade envolvendo o ato de ler e escrever.
Cabe à escola e ao professor a tarefa de articular tais factores, não apenas planificados situações
didácticas de aprendizagem, mas organizando a sequenciação dos conteúdos que forem possíveis
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aos seus alunos e também necessárias em função do projecto educativo escolar. A escola deve
promover progressivamente situações pedagógicas que envolvam a capacidade de interpretar
diferentes textos que circulam socialmente, de assumir a palavra e, como cidadão, produzir
textos eficazes nas mais variadas situações.
O amplo conhecimento das palavras de uma língua, faz com que os alunos conheçam o
vocabulário dessa mesma língua e consequentemente, irão comunicar bem na mesma. Porem,
não é o que se verifica com os alunos em alusão nesse estudo.
Diante do exposto, indaga-se a seguinte questão, norteadora do nosso estudo: Qual é o contributo
da leitura no processo de ensino-aprendizagem da língua portuguesa, nos alunos da 8ª Classe
da Escola Secundária da Samora Machel?
1.3. Objectivos
1.3.1. Geral
Analisar o contributo da leitura no processo de ensino-aprendizagem da Língua
Portuguesa nos alunos da 8ª classe da Escola Secundária Samora Machel em Mocuba.
1.3.2. Específicos
Identificar as principais dificuldades que interferem no processo de ensino e
aprendizagem da leitura, com enfoque na Escola Secundária Samora Machel;
Avaliar a participação da família e da escola no desenvolvimento da leitura nos alunos da
8ª classe.
Descrever as actividades realizadas para o desenvolvimento da leitura dos alunos e do
professor da Língua Portuguesa na Escola Secundária Samora Machel;
Explicar as práticas que os professores e a coordenação pedagógica adoptam para lidar
com as dificuldades da leitura dos alunos da 8ª classe;
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1.4. Perguntas de Pesquisa
(i) Quais são as principais dificuldades que interferem no processo de ensino e aprendizagem da
leitura, sobretudo nos alunos Escola Secundária Samora Machel?
(iii) Que actividades são realizadas pelos professores de Língua Portuguesa para o
desenvolvimento da leitura nos alunos e do na Escola Secundária Samora Machel?
(iv) Que práticas os professores e a coordenação pedagógica adoptam para lidar com as
dificuldades da leitura nos alunos da 8ª classe?
Assim, essa pesquisa visa contribuir para identificar quais são os factores que interferem no
processo da aprendizagem de leitura dos alunos, focalizando estudos direccionados ao caminho
de possível resposta, visando ao melhoramento do processo de ensino-aprendizagem dos alunos,
principalmente nas aulas de língua portuguesa.
O presente trabalho tem relevância científica e social, visto que no dia-a-dia deparamo-nos com
alunos em salas de aula com dificuldades de leitura, facto que, em muitos debates políticos e da
sociedade em geral, assume-se sempre a existência de alunos que chegam no 2º ciclo do ensino
primário sem que saibam ler, o que implica a sucessão dos mesmos em classes posteriores.
Porém a pesquisadora propõe o domínio da prática frequente de leitura de vários textos com as
respectivas técnicas de uma forma coerciva, isto é, cabe aos professores de todas as disciplinas e
todos níveis de ensino, dar tarefas ao aluno, que vão obrigar-lhe a ler em casa. Por exemplo,
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mandar ao aluno sempre que possível fazer cópias de um texto para identificar certas consoantes,
palavras e frases, jogos de ditongos e de descrição por nome de certos animais, objectos e divisão
de sílabas, envolvendo-os de uma forma individual.
Portanto, a escolha deste tema deu-se pelo interesse sobre a leitura, sobretudo em saber que, as
classes iniciais do ensino secundário é uma fase decisiva para o seu desenvolvimento. Diante
disso, frisa ainda que grandes autores e grandes poetas surgiram de boas leituras e que ser um
bom leitor desenvolve o lado social e o intelecto tornando-o apto em suas acções no meio em que
vive, como também, ter auxílio de mediadores devem usar métodos que conduzam o leitor por
caminhos prazerosos.
Também, contribui na superação de deficiências de leitura, encarada por quase todos os alunos
do ensino primário e secundário, principalmente os da 8ª classe da Escola Secundária Samora
Machel e a sociedade em geral do Distrito de Mocuba, Província da Zambézia, propõe novas
estratégias para melhorar as dificuldades de aquisição de competências de domínio da leitura dos
alunos da 8ª classe na Ensino Secundária Samora Machel.
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CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA
2. Definição de Conceitos
2.1. Leitura
Segundo Kleiman (1995) „„Leitura é um acto social, entre dois sujeitos leitor e autor que
interagem entre si, obedecendo os objectivos e necessidades socialmente determinadas. Essa
dimensão internacional, que para nós é a mais importante do acto de ler, é explicitada toda vez
que a base textual sobre a qual, o leitor se apoia precisa ser elaborada, pois essa base textual é
entendida como a materialização de significados e intenções de um dos interjacentes à distância
via texto escrito‟‟.
Para Amargosa (2009), leitura é uma actividade na qual se leva em conta as experiências e os
conhecimentos do leitor; e exigem do leitor bem mais que o conhecimento do código
linguístico, uma vez que o texto não é simples produto da codificação de um emissor a ser
descodificado por um receptor passivo.
2. 2. Aprendizagem
2. 3. Processo de ensino-aprendizagem
Para Piaget (1998) a aprendizagem provém de “equilibração progressiva, uma passagem
contínua de um estado de menos equilíbrio para um estado de equilíbrio superior”.
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A leitura favorece, segundo Prado, a remoção das barreiras educacionais de que tanto se fala,
concedendo oportunidades mais juntas de educação, principalmente através da promoção do
desenvolvimento da linguagem e do exercício intelectual.
Barone (1997) comenta que, de maneira geral, considera-se o processo de alfabetização apenas
dentro de um ponto de vista pedagógico, como se essa importante aquisição dependesse somente
de aspectos instrumentais e cognitivos. No entanto, ler é muito mais que descodificar uma
escrita, ou mesmo, é mais que descobrir e reconstruir o sistema de representação da linguagem.
2. 4. Dificuldades na Leitura
2. 5. Marco Teórico
A escrita não pode ser desvinculada da leitura, as experiências adquiridas através da leitura
influenciam de muitas maneiras na escrita, pois através da leitura construímos uma grande
intimidade com a escrita. A leitura é a forma de enriquecimento da memória e do conhecimento
sobre os mais variados assuntos que se pode escrever.
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A forma de leitura varia de pessoa para pessoa, isto é, quando utilizamos a leitura apenas para
nosso divertimento, a leitura passa a ser espontânea, não fazemos esforços para falar sobre o
texto lido, portanto a leitura deve ser utilizada como prazer e não como necessidade. Em todas as
formas de leitura, nosso conhecimento já adquirido em leituras anteriores é fundamental, para
que haja uma melhor compreensão e ampliação dos respectivos conhecimentos.
A leitura não se esgota no momento em que se lê, ela se espalha por todo o processo de
compreensão que antecede o texto; produzindo efeitos na vida e no convívio com outras pessoas.
Através da leitura se consegue mais eficácia no desenvolvimento sistemático da linguagem e da
personalidade.
A leitura é necessária e essencial para todos, no final de cada leitura ficamos enriquecidos com
novas experiências, ideias, opiniões e uma nova forma de “ver a vida”. Passamos a discutir a
realidade do mundo e a tentar entender o ser humano. Ler é estimulante, através da leitura
partilhamos sentimentos, pensamentos e interesses, viajamos para outros tempos, lugares e
conhecemos outras culturas.
O professor deve resgatar o prazer pela leitura na escola, a leitura é muito importante para o
crescimento intelectual, isto é, quem lê solta a imaginação e se torna crítico, dando asas ao
pensamento e de certa maneira adquirindo a criatividade e um pouco mais de conhecimento que
se ampliam todos os dias.
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É através da leitura que o educando ampliará sua visão de mundo e suas interpretações da
história, ficará mais bem capacitado para o desempenho específico da parte que lhe cabe no
colectivo da escola. Deve ser o educador o primeiro a buscar na leitura e os caminhos para
as soluções de muitos problemas existentes na escola (Garcia 1992, p.77).
Para Cagliari (1995, p.148) ʺé muito mais importante saber ler do que escrever. O melhor que a
escola pode oferecer aos alunos deve estar voltado para a leitura. Se um aluno não se sair muito
bem nas outras actividades, mas for um bom, leitor, penso que a escola cumpriu em grande parte
sua tarefaʺ.
Um leitor competente é alguém que, por iniciativa própria, é capaz de seleccionar, dentre os
trechos que circulam socialmente, aqueles que podem atender a uma necessidade sua. Que
consegue utilizar estratégias de leitura adequada para abordá-los de formas a atender a essa
necessidade comunicativa.
Dessa forma, é possível afirmar que quanto mais o aluno praticar a leitura, mais conhecerá
palavras, sinónimos, logo terá maior capacidade para desenvolver um texto de qualidade.
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Alves (1996), ʺafirma que a principal actividade que a escola possa desempenhar é a de ensinar o
prazer da leitura. O autor compara a leitura à música, onde para que ela dê prazer, deve ser bem
executadaʺ. De nada adianta pedir a um músico inexperiente que execute com precisão uma
melodia clássica famosa. Da mesma forma, é preciso que a leitura seja incluída no contexto do
estudante de forma gradual. Pois, dessa forma, com o passar do tempo a pessoa vai
compreendendo melhor o que está lendo e assim, passa a adquirir o gosto pela leitura.
A leitura forçada não traz benefícios, sendo que a leitura tem o papel de aproximar o ser humano
de tudo que está acontecendo no mundo, sobretudo a nossa volta. É através dela que
questionamos e aprendemos, e que começam a surgir novas ideias sobre diversos temas, assuntos
ou acontecimentos. O ato de ler é um momento mágico que transporta o leitor para outra
dimensão.
A imaginação não possui limite de espaço e tempo, podemos viajar pela Idade Média ou ir até
Marte, tudo depende da história que esse está lendo (Rosa, 2005). No entanto nem todas as
leituras são atractivas, a diferentes formas de leitura, a criança quando escolhe um livro do seu
agrado para ler não tem o mesmo tipo de prazer do que quando é imposta a fazer uma leitura
obrigatória de algo que não a agrade.
Por tanto ler é um hábito que deve ser cultivado diariamente para que muito além de se
transportar para outro mundo a criança posso desenvolver habilidades de conteúdos e
consecutivamente uma melhora na escrita.
O grande desafio para se formar bons leitores é ter professores leitores, assim deve-se levar em
conta sempre o papel que estes exercem na vida do aluno, logo se o professor foi praticante da
leitura certamente conhecerá inúmeros textos e assim poderá separar leituras de romances e
literaturas do género para se trabalhar em sala de aula, trabalhando também produções científicas
e não literárias.
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compreender os textos para além das linhas, identificando os seus sentidos e expondo opiniões e
raciocínio próprio sobre o conteúdo lido.
Ainda de acordo com Foucambert (1994), o acesso ao “poder só é possível a partir da reflexão,
distanciamento e teorização do real. Ou seja, através de uma atitude científica frente ao mundo, a
qual, nos moldes da própria Ciência, favorece a transformação da realidade”. Contudo segundo
esse autor, isto só é possível através do acesso ao processo dos saberes e não apenas por meio da
transmissão dos saberes, dos quais são convencidos de imparcialidade e se apresentam como
objectos separados dos processos que os geram, promovendo a uniformidade entre os indivíduos
que a eles têm acesso.
A família é a primeira estrutura social em que a criança se desenvolve. É o seio da família que a
criança inicia a sua socialização. São os pais e os familiares as primeiras pessoas que se
preocupam com a saúde, aprendizagem dos primeiros passos, a aprendizagem das primeiras
palavras, a inculcação de sentido para os seus actos. É aos pais que compete a primeira estratégia
para despertar o gosto da criança pela leitura (Elder & Paul, 2002).
Uma boa estratégia consiste em oferecer livros adequados ao nível etário nas crianças, logo a
partir da idade de seis meses, como a criança não tem capacidade de leitura autónoma, os
familiares deverão assumir o papel de contadores de histórias, utilizando gesticulações e
teatralização adequadas, falando de modo que a criança vai entendendo apalavra e o seu sentido,
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observando-a com a atenção para inferir as sensações e os sentimentos que a narrativa lhe
provoca. Já na escola os professores continuarão a desenvolver estratégias adequadas ao nível
etário os seus alunos, em sala de aula, com objectivo de lhes criar a necessidade de ler, tais
estratégias não dizem só respeito aos professores das disciplinas de línguas dizem respeito a
todos os professores desde a Educação física as ciências experimentais e naturais até a
matemática.
Um jovem que não esteja exposto a novas palavras nunca desenvolverá no córtex auditivo as
células que lhe permitam distinguir correctamente diferentes sons. Daqui decorre parte da
importância da leitura de conto aos filhos pelos pais a partir dos seis meses de idade (Jensen;
2002).
De acordo com exposto a cima referenciada, remete-me que a escola somente da uma
continuidade de leitura, visto que a criança traz de casa uma leitura designada “Emagélica”. A
escola tem a função de desenvolver o estímulo a leitura, a busca pelo saber oferecendo mais
meios que venham a seduzir o aluno para um despertar desejo de conhecer, que por sua vez, lhe
proporcionará novos métodos no desenvolvimento intelectual e racional no cenário em que está
inserido. De acordo com esse contexto a mesma, tem por responsabilidade propiciar aos alunos
condições para que estes tenham acesso ao conhecimento.
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2.5.6. Para a sociedade
Falando sobre a importância da leitura no seu aspecto social é muito complexo, já que a leitura é
fundamental na vida das pessoas, pois é somente através da leitura que nós possamos conhecer
outras realidades, outros pensamentos e tipos de culturas através da leitura é você cria outros
pensamentos ou seja, reconstruir e produz a partir de algo que você deu outras ideias a leitura do
mundo precede a leitura da palavra, daí que, a posteriori desta não possa prescindir da
continuidade da leitura daquele (Freire, 1997).
Popper (1992), considera a leitura como um alicerce da sociedade de conhecimento dado que ela
promove a libertação do pensamento e a prática do exercício da cidadania. Entretanto, a
compreensão do texto vai depender do contexto em que esta inserido o leitor, pois é a partir daí
que o leitor vai poder formular seus questionamentos e, afirmar uma construção de uma nova
ideia baseada em realidade coerente e de experiência adquiridas.
Afirmam os autores Sim-Sim, Duarte & Ferraz (1997), Sim-Sim (1998) e Villas Boas (2002),
que recorrer a um método durante o ensino formal e directo da leitura é essencial para estruturar
e sistematizar o processo de aquisição desta competência.
Assim, abordar os diferentes métodos de ensino da leitura implica não só debruçar-se sobre os
métodos propriamente ditos (procedimentos, estratégias, materiais, etc.), mas também sobre o
papel do professor neste processo de iniciação à leitura.
Segundo Trindade (1990), ensinar significa transmitir alguma coisa a alguém, implica uma
relação interpessoal, considerando em primeiro lugar os que serão ensinados.
Para a definição correta deste processo deve ser definido objectivo, conteúdo e forma, garantindo
eficácia e resultados, exigindo que todo o ato de ensinar condiga o facto de se ter efectivamente
aprendido. Dai que, o ensino da leitura, para a aprendizagem da língua portuguesa em destaque,
também se transcreve a esses aspectos.
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É necessário, antes de mais definir-se o conceito de método; em que, segundo alguns autores,
como Galliano (1979), consideram-no como sendo “um conjunto de etapas, ordenadamente
dispostas, a serem vencidas na investigação da verdade, no estudo de uma ciência ou para
alcançar determinado fim” (p. 6).
Para o ensino da leitura, particularmente nas classes iniciais, existem diversos métodos que se
podem utilizar, e que esses também poderão ser aplicados às classes avançadas, para o alcance
dos objectivos do ensino. É certo que cada método é distinto do outro, mas no final, eles têm a
mesma finalidade, o alcance da componente competência da leitura.
De acordo com Dias (2013) “o docente não se deve deixar deslumbrar pelo progresso
metodológico. Deve ter sempre em atenção que não existe nenhum método, que seja totalmente
eficaz com todos os seus alunos e que todos os métodos podem ajudar na aprendizagem” (p. 22).
Existem vários métodos para a alfabetização, aprendizagem das letras e junção das mesmas, mas
é escassa a existência de livros de alfabetização que contenham uma organização metodológica a
fim de orientar professores e crianças envolvidos neste processo.
Segundo Dias (2013), vários professores adaptam métodos utilizados para o ensino da
alfabetização, e cabe aos mesmos ter várias ferramentas para ensinar os alunos a ler e a escrever,
da palavra à letra, da letra à palavra, passando pelas sílabas, chegando à construção de frases e
textos com os conhecimentos necessários adquiridos.
Para que o processo de ensino-aprendizagem da leitura seja positivo, na sua prática docente, este
deve ter uma noção concreta dos diferentes métodos de iniciação à leitura e à escrita e das
respectivas estratégias indicadas para cada um deles.
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Sá (2004), faz referência à existência de duas grandes linhas pelas quais se orienta o processo de
ensino-aprendizagem da leitura:
Não obstante, é evidente que estas concepções são ambas úteis e se complementam. É importante
ter em conta estes dois aspectos, para conseguir que esta aprendizagem se faça correctamente,
levando os alunos a compreender o que lêem.
Viana e Teixeira (2002), referem que “teoricamente, as diferentes metodologias para o ensino da
leitura deveriam constituir a operacionalização das concepções sobre o acto de ler, e ter como
suporte os diferentes modelos de leitura” (p. 93).
Já de acordo com Brito (cit. em Amaro, 2010), muitas das vezes não é o programa que determina
a prática e o método utilizado pelo professor, mas sim o manual escolar. Este torna-se um
instrumento “poderoso” que influencia a prática pedagógica a seguir a mesma linha adoptada
pelo livro, tornando o conteúdo deste a única realidade dos alunos.
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O segundo processo, de acordo com Marcelino (2008), “consiste em partir de um todo conhecido
(uma frase, um texto ou uma história), em que através de análises sucessivas se torna possível a
descoberta dos elementos mais simples, sendo este o Processo Analítico ou Global”.
Referem-se ainda a existência dos Métodos Mistos, diz-nos Amaro (2010) que estes consistem
“numa combinação dos outros dois com vista a melhorar a aplicação de qualquer daqueles” (p.
43).
O método sintético pode ser dividido em três tipos: o alfabético, o fónico e o silábico:
Visvanathan (2010), ʺclarifica a aplicação deste método em apresentar grandes facilidades, pois é
simples e segue uma estrutura lógica, isto porque a leitura das sílabas nas palavras são lidas
28
como elementos simples e não compostosʺ. No entanto, na aplicação deste método, é exigido aos
alunos um esforço de memorização. Devido a este esforço, por vezes nota-se uma perda de
interesse por parte destes, pois é bastante repetitivo e não dá grande oportunidade de criação ao
aluno.
Este método surgiu por volta do final do séc. XIX e foi introduzido por Pape-Carpentier
(Marcelino, 2008). Na altura da sua introdução, este baseava-se em movimentos mímicos para a
ilustração de cada som e, este movimento, era feito pelo aluno. Este método é considerado como
um método corporal e gestual pois “é concebido para o aprendizado como normal da leitura.
O Método das 28 palavras, que é considerado um método analítico, na sua aplicação vai partir
da palavra, como um todo, sem analisar previamente os seus elementos. Neste método são
apresentadas 28 palavras, que seguem uma ordem lógica, e vão sendo lidas e escritas pelos
alunos e, mais tarde, analisadas apenas até à sílaba. Posteriormente, a palavra é dividida em
sílabas, e a etapa seguinte será a reordenação das sílabas, realizada pelos alunos, de modo a que
29
as palavras voltem a ficar na sua forma original. Quando os alunos estão familiarizados com as
três primeiras palavras, cabe ao professor decompô-las de forma a chegar às vogais.
O método das 28 palavras é bastante produtivo e eficaz, quando os alunos revelam algumas
dificuldades na aprendizagem, pois todas as palavras presentes neste são de uso do quotidiano do
aluno (vocabulário básico), e partindo do concreto que eles já conhecem, a aquisição tem um
maior sucesso.
Na iniciação à leitura e escrita, não são utilizados os livros com histórias, mas sim algumas frases
que vão sendo escritas no quadro pelo professor, de acordo com os interesses dos alunos. Estas
frases vão sendo “recolhidas” em conversas espontâneas entre os mesmos.
A partir destas conversas, vão surgindo outras actividades, tais como: ilustrações, diálogos, o uso
do dicionário, entre outras. No entanto, importa mencionar que são estes pequenos textos que
formam o livro que, posteriormente, será objecto de estudo da turma.
Pode-se considerar que “o método natural é, sem dúvida, um dos mais educativos, pois permite
que cada criança aprenda a ler à sua maneira, através de experiências pessoais, que a levam a
utilizar directamente na vida o que lê e o que escreve,” (Froissart, 1976, p. 71).
Segundo Marcelino (2008), ʺos Métodos Mistos surgiram devido à incerteza de que a aplicação
de um método “puro” seria o mais ideal. Todavia, tentava-se sempre que não se desviassem das
normas existentes. Contudo, já foi possível verificar que o aluno que utiliza o processo analítico
para a análise de uma palavra deve saber como utilizar as novas letras que descobriu, de forma a
conseguir formar novas palavras.
30
Os métodos mistos, pouco diferem, portanto, da fase analítico-sintética, sistemática, dos
métodos globais. A principal diferença está em que, nestes, apenas se desce à decomposição
das palavras, depois de os alunos já conhecerem globalmente um grande número delas,
enquanto, naquele, essa decomposição se faz à medida que cada palavra ou frase é apresentada
(Gonçalves 1967).
É nesta vertente dos métodos mistos que surge o Método Analítico-Sintético, tão utilizado na
actualidade, pois está presente na maioria dos manuais escolares destinados às classes iniciais.
Este pode ser aplicado de duas formas: partindo de palavras ou frases, passando para a análise
dos elementos que compõe as estruturas linguísticas complexas, ou seja, rege-se pelo processo
analítico ou global, vindo este a ser chamado de Método Analítico-Sintético de orientação
Global.
31
CAPITULO III: METODOLOGIA
A metodologia é o conjunto de métodos e técnicas utilizadas para a execução de uma pesquisa.
Por tanto nesta secção é apresentada abordagem tipo e o nível de pesquisa a ser levada a cabo,
apresenta – se o universo e a amostra e o processo de selecção dos métodos ou técnicas de
recolha de dados e do plano de apresentação de analise de dados (Minayo, 2001).
3.1. Pesquisa
Segundo Lakatos e Marconi, (2001, p. 120), pesquisa pode ser considerada um procedimento
formal com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui
no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais.
Do ponto de vista de sua natureza constitui Pesquisa Básica: objectiva gerar conhecimentos
novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e
interesses universais.
A autora optou por usar este tipo de pesquisa pelo facto de pretender contribuir para a produção
de um conhecimento científico que sirva de base de consulta para a geração de outros
conhecimentos da ciência, no caso em apresso, o relativo à leitura e seu contributo no processo
de ensino-aprendizagem. Como afirmam Lakatos e Marconi (2001, op. cit.), este tipo de pesquisa
visa obter novos conhecimento sobre o objecto em estudo e trazer abordagens amplas que de
certa forma vão contribuir para a ciência do saber.
32
3.4. Quanto ao Procedimento técnico
Para a elaboração da monografia foi adoptado o estudo de caso, que é a etapa inicial, com o
objectivo de reunir as informações e dados que serviram de base para a construção da investigação
científica em torno da temática, assim como, fazer a análise de documentos referentes a
reintegração familiar.
Segundo Lakatos e Marconi (2001, p. 183), “a pesquisa bibliográfica abrange todo material já
tornado público em relação ao tema em estudo e sua finalidade é colocar o pesquisador em contacto
directo com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto”.
Para o alcance dos objectivos propostos, esta enquadrada sob a pesquisa Exploratória, que tem
como objectivo proporcionar maior familiaridade com o problema, no sentido de torná-lo mais
claro. A maioria dessas pesquisas envolve levantamento bibliográfico bem como entrevistas com
pessoas que já tiveram experiências práticas com o problema pesquisado.
3.6.1. População
33
3.6.2. Amostra
Participaram na pesquisa os seguintes indivíduos: 1 membro de direcção, 12 alunos, escolhidos
aleatoriamente 6 da turma A, outros 6 da turma B e 1 docente de Língua Portuguesa. Desta forma, o
tipo amostragem será não probabilística por acessibilidade ou por conveniência, pois a pesquisadora
optou por trabalhar com os elementos envolvidos nesta área de estudo em especial, como forma de
viabilizar a informação.
3.7.1. Entrevista
GIL (2009), explica que “a entrevista é uma técnica que consiste na comunicação verbal entre duas
ou mais pessoas com uma construção previamente determinada e realizada cuja intenção é de obter
informações de uma determinada pesquisa” (p.30).
O inquérito por entrevista é uma técnica caracterizada por um contacto directo entre o investigador
e os seus entrevistados, através desta técnica estes podem exprimir-se de uma forma directa e
espontânea.
Haguette (1997), explica que a entrevista é “um processo de interacção social entre duas pessoas na
qual uma delas, o entrevistador, tem por objectivo a obtenção de informações por parte do outro, o
entrevistado” (p. 86).
Nesse sentido, para a presente pesquisa será usada a entrevista semiestruturada, com vista a ter
respostas mais consistentes e que possam enriquecer o trabalho. Sendo assim, a escolha da
entrevista do tipo semiestruturada consiste pelo facto, desta caracterizar-se pela sua facilidade e
dinâmica de perguntas.
34
3.8. Revisão bibliográfica
Esta abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde as
publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses e sites na
internet que falam sobre o tema (Lakatos & Marconi, 2001:183).
3. 9. Análise documental.
Travers (citado por Bell, 1997) indica que “documento é um termo geral para uma impressão
deixada por um ser humano num objecto físico” (p. 91).
A Análise Documental, conforme Cellard (2008, p. 303), “é o momento de reunir todas as partes,
elementos da problemática ou do quadro teórico, contexto, autores, interesses, confiabilidade,
natureza do texto, conceitos-chave”.
Aquela em que o investigador sempre faz alegações de conhecimento com base principalmente ou
em perspectivas construtivistas (ou seja, significados múltiplos das experiências individuais,
significados social e historicamente construídos, com o objectivo de desenvolver uma teoria ou um
padrão) ou em perspectivas reivindicatórias/ participatórias (ou seja, políticas, orientadas para a
questão; ou colaborativas, orientadas para a mudança) ou em ambas. Ela também usa estratégias de
investigação como narrativas, fenomenologias, etnografias, estudos baseados em teoria ou estudos
de teoria embasada na realidade. O pesquisador colecta dados emergentes abertos com o objectivo
principal de desenvolver temas a partir dos dados (Creswell, 2007, p. 35).
A pesquisa inicial em documentos que sejam intitulados com termos ou expressões onde
identificamos a presença do tema que pretende-se estudar, deve ser feita com selecção e cuidado
tendo em conta a viabilidade dos dados fornecidos.
Bell (1997), menciona ainda, que o objectivo de analisar documentos é fazer uma selecção
equilibrada da informação, tendo em conta se a informação fornecida pelo documento vem apoiar a
argumentação do autor.
Assim, a recolha documental deste estudo consistiu numa leitura aprofundada sobre o tema em
destaque, em livros, artigos, teses e dissertações. Foi feita uma análise das informações neles
contidos, foram seleccionadas ideias, apontadas citações e tiradas conclusões pelos investigadores,
35
que possibilitaram redigir um texto baseando-se nas ideias expressas pelos autores e na
fundamentação pelos mesmos apontados, de forma a sustenta teoricamente o estudo.
36
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Tratar de leitura é, portanto, destacar o meio pelo qual podemos extrair de algo o seu valor, tal
como importância e significado, e restringir essa prática apenas ao reconhecimento de signos
linguísticos, visto que, o seu conceito vai além da mera decodificação das palavras.
Os resultados desta pesquisa podem ser observados nos questionários, dirigidos aos participantes
do mesmo, tais como: os membros de direcção, os professores e os alunos da escola.
O período de aplicação durou cerca de 15 minutos para cada entrevistado, e, por sugestão do
professor, somente 12 (doze) alunos participaram da mesma turma, os quais foram escolhidos
aleatoriamente pela pesquisadora.
Questão 2: Que actividade em sala de aulas ou fora, tem sido úteis, na sua aprendizagem da
língua portuguesa?
Questão 3: Você compreende tudo que lê? Se não, por qual razão?
Questão 4: No que gostarias que o professor tivesse ajudado para melhorar a sua comunicação
em português?
37
4.1.1.1. Apresentação e análise da entrevista realizada aos alunos
a) Em relação a questão 1 dirigida aos alunos, com os códigos, A1, A2 A3, A4, A5, A6, A7, A8,
A9, A10, A11 e A12; respondendo a essa mesma questão, dos 12 alunos entrevistados, 9
responderam que sim, gostavam de ler e apenas 3, responderam não.
Em análise a questão 1 acima apresentada, mediante as respostas obtidas, não foi possível
identificar a razão pelo qual eles gostam ou não de ler, pois os participantes não justificaram suas
respostas. Mas deve-se salientar que essa pergunta é do tipo aberta, que dá ao aluno a liberdade
de justificá-la ou não. Ou seja, os participantes não eram obrigados a darem justificativas. Porém,
pode se entender, com isso, que, um número maior dos alunos tem o gosto pela leitura, o que de
certa forma facilita a aprendizagem do português, pois quem gosta de ler, se familiariza com as
palavras que lê e consequentemente aprende o significado delas.
Em relação a questão 2 também dirigida aos alunos, o objectivo desta, era o de identificar a
actividade que os alunos mais aplicam no desenvolvimento da leitura. Em resposta a esta questão
A1, A3, A5, A7, A8, A9, A11 e A12, responderam que faziam o exercício de cópias de textos
para a interiorização das palavras, enquanto as escrevem. Ainda em jeito de subsidiar a sua
resposta, A1, A3, A5, A7, responderam que ao copiar, tem se a oportunidade de ler a palavra
enquanto aprendes a conhecer o significado dela.
Na mesma pergunta, A2, A4, A6, A10, responderam que o método eficaz de aprendizagem do
português é o de exercício de divisão das palavras em sílabas. Referiram-se da importância do
uso dos livros do ensino primário, em particular, o da língua portuguesa 1ᵅ classe, que sempre a
palavra aparece dividida em sílabas.
38
Tabela 2: Actividades que auxiliam na aprendizagem do português
Analisando as respostas dos respondentes, pode se verificar que o exercício de fazer cópias
optado pelo próprio aluno, deveria ser acomodado pelo professor e que após a cópia, o professor
deveria se referir a este aluno para ler o que copiou, para consequente conhecimento da palavra,
o que facilitaria a aprendizagem do português.
A terceira questão foi elaborada com objectivo de identificar se os alunos estão tendo uma
aprendizagem significativa ou não, em suas aulas.
Pode se perceber que nesta questão A3, A5, A7, A8, A9, A11 e A12, responderam que percebem
pouco, A2 e A4 responderam que não percebem, enquanto A1, A6 e A10, responderam que
percebiam.
Percebem
Alunos razoavelmente Percebem Não percebem
A3, A5, A7, A8, X ------------------ ---------------
A9, A11 e A12
A1, A6 e A10 ------------ X --------------
A2 e A4 ------------- ----------------- X
Analisando as respostas da questão 3, pode se perceber que há uma dificuldade por parte dos
alunos, em relação a percepção do que lêem, o que significa dizer que, se a maior parte dos
alunos apresentados percebe razoavelmente, significa que o professor precisa trabalhar
arduamente, de modo a mudar o cenário dos seus educandos.
39
Na quarta questão, A2, A4, A6, A8, A9, A10 e A11 afirmam que gostariam que o professor
levasse sempre em conta a questão da cópia e incentivar a produção de textos. Na mesma
questão, A1, A3, A5, A7 e A12, sugeriram que o professor tivesse sempre dar o trabalho para
casa (TPC), palavras que podassem se identificar os significados, a fim de nos preocupar em
procurar dicionários e aprender com eles.
Analisando esta questão, podemos compreender que, ambos métodos apontados pelos alunos,
são válidos, porém, o de cópia e produção de textos, é o mais desejado por eles, o que implica
dizer que o professor poderá estudar qual realmente ajudaria a eles.
Pergunta 4: O que gostaria que os seus alunos tivessem que fazer para a aprendizagem eficaz da
língua portuguesa em destaque?
Em resposta a pergunta um (1), o professor, com código (P1), disse ser formada em curso de
Português e lecciona há oito anos, e há três anos está nesta escola.
40
Em resposta a questão 2, P1 respondeu que explora todas as opções, mas gosta mais de orientar os
alunos na produção de pequenos textos, pois acha que desse jeito desperta neles a curiosidade de
procura de palavras. Acrescentou que no acto da correcção desses textos, aproveita controlar a
questão ortográfica e caligráfica; como também a ensinar sobre o significado das palavras.
Em análise a esta questão, podemos entender que, a leitura pode-se considerar um elemento
bastante importante no ensino de qualquer língua, pois quem lê, interioriza o lê, assim como, acaba
se familiarizando com as palavras.
Em resposta a quarta questão, P1 respondeu que gostaria que os seus alunos tivessem que se
preocupar com as orientações por ele deixadas. Os alunos devem se empenhar em qualquer
actividade orientados a fazerem e só assim poderia existir a aprendizagem significativa em relação
a língua portuguesa em destaque.
Em análise a esta questão, é possível notar a chamada de atenção por parte do professor, em
relação ao empenho dos alunos. Isso significa dizer que envolve aos pais-encarregados de
educação, que deverão ser vigilantes, acompanhantes do PEA dos seus educandos, tornando assim
o trabalho do professor mais saudável e produtivo.
Para o efeito, foram feitas as seguintes questões ao membro de direcção da Escola Secundária
Geral em estudo:
1. Quais são as acções que a direcção da escola tem desenvolvido, para que a leitura influencie
no PEA da língua portuguesa nos alunos?
41
2. Como é que a escola tem vindo a acompanhar o trabalho dos professores, no que diz respeito a
leitura dos alunos?
3. Como é que a direcção da escola tem apoiado aos alunos, em termos de material didáctico,
para desenvolvimento da leitura, como objecto de aprendizagem da língua portuguesa?
Em resposta a questão número um (1) o membro da direcção, com código (MD), apontou que a
escola tem feito um trabalho interno de capacitação dos colegas professores da área de ensino de
língua portuguesa, de modo a criarem mecanismos metodológicos mais eficazes, como é o caso
de incentivo à leitura de textos com histórias que os comovam, jornais contendo informações da
actualidade e qualquer obra que os emocione.
Analisando esta questão, pode se entender que, a direcção da escola se sente também envolvida
do desenvolver comunicativo em português, dos alunos em estudo, por estar a criar condições
ajuda-los a melhorar.
Em resposta a questão 2, o MD1, referiu que tem havido um plano de assistência de aulas por
parte da direcção, com vista a acompanhar de perto e se perceber como é que a escola deve
apoiar os professores nesta matéria.
Na questão número três (3), respondeu MD1, que, na verdade, a escola não tem todos recursos
de apoio aos alunos como livros que possam ajudá-los, mas tem, mas tem capacitado aos
professores da área, a criarem algum plano de motivação à leitura de textos que eles mesmos
devem organizar, imprimir e distribuir aos alunos.
42
4.2. Discussão dos Resultados
Analisados os dados dos alunos, podem se perceber algumas controvérsias em relação ao processo
de realização das actividades de leitura, como caminho para o PEA da língua portuguesa. Ao se
perceber que nem todos os alunos participam nas orientações do professor, implica dizer que a
actividade do ensino aprendizagem do português, por via da leitura, torna um desafio ao professor,
pois este teria que passar por processos de mobilização constante dos alunos, a fim de os
convencer, de forma a participar nas actividades por si dadas, como fruto de aprendizagem da
língua portuguesa.
É importante que os alunos treinem regularmente a leitura na escola, sob a orientação do docente,
com vista a adquirirem uma leitura mais analítica e apreciativa. De acordo com Geraldi:
Ao ler, o leitor trabalha produzindo significações e é nesse trabalho que ele se constrói como
leitor. Suas leituras prévias, sua história de leitor, estão presentes como condição de seu
trabalho de leitura e esse trabalho o constitui leitor e assim sucessivamente (Geraldi, 1988,
p. 80).
Segundo Moreira (2014, p. 37), “o facto de, em contexto escolar, os alunos estarem sempre a ter de
provar que leram, estarem constantemente a ser avaliados, o que leva muitas vezes a que os alunos
simulem os seus discursos. Para além disso, os alunos vão construindo a sua leitura para cada
disciplina, obrigando-os a criar as suas próprias estratégias, muitas vezes classificadas como
“fáceis” e “decorativas.”
A criança pode aprender e de fato aprende, à medida que for capaz de utilizar diversas
estratégias de forma integrada, e essas estratégias todas devem ser ensinadas. E no caso da
compreensão leitora, a autora diz que trata-se de ensinar procedimentos estratégicos que podem
capacitar os alunos para ler de forma autónoma e produtiva (Solé, 1998, p. 60).
Nesse caso, seguindo o raciocínio da autora, sugere-se a realização de aulas em que sejam
elaboradas actividades a fim de trabalhar com o texto e seu contexto, de maneira que se explore o
conhecimento do aluno, que desperte nele o desejo e a curiosidade pela leitura e que o ajude na
43
construção do conhecimento de palavras contidas nele, pois é a partir de aulas assim que os alunos
vão progredir em termos de aprendizagem da língua em destaque.
Se repararmos bem, o ato de ler já é algo intrínseco no nosso dia-a-dia, nas nossas práticas
diárias, tais como, estar nas redes sociais, ler o diário de notícias, ver televisão, ler as etiquetas
dos produtos de supermercado e até mesmo trocar Emails ou mensagens, entre outros (Gonçalves,
2013, p.11).
Para aprender a gostar da leitura é preciso ler frequentemente, ser persistente, querer aprender e
adquirir conhecimento. Ninguém nasce a gostar de ler, é preciso prática e, só através dela é que as
crianças se tornarão futuras leitoras. Arana, & Klebis sugerem que:
Uma das formas de incentivar as crianças a lerem é apresentá-las a livros que estimulem o hábito de
ler pelo prazer. A partir daí elenca-se diversas vantagens, como a de que elas conheçam mundos
novos e realidades diferentes para que, desta forma, elas possam construir sua própria linguagem,
oralidade, valores, sentimentos e ideias, essas tais, que a criança levará para o resto da vida (Arana,
& Klebis, 2015, p. 3).
Observando as respostas obtidas, percebeu-se que o professor foi superficialmente dando sua visão
em relação ao seu empenho e preocupação para com o PEA dos seus alunos. De acordo com as
suas respostas, foi possível notar que, a leitura, para além de ser um método de ensino da língua
portuguesa, ela é também fundamental no quotidiano do aluno porque em alguns dos textos tem a
importância de ensino de boas maneiras. A leitura deve ser considerada a base do desenvolvimento
de qualquer individuo, pois quem lê, sabe onde vai e com quem vai; sabe o que falar e como falar.
A leitura deve ser igualmente vista por todos intervenientes do ensino, como um instrumento não
só de aprendizagem da língua portuguesa, mas também como aquilo que constrói a personalidade
do individuo.
Os professores têm a principal função de incentivar a leitura crítica e argumentativa para que a
partir daí os alunos formem as suas opiniões e personalidades individuais.
Todos nós estamos inseridos numa sociedade, possuímos a nossa própria história de vida e a
leitura de cada um será feita sob a sua própria perspectiva. Não temos como distanciarmos a leitura
do aspecto social, o leitor é um ser social, que possui uma história individual, e a sua leitura de
mundo é feita sob a óptica de suas experiências. França (2019, p.5.).
44
É importante termos bem presente que “é imprescindível a actuação do docente comprometida e
responsável, e assim a comunicação e o conhecimento da mesma forma que o hábito de ler passa a
ser motivo de colaboração entre alunos e com o professor” (França, 2019, p. 7).
Analisados os dados dos membros de direcção da escola, pode chegar a se dizer que a direcção da
escola desempenha um papel preponderante no PEA da leitura desses alunos, visto que as suas
acções aqui descritas, mostram a capacidade de monitoria constante com os professores assim
como os próprios alunos, para o alcance dos objectivos propostos.
Observando as respostas obtidas, percebeu-se, que, o membro de direcção, foi claro e conciso
respondendo-as de forma clara e o aspecto positivo a ter em conta nessa parte, é a comunicação
com os professores, no sentido de os ajudar a superar a dificuldade dos alunos.
Muitos alunos talvez não tenham muitas oportunidades fora da escola, de familiarizar-se com a
leitura; talvez não vejam muitos adultos lendo; talvez ninguém lhes leia livros com frequência. A
escola não pode compensar as injustiças e as desigualdades sociais que nos assolam, mas pode fazer
muito para evitar que sejam acirradas em seu interior. Ajudar os alunos a ler, a fazer com que se
interessem pela leitura, é dotá-los de um instrumento de aculturação e de tomada de consciência
cuja funcionalidade escapa dos limites da instituição (Solé, 1998, p. 51).
Segundo Moreira, (2014), “numa escola onde existe a participação dos pais no seu conselho, na
redacção do jornal, na biblioteca, nos clubes, em projectos de sala de aula, ao lado dos professores
e das crianças, cria-se uma excelente dinâmica na qual evoluem as representações, os estatutos e os
papéis de cada um dos participantes (p. 36)”.
Se a escola é um meio que induz o aluno para a leitura através do acesso livre à biblioteca,
projectos de leitura ou outras iniciativas que promovam as práticas de leitura, o professor é a peça
chave visto que é ele que acompanha o aluno em todo o seu percurso escolar.
45
CAPITULO V: CONCLUSÕES E SUGESTÕES
5.1. Conclusões
Foi por meio desta pesquisa que se obteve contacto com a realidade escolar na Escola Secundaria
da Samora Machel – Mocuba e foi possível perceber que, a leitura ainda é vista como algo sem
muita relevância para o crescimento cultural e intelectual do aluno.
Sabe-se que o ensino hoje, ainda enfrenta grandes dificuldades ao nível da capacidade criativa do
aluno, mas se os alunos puderem contar com a escola e com professores comprometidos, que
tenham uma visão diferenciada para o ensino da leitura, acredita-se que, dessa maneira, a escola
consiga alcançar a necessidade deles, principalmente.
É necessário maior interesse no que diz respeito ao ensino da leitura em si, é preciso pensar na
leitura como prática social e não só como objecto de conhecimento linguístico, pois tudo gira em
torno da leitura, em todos os momentos de nossa existência ela está presente.
5.2. Sugestões
Sabe-se que, para a maior parte dos alunos, a leitura é vista como algo aborrecido ou irritante,
pois é uma prática que exige paciência, tempo e concentração, tudo aquilo que a geração actual
não possui devido à rapidez com que hoje adquirem algo.
46
Em algum momento, os meios tecnológicos, embora extremamente vantajosos, estão a provocar
nos alunos, uma certa preguiça mental e dificuldade no raciocínio, que lhes afecta a percepção e
a aprendizagem. Assim, sugere-se:
Aos pais e encarregados de educação, que criem actividades em casa que estimulem o
hábito da leitura, já que esta actividade deve ser incitada desde a infância de maneira a
que a criança adquira gosto pelos livros e se divirta, juntando palavra a palavra. Este
exercício deve ser frequente na vida de cada criança pois, a leitura tem o poder de
desenvolver a capacidade intelectual e crítica de qualquer que seja a pessoa, devendo
assim fazer parte do seu dia-a-dia e desenvolver a criatividade linguística, em relação ao
seu próprio meio e o meio externo.
Aos professores que desenvolvam na sala de aulas actividades que estimulem a leitura,
pois, o ensino da leitura e tido como método de desenvolvimento linguístico, e este
processo tem a ver com o gosto pela leitura que deve ser estimulado pelo professor como
mediador do processo de ensino-aprendizagem. Isso equivale a afirmar que “para
aprender a gostar da leitura é preciso ler frequentemente, ser persistente, querer aprender
e adquirir conhecimento (Arana & Klebis, 2015, p.3).
Segundo estes autores, ninguém nasce a gostar de ler, é preciso prática e, só através dela é que as
crianças se tornarão futuras leitoras. Uma das formas de incentivar as crianças ao esse gosto é,
não só no meio escolar, como também partindo da participação activa dos pais-encarregados de
educação, em apresentá-las a livros que estimulem o hábito de ler pelo prazer. A partir daí
elenca-se diversas vantagens, como a de que elas conheçam as palavras, mundos novos e
realidades diferentes para que, desta forma, elas possam construir sua própria linguagem,
oralidade, valores, sentimentos e ideias, essas tais, que a criança levará para o resto da vida.
Portanto, na sala de aulas, o professor deve trabalhar na leitura, traçando seu objectivo de
buscar um momento de leitura prazerosa, analisando quais recursos podem ser usados,
sem perder o carácter lúdico.
Se se tratar de método de leitura por via de géneros literários, o professor deve auxiliar o
aluno na escolha do género literário adequado; mas a escolha final deve ser do aluno, ele
47
deve se familiarizar com esse mundo e descobrir o que mais gosta de ler, pare que fora da
escola ele possa saber escolher suas leituras.
Os professores precisam se atentar quando a criança começa a ir à escola sem o hábito da
leitura, pensar numa alternativa de ampliar e contribuir de uma forma que quando
aplicada a leitura em sala de aula a criança se interesse e aprenda a gostar dos livros e a
ter contacto com eles.
Não basta garantir um espaço na sala de aula, o professor deve planejar e saber o que vai fazer e
transmitir aos alunos em relação à prática da leitura. Vários livros são guias práticos que
inspiram actividades diversas na sala de aula.
Sugere-se também à escola que se organize e demonstre através de acções, que não é só o
professor de Língua Portuguesa que é o professor de leitura, mas todos os professores
devem ter este contacto com os alunos e incentivar a leitura em sala de aula, leituras em
voz alta, questionar se o aluno compreendeu o texto, pois ele precisa compreender o que
esta lendo, e os professores precisam de práticas que envolva seus alunos em diversos
tipos de textos que por eles circulam.
48
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Competências nucleares e níveis de desempenho. Lisboa: Ministério da Educação–
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51
Apêndices
52
Apêndice 1: Questionário aplicado aos alunos:
Questão 2: Você gosta das aulas de leitura e produção de textos para a aprendizagem do
português?
Questão 3: Você compreende tudo que lê? Se não, por qual razão?
Questão 4: Você sente alguma melhoria na sua comunicação em português, fruto do trabalho
relacionados aos textos estudados em sala de aula?
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Apêndice 2: Questionário aplicado ao professor:
Pergunta 4: Os textos trabalhados em sala de aula contribuem para despertar o interesse pela
leitura ou são tratados apenas como tarefa escolar?
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Apêndice 3: Questionário aplicado ao membro de direcção da escola:
1. Quais são as acções que a direcção da escola tem desenvolvido, para que a leitura influencie
no PEA da língua portuguesa nos alunos?
2. Qual tem sido o nível de participação dos alunos em termos de colaboração às estratégias
aplicadas pela direcção, a fim os ajudar a melhorar no desenvolvimento da sua leitura como
ferramenta da aprendizagem do português?
4. Como é que a direcção da escola tem apoiado aos alunos, em termos de material didáctico,
para desenvolvimento da leitura, como objecto de aprendizagem da língua portuguesa
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Anexos
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