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Índice
Declaração .................................................................................................................................. v
Agradecimentos ......................................................................................................................... vi
Dedicatória ............................................................................................................................... vii
Listas (quadros e figuras) ........................................................................................................ viii
Resumo ...................................................................................................................................... ix
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO.............................................................................................. 10
1.1 Introdução ........................................................................................................................ 10
1.2 Problematização .............................................................................................................. 12
1.3 Relevância do estudo ....................................................................................................... 13
1.4 Objectivos ........................................................................................................................ 14
1.4.1 Objectivo geral .......................................................................................................... 14
1.4.2 Objectivos específicos................................................................................................ 14
1.5 Hipoteses de pesquisa ...................................................................................................... 14
CAPÍTULO II – REVISÃO DA LITERATURA .................................................................... 16
2.1 Conceitos ......................................................................................................................... 16
2.2 A importancia da motivação no processo de aprendizagem............................................ 16
2.2 Estudo sobre o Ensino de Expressões Algébricas ........................................................... 25
2.3 Enfoque Ontossemiótico (EOS) do conhecimento e da instrução Matemática ............... 27
2.4 Utilização dos materiais didáticos para minimizar as dificuldades dos alunos ............... 28
2.5 Prácticas educativas ......................................................................................................... 29
2.6 Planificação e implementação de estratégias didáticas nas aulas de matemática............ 32
CAPÍTULO III – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................ 33
3.1 Abordagem do estudo ...................................................................................................... 33
3.1.1 Abordagem qualitativa .............................................................................................. 33
3.2 Tipologia de estudo ......................................................................................................... 34
3.2.1 Pesquisa descritiva .................................................................................................... 34
3.2.2 Quanto aos procedimentos ........................................................................................ 34
3.3 Participantes do estudo .................................................................................................... 35
3.4 Técnicas de recolha de dados .......................................................................................... 35
3.4.1 Observação e notas de campo ................................................................................... 36
3.4.2 Entrevista ................................................................................................................... 36
3.5 Métodos de tratamento de dados ..................................................................................... 37
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................. 38
4.1 Apresentação dos resultados............................................................................................ 38
4.2 Análise e interpretação dos resultados da entrevista ....................................................... 38
CAPÍTULO V: DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .............................................................. 39
CAPÍTULO VI: CONCLUSÕES E SUGESTÕES .................................................................. 41
6.1 Conclusão ........................................................................................................................ 41
6.2 Sugestões ......................................................................................................................... 41
Referências Bibliográficas........................................................................................................ 42
Apêndices ................................................................................................................................. 44
Apêndices 1: Guião de perguntas para os alunos das ESGAM ................................................ 44
Anexos ...................................................................................................................................... 45
iv
Declaração
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma instituição para a obtenção de
qualquer grau académico.
____________________________
(Sidónio Luanda Marques)
v
Agradecimentos
Sou grato também pelo apoio geral e incentivo de muitas pessoas que participaram de forma
directa e ou indirecta nesta pesquisa. Em especial, ao meu orientador o M.Sc. Éric Keivan
Badrudine Manaque por ter permitido que a pesquisa fosse realizada e pela constante troca de
experiências e discussões.
O agradecimento é ainda extensivo aos meus familiares pelo apoio constante e palavras de fé;
Muito obrigado!
vi
Dedicatória
Aos meus filhos, minha esposa, a todos os meus irmãos pelo apoio e amizade, tanto quanto a
disponibilidade.
A estes todos e outros, dedico este trabalho académico, que é fruto de todo apoio.
vii
Listas de quadros e figuras
Índice de quadros
Índice de figuras
viii
Resumo
Esta pesquisa consiste em analisar as estratégias didáticas que os professores que ensinam
a Matemática utilizam na minimização das dificuldades dos alunos da 9ª classe na Escola
Secundaria Geral de Alto – Molocué na adição algébrica de monómios. O contexto da pesquisa
foi a sala de aula foi no âmbito de avaliação final para obtenção do grau académico de
licenciatura. O estudo é enquadrado em uma abordagem qualitativa e os instrumentos de
produção dos dados utilizados foram observação e entrevistas. Para tratar o tema do estudo,
fizemos uma revisão de literatura sobre os seguintes conceitos: material curricular e tarefas
(conceito, delineamento, dimensões e tipos de tarefas) e material curricular educativo. Esta
relação entre tarefas e professores permitiu identificar, descrever e analisar as diferentes
estratégias utilizadas por eles/elas na implementação nas aulas. Além da apresentação do
objectivo, contexto do estudo, método e referencial teórico, trazemos análises preliminares dos
dados do estudo. Os resultados mostram que os estudantes aparentam ter alguma dificuldade
em relacionar representações algébricas, apresentam ainda dificuldades ao criar e interpretar
expressões algébricas, tanto para fazer generalizações como para resolver problemas. Na
manipulação algébrica destacam-se as dificuldades com uso dos parênteses, representação de
dobro e quadrado de um número, e operações de adição, multiplicação e potenciação de termos
algébricos. Os resultados deste estudo mostraram que existe necessidade de formação adequada
dos professores que lhes permita desenvolver as capacidades didático-matemáticas em
atividades que envolvem o raciocínio algébrico e promover, também, a capacidade de integrar
o conhecimento dos conteúdos matemáticos e a especificidade de ensinar.
ix
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
1.1 Introdução
O facto foi constatado pelo autor a quando da realização das suas práticas pedagógicas
neste estabelecimento de ensino secundário, em que na determinada aula de Matemática, cujo
tema era: adição algébrica de monómios, os alunos mostraram dificuldades de resolvê-las. Os
mesmos, não tinham o domínio das regras de adição de monómios semelhantes, sendo assim, a
escolha do tema teve como motivação, uma pesquisa das causas que estejam por detrás das
dificuldades que os alunos têm na resolução de adição de monómios, reconhecendo que este é
um problema não só dos alunos, mas, como tem sido evidente que parte dos docentes também,
então, o seu estudo contribuiria para a melhoria dos conhecimentos existentes sobre o caso.
10
O presente relatório apresentado encontra-se redigido sob as normas APA. E quanto a sua
estrutura, o trabalho está dividido em seis (6) capítulos, desde a introdução ate as conclusões e
sugestões, assim sendo, segue-se abaixo a apresentação dos capítulos:
11
1.2 Problematização
Um problema, de acordo Gil (2001) "é qualquer caso não resolvido e que é objecto de
discussão, em qualquer domínio de conhecimento" (p. 49). Com esta pesquisa pretendeu – se
encontrar soluções relativa às dificuldades que os alunos enfrentam na adição algébrica de
monómios, que foram constatadas nos alunos da 9ª Classe, da Escola Secundária Geral de Alto
- Molocué, nas aulas de Matemática, em que os mesmos não conseguiam aplicar as regras para
a adição algébrica de monómios, pelo facto de não conseguirem identificar monómios
semelhantes. Uns porque adicionavam as partes numéricas assim como as partes laterais, outros
faziam confusão entre regras de adição com as da multiplicação. Como consequência disso, os
alunos não sabiam fazer as operações e como resultado acabavam sempre convertendo a
expressão algébrica numa equação, e optavam por achar os valores das incógnitas envolvidas
na expressão.
12
Até que ponto entendem os professores de que as estratégias didáticas adoptadas por
eles no processo de ensino e aprendizagem podem melhorar o ambiente e aprendizado
dos alunos?
Ao ensinar Matemática, o professor deve promover e criar situações onde o aluno possa
falar e interagir de formas diferentes durante a aula, nomeadamente “quando os alunos pensam,
respondem, discutem, elaboram, escrevem, lêem e escutam sobre assuntos matemáticos, obtêm
benefícios duplos: comunicam para aprender matemática e aprendem a comunicar” (Huang
2001).
13
O trabalho remete-nos à atenção que é dada em relação à disciplina da Matemática e um
dos grandes desafios de quem se propõe a ser mediador do conhecimento é exatamente a
existência de diversos métodos de ensino.
Neste percurso, tem - se observado que o uso de materiais didáticos nas aulas de
Matemática é visto como recurso para minimizar as dificuldades dos alunos em sala de aulas e
também para cativar o interesse dos alunos pela disciplina. Esta realidade é consequência de
outra, que é o fato de que as pessoas são diferentes umas das outras, o que faz com que seja
inadequado um professor utilizar sempre o mesmo método de ensino.
1.4 Objectivos
1.4.1 Objectivo geral
Compreender as estratégias didáticas adoptadas pelos professores para a minimização
das dificuldades apresentadas pelos alunos na adição algébrica de monómios na Escola
Secundária Geral de Alto-Molocué.
De acordo com Baptista e Sousa (2011: p. 26), “Hipóteses são uma resposta prévia ao
problema proposto e habitualmente, são desenvolvidas com base em estudos anteriormente
realizados de acordo com o tema escolhido”.
14
Ainda para GIL (1999), hipótese “é uma expressão verbal susceptível de ser declarada
verdadeira ou falsa…ʼʼ. (p.21).
Deste modo, para responder a questão de pesquisa acima levantada, avançamos as três
principais hipóteses:
ii. H0: As dificuldades que os alunos enfrentam na adição algébrica de monómios são
causadas pela fraca compreensão do cálculo aritmético;
H1: As dificuldades que os alunos enfrentam na adição algébrica de monómios não
são causadas pela fraca compreensão do cálculo aritmético;
iii. H0: As dificuldades que os alunos enfrentam na adição algébrica de monómios são
causadas pela própria complexidade do cálculo algébrico.
H1: As dificuldades que os alunos enfrentam na adição algébrica de monómios não
são causadas pela própria complexidade do cálculo algébrico.
15
CAPÍTULO II – REVISÃO DA LITERATURA
Neste capítulo, apresenta-se a literatura que já existe sobre o problema em estudo, como
também se define os conceitos relevantes para o desenvolvimento e melhor compreensão do
presente estudo.
2.1 Conceitos
O que nos faz perceber que desde os primórdios da existência do homem a matemática já
fazia parte do seu dia-a-dia. Nos levando a tais evidências, é dito que a Matemática pode servir
de ferramenta para as outras ciências, esse pode ser uma boa desculpa para ser ensinada, mas
de nada serve uma ferramenta e não fizermos o uso dela.
16
Segundo Silva (1997), sustenta que a matemática é a ciência dos números e dos cálculos.
Desde a antiguidade, o homem utilizou a matemática para facilitar a vida e organizar a
sociedade. Ela foi usada pelos egípcios nas construções de pirâmides, diques, canais de
irrigação e estudos de astronomia. Os gregos antigos também desenvolveram vários conceitos
matemáticos. Actualmente esta ciência está presente em várias áreas da sociedade, como por
exemplo, arquitectura, informática medicina, física, química.
17
totalidade, pois na construção da realidade o todo é muito mais do que a soma das partes
(AZCÁRATE, 1997; HERNÁNDEZ e VENTURA, 1998).
Ponte, Branco e Matos (2009) sugerem que, no trabalho com expressões algébricas é
importante que os alunos reconheçam a noção de equivalência de expressões, e que as
compreendam por meio das propriedades das operações (comutativa, associativa, distributiva,
existência do elemento neutro e existência do elemento absorvente) ou pela definição das
operações inversas. Destacam que a dificuldade em compreender a noção de monómio e de
monómios semelhantes implicam outros obstáculos na simplificação de expressões. Em
expressões, como 2𝑥+3, os alunos tentam prosseguir com sua simplificação, uma vez que não
a encaram como uma expressão irredutível e não aceitam a falta de um ‘fechamento’ para a
questão. Para estes autores, “dificuldades relacionadas com conceitos ou representações
próprios da Aritmética contribuem também para o surgimento de dificuldades adicionais nos
conceitos e representações algébricos” (p. 79). Isto é evidenciado, por exemplo, nas
dificuldades que os alunos apresentam em adições algébricas de polinômios, dificuldades estas
acentuadas quando se trata de uma expressão onde é necessário eliminar parênteses e há uma
subtração. Ponte, Branco e Matos (2009) defendem que explorar sequências e regularidades
pode promover a compreensão da equivalência existente entre as diversas expressões algébricas
18
ao trabalhar aspectos como o desembaraçar de parênteses e as operações entre monómios
semelhantes.
Expressão algébrica
Monómios
É uma expressão algébrica dada pelo produto de um número real não nulo por um
número finito de potências e expoentes inteiros e não negativos, cujas bases são variáveis. Um
monômio é formado por uma parte literal constituída pelo produto das potências das variáveis
e uma parte numérica (coeficiente) constituída pelo número real que antecede a parte literal.
As expressões algébricas 4𝑙 , 3𝑥², e 10𝑎𝑏 são exemplos de monómios, pois são inteiras
e apresentam somente multiplicações entre números e letras, as mesmas possuem apenas
números naturais como expoentes. Nestes exemplos as partes literais são, respectivamente, 𝑙,
𝑥², e 𝑎𝑏, enquanto os coeficientes são 4, 3, e 10.
O grau de um monómio é igual à soma dos expoentes das varáveis que forma o monómio
que compõem sua parte literal. Nos exemplos anteriores o grau são, respectivamente, 1, 2, e 2.
Quando dois ou mais monómios possuem mesma parte literal definimos como
monómios semelhantes ou termos semelhantes. Os monómios 𝑥², e 3𝑥² apresentam como parte
literal 𝑥², portanto, são monómios semelhantes.
Para somar (ou subtrair) dois ou mais monómios semelhantes devemos adicionar (ou
subtrair) seus coeficientes e conservar a parte literal comum. Reduzir os monómios semelhantes
equivale a somar ou subtrair todos os monómios semelhantes, sintetizando cada um desses
19
grupos, em um só monómio. Como exemplo, podemos reduzir −3𝑦²+4𝑧²−2𝑦+6𝑦²+7𝑧²+2𝑦 para
3𝑦²+11𝑧².
Multiplicação de monómios
Divisão de monómios
20
Assim, as estratégias de ensino consistem em um conjunto de decisões que os
professores tomam para abordar um determinado tema, partindo de um objectivo prévio, ou
seja, são as orientações geradas pelo professor no momento de realizar uma determinada tarefa.
As estratégias de ensino dão ao professor uma variedade de alternativas para planificar aulas de
diferentes formas, com a finalidade de fortalecer e fornecer aos estudantes possibilidades para
que alcance o objectivo previsto em qualquer tarefa proposta pelo professor. Desta forma, as
estratégias fortalecem o dia-a-dia do professor e são elementos importantes para melhorar e/ou
transformar a forma de abordar um tema específico.
Tarefas e Professores
O termo “tarefa” tem um amplo uso na literatura, de modo que se atribui diferentes
significados dependendo do contexto. Neste sentido, a palavra “tarefa” é usada de diferentes
maneiras (WATSON et al., 2013; MARGOLINAS, 2013), no qual o contexto é fundamental
para determinar a conceituação que será dada a este termo.
Para uma compreensão desta relação entre tarefas e professores, é necessário evidenciar
estudos que refletem algumas estratégias utilizadas pelos professores na implementação de
21
tarefas matemáticas. Embora, seja fundamental ter em conta que nem todas estratégias vão a
contribuir a um melhor desempenho do estudante dentro do desenvolvimento da tarefa. Assim,
pode-se dizer que a implementação de tarefas na sala de aula constitui um processo de grande
importância, posto que se acompanha de diferentes variáveis, tanto externas como internas, que
o professor deve ter em conta.
22
Ponte (2005) trata duas dimensões nas tarefas: a primeira é o grau de desafio matemático
e o segundo é o grau de estrutura. O grau de desafio matemático está ligado à percepção da
dificuldade de uma questão, constituindo uma dimensão usada para medir as questões que se
lhes propõem aos estudantes, tanto na sala de aula como nos momentos especiais de avaliação.
O grau de estrutura varia entre o extremo “aberto” e “fechado”. Assim, uma tarefa fechada é
aquela na qual é claramente dito o que é dado e o que é pedido e uma tarefa aberta é a que
comporta um grau de indeterminação significativo no que é dado, no que é pedido, ou em ambas
as coisas (PONTE, 2005).
A intersecção destas duas dimensões produz quatro quadrantes tal como se representa
na Figura 1, situando os seguintes tipos de tarefas:
25
Estudos diagnósticos: constituído por trabalhos que identificaram e analisaram as
dificuldades percebidas durante o processo ensino-aprendizagem de expressões
algébricas;
Análises de livros didáticos: constituído por análises de como estão sendo abordados
os conteúdos de expressões algébricas em livros didáticos;
Estudos experimentais: constituído por trabalhos que propõem e realizam atividades
para o ensino de expressões algébricas.
Existem vários autores que centraram os seus estudos sobre erros e as dificuldades dos
alunos na simplificação de expressões algébricas e na resolução de equações do 1.º grau (Booth,
1984, 1988; Kieran 1985, 1992; Kuchemann, 1981; MacGregor e Stacey, 1997; Socas,
Machado, Palarea & Hernandes, 1996; Lima & Tall, 2008; Vlassis, 2001).
Assim, este autor sublinhou que as dificuldades dos alunos na aprendizagem das funções
estão muito relacionadas com a ambiguidade intrínseca do simbolismo matemático, com o
contexto restrito no qual os símbolos são ensinados, bem como com o tipo limitado de tarefas,
e, ainda, com a própria interpretação que o aluno faz delas.
26
2.3 Enfoque Ontossemiótico (EOS) do conhecimento e da instrução Matemática
Baseados nos vários estudos realizados no EOS (D’Amore, Font & Godino, 2007; Font
& Contreras, 2008; Godino, Font, Wilhelmi & Castro, 2009), Font, Plana e Godino (2010)
apresentam um conjunto de noções teóricas que atualmente compõem o EOS, são classificadas
em cinco grupos, cada um dos quais permite analisar aspetos complementares dos processos de
ensino e aprendizagem da Matemática: sistema de prática; configurações de objetos e
processos; configuração didática; dimensão normativa; e idoneidade didática, como se
apresenta na seguinte figura:
27
Figura 2: Organização em níveis de análise do EOS (Font, Planas & Godino, 2010, p.92)
2.4 Utilização dos materiais didáticos para minimizar as dificuldades dos alunos
Por exemplo Thompson (1984) em suas investigações verificou que “existem razões
fortes para que as concepções dos professores (as suas crenças, visões e preferências) acerca da
Matemática e do seu ensino joguem um papel importante afectando a sua eficácia como
principais mediadores entre o conteúdo e os alunos” (p.105). A mesma autora afirma ainda que
“se os padrões de comportamento característicos dos professores são na verdade uma função
das suas visões, crenças e preferências acerca da disciplina, então qualquer tentativa para
28
melhorar o ensino da Matemática deve começar pela compreensão das concepções dos
professores e como elas estão relacionadas com as suas práctica” (p.106). Assim é pertinente
em primeiro lugar abordar as ideias sobre a Matemática, e em seguida as ideias que os
professores têm sobre a mesma através da descrição de alguns estudos.
Ponte (1992) descreve várias concepções acerca da Matemática, que na sua opinião são
as mais prevalecentes, argumentando que estas têm uma explicação histórica e foram
construídas num período em que dominava um ensino elitista. Uma das concepções da
Matemática consiste nesta em considerar o cálculo uma parte substancial da Matemática. Nesta
concepção a perspectiva do saber como procedimento é uma ideia dominante. De acordo com
Ponte (1992) esta concepção reduz a Matemática a um dos seus aspectos mais elementares, que
não requer capacidades especiais de raciocínio, já que os cálculos podem ser executados através
de instrumentos tais como calculadoras e computadores. Outra concepção mencionada por este
autor explica que a Matemática se baseia na demonstração de proposições a partir de sistemas
de axiomas. Associada a esta está a ideia da Matemática aliada ao rigor absoluto. A visão da
Matemática isenta de erros e dúvidas. Em suma, estas duas concepções convergem na visão da
Matemática como estrutura axiomática que se define pelo rigor das demonstrações. Por último
a ideia da Matemática direccionada apenas aos génios, isto é, nada pode ser feito na Matemática
a não ser por estes. Na realidade estas concepções apelam a uma visão da Matemática dominada
por um conjunto reduzido de pessoas, tornando-a numa ciência selectiva, fechada e fora do
alcance da maioria.
Shutz (1953) afirma que os professores tentam que o material didáctico se adapte às suas
rotinas lectivas e neste sentido tendem a ignorar os novos materiais de modo a não contrariarem
os seus estilos e manter a sua zona de conforto (citado em Gellert 2004).
29
em praça pública a fim de professar ideias que levassem seus discípulos à formação integral. A
tarefa de formar o homem para que este desenvolva a capacidade de exercer sua autonomia de
forma reflexiva e crítica, é o desafio que se põe concretamente aos homens que são responsáveis
pelos processos educativos e pela organização e efetivação das práticas educativas
desenvolvidas nas escolas desde o final do século XX e, atualmente, no século XXI. Sobre esse
aspecto vale refletirmos sobre o conceito de prática educativa na perspectiva de vários autores
abaixo arrolados.
É nessa direção que Libâneo (2009, p. 10) defende que o principal compromisso das
práticas educativas na actualidade deve ser o de reduzir a distância entre o conhecimento
científico e a cultura de base produzida no cotidiano das pessoas. Além disso, é também
compromisso de trabalho educativo “ajudar os alunos a tornarem-se sujeitos pensantes, capazes
de construir elementos categoriais de compreensão e apropriação da realidade”.
Dessa forma, as práticas educativas contribuem para que os alunos aprendam a olhar o
mundo de forma mutilada e superficial, tornando-se incapazes de compreender a realidade
como totalidade. Como consequência, formam-se pessoas incapazes de compreender as
relações que constituem o real, incapazes de compreender que todas as nossas ações estão
conectadas, pois a escola trata de apresentar aos alunos um saber particularizado, fragmentado,
subjetivo, relativo e parcial.
30
significa que, em vez de acumular o saber, o aluno aprenda por meio do exercício de análise e
síntese, a reconhecer as relações que constituem o real.
Para Zabala (1998), todos os meios que auxiliam os professores a responder aos
problemas concretos que surgem em qualquer momento da planificação, execução ou avaliação
das aprendizagens são materiais curriculares. Isto é, são "meios que ajudam a responder aos
problemas concretos que as diferentes fases do processo de planeamento, execução e avaliação
lhes apresentam" (p. 168). Por isso, a sua função ou intenção centra-se em finalidades como
"orientar, guiar, exemplificar, ilustrar, propor, divulgar" (p. 168). Segundo este autor, a noção
de ‘material curricular’ é bastante ampla porque inclui todos os materiais usados pelo professor,
tais como:
(…) Propostas para elaboração de projetos educativos e curriculares da
escola; propostas relativas ao ensino em determinadas áreas, ou em
determinados níveis, ciclos ou etapas; propostas para o ensino destinado
a alunos com necessidades educativas especiais; descrições de
experiências de inovação educativa; materiais para o desenvolvimento
de unidades didáticas; avaliações de experiências e dos próprios
materiais curriculares, etc. (Zabala, 1998, p. 168).
31
2.6 Planificação e implementação de estratégias didáticas nas aulas de matemática
32
CAPÍTULO III – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Na primeira parte deste capítulo apresenta-se o enquadramento e opções metodológicas
inerentes a este estudo, dando destaque à metodologia qualitativa. De seguida, apresenta-se a
justificação do método de investigação privilegiado, descrevem-se também nesta secção as
principais características dos participantes e apresentam-se as razões da escolha destes
participantes, descrevendo-se ainda as etapas realizadas durante a investigação, os instrumentos
de recolha de dados e a técnica de análise dos dados.
Acrescenta ainda Trivinos (1995) que, um estudo descritivo tem por objectivo aprofundar
a descrição de uma determinada realidade o denominado estudo de caso.
34
3.3 Participantes do estudo
A utilização dos vários instrumentos de recolha de dados tem como objectivo recolher
dados de fontes diversas e necessárias à investigação. Bogdan e Biklen (2006), salientam que
alguns estudos qualitativos se baseiam exclusivamente num tipo de dados (por exemplo:
transcrições de entrevistas), mas a maior parte dos estudos utiliza uma variedade maior de
fontes de dados. Embora se discutam diferentes tipos de dados separadamente, é importante
salientar que eles raramente se encontram isolados na pesquisa.
Seguindo os procedimentos sugeridos por Hill & Hill (2001) que consideram fundamental
a efectuar dois estudos preliminares: entrevista exploratória e pré-teste do questionário. Assim,
o processo de recolha de dados realizou-se em duas fases:
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1) Primeira fase (exploratória), em que se procedeu com a observação e assistência de
pelo menos cinco (5) aulas, seguidas de entrevistas exploratórias aos cinco (5)
professores para recolher dados pertinentes visando a construção do pré-
questionário o qual se mostrou útil ao aperfeiçoamento do instrumento de estudo;
2) Segunda fase (estudo) em que se elaborou como instrumento de pesquisa, o guião
de entrevista, e aplicou-se ao universo alvo do estudo.
Bogdan e Biklen (2006) referem que as notas de campo são o relato escrito daquilo que
o investigador ouve, vê, experiência e pensa no decurso da recolha, refletindo sobre os dados
de um estudo qualitativo.
Para esta pesquisa, a observação foi não participante, pois o pesquisador vivenciou a
realidade na sala de aulas sem se envolver nela. A concretização desta técnica foi por meio de
um guião de observação em que foram observados e registados os seguintes aspectos:
observação das estratégias didáticas na leccionação dos conteúdos e resolução de exercícios
Matemáticos, planos de aulas e metodologias usadas na transmissão dos conteúdos
matemáticos.
3.4.2 Entrevista
A análise de conteúdo é considerada, ainda nos nossos dias, “uma das técnicas mais
comuns na investigação empírica pelas diferentes ciências sociais e humanas” (Vala, 1986:101)
que permite, também, deduzir informações decorrentes do tratamento das entrevistas.
36
3.5 Método de tratamento de dados
Para o tratamento dos dados, o proponente trás os dados apurados de cada uma das
questões colocadas aos participantes e o que os autores debruçam em torno do fenómeno, e por
fim da sua visão em torno da questão. Assim poderá ser avaliada e considerada as hipóteses
traçadas para a definição deste trabalho.
Para avaliar as capacidades das respostas dos alunos empregamos uma mini - teste com
questões de adição algébrica de monómios, inicialmente categorizou-se o tipo de tarefas
apresentadas nos questionários de acordo com:
37
CAPÍTULO IV - APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
A análise de dados nesta investigação foi realizada tendo em conta as categorias
propostas do Godino et al. (2015) sobre o conteúdo algébrico e o conteúdo didático.
Os resultados obtidos indicam que pelo menos três professores utilizaram diferentes
estratégias mediante o desenvolvimento das tarefas. O propósito dos professores foi procurar
que o aluno conseguisse entender e resolver a tarefa. Neste sentido, as estratégias facilitaram a
resolução das tarefas como afirma o professor R. afirma:
Acho que a estratégia geral é aquela em que o professor faz que o aluno
perceba o que está estudando. Acredito que é importante que o
professor encontre analogias, comparações ou situações reais, as quais
o aluno saiba que aquelas coisas existem no cotidiano dele. Por isso, as
estratégias não são um receituário, elas vão mais além disso.
Questão 1: Procuramos entender sobre o que os alunos achavam das estratégias utilizadas pelos
seus professores nas suas aulas, de forma que os alunos possam compreender melhor e proceder
a resolução de problemas ligados as operações com monómios.
Questão 2: É um problema geométrico em que os estudantes devem usar conceito e efetuar
adição algébrica e produto de monómios. Com este problema pretendemos saber se
compreendem o significado das letras 𝑎 e 𝑏 no problema, se utilizam-se da linguagem algébrica
em suas estratégias de resolução. Nesta questão de manipulação algébrica onde os estudantes
devem aplicar a propriedade distributiva da multiplicação, os produtos notáveis e a
simplificação de expressões algébricas. O objetivo investigativo nesta questão é verificar se
percebem erros nas operações realizadas e aplica as regras de manipulação simbólica
corretamente.
38
CAPÍTULO V - DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Assim sendo pode-se dizer que os professores têm boa compreensão do que é essencial à
aprendizagem, que como afirma Piaget (1978) cabe sempre ao professor achar formas
diferenciadas de adentrar no universo da criança, buscando em sua metodologia ofertar tarefas
educativas. Para isso afirma o autor é necessário criar ambientes favoráveis, adequados, com
39
estruturas de fácil acesso e com atividades como, por exemplo, jogos lógicos, jogos de
movimentos como danças cuja estrutura é matemática.
40
CAPÍTULO VI - CONCLUSÕES E SUGESTÕES
6.1 Conclusão
Desse modo, este produto educacional visa contribuir de maneira efetiva para a
construção do processo de ensino e aprendizagem de expressões algébricas mais concretamente
em adição algébrica de monómios, uma vez que é um conteúdo em que os discentes do ensino
secundário demonstram dificuldades, e a utilização de estratégias didáticas aqui apresentadas,
pode contribuir para a minimização das dificuldades que os alunos enfrentam. Diante do
elucidado, pode-se afirmar que os professores estão consonantes com o que nos afirma Dante
(1996), quando destaca que o professor tem que estimular analisar, pensar e tirar conclusão para
que possa conhecer cada vez mais a matéria e adquirir conhecimento sobre seu aluno.
6.2 Sugestões
41
Referências Bibliográficas
43
Apêndice 1: Guião de perguntas para os alunos das ESGAM
44
ANEXOS
45