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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LICENCIATURA EM ENSINO BÁSICO, COM HABILITAÇÕES DE


SUPERVISÃO INSPECÇÃO E GESTÃO DAS ESCOLAS BÁSICAS

AIRASS JOAQUINA CANGAVAI

CAUSAS DA DESISTÊNCIA ESCOLAR DAS RAPARIGAS


NA 6ª E 7ª CLASSE: ESTUDO DO CASO - ESCOLA
PRIMÁRIA COMPLETA SAMORA MOISÉS MACHEL
DISTRITO DE DONDO - MAFAMBISSE 2021-2022

Beira

2022
AIRASS JOAQUINA CANGAVAI

CAUSAS DA DESISTÊNCIA ESCOLAR DAS RAPARIGAS NA 6ª E 7ª


CLASSE: ESTUDO DO CASO - ESCOLA PRIMÁRIA COMPLETA
SAMORA MOISÉS MACHEL DISTRITO DE DONDO - MAFAMBISSE
2021-2022

Projecto de pesquisa apresentada ao curso


de Licenciatura em Ensino Básico,
Faculdade de educação, com requisito para
a aprovação de Monografia.

Supervisor:

Beira

2022
Índice
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................1

1.1. Justificativa...................................................................................................................2

1.2. Problematização...........................................................................................................2

1.3. Relevância da pesquisa.................................................................................................3

1.4. Objectivos.....................................................................................................................3

1.5. Hipótese........................................................................................................................4

1.6. Delimitação do tema.....................................................................................................4

2. REVISÃO DA LITERATURA...........................................................................................5

2.1. Quadro teórico: Teoria das necessidades de Maslow...................................................5

2.2. Quadro conceptual........................................................................................................6

2.2.1. Escola....................................................................................................................6

2.2.2. Desistência escolar................................................................................................6

2.3. Principais causas de desistência escolar da rapariga....................................................7

2.3.1. Causas culturais....................................................................................................7

2.3.2. Causas económicos...............................................................................................8

2.3.3. Causas Sociais.......................................................................................................9

2.3.4. Causas familiares..................................................................................................9

2.3.5. Causas internas à escola......................................................................................10

2.4. Acções levadas a cabo param retenção e conclusão da rapariga na escola................11

3. METODOLOGIA DE PESQUISA...................................................................................13

3.1. Tipo de Pesquisa.........................................................................................................13

3.2. Natureza do Estudo....................................................................................................13

3.3. Quanto aos procedimentos.........................................................................................14

3.4. Técnica de recolha de dados.......................................................................................14

3.4.1. Pesquisa Documental..........................................................................................14


1

3.4.2. Entrevista............................................................................................................14

3.4.3. Questionário........................................................................................................15

3.5. População e amostra...................................................................................................15

3.6. Cronograma de Actividade.........................................................................................16

4. Referencias Bibliogafias....................................................................................................17
2

CAPITULO I

1. INTRODUÇÃO
As causas da desistência escolar das raparigas é uma verdade no país e compõem uma enorme
inquietação para as sectores educacionais, pais e encarregados de educação.

A UNESCO1, refere que 67 milhões de crianças estavam fora da escola em 2008, e das quais
mais de um terço viviam em países de renda baixa como é o caso de Moçambique.
(UNESCO, 2011). Neste cenário as raparigas enfrentam muitas barreiras para a conclusão da
escolaridade em Moçambique, das quais as principais encontram-se ligadas aos papéis do
género tais como tarefas domésticas, tomar conta dos irmãos; pobreza, incapacidade dos pais
pagarem as propinas escolares, necessidade de trabalhar no campo; gravidez e casamento
prematuro; e assédio sexual (Actionaid, 2013).

PARPA2 (2008-2012), por sua vez prevê uma atenção especial a rapariga em assegurar o
acesso a escola e a manutenção desta dentro do sistema educacional através da sensibilização
dos pais e encarregados de educação e a comunidade educativa sobre os benefícios da escola.

Entende-se deste modo que a desistência escolar constitui realidade em Moçambique e as


raparigas têm apresentado números elevados de abandono, facto ligado a vários factores desde
género, integração escolar, e insucesso na escola. Neste contexto, o presente trabalho tem
como o tema: causas da desistência escolar das raparigas na 6ª e 7ª classe: estudo do caso -
escola primária completa Samora Moisés Machel distrito de Dondo - Mafambisse 2021-2022,
este tem como objecto do estudo compreender as causas de desistência escolar das raparigada
da 6ª e 7ª classe na EPC, Samora Moisés Machel.

Estruturalmente, o presente projecto está organizado em 3 capítulos, isto é, a começar com a


parte introdutória, onde estão patentes a introdução, justificativa problematização, objectivos.
Já no segundo capitulo esta a revisão da literatura, onde estão patentes os conceitos dos
autores que sustentam o conteúdo abordado no trabalho. E por fim no capítulo três, apresenta-
se a metodologia que ira se usar para a elaboração do trabalho, os resultados esperados,
cronograma de estudo e por fim as referências bibliográficas.

1
Organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura
2
O Plano de Acção e Redução da Pobreza Absoluta
3

1.1. Justificativa
O principal motivo que levou a escolha deste tema reside no facto da pesquisadora ter
constatado a existência de grande número de raparigas fora do Sistema do ensino e sem
nenhum poder no seio familiar e na sociedade, acção esta que advém de vários factores como
sócio – culturais, descriminação, crenças significando a violação dos seus direitos.

Por outro lado, a oferta de uma educação de qualidade para todos constitui estratégia para o
desenvolvimento do país e por conseguinte a redução da pobreza. A retenção das raparigas no
Sistema de Educação até a conclusão do ensino primário obrigatório que é pasmada pela Lei
18/2018 e a progressão para o nível seguinte é o principal desafio para as autoridades de
educação em Moçambique.

É também nesta perspectiva que a autora escolheu estudar a problemática de desistência das
raparigas na EPC de Mafambisse dada a necessidade de promoção da igualdade e equidade de
oportunidade no acesso a educação. Como futura especialista em ensino básico neste estudo
pretendo trazer medidas concretas que visam criar um ambiente escolar sensível ao género,
através da identificação e definição das modalidades de organização do processo educativo,
sensibilização da sociedade para a redução da carga de trabalho doméstico da rapariga.

1.2. Problematização
De entre vários problemas que existem no sector da educação, a desistência escolar da
rapariga é um dos que mais se verifica, fenómeno que se apresenta em diversas vertentes
desde o fraco acesso da rapariga à escola e a redução significativa do número de raparigas na
escola.

Como relata da UNESCO (2019) em Moçambique tem-se verificado avanços em nível de


ingresso na escola primária sobre tudo as raparigas, mas continua o desafio de retenção dos
mesmos anualmente, pois 350.000 desistiram as escolas. Por outro lado, dados do jornal o
país 2019 revelam que perto de três mil raparigas, particularmente as de zonas rurais
desistiram os estudos em 2018 totalizando no geral em 500 mil que desistiram mesmo ano,
situação que tem preocupado o sector da educação.

A partir das informações acima referenciadas, tudo leva a crer que a problemática da
dissidência escolar das raparigas é frequente nas escolas moçambicanas, principalmente as
situadas nas zonas rurais. Sendo a Escola Primaria Completa Samora Moisés Machel
localizada na Zona Rural, também enfrenta problemas da desistência escolar.
4

Através de um pequeno estudo feito pela autora ao longo das práticas pedagógicas na EPC
Samora Moisés Machel, detectou-se que a desistência escolar se verifica com maior vigor na
6ª e 7ª classes, em 2019 a escola matriculou na 6ª e 7ª classes 105 raparigas e 26 alunas
desistiram a escola, em 2020 matriculou 109 raparigas, 14 alunas desistiram a escola e em
2021 matriculou 95 raparigas e 7 raparigas desistiram a escola.

Portanto esta é uma realidade que tem preocupado o sector da educação e diante deste
cenário, surge a seguinte pergunta de partida:

Quais são as causas da desistência escolar das raparigada da 6ª e 7ª classe na Escola


Primaria Completa Samora Moisés Machel?

1.3. Relevância da pesquisa


Num âmbito social, espera-se com este estudo contribuir no contexto social, para alertar os
pais e encarregados de educação e sociedade no geral sobre as verdadeiras causas da
desistência escolar da rapariga no ensino primário e as medidas para minimizar o fenómeno.

No âmbito académico os resultados poderão servir de estratégias a serem aplicados pelas


escolas que enfrentam a desistência escolar por parte dos alunos em geral e irá ajudar nas
reflexões sobre o assunto suscitando as resoluções atinentes ao problema em estudo.

Também chamará atenção aos governos sobre novas medidas que possam ser tomadas com
vista a reduzir os índices de desistência escolar da rapariga e proporcionará um esforço e um
olhar de desafio ao priorizar políticas educativas. Poderá permitir que a comunidade, pais e
encarregados de educação possam dar assistência a criança no que diz respeito a educação da
rapariga e dessa forma ela poderá estar engajada no ensino escolar pois a família é o principal
impulsionador e motivador na superação da desistência escolar da rapariga.

1.4. Objectivos
Objectivos Gerais

a) Compreender as causas de desistência escolar das raparigada da 6ª e 7ª classe na EPC,


Samora Moisés Machel.

Objectivos Específicos:

a) Identificar as causas de desistência escolar das raparigada da 6ª e 7ª classe na EPC,


Samora Moisés Machel;
5

b) Descrever as causas de desistência escolar das raparigada da 6ª e 7ª classe na EPC,


Samora Moisés Machel;
c) Sugerir acções estrategicos para a e redução do índice da desistência escolar das
raparigada da 6ª e 7ª classe na EPC, Samora Moisés Machel.

1.5. Hipótese
a) Hipótese primária

É possível que a gravidez precoce possa levar a desistência escolar das raparigada da 6ª e 7ª
classe na EPC, Samora Moisés Machel, por motivos de sintomas típicos da gravidez,
vergonha, preconceito, pressão familiar, escolar principalmente por parte dos amigos.

b) Hipótese Secundaria

É provável que o fraco conhecimento da comunidade sobre a importância da escola leve a


desistência escolar das raparigada da 6ª e 7ª classe na EPC, Samora Moisés Machel.

1.6. Delimitação do tema


O tema em estudo, cujo objectivo principal é “ Compreender as causas da desistência escolar
das Rapariga da 6ª e 7ª classe na Escola Primária Completa Samora Moisés Machel Província
de Sofala 2021-2022” em termos de delimitação espacial e temporal escolheu-se o distrito de
dondo posto administrativo de Mafambisse, cujo período de investigação irá compreender no
ano 2021 a 2022. A opção pela escolha do local explicasse sobretudo por ser o local onde o
autor teve uma oportunidade em participar em algumas pesquisas de campo e por conhecer a
realidade da comunidade deste local. Optou-se por 2021 a 2022 por ser o marco cronológico
que poderá situar-se o trabalho no tempo, visto que, qualquer trabalho científico deve ser
situado no período do tempo específico. Resalta-se tambem que esta pesquisa fundamenta-se
a partir da teoria das necessidades de Maslow.
6

CAPITULO II

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Quadro teórico: Teoria das necessidades de Maslow


Está teoria foi exposta por Abraham Maslow na metade do século XX, como consequência
dos suas pesquisas sobre a conduta/comportamento humana explica o que motiva os
indivíduos a partir das necessidades humanas em um dado contexto, que cumprem uma
hierarquia, onde para a satisfação do topo o individuo precisa satisfazer primeiro as
necessidades básicas, (Texeira, 2005, como citado em Nawoque, 2019):
a) Necessidades fisiológicas: referem-se a alimentação, abrigo, repouso, ar, etc.
b) Necessidades de segurança: dizem respeito a protecção contra perigo ou privação, ou
seja, contra violência, a doença, a guerra, a pobreza, etc.
c) Necessidades sociais: tem a ver com a afeição, a inclusão nos grupos, a aceitação e
aprovação pelos outros;
d) Necessidade de estima: englobam a reputação, o reconhecimento, auto-respeito,
admiração;
e) Necessidades de auto realização: referem-se á realização do potencial de cada
indivíduo, a utilização plena dos seus talentos.
De acordo com o autor acima, esta teoria contribui para o processo de ensino e aprendizagem
a medida que explica a relevância do ciclo motivacional, pois quando este não existe no
ambiente escolar, causa desde comportamento ilógico até passividade e não colaboração por
parte do aluno. A teoria de Maslow por enfatizar que o aluno tem a capacidade de aprender
tendo como base as suas necessidades pois vê no aluno potencialidades que o levam a
aprender sem no entanto estar sujeito a conteúdos e condições de aprendizagem que não
resolvem seus problemas e os da sua comunidade. Neste sentido, o fenómeno de desistência
da rapariga pode ter esclarecimento pois a rapariga não encontra motivação para aprender
preferindo por desistir a escola.

De acordo com Macia, (2021) aluno precisa de ter as necessidades fisiológicas satisfeitas
plenamente para que consiga entender as aulas, a necessidade de estima é relevante pois o
sucesso e o insucesso do aluno depende muito de como ele se sente na sala de aula e na
escola. Através das necessidades sociais, o aluno sente-se integrado num certo grupo oque
motiva ainda mais a sua vontade de ir a escola.
7

2.2. Quadro conceptual


Para compreender o assunto aqui discutido importa esclarecer o significado e sentido de
alguns termos que serão usados ao longo desta pesquisa. Entre outros importa definir os
seguintes: Escola e desistência escolar.

2.2.1. Escola
Segundo (Diogo, 1998 como citado em Macia 2021), escola é um veículo de modificação
social e económico, podendo a criação de ensino, em companhia com as famílias e outros
agentes comunitários desencadearem movimentos sociais que contrariem os constrangimentos
impostos pelas forças produtoras.

Lima (2003) define escola como uma organização complexa composta de relações formais e
informais entre membros docentes e entre estudantes. Constituem um sistema social diverso e
complexo com um conjunto de partes interdependentes.

2.2.2. Desistência escolar


Etimologicamente, a palavra desistência vem do latim, o que significa “malogro, mau êxito,
falta de sucesso que se desejava” ou ainda desastre, fracasso. O termo desistência ou fracasso
é habitualmente referenciado por analogia ao termo abandono que advêm do latim, o qual
assume, entre outros, os seguintes significados “ o mau êxito, perda, malogro” (Nawoque,
2019). Portanto, no decorrer do trabalho termos como desistência, abandono ou fracassos são
considerados similares.

Benavente (1976, como citado em Nawoque, 2019), a partir de diferentes estudos, reuniu para
esta designação vários termos particularmente, abandono, desperdício, desadaptação,
desinteresse, desmotivação fracasso. Face a esta terminologia pode-se afirmar que o termo
desistência escolar refere-se ao abandono da escola pelos alunos sem atingirem a meta
desejada, pois a desistência leva as reprovações, repetências e mau rendimento escolar,
originando o insucesso escolar.

O mesmo autor refere que a questão de desistência escolar pressupõe a coexistência de


inúmeros factores que incluem as políticas educativas, as questões de aprendizagem, aos
conteúdos e mesmo a relação pedagógica que se estabelece. Contudo dá ênfase aos problemas
que os alunos não conseguem resolver, nomeadamente:

a) Entre a escola e a realidade em que vivem;


8

b) Entre as aprendizagens exigidas pela escola e as da família e do meio social;


c) Entre as aspirações, normas e valores da família e as exigências da escola;

Marchesi e Perez (2014) defendem que o termo de desistência escolar é ainda mais discutível
por enquanto encerra algumas ideias: em primeiro lugar, a ideia de que o aluno “fracassado”
não progrediu praticamente nada em âmbito dos seus conhecimentos escolares, nem a nível
pessoal e social, o que não corresponde em absoluto a realidade. Em segundo lugar, porque o
termo “fracasso” oferece uma imagem negativa do aluno ao mesmo tempo que centra neste,
toda a responsabilidade do insucesso escolar, esquecendo a responsabilidade de outros
agentes e instituições como condições sociais, a família, o sistema educativo ou a própria
escola”. Depois de discutido a terminologia da desistência escolar, os autores acima encaram
o presente termo de forma unânime ao considera-lo como sendo um acto de deixar ou
abandonar os estudos ou a escola antes do término do período/ciclo, sem atingir os objectivos
pretendidos.

2.3. Principais causas de desistência escolar da rapariga


De acordo com (CMI-Chr Michelsen Institute Tvdten et all, 2009 como citado em Macia
2021) o relatório das acções do governo moçambicano no sector da educação tem tido um
impacto positivo nos níveis de frequência escolar porém ainda há diferenças no que diz
respeito a evasão ou desistência escolar das raparigas.

Diz (Monteiro, 2015 como citado em Macia 2021) que há já alguns anos que inúmeros
investigadores também têm vindo a dedicar-se ao estudo sobre a desistência escolar,
procurando perceber quem são estas crianças, adolescentes e jovens que desistem
precocemente a escola, que razões as levam a tomar esta decisão e que consequências têm, a
nível individual, social e económico. Contudo, abaixo são alistados as principais causas ou
factores que motivam a ocorrência de desistência escolar das raparigada.

2.3.1. Causas culturais


Abordando em torno destes factores, estudos da UNICEF (2016), e Sitoe (2017),
testemunham que em Moçambique se registam mais casamentos precoces nas zonas rurais do
que nas urbanas. Este facto pode estar relacionado as políticas de combate a essa prática
traçada pelo governo moçambicano talvez não estejam sendo divulgadas com a mesma
frequência nas regiões rurais.
9

No que concerne aos factores socioculturais (ritos de iniciação). Pinto (2017, p. 23) ressalta
que “os ritos de iniciação são uma prática que predominam onde a escola se localiza e
constituem “o conjunto de certos comportamentos individuais ou colectivos com carácter
repetitivo e forte carga simbólica para os intervenientes e testemunhas”. As comunidades
moçambicanas praticantes dessa tradição entendem esse acto como passagem da fase da
criança para a fase adulta. Seus esposos são arranjados pelos seus próprios pais ou pessoas
que cuidam delas, são desprovidas de liberdade de recusar a desistência escolar da rapariga
motivado por casamento prematuro e consequentemente da liberdade de expressão prevista na
Constituição da República de Moçambique de 2004.

Ainda no mesmo estudo observa-se que a orfandade é um dos determinantes que deixa a
rapariga vulnerável aos casamentos prematuros em Moçambique, pois elas enfrentam muitas
dificuldades para cuidar dos seus irmãos menores após o falecimento dos seus progenitores,
pior ainda quando os seus pais morrem em casas alugadas, porque as crianças ficam sem
abrigo, optam em casar com alguém para ajudar nas despesas (UNICEF3, 2016).

2.3.2. Causas económicos


A pobreza constitui o principal determinante no que diz respeito a questões económicas em
Moçambique o que por sua vez propicia a ocorrência de casamentos prematuros. Alguns pais
apoiam-se na ideia de suas filhas menores deixarem de frequentar o ensino primário
obrigatório, para se casarem geralmente com um adulto na expectativa de obter um
rendimento para sua família, significa ter alguém que aliviará as suas despesas e elas deixam
de ir a escola para assumir os seus papéis sociais de esposas (Sitoe, 2017).

Sitoe (2017) ainda explica que o facto de os pais ou encarregados de educação quando
aceitam o casamento prematuro, ficam na espectativa de lograr diminuir o afectivo em casa e
amortizar os encargos da família, muitas vezes isso não é o que acontece ao invés de reduzir
as despesas aumentam, uma vez que tais casamentos geralmente culminam com gravidez
precoce e o autor foge das suas responsabilidades sentindo-se preso na armadilha da pobreza,
abandonando a mãe adolescente com o filho menor.

Quando aborda-se sobre a desistência escolar das raparigas, inevitavelmente surgem várias
questões ligadas à problemática, como as desigualdades sociais e a exclusão escolar diz
(Monteiro, 2009, como citado em Macia 2021). O autor ainda acresce que são os alunos das

3
Fundo das Nações Unidas para Infância
10

camadas menos favorecidas económica, social e culturalmente que engrossam as estatísticas


da repetência e da desistência escolar.

Desta forma entende-se que o Nunes em sua explanação fortalece a ideia de existência de
desigualdades sociais na escola consideradas por Monteiro, pois, quase que sempre a pobreza
ou os que têm pouco poder financeiro são os que estão associados ao fracasso escolar ou
desistência escolar. Mas não é bem assim, pois, não são apenas os alunos menos
desfavorecidos que engrossam as estatísticas da desistência escolar, há em jogo várias
componentes internas ao aluno como seu interesse pela escola, o acompanhamento de seus
estudos por parte dos pais, e.t.c.

2.3.3. Causas Sociais


A outra causa da desistência escolar das raparigas segundo Macia, (2019), está relacionada
com a não introdução do Ensino Bilíngue, os estudantes com conhecimento limitado da língua
portuguesa encontram-se muitas vezes em risco de fracasso educativo devido aos desafios que
enfrentam na sala de aulas, particularmente quando não são disponibilizados prontamente
programas bilíngues e o Português como segunda língua.

O autor acima acresce ainda que, outro factor que influi na forma particular na desistência
escolar das raparigas é o assédio ou abuso sexual protagonizado não só pelos professores, mas
também pelos colegas, os pais encarregados de educação não vêm a escola como um lugar
seguro do qual as suas filhas possam passar a maior parte do dia. A falta de professoras no
ensino primário, sobretudo nas zonas rurais faz com que as raparigas não vejam o que possam
ganhar com a escola. Observa-se ainda, que por falta de escolas próximas as raparigas são
obrigadas a percorrer grandes distancias para a escola, essa situação é apontada como um dos
factores impulsionadores da desistência escolar. Por exemplo, o ensino primário vai até 7ª
classe depois de concluir este nível e para dar continuidade, os alunos são obrigados a
percorrerem grandes distâncias em muitos casos os pais e encarregados de educação não
possuem condições para suportar o ensino das suas filhas. Este problema afecta a presença
regular nas aulas Macia, (2019).

2.3.4. Causas familiares


Relativamente aos factores familiares Brandão (1983), na sua pesquisa sobre abandono
escolar aponta a família como sendo determinante do fracasso escolar da criança, seja por não
acompanhar as actividades escolares da criança ou pelas condições de vida que a família
oferece a criança.
11

Para Lopez & Menezes, (2002) acrescentam apontando outras características familiares que
são influentes no contexto da desistência escolar, tais como o tamanho e tipo de família,
existência de outra evasão no seio da família, educação da família a nível sócio- económico
dos pais, Jonosz, (1997, como citado em Macia 2021) completa que os pais mais permissivos
com pouca ambição educacional também são factores importantes para a desistência escolar
das raparigas.

Por outro lado, Segundo Castel (2000, como citado em Macia 2021) refere que a família, é um
elemento decisivo da protecção pessoal próxima e de criar um espaço e valores comuns
baseados numa condição de partilha. Por outro lado, o autor explica que o facto de a
instituição familiar se encontrar em profunda reorganização aumenta a vulnerabilidade nas
relações sociais e apresenta-nos jovens sem trajectórias futuras, com uma má relação com o
trabalho (empregos casuais e desempregos) e um envolvimento numa família sem nada a
transmitir para uma trajectória de integração.

Tudo isto caracteriza e edifica a identidade dos jovens: baixo desempenho escolar, falta de
habilitações ocupacionais, sensação de ser um estranho às instituições socioculturais,
sindicatos e instituições políticas locais, conflito permanente com os representantes da lei e da
ordem. Assim para este autor cabe a família garantir os cuidados, afectos e valores adequados,
assim como normas de conduta que em conjunto permitirão ao aluno atingir prestações mais
elevadas.

2.3.5. Causas internas à escola


(Cunha, 1997 como citado em Nawoque, 2019), afirmam que a responsabilidade da
desistência recai sobre a criança e seu fracasso, mas que de facto a responsabilidade é da
escola. (Fukui, 1983 como citado em Nawoque, 2019), acrescenta ainda que os fenómenos
desistência e repetência estão longe de serem fruto de características individuais dos alunos e
suas famílias, mas reflictamos como a escola recebe e exerce acção sobre os membros destes
diferentes segmentos da sociedade.

Vários estudos defendem que a escola “fabrica” o fracasso escolar de muitas das suas crianças
e jovens, afirmando assim que a perda de valores atribuída a assistência e permanência num
estabelecimento de ensino, também está relacionado com o que acontece dentro dela. Não
somente as crianças e jovens que pelo seu desenvolvimento pessoal perdem o interesse pela
escola mas também de alguma forma são expulsos dela, (Rumberger 1961, Nawoque, 2019).
12

Na mesma perspectiva Benavante (1994, p. 34), afirmam que “apesar da existência das causas
múltiplas, não devemos desviar atenção daquela que frequentemente é apontada como sendo
uma das principais razões: os alunos que abandonaram a escola foram por ela
antecipadamente abandonados”.

(Sil, 2004 como citado em Nawoque, 2019), acrescentam ainda que uma das explicações para
a problemática das desistências escolares é a própria escola, e os mecanismos que operam
nela, o seu funcionamento e organização, onde a necessidade de diversidade e diferenciação
pedagógica é sublinhada pela teoria sócio institucional que evidencia o carácter da escola na
produção da desistência escolar do aluno.

Segundo (Vaz, 1994 como citado em Nawoque, 2019 p. 24), a escola produz:

A violência em seu quotidiano; uma violência subtil e invisível, ou violência


simbólica, que se esconde também sob o nome de abandono, pode ser
inconscientemente promovida pelos próprios educadores, através de regulamentos
opressivos, currículos e sistemas de avaliação inadequados a realidade onde esta
inserida a escola, medidas e posturas que estigmatizam e descriminam e afastam os
alunos.

Lopez e Menezes (2002), afirmam que as reprovações sucessivas têm peso significativo na
decisão de continuar ou não os estudos, pois geralmente a repetência é seguida pelo abandono
escolar. Segundo o autor acima, sejam quais forem as razões, a repetência e a reprovação
constituem o primeiro passo em direcção a evasão escolar.

2.4. Acções levadas a cabo param retenção e conclusão da rapariga na escola


A desistência escolar da rapariga tem um grande impacto no capital humano, pois afecta
negativamente a vida desses indivíduos atingindo todas as esferas. É um problema grave para
a sociedade no seu todo e para a escola em particular e considera – se por isso importante em
alicerçar estratégias que possam minimizar este fenómeno.

De acordo com Lemmer (2006, p. 84), apoia a noção de que os programas bem-sucedidos
podem reduzir as taxas da desistência escolar das raparigas, desde que incluam sete
componentes:

a) Identificação e intervenção atempada;


b) Atenção individualizada intensiva;
13

c) Treino em competências pessoais e sociais que poderia incluir acções sobre auto-
estima, lidar com o stress, auto-responsabilização e relacionamento com os outros;
d) Atenção à formação que inclui assistência especifica a determinadas matérias, bem
como questões como competências de resolução de problemas e tomadas de decisão;
e) Envolvimento dos pares onde os jovens em risco aprendem a ensinar actividades de
auto-estima, por exemplo, a estudantes mais novos;
f) Envolvimento dos pais onde são dadas oportunidade para pais e filhos comunicarem e
os pais aprendem técnicas de vida e formas que lhes permitam apoiar os seus filhos;
g) Ligação ao mundo do trabalho.

Nas zonas rurais, por exemplo, onde os pais se ocupam com actividades agro-pecuárias e têm
somente as suas filhas para ajudá-los é difícil de ver cumprir. Todavia, se houvesse
possibilidade de aplicar seria uma valia para a redução de abandono escolar.

Para o combate ao abandono escolar, o Fórum da Sociedade Civil para os Direitos da Criança
(ROSC 2017, como citado em Macia 2021), defende que as raparigas devem ser habilitadas
de informação para se auxiliarem e lutarem pelos seus direitos. Estas acções com o propósito
de ajuda-la devem ser realizadas: nas escolas, comunidade, igrejas de modo que as raparigas
tenham plena consciência de seus direitos, assim como assimilar os mesmos e que saibam
como agir diante a violência desses direitos. De igual modo, devem-se munir os pais e
encarregados de educação de modo a perceberem e mandarem seus filhos a escola. Os
professores por sua vez devem ser agentes de acompanhamento e retenção da rapariga na
escola.
14

CAPITULO III

3. METODOLOGIA DE PESQUISA
A metodologia deve ajudar a explicar não apenas os produtos da investigação científica, mas
especialmente seu próprio processo, pois suas instâncias não são de submissão estrita a
procedimentos rígidos, mas antes da fecundidade na produção dos resultados (Bruyne, 1999).
Assim, neste ponto do trabalho são descritas as tipologias da pesquisa, os instrumentos que
serão usados no processo de recolha de dados, o universo e amostra da pesquisa e as técnicas
de análise de dados que serão obtido após a recolha dos dados no campo.

3.1. Tipo de Pesquisa


Do ponto de vista epistemológico, nenhuma das duas abordagens (qualitativa/ quantitativa) é
mais científica do que a outra, mas o que determina a eficácia do método é a utilização de
todos os métodos e técnicas que cada abordagem oferece. No entanto, “se a relação entre
quantitativo e qualitativo, entre objectividade e subjectividade não se reduz a um continuum
(Lakatos e Marconi, 2003).
A escolha deste tipo de pesquisa deve-se ao facto de ser um estudo complexo e de carácter
social, pois a sua análise tende quantificação e a qualificação. Assim, a pesquisa ira
interpretador a realidade através da descrição detalhada de fenómenos, comportamentos,
citações directas de pessoas, transcrições de entrevista e discursos, atendendo que este tipo de
pesquisa assume uma realidade subjectiva, socialmente construída e que também utiliza os
próprios dados para propor e resolver as questões de pesquisa.

3.2. Natureza do Estudo


Quanto a natureza, pretende-se empregar uma pesquisa de tipo descritiva. De acordo com
(Lakatos e Marconi, 2003). Descritiva porque preocupa-se em analisar e registar
características de uma determinada população ou fenómeno. Tendo em conta ao tema e o
objectivo Geral apresentado nesta pesquisa, Gil (1999:43), consiste em “ obter informações e
abordagem aprofundada sobre a necessidade de orientação nas escolas”.

Esta pesquisa é importante porque ira buscar uma visão ampla, tornando necessário varias
informações permitindo que outro aspecto de problema possa ser alcançado mediante os
outros procedimentos.
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3.3. Quanto aos procedimentos

A pesquisa em destaque é estudo de campo. Em conformidade com Marconi & Lakatos


(2003), a pesquisa de campo é aquela utilizada com o objectivo de conseguir informações
e/ou conhecimentos acerca de um problema para o qual se procura uma resposta, ou de uma
hipótese que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir fenómenos ou as relações entre eles.
Neste estudo as informações serão recolhidas por meio de entrevistas aos professores, pais ou
encarregados de educação e alunos da EPC Samora Moisés Machel.

3.4. Técnica de recolha de dados

Nesta fase pretende- se apresentar as técnicas ou instrumentos que serão empregues no campo
de estudo para recolha de dados, salientar que estas técnicas irão possibilitar a realização
completa desta pesquisa.

3.4.1. Pesquisa Documental

Análise documental consiste num intenso e amplo exame de diversos materiais que ainda não
sofreram nenhum trabalho de análise, ou que podem ser reexaminados, buscando-se outras
interpretações ou informações complementares, chamados de documentos. (Caulley 1986
como citado em Marconi & Lakatos 2003) acrescenta que “A análise documental busca
identificar informações factuais nos documentos a partir de questões e hipóteses de interesse”
(p. 38).

Portanto, espera-se através desta técnica trazer dados referentes à descrição da escola, o
número total de alunos que abandonaram a escola a partir de 2020 até 2021, recorrendo-se às
pautas dos anos em menção. Consultara-se, também, os possíveis documentos ou estratégias
desenhadas pela escola para reduzir a desistência escolar, respondendo assim ao terceiro
objectivo específico.

3.4.2. Entrevista

Segundo Marconi & Lakatos, (2003) a entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de
que uma delas obtenha informações sobre determinado assunto, mediante uma conversação.

Trata-se de procedimento utilizado na investigação social, colecta de dados, para ajudar no


diagnóstico ou no tratamento de um problema social. Sendo que é um instrumento importante
de trabalho em vários campos das ciências ou de outros sectores de actividades.
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Com base nos autores acima, pretende-se empegar a entrevista semi - estruturada para a
colecta de dados. Esta técnica permitira o contacto directo com os participantes da pesquisa ao
dirigir-se a estes através de um guião de entrevista permitindo que se expressem abertamente
e de forma livre em relação aos aspectos colocados.

3.4.3. Questionário

Para o alcance dos objectivos definidos nesta pesquisa ira também optara-se no uso de
instrumento de colecta de dados que será construído por uma série de ordenada de perguntas
que serão respondidas por escrito e sem a presença do pesquisador, embora não monstra
bastante seguro porque uma vez feito na ausência do entrevistador, ele pode ser respondido
por indivíduos alheios a área de estudo.

Segundo Lakatos & Marconi (2003, p. 196), “o questionário é uma técnica de investigação
composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às
pessoas tendo por objectivos o conhecimento de opiniões, crenças sentimentos, interesses,
expectativas e situações vivenciadas”. Neste propósito a pesquisadora deste estudo pretende
colectar várias informações que permitissem conhecer o nível dos que serão questionados
quanto a desistência escolar da rapariga, para a posterior fazer o cruzamento da informação
entre a análise documental e da entrevista.

3.5. População e amostra


População como se refere Markoni e Lakatos (2003, p. 54) “são seres, que se podem
apresentar como seres animados ou inanimados, que apresentam pelo menos uma
característica em comum”.
Como população para o presente estudo, serão alunos, professores, membros da direcção e
pais ou encarregados de educação da Escola Primária Completa Samora Moisés Machel.
Sendo uma população a qual não conhece-se a sua dimensão numérica e difícil de nos
achegarmos, pautamos pelo uso da amostragem não probabilística. De acordo com Marconi e
Lakatos (2003), a amostra não-probabilística não fazendo uso de forma aleatória de selecção,
não pode ser objecto de certos tipos de tratamento estatístico, o que diminui a possibilidade de
inferir para todos os resultados obtidos para a amostra.

Deste modo, o estudo pretende ter uma amostra de 50 elementos que serão escolhidos
aleatoriamente, dos quais 2 representantes a corpo da direcção (Director da Escola e directora
adjunta), 2 líderes comunitários, e 6 pais encarregados de educação, estes serão administrados
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a entrevistas. A classe de professores e professoras num número de (10) e (30) alunas que
serão administrados os questionários. A razão da escolha deste número representativo para a
amostra deve-se ao facto de terem as características ideias para o caso em estudo e a
participação dos membros da comunidade insere-se no âmbito da gestão participativa, pois a
escola não trabalha isoladamente.

3.6. Cronograma de Actividade


Actividades Novembro Dezembro Janeiro
I II III IV I II III IV I II II IV
Montagem do projecto
Pesquisa Bibliográfica
Elaboração do Projecto
Entrega do Projecto
Elaboração da Monografia
Revisão do Texto
Colecta dos dados
Defesa da Monografia
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4. Referencias Bibliogafias

Benavente, A. (1994). Renunciar à escola: o abandono escolar no ensino básico. Lisboa: Fim
de Século Edições.

Brandão, Z. (1983). O estado da arte da pesquisa sobre a evasão e repetência no ensino do 1º


grau no Brasil. In Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, v. 64, n 147agosto.

Gil, A. C. (1999). Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo, Brasil: Atlas.

Lemmer, E. (2005). Educação contemporânea: questões e tendências globais. Maputo.


Textos Editores.

Lima, L. (2003). A escola como organização educativa: uma abordagem sociológica. Porto.
Cortez Editora.

Macia, C. (2021). Análise das causas do abandono escolar da rapariga na escola primária
completa de manzir província de gaza-macia 2017-2019. Maputo: UEM.

Marchesi, A. Perez, D. (2014). O que será de nós, os maus alunos. Porto Alegre. Artned

Marconi, M.A. & Lakatos, E. M. (2003). Técnicas de pesquisa (5ª ed). São Paulo, Editora
Atlas.

Nawoque, O. (2019). Causas da desistência da rapariga nas escolas do ensino básico, caso
da escola primária completa de nampuro, distrito de malema, 2017-2018. Nampula:
Universidade Pedagógica.

Pinto S.M.X.(2017). Casamentos prematuros no contexto dos ritos de iniciação femininos,


praticados pela etnia macua: Olhares dos finalistas do curso de licenciatura em serviço
social. Universidade Aberta, Lisboa, Portugal.

Sitoe, C. (2017). Casamentos prematuros em Moçambique: Causas e consequências da


pobreza. Disponivel em: http://www.civililinfo.org.mz/mz/files/.

UNESCO (2016). Relatório mundial da UNESCO. Investir na diversidade cultural e no


diálogo intercultural.

UNICEF (2019). Moçambique é o primeiro país em África a lançar a iniciativa Spotlight


para eliminar a violência contra as mulheres e raparigas. Comunicados de imprensa.
UNICEF. Disponível em: https://www.unicef.org/mozambique/comunicadosdeimprensa/mo
%C3%A7ambique-%C3%A9-o-primeiro-pa%C3%ADs-emC3%A1fricalan%C3%A7ar-
iniciativa-spotlight-para.

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