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UNIVERSIDADE CATOLICA DE MOCAMBIQUE

INSTITUTTO DE EDUCACAO A ADISTANCIA


CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE BIOLOGIA

Uso de Experiência Demonstrativa nas Aulas de Biologia. Um Estudo 8a classe na


Escola Secundaria de Nampula, 2019/2021

Candidata: Bernardeta de Lurdes Justino Daudo


Código: 708183575

Nampula
2022
UNIVERSIDADE CATOLICA DE MOCAMBIQUE

INSTITUTTO DE EDUCACAO A ADISTANCIA

CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE BIOLOGIA

Candidata: Bernardeta de Lurdes Justino Daudo

Código: 708183575

Uso de Experiência Demonstrativa nas Aulas de Biologia. Um Estudo 8a classe na


Escola Secundaria de Nampula, 2019/2021

Monografia científica submetido ao centro


de ensino á distancia – Universidade
Católica de Moçambique como requisito
parcial para obtenção do grau académico
de Licenciatura em Ensino de Biologia

Orientador: dr.Viegas Teresa Alide Mário

Nampula

2022
ii

Índice
Declaração .................................................................................................................................iv
Agradecimentos......................................................................................................................... v
Dedicatória ................................................................................................................................vi
Índice de gráficos .....................................................................................................................vii
Resumo.................................................................................................................................... viii
Lista de abreviatura ...................................................................................................................ix
CAPITULO I: INTRODUÇÃO ................................................................................................ 9
1.1. Justificativa ...................................................................................................................... 10
1.2. Problematização ............................................................................................................... 10
1.3. Objectivos da pesquisa ..................................................................................................... 11
1.3.1. Objectivo geral .............................................................................................................. 11
1.3.2. Objectivos específicos ................................................................................................... 11
1.4. Questões científicas .......................................................................................................... 11
1.5. Hipóteses .......................................................................................................................... 12
Primeira hipótese ..................................................................................................................... 12
Segundo hipótese .................................................................................................................... 12
Terceira hipótese ..................................................................................................................... 12
Quarta hipótese........................................................................................................................ 12
1.6. Relevância da pesquisa..................................................................................................... 13
1.6. Delimitação da Pesquisa................................................................................................... 13
2.1. Princípios que regem o ensino das ciências ..................................................................... 14
2.2. A Biologia no ensino das Ciências ................................................................................... 14
2.3. Planificação de uma aula .................................................................................................. 15
2.4. Supervisão Pedagógica..................................................................................................... 16
2.5. Importância das Aulas Praticas ........................................................................................ 17
2.6. Historial do Sistema Nacional dc educação em Moçambique ......................................... 18
2.6.1 A Educação antes da Independência .............................................................................. 18
2.6.2. A Educação no período colonial (1845 - 1974) ............................................................ 18
2.6.3. Dois subsistemas de ensino do sistema de educação colonial ....................................... 19
2.7. O Ensino Experimental de Ciências ................................................................................ 19
CAPITULO III: METODOLOGIA USADA NA PESQUISA ............................................... 20
3.1. Tipo de pesquisa ............................................................................................................... 20
3.2. Métodos usados na pesquisa ............................................................................................ 21
iii

3.2.1. Métodos de abordagem ................................................................................................. 21


3.2.2. Métodos de procedimento ............................................................................................. 21
3.2.3. Método bibliográfico ..................................................................................................... 22
3.3. Técnicas de recolha de dados ........................................................................................... 22
3.3.1. Observação .................................................................................................................... 22
3.3.2. Entrevista....................................................................................................................... 22
3.3.3. Questionário .................................................................................................................. 23
3.4, Universo e amostra ........................................................................................................... 24
3.4.2. Amostra ......................................................................................................................... 24
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS
RESULTADOS ....................................................................................................................... 25
4.1. Resultados obtidos através de entrevista feita aos professores de Biologia da Escola
Secundaria de Nampula........................................................................................................... 25
4.1.1. Área de formação profissional ...................................................................................... 25
4.1.2. Meios didácticos usados pelos professores de Biologia ................................................ 25
4.1.2. Matérias curriculares de Biologia de difícil assimilação ............................................... 26
4.1.3. Aproveitamento pedagógico dos alunos da Escola Secundária de Nampula, na
disciplina de Biologia .............................................................................................................. 27
4.1.4. Conteúdos curriculares não leccionados por falta de componente demostrativa .......... 28
4.1.5. Planificação de aulas práticas durante a dosificação do grupo de disciplina ................ 29
4.2. Resultados obtidos através do questionário dirigido aos alunos da Escola Secundária de
Nampula .................................................................................................................................. 30
4.2.1. Participação em aulas de demostracao .......................................................................... 30
4.2.2. Conteúdos de difícil assimilação, de acordo com os alunos ......................................... 31
4.3. Resultados obtidos através da observação feita pela pesquisadora no local de estudo .... 32
4.4. Verificação e discussão das hipóteses .............................................................................. 33
CAPITULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ..................................................... 35
5.1. Conclusões ....................................................................................................................... 35
5.2. Recomendações ................................................................................................................ 36
Bibliografia ............................................................................................................................. 37
Apêndices ................................................................................................................................ 40
iv

Declaração

Declaro que esta Monografia Científica é resultado da minha investigação pessoal e das
orientações do meu supervisor, O seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas
estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.

Declaro ainda que, este trabalho nao foi apresentado em nenhuma outra instituição para
a obtenção de qualquer grau académico.

Nampula_Abril de 2022

_____________________________________________

(Bernandela de Lurdes Justino Daudo)


v

Agradecimentos

A Deus em primeiro lugar, a todos meus familiares, em especial o meu esposo Aníbal
Abudo Daudo, que incansavelmente deu me todo apoio e proporcionou condições sem a
qual este percurso não poderia ter sido concretizável.

Ao meu supervisor pela forma paciente que orientou este trabalho.

A todos que directa e indirectamente contribuíram para a realização deste grande sonho,
vai o meu muito obrigado.
vi

Dedicatória

Deus em primeiro lugar, a todos meus familiares, em especial o meu esposo Aníbal
Abudo Daudo, que incansavelmente deu me todo apoio e proporcionou condições sem a
qual este percurso não poderia ter sido concretizável
vii

Índice de gráficos

Gráfico 1: Informação sobre meios didácticos de maior uso, no seio dos professores de
Biologia, na ESN.............................................................................................................35

Gráfico 2: Informação matérias cuticulares de difícil assimilação para os alunos na


disciplina de Biologia, na ESN........................................................................................37

Gráfico 3: Informação sobre nível de aproveitamento pedagógico dos alunos na


disciplina de Biologia, no primeiro trimestre de 2021, na ESN......................................38

Gráfico 4: Conteúdos cuticulares não leccionados por falta de componente prático-


experimental Na ESN......................................................................................................39

Gráfico 5: Informação sobre a participação dos alunos em aulas práticas......................42

Gráfico 6: Conteúdos de difícil assimilação por parte dos alunos, na Escola Secundaria
de Nampula .....................................................................................................................43
viii

Resumo

O presente trabalho é intitulada: Uso de experiência demonstrativa nas aulas de biologia.


Um estudo 8a classe na escola secundaria de Nampula, 2019/2021; com objectivo de
mostrar as implicações pedagógicas que advêm da falta da realização de aulas prático-
experimentais na disciplina de Biologia, ao nível da Escola Secundaria de Nampula, no
Município de Nampula. Da análise feita aos resultados, concluiu-se que a falta de aula
demostrativas na disciplina de Biologia, na escola secundária de Nampula traz efeitos
pedagógicos negativos, tanto para a atividade docente assim como para a aprendizagem do
aluno, uma vez que: os meios didácticos mais usados pelos professores de Biologia na Escola
Secundária d são cartazes, manual do aluno, caderno de apontamentos e material básico de
ensino; os alunos consideram matérias curriculares de difícil assimilação tais como genética,
anatomia da raiz, estudo da célula e fisiologia vegetal; o nível de aproveitamento pedagógico
dos alunos da Escola Secundária de , na disciplina de Biologia, no primeiro trimestre de 2021,
não foi satisfatório; conteúdos didácticos como reprodução, ontogenia, regulação e
dihibridismo, microscopia e genética, são consideradas não leccionáveis por falta de condições
para a realização de aulas demostrativas .

Palavras-Chave: aprendizagem, aulas práticas, alunos e aproveitamento pedagógico.


ix

Lista de abreviatura

Ho - Hipótese nula

H1 - Hipótese alternativa

% - Percentagem

MINEDH - Ministério Nacional de Educação e Desenvolvimento Humano

PEA - Processo de Ensino Aprendizagem

Km2 — Quilômetros quadrados

ESG — Ensino Secundário Geral

ESN — Escola Secundária de Nampula

INDE — Instituto Nacional de Desenvolvimento de Educação

MtNED —Ministério da Educação

MEDH — Ministério de Educação e Desenvolvido Humano


9

CAPITULO I: INTRODUÇÃO

Os educadores da área das ciências biológicas, actualmente, abordam dois conceitos


importantes: a valorização do uso de uma abordagem prática para o ensino de conteúdos
de ciências e biologia e a busca de uma prática de observação fora da sala de aula,
considerada um ambiente e um universo absolutamente distanciado do mundo fisico
real do aluno (VASCONCELOS, 2002). Porém, verifica-se que tais ideias nao são
colocadas em prática durante as aulas pela maioria dos professores de Biologia. Existe
uma valorização da abordagem demostrativa no ensino de Biologia, sendo esta,
contudo, não observada na prática pedagógica, devido a diversos motivos enumerados
pelos professores.

De acordo com Krasilchik (1986), as aulas de Biologia exigem uma demonstração


prática dos diferentes processos ou fenômenos que regem seus conteúdos, por isso, são
condicionadas a criação de ambiente mínimo para o seu sucesso.

Por motivos vários, algumas escolas secundárias do país, como acontece na Escola
Secundária de Nampula, tem lugar a leccionação de aulas de Biologia, sem existência
de condições mínimas para a ocorrência da componente prática, mesmo em conteúdo
que a natureza melhor apresenta provas da sua ocorrência cotidiana.

Foi pelas constatações aferidas em diferentes momentos de participação pedagógica,


que surgiu o presente trabalho, cujo tema é: Importância das aulas demostrativapara a
aprendizagem na disciplina de Biologia – Caso especjfico da Escola Secundária de
Nampula, Município de Nampula, 2021; com objectivo de apurar as implicações
pedagógicas que advêm da falta da realização de aulas demostrativana disciplina de
Biologia, ao nível da Escola Secundaria de Nampula, Município de Nampula.

Para a concretização do estudo, a pesquisadora recorreu aos métodos bibliográfico,


indutivo e científico; onde as informações foram obtidas através das técnicas de
entrevista aos professores e membros de direcção da escola e questionário dirigido aos
alunos. Em termos estruturais, o presente trabalho encontra-se organizado em cinco
capítulos, onde o primeiro é formado pela introdução, integrando a justificativa, a
problematização, os objectivos, as questões cientificas, as hipóteses e a relevância
do estudo; o segundo capítulo apresenta exclusivamente a fundamentação teórica; o
terceiro capítulo apresenta as estratégias metodológicas determinantes para o decurso
10

das actividades; o quarto capítulo é constituído pela apresentação, análise


e interpretação dos resultados obtidos no campo e finalmente o quinto capítulo
apresenta as conclusões e respectivas recomendações, além da bibliografia final.

1.1. Justificativa

O tema em estudo surgiu através de situações vividas pela pesquisadora, como residente
da cidade de Nampula, onde, constatou que há super lotação da salas de aula nessa
escola e que a escola não despõe de equipamento didáctico para ilustração nas aulas de
Biologia. Actualmente, com aumento da demanda nessa instituição verifica-se uma
contínua falta de condições em cada ano, mesmo havendo um esforço na parte do
pessoal docente e administrativo.as aulas nesta escola são ministradas de forma teorica
com auxilio somente do livro do aluno. Torna-se importante abordar acerca de uso de
aulas demonstrativas pois estas aproximam o aluo dos fenômenos e processos biológico,
estimulam a sua aprendizagem e permitem a aquisição de conhecimentos significativos.

Assim sendo, a proponente acredita que o desenvolvimento da pesquisa constituirá um


grande contributo para a direcção provincial da educação e desenvolvimento humano, a
escola secundária de Nampula e a comunidade em geral e para os alunos que estuda na
escola Secundária de Nampula em particular, unia vez que a mesma trará mecanismos
para que a direcção da escola tenha reflexos na gestão escolar através de identificação
de formas para reduzir as implicações da falta de aulas práticas e experimentais na
instituição de ensino e, por conseguinte melhorar as condições de vida da população da
cidade de Nampula em geral.

1.2. Problematização

A cidade de Nampula tem registado um impetuoso crescimento populacional que resulta


no crescimento da demanda no ensino em geral e/ou em particular na pressão nos
equipamentos do ensino secundário em particular, preferencialmente na Escola
Secundária de Nampula.

Por esta preocupação e visto que maior parte das escolas secundárias não despõem de
equipamentos para estudos experimentais e nem meios para que o professor exerce sua
actividade com dignidade, associado a excesso de alunos nas salas de aula demandando
assim maior pressão nas salas de aula. Os professores recorrem apenas a uso de manuais
de ensino e livro de aluno para ministrar as suas aulas. Não usam aulas demonstrativas
11

e nem visitas de estudo isto contribui oara o fraco assimilação de conteúdos por parte
dos alunos e demotiva o alunoa a prender.

Assim, apesar de tanto esforço das entidades competentes, tanto da direção provincial
com da escola para resolver esta situação, fica a questão:

- Que implicações pedagógicas advêm da falta de realização de aulas demonstrativa


na disciplina de Biologia, ao nível da Escola Secundaria de Nampula?

1.3. Objectivos da pesquisa

De acordo com o tema escolhido e o problema levantado para a pesquisa de solução, a


autora traçou os seguintes objectivos:

1.3.1. Objectivo geral

➢ Avaliar as implicações pedagógicas que advêm da falta da realização de


aulas demonstrativa na disciplina de Biologia, ao nível da Escola Secundaria
de Nampula, Município de Nampula.

1.3.2. Objectivos específicos

➢ Indicar os meios didáticos mais usados pelos professores de Biologia na Escola


Secundária de Nampula;
➢ Identificar matérias curriculares de Biologia, de difícil assimilação pelos alunos da
Escola Secundária de Nampula;
➢ Conferir o nível de aproveitamento pedagógico dos alunos da Escola Secundária de
Napipine, na disciplina de Biologia;
➢ Verificar a existência de conteúdos didáticos não leccionáveis por falta de condições
para a componente prático-experimental.

1.4. Questões científicas

• Que meios didáticos são mais usados pelos professores de Biologia na Escola
Secundária de Nampula?
• Quais as matérias curriculares de Biologia são de difícil assimilação pelos alunos da
Escola Secundária de Nampula?
12

• Qual foi o nível de aproveitamento pedagógico dos alunos da Escola Secundária de


Nampula, na disciplina de Biologia?
• Será que existem conteúdos didáticos não leccionáveis por falta de condições para a
componente prático-experimental na escola em estudo?

1.5. Hipóteses

De acordo com GIL (1994), a hipótese “é uma proposição que pode ser colocada a
prova para determinar uma validade. Neste sentido, a hipótese é uma suposta resposta
ao problema a ser investigado”. Assim, para a presente pesquisa, foram formuladas as
seguintes hipóteses;

Primeira hipótese

H0 - Os meios didáticos usados pelos professores de Biologia na Escola Secundária de


Nampula não garantem domínio dos conteúdos programados;

H1 - Os meios didáticos usados pelos professores de Biologia na Escola Secundária de


Nampula garantem domínio dos conteúdos programados.

Segundo hipótese

H0 - Não existem matérias curriculares de Biologia que sejam de difícil assimilação


pelos alunos da Escola Secundária de Nampula;

H1 - Não existem matérias curriculares de Biologia que sejam de difícil assimilação


pelos alunos da Escola Secundária de Nampula.

Terceira hipótese

H0 - O nível de aproveitamento pedagógico dos alunos da Escola Secundária de


Nampula, na disciplina de Biologia não é satisfatório;

H0 - O nível de aproveitamento pedagógico dos alunos da Escola Secundária de


Nampula, na disciplina de Biologia é satisfatório.

Quarta hipótese

H0 - Não existem conteúdos didáticos não leccionáveis por falta de condições para a
componente prático-experimental na escola em estudo;
13

H1 - Existem conteúdos didáticos não leccionáveis por falta de condições para a


componente prático-experimental na escola em estudo.

1.6. Relevância da pesquisa

O desenvolvimento de um estudo que traga uma realidade sobre as implicações


pedagógicas da não implementação de trabalhos práticos ao nível do ensino secundário,
concretamente na disciplina de Biologia, na Escola Secundária de Nampula, constitui
um desafio importante, se tomar-se em consideração que Cabrita (2003), explica sobre a
pertinência de uma pesquisa, que deve ser o de promover um avanço científico e de
investigação de um determinado conteúdo, neste caso a importância do trabalho prático
no ensino das aulas de Biologia.

Em termos económicos, o estudo tem uma grande importância na medida em que um


indivíduo com conhecimento da componente prático-experimental, pode aplicar em
diversas áreas, nomeadamente, na agricultura, na medicina, na investigação cientifica,
na conservação da biodiversidade e mais.

Para a vertente social, esta pesquisa tem maior impacto, visto que o homem quando
aprende as ciências lhe permite a respeitar e valorizar as plantas e aos outros seres que
lhe rodeiam no mundo.

1.6. Delimitação da Pesquisa

O estudo sobre a disciplina de Biologia, essencialmente na componente prático


experimental acontece em todas as escolas secundárias de Moçambique, de forma geral
e em Nampula, de forma particular, envolvendo todas as classes da 8a a 12ª classes.
Mas no contexto desta pesquisa, o estudo foi desenvolvido na Escola Secundária de
Nampula, localizada, no Município de Nampula, envolvendo toda a comunidade escolar
(membros de direcção, professores, pessoal da secretaria e os alunos).
14

CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Como forma de criar um suporte teórico das informações apresentadas neste trabalho,
no presente capítulo são colocados conceitos, caracterizações e descrições feitas por
diferentes investigadores, em cujas obras foram objecto de consulta.

2.1. Princípios que regem o ensino das ciências

STAVER (2007:25), por seu lado, refere que “Ensinar ciência é efectivamente um
trabalho difícil, mas recompensador.” Afirma ainda que, os alunos trazem para as aulas
de ciências um leque muito diversificado de conhecimentos prévios e, que os
professores devem integrar os conhecimentos científicos de uma forma que faça justiça
não só aos aspectos da ciência, mas também à sua integração. Ainda para este autor, “O
ensino eficaz da ciência é um meio deliberado para um fim importante, não o fim em si
próprio “, para isso, os professores eficazes de ciências agem segundo estes princípios;
respeitam as percepções individuais dos alunos; reflectem sobre os conhecimentos
prévios e interesses dos alunos e consideram-nos quando decidem que estratégias e
técnicas de ensino vão utilizar; acreditam que todos os alunos podem e devem aprender;
criam um ambiente de aprendizagem descontraído e diversificado; empenham-se na
aprendizagem e no desenvolvimento intelectual de todos os alunos; acreditam que cada
um pode ensinar de forma eficaz e que isso conduzirá a resultados positivos de

aprendizagem.

2.2. A Biologia no ensino das Ciências

Segundo Costa (2000: 29), o ensino das Ciências esteve durante anos centrado na
memorização de conteúdos, na realização de actividades de mecanização e na aplicação
de regras à resolução de questões semelhantes às anteriormente apresentadas e
resolvidas pelo professor. Este Ensino das Ciências mecanicista conduzia o aluno à
aquisição de um conjunto de conhecimentos teóricos e de técnicas que lhe permitiam,
em estudos posteriores, aprender novas técnicas e novos conhecimentos igualmente
teóricos, assim como obter os mecanismos necessários para dar resposta aos testes de
avaliação.
15

2.3. Planificação de uma aula

A planificação de aula é de fundamental importância para que se atinja êxito no


processo de ensino aprendizagem. A sua ausência pode ter como consequência, aulas
monótonas e desorganizadas, desencadeando o desinteresse dos alunos pelo conteúdo e
tomando as aulas desestimulantes.

De acordo com Libânio (1994), “o Planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui
tanto a previsão das actividades didáticas em termos de organização e coordenação em
face dos objectivos propostos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo
de ensino”. Portanto, o Planejamento de aula é um instrumento essencial para o
professor elaborar sua metodologia conforme o objectivo a ser alcançado, tendo que ser
criteriosamente adequado para as diferentes turmas, havendo flexibilidade caso
necessite de alterações. Porém, apesar da grande importância do Planejamento de aula,
muitos professores optam por aulas improvisadas, o que é extremamente prejudicial no
ambiente de sala de aula, pois muitas vezes as actividades são desenvolvidas de forma
desorganizada, nao havendo assim, compatibilidade com o tempo disponível.

Entre os elementos que devem compor um plano de aula estão: clareza e objectividade;
actualização do plano periodicamente; conhecimento dos recursos disponíveis da
escola; noção do conhecimento que os alunos já possuem sobre o conteúdo abordado;
articulação entre a teoria e a prática; utilização de metodologias diversificadas,
inovadoras e que auxiliem no processo de ensino aprendizagem; sistematização das
actividades com o tempo; flexibilidade frente a situações imprevistas; realização de
pesquisas buscando diferentes referências, como revistas, jornais, filmes entre outros;
elaboração de aulas de acordo com a realidade sociocultural dos estudantes.

Portanto, a boa planificação das aulas, aliado à utilização de novas metodologias


(filmes, mapas, poesias, músicas, computador, jogos, aulas práticas, atividades
dinâmicas, etc.), contribui para a realização de aulas satisfatórias em que os estudantes e
professores se sintam estimulados, tomando o conteúdo mais agradável com vistas a
facilitar a compreensão.
16

2.4. Supervisão Pedagógica

Com base nos dizeres do NERICE (1978), a supervisão teve preocupação em


sensibilizar o professor para a pesquisa, na qual visava que o educador tinha que tomar
consciência de suas dificuldades e posteriormente ir em busca de orientação necessária
para que pudesse melhorar sua actuação e a superação das dificuldades.

O supervisor é um dos principais líderes do processo educativo, ou seja, é um dos


grandes responsáveis pela melhoria do processo ensino aprendizagem. Como destaca
NERICE “ A supervisão escolar visa a melhoria do processo ensino aprendizagem, para
o que tem de levar em conta toda a estrutura teórica material e humana escolar”

Segundo VIEIRA (2000), o supervisor pedagógico deve acompanhar prática dos


docentes de maneira que os ajudam a se tornarem os supervisores da sua própria pratica,
ambos em constante interacção, dialogo e troca de experiências para que possam assim,
contribuir para um processo de ensino aprendizagem significativo e contextualizado.

Tendo em vista que a supervisão requer o domínio da liderança para que possa
conscientizar os envolvidos no âmbito educacional a desenvolverem uma educação de
qualidade, esta função requer o pleno exercício de uma liderança educacional activa,
ética e em constante comunicação com todos os envolvidos.

Partindo do princípio de que as funções da supervisão são múltiplas e significativas, faz


se necessário destacar algumas delas conforme BRIGS e JUSTMAN apud NERICE
(1978: 42-43), que são:

✓ Ajudar os professores a melhor compreenderem os objectivos reais da educação e o


papel especial da escola na consecução dos mesmos;
✓ Auxiliar os professores a melhor compreenderem os problemas e necessidades dos
jovens educandos e atender, na medida do possível a tais necessidades;
✓ Exercer liderança de sentido democrático, sob as formas de promoção do
aperfeiçoamento profissional da escola e suas actividades, buscando relações de
cooperação do seu pessoal e estimulando desenvolvimento dos professores em
exercício, colocando sempre a escola mais próxima da comunidade;
✓ Estabelecer fortes laços morais entre os professores quanto ao seu trabalho, de tal
forma que operam em estreita e esclarecida cooperação, para que os mesmos fins
gerais sejam atingidos;
17

✓ Identificar qual o tipo de trabalho mais adequado para cada professor distribuindo
tarefas, mas de forma que possam desenvolver suas capacidades em outras direcções
promissoras;
✓ Ajudar os professores a adquirir maior competência didática;
✓ Orientar os professores principiantes a se adaptarem a sua profissão;
✓ Avaliar os resultados dos esforços de cada professor, em termos de desenvolvimento
dos alunos, segundo os objectivos estabelecidos;
✓ Ajudar os professores a diagnosticar as dificuldades dos alunos na aprendizagem e a
elaborar planos de ensino para superação das mesmas.

2.5. Importância das Aulas Praticas

Segundo PIMENTA (2004), para se aprender é necessária a prática, e não poderia ser
diferente com a biologia. Onde existem áreas ou conteúdos que muitas vezes são de
difícil entendimento se não houver a aula prática, principalmente quando se trata de
estruturas ou seres microscópicos, o que torna as aulas teóricas totalmente sem sentido.

As aulas práticas podem ajudar no desenvolvimento de conceitos científicos, além de


permitir que os estudantes aprendam como abordar objectivamente o seu mundo e como
desenvolver soluções para problemas complexos (Luneta, 1991). Além disso, as aulas
práticas servem de estratégia e podem auxiliar o professor a retomar um assunto já
abordado, construindo com seus alunos uma nova visão sobre um mesmo tema. Quando
compreende um conteúdo trabalhado em sala de aula, o aluno amplia sua reflexão sobre
os fenómenos que acontecem à sua volta e isso pode gerar, consequentemente,
discussões durante as aulas fazendo com que os alunos, além de exporem suas ideias,
aprendam a respeitar as opiniões de seus colegas de sala (Leite et al).

As aulas práticas de Ciências e Biologia proporcionam grandes espaços para que o


aluno seja actuante, construtor do próprio conhecimento, descobrindo que a ciência é
mais do que mero aprendizado de fatos. Através de aulas práticas o aluno aprende a
interagir com as suas próprias dúvidas, chegando a conclusões, à aplicação dos
conhecimentos por ele obtidos, tornando-se agente do seu aprendizado.
18

2.6. Historial do Sistema Nacional de educação em Moçambique

De acordo com LUCAS (2003), a educação em Moçambique não teve sempre as


mesmas características, conforme constatou na reflexão que acabou de fazer. Deste
modo, considerando a Independência Nacional (1975) como marco referencial, a
caracterização da educação em Moçambique pode ser dividida em dois grandes
períodos: o período antes da Independência e o período pós Independência.

2.6.1 A Educação antes da Independência

A história da educação em Moçambique antes da Independência pode ser dividida em


duas etapas relevantes: a educação no período colonial e a educação no governo de
transição.

2.6.2. A Educação no período colonial (1845 - 1974)

De acordo com AFONSO (2004), a educação neste período foi caracterizada pela
dominação, alienação e cristianização. Foi o período em que surgiu a primeira
regulamentação do ensino nas colónias, período da Monarquia em Portugal, a 2 de Abril
de 1845. A 14 de Agosto do mesmo ano, foi estabelecido um decreto que diferenciava o
ensino nas colónias e na Metrópole e criava as escolas públicas nas colónias.

Ainda segundo o mesmo autor, em 1846 foi publicada a primeira providência legal para
a organização da instrução primária no ultramar português; depois de 1854 foram
criadas, por decreto, as primeiras escolas primárias na Ilha de Moçambique, no Ibo,
Quelimane, Sena, Tete, Inhambane e Lourenço Marques.

Em 1846 foi publicada a primeira providência legal para a organização da instrução


primária no ultramar português; depois de 1854 foram criadas, por decreto, as primeiras
escolas primárias na Ilha de Moçambique, no Ibo, Quelimane, Sena, Tete, Inhambane e
Lourenço Marques.

A 30 de Novembro de 1869, foi reformado o Ensino Ultramar, onde se decretava o


ensino primário obrigatório, dividido em dois graus, com duas classes cada, em que as
escolas estavam sob tutela das missões católicas.

Em 1912 foi criada, em Lourenço Marques, a primeira escola secundária em


Moçambique.
19

2.6.3. Dois subsistemas de ensino do sistema de educação colonial

De acordo com VIEGAS (1999), foi a partir de 1930, com a assinatura dos acordos
missionários (A concordata em 1940 e o Estatuto missionário em 1941) que o governo
impôs uma política rigorosa de educação e assimilação em Moçambique. Com a
assinatura da concordata e do Estatuto Missionário, o Estado transferiu para a igreja a
sua responsabilidade sobre o ensino rudimentar, comprometendo-se a dar um apoio
financeiro às missões e às escolas católicas.

Enquanto nas zonas rurais os moçambicanos dispunham de escolas das missões, os


centros administrativos dispunham de escolas oficiais e particulares para os brancos e
assimilados. Era um ensino relativamente evoluído em comparação com o ensino para
indígenas.

2.7. O Ensino Experimental de Ciências

Os educadores da área das Ciências Biológicas, atualmente, abordam dois dos


conceitos: a valorização do uso de uma abordagem prática para o ensino de conteúdos
de ciências e biologia e a busca de uma prática de observação fora da sala de aula,
considerada um ambiente e um universo absolutamente distanciado do mundo físico
real do aluno (VASCONCELOS, 2002). Porém, verifica-se que tais ideias não são
colocadas em prática durante as aulas pela maioria dos professores de Biologia. Existe
uma valorização da abordagem prático experimental no ensino de Biologia, sendo esta,
contudo, não observada na prática pedagógica, devido a diversos motivos enumerados
pelos professores. De acordo com Krasilchik (1986), as aulas práticas de biologia não
ocorrem devido à ausência de laboratórios, ou de professores devidamente capacitados.

Na concepção de Nardi (1998) a ausência de atividades experimentais é frequentemente


apontada pelos professores como umas das principais deficiências no ensino das
disciplinas científicas no ensino fundamental e médio. Desse modo, a importância da
experimentação na ciência leva a três tipos básicos de respostas: as de cunho
epistemológico, que assumem que a experimentação serve para. “comprovar a teoria”,
revelando a visão tradicional de ciências; as de cunho cognitivo, que supõe que as
atividades experimentais podem “facilitar a compreensão do conteúdo”; e as de cunho
motivacional, que acreditam que as aulas práticas ajudam a “despertar a curiosidade” ou
o “interesse pelo estudo” nos alunos (Id., p.55).
20

CAPITULO III: METODOLOGIA USADA NA PESQUISA

Nesta parte do trabalho, a autora apresenta as linhas metodológicas que orientaram o


decurso da investigação, a obtenção dos dados e a redação do texto final; desde a
classificação do estudo, os métodos escolhidos e respectivas técnicas de colecta de
informações, além da determinação da amostra.

3.1. Tipo de pesquisa

A classificação do presente estudo foi baseada em três contextos, nomeadamente os


objectivos traçados, a natureza do estudo e os procedimentos técnicos.

a) Quanto a natureza - a pesquisa é básica, pois na óptica de DA SILVA & MENEZES


(2001), ela “objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem
aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais”.

b) Tendo em vista seus objectivos - a presente pesquisa é descritiva que, segundo DA


SILVA & MENEZES (2001), “visa descrever as características de determinada
população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis”.

Neste contexto, é descrever as acções desenvolvidas pela direcção da escola de modo a


dar frente a falta de condições físicas para a ocorrência da componente prático-
experimental na ESN, além de exigências de planos dos professores que incluam a
realização de aulas práticas ou simples demonstração.

c) Quanto aos seus procedimentos técnicos - a pesquisa é do tipo estudo de campo,


uma vez que na perspectiva de GIL apud IVALA et al (2007: 30), o estudo de campo
“procura o aprofundamento da realidade específica”. Assim, realizou-se por meio da
observação directa sobre o estado ou condições dos assentamentos naquela zona
definida para o estudo e, ainda, foi desenvolvida através de entrevistas e do questionário
dirigidos aos diferentes informantes.

SILVA & MENEZES (2001: 21), referem que a pesquisa qualitativa “considera que há
uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável
entre o mundo objectivo e a subjectividade do sujeito que não pode ser traduzido em
números.
21

3.2. Métodos usados na pesquisa

De acordo com LAKATOS & MARCONI (2005: 83), o método “é o conjunto das
actividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite
alcançar o objetivo-conhecimentos válidos e verdadeiros-traçando o caminho a ser
seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista”.

Nesta ordem de ideias, para além de representar um procedimento racional e ordenado


(forma de pensar), os métodos podem ser constituídos por instrumentos básicos dos
quais permitem alcançar os objectivos preestabelecidos no planeamento da pesquisa.

Portanto, para este trabalho, foram planificados e aplicados três métodos,


nomeadamente bibliográfico, de procedimento e de abordagem.

3.2.1. Métodos de abordagem

Nos métodos de abordagem englobam-se o método indutivo, o dedutivo, o hipotético-


dedutivo e o dialéctico. Sendo assim, para a presente pesquisa será usado o método
indutivo porque o objectivo dos argumentos indutivos é levar a conclusões cujo
conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam, ou seja,
neste método (indutivo) a aproximação dos fenómenos caminha geralmente para planos
cada vez mais abrangentes, indo das constatações mais particulares às leis e teorias.

Sendo assim, na presente pesquisa a análise e interpretação dos dados partiu do estudo
de situações particulares e concretas do problema ao nível da Escola Secundária de
Napipine (definido através de uma amostragem aleatória) chegando-se às conclusões
generalizadas dos resultados, pelo que a generalização constituiu produto posterior do
trabalho de colecta dos dados particulares.

3.2.2. Métodos de procedimento

Os métodos, como procedimento, nas ciências sociais têm sido comuns os seguintes:
histórico, comparativo, monográfico ou estudo de caso, estatístico, tipológico,
funcionalista e estruturalista. Contudo, tomando em consideração o carácter desta
pesquisa (pesquisa de campo), foram utilizados nomeadamente: o método comparativo-
histórico, estatístico e monográfico.
22

3.2.3. Método bibliográfico

A utilização deste método consistiu na consulta de informações literárias existentes em


artigos científicos, livros físicos e fontes virtuais, tendo em vista o esclarecimento de
aspectos sobre ensino de Biologia, formas de abordagem didática em ciências naturais,
aulas práticas, aulas experimentais e teóricas de Biologia.

3.3. Técnicas de recolha de dados

Segundo LAKATOS & MARCONI (2005:224), as técnicas “consideradas como um


conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência, são, também, a
habilidade para usar esses preceitos ou normas, na obtenção de seus propósitos”.
Portanto, para pesquisa foram usadas como técnicas de recolha de dados a observação,
entrevista e questionário.

3.3.1. Observação

A utilização desta técnica consistiu na deslocação da pesquisadora ao local de


ocorrência do fenômeno; portanto, junto das salas de aulas, para “inlocus” esclarecer-se
do decurso do processo de ensino e aprendizagem na Escola Secundária de Nampula,
mesmo sem disponibilidade de condições materiais ou físicas para a componente
prático-experimental.

3.3.2. Entrevista

Para LAKATOS & MARCONI (2005), a entrevista é uma conversa entre duas pessoas
em que uma delas é o entrevistador e a outra é o entrevistado podendo ser de natureza
interactiva.

Olhando a definição apresentada pelas autoras acima citadas, entende-se que na


entrevista toma-se possível uma conversação face a face, de maneira metódica que pode
proporcionar resultados satisfatórios e informações necessárias. Assim, no âmbito desta
pesquisa, a autora utilizou esta técnica para entrar em contacto directo com o pessoal
responsável no processo de ensino aprendizagem, no caso dos membros da direcção e os
professores.
23

3.3.3. Questionário

Esta técnica foi usada através de um formulário elaborado contendo questões fechadas,
que foram dirigidas aos alunos da Escola Secundária de Nampula.

A aplicação desta técnica foi concretizada através de distribuição de formulários aos


envolvidos, que depois de preencher e concordar em suas ideias, tiveram uma devolução
equivalente a 100%.
24

3.4, Universo e amostra

Baseando da partilha de características, que neste caso é leccionar ou participar em


aulas, no caso dos professores e alunos, na escola em estudo, o universo para este
trabalho foi definido por todos os professores que leccionam na escola, os gestores da
escola e todos membros da comunidade escolar.

Assim, em termos numéricos, foram cerca de 2.400 alunos, 90 professores e 25


funcionários não docente.

3.4.2. Amostra

Atendendo as características do assunto em estudo, que é a realização de aulas práticas


duma disciplina apenas, no caso concreto da disciplina de Biologia, a amostra foi
constituída por conveniência, para todos os cinco professores que leccionam a disciplina
em análise e de forma representativa, por um terço (135) dos alunos, do regime diurno,
totalizando assim, 155 pessoas envolvidas diretamente no estudo.
25

CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS


RESULTADOS

Nesta parte do trabalho, a autora apresenta os resultados obtidos durante a pesquisa,


mediante a utilização das técnicas antes previstas e faz uma análise com base nos
fundamentos de diversos autores de obras literárias que abordam sobre o assunto em
estudo.

4.1. Resultados obtidos através de entrevista feita aos professores de Biologia da


Escola Secundaria de Nampula

Para a técnica de entrevista, foram envolvidos no total cinco professores que leccionam
a disciplina de Biologia na escola em estudo e as conversas foram feitas
individualmente, como forma de evitar influência nas respostas entre os visados, diante
das questões formuladas.

4.1.1. Área de formação profissional

De modo a conferir a especialidade dos professores que leccionam a disciplina de


Biologia na Escola Secundária de Nampula, a autora colocou a seguinte questão:

-Qual é a sua área de formação profissional?

Em resposta à pergunta colocada, todos os entrevistados disseram que são formados em


Licenciatura em Ensino de Biologia, numa correspondência de 100% de amostra para
este grupo.

Tomando em consideração que todos os professores são formados na área, pode-se


notar que a escola possui recursos adequados para o ensino de Biologia com qualidade
aceitável, pois, de acordo com LEITE (2005), um dos requisitos para melhoria da
qualidade de ensino é a existência de quadros qualificados, conforme a área de
actuação; neste caso da escola secundaria de Nampula, professores formados na
especialidade que actuam.

4.1.2. Meios didáticos usados pelos professores de Biologia

Querendo obter informações dos professores sobre os meios didáticos usados na


leccionação de suas aulas, a autora formulou a seguinte pergunta:
26

- Que meios didáticos são mais usados pelos professores de Biologia na Escola
Secundária de Nampula?

60%
50%
50%
40%
30%
30%
20%
20%
10%
0%
Manual do aluno, Manual do alino, Quadro, giz, manual
cartazes e desenho modelos e objectos de Biologia
no quadro reais

Gráfico 1: Informação sobre meios didáticos de maior uso, no seio dos professores de Biologia, na ESA.
Fonte. autora / 2021.

Segundo os dados do gráfico número 1, dos professores entrevistados, em resposta a


pergunta, 50% afirmaram que usam principalmente manual do aluno, cartazes e desenho
no quadro como meios didáticos facilitadores de ensino; outros 30% disseram que usam
quadro, giz, manual de Biologia e caderno de apontamento; enquanto outros 20%
disseram que usam manual do aluno, modelos e objetos reais.

Olhando para os meios didáticos mencionados pelos professores, nota-se que não há
incorporação da componente prático-experimental; por isso as aulas decorrem de forma
exclusivamente teórica na escola em estudo. Sobre a leccionação das aulas de ciências
em exclusiva teoria, LIBANJO (1999), afirma que o aluno perde interesse para
acompanhar as matérias em sala de aula e considera ser disciplina de muitos
apontamentos.

4.1.2. Matérias curriculares de Biologia de difícil assimilação

Com objectivo de adquirir informações sobre os conteúdos curriculares de Biologia, que


sejam de difícil assimilação dos alunos, foi colocada a seguinte questão:

- Quais as matérias curriculares de Biologia são de difícil assimilação pelos alunos da


Escola Secundário de Nampula?
27

60%
50%
50%
40%
30%
30%
20%
20%
10%
0%
Estudo da celula, Genetica, ecologia e Sensibilidade e
genetica e Metabolismo da regulacao, genetica
Anatomia da raiz planta e Anatomia Celular

Gráfico 2: Informação matérias curriculares de difícil assimilação para os alunos na disciplina de


Biologia, na ESN. Fonte: autora / 2021.

De acordo com os dados do gráfico número 2, dos professores submetidos a entrevista,


mediante o programa de ensino de Biologia, 50% disseram tem sido difícil leccionar
convenientemente os conteúdos sobre a célula, genética e anatomia da raiz; enquanto
30% dos entrevistados defenderam que tem sido difícil leccionar sobre sensibilidade e
regulação, genética e anatomia celular e; outros 20% consideraram difícil entendimento
nos conteúdos sobre genética, ecologia e metabolismo das plantas.

Olhando para os conteúdos mencionados, nota-se que alguns deveriam ser mais fáceis
de leccionar através de aulas práticas, como são os casos de estudo da célula, genética,
anatomia da raiz e regulação e sensibilidade.

No âmbito da ligação teoria e prática, PILETTI (2004), aconselha sobre a necessidade


de o professor sair fora da sala de aula com seus alunos, de modo a incluir o meio
ambiente circundante na sua leccionação.

4.1.3. Aproveitamento pedagógico dos alunos da Escola Secundária de Nampula,


na disciplina de Biologia

Para obtenção de informações sobre o aproveitamento pedagógico obtido pelos alunos


na disciplina de Biologia, a pesquisadora formulou a seguinte pergunta:

- Qual foi o nível de aproveitamento pedagógico dos alunos da Escola Secundária de


Nampula, na disciplina de Biologia?
28

50%
40%
40%
30%
20% 20%
20%
10%
0%
Foi de 45% positivo Foi de 58% positivo Foi de 40% positivo Foi de 51% positivo
Gráfico 3:
Informação sobre nível de aproveitamento pedagógico dos alunos na disciplina de Biologia, no primeiro
trimestre de 2021, na ESN. Fonte: autora / 2021.

De acordo com as informações apresentadas no gráfico número 3, dos professores


entrevistados, 40% disseram que o aproveitamento trimestral situou-se na ordem de
45% de notas positivas; outros 20% responderam que o aproveitamento pedagógico foi
de 58%; ainda outros 20% disseram que o aproveitamento foi de 40% em notas
positivas; além de outros 20% que responderam ter conseguido 51% de resultado
positivo. ‘

Mediante as percentagens apresentadas, nota-se que apenas 40% dos professores


entrevistados conseguiram obter 50% de aproveitamento positivo nas turmas que
leccionou. O baixo rendimento escolar, principalmente nas disciplinas de ciências
constitui um dos desafios do governo em Moçambique; pois MEC (2006), alerta sobre a
necessidade de definição de estratégias didáticas que visem facilitar a aprendizagem nas
ciências, de modo a garantir uma assimilação das matérias e desenvolvimento de
competências.

4.1.4. Conteúdos curriculares não leccionados por falta de componente


demonstrativa

Para obter informações sobre existência ou não de conteúdos curriculares não


leccionáveis por falta de condições para a componente prático-experimental, foi
colocada a seguinte questão:

- Será que existem conteúdos didáticos não leccionáveis por falta de condições para a
componente prático-experimental na escola em estudo?
29

70% 60%
60%
50% 40%
40%
30%
20%
10%
0%
Reproducao e Microscopia,
ontogenia, genetica, fisiologia
regulacao e vegetal
dihibridismo

Gráfico 4: Conteúdos curriculares não leccionados por falta de componente prático-experimental Na


ESN. Fonte: autora / 2021.

Segundo os dados do gráfico número 4, dos professores participantes no estudo, 60%


disseram que a falta de condições para a implementação da componente prático-
experimental ocasionou na não leccionação das matérias curriculares de Biologia,
nomeadamente reprodução, ontogenia, regulação e diibridismo; enquanto 40% disseram
microscopia, genética e fisiologia vegetal.

Para JOAO (2005), OS conteúdos programáticos devem ser uma possibilidade de


demonstração de arte do professor, buscando cada vez mais estratégias didáticas para
facilitar a sua assimilação e evitar “pula?’ só porque não reúne condições para mediar.
MULLER (1999), explica que é preciso inovar em cada conteúdo de ensino relativo a
aprendizagem, para que o aluno se envolva na construção do seu conhecimento e
demonstração de criatividade.

4.1.5. Planificação de aulas práticas durante a dosificacão do grupo de disciplina

De modo a obter informações sobre a existência de planos relacionados com aulas


práticas, ao nível do grupo da disciplina de Biologia, na ESN, a autora do trabalho
formulou a seguinte questão:

-Tem havido planificações dentro do grupo da disciplina sobre a realização de aulas


práticas de Biologia?

Em resposta à pergunta colocada, todos os cinco professores submetidos a ¿entrevista,


confirmam a não existência de planificações dentro do grupo da disciplina sobre a
realização de aulas práticas.
30

Olhando para estes resultados, que neste caso, todos professores de Biologia que
leccionam na ESN, mostram claramente que dentro do grupo de disciplina não existe
uma organização pedagógica com vista a facilitar o processo ensino aprendizagem. E
isto de acordo com LIBANEA (1999), “planejamento escolar é uma tarefa docente que
inclui tanto a previsão das actividades didáticas, em termos de organização e
coordenação, em face dos objectivos propostos, quanto a sua revisão e adequação no
decorrer do processo do ensino “. Por tanto, o planejamento de aulas é instrumento
essencial para o professor elaborar sua metodologia com forme objectivo a ser
alcançado.

Ainda sobre a obrigatoriedade de planificação das actividades incluindo práticos


experimental, FRACANZA (2001), alerta que o improviso e a exposição excessiva,
resulta no ambiente medonho onde os alunos fazem papel de ouvintes e na maioria das
vezes os conhecimentos passados pelos professores não são realmente absorvidos por
eles, são apenas memorizados por um curto tempo e geralmente, esquecidos em poucas
semanas ou poucos meses, comprovando a não ocorrência de um verdadeiro
aprendizado.

4.2. Resultados obtidos através do questionário dirigido aos alunos da Escola


Secundária de Nampula

Para essa técnica de recolha de dados, foram envolvidos no total, 150 alunos, todos
inscritos no aluno lectivo de 2021, no regime diurno. A coleta de informações consistiu
na distribuição dos formulários aos visados e a sua respectiva devolução, Em termos de
aceitação, todos os formulários distribuídos foram preenchidos e devolvidos
convenientemente à pesquisadora.

4.2.1. Participação em aulas de demonstração

Como forma de confrontar a informação fornecida pelos professores, autora do trabalho


formulou algumas perguntas aos alunos, em que uma delas foi a seguinte:

- Tem participado em aulas práticas ou demonstração de Biologia aqui na escola?


31

100% 90%
80%
60%
40%
20% 10%
0%
Sim, participei Não, nunca participei
Gráfico
5: Informação sobre a participação dos alunos em aulas prática e demonstração . Fonte: autora / 2021.

Os dados do gráfico número 5, indicam que dos alunos submetidos ao questionário,


apenas 10% disseram que participaram em aulas prática de demonstração ; enquanto os
restantes 90% disseram nunca participaram numa aula de demonstração na disciplina de
Biologia.

Com base nas respostas dos alunos, nota-se que estes não têm oportunidade de conciliar
a teoria e a prática, confirmando-se a informação dada pelos professores, que nem se
quer chegam a planificar. De acordo com JOÃO (2012), devido acertos procedimentos
dos professores de ciências, os alunos ficam desmotivados de ir a aula, principalmente
ao pensar no volume de apontamentos que têm de passar.

4.2.2. Conteúdos de difícil assimilação, de acordo com os alunos

Com vista a obter informações a partir dos alunos, em relação aos conteúdos
curriculares que sejam de difícil assimilação para os alunos, na disciplina de Biologia, a
autora colocou uma questão com o seguinte teor:

- Que conteúdo de Biologia foram leccionados e achaste de difícil compreensão?

50%
40%
40%
30%
30%
20% 15%
10%
10% 5%
0%
Genética e Anatomia da raiz e Fisiologia vegetal Constituição Todas as matérias
ecologia regulação e estudo da célula química da célula
e estudo das
plantas
32

Gráfico 6: Conteúdos de difícil assimilação por parte dos alunos, na Escola Secundária
de Nampula, Fonte: autora /2021.

Segundo os dados do gráfico número 6, dos alunos envolvidos no estudo, 40% disseram
que ao nível da disciplina de Biologia foi difícil entender a matéria sobre fisiologia
vegetal e estudo da célula; 30% dos alunos disseram que foi difícil entender as matérias
sobre genética e ecologia; outros 15% afirmaram que não perceberam sobre anatomia da
raiz e regulação; enquanto 10% dos inquiridos disseram que foi difícil entender sobre
constituição química da célula e estudo das plantas; além dos outros 5% que a firmaram
que todas matérias de Biologia são difíceis.

Mediante as respostas apresentadas nota-se que ao nível da disciplina de Biologia, na


ESN, há uma considerável dificuldade dos alunos em relação a assimilação das
matérias, que pode estar estritamente ligado a falta da componente prático-
experimental. Estas observações podem ser fundamentadas com LUNETTA (2005), em
que esclarece sobre a obrigatoriedade de ligar a teoria com práticas nas ciências, de
modo a permitir a autoconstrução de conhecimentos por parte do aluno.

4.3. Resultados obtidos através da observação feita pela pesquisadora no local de


estudo

Como forma de enriquecer as informações colhidas a partir do uso de entrevista aos


professores e questionário aos alunos, a autora do trabalho fez uma verificação física no
local de estudo; isto é, nas instalações da Escola Secundária de Nampula, de modo a
confirmar os espaços infra estruturais da escola, materiais produzidos pelos professores
e existências de planos de aulas práticas.

a) Em relação a existência de laboratório de Biologia

Da verificação infra-estrutural feita durante a pesquisa, notou-se que a Escola


Secundária de Nampula não tem laboratório específico para Biologia, mas dispõe de
uma sala que fora concebida para o efeito e não está operacional. Assim, caso seja
necessário o uso de laboratório para professores de Biologia, deve-se usar a própria sala
de aulas. Todavia, não dispõe matérias ou equipamentos relacionados com aulas
exclusivamente de Biologia, como por exemplo microscópio, placas de petri e outros.

b) Existência de materiais didáticos produzidos pelos professores


33

A partir da actividade de verificação física que a autora fez em paralelo as entrevistas e


distribuição dos formulários, notou-se que a escola não dispõe de material didático
produzido pelos professores. Apenas existem mapas de células e de alguns animais, que
a escola adquiriu através de meios financeiros próprios ou de parceiros.

Com base no material existente, pode-se notar que há limitações para o professor, caso
tenha que dar uma aula sem relação com os mapas disponíveis.

c) Sobre a existência de planos Quinzenais com aulas práticas planificadas

Em revista feita pela autora aos planos apresentados ou existentes no sector pedagógico
ou grupo de disciplina, constatou que: na maioria dos planos feitos durante a
dosificação trimestral da disciplina de Biologia não são incluídas as aulas prático-
experimentais; demostrando claramente que as aulas da disciplina de Biologia
ministradas nesta escola são efectivamente teóricas.

4.4. Verificação e discussão das hipóteses

Para a primeira hipótese

Baseando nas respostas apresentadas no gráfico número 1, onde 50% dos entrevistados
afirmaram que usam principalmente manual do aluno, cartazes e desenho no quadro
como meios didáticos facilitadores de ensino; outros 30% disseram que usam quadro,
giz, manual de Biologia e caderno de apontamento; enquanto outros 20% disseram que
usam manual do aluno, modelos e objetos reais; fica provada e válida a hipótese
alternativa.

Para a segunda hipótese

Tomando em consideração as informações apresentadas no gráfico número 2, onde,


50% disseram tem sido difícil leccionar convenientemente os conteúdos sobre a célula,
genética e anatomia da raiz; enquanto 30% dos entrevistados defenderam que tem sido
difícil leccionar sobre sensibilidade e regulação, genética e anatomia celular e; outros
20% consideraram difícil entendimento nos conteúdos sobre genética, ecologia e
metabolismo das plantas; fica provada e válida a hipótese alternativa.

Para a terceira hipótese


34

De acordo com as informações apresentadas no gráfico número 3, dos professores


entrevistados, 40% disseram que o aproveitamento trimestral se situou na ordem de
45% de notas positivas; outros 20% responderam que o aproveitamento pedagógico foi
de 58%; ainda outros 20% disseram que o aproveitamento foi de 40% em notas
positivas; além de outros 20% que responderam ter conseguido 51% de resultado
positivo; fica provada e válida a hipótese alternativa.

Para a quarta hipótese

Mediante os dados do gráfico número 4, onde 60% disseram que a falta de condições
para a implementação da componente prático-experimental ocasionou na não
leccionação das matérias curriculares de Biologia, nomeadamente reprodução,
ontogenia, regulação e diibridismo; enquanto 40% disseram microscopia, genética e
fisiologia vegetal; confirma-se a ocorrência do fenômeno previsto pela hipótese
alternativa.
35

CAPITULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Com base nas informações colhidas dos professores, alunos e membros da direcção da
escola, que tomaram possível através da aplicação das técnicas de colecta de dados, no
presente capítulo são apresentadas as devidas conclusões e respectivas recomendações.

5.1. Conclusões

Com base nos resultados obtidos durante a pesquisa, com recurso as técnicas de
entrevista, questionário e observação, concluiu-se que a falta de aulas prático-
experimentais na disciplina de Biologia, na escola secundária de Nampula traz efeitos
pedagógicos negativos, tanto para a actividade docente assim como para a
aprendizagem do aluno, uma vez que:

• Os meios didáticos mais usados pelos professores de Biologia na Escola Secundária


de Nampula são cartazes, manual do aluno, caderno de apontamentos e material
básico de ensino;
• Os alunos consideram matérias curriculares de difícil assimilação tais como
genética, anatomia da raiz, estudo da célula e fisiologia vegetal;
• O nível de aproveitamento pedagógico dos alunos da Escola Secundária de
Nampula, na disciplina de Biologia, no primeiro trimestre de 2021, não foi
satisfatório;
• Conteúdos didáticos como reprodução, ontogenia, regulação diibridismo,
microscopia e genética, são consideradas não leccionáveispor falta de condições
para a realização de aulas prático-experimentais/ demonstrativas.
36

5.2. Recomendações

A Biologia é uma disciplina da área de ciências, cuja leccionação impera a


contemplação da componente prática. Por isso, com vista a melhoria do processo de
ensino, a autora recomenda que:

• Os grupos da disciplina de Biologia, ao nível de cada classe, se desdobrem nas


suas sessões de dosificação e planificação quinzenal, fazendo protocolos de
aulas prático-experimentais;
• Os professores ministrem a componente prática e avaliem-na para melhoria dos
resultados no aproveitamento pedagógico, na disciplina de Biologia;
• Os conteúdos curriculares mencionados pelos alunos como sendo de difícil
assimilação, sejam leccionados com recurso à prática ou experiências;
• Mesmo em situações que o professor recorra às aulas práticas, crie condições
para participação activa do aluno e disso facilitar o seu interesse na
aprendizagem.
37

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TOMAZELLO, M. G. C; SCHIEL, D. O livro da experimento teca: educação para as


ciências da natureza através de práticas experimentais. Piracicaba:
VITAEIUNIMEP/USP, 2000,

VASCONCELOS, Carolina Francisco. Actividades Práticas de Laboratório no Ensino


de Biologia. Rio de Janeiro, 2002. Disponível em www.aulaspraticoexperimcntais.co.br.
Acessado em 21 de Julho de 2021.

VIEIRA, Flávia. Para uma visão transformadora de supervisão pedagógica. Santa


Carolina do Norte, 2010. Disponível em www.scielo.com.br. Acessado em 18 de Julho
de 2021.

VIEIRA, Tarcísio Comando. Fundamentação em Ciências: uma pesquisa para debate e


acção. Revista Ciências e Cultura. Rio de Janeiro, 2000.

VIRIATO, Marcos de Assunção. A prática docente e as aulas das ciências: um estudo


nas escolas públicas de Goiás. Editora Gente. São Paulo, 1999.
40

Apêndices
41

Apêndice I: Guião de entrevista

1. Há quanto tempo trabalha nesta escola?____________________________________

______________________________________________________________________

2. Qual é a sua área de formação profissional? _________________________________

______________________________________________________________________

3. Que meios didáticos são mais usados pelos professores de Biologia na Escola
Secundária de Napipine? _________________________________________________

______________________________________________________________________

4. Quais as matérias curriculares de Biologia são de difícil assimilação pelos alunos da


Escola Secundária de Napipine? ____________________________________________

______________________________________________________________________

5. Qual foi o nível de aproveitamento pedagógico dos alunos da Escola Secundária de


Napipine, na disciplina de Biologia? _________________________________________

______________________________________________________________________

6. Será que existem conteúdos didáticos não leccionáveis por falta de condições para a
componente prático-experimental na escola em estudo? _________________________

______________________________________________________________________

7. Tem havido planificações dentro do grupo da disciplina sobre a realização de aulas


práticas de Biologia?_____________________________________________________

______________________________________________________________________

Obrigado pela sua colaboração


42

Apêndice II: Ficha de observação

Item Descrição do aspecto a observar Sim Não


1 Em relação a existência de laboratório de Biologia

2 Existência de materiais didáticos produzidos pelos


professores
3 Sobre a existência de planos Quinzenais com aulas
práticas planificadas
4 Participação massiva dos alunos nas aulas práticas

FIM
43

Apêndice III: Imagem da escola secundaria de Nampula.

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