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Universidade Rovuma
Nampula
2024
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Universidade Rovuma
Nampula
2024
Índice
Declaração........................................................................................................................................v
Dedicatória......................................................................................................................................vi
Agradecimentos..............................................................................................................................vii
Resumo..........................................................................................................................................viii
Abstract...........................................................................................................................................ix
Lista de figuras.................................................................................................................................x
3
Lista de tabelas................................................................................................................................xi
Lista de abreviaturas.......................................................................................................................xii
CAPITULO I: INTRODUÇÃO.....................................................................................................13
1.1. Enquadramento e delimitação do tema............................................................................14
1.2. Justificativa da escolha do tema.......................................................................................14
1.3. Problematização...............................................................................................................16
1.4. Objectivo de trabalho.......................................................................................................17
1.4.1. Objectivo geral:........................................................................................................17
1.4.2. Objectivos específicos:.............................................................................................17
1.5. Hipóteses..........................................................................................................................17
CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA............................................................................18
2.1.Energia: conceitos e tipos.....................................................................................................18
2.1.1. Energias não renováveis ou combustíveis fósseis.........................................................18
2.1.2. As energias renováveis..................................................................................................20
2.3. As fontes básicas de energia no sector doméstico em Moçambique...................................25
2.4. O ensino sobre fontes de energia no currículo moçambicano.............................................28
2.5. Efeito estufa.........................................................................................................................30
CAPITULO III: METODOLOGIA DA PESQUISA.....................................................................32
3.1. Métodos de pesquisa............................................................................................................32
3.2. Técnica de pesquisa de dados..............................................................................................33
3.3. Universo e Amostra.............................................................................................................34
CAPÍTULO IV: RESULTADOS E ANÁLISES...........................................................................35
4.1. Percepção dos alunos em relação às energias renováveis....................................................35
4.2. Análise do nível de conhecimento.......................................................................................44
4.3. Validação das hipóteses.......................................................................................................47
CAPÍTULO V: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES..............................................................48
5.1. Conclusão.............................................................................................................................48
5.1. Recomendações...................................................................................................................48
5.2. Limitações............................................................................................................................49
4
Referências bibliográficas..............................................................................................................50
Apêndices.......................................................................................................................................52
Anexos............................................................................................................................................56
v
Declaração
Eu, Eugénio Domingos César, declaro por minha honra que esta monografia científica é fruto da
minha investigação pessoal e das orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e
todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado, em nenhuma outra instituição para a
obtenção de qualquer grau académico.
___________________________________
Dedicatória
Este trabalho é todo dedicado primeiramente ao Minha mãe Victoria Oficio, meu irmão
Gaudêncio Domingos César, minha esposa Balbina Lavaio, Dedico ainda ao meu supervisor Msc.
António Gonçalves Fortes por me auxiliar sempre e prestar atenção na minha educação e
formação académica, o mesmo aos meus colegas do curso de Física 2019 minha motivação
durante a árdua caminhada prestando assim, uma especial atenção nas minhas dificuldades que
tenho enfrentado na minha vida em geral e nos meus estudos em particular por ser essencial em
minha vida,
Obrigado!
vii
Agradecimentos
Pela longa caminhada rumo ao sucesso, repleta de desafios, foi possível chegar a esta etapa
graças ao apoio e encorajamento de várias individualidades que gostaria de endereçar.
A Deus pelo dom da vida, pela saúde que me conservou até este momento e por me ter dado esta
oportunidade.
Ao meu orientador António Gonçalves Fortes pelas sábias orientações e pelo esforço
demonstrado, pelo incentivo, apoio, dedicação e contribuição para a execução desse trabalho.
A todos os docentes do curso de Licenciatura em Ensino de Física, pela maneira sábia com que
tem levado os estudantes aos níveis mais elevados de conhecimentos nas cadeiras por eles
leccionadas, garantindo deste modo a qualidade de ensino nesta instituição de ensino superior.
Aos meus pais Domingos Mendiate e Vinoria Oficio, ao meu irmão Gaudêncio, minha esposa
Balbina pela forca, apoio, coragem e acima de tudo, paciência que teve por me esperar estes 5
anos durante a minha caminhada estudantil e pelo esforço investido na minha educação.
Aos meus amigos Luis Uane, Azamate, Mario, Domingos Napovo Jaloi, Omardine.
Aos colegas de sala, pela amizade e companheirismo durante o percurso do curso. De forma
especial Abudo Suale, Roberto, Duate, Dinis e Juarto pelo apoio e pela oportunidade que tive de
partilhar durante o curso.
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Resumo
A sociedade busca por soluções para o uso racional dos recursos energéticos em função do aumento da
demanda, dos custos de produção e da limitação de recursos naturais. A maioria destes recursos prove dos
combustíveis fósseis, associado aos efeitos negativos sobre a saúde e o ambiente. Por isso, no ensino
secundário é fundamental a aprendizagem de sistemas de conversão de energias renováveis, contribuindo
para a formação de cidadãos conscientes, activos e comprometido com o bem-estar da sociedade. Neste
contexto, se desenvolveu uma pesquisa descritiva, baseada em palestra e questionário, com objectivo de
avaliar o nível de conhecimento dos alunos da 12ª classe na Escola Secundária e Comunitária da ADEMO
sobre os impactos do uso das energias renováveis no quotidiano e suas abordagens no PEA de Física.
Constatou-se que os alunos sabem conceituar e identificar as fontes de energias renováveis e os benefícios
sociais, ambientais e económicos resultantes do seu uso, apesar de, nas aulas de Física não se tratar desta
matéria, de forma explícita e plena. Conclui-se que estes alunos têm conhecimentos moderados sobre uso
das energias renováveis no quotidiano e estão cientes sobre os impactos económicos e ambientais destas.
A abordagem sobre as fontes de energia no PEA de Física impacta na compreensão dos alunos sobre
sustentabilidade, na mitigação das mudanças climáticas e na preservação dos recursos naturais.
Abstract
Society searches for solutions for the rational use of energy resources due to increased demand,
production costs and limited natural resources. The majority of these resources come from fossil fuels,
associated with negative effects on health and the environment. Therefore, in secondary education it is
essential to learn renewable energy conversion systems, contributing to the formation of conscious, active
citizens committed to the well-being of society. In this context, descriptive research was developed, based
on a lecture and questionnaire, with the aim of evaluating the level of knowledge of 12th grade students at
ADEMO Secondary and Community School on the impacts of the use of renewable energy in everyday
life and their approaches to PEA. of Physics. It was found that students know how to conceptualize and
identify renewable energy sources and the social, environmental and economic benefits resulting from
their use, despite the fact that this subject is not dealt with explicitly and fully in Physics classes. It is
concluded that these students have moderate knowledge about the use of renewable energy in their daily
lives and are aware of their economic and environmental impacts. The approach to energy sources in the
Physics PEA impacts students' understanding of sustainability, the mitigation of climate change and the
preservation of natural resources.
Lista de figuras
Lista de tabelas
Lista de abreviaturas
% - Porcento
CN – Ciências Naturais
Fig. – Figura
CAPITULO I: INTRODUÇÃO
A sociedade busca por soluções para o uso racional dos recursos energéticos em função do
aumento da demanda, dos custos de produção da energia e da limitação de recursos naturais.
Sendo assim nas últimas décadas surgiram acções e movimentos em direcção ao aumento da
eficiência dos processos e da utilização das tecnologias de energias renováveis com objectivo de
reduzir o impacto ambiental (Moreira, 2017). No futuro, o desenvolvimento económico de um
país poderá ser definido pelo equilíbrio entre o consumo de energia e o aumento dos impactos
ambientais causados por este processo. O mundo tem recursos limitados e certamente vai haver
um aumento na competição para obtê-los (Coyle & Simmons, 2014).
Segundo Quaschining (2006), a maior parte de energia actualmente consumida é proveniente dos
combustíveis fósseis cuja maior parte foi consumida no século XX. Além disso, o fornecimento
de energia proveniente dessas fontes é um dos responsáveis antropogénicos pelo agravamento do
efeito estufa, chuvas ácidas e outros efeitos negativos sobre a saúde e o ambiente devido a
emissão de gases de efeito estufa (GEE) e outros poluentes prejudiciais ao ambiente.
Energia renovável é um tema interdisciplinar, que pode ser explorada em diversas áreas do
conhecimento (Kandpal & Lars, 2014), sobretudo nas disciplinas das Ciências Naturais (CN) e da
Terra. Ademais, as escolas que leccionam o ensino secundário geral podem ser utilizadas para
desenvolver estas competências, para isso, é necessário buscar o envolvimento político, nos
programas de ensino e desenvolver metodologias activas e contextualizadas para a abordagem da
temática de forma ampla e direccionada ao contexto socioeconómico e cultural da região.
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O tema em estudo enquadra-se na linha de pesquisa “Energia versus Meio Ambiente”, vigentes
no Curso de licenciatura em Ensino de Física com habilitação em Energias Renováveis da
Universidade Rovuma.
A pesquisa de campo foi realizada entre os dias 10 e 25 de Outubro de 2023, nas instalações da
Escola Secundária e Comunitária da ADEMO 1, cita no bairro Central, na cidade de Nampula,
onde para a colecta de dados foram envolvidos 50 alunos da 12 classe da área B (Ciências com
Biologia), por se tratar de um grupo que trata da problemática das energias renováveis nas várias
disciplinas curriculares, sobretudo nas disciplinas de Física, Química e Biologia, podendo ter
outro tratamento de forma transversal noutras unidades curriculares.
No decurso da pesquisa realizou-se palestras nas salas de aulas e questionário aos alunos com
vista a conscientizá-los sobre os impactos ambientais e socioeconómicos do uso das energias
renováveis no quotidiano e identificar o entendimento destes, de forma qual-quantitativo, sobre o
processo de utilização da energia renovável presente no seu quotidiano, respectivamente.
A justificativa de realização desta pesquisa se apoia que educação ambiental (EA) e a abordagem
sobre a geração e uso das ER nas escolas contribuem para a formação de cidadãos conscientes,
aptos para decidirem e actuarem na realidade socioambiental de um modo comprometido com a
vida, com o bem-estar pessoal e da sociedade. Para isso, é importante que, mais do que
informações e conceitos, as aulas de Física disponham a trabalhar com atitudes, com formação de
valores e boas práticas, para que o aluno possa aprender a amar, respeitar e praticar acções
voltadas à conservação ambiental e uso consciente de recursos naturais, sobretudo os energéticos.
Neste contexto, a informação é um requisito fundamental para que os alunos estejam conscientes
sobre as fontes de energia, renováveis e não renováveis, suas propriedades e seu impacto sobre o
ambiente, visto que, o principal objectivo no processo de ensino-aprendizagem (PEA) sobre
fontes de energia é habilitar os alunos a assumirem responsabilidades em matéria de uso das
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Associação dos Deficientes Moçambicanos
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fontes de energia sabendo o impacto que estas têm sobre o ambiente e a economia. Portanto, é
relevante destacar que essas informações também deviam ser abordadas com mais realce nas
escolas secundárias, no sentido de consciencializar os alunos para a sustentabilidade dessas
energias, visto que os programas e os livros escolares não trazem consigo uma unidade temática
ligada as energias renováveis.
Tendo a escola como espaço de apropriação de saberes da cultura geral e de saberes específicos
da cultura científica, deve se proporcionar aos alunos a oportunidade de investigar, sistematizar e
socializar conhecimentos sobre temas curriculares que, dado às suas amplas implicações para as
gerações presentes e futuras, estejam mobilizando sua curiosidade e atenção.
Outro ponto relevante que justifica a pesquisa baseia-se na medida em que levanta alguns pontos
de discussão sobre o papel da escola na educação do jovem face aos problemas energéticos e
ambientais decorrentes do uso das fontes de energia principalmente a lenha e o carvão vegetal.
Uma vez que esta pesquisa pretende avaliar a funcionalidade das abordagens em conteúdos
relacionados com as fontes de energia e propor alguns mecanismos de modo a incrementar o PEA
sobre estes conteúdos e contribuir para a divulgação das fontes renováveis de energia, pretende
dessa forma contribuir para uma reflexão e compreensão da necessidade de mudança das práticas
nas escolas e o seu impacto na melhoria das aprendizagens dos alunos.
Não há como não repetir que ensinar não é a pura transferência mecânica do perfil do conteúdo
que o professor faz ao aluno. Como não há também como não repetir que partir do saber que os
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educandos tenham não significa ficar girando em torno deste saber. Partir significa pôr-se a
caminho, ir-se; deslocar-se de um ponto a outro e não ficar, permanecer (Freire, 2013, p. 8).
1.3. Problematização
Moçambique enfrentam problemas severos relacionados com a energia e com o ambiente devido
ao consumo massivo de biomassa lenhosa (lenha e carvão vegetal). De acordo com Cuamba et al.
(2006), 83% das necessidades energéticas domésticas são supridas pela biomassa lenhosa,
sobretudo nas zonas rurais, embora se conheçam os efeitos negativos da queima de biomassa
sobre o ambiente e sobre a saúde humana, principalmente de mulheres e crianças. A principal
fonte de energia portanto tem sido as florestas naturais.
O facto acima mostra que muitos cidadãos não têm noção sobre o impacto ambiental provocado
pelas fontes de energia que eles usam, optando apenas por usar fontes disponíveis e acessíveis.
Por isso, o conhecimento do impacto que as diversas fontes de energia têm sobre o ambiente pode
de certa forma influenciar as escolhas pelas fontes e na forma de utilização destas. Por isso, as
populações precisam ter conhecimento sobre o impacto da utilização da lenha e do carvão e
também das diversas fontes de energia existentes para que as usem de forma consciente.
Diante do exposto o trabalho tem a seguinte pergunta de partida: Qual é o nível de conhecimento
que os alunos da Escola Secundária e Comunitária da ADEMO têm sobre as fontes renováveis de
energia usadas no quotidiano e qual é o impacto do PEA da Física nesta temática ambiental e
energética?
Avaliar o nível de conhecimento dos alunos da 12ª classe na Escola Secundária e Comunitária da
ADEMO sobre os impactos ambientais e económicos do uso das energias renováveis no
quotidiano e suas abordagens no PEA de Física.
1.5. Hipóteses
Para responder o problema citado apresenta-se os seguintes hipóteses;
Energia é aquilo que permite uma mudança na configuração de um sistema, em oposição a uma
força que resiste a esta mudança (Viana et al., 2012). A energia é um factor crucial para o
desenvolvimento de um país e é usada para vários fins a nível industrial, comercial e doméstico.
A energia como fenómeno intrínseco da matéria, podendo-se manifestar em várias formas com
possibilidades de inter-conversão e conservação.
A energia que se utiliza muitas vezes está na forma modificada, identificada como fonte
secundária de energia. Basicamente, a energia é um ingrediente indispensável à nossa vida, um
indicador de desenvolvimento socioeconómico e da qualidade de vida da população. As
transformações envolvendo energias estão presentes na história do Universo, da vida e da
Humanidade (Goldemberg, 1998; Lloyd, 2017).
As fontes renováveis de energia têm ganhado cada vez mais destaque no cenário mundial actual,
sendo os pilares da busca pela preservação ambiental e desenvolvimento sustentável (Arto et al.,
2016; Bozkurt & Destek, 2015). A divulgação de conhecimento entre os ensinos secundário e
superior sobre aos conceitos e tecnologias de geração de energia com fontes renováveis é uma
acção importante e de responsabilidade social, sobretudo quando as universidades têm cursos
voltados a temática das tecnologias energéticas renováveis e limpas (Oliveira et al., 2016).
Os combustíveis fósseis são uma fonte de energia não renovável e portanto finita, pois, uma vez
gasta não é possível usá-la de novo. Estes se formaram há milhares de anos atrás e as substâncias
orgânicas (resíduos de animais ou vegetais) são o material base de sua formação, por isso, eles
são biomassa armazenada no passado (Mullan et al., 1983).
Uma vez que as plantas são a fonte original dos combustíveis fósseis, isto sugere que estes
continuam sendo formados embora bem mais devagar que o ritmo em que estão sendo usados.
Por isso a possível crise energética prevista para o futuro não é sem fundamento. Pois, para se
repor as reservas que já foram e continuam sendo exploradas são necessários milhões de anos de
carbonização das substâncias orgânicas.
Devido ao excessivo consumo dos combustíveis fósseis, as reservas destes estão se tornando cada
vez mais escassas. Uma estimativa exacta das reservas existentes de recursos de energia fóssil é
muito difícil, porque somente o tamanho dos depósitos já explorados é sabido. As reservas
adicionais a serem descobertas no futuro só podem ser estimadas. Estimativas sugerem que o
petróleo poderá ser explorado por mais 41 anos, o gás natural por 61 anos e o carvão mineral por
204 anos (Quaschining, 2006). Mesmo que novas reservas de combustíveis fósseis sejam
descobertas, isto não mudará o facto de que elas são limitadas e que um dia poderão acabar.
Os efeitos negativos causados pela exploração dos combustíveis fósseis estão aumentando
rapidamente. Países que usam muitos combustíveis fósseis estão a enfrentar sérios problemas de
poluição (Nilgun & Turkey, 2006). A China é a prova disso. Devido ao rápido crescimento
económico, este país tornou-se no maior consumidor de energia, sobretudo proveniente de fontes
fósseis e como resultado disso, várias cidades se encontram mergulhadas em nuvens de fumaça.
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A energia nuclear ou atómica é uma das mais perigosas, uma vez que podem causar danos
irreversíveis no planeta. Ela é proveniente de elementos radioactivos, sendo obtida a partir da
Fissão do átomo do urânio e tório.
O país conta com cerca de 104 bacias hidrográficas, das quais 11 têm um elevado potencial
hidrográfico, nomeadamente as bacias de Maputo, Umbeluzi, Incomáti, Limpopo, Save, Pungue,
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Búzi, Zambeze, Licungo, Montepuez e Rovuma. Destes, foram identificados um total de 1.446
novos possíveis projectos hidroeléctricos, com um potencial de 19 GW, dos quais se
selecionaram, após estudo, 351 projectos prioritários cujo potencial estimado é de 5,6 GW
(ALER, 2017).
Energia maremotriz, ou energia das marés, é o modo de geração de energia por meio do
movimento das marés. Dois tipos de energia mare motriz podem ser obtidos: energia cinética das
correntes devido às marés e energia potencial pela diferença de altura entre as marés alta e baixa.
O aproveitamento da energia das marés pode ser feito a partir de centrais eléctricas que
funcionam por acção da água dos mares. É necessária uma diferença de 7 metros entre a maré
alta e a maré baixa para que o aproveitamento desta energia seja renovável.
A energia eólica é a energia que provém do vento, uma abundante fonte de energia limpa,
renovável e disponível em todos os lugares. O termo eólico vem do latim “eolicus”, relativo a
Éolo, Deus dos ventos na mitologia grega (Pinto, 2012). Esta energia pode ser convertida de
diversas formas. Uma das primeiras conversões utilizadas até hoje é a conversão da energia
potencial do vento em energia mecânica, utilizada a milhares de anos para o bombeamento de
água, moagem de grãos, mover barcos, drenagem de terras alagadas para cultivo ou construção e,
actualmente, para gerar força mecânica e energia eléctrica (Reis, 2011).
plantas e animais (uso indirecto) (Almeida et al., 2013). É considerada fonte de energia limpa por
não causar impactos ambientais (Grippi, 2009). A irradiação global no país varia entre 1,785 e
2,206 kWh/m2/ano, traduzindo num potencial estimado em 23.000 GW (Gueifão et al. 2013).
Este recurso é bastante abundante e consistente em grande parte do país, com as Províncias de
Tete, Niassa, Nampula, Cabo Delgado e Zambézia a serem as que apresentam maior irradiação.
Estima-se que a actual capacidade instalada de energia solar no país seja de 2.5 GW, dos quais
599 kW com capacidade de ligação à rede (FUNAE, 2018). O mercado de painéis solares é
dominado pelo Fundo de Energia (FUNAE) e o principal consumidor, a população rural e de
baixa renda, facto que leva a FUNAE a fornecer painéis a baixo custo.
A energia geotérmica aproveita calor que emana das camadas interiores de planeta para gerar a
electricidade em calor. Nas centrais, o calor é aproveitado para que acciona as turbinas que vão
produzir energia. Esta energia manifesta-se à superfície na forma de rochas e fluidos quentes,
podendo ser explorada a partir do interior do solo através das bombas de calor (Souza, 2015).
Foram realizados estudos térmicos, em centenas de estações próximas as fontes termais com
temperaturas acima de 60ºC e fluxo de calor de 70-170 mW/m 2. Foram mapeados cinco locais
com potencial geotérmico: Metangula (95ºC), Morrumbala (153ºC), Boroma (164ºC), Maganja
da Costa e Namacurra (155ºC). O potencial total foi de 147 MW e temperaturas de 140-160ºC, a
profundidades de 1.500-2.500 metros. No País ainda ocorrem depósitos de águas termais nas
regiões de Espungabeira-Dombe-Chibabava, Libombos, no rifte na fronteira com o Zimbabué e
África do Sul, e em Gorongosa, Changara, Moatize, Chifunde e Mágoè (Gueifão et al., 2013).
No contexto energético, o termo “biomassa” refere-se ao material biológico, não fóssil, de origem
vegetal, animal ou microbiana, que pode ser convertido em energia (bioenergia). Este material
inclui matéria vegetal gerado por fotossíntese, resíduos agrícolas, agroindustriais, florestal,
dejectos de animais e a fracção biodegradável dos resíduos urbanos e industriais (Monjane &
Barros, 2015). A biomassa pode ser classificada em dois grandes grupos: (1) biomassa
tradicional, composta essencialmente pela lenha e resíduos naturais, e (2) biomassa moderna,
produzida a partir de processos tecnológicos avançados e eficientes, tais como biocombustíveis
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líquidos e gasosos, briquetes e pellets, cogeração e os cultivos dedicados de espécies como o das
florestas plantadas e o da cana-de-açúcar (Marafon et al., 2016; Raposo et al., 2015).
A energia constitui um dos principais factores que contribuem para o desenvolvimento das
actividades económicas e sociais, permitindo o crescimento da economia do país, podendo aliviar
a pobreza da população. O nosso país detém um potencial considerável em recursos energéticos
(hídricos, gás natural e carvão mineral), o que proporciona ao país condições favoráveis para
satisfazer não só as necessidades internas mas também as da região da África Austral em energia,
(MICOA, 2004). Por ser um país em vias de desenvolvimento, Moçambique cada vez mais
precisando de energia para dar vazão aos vários projectos de desenvolvimento. Tal incremento
das necessidades energéticas tem resultado numa forte pressão sobre os recursos naturais e um
exemplo evidente disso é a devastação de florestas como consequência do abate de árvores para
vários fins mas principalmente para a produção de energia.
das florestas reduz a capacidade da região de reduzir as alterações climáticas, uma vez que as
florestas actuam como colectores de CO2.
Isto significa que à medida que são abatidas árvores para obtenção de combustível lenhoso há que
plantar novas árvores para que haja esse balanço e isto muitas vezes não acontece no nosso país.
Sendo assim, pode-se afirmar que a queima de biomassa no país não só causa a devastação de
florestas mas também contribui significativamente para a poluição atmosférica e outros
problemas (exemplo, a erosão dos solos). Por isso, é uma prática que se deve evitar a todo custo.
É evidente que os recursos importantes que Moçambique possui no domínio das energias
renováveis irão desempenhar um papel cada vez maior no seu abastecimento de energia. Além
disso, as energias renováveis oferecem às zonas rurais possibilidades de diversificação, baseadas
em perspectivas a longo prazo, seguras e sustentáveis.
Uma fonte de energia renovável com potencial de exploração constitui um ponto forte para uma
zona rural. Consoante o território, essa fonte de energia renovável pode oferecer as seguintes
vantagens:
Exploração dos recursos locais de forma que contribua para melhorar a situação económica,
exportando energia ou diminuindo os abastecimentos externos;
Criação de empregos, principalmente para a camada jovem que enfrenta sérios problemas de
desemprego;
Diminuição da carga sobre o ambiente, nomeadamente através da redução das emissões de
CO2, principal responsável pelo efeito de estufa, e de SO 2, principal responsável pelas chuvas
ácidas;
Efeito de alavanca para outras iniciativas de desenvolvimento rural, atendendo
nomeadamente à mobilização e à animação locais induzidas pelo projecto energético.
As energias provenientes de fontes renováveis ganham um espaço cada vez maior por não
prejudicarem o ambiente e ainda, por serem facilmente adaptáveis às comunidades. São essas
energias renováveis e limpas que o governo deve promover sua disseminação através dos seus
projectos de desenvolvimento sustentável.
Outra vertente bastante viável é o uso do biogás e da extracção de óleos vegetais para substituir
derivados do petróleo, como é o caso do biodiesel. É de recordar que a produção de
biocombustíveis foi sempre acompanhada de uma grande controvérsia. Esta está baseada no uso
de terras cultiváveis para a produção de matérias-primas destinadas à produção biocombustíveis.
No universo das energias renováveis localmente exploráveis, a solar e a eólica são as que se
configuram mais viáveis. Pois, devido as condições climáticas e a extensão da nossa costa, o país
possui excelentes condições de conversão fotovoltaica e eólica. Os preços dos painéis solares têm
Vindo a reduzir à medida que se registam avanços tecnológicos. Há várias experiências piloto em
curso no país e que deveriam ser reproduzidas em larga escala logo que se comprovar o seu êxito.
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Além disso, sistemas solares (eólicos também) podem ser usados para a dessalinização da água
que é um facto a ser levado em conta na abertura de furos de água. Em locais turísticos e não só,
pode-se poupar dinheiro aquecendo água em sistemas que funcionem a base de energia solar e
não com a electricidade convencional. Portanto, são várias as formas locais de aproveitamento
das fontes de energias renováveis. A avaliação do potencial dos sistemas energéticos solares e
eólicos para pequenas instalações, por exemplo em vilas, é um ponto estratégico para a promoção
do desenvolvimento rural sustentável. Um estudo feito por Cuamba et al. (2006) demonstra
claramente as potencialidades que o país tem em termos de radiação solar. Os resultados obtidos
indicam que foram registadas mais de 6 horas diárias de insolação e os referentes as médias
globais de radiação solar situam-se entre 5.7 kWh/m 2/dia e 6.0 kWh/m2/dia que são dados
importantes no dimensionamento de sistemas solares. Com estes conhecimentos, se torna
bastante fácil projectar sistemas autónomos de electrificação rural pois, estes possuem a
vantagem de poderem ser instalados em locais isolados sem necessidade de conexão a uma rede
convencional de electricidade (Cuamba et al., 2006).
As escolas, como instituições de ensino e uma vez que desempenham um papel preponderante na
educação de gerações presentes e futuras devem buscar formas atractivas e eficientes em questões
de consciencialização sobre o uso das diversas fontes de energia e seu impacto no ambiente.
Sendo assim, cabe à escola o desenvolvimento de actividades no domínio da educação que
permitam a divulgação das informações existentes e na promoção de boas práticas no
aproveitamento das fontes de energia, sejam elas renováveis assim como não. Considerando a
localização geográfica das escolas, será possível a médio prazo que elas se tornem dinamizadoras
da expansão deste conhecimento em benefício das comunidades vizinhas.
A produção, conversão e utilização da energia tem um impacto sobre o ambiente e muitas vezes
os cidadãos não tem noção sobre o impacto ambiental provocado pelas fontes de energia. Sendo
assim, é necessário que os cidadãos tenham um conhecimento mínimo sobre estes assuntos para
que façam escolhas conscientes quando o assunto é utilização de energia.
O currículo do ensino básico moçambicano está organizado em três áreas curriculares e uma das
áreas é a das CN. A qualidade do ambiente e conceitos sobre fontes de energia são assuntos
interligados e correntes em educação de CN. Isto é comprovado pelo foco de algumas disciplinas
como Física, Biologia e Química que estudam a natureza, suas características, tipos e áreas de
aplicação das fontes de energia e seus efeitos sobre o ambiente. A informação é um requisito
fundamental para que os indivíduos estejam conscientes sobre as fontes de energia, suas
propriedades e seu impacto sobre o ambiente.
O conhecimento do impacto que as diversas fontes de energia têm pode de certa forma
influenciar as escolhas dos cidadãos. Pois, para que se façam escolhas conscientes é necessário
compreender as capacidades, os efeitos e até os custos de cada variedade das fontes de energia
bem como as consequências dessas escolhas. As iniciativas educacionais podem representar um
ponto fulcral para a divulgação do conhecimento sobre as fontes de energia e impacto de sua
utilização nas comunidades.
CN. Segundo INDE (2003), as CN são introduzidas na 12ª classe e incluem conteúdos de quatro
grandes áreas temáticas (universo, seres vivos, população e ambiente).
As CN são constituídas por conteúdos elementares de disciplinas que tem os objectivos: (i)
Desenvolver habilidades e competências na interpretação científica dos seres e dos fenómenos
naturais; (ii) 2. Habilitar o aluno a usar os recursos naturais disponíveis tendo em conta a
preservação do ambiente (Quêba, 2009). Os programas do ensino básico actualmente em vigor
são resultado das recentes reformas curriculares. De acordo com INDE (2004), o reajustamento
dos anteriores programas teve o mérito de levar à produção de programas que para além de
listarem os antigos temas programáticos, incluem novos temas (pode se citar o novo programa de
CN da 12ª classe que contém a unidade temática “Electricidade” que não vigorava no programa
anterior) e ainda sugerem actividades que os professores podem seguir para melhor elucidação
dos temas em causa. Considerando o carácter flexível do currículo, a sua implementação deverá
considerar Aspectos de interesse local de maneira a responder às necessidades das comunidades.
De acordo com Morgil et al. (2006), no ciclo natural, o calor irradiado pelo sol para a superfície
terrestre precisa ser transferido para o espaço. Mas, devido a presença de GEE este processo
praticamente não ocorre pois, estes absorvem parte da radiação que devia ser transferida para o
espaço, ocasionando o tão propalado efeito estufa.
O efeito estufa é um processo que ocorre quando uma parte da radiação infravermelha emitida
pela superfície terrestre é absorvida por determinados GEE presentes na atmosfera. Como
consequência disso, o calor fica retido, não sendo libertado para o espaço, provocando portanto,
uma elevação da temperatura. Quando o efeito estufa não é excessivo, ele é um processo
importante para a manutenção de temperaturas mais amenas e adequadas da Terra. Os gases de
origem natural (exemplo, provenientes da fotossíntese) provocam o efeito estufa natural, cuja não
ocorrência impossibilitaria a existência de vida na Terra pois as temperaturas seriam
extremamente baixas, por volta de 15 ºC negativos (Quaschining, 2006).
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GEE são substâncias gasosas que absorvem parte da radiação infravermelha emitida pela
superfície terrestre e que dificultam sua passagem para o espaço. Isso impede que haja perda de
calor no espaço e mantém a terra aquecida. Como resultado, a superfície terrestre fica cerca de
30ºC mais quente ao receber quase o dobro de energia da atmosfera em relação à energia que
recebe do sol. São exemplos de GEE o CO2, o CH4, o N2O, o O3, os clorofluorcarbonetos (CFC’s)
e o vapor de água. O CO2 contribui em 61% para o aquecimento global, o CH 4 em 15%, o N2O
em 4%, o O3 com menos de 9% e os CFC’s com 11% (Quaschning, 2006).
Dados do protocolo de Quioto revelam que nos últimos 100 anos, devido ao incremento da
concentração dos GEE, a temperatura global do planeta tem aumentado (o chamado aquecimento
global intimamente ligado com as mudanças climáticas). Tal incremento é provocado pelas
actividades humanas, denominado efeito estufa antropogénico ou antrópico (Quaschining, 2006).
32
Neste capítulo é descrito o desenrolar da pesquisa, neste caso, os métodos usados, as técnicas
usadas para a colecta dos dados, a amostragem.
Segundo Lakatos e Marconi (2017) método é o conjunto das actividades sistemáticas e racionais
que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objectivo de produzir conhecimentos
válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as
decisões do cientista. Portanto, classificou-se os métodos de pesquisa quanto a abordagem,
objectivos e aos procedimentos.
Quanto a abordagem a pesquisa é mista, que segundo Marques et al. (2014, p. 40), “A abordagem
mista é aquela que envolve aspectos qualitativos e quantitativo, dando, todavia, ênfase aos
aspectos qualitativos” Na abordagem qualitativa, procurou-se saber percepções, acções
desenvolvidas por estes e avaliar o nível de conhecimento dos alunos na Escola Secundária e
Comunitária da ADEMO sobre energia renováveis, com vista alcançar consumo racional. Na
abordagem quantitativa fez -se a mensuração e análise dos dados para avaliar o nível de
conhecimento dos alunos. Portanto, os dados qualitativos foram mensurados e agrupados, usando
ferramentas Estatísticas, com objectivo de comparar a similaridade e a frequência das respostas, a
Tendência do comportamento da amostra, definir os níveis de concepção sobre as energias
renováveis e obter conclusões dos dados fornecidos pelos dados qualitativos.
Quando aos objectivos a pesquisa é descritiva, que segundo Gil (2017) a pesquisa descritiva é
aquele que descrevem características de um fenómeno por idade, sexo, procedência, nível de
escolaridade, estado de saúde física e mental etc. São incluídas neste grupo as pesquisas que têm
por objectivo levantar as opiniões, atitudes e crenças de uma população. Assim, a pesquisa é
descritiva visto que foi possível descrever as perspectivas, opiniões e concepções dos alunos da
Escola Secundária e Comunitária da ADEMO sobre as energias renováveis.
Quando aos procedimentos a pesquisa é do tipo estudo de caso que segundo Martins (2017)
refere-se a um tipo de pesquisa bastante específica, pois consiste em um estudo detalhado e
exaustivo de um único objecto, o que permite obter um conhecimento aprofundado do mesmo,
33
porém seus resultados não podem ser generalizados, atendo-se apenas ao caso em estudo.
Portanto a pesquisa é um estudo de caso, visto que se concentra em uma única unidade de análise,
que é a Escola Secundária e Comunitária da ADEMO. Nesse estudo, o pesquisador realizou uma
investigação detalhada e exaustiva do nível de conhecimento dos alunos sobre energia renovável
dentro deste ambiente educacional específico. Isso implica colectar uma ampla gama de dados e
informações directamente relacionados à escola, seus alunos e o tema em questão, permitindo
assim uma análise aprofundada das circunstâncias específicas desse caso.
De forma a colher as informações, foram usadas algumas técnicas que vão fazer o ajuste das
conclusões de acordo com o tratamento das mesmas, para tal as técnicas que foram usadas são as
seguintes: palestra e questionário.
Segundo Gil (2017) questionário pode ser definido “como a técnica de investigação composta por
um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por
objectivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações
vivenciadas etc.
Para a colecta de dados foi aplicado um questionário aos alunos, com um conjunto de questões
abertas e fechadas para tabela de Blandilaise et al. (2009) com o intuito de colher informações
sobre: (i) conceito de energia renovável; (ii) as fontes de energias renováveis (iii) benefícios de
energia renovável; (iv) importância de uso de energias renováveis; (v) vantagens das energias
renováveis e impactos das energias renováveis sobre o ambiente; (vii) usos do quotidiano e
incentivo das energias renováveisç e (iv) nível de conhecimento dos alunos sobre o uso das
energias renováveis no quotidiano, segundo a Escala de Linkert com variação entre 0 à 3, onde o
número 0 corresponde a para não sei (NS); 1 para discordo totalmente (DT), 2 para concordo
parcialmente (CP); e 3 para concordo completamente (CC).
Para classificar o nível de conhecimento dos alunos sobre o uso das energias renováveis no
quotidiano, usou-se a proposta de Brandalise et al. (2009), sendo os pesos obtidos, se estiverem
entre: (i) 3,0 e 2,4 – possuem alto nível de conhecimento; (ii) 2,4 e 1,8 – possuem conhecimentos
34
moderados; (iii) 1,8 e 1,2 – possuem baixo nível de conhecimentos; (iv) 1,2 e 0,6 – possuem
poucos traços de conhecimentos, e; (v) Menor que 0,6 – não possuem conhecimentos sobre o uso
das energias renováveis no quotidiano.
Segundo Lakatos e Marconi (2017) palestra é uma aula expositiva, com uma apresentação oral
que pretende apresentar informações ou ensinar pessoas a respeito de um assunto. Usou-se uma
cartolina para se fazer o cartaz da palestra e palestra teve em média 7 até 10 minutos de duração
com os alunos. Portanto, foi aplicada o tipo de palestra motivacional. A palestra motivacional,
segundo Rachid (2019) é aquela que pode ser desenvolvida em escolas, empresas e até mesmo
para um público em aberto justamente por se aplicar a diferentes situações, pois o seu princípio é
motivar as pessoas e fazê-las tomar atitudes que estimulem o alcance de seus objectivos. A
palestra teve com objectivos: (i) informar sobre a importância das energias renováveis; (ii) usos
das energias renováveis no nosso quotidiano; (iii) as vantagens e desvantagens do uso das
energias renováveis; (iv) mostrar as fontes de energia renovável e o incentivo ao uso destas.
Neste capítulo será apresentado e discutido resultados relativos à percepção dos alunos acerca das
energias renováveis presentes no seu quotidiano e a análise do nível de conhecimentos destes em
relação as energias renováveis presentes no quotidiano.
E uma Escola Secundaria e Comunitária da ADEMO na cidade de Nampula que esta localizada
na Rua dos Continuadores, ao lado do 1º Acampamento da Academia Militar "Marechal Samora
Machel" – cidade de Nampula. Actualmente, Escola é composta de 9 salas de aulas, assistidos
por um total de 21 professores, onde 15 destes são funcionários do Ministério da Educação e
Desenvolvimento Humano (MINEDH). a escola esta representada de uma secretaria geral, uma
sala dos professores, uma vitrina onde são coladas as informações dos alunos, um gabinete do
Director, um gabinete do Director Adjunto de Escola, um gabinete do Administrativo, uma
biblioteca geral da escola, uma casa de banho para os funcionários e duas casas de banho para
alunos, sendo, uma feminina outra masculina.
Numa breve leitura dos livros escolares do ESG em Moçambique deparou-se com a abordagem
de várias formas de energia, cada uma apresentada dentro de domínios específicos das CN. Fala-
se em energia potencial gravitacional, energia cinética, energia potencial elástica e outras formas
de energia usadas na ciência, mas também de uso corrente em situações quotidianas, embora com
significado pouco preciso, como por exemplo, energia química, energia térmica, energia eólica,
energia eléctrica, energia nuclear e outras. O uso dessa ampla variedade de formas de energia,
cada uma associada a processos e fenómenos particulares, segundo Barbosa e Borges (2006)
sugere que não sabemos exatamente o que a energia é. Sabemos, de antemão, que há algo a que
damos o nome de energia que existe em diferentes formas que podem ser transformadas em
outras, obedecendo ainda a um princípio de conservação básico da ciência, mas que, apesar de ser
transformada, continua sendo energia.
Quanto à primeira questao do questionário que procurava saber se os alunos sabem o que são
fontes de energia renováveis (Fig. 1), uma maioria absoluta destes (74%) afirmou positivamente,
mas uma minoria (25%) afirmou negativamente, mostrando-se, deste modo, certa limitação no
entendimento sobre o assunto. Ademais, para os 26% dos alunos que não sabem, seria benéfico
oferecer informações específicas sobre energias renováveis, abordando tipos comuns no
quotidiano, como solar e hidreléctrica.
Esta aproximação dos conceitos e abordagens científicas com o quotidiano dos alunos, pode
colocar a tona duas realidades: (i) os conheciemntos científicos não são dissociados com o
quotidiano e o conhecimento vulgas (senso comum), mostrando, nesta vertente, uma relação
bipolar entre os conhecimentos das CN na explicação de situações do quotidiano; (ii) pode
destacar a importância das fontes de energia renovável no quotidiano, propondo-se alternativas na
mitigação das mudanças climáticas e na redução da dependência de combustíveis fósseis.
Explorar os benefícios económicos e ambientais dessas fontes pode incentivar a uma
compreensão mais profunda, promovendo a sustentabilidade e incentivando a participação activa
na transição para fontes mais limpas de energia.
A seguir, procurou-se saber dos alunos, qual a alternativa melhor conceituava a energia renovável
(Fig. 2), onde, de forma quase unánime, 82% dos alunos consideram se tratar da “Energia obtida
exclusivamente a partir de recursos naturais, que podem ser regenerados” e o restante, 18%
consideram “Energia gerada por processos industriais intensivos em carbono”. Existiram ainda, 2
37
opções não escolhida por estes, nomeadamente, “Energia proveniente de combustíveis fósseis” e
“Energia gerada a partir de fontes não renováveis, como o carvão e o petróleo”.
Após apresentra-se o entendimento sobre as energias renováveis (Fig. 1 e 2), na terceira questão
devia-se, enumerar as fontes de energia renováveis, onde de forma não cumulativa (Fig. 3), 80%
dos alunos escolheram a energia hidraúlica ou hidroeléctica, 78% a biomassa, 74% a energia
solar, 72% a eólica, 68% a energia oceánica – mares e ondas e 60% a energia geotérmica. Em
38
contrapartida, 22% indicaram, como energia renovável, o gás natural, 12% o carvão mineral, 8%
o uránio e 4% o petróleo. A análise deste resultado indica uma separação nítida quanto ao
conhecimento sobre as fontes de energias renováveis, apesar de existir uma quantidade
significativa de alunos que ainda tem dúvidas quanto às fontes deste grupo de energias. De um
lado, com mais de 60% de acertos nas fontes de energias renováveis e com menos de 15% de
erro, nas fontes de energias não renováveis.
A priori, grande parte de alunos não tinha conhecimento sobre o aproveitamento energético da
energia nuclear geotérmica, ondas e marés, por não serem fontes presentes no seu quotidiano.
Além disso, pela localização geográfica e as condições geológicas do local, justifica-se o não uso
de energia das marés, das ondas e geotérmica. O potencial eólico e das biomassas líquida e
gasosa no País e foi quantificado por Gueifão et al. (2013) e ALER (2017), mas continuam
inexploradas, devido a questões de ordem legais, socioeconómica, técnica e tecnológica.
O grupo de alunos que tem dúvidas quanto às fontes de energias renováveis podem estar
associados aos 26% de estudantes que sabem o que são energias renováveis (Fig. 1) e 18% de
alunos que não sabem conceituar este grupo de energias (Fig. 2), destacando-se, deste modo, que
o entendimento sobre as fontes de energias renováveis é necessário conhecimento sobre a
essencia dessas energias, sobretudo quando presentes no quotidiano.
Quanto à questão que procurava saber se durante as aulas já se abordou sobre as energias
renováveis (Fig. 4) houve uma maioria de alunos (68%) que consideram que estes assuntos não
são abordados nas aulas de Física, cabendo os restantes 32% que afirmaram que abordam. Duma
ou doutra forma, verifica-se que questões sobre energias renováveis são abordados nas aulas de
Física, podendo não ser explícita em relação ao termo “energias renováveis”, mas em relação às
diferentes formas, como a solar, hídrica, biomassa e mais.
A discrepância entre os resultados apresentados nas figuras 4 em relação aos resultados das
figuras 1, 2 e 3 revela uma lacuna significativa no conteúdo abordado durante as aulas, sobretudo
de Física, onde os impactos do uso das energias renováveis não são discutidos na sua plenitude,
para além de haver uma retirada da questão de sustentabilidade energética, nas áreas ambientais e
económicas, onde partes destas acções constam nos desafios da humanidade para a sobrevivência
e estabilidade do Planeta. Numa abordagem geral, Barbosa e Borges (2006) consideram que
Entre os conceitos da ciência escolar que se espera que todo estudante aprenda, o de energia é
considerado como um dos mais difíceis de ser ensinado e aprendido, por várias razões: é usado
em diferentes disciplinas escolares, que enfatizam os seus diferentes aspectos; no ESG, é
estudado muito superficialmente, resultando apenas na aprendizagem dos nomes de algumas
manifestações de energia, nem todas elas consensuais; a noção de energia é também amplamente
utilizada na linguagem quotidiana, confundindo-se com outras ideias, como as de força,
movimento e potência; e a aprendizagem do significado de energia em Física requer um alto
grau de abstração, além de conhecimentos específicos de suas várias áreas, como mecânica,
eletricidade, termodinâmica (Barbosa e Borges, 2006, p. 184)
Essa falta de enfoque no PEA de Física pode impactar a compreensão dos alunos sobre
sustentabilidade, considerando que as energias renováveis desempenham um papel crucial na
mitigação das mudanças climáticas e na preservação dos recursos naturais. Ademais, ao
negligenciar a abordagem do tema das energias renováveis, há o risco de os alunos não estarem
adequadamente preparados para enfrentar os desafios ambientais e económicos actuais e futuros.
Integrar esse conteúdo nas aulas de Física ou das CN não apenas enriqueceria o conhecimento
dos alunos sobre soluções sustentáveis, mas também contribuiria para uma consciência mais
ampla sobre a importância de adoptar práticas ecologicamente correctas. Considerando a
crescente urgência em abordar questões ambientais e económicas, a inclusão de tópicos
relacionados a energias renováveis pode ser crucial para promover a sustentabilidade e incentivar
40
Em seguida, foi colocada a questão que abordava sobre as vantagens das fontes das energias
renováveis, onde, de forma não cumulativa (Fig. 5), 40% dos alunos consideram que auxiliam a
“Reduzir as emissões de GEE”, 36% dos alunos que é um “Potencial para geração sustentável de
energia” e 24% dos alunos consideram que “Reduzem a dependência energética aos combustíveis
fósseis”. Um elemento bastante optimista nesse resultado foi à ausência generalizada de opções
que afiguram na realidade, em desvantagens dessas energias.
As respostas dos alunos revela uma compreensão sólida e abrangente das vantagens associadas às
fontes de energias renováveis. Cada ponto destacado pelos alunos reflecte aspectos importantes
que contribuem para a promoção da sustentabilidade e a mitigação dos impactos ambientais. A
identificação dessas vantagens indica certo nível de conscientização sobre a necessidade de
diversificação da matriz energética. A dependência reduzida de combustíveis fósseis não apenas
responde aos desafios de disponibilidade futura desses recursos, mas também diminui a
vulnerabilidade a flutuações nos preços e a questões geopolíticas associadas a esses combustíveis.
41
Por outro lado, o reconhecimento da relação entre fontes renováveis e a redução das emissões de
GEE destaca a preocupação ambiental dos alunos. Esta vantagem não apenas contribui para a
mitigação das mudanças climáticas, mas também promove a qualidade do ambiente e da saúde
pública. A percepção dos custos elevados dos combustíveis fósseis reflete uma compreensão
económica das fontes renováveis, por isso, estas fontes não estão associadas apenas aos
benefícios ambientais, mas também a viabilidade financeira associada ao investimento em
energias limpas, destacando uma visão em longo prazo que considera os aspectos económicos
sustentáveis. A menção ao potencial para geração sustentável de energia demonstra uma visão
optimista do futuro, reconhendo, deste modo, que as fontes renováveis oferecem uma solução
duradoura para as necessidades energéticas, assegurando um suprimento contínuo e sustentável
sem esgotar recursos finitos.
Machaieie (2011) descreve que muitos cidadãos (inclusive alunos) não têm noção sobre o
impacto ambiental provocado pelas fontes de energia que eles usam, optando muitas vezes por
usar fontes de energia que afectam o ambiente de forma bastante negativa (combustíveis fósseis).
O conhecimento do impacto que as diversas fontes de energia têm sobre o ambiente pode de certa
forma influenciar as escolhas dos cidadãos. Por isso, as populações precisam ter conhecimento
sobre o impacto da utilização da lenha e do carvão e também das diversas fontes de energia
existentes para que as usem de forma consciente.
Para terminar, os alunos avaliaram a palestra dirigida pelo Autor, descrevendo a sua percepção a
cerca do uso das energias renováveis, onde se obteve várias respostas, nos quais, agrupou-se nos
seguintes dizeres (Fig. 6): 48% dos alunos consideram que as energias renováveis “São energias
que não acabam e que não poluem o ambiente com as energias dos combustíveis fósseis”, 18%
consideram que “São energias que podem ser alternativas mundiais”, 12% consideram que “São
energias que não acabam”. Porém, 8% dos alunos “Não perceberam nada” e 2% destes “Não
perceberam nada por chegar tarde”.
Estes resultados mostram que alguns alunos demonstraram uma compreensão positiva,
reconhecendo as energias renováveis como fontes inesgotáveis que não poluem o ambiente. Essa
percepção destaca uma conscientização sobre a importância da sustentabilidade e a necessidade
de reduzir o impacto ambiental associado aos combustíveis fósseis. Outros alunos destacaram a
importância das energias renováveis como alternativas globais, indicando uma visão mais ampla
sobre o papel dessas fontes na matriz energética mundial. Essa percepção positiva ressalta o
potencial dessas tecnologias para atender às necessidades energéticas futuras. Por outro lado, há
alunos que admitiram não ter compreendido totalmente o tema. Isso sugere a possibilidade de
desafios na comunicação durante a palestra ou na acessibilidade das informações apresentadas,
para além da necessidade de uma abordagem mais envolvente e a inclusão de estratégias
educativas para garantir que os alunos compreendam os aspectos sobre as energias renováveis.
43
Os alunos relataram durante os comentários prévios sobre a palestra que construíram uma nova
percepção sobre energias renováveis e acreditam que é importante para sua vida quotidiana o
desenvolvimento destas competências e habilidades.
São energias que regenera e que podem ser alternativas para próximas gerações 6
São energias que não acabam e que não poluem o ambiente com as energias dos combustíveis fósseis 24
Embora as definições não sejam idênticas, o exercício serviu para demonstrar que os alunos da
12ª classe na Escola Secundária e Comunitária da ADEMO têm conhecimento superficial sobre o
conceito de energias renováveis. A falta do aprofundamento pode ser devido ao facto do tema
não ser abordado de forma profunda numa disciplina específica da sua grade curricular.
Na análise das 14 assertivas usadas para a análise do nível de conhecimento dos alunos acerca da
temática de “Uso de Energias Renováveis no quotidiano” baseou-se na descrição de elementos
conceituais (assertivas 1, 9 e 11), económicos (assertivas 2, 6 e 10), sociais (assertivas 3, 5, 7, 10,
12 e 13), ambientais (assertivas 4, 8 e 14).
No Assertiva CT CP DT NS
1 As energias renováveis são mais limpas que os combustíveis fósseis 37 6 2 5
2 A energia renovável é a mais barata 21 10 9 10
As energias renováveis podem garantir o fornecimento de todas as
3 26 10 9 5
nossas necessidades de energia
As energias renováveis não são responsáveis pelo aquecimento global do
4 29 7 6 8
planeta
5 As energias renováveis são de fácil acesso 23 8 9 10
As tecnologias para aproveitamento das energias renováveis são caras, o
6 28 9 6 7
que limita o desenvolvimento de alguns projectos
A energia eólica (obtida a partir do vento) não impede o uso da terra
7 31 9 5 5
para fins agrícolas
8 As turbinas eólicas causam poluição sonora 32 9 3 6
9 Energia solar e eólica são energias intermitentes 34 6 2 8
O desenvolvimento e uso de tecnologias de energias renováveis gera
10 24 9 6 11
mais empregos que os combustíveis fósseis
A energia geotérmica pode ser usada para aquecimento de ambientes
11 43 4 1 2
(casas e piscinas) e para geração de energia eléctrica
Biomassas (lenha e carvão vegetal) são bastante usadas pela população
12 45 3 1 1
moçambicana na cocção de alimentos
Se aproveitamos correctamente, a energia solar seria suficiente para
13 34 6 3 7
atender as demandas mundiais de energia
As energias renováveis podem diminuir na queima de combustíveis
14 18 14 11 7
fósseis e na poluição atmosférica
Na tabela 3 é nítida a percepção dos alunos rumo a uma matriz energética mais limpa e
sustentável, do ponto de vista social, económico e ambiental, para além da abordagem científica,
45
sobretudo nas disciplinas da área de CN. Essa pesquisa surge num momento onde começaram a
surgir na sociedade diversas políticas socioambientais, acções e movimentos para aumentar a
utilização de energias renováveis, visto que, já é de domínio público que os recursos naturais são
limitados e no futuro o desenvolvimento pode ser definido pelo equilíbrio entre o consumo de
energia e o aumento dos impactos ambientais, como descreve o Florêncio e Trigoso (2020).
Nas sociedades modernas a educação ocupará cada vez mais espaço. A rápida evolução da vida
moderna exige uma actualização contínua dos saberes, ou seja, os conhecimentos adquiridos na
juventude não são suficientes para o resto da vida. Portanto as novas exigências do mercado de
trabalho vão determinar que a educação acontecesse ao longo de toda a vida (Florêncio &
Trigoso, 2020). Outro factor importante na educação é a valorização do conhecimento do aluno,
estes conteúdos devem ser aproveitados e inseridos no PEA, conforme descreveu Paulo Freire:
Não há como não repetir que ensinar não é a pura transferência mecânica do perfil do conteúdo
que o professor faz ao aluno. Como não há também como não repetir que partir do saber que os
educandos tenham não significa ficar girando em torno deste saber. Partir significa pôr-se a
caminho, ir-se; deslocar-se de um ponto a outro e não ficar, permanecer (Freire, 2013).
De modo a permitir uma melhor compreensão por parte dos alunos há necessidade de uma
abordagem mais abrangente de temas relacionados às fontes de energia o que pode contribuir
para a solidificação do conhecimento existente, maior e melhor disseminação na população. De
modo a atingir-se este objectivo, torna-se necessária a sistematização e o aprofundamento de
46
conteúdos ligados ao impacto da utilização das diversas fontes de energia sobre o ambiente,
principalmente do uso da lenha e do carvão vegetal, pois são as fontes mais utilizadas no nosso
país (Machaieie, 2011, p. 71).
Para determinar o nível de conhecimento dos alunos da 12ª classe na Escola Secundária e
Comunitária da ADEMO sobre energias renováveis, usou-se a proposta de Brandalise et al.
(2009), onde calculou-se os principais parâmetros (tabela 2) segundo a seguinte lógica:
De acordo com os dados da tabela 4 foi possível inferir que os alunos da 12ª classe na Escola
Secundária e Comunitária da ADEMO possuem um nível moderado de conhecimento (e=2,24)
sobre as fontes de energias renováveis e não renováveis. Este resultado é circundado pelos dados
da tabela 3, sobretudo nas questões sobre os combustíveis fosseis (assertivas 1 – 4 e 10), energia
solar (assertivas 9 – 13), energias renováveis (assertivas 2, 3 e 5). Por outro lado, à consciência
dos alunos pode estar associado a questões naturais, que tem impacto positivo sobre as energias
renováveis como no nosso quotidiano.
47
Diante dos resultados obtidos e as análises feitas, chegou-se as seguintes avaliações das hipóteses
levantadas na presente pesquisa:
Hipótese 1: “Os alunos da Escola Secundária – Nampula têm alto nível de conhecimento sobre
as fontes renováveis de energia usadas no quotidiano por Estes estarem cientes dos impactos
ambientais e económicos que o consumo consciente destas pode causar” testou-se posetiva
parcialmente, visto que, segundo a tabela 4, os alunos acima referidos possuem um nível
moderado de conhecimento sobre as fontes de energias renováveis e não renováveis, apesar
destes estarem cientes sobre os impactos económicos e ambientais (tabela 3 e figura 5).
5.1. Conclusão
5.1. Recomendações
Realizar um estudo comparativo com estudantes de diferentes níveis de ensino, classe, turma
e idade, para apurar o impacto desses parâmetros no entendimento sobre o uso das energias
renováveis no quotidiano.
Realizar mais palestras e campanhas de EA para o consume consciente e sustentável de
energia, sobretudo no sector residencial, como forma de migrar para um sistema energético
mais económico e com menos agressão ao meio ambiente.
Realizar uma reflexão profunda, junto as escolas e diversos segmentos da sociedade civil
para conscientização em massa sobre as fontes de energias presentes no quotidiano,
identificando as formas de uso sustentável e possibilidades de amenizar os impactos
socioambientais.
5.2. Limitações
A presente pesquisa teve objectivos específicos por cumprir em um prazo delimitado. De acordo
com a metodologia descrita no capítulo III, a amplitude da avaliação foi também limitada, pois a
recolha de dados foi feita em um tempo bastante reduzido, o que implicou no não
acompanhamento profundo do grupo alvo. Apesar das limitações, o investigador conseguiu
alcançar os objectivos desenhados na pesquisa.
50
Referências bibliográficas
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ambiental. Tese para a obtenção do grau de Mestre pela Universidade Eduardo Mondlane.
Versão electrónica acedida aos 23 de Junho de 2010. Disponível em www.saber.ac.mz
Apêndices
Apêndice I – Palestra sobre o tema seguinte: Avaliação de nível de conhecimento dos alunos na
Escola Secundária e Comunitária da ADEMO sobre energia renováveis
Boa tarde a todos! Hoje, vamos explorar um tema crucial para o nosso futuro: as energias
renováveis. Trata-se de uma alternativa poderosa e sustentável para as fontes de energia
tradicionais, com potencial para transformar a maneira como vivemos e preservamos nosso
planeta.
As energias renováveis são aquelas geradas a partir de recursos naturais inesgotáveis, como sol,
vento, água e biomassa. Ao contrário dos combustíveis fósseis, que têm um limite de
disponibilidade, essas fontes naturais se regeneram rapidamente e não esgotam os recursos do
nosso planeta.
A transição para as energias renováveis é crucial devido aos desafios ambientais e económicos
que enfrentamos. A queima de combustíveis fósseis contribui para a poluição atmosférica, as
mudanças climáticas e a escassez de recursos. As energias renováveis desempenham um papel
vital na redução das emissões de GEE, ajudando a minimizar os impactos negativos no clima e na
saúde do planeta.
O presente questionário surge no âmbito projecto de pesquisa para elaboração de monografia científica e
tem como objectivo avaliar nível de conhecimento dos alunos na Escola Secundária e Comunitária da
ADEMO sobre energia renováveis. Deste modo, pede-se que responda de forma clara e objectiva e
assegura-se que o mesmo tem um carácter substancialmente confidencial.
O pesquisador: Eugénio Domingos César
5. Quais das seguintes características são vantagens das fontes renováveis de energia?
7. Quais são os benefícios que você acha que as fontes renováveis de energia podem trazer para a
sociedades? ________________________________
8. Na sua opinião quais são as energias renováveis usados no nosso quotidiano?
56
Anexos
Anexo I – Credencial para realização da pesquisa