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Eugénio Domingos César

Avaliação de níveis de conhecimento dos alunos da 12ª classe na Escola Secundária e


Comunitária da ADEMO sobre uso das energias renováveis no quotidiano

(Curso de Licenciatura em Ensino de Física com habilitações em Energias Renováveis)

Eugénio Domingos César

Universidade Rovuma
Nampula
2024
2

Avaliação de níveis de conhecimento dos alunos da 12ª classe na Escola Secundária e


Comunitária da ADEMO sobre uso das energias renováveis no quotidiano

Monografia científica apresentada a Faculdade de


Ciências, Curso de Física da Universidade Rovuma,
como requisito parcial para obtenção do grau académico
de Licenciatura em Ensino de Física com habilitações em
Energias Renováveis, sob supervisao do Msc. António
Gonçalves Fortes

Universidade Rovuma
Nampula
2024

Índice
Declaração........................................................................................................................................v
Dedicatória......................................................................................................................................vi
Agradecimentos..............................................................................................................................vii
Resumo..........................................................................................................................................viii
Abstract...........................................................................................................................................ix
Lista de figuras.................................................................................................................................x
3

Lista de tabelas................................................................................................................................xi
Lista de abreviaturas.......................................................................................................................xii
CAPITULO I: INTRODUÇÃO.....................................................................................................13
1.1. Enquadramento e delimitação do tema............................................................................14
1.2. Justificativa da escolha do tema.......................................................................................14
1.3. Problematização...............................................................................................................16
1.4. Objectivo de trabalho.......................................................................................................17
1.4.1. Objectivo geral:........................................................................................................17
1.4.2. Objectivos específicos:.............................................................................................17
1.5. Hipóteses..........................................................................................................................17
CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA............................................................................18
2.1.Energia: conceitos e tipos.....................................................................................................18
2.1.1. Energias não renováveis ou combustíveis fósseis.........................................................18
2.1.2. As energias renováveis..................................................................................................20
2.3. As fontes básicas de energia no sector doméstico em Moçambique...................................25
2.4. O ensino sobre fontes de energia no currículo moçambicano.............................................28
2.5. Efeito estufa.........................................................................................................................30
CAPITULO III: METODOLOGIA DA PESQUISA.....................................................................32
3.1. Métodos de pesquisa............................................................................................................32
3.2. Técnica de pesquisa de dados..............................................................................................33
3.3. Universo e Amostra.............................................................................................................34
CAPÍTULO IV: RESULTADOS E ANÁLISES...........................................................................35
4.1. Percepção dos alunos em relação às energias renováveis....................................................35
4.2. Análise do nível de conhecimento.......................................................................................44
4.3. Validação das hipóteses.......................................................................................................47
CAPÍTULO V: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES..............................................................48
5.1. Conclusão.............................................................................................................................48
5.1. Recomendações...................................................................................................................48
5.2. Limitações............................................................................................................................49
4

Referências bibliográficas..............................................................................................................50
Apêndices.......................................................................................................................................52
Anexos............................................................................................................................................56
v

Declaração

Eu, Eugénio Domingos César, declaro por minha honra que esta monografia científica é fruto da
minha investigação pessoal e das orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e
todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado, em nenhuma outra instituição para a
obtenção de qualquer grau académico.

Nampula, ao 06 de Março de 2024

___________________________________

Eugénio Domingos César


vi

Dedicatória

Este trabalho é todo dedicado primeiramente ao Minha mãe Victoria Oficio, meu irmão
Gaudêncio Domingos César, minha esposa Balbina Lavaio, Dedico ainda ao meu supervisor Msc.
António Gonçalves Fortes por me auxiliar sempre e prestar atenção na minha educação e
formação académica, o mesmo aos meus colegas do curso de Física 2019 minha motivação
durante a árdua caminhada prestando assim, uma especial atenção nas minhas dificuldades que
tenho enfrentado na minha vida em geral e nos meus estudos em particular por ser essencial em
minha vida,

Obrigado!
vii

Agradecimentos

Pela longa caminhada rumo ao sucesso, repleta de desafios, foi possível chegar a esta etapa
graças ao apoio e encorajamento de várias individualidades que gostaria de endereçar.

A Deus pelo dom da vida, pela saúde que me conservou até este momento e por me ter dado esta
oportunidade.

Ao meu orientador António Gonçalves Fortes pelas sábias orientações e pelo esforço
demonstrado, pelo incentivo, apoio, dedicação e contribuição para a execução desse trabalho.

A todos os docentes do curso de Licenciatura em Ensino de Física, pela maneira sábia com que
tem levado os estudantes aos níveis mais elevados de conhecimentos nas cadeiras por eles
leccionadas, garantindo deste modo a qualidade de ensino nesta instituição de ensino superior.

Aos meus pais Domingos Mendiate e Vinoria Oficio, ao meu irmão Gaudêncio, minha esposa
Balbina pela forca, apoio, coragem e acima de tudo, paciência que teve por me esperar estes 5
anos durante a minha caminhada estudantil e pelo esforço investido na minha educação.

Aos meus amigos Luis Uane, Azamate, Mario, Domingos Napovo Jaloi, Omardine.

Aos colegas de sala, pela amizade e companheirismo durante o percurso do curso. De forma
especial Abudo Suale, Roberto, Duate, Dinis e Juarto pelo apoio e pela oportunidade que tive de
partilhar durante o curso.
viii

Resumo

A sociedade busca por soluções para o uso racional dos recursos energéticos em função do aumento da
demanda, dos custos de produção e da limitação de recursos naturais. A maioria destes recursos prove dos
combustíveis fósseis, associado aos efeitos negativos sobre a saúde e o ambiente. Por isso, no ensino
secundário é fundamental a aprendizagem de sistemas de conversão de energias renováveis, contribuindo
para a formação de cidadãos conscientes, activos e comprometido com o bem-estar da sociedade. Neste
contexto, se desenvolveu uma pesquisa descritiva, baseada em palestra e questionário, com objectivo de
avaliar o nível de conhecimento dos alunos da 12ª classe na Escola Secundária e Comunitária da ADEMO
sobre os impactos do uso das energias renováveis no quotidiano e suas abordagens no PEA de Física.
Constatou-se que os alunos sabem conceituar e identificar as fontes de energias renováveis e os benefícios
sociais, ambientais e económicos resultantes do seu uso, apesar de, nas aulas de Física não se tratar desta
matéria, de forma explícita e plena. Conclui-se que estes alunos têm conhecimentos moderados sobre uso
das energias renováveis no quotidiano e estão cientes sobre os impactos económicos e ambientais destas.
A abordagem sobre as fontes de energia no PEA de Física impacta na compreensão dos alunos sobre
sustentabilidade, na mitigação das mudanças climáticas e na preservação dos recursos naturais.

Palavras-chave: Fontes de Energia; Energias Renováveis; Nível de conhecimento; Meio ambiente.


ix

Abstract

Society searches for solutions for the rational use of energy resources due to increased demand,
production costs and limited natural resources. The majority of these resources come from fossil fuels,
associated with negative effects on health and the environment. Therefore, in secondary education it is
essential to learn renewable energy conversion systems, contributing to the formation of conscious, active
citizens committed to the well-being of society. In this context, descriptive research was developed, based
on a lecture and questionnaire, with the aim of evaluating the level of knowledge of 12th grade students at
ADEMO Secondary and Community School on the impacts of the use of renewable energy in everyday
life and their approaches to PEA. of Physics. It was found that students know how to conceptualize and
identify renewable energy sources and the social, environmental and economic benefits resulting from
their use, despite the fact that this subject is not dealt with explicitly and fully in Physics classes. It is
concluded that these students have moderate knowledge about the use of renewable energy in their daily
lives and are aware of their economic and environmental impacts. The approach to energy sources in the
Physics PEA impacts students' understanding of sustainability, the mitigation of climate change and the
preservation of natural resources.

Keywords: Energy Sources; Renewable energy; Knowledge level; Environment.


x

Lista de figuras

Figura 1. Conhecimento sobre o que são as energias renováveis...................................................36

Figura 2. Conhecimento sobre o conceito de energias renováveis................................................37

Figura 3. Alistamento das fontes de energia renováveis................................................................38

Figura 4. Abordagem das energias renováveis nas aulas de Física...............................................40

Figura 5. Vantagens das fontes de energia renováveis...................................................................42

Figura 6. Percepção dos alunos acerca da palestra.........................................................................43


xi

Lista de tabelas

Tabela 1. Vantagens e desvantagens do uso das fontes de energia não renovável........................20

Tabela 2. Vantagens e desvantagens do uso das ER......................................................................24

Tabela 3. Pesos das respostas das assertivas..................................................................................44

Tabela 4. Alocação de pesos e elaboração do calculo do grau de avaliação..................................46


xii

Lista de abreviaturas

% - Porcento

ADEMO – Associação dos Deficientes Moçambicanos

ALER – Associação Lusófona de Energias Renováveis

CN – Ciências Naturais

EDM – Energia de Moçambique

ESG – Ensino Secundário Geral

Fig. – Figura

GEE – Gases de efeito estufa

MINEDH – Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano

MINEDH – Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano

PEA – Processo de ensino-aprendizagem

UniRovuma – Universidade Rovuma


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CAPITULO I: INTRODUÇÃO

A sociedade busca por soluções para o uso racional dos recursos energéticos em função do
aumento da demanda, dos custos de produção da energia e da limitação de recursos naturais.
Sendo assim nas últimas décadas surgiram acções e movimentos em direcção ao aumento da
eficiência dos processos e da utilização das tecnologias de energias renováveis com objectivo de
reduzir o impacto ambiental (Moreira, 2017). No futuro, o desenvolvimento económico de um
país poderá ser definido pelo equilíbrio entre o consumo de energia e o aumento dos impactos
ambientais causados por este processo. O mundo tem recursos limitados e certamente vai haver
um aumento na competição para obtê-los (Coyle & Simmons, 2014).

Segundo Quaschining (2006), a maior parte de energia actualmente consumida é proveniente dos
combustíveis fósseis cuja maior parte foi consumida no século XX. Além disso, o fornecimento
de energia proveniente dessas fontes é um dos responsáveis antropogénicos pelo agravamento do
efeito estufa, chuvas ácidas e outros efeitos negativos sobre a saúde e o ambiente devido a
emissão de gases de efeito estufa (GEE) e outros poluentes prejudiciais ao ambiente.

Nesse contexto, alguns países já introduziram na formação dos estudantes o aprendizado de


sistemas de conversão de energias renováveis. No entanto, para facilitar o desenvolvimento
destas competências é necessário estabelecer uma estrutura curricular que realize o
balanceamento do conhecimento teórico e do desenvolvimento de habilidades práticas. Investir
em educação contribui para a realização de projectos adequados, que de certa forma reduz o custo
de instalação e os impactos ambientais (Acikgoz, 2010), a médio e longo prazo.

Energia renovável é um tema interdisciplinar, que pode ser explorada em diversas áreas do
conhecimento (Kandpal & Lars, 2014), sobretudo nas disciplinas das Ciências Naturais (CN) e da
Terra. Ademais, as escolas que leccionam o ensino secundário geral podem ser utilizadas para
desenvolver estas competências, para isso, é necessário buscar o envolvimento político, nos
programas de ensino e desenvolver metodologias activas e contextualizadas para a abordagem da
temática de forma ampla e direccionada ao contexto socioeconómico e cultural da região.
14

1.1. Enquadramento e delimitação do tema

O tema em estudo enquadra-se na linha de pesquisa “Energia versus Meio Ambiente”, vigentes
no Curso de licenciatura em Ensino de Física com habilitação em Energias Renováveis da
Universidade Rovuma.

A pesquisa de campo foi realizada entre os dias 10 e 25 de Outubro de 2023, nas instalações da
Escola Secundária e Comunitária da ADEMO 1, cita no bairro Central, na cidade de Nampula,
onde para a colecta de dados foram envolvidos 50 alunos da 12 classe da área B (Ciências com
Biologia), por se tratar de um grupo que trata da problemática das energias renováveis nas várias
disciplinas curriculares, sobretudo nas disciplinas de Física, Química e Biologia, podendo ter
outro tratamento de forma transversal noutras unidades curriculares.

No decurso da pesquisa realizou-se palestras nas salas de aulas e questionário aos alunos com
vista a conscientizá-los sobre os impactos ambientais e socioeconómicos do uso das energias
renováveis no quotidiano e identificar o entendimento destes, de forma qual-quantitativo, sobre o
processo de utilização da energia renovável presente no seu quotidiano, respectivamente.

1.2. Justificativa da escolha do tema

A justificativa de realização desta pesquisa se apoia que educação ambiental (EA) e a abordagem
sobre a geração e uso das ER nas escolas contribuem para a formação de cidadãos conscientes,
aptos para decidirem e actuarem na realidade socioambiental de um modo comprometido com a
vida, com o bem-estar pessoal e da sociedade. Para isso, é importante que, mais do que
informações e conceitos, as aulas de Física disponham a trabalhar com atitudes, com formação de
valores e boas práticas, para que o aluno possa aprender a amar, respeitar e praticar acções
voltadas à conservação ambiental e uso consciente de recursos naturais, sobretudo os energéticos.

Neste contexto, a informação é um requisito fundamental para que os alunos estejam conscientes
sobre as fontes de energia, renováveis e não renováveis, suas propriedades e seu impacto sobre o
ambiente, visto que, o principal objectivo no processo de ensino-aprendizagem (PEA) sobre
fontes de energia é habilitar os alunos a assumirem responsabilidades em matéria de uso das
1
Associação dos Deficientes Moçambicanos
15

fontes de energia sabendo o impacto que estas têm sobre o ambiente e a economia. Portanto, é
relevante destacar que essas informações também deviam ser abordadas com mais realce nas
escolas secundárias, no sentido de consciencializar os alunos para a sustentabilidade dessas
energias, visto que os programas e os livros escolares não trazem consigo uma unidade temática
ligada as energias renováveis.

Um dos maiores desafios da humanidade são actualmente a protecção do ambiente e economia da


energia nas suas diversas formas. Actualmente existe uma preocupação enorme sobre como
suprir nossa demanda em energia num modelo climático sustentável pois, a produção, conversão
e utilização da energia têm um grande impacto sobre o ambiente. Por isso, a utilização da energia
deve ser consciente, isto é, ela deve ser usada racionalmente e de forma que se produzam
impactos negativos menores sobre a natureza (Roberto, 2002).

Tendo a escola como espaço de apropriação de saberes da cultura geral e de saberes específicos
da cultura científica, deve se proporcionar aos alunos a oportunidade de investigar, sistematizar e
socializar conhecimentos sobre temas curriculares que, dado às suas amplas implicações para as
gerações presentes e futuras, estejam mobilizando sua curiosidade e atenção.

Outro ponto relevante que justifica a pesquisa baseia-se na medida em que levanta alguns pontos
de discussão sobre o papel da escola na educação do jovem face aos problemas energéticos e
ambientais decorrentes do uso das fontes de energia principalmente a lenha e o carvão vegetal.
Uma vez que esta pesquisa pretende avaliar a funcionalidade das abordagens em conteúdos
relacionados com as fontes de energia e propor alguns mecanismos de modo a incrementar o PEA
sobre estes conteúdos e contribuir para a divulgação das fontes renováveis de energia, pretende
dessa forma contribuir para uma reflexão e compreensão da necessidade de mudança das práticas
nas escolas e o seu impacto na melhoria das aprendizagens dos alunos.

Outro factor importante na educação é a valorização do conhecimento do aluno, estes conteúdos


devem ser aproveitados e inseridos no PEA, conforme descreveu Paulo Freire:

Não há como não repetir que ensinar não é a pura transferência mecânica do perfil do conteúdo
que o professor faz ao aluno. Como não há também como não repetir que partir do saber que os
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educandos tenham não significa ficar girando em torno deste saber. Partir significa pôr-se a
caminho, ir-se; deslocar-se de um ponto a outro e não ficar, permanecer (Freire, 2013, p. 8).

1.3. Problematização

Moçambique enfrentam problemas severos relacionados com a energia e com o ambiente devido
ao consumo massivo de biomassa lenhosa (lenha e carvão vegetal). De acordo com Cuamba et al.
(2006), 83% das necessidades energéticas domésticas são supridas pela biomassa lenhosa,
sobretudo nas zonas rurais, embora se conheçam os efeitos negativos da queima de biomassa
sobre o ambiente e sobre a saúde humana, principalmente de mulheres e crianças. A principal
fonte de energia portanto tem sido as florestas naturais.

A questão da devastação de florestas em Moçambique é um pouco controversa. Há pessoas que


afirmam que o nosso país tem muito “mato” e que o abate de árvores não representa nenhum
perigo. Esta é uma questão discutível pois, países onde hoje escasseiam árvores e enfrentam
problemas relacionados com a poluição há anos atrás também tiveram hectares de florestas que
foram sendo destruídas por vários motivos, gerando um modelo de desenvolvimento catastrófico.

O facto acima mostra que muitos cidadãos não têm noção sobre o impacto ambiental provocado
pelas fontes de energia que eles usam, optando apenas por usar fontes disponíveis e acessíveis.
Por isso, o conhecimento do impacto que as diversas fontes de energia têm sobre o ambiente pode
de certa forma influenciar as escolhas pelas fontes e na forma de utilização destas. Por isso, as
populações precisam ter conhecimento sobre o impacto da utilização da lenha e do carvão e
também das diversas fontes de energia existentes para que as usem de forma consciente.

Assim, é necessário promover a sensibilização para os problemas de energia e inspirar alterações


de comportamento perante os problemas ligados com o consumo de energia. É evidente o papel
da educação no âmbito da consciencialização sobre o abate de árvores para a produção de energia
e outros fins. A educação pode proporcionar uma base de compreensão e promover uma conduta
em relação as opções energéticas nas comunidades. Como professores e alunos têm uma grande
influência na comunidade, estes podem ser usados como veículo dessa informação.
17

Diante do exposto o trabalho tem a seguinte pergunta de partida: Qual é o nível de conhecimento
que os alunos da Escola Secundária e Comunitária da ADEMO têm sobre as fontes renováveis de
energia usadas no quotidiano e qual é o impacto do PEA da Física nesta temática ambiental e
energética?

1.4. Objectivo de trabalho

1.4.1. Objectivo geral:

Avaliar o nível de conhecimento dos alunos da 12ª classe na Escola Secundária e Comunitária da
ADEMO sobre os impactos ambientais e económicos do uso das energias renováveis no
quotidiano e suas abordagens no PEA de Física.

1.4.2. Objectivos específicos:

 Conceituar e identificar as fontes de energias renováveis presentes no quotidiano dos alunos;


 Enumerar as vantagens do uso das fontes de energias renováveis no contexto actual de
sustentabilidade energética;
 Identificar o nível de conhecimento dos alunos da 12ª classe na Escola Secundária e
Comunitária da ADEMO sobre os impactos ambientais e económicos do uso de energias
renováveis no quotidiano;
 Propor formas de abordagem sobre uso de energias renováveis, como tema transversal e
multidisciplinar, nas aulas de Física.

1.5. Hipóteses
Para responder o problema citado apresenta-se os seguintes hipóteses;

 Os alunos da Escola Secundária e Comunitária da ADEMO têm alto nível de conhecimento


sobre as fontes renováveis de energia usadas no quotidiano por Estes estarem cientes dos
impactos ambientais e económicos que o consumo consciente destas pode causar.
 A questão energética é abordada nas aulas de Física, voltada a processos de geração e uso
das energias renováveis, mas distanciada de questões económicas e ambientais.
18

CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA

2.1.Energia: conceitos e tipos

Energia é aquilo que permite uma mudança na configuração de um sistema, em oposição a uma
força que resiste a esta mudança (Viana et al., 2012). A energia é um factor crucial para o
desenvolvimento de um país e é usada para vários fins a nível industrial, comercial e doméstico.
A energia como fenómeno intrínseco da matéria, podendo-se manifestar em várias formas com
possibilidades de inter-conversão e conservação.

A energia que se utiliza muitas vezes está na forma modificada, identificada como fonte
secundária de energia. Basicamente, a energia é um ingrediente indispensável à nossa vida, um
indicador de desenvolvimento socioeconómico e da qualidade de vida da população. As
transformações envolvendo energias estão presentes na história do Universo, da vida e da
Humanidade (Goldemberg, 1998; Lloyd, 2017).

As fontes renováveis de energia têm ganhado cada vez mais destaque no cenário mundial actual,
sendo os pilares da busca pela preservação ambiental e desenvolvimento sustentável (Arto et al.,
2016; Bozkurt & Destek, 2015). A divulgação de conhecimento entre os ensinos secundário e
superior sobre aos conceitos e tecnologias de geração de energia com fontes renováveis é uma
acção importante e de responsabilidade social, sobretudo quando as universidades têm cursos
voltados a temática das tecnologias energéticas renováveis e limpas (Oliveira et al., 2016).

As fontes de energia são o conjunto de matérias-primas ou de fenómenos naturais utilizados para


a produção de energia (carvão, urânio, rios, mares, vento, hidrocarbonetos, etc.) isto é, são fontes
que ocorrem livremente na natureza e que podem gerar energia de forma directa. Para a produção
destes tipos de energia, as fontes de energia como os combustíveis fósseis (carvão mineral,
petróleo bruto e gás natural), a energia nuclear, a biomassa, a radiação solar, a água e o vento são
submetidas a diferentes tecnologias (Morgilet al., 2006).

2.1.1. Energias não renováveis ou combustíveis fósseis

Quanto ao tempo de regeneração, as fontes de energia são divididas em renováveis e não


renováveis. As energias renováveis são aquelas que provêm de fontes que se regeneram num
curto período de tempo, por meios naturais ou pela acção directa do homem, por isso, são
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consideradas inesgotáveis. As fontes renováveis incluem as energias solar, hídrica, biomassa,


eólica, geotérmica, marés e ondas. Enquanto, as energias não renováveis são recursos que,
quando utilizados, dependem de processos na escala do tempo geológico para a sua regeneração,
ou seja, não podem mais ser repostos em prazo útil. As fontes não renováveis incluem a energia
nuclear e os combustíveis fósseis (carvão mineral, gás natural, petróleo e seus derivados). Que
não se regeneram à medida que vão sendo usadas e por isso, são esgotáveis (Fortes et al., 2021).

Os combustíveis fósseis são uma fonte de energia não renovável e portanto finita, pois, uma vez
gasta não é possível usá-la de novo. Estes se formaram há milhares de anos atrás e as substâncias
orgânicas (resíduos de animais ou vegetais) são o material base de sua formação, por isso, eles
são biomassa armazenada no passado (Mullan et al., 1983).

Uma vez que as plantas são a fonte original dos combustíveis fósseis, isto sugere que estes
continuam sendo formados embora bem mais devagar que o ritmo em que estão sendo usados.
Por isso a possível crise energética prevista para o futuro não é sem fundamento. Pois, para se
repor as reservas que já foram e continuam sendo exploradas são necessários milhões de anos de
carbonização das substâncias orgânicas.

Devido ao excessivo consumo dos combustíveis fósseis, as reservas destes estão se tornando cada
vez mais escassas. Uma estimativa exacta das reservas existentes de recursos de energia fóssil é
muito difícil, porque somente o tamanho dos depósitos já explorados é sabido. As reservas
adicionais a serem descobertas no futuro só podem ser estimadas. Estimativas sugerem que o
petróleo poderá ser explorado por mais 41 anos, o gás natural por 61 anos e o carvão mineral por
204 anos (Quaschining, 2006). Mesmo que novas reservas de combustíveis fósseis sejam
descobertas, isto não mudará o facto de que elas são limitadas e que um dia poderão acabar.

Os efeitos negativos causados pela exploração dos combustíveis fósseis estão aumentando
rapidamente. Países que usam muitos combustíveis fósseis estão a enfrentar sérios problemas de
poluição (Nilgun & Turkey, 2006). A China é a prova disso. Devido ao rápido crescimento
económico, este país tornou-se no maior consumidor de energia, sobretudo proveniente de fontes
fósseis e como resultado disso, várias cidades se encontram mergulhadas em nuvens de fumaça.
20

A energia nuclear ou atómica é uma das mais perigosas, uma vez que podem causar danos
irreversíveis no planeta. Ela é proveniente de elementos radioactivos, sendo obtida a partir da
Fissão do átomo do urânio e tório.

Tabela 1. Vantagens e desvantagens do uso das fontes de energia não renovável

Energia Vantagens Desvantagens


-Elevado rendimento da rede -Reservas para 42-93 anos;
energética; -Necessário encontrar substitutos futuros;
-Facilmente transportável dentro e -Preços baixos iniciais encorajaram o consumo e
entre países; desencorajaram a investigação e a procura de
-Baixo uso do território na alternativas;
exploração; -Instabilidade a nível dos preços;
Petróleo
-A tecnologia encontra-se bem -Dependência dos países produtore;
desenvolvida; -As grandes reservas estão localizadas em regiões
-Sistema de distribuição eficiente politicamente instáveis;
-Facilmente transportável; - Reservas situadas em regiões de difícil acesso;
-Tecnologia bem desenvolvida; - Contribui para o aumento da concentração de
-Sistema de distribuição eficiente. CO2 na atmosfera.
- Impacto ambiental muito elevado;
-Grandes reservas (225-900 anos);
-Elevada alteração paisagística e poluição da
-Elevado rendimento da rede energética;
ambiental;
Gás -Tecnologia de exploração e combustão
-Elevado uso do território;
mineral bem desenvolvida;
-Liberta partículas radioactivas e tóxicas para a
-A poluição do ar pode ser reduzida com
atmosfera, como o CO2 quando queimado;
tecnologias mais avançadas.
-Efeitos nocivos na saúde humana.
- Por vezes queimado como produto secundário
-Grandes reservas (125 anos);
por ser considerado barato;
-Elevado rendimento da rede energética;
- Liberta CO2 quando queimado;
-Menos poluição atmosférica, sobretudo
Gás -Podem ocorrer fugas de metano;
em CO2, que as outras energias fósseis;
natural -Dificuldade no transporte entre países;
- Impacto ambiental moderado;
-É altamente explosivo como gás natural
- Facilmente transportável por gasoduto;
liquefeito, dificultando o transporte;
- Baixo uso do solo.
-É necessário um sistema de gasodutos.

Fonte: Oliveira et al., 2016

2.1.2. As energias renováveis

As fontes renováveis de energia vulgarmente chamadas “energias renováveis” surgem e ganham


destaque, tendo apoio de diversos grupos e organizações para a sua ampliação, pois, elas possuem
as duas características já referenciadas acima (são sustentáveis e limpas). Sendo assim, elas são a
chave para o desenvolvimento num modelo climático sustentável. Actualmente têm-se usado as
21

denominações “energias renováveis” ou “energias novas” (no lugar de fontes renováveis de


energia) para delimitar o conceito naquelas fontes com ciclos de renovação natural que em última
análise se originam da energia solar como fonte primária (Pacheco, 2006).

Pela localização geográfica, extensão territorial, as condições geológicas, a biodiversidade e


disponibilidade da flora, o País dispõe de uma vasta gama de recursos energéticos renováveis e
não renováveis ou fósseis, que provém condições favoráveis para satisfazer as suas necessidades
energéticas e exportar para os países da região. As ER desempenham um papel importante na
matriz energética moçambicana. O potencial total de recursos renováveis no País é de 23.026
GW (giga watt), sendo: energia solar é a mais abundante (Fig. 3) e, apesar das ocorrências, as
fontes geotérmicas e oceânicas são quase inexploráveis (ALER, 2017; Gueifão et al., 2013).
Actualmente, a taxa de urbanização é estimada em 35% da população e o crescimento médio
anual de acesso à energia eléctrica fornecida vem variando de 2 – 4% há mais de uma década
(Nhamire, 2015). Uma parte substancial da procura de energia, cerca de 80% (Gueifão et al.,
2013; Raposo et al., 2015) é satisfeita através da biomassa tradicional, usada para atender as
necessidades energéticas domésticas, embora alguns empreendimentos comerciais e industriais
também usam a biomassa para gerar calor (Brouwer & Falcão, 2004).

A energia hidroeléctrica é aquela que provém da condensação, precipitação e evaporação das


águas, factores estes causados pela irradiação solar e atracção gravitacional. As centrais
hidroeléctricas têm a capacidade de transformar a energia cinética e potencial gravitacional das
águas dos rios em energia mecânica e eléctrica. Possa usar qualquer reservatório de água, como
um lago, deve haver um suprimento de água ao lago, caso contrário haverá redução do nível e
com o tempo a diminuição da potência gerada. Para aproveitar ao máximo as possibilidades de
fornecimento de energia de um rio, deve-se regularizar-se a sua vazão, a fim de que a central
possa funcionar continuamente com toda a potência instalada. As centrais hidroeléctricas têm a
capacidade de transformar a energia cinética e potencial gravitacional de grande volume de águas
dos rios em energia mecânica e eléctrica (Fortes et al. 2021; Sartori et al., 2017).

O país conta com cerca de 104 bacias hidrográficas, das quais 11 têm um elevado potencial
hidrográfico, nomeadamente as bacias de Maputo, Umbeluzi, Incomáti, Limpopo, Save, Pungue,
22

Búzi, Zambeze, Licungo, Montepuez e Rovuma. Destes, foram identificados um total de 1.446
novos possíveis projectos hidroeléctricos, com um potencial de 19 GW, dos quais se
selecionaram, após estudo, 351 projectos prioritários cujo potencial estimado é de 5,6 GW
(ALER, 2017).

Energia maremotriz, ou energia das marés, é o modo de geração de energia por meio do
movimento das marés. Dois tipos de energia mare motriz podem ser obtidos: energia cinética das
correntes devido às marés e energia potencial pela diferença de altura entre as marés alta e baixa.
O aproveitamento da energia das marés pode ser feito a partir de centrais eléctricas que
funcionam por acção da água dos mares. É necessária uma diferença de 7 metros entre a maré
alta e a maré baixa para que o aproveitamento desta energia seja renovável.

A energia eólica é a energia que provém do vento, uma abundante fonte de energia limpa,
renovável e disponível em todos os lugares. O termo eólico vem do latim “eolicus”, relativo a
Éolo, Deus dos ventos na mitologia grega (Pinto, 2012). Esta energia pode ser convertida de
diversas formas. Uma das primeiras conversões utilizadas até hoje é a conversão da energia
potencial do vento em energia mecânica, utilizada a milhares de anos para o bombeamento de
água, moagem de grãos, mover barcos, drenagem de terras alagadas para cultivo ou construção e,
actualmente, para gerar força mecânica e energia eléctrica (Reis, 2011).

Moçambique apresenta um regime de ventos de intensidade médio-baixa, com a média entre os


4–6 m/s a 80 metros de altitude, com excepção da zona sul do país e nas zonas altas no centro e
norte do país onde os ventos atingem valores elevados (Silva et al., 2017). O maior potencial
eólico verifica-se nas províncias de Maputo, Sofala, Sofala, Inhambane e Gaza (Gueifão et al.,
2013). Estudos realizados por Gueifão et al. (2013) e Silva et al. (2017) demonstraram que o País
tem um potencial eólico de 4,5 GW, dos quais 1,1 GW têm potencial efectivo de ligação à rede.
Destes, cerca de 230 MW são considerados projectos de alto potencial, por apresentar mais de
3.000 NEPs (potência nominal), e o restante 3,4 GW apresentam baixo a médio potencial.

O Sol é a maior fonte de energia para a humanidade. É, directa ou indirectamente, responsável


por outras fontes de energia, desde a dos ventos, marés, água corrente (uso directo), à energia das
23

plantas e animais (uso indirecto) (Almeida et al., 2013). É considerada fonte de energia limpa por
não causar impactos ambientais (Grippi, 2009). A irradiação global no país varia entre 1,785 e
2,206 kWh/m2/ano, traduzindo num potencial estimado em 23.000 GW (Gueifão et al. 2013).
Este recurso é bastante abundante e consistente em grande parte do país, com as Províncias de
Tete, Niassa, Nampula, Cabo Delgado e Zambézia a serem as que apresentam maior irradiação.
Estima-se que a actual capacidade instalada de energia solar no país seja de 2.5 GW, dos quais
599 kW com capacidade de ligação à rede (FUNAE, 2018). O mercado de painéis solares é
dominado pelo Fundo de Energia (FUNAE) e o principal consumidor, a população rural e de
baixa renda, facto que leva a FUNAE a fornecer painéis a baixo custo.

A energia geotérmica aproveita calor que emana das camadas interiores de planeta para gerar a
electricidade em calor. Nas centrais, o calor é aproveitado para que acciona as turbinas que vão
produzir energia. Esta energia manifesta-se à superfície na forma de rochas e fluidos quentes,
podendo ser explorada a partir do interior do solo através das bombas de calor (Souza, 2015).
Foram realizados estudos térmicos, em centenas de estações próximas as fontes termais com
temperaturas acima de 60ºC e fluxo de calor de 70-170 mW/m 2. Foram mapeados cinco locais
com potencial geotérmico: Metangula (95ºC), Morrumbala (153ºC), Boroma (164ºC), Maganja
da Costa e Namacurra (155ºC). O potencial total foi de 147 MW e temperaturas de 140-160ºC, a
profundidades de 1.500-2.500 metros. No País ainda ocorrem depósitos de águas termais nas
regiões de Espungabeira-Dombe-Chibabava, Libombos, no rifte na fronteira com o Zimbabué e
África do Sul, e em Gorongosa, Changara, Moatize, Chifunde e Mágoè (Gueifão et al., 2013).

No contexto energético, o termo “biomassa” refere-se ao material biológico, não fóssil, de origem
vegetal, animal ou microbiana, que pode ser convertido em energia (bioenergia). Este material
inclui matéria vegetal gerado por fotossíntese, resíduos agrícolas, agroindustriais, florestal,
dejectos de animais e a fracção biodegradável dos resíduos urbanos e industriais (Monjane &
Barros, 2015). A biomassa pode ser classificada em dois grandes grupos: (1) biomassa
tradicional, composta essencialmente pela lenha e resíduos naturais, e (2) biomassa moderna,
produzida a partir de processos tecnológicos avançados e eficientes, tais como biocombustíveis
24

líquidos e gasosos, briquetes e pellets, cogeração e os cultivos dedicados de espécies como o das
florestas plantadas e o da cana-de-açúcar (Marafon et al., 2016; Raposo et al., 2015).

Moçambique apresenta um grande potencial para aproveitamento da bioenergia, sobretudo a


biomassa florestal e de explorações agrícolas, embora exista também a possibilidade de usar
resíduos sólidos urbanos e industriais (ALER, 2017). Deste modo, cerca de 80% da procura
energética é satisfeita pela biomassa tradicional, usadas para suprir as necessidades energéticas
domésticas, embora alguns empreendimentos comerciais e industriais também usem a biomassa
para gerar calor. Como referência, Moçambique é um dos dez maiores produtores de carvão
vegetal do mundo, gerando 750 GWh de resíduos da actividade florestal (ALER, 2017).

Tabela 2. Vantagens e desvantagens do uso das ER.

Tipo Fonte Vantagens Desvantagens


Custo de operação baixo e imune ao Elevados custos para a sua
custo dos combustíveis fósseis; construção
-Plantas com longa durabilidade; -Perda de biodiversidade;
-Geração de inúmeros empregos -Remoção de pessoas nativas;
Energia Queda
durante a construção; -Perturbações biológicas, físicas e
hídrica da água
-Elevada eficiência; químicas;
-Elevado tempo de vida; -Mudanças nas chuvas tem impacto
-Não emite GEE na geração de directo na geração de electricidade.
energia
-Provem de um recurso renovável; Processo de produção de painéis
-Proximidade entre a geração e o solares gera GEE;
consumo; -Elevado custo do painel solar;
Energia Radiaçã -Energia limpa e barata; -Fonte intermitente, apresenta
solar o solar -Possibilidade de instalação em variação na eficiência em função
pequena e grande escala; da variação climática;
-Os sistemas necessitam de -Formas de armazenamento ainda
manutenção mínima. são pouco eficientes.
Fonte de energia inesgotável; São necessários ventos constantes;
-Pouca manutenção e elevada -Impacto sonoro e visual
eficiência; -Impacto sobre as aves dos locais;
Energia
Vento -Não emite GEE e não gera resíduos; -Intermitência.
Eólica
- O solo pode ser aproveitado para
outras actividades;
-Fontes barata de energia.
Energia Mateia Carbono neutro; Modificação do ecossistema local;
Biomassa orgânica -Fonte abundante de energia; -Pode ser afectado por mudanças
-Baixo custo da matéria-primaç nos regimes de cultivo;
-Resíduos tornam-se insumo de outro -Menor poder calorífico;
25

processo. -Dificuldade no armazenamento.


-Elevada eficiência energética com -Alto custo inicial na instalação e
baixa emissão de CO2; operação;
-Centrais de pequena escala, com -Cheiros desagradáveis;
Calor
grandes facilidades de ligação à rede -Dissociação de sólidos.
Geotérmica interno
e baixo impacto visual; -Relativa toxicidade provocado
da terra
-Não causa grande impacto no solo; pelo H2S e SOx;
-Contribui no desenvolvimento local; -Escassez de locais com potencial
-Plantas confiáveis. geotérmico.

Fonte: Adaptado de Fortes et al. (2021).

2.3. As fontes básicas de energia no sector doméstico em Moçambique

A energia constitui um dos principais factores que contribuem para o desenvolvimento das
actividades económicas e sociais, permitindo o crescimento da economia do país, podendo aliviar
a pobreza da população. O nosso país detém um potencial considerável em recursos energéticos
(hídricos, gás natural e carvão mineral), o que proporciona ao país condições favoráveis para
satisfazer não só as necessidades internas mas também as da região da África Austral em energia,
(MICOA, 2004). Por ser um país em vias de desenvolvimento, Moçambique cada vez mais
precisando de energia para dar vazão aos vários projectos de desenvolvimento. Tal incremento
das necessidades energéticas tem resultado numa forte pressão sobre os recursos naturais e um
exemplo evidente disso é a devastação de florestas como consequência do abate de árvores para
vários fins mas principalmente para a produção de energia.

As principais fontes energéticas do país são as centrais hidroeléctricas (barragens), centrais


térmicas, grupos de geradores-diesel, combustíveis líquidos (gasóleo, gasolina e petróleo de
iluminação), gás natural e a biomassa. A geração e utilização de todas as formas de energia têm
associadas consequências ambientais.

A combustão de lenha, por exemplo, contribui para o desflorestamento bastante associado à


erosão/desertificação dos solos. Uma dessas consequências bastante difundida actualmente
embora não muito evidente no nosso país é a poluição atmosférica. Pois, o processo de
desflorestamento contribui em cerca de 25% nas emissões de CO 2, o principal responsável pelo
aquecimento global e consequentes mudanças climáticas (Mourana & Serra, 2010). A destruição
26

das florestas reduz a capacidade da região de reduzir as alterações climáticas, uma vez que as
florestas actuam como colectores de CO2.

Nas últimas décadas assiste-se ao agravamento do processo de desflorestamento. Este é causado


principalmente por corte ilegal e desregrado de espécies madeireiras, exploração do carvão
vegetal, agricultura itinerante, as queimadas florestais, a urbanização e outros. Em Moçambique,
a degradação da floresta não é um assunto novo. As paisagens que hoje conhecemos nem sempre
foram assim. O presente é resultado dos erros do passado. Estes, quando adicionados aos erros do
presente acarretarão consequências muito negativas no futuro (Mourana & Serra, 2010).

Isto significa que à medida que são abatidas árvores para obtenção de combustível lenhoso há que
plantar novas árvores para que haja esse balanço e isto muitas vezes não acontece no nosso país.
Sendo assim, pode-se afirmar que a queima de biomassa no país não só causa a devastação de
florestas mas também contribui significativamente para a poluição atmosférica e outros
problemas (exemplo, a erosão dos solos). Por isso, é uma prática que se deve evitar a todo custo.

Moçambique é um país beneficiado pela natureza em termos de presença de potenciais fontes de


energia renovável. É um país tropical, com sol durante quase todo ano, produz biomassa
naturalmente, tem muitos rios e tem uma vasta costa, assim, tem potencialidades de desenvolver
fontes renováveis em sua matriz energética. Porém, é ainda insignificante a contribuição destas
fontes na matriz energética nacional.

É evidente que os recursos importantes que Moçambique possui no domínio das energias
renováveis irão desempenhar um papel cada vez maior no seu abastecimento de energia. Além
disso, as energias renováveis oferecem às zonas rurais possibilidades de diversificação, baseadas
em perspectivas a longo prazo, seguras e sustentáveis.

O conhecimento do estado de desenvolvimento e das perspectivas futuras das diferentes formas


de energias renováveis, bem como da forma como se enquadram no contexto actual da utilização
da energia e das políticas energéticas é uma ferramenta importante pois, o acesso á energia tem
implicações positivas nos sectores prioritários como a educação (introdução de cursos nocturnos
27

que contribuirão para a diminuição do analfabetismo) e saúde (melhor conservação de


medicamentos).

Uma fonte de energia renovável com potencial de exploração constitui um ponto forte para uma
zona rural. Consoante o território, essa fonte de energia renovável pode oferecer as seguintes
vantagens:

 Exploração dos recursos locais de forma que contribua para melhorar a situação económica,
exportando energia ou diminuindo os abastecimentos externos;
 Criação de empregos, principalmente para a camada jovem que enfrenta sérios problemas de
desemprego;
 Diminuição da carga sobre o ambiente, nomeadamente através da redução das emissões de
CO2, principal responsável pelo efeito de estufa, e de SO 2, principal responsável pelas chuvas
ácidas;
 Efeito de alavanca para outras iniciativas de desenvolvimento rural, atendendo
nomeadamente à mobilização e à animação locais induzidas pelo projecto energético.

As energias provenientes de fontes renováveis ganham um espaço cada vez maior por não
prejudicarem o ambiente e ainda, por serem facilmente adaptáveis às comunidades. São essas
energias renováveis e limpas que o governo deve promover sua disseminação através dos seus
projectos de desenvolvimento sustentável.

Outra vertente bastante viável é o uso do biogás e da extracção de óleos vegetais para substituir
derivados do petróleo, como é o caso do biodiesel. É de recordar que a produção de
biocombustíveis foi sempre acompanhada de uma grande controvérsia. Esta está baseada no uso
de terras cultiváveis para a produção de matérias-primas destinadas à produção biocombustíveis.

No universo das energias renováveis localmente exploráveis, a solar e a eólica são as que se
configuram mais viáveis. Pois, devido as condições climáticas e a extensão da nossa costa, o país
possui excelentes condições de conversão fotovoltaica e eólica. Os preços dos painéis solares têm
Vindo a reduzir à medida que se registam avanços tecnológicos. Há várias experiências piloto em
curso no país e que deveriam ser reproduzidas em larga escala logo que se comprovar o seu êxito.
28

Além disso, sistemas solares (eólicos também) podem ser usados para a dessalinização da água
que é um facto a ser levado em conta na abertura de furos de água. Em locais turísticos e não só,
pode-se poupar dinheiro aquecendo água em sistemas que funcionem a base de energia solar e
não com a electricidade convencional. Portanto, são várias as formas locais de aproveitamento
das fontes de energias renováveis. A avaliação do potencial dos sistemas energéticos solares e
eólicos para pequenas instalações, por exemplo em vilas, é um ponto estratégico para a promoção
do desenvolvimento rural sustentável. Um estudo feito por Cuamba et al. (2006) demonstra
claramente as potencialidades que o país tem em termos de radiação solar. Os resultados obtidos
indicam que foram registadas mais de 6 horas diárias de insolação e os referentes as médias
globais de radiação solar situam-se entre 5.7 kWh/m 2/dia e 6.0 kWh/m2/dia que são dados
importantes no dimensionamento de sistemas solares. Com estes conhecimentos, se torna
bastante fácil projectar sistemas autónomos de electrificação rural pois, estes possuem a
vantagem de poderem ser instalados em locais isolados sem necessidade de conexão a uma rede
convencional de electricidade (Cuamba et al., 2006).

2.4. O ensino sobre fontes de energia no currículo moçambicano

As escolas, como instituições de ensino e uma vez que desempenham um papel preponderante na
educação de gerações presentes e futuras devem buscar formas atractivas e eficientes em questões
de consciencialização sobre o uso das diversas fontes de energia e seu impacto no ambiente.
Sendo assim, cabe à escola o desenvolvimento de actividades no domínio da educação que
permitam a divulgação das informações existentes e na promoção de boas práticas no
aproveitamento das fontes de energia, sejam elas renováveis assim como não. Considerando a
localização geográfica das escolas, será possível a médio prazo que elas se tornem dinamizadoras
da expansão deste conhecimento em benefício das comunidades vizinhas.

Como a escola proporciona um ambiente de aprendizagem e troca de experiência, ela tem um


papel estratégico na divulgação das fontes renováveis de energia assim como na
consciencialização das comunidades sobre o impacto que a utilização de diversas fontes de
energia tem sobre o ambiente, deve conter elementos que possibilitam a consciencialização do
uso das diversas fontes e estas ideias podem ser disseminadas até as comunidades.
29

Ao apreciarem as consequências das opções energéticas, os alunos poderão identificar soluções


globais (adaptadas à situação local) que sejam sustentáveis, práticas e acessíveis. É importante
demonstrar que uma utilização racional dos recursos energéticos combinada com o aumento da
utilização de energias limpas reduz a poluição com consequentes benefícios para a saúde.

A produção, conversão e utilização da energia tem um impacto sobre o ambiente e muitas vezes
os cidadãos não tem noção sobre o impacto ambiental provocado pelas fontes de energia. Sendo
assim, é necessário que os cidadãos tenham um conhecimento mínimo sobre estes assuntos para
que façam escolhas conscientes quando o assunto é utilização de energia.

O currículo do ensino básico moçambicano está organizado em três áreas curriculares e uma das
áreas é a das CN. A qualidade do ambiente e conceitos sobre fontes de energia são assuntos
interligados e correntes em educação de CN. Isto é comprovado pelo foco de algumas disciplinas
como Física, Biologia e Química que estudam a natureza, suas características, tipos e áreas de
aplicação das fontes de energia e seus efeitos sobre o ambiente. A informação é um requisito
fundamental para que os indivíduos estejam conscientes sobre as fontes de energia, suas
propriedades e seu impacto sobre o ambiente.

O conhecimento do impacto que as diversas fontes de energia têm pode de certa forma
influenciar as escolhas dos cidadãos. Pois, para que se façam escolhas conscientes é necessário
compreender as capacidades, os efeitos e até os custos de cada variedade das fontes de energia
bem como as consequências dessas escolhas. As iniciativas educacionais podem representar um
ponto fulcral para a divulgação do conhecimento sobre as fontes de energia e impacto de sua
utilização nas comunidades.

O ensino de ciências em Moçambique está desenhado de forma que os alunos apliquem os


conhecimentos às experiências da sua vida diária de modo a prepararem-se para a vida num
mundo em constantes mudanças (INDE, 2003). É de salientar que no nível primário (ou básico)
ainda não há separação das disciplinas do ramo de ciências, isto é, ainda não há discriminação de
matérias relativas à Física, Química ou Biologia. Elas são vistas como um todo na disciplina de
30

CN. Segundo INDE (2003), as CN são introduzidas na 12ª classe e incluem conteúdos de quatro
grandes áreas temáticas (universo, seres vivos, população e ambiente).

As CN são constituídas por conteúdos elementares de disciplinas que tem os objectivos: (i)
Desenvolver habilidades e competências na interpretação científica dos seres e dos fenómenos
naturais; (ii) 2. Habilitar o aluno a usar os recursos naturais disponíveis tendo em conta a
preservação do ambiente (Quêba, 2009). Os programas do ensino básico actualmente em vigor
são resultado das recentes reformas curriculares. De acordo com INDE (2004), o reajustamento
dos anteriores programas teve o mérito de levar à produção de programas que para além de
listarem os antigos temas programáticos, incluem novos temas (pode se citar o novo programa de
CN da 12ª classe que contém a unidade temática “Electricidade” que não vigorava no programa
anterior) e ainda sugerem actividades que os professores podem seguir para melhor elucidação
dos temas em causa. Considerando o carácter flexível do currículo, a sua implementação deverá
considerar Aspectos de interesse local de maneira a responder às necessidades das comunidades.

2.5. Efeito estufa

De acordo com Morgil et al. (2006), no ciclo natural, o calor irradiado pelo sol para a superfície
terrestre precisa ser transferido para o espaço. Mas, devido a presença de GEE este processo
praticamente não ocorre pois, estes absorvem parte da radiação que devia ser transferida para o
espaço, ocasionando o tão propalado efeito estufa.

O efeito estufa é um processo que ocorre quando uma parte da radiação infravermelha emitida
pela superfície terrestre é absorvida por determinados GEE presentes na atmosfera. Como
consequência disso, o calor fica retido, não sendo libertado para o espaço, provocando portanto,
uma elevação da temperatura. Quando o efeito estufa não é excessivo, ele é um processo
importante para a manutenção de temperaturas mais amenas e adequadas da Terra. Os gases de
origem natural (exemplo, provenientes da fotossíntese) provocam o efeito estufa natural, cuja não
ocorrência impossibilitaria a existência de vida na Terra pois as temperaturas seriam
extremamente baixas, por volta de 15 ºC negativos (Quaschining, 2006).
31

GEE são substâncias gasosas que absorvem parte da radiação infravermelha emitida pela
superfície terrestre e que dificultam sua passagem para o espaço. Isso impede que haja perda de
calor no espaço e mantém a terra aquecida. Como resultado, a superfície terrestre fica cerca de
30ºC mais quente ao receber quase o dobro de energia da atmosfera em relação à energia que
recebe do sol. São exemplos de GEE o CO2, o CH4, o N2O, o O3, os clorofluorcarbonetos (CFC’s)
e o vapor de água. O CO2 contribui em 61% para o aquecimento global, o CH 4 em 15%, o N2O
em 4%, o O3 com menos de 9% e os CFC’s com 11% (Quaschning, 2006).

Dados do protocolo de Quioto revelam que nos últimos 100 anos, devido ao incremento da
concentração dos GEE, a temperatura global do planeta tem aumentado (o chamado aquecimento
global intimamente ligado com as mudanças climáticas). Tal incremento é provocado pelas
actividades humanas, denominado efeito estufa antropogénico ou antrópico (Quaschining, 2006).
32

CAPITULO III: METODOLOGIA DA PESQUISA

Neste capítulo é descrito o desenrolar da pesquisa, neste caso, os métodos usados, as técnicas
usadas para a colecta dos dados, a amostragem.

3.1. Métodos de pesquisa

Segundo Lakatos e Marconi (2017) método é o conjunto das actividades sistemáticas e racionais
que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objectivo de produzir conhecimentos
válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as
decisões do cientista. Portanto, classificou-se os métodos de pesquisa quanto a abordagem,
objectivos e aos procedimentos.

Quanto a abordagem a pesquisa é mista, que segundo Marques et al. (2014, p. 40), “A abordagem
mista é aquela que envolve aspectos qualitativos e quantitativo, dando, todavia, ênfase aos
aspectos qualitativos” Na abordagem qualitativa, procurou-se saber percepções, acções
desenvolvidas por estes e avaliar o nível de conhecimento dos alunos na Escola Secundária e
Comunitária da ADEMO sobre energia renováveis, com vista alcançar consumo racional. Na
abordagem quantitativa fez -se a mensuração e análise dos dados para avaliar o nível de
conhecimento dos alunos. Portanto, os dados qualitativos foram mensurados e agrupados, usando
ferramentas Estatísticas, com objectivo de comparar a similaridade e a frequência das respostas, a
Tendência do comportamento da amostra, definir os níveis de concepção sobre as energias
renováveis e obter conclusões dos dados fornecidos pelos dados qualitativos.

Quando aos objectivos a pesquisa é descritiva, que segundo Gil (2017) a pesquisa descritiva é
aquele que descrevem características de um fenómeno por idade, sexo, procedência, nível de
escolaridade, estado de saúde física e mental etc. São incluídas neste grupo as pesquisas que têm
por objectivo levantar as opiniões, atitudes e crenças de uma população. Assim, a pesquisa é
descritiva visto que foi possível descrever as perspectivas, opiniões e concepções dos alunos da
Escola Secundária e Comunitária da ADEMO sobre as energias renováveis.

Quando aos procedimentos a pesquisa é do tipo estudo de caso que segundo Martins (2017)
refere-se a um tipo de pesquisa bastante específica, pois consiste em um estudo detalhado e
exaustivo de um único objecto, o que permite obter um conhecimento aprofundado do mesmo,
33

porém seus resultados não podem ser generalizados, atendo-se apenas ao caso em estudo.
Portanto a pesquisa é um estudo de caso, visto que se concentra em uma única unidade de análise,
que é a Escola Secundária e Comunitária da ADEMO. Nesse estudo, o pesquisador realizou uma
investigação detalhada e exaustiva do nível de conhecimento dos alunos sobre energia renovável
dentro deste ambiente educacional específico. Isso implica colectar uma ampla gama de dados e
informações directamente relacionados à escola, seus alunos e o tema em questão, permitindo
assim uma análise aprofundada das circunstâncias específicas desse caso.

3.2. Técnica de pesquisa de dados

De forma a colher as informações, foram usadas algumas técnicas que vão fazer o ajuste das
conclusões de acordo com o tratamento das mesmas, para tal as técnicas que foram usadas são as
seguintes: palestra e questionário.

Segundo Gil (2017) questionário pode ser definido “como a técnica de investigação composta por
um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por
objectivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações
vivenciadas etc.

Para a colecta de dados foi aplicado um questionário aos alunos, com um conjunto de questões
abertas e fechadas para tabela de Blandilaise et al. (2009) com o intuito de colher informações
sobre: (i) conceito de energia renovável; (ii) as fontes de energias renováveis (iii) benefícios de
energia renovável; (iv) importância de uso de energias renováveis; (v) vantagens das energias
renováveis e impactos das energias renováveis sobre o ambiente; (vii) usos do quotidiano e
incentivo das energias renováveisç e (iv) nível de conhecimento dos alunos sobre o uso das
energias renováveis no quotidiano, segundo a Escala de Linkert com variação entre 0 à 3, onde o
número 0 corresponde a para não sei (NS); 1 para discordo totalmente (DT), 2 para concordo
parcialmente (CP); e 3 para concordo completamente (CC).

Para classificar o nível de conhecimento dos alunos sobre o uso das energias renováveis no
quotidiano, usou-se a proposta de Brandalise et al. (2009), sendo os pesos obtidos, se estiverem
entre: (i) 3,0 e 2,4 – possuem alto nível de conhecimento; (ii) 2,4 e 1,8 – possuem conhecimentos
34

moderados; (iii) 1,8 e 1,2 – possuem baixo nível de conhecimentos; (iv) 1,2 e 0,6 – possuem
poucos traços de conhecimentos, e; (v) Menor que 0,6 – não possuem conhecimentos sobre o uso
das energias renováveis no quotidiano.

Segundo Lakatos e Marconi (2017) palestra é uma aula expositiva, com uma apresentação oral
que pretende apresentar informações ou ensinar pessoas a respeito de um assunto. Usou-se uma
cartolina para se fazer o cartaz da palestra e palestra teve em média 7 até 10 minutos de duração
com os alunos. Portanto, foi aplicada o tipo de palestra motivacional. A palestra motivacional,
segundo Rachid (2019) é aquela que pode ser desenvolvida em escolas, empresas e até mesmo
para um público em aberto justamente por se aplicar a diferentes situações, pois o seu princípio é
motivar as pessoas e fazê-las tomar atitudes que estimulem o alcance de seus objectivos. A
palestra teve com objectivos: (i) informar sobre a importância das energias renováveis; (ii) usos
das energias renováveis no nosso quotidiano; (iii) as vantagens e desvantagens do uso das
energias renováveis; (iv) mostrar as fontes de energia renovável e o incentivo ao uso destas.

3.3. Universo e Amostra

Segundo Lakatos e Marconi (2017), o universo da pesquisa é a totalidade de indivíduos que


possuem as mesmas características definidas para um determinado estudo. Trabalha-se com uma
parte de um conjunto social sobre o qual se deseja obter informações, produzir analises ou
construir modelos. Para este estudo terá como um universo de participantes todos os alunos da
Escola Secundária e Comunitária da ADEMO – Nampula.

Nem sempre há possibilidades de pesquisar todos os indivíduos do grupo ou comunidade que se


deseja estudar. Segundo Martins (2017, p. 58), “Amostra é qualquer subconjunto do conjunto
universal ou da população”. Nesta monografia, constitui amostra, 50 alunos da 12ª classe da
Escola Secundária e Comunitária da ADEMO, consoante a disposição no preenchimento do
questionário durante o período que decorreu a pesquisa, de 10 e 25 de Outubro de 2023. Após o
término do prazo, realizou-se a compilação e análise estatística: frequência relativa simples e
percentual
35

CAPÍTULO IV: RESULTADOS E ANÁLISES

Neste capítulo será apresentado e discutido resultados relativos à percepção dos alunos acerca das
energias renováveis presentes no seu quotidiano e a análise do nível de conhecimentos destes em
relação as energias renováveis presentes no quotidiano.

4.1. Percepção dos alunos em relação às energias renováveis

E uma Escola Secundaria e Comunitária da ADEMO na cidade de Nampula que esta localizada
na Rua dos Continuadores, ao lado do 1º Acampamento da Academia Militar "Marechal Samora
Machel" – cidade de Nampula. Actualmente, Escola é composta de 9 salas de aulas, assistidos
por um total de 21 professores, onde 15 destes são funcionários do Ministério da Educação e
Desenvolvimento Humano (MINEDH). a escola esta representada de uma secretaria geral, uma
sala dos professores, uma vitrina onde são coladas as informações dos alunos, um gabinete do
Director, um gabinete do Director Adjunto de Escola, um gabinete do Administrativo, uma
biblioteca geral da escola, uma casa de banho para os funcionários e duas casas de banho para
alunos, sendo, uma feminina outra masculina.

Numa breve leitura dos livros escolares do ESG em Moçambique deparou-se com a abordagem
de várias formas de energia, cada uma apresentada dentro de domínios específicos das CN. Fala-
se em energia potencial gravitacional, energia cinética, energia potencial elástica e outras formas
de energia usadas na ciência, mas também de uso corrente em situações quotidianas, embora com
significado pouco preciso, como por exemplo, energia química, energia térmica, energia eólica,
energia eléctrica, energia nuclear e outras. O uso dessa ampla variedade de formas de energia,
cada uma associada a processos e fenómenos particulares, segundo Barbosa e Borges (2006)
sugere que não sabemos exatamente o que a energia é. Sabemos, de antemão, que há algo a que
damos o nome de energia que existe em diferentes formas que podem ser transformadas em
outras, obedecendo ainda a um princípio de conservação básico da ciência, mas que, apesar de ser
transformada, continua sendo energia.

No decurso da pesquisa, observou-se que os alunos demonstraram muito interesse no tema em


alusão, para além de demonstrar atenção nas explicações e discussão dos resultados parciais das
actividades propostas sobre as subpartes do tema, durante a palestra.
36

Quanto à primeira questao do questionário que procurava saber se os alunos sabem o que são
fontes de energia renováveis (Fig. 1), uma maioria absoluta destes (74%) afirmou positivamente,
mas uma minoria (25%) afirmou negativamente, mostrando-se, deste modo, certa limitação no
entendimento sobre o assunto. Ademais, para os 26% dos alunos que não sabem, seria benéfico
oferecer informações específicas sobre energias renováveis, abordando tipos comuns no
quotidiano, como solar e hidreléctrica.

Esta aproximação dos conceitos e abordagens científicas com o quotidiano dos alunos, pode
colocar a tona duas realidades: (i) os conheciemntos científicos não são dissociados com o
quotidiano e o conhecimento vulgas (senso comum), mostrando, nesta vertente, uma relação
bipolar entre os conhecimentos das CN na explicação de situações do quotidiano; (ii) pode
destacar a importância das fontes de energia renovável no quotidiano, propondo-se alternativas na
mitigação das mudanças climáticas e na redução da dependência de combustíveis fósseis.
Explorar os benefícios económicos e ambientais dessas fontes pode incentivar a uma
compreensão mais profunda, promovendo a sustentabilidade e incentivando a participação activa
na transição para fontes mais limpas de energia.

Figura 1. Conhecimento sobre o que são as energias renováveis


Fonte: Autor, 2024

A seguir, procurou-se saber dos alunos, qual a alternativa melhor conceituava a energia renovável
(Fig. 2), onde, de forma quase unánime, 82% dos alunos consideram se tratar da “Energia obtida
exclusivamente a partir de recursos naturais, que podem ser regenerados” e o restante, 18%
consideram “Energia gerada por processos industriais intensivos em carbono”. Existiram ainda, 2
37

opções não escolhida por estes, nomeadamente, “Energia proveniente de combustíveis fósseis” e
“Energia gerada a partir de fontes não renováveis, como o carvão e o petróleo”.

A definição correcta ou mais provável de “Energias Renováveis” enfatiza as questões actuais de


sustentabilidade e a capacidade de renovação dessas fontes de energia, destacando a importância
da utilização de recursos que não se esgotam. No entanto, é notável que 18% de alunos
forneceram uma resposta incorrecta, associando energia renovável a processos industriais
intensivos em carbono. Esse equívoco pode indicar uma falta de compreensão sobre o conceito de
energias renováveis e a necessidade de esclarecimento sobre a distinção entre fontes sustentáveis
e processos poluentes. Por outro lado, este limitado conhecimento sobre as energias renováveis
indica a necessidade de abordar esses conteúdos sobre as energias renováveis sugerindo realizar
uma discussão em sala de aula, destacando os pontos-chave relacionados às energias renováveis.
Isso pode incluir a exploração de exemplos específicos de fontes renováveis presentes no
quotidiano do aluno, como solar e hidreléctrica, e a ênfase na importância de reduzir a
dependência de processos industriais que impactam de forma negativa ao meio ambiente e a
qualidade de vida, como um todo.

Figura 2. Conhecimento sobre o conceito de energias renováveis


Fonte: Autor, 2024

Após apresentra-se o entendimento sobre as energias renováveis (Fig. 1 e 2), na terceira questão
devia-se, enumerar as fontes de energia renováveis, onde de forma não cumulativa (Fig. 3), 80%
dos alunos escolheram a energia hidraúlica ou hidroeléctica, 78% a biomassa, 74% a energia
solar, 72% a eólica, 68% a energia oceánica – mares e ondas e 60% a energia geotérmica. Em
38

contrapartida, 22% indicaram, como energia renovável, o gás natural, 12% o carvão mineral, 8%
o uránio e 4% o petróleo. A análise deste resultado indica uma separação nítida quanto ao
conhecimento sobre as fontes de energias renováveis, apesar de existir uma quantidade
significativa de alunos que ainda tem dúvidas quanto às fontes deste grupo de energias. De um
lado, com mais de 60% de acertos nas fontes de energias renováveis e com menos de 15% de
erro, nas fontes de energias não renováveis.

A priori, grande parte de alunos não tinha conhecimento sobre o aproveitamento energético da
energia nuclear geotérmica, ondas e marés, por não serem fontes presentes no seu quotidiano.
Além disso, pela localização geográfica e as condições geológicas do local, justifica-se o não uso
de energia das marés, das ondas e geotérmica. O potencial eólico e das biomassas líquida e
gasosa no País e foi quantificado por Gueifão et al. (2013) e ALER (2017), mas continuam
inexploradas, devido a questões de ordem legais, socioeconómica, técnica e tecnológica.

O grupo de alunos que tem dúvidas quanto às fontes de energias renováveis podem estar
associados aos 26% de estudantes que sabem o que são energias renováveis (Fig. 1) e 18% de
alunos que não sabem conceituar este grupo de energias (Fig. 2), destacando-se, deste modo, que
o entendimento sobre as fontes de energias renováveis é necessário conhecimento sobre a
essencia dessas energias, sobretudo quando presentes no quotidiano.

Figura 3. Alistamento das fontes de energia renováveis


Fonte: Autor, 2024.
39

Quanto à questão que procurava saber se durante as aulas já se abordou sobre as energias
renováveis (Fig. 4) houve uma maioria de alunos (68%) que consideram que estes assuntos não
são abordados nas aulas de Física, cabendo os restantes 32% que afirmaram que abordam. Duma
ou doutra forma, verifica-se que questões sobre energias renováveis são abordados nas aulas de
Física, podendo não ser explícita em relação ao termo “energias renováveis”, mas em relação às
diferentes formas, como a solar, hídrica, biomassa e mais.

A discrepância entre os resultados apresentados nas figuras 4 em relação aos resultados das
figuras 1, 2 e 3 revela uma lacuna significativa no conteúdo abordado durante as aulas, sobretudo
de Física, onde os impactos do uso das energias renováveis não são discutidos na sua plenitude,
para além de haver uma retirada da questão de sustentabilidade energética, nas áreas ambientais e
económicas, onde partes destas acções constam nos desafios da humanidade para a sobrevivência
e estabilidade do Planeta. Numa abordagem geral, Barbosa e Borges (2006) consideram que

Entre os conceitos da ciência escolar que se espera que todo estudante aprenda, o de energia é
considerado como um dos mais difíceis de ser ensinado e aprendido, por várias razões: é usado
em diferentes disciplinas escolares, que enfatizam os seus diferentes aspectos; no ESG, é
estudado muito superficialmente, resultando apenas na aprendizagem dos nomes de algumas
manifestações de energia, nem todas elas consensuais; a noção de energia é também amplamente
utilizada na linguagem quotidiana, confundindo-se com outras ideias, como as de força,
movimento e potência; e a aprendizagem do significado de energia em Física requer um alto
grau de abstração, além de conhecimentos específicos de suas várias áreas, como mecânica,
eletricidade, termodinâmica (Barbosa e Borges, 2006, p. 184)

Essa falta de enfoque no PEA de Física pode impactar a compreensão dos alunos sobre
sustentabilidade, considerando que as energias renováveis desempenham um papel crucial na
mitigação das mudanças climáticas e na preservação dos recursos naturais. Ademais, ao
negligenciar a abordagem do tema das energias renováveis, há o risco de os alunos não estarem
adequadamente preparados para enfrentar os desafios ambientais e económicos actuais e futuros.
Integrar esse conteúdo nas aulas de Física ou das CN não apenas enriqueceria o conhecimento
dos alunos sobre soluções sustentáveis, mas também contribuiria para uma consciência mais
ampla sobre a importância de adoptar práticas ecologicamente correctas. Considerando a
crescente urgência em abordar questões ambientais e económicas, a inclusão de tópicos
relacionados a energias renováveis pode ser crucial para promover a sustentabilidade e incentivar
40

as próximas gerações a adoptar comportamentos ou atitudes mais responsáveis em relação ao


meio ambiente e a progresso da vida no Planeta.

Levando em consideração a quantidade de conteúdos e a carga horária compacta atribuída à


disciplina de Física no ESG, acredita-se que os alunos concluem sua formação escolar com uma
defasagem de conteúdos, que muitas vezes não são trabalhados por falta de tempo ou mesmo de
material didáctico acessível à realidade escolar.

Figura 4. Abordagem das energias renováveis nas aulas de Física.


Fonte: Autor, 2024.

Em seguida, foi colocada a questão que abordava sobre as vantagens das fontes das energias
renováveis, onde, de forma não cumulativa (Fig. 5), 40% dos alunos consideram que auxiliam a
“Reduzir as emissões de GEE”, 36% dos alunos que é um “Potencial para geração sustentável de
energia” e 24% dos alunos consideram que “Reduzem a dependência energética aos combustíveis
fósseis”. Um elemento bastante optimista nesse resultado foi à ausência generalizada de opções
que afiguram na realidade, em desvantagens dessas energias.

As respostas dos alunos revela uma compreensão sólida e abrangente das vantagens associadas às
fontes de energias renováveis. Cada ponto destacado pelos alunos reflecte aspectos importantes
que contribuem para a promoção da sustentabilidade e a mitigação dos impactos ambientais. A
identificação dessas vantagens indica certo nível de conscientização sobre a necessidade de
diversificação da matriz energética. A dependência reduzida de combustíveis fósseis não apenas
responde aos desafios de disponibilidade futura desses recursos, mas também diminui a
vulnerabilidade a flutuações nos preços e a questões geopolíticas associadas a esses combustíveis.
41

Por outro lado, o reconhecimento da relação entre fontes renováveis e a redução das emissões de
GEE destaca a preocupação ambiental dos alunos. Esta vantagem não apenas contribui para a
mitigação das mudanças climáticas, mas também promove a qualidade do ambiente e da saúde
pública. A percepção dos custos elevados dos combustíveis fósseis reflete uma compreensão
económica das fontes renováveis, por isso, estas fontes não estão associadas apenas aos
benefícios ambientais, mas também a viabilidade financeira associada ao investimento em
energias limpas, destacando uma visão em longo prazo que considera os aspectos económicos
sustentáveis. A menção ao potencial para geração sustentável de energia demonstra uma visão
optimista do futuro, reconhendo, deste modo, que as fontes renováveis oferecem uma solução
duradoura para as necessidades energéticas, assegurando um suprimento contínuo e sustentável
sem esgotar recursos finitos.

Machaieie (2011) descreve que muitos cidadãos (inclusive alunos) não têm noção sobre o
impacto ambiental provocado pelas fontes de energia que eles usam, optando muitas vezes por
usar fontes de energia que afectam o ambiente de forma bastante negativa (combustíveis fósseis).
O conhecimento do impacto que as diversas fontes de energia têm sobre o ambiente pode de certa
forma influenciar as escolhas dos cidadãos. Por isso, as populações precisam ter conhecimento
sobre o impacto da utilização da lenha e do carvão e também das diversas fontes de energia
existentes para que as usem de forma consciente.

Assim, é necessário promover a sensibilização para os problemas de energia e inspirar alterações


de comportamento perante os problemas ligados com o consumo de energia. É evidente o papel
da educação no âmbito da consciencialização sobre o abate de árvores para a produção de energia
e outros fins. A educação pode proporcionar uma base de compreensão e promover uma conduta
em relação as opções energéticas nas comunidades. Como professores e alunos têm uma grande
influência na comunidade, estes podem ser usados como veículo dessa informação. Porém, não se
sabe se o conhecimento que eles possuem sobre assuntos ligados com uso das diversas fontes de
energia e seu impacto no ambiente é relevante ou não.
42

Custos elevados de investimentos e infra-estruturas 0


apropriadas

Potencial para geração sustentável de energia 18

Reduzem a dependência energética aos combustíveis 12


fósseis

Escassez de recursos naturais 0

Reduzir as emissões de gases de efeito estufa 20

Figura 5. Vantagens das fontes de energia renováveis.


Fonte: Autor, 2024

Para terminar, os alunos avaliaram a palestra dirigida pelo Autor, descrevendo a sua percepção a
cerca do uso das energias renováveis, onde se obteve várias respostas, nos quais, agrupou-se nos
seguintes dizeres (Fig. 6): 48% dos alunos consideram que as energias renováveis “São energias
que não acabam e que não poluem o ambiente com as energias dos combustíveis fósseis”, 18%
consideram que “São energias que podem ser alternativas mundiais”, 12% consideram que “São
energias que não acabam”. Porém, 8% dos alunos “Não perceberam nada” e 2% destes “Não
perceberam nada por chegar tarde”.

Estes resultados mostram que alguns alunos demonstraram uma compreensão positiva,
reconhecendo as energias renováveis como fontes inesgotáveis que não poluem o ambiente. Essa
percepção destaca uma conscientização sobre a importância da sustentabilidade e a necessidade
de reduzir o impacto ambiental associado aos combustíveis fósseis. Outros alunos destacaram a
importância das energias renováveis como alternativas globais, indicando uma visão mais ampla
sobre o papel dessas fontes na matriz energética mundial. Essa percepção positiva ressalta o
potencial dessas tecnologias para atender às necessidades energéticas futuras. Por outro lado, há
alunos que admitiram não ter compreendido totalmente o tema. Isso sugere a possibilidade de
desafios na comunicação durante a palestra ou na acessibilidade das informações apresentadas,
para além da necessidade de uma abordagem mais envolvente e a inclusão de estratégias
educativas para garantir que os alunos compreendam os aspectos sobre as energias renováveis.
43

Os alunos relataram durante os comentários prévios sobre a palestra que construíram uma nova
percepção sobre energias renováveis e acreditam que é importante para sua vida quotidiana o
desenvolvimento destas competências e habilidades.

Não percebi nada 4

São energias que regenera e que podem ser alternativas para próximas gerações 6

Cheguei atrasado não percebi nada 1

Percebi que são energias que podem ser alternativas mundiais 9

São energias que não acabam e que não poluem o ambiente com as energias dos combustíveis fósseis 24

São energias que não acabem 6

Figura 6. Percepção dos alunos acerca da palestra


Fonte: Autor, 2024

Parte das respostas apresentadas na figura 6 se adequam no conceito de energias renováveis


proposta por Scholten e Bosman (2013, p. 12), segundo o qual, “energia renovável é uma energia
derivada de processos naturais que são ou podem ser constantemente reabastecidos”. EBjorket al.
(2011, p. 12) que sustenta que a “energia renovável refere-se ainda à energia gerada de recursos
naturais em níveis sustentáveis que pode vir de fontes de energia não fósseis”.

Embora as definições não sejam idênticas, o exercício serviu para demonstrar que os alunos da
12ª classe na Escola Secundária e Comunitária da ADEMO têm conhecimento superficial sobre o
conceito de energias renováveis. A falta do aprofundamento pode ser devido ao facto do tema
não ser abordado de forma profunda numa disciplina específica da sua grade curricular.

Em suma, os alunos da 12ª classe na Escola Secundária e Comunitária da ADEMO reconhecem


as energias renováveis como regenerativas e alternativas para as próximas gerações, indicando
uma perspectiva orientada para o futuro. Isso ressalta a importância de educar as gerações actuais
sobre práticas sustentáveis para garantir um legado mais ambientalmente responsável. O estudo
da geração de energias renováveis e não renováveis, e o meio ambiente, como parte integrante do
44

currículo escolar é um campo multidisciplinar que requer abordagens próprias, considerando os


conhecimentos que os alunos desenvolveram durante a vida e o conhecimento científico vigente.

4.2. Análise do nível de conhecimento

Na análise das 14 assertivas usadas para a análise do nível de conhecimento dos alunos acerca da
temática de “Uso de Energias Renováveis no quotidiano” baseou-se na descrição de elementos
conceituais (assertivas 1, 9 e 11), económicos (assertivas 2, 6 e 10), sociais (assertivas 3, 5, 7, 10,
12 e 13), ambientais (assertivas 4, 8 e 14).

Tabela 3. Pesos das respostas das assertivas.

No Assertiva CT CP DT NS
1 As energias renováveis são mais limpas que os combustíveis fósseis 37 6 2 5
2 A energia renovável é a mais barata 21 10 9 10
As energias renováveis podem garantir o fornecimento de todas as
3 26 10 9 5
nossas necessidades de energia
As energias renováveis não são responsáveis pelo aquecimento global do
4 29 7 6 8
planeta
5 As energias renováveis são de fácil acesso 23 8 9 10
As tecnologias para aproveitamento das energias renováveis são caras, o
6 28 9 6 7
que limita o desenvolvimento de alguns projectos
A energia eólica (obtida a partir do vento) não impede o uso da terra
7 31 9 5 5
para fins agrícolas
8 As turbinas eólicas causam poluição sonora 32 9 3 6
9 Energia solar e eólica são energias intermitentes 34 6 2 8
O desenvolvimento e uso de tecnologias de energias renováveis gera
10 24 9 6 11
mais empregos que os combustíveis fósseis
A energia geotérmica pode ser usada para aquecimento de ambientes
11 43 4 1 2
(casas e piscinas) e para geração de energia eléctrica
Biomassas (lenha e carvão vegetal) são bastante usadas pela população
12 45 3 1 1
moçambicana na cocção de alimentos
Se aproveitamos correctamente, a energia solar seria suficiente para
13 34 6 3 7
atender as demandas mundiais de energia
As energias renováveis podem diminuir na queima de combustíveis
14 18 14 11 7
fósseis e na poluição atmosférica

Fonte: Dados da pesquisa, 2023.

Na tabela 3 é nítida a percepção dos alunos rumo a uma matriz energética mais limpa e
sustentável, do ponto de vista social, económico e ambiental, para além da abordagem científica,
45

sobretudo nas disciplinas da área de CN. Essa pesquisa surge num momento onde começaram a
surgir na sociedade diversas políticas socioambientais, acções e movimentos para aumentar a
utilização de energias renováveis, visto que, já é de domínio público que os recursos naturais são
limitados e no futuro o desenvolvimento pode ser definido pelo equilíbrio entre o consumo de
energia e o aumento dos impactos ambientais, como descreve o Florêncio e Trigoso (2020).

Em consonância com o 7º objectivo da agenda 2030 para um desenvolvimento sustentável das


Nações Unidas propõe aumentar substancialmente a participação de energias renováveis na
matriz eléctrica global. Para atingir este objectivo será necessária, para além de acções
quotidianas das populações, de uma cooperação internacional, investir em pesquisas e
desenvolver uma nova infraestrutura de geração, transmissão e distribuição de energia eléctrica.
Estes factores podem acelerar o desenvolvimento das tecnologias de energias renováveis.

Nas sociedades modernas a educação ocupará cada vez mais espaço. A rápida evolução da vida
moderna exige uma actualização contínua dos saberes, ou seja, os conhecimentos adquiridos na
juventude não são suficientes para o resto da vida. Portanto as novas exigências do mercado de
trabalho vão determinar que a educação acontecesse ao longo de toda a vida (Florêncio &
Trigoso, 2020). Outro factor importante na educação é a valorização do conhecimento do aluno,
estes conteúdos devem ser aproveitados e inseridos no PEA, conforme descreveu Paulo Freire:

Não há como não repetir que ensinar não é a pura transferência mecânica do perfil do conteúdo
que o professor faz ao aluno. Como não há também como não repetir que partir do saber que os
educandos tenham não significa ficar girando em torno deste saber. Partir significa pôr-se a
caminho, ir-se; deslocar-se de um ponto a outro e não ficar, permanecer (Freire, 2013).

Nesse contexto, para facilitar o desenvolvimento destas competências é necessário estabelecer


uma estrutura curricular que realize o equilíbrio do conhecimento teórico e do desenvolvimento
de habilidades práticas. Ademais, investir em educação contribui para a realização de projectos
adequados, que de certa forma reduz o custo de instalação e os impactos ambientais. Machaieie
(2011) acrescenta que:

De modo a permitir uma melhor compreensão por parte dos alunos há necessidade de uma
abordagem mais abrangente de temas relacionados às fontes de energia o que pode contribuir
para a solidificação do conhecimento existente, maior e melhor disseminação na população. De
modo a atingir-se este objectivo, torna-se necessária a sistematização e o aprofundamento de
46

conteúdos ligados ao impacto da utilização das diversas fontes de energia sobre o ambiente,
principalmente do uso da lenha e do carvão vegetal, pois são as fontes mais utilizadas no nosso
país (Machaieie, 2011, p. 71).

Para determinar o nível de conhecimento dos alunos da 12ª classe na Escola Secundária e
Comunitária da ADEMO sobre energias renováveis, usou-se a proposta de Brandalise et al.
(2009), onde calculou-se os principais parâmetros (tabela 2) segundo a seguinte lógica:

 Parâmetro (a): contou-se o número de respostas em cada assertiva, segundo a escala de


Likert;
 Parâmetro (b): o valor dos pesos das respostas, que se adaptou para o estudo, segundo a
escala de Linkert, variando de 0 (zero) a 3(três );
 Parâmetro (c): soma do produto entre os parâmetros (a) e (b);
 Parâmetro (d): soma do número de questões;
 Parâmetro (e): quociente entre os parâmetros (c) e (d

Tabela 4. Alocação de pesos e elaboração do calculo do grau de avaliação.

(a) Nº de respostas (b) (axb) Resultado


Pontuação
425 3 1275
110 2 220
73 1 73
92 0 0
(c) Soma dos resultados 1568
(d) N º de entrevistados 700
(e=c/d) Valor percebido 2.24

Fonte: Dados da pesquisa, 2023.

De acordo com os dados da tabela 4 foi possível inferir que os alunos da 12ª classe na Escola
Secundária e Comunitária da ADEMO possuem um nível moderado de conhecimento (e=2,24)
sobre as fontes de energias renováveis e não renováveis. Este resultado é circundado pelos dados
da tabela 3, sobretudo nas questões sobre os combustíveis fosseis (assertivas 1 – 4 e 10), energia
solar (assertivas 9 – 13), energias renováveis (assertivas 2, 3 e 5). Por outro lado, à consciência
dos alunos pode estar associado a questões naturais, que tem impacto positivo sobre as energias
renováveis como no nosso quotidiano.
47

4.3. Validação das hipóteses

Diante dos resultados obtidos e as análises feitas, chegou-se as seguintes avaliações das hipóteses
levantadas na presente pesquisa:

Hipótese 1: “Os alunos da Escola Secundária – Nampula têm alto nível de conhecimento sobre
as fontes renováveis de energia usadas no quotidiano por Estes estarem cientes dos impactos
ambientais e económicos que o consumo consciente destas pode causar” testou-se posetiva
parcialmente, visto que, segundo a tabela 4, os alunos acima referidos possuem um nível
moderado de conhecimento sobre as fontes de energias renováveis e não renováveis, apesar
destes estarem cientes sobre os impactos económicos e ambientais (tabela 3 e figura 5).

E a hipótese 2: “A questão energética é abordada nas aulas de Física, voltada a processos de


geração e uso das energias renováveis, mas distanciada de questões económicas e ambientais”
também foi testada como parcialmente positiva, visto que nas aulas de Física nas se abordam
assuntos referentes as energias renováveis (Fig. 4) de forma explícita, apesar dos alunos terem
conhecimentos básicos sobre as questões económicas e ambientais associadas a estas.
48

CAPÍTULO V: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES


Neste capítulo serão apresentadas as principais conclusões segundo a metodologia usada e
objectivos definidos, para além das recomendações e limitações.

5.1. Conclusão

Os alunos da 12ª classe da Escola Secundária e Comunitária da ADEMO tiveram um interesse


apurado durante a abordagem do tema sobre uso de energias renováveis, voltada à palestra
intitulada “Energias Renováveis: Impulsionando um Futuro Sustentável”. A palestra auxiliou na
construção de uma nova percepção sobre energias renováveis, elemento importante para sua vida
quotidiana o desenvolvimento destas competências e habilidades.
Os alunos sabem conceituar e identificar as fontes de energias renováveis presentes no quotidiano
e os benefícios sociais, ambientais e económicos resultantes do seu uso, apesar de, nas aulas de
Física não se tratar desta matéria, de forma explícita e plena, para além de reconhecer estas
energias como regenerativas e alternativas para as próximas gerações.
No quotidiano dos alunos, as energias renováveis desempenham um papel crucial na redução das
emissões de GEE, na geração sustentável de energia e na redução da dependência energética aos
combustíveis fósseis. Este conhecimento influencia nas escolhas dos cidadãos quando opções
para utilização de diversas fontes de energia existentes e na conduta diante das questões ligadas
com ao consumo consciente ou sustentável de energia.
Conclui-se que os alunos da 12ª classe da Escola Secundária e Comunitária da ADEMO têm
conhecimentos moderados sobre uso das energias renováveis no quotidiano e estão cientes sobre
os impactos económicos e ambientais destas. A abordagem sobre as fontes de energia
“renováveis” no PEA de Física impacta na compreensão dos alunos sobre sustentabilidade, na
mitigação das mudanças climáticas e na preservação dos recursos naturais.

5.1. Recomendações

Para trabalhos futuros recomenda-se o seguinte:


49

 Realizar um estudo comparativo com estudantes de diferentes níveis de ensino, classe, turma
e idade, para apurar o impacto desses parâmetros no entendimento sobre o uso das energias
renováveis no quotidiano.
 Realizar mais palestras e campanhas de EA para o consume consciente e sustentável de
energia, sobretudo no sector residencial, como forma de migrar para um sistema energético
mais económico e com menos agressão ao meio ambiente.
 Realizar uma reflexão profunda, junto as escolas e diversos segmentos da sociedade civil
para conscientização em massa sobre as fontes de energias presentes no quotidiano,
identificando as formas de uso sustentável e possibilidades de amenizar os impactos
socioambientais.

5.2. Limitações

A presente pesquisa teve objectivos específicos por cumprir em um prazo delimitado. De acordo
com a metodologia descrita no capítulo III, a amplitude da avaliação foi também limitada, pois a
recolha de dados foi feita em um tempo bastante reduzido, o que implicou no não
acompanhamento profundo do grupo alvo. Apesar das limitações, o investigador conseguiu
alcançar os objectivos desenhados na pesquisa.
50

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Richardson, R. J. e colaboradores. (1999). Pesquisa social: Métodos e técnicas. 3ª ed. Editora


Atlas S.A. São Paulo.
52

Apêndices

Apêndice I – Palestra sobre o tema seguinte: Avaliação de nível de conhecimento dos alunos na
Escola Secundária e Comunitária da ADEMO sobre energia renováveis

“Título: Energias Renováveis: Impulsionando um Futuro Sustentável”

Boa tarde a todos! Hoje, vamos explorar um tema crucial para o nosso futuro: as energias
renováveis. Trata-se de uma alternativa poderosa e sustentável para as fontes de energia
tradicionais, com potencial para transformar a maneira como vivemos e preservamos nosso
planeta.

As energias renováveis são aquelas geradas a partir de recursos naturais inesgotáveis, como sol,
vento, água e biomassa. Ao contrário dos combustíveis fósseis, que têm um limite de
disponibilidade, essas fontes naturais se regeneram rapidamente e não esgotam os recursos do
nosso planeta.

A transição para as energias renováveis é crucial devido aos desafios ambientais e económicos
que enfrentamos. A queima de combustíveis fósseis contribui para a poluição atmosférica, as
mudanças climáticas e a escassez de recursos. As energias renováveis desempenham um papel
vital na redução das emissões de GEE, ajudando a minimizar os impactos negativos no clima e na
saúde do planeta.

As energias renováveis têm vantagens enquadradas nos seguintes domínios:

 Sustentabilidade ambiental: Energias renováveis não emitem poluentes prejudiciais e não


contribuem para a degradação ambiental. Isso ajuda a preservar ecossistemas naturais e
reduzir a pegada de carbono.
 Abundância e disponibilidade: Sol, vento e água estão disponíveis em todo o mundo, o que
significa que as fontes de energia renovável podem ser acessadas em muitas regiões.
 Criação de empregos: A indústria de energias renováveis tem o potencial de gerar empregos
locais em manutenção, instalação e pesquisa, impulsionando economias regionais.
53

 Independência energética: Ao diversificar as fontes de energia, os países podem reduzir a


dependência de importações de combustíveis fósseis, aumentando sua segurança energética.
 Redução de custos a longo prazo: Embora os investimentos iniciais possam ser altos, os
custos operacionais e de manutenção das energias renováveis tendem a ser mais baixos ao
longo do tempo, tornando-as financeiramente vantajosas.

As energias renováveis já estão presentes em nosso quotidiano de várias formas:


 Energia Solar: Painéis solares residenciais e comerciais geram electricidade limpa a partir da
luz do sol.
 Energia Eólica: Turbinas eólicas produzem energia através do vento, abastecendo redes
eléctricas.
 Biomassa: Resíduos orgânicos são transformados em biogás, bioetanol e outros
biocombustíveis.
 Transporte Sustentável: Veículos eléctricos e híbridos são alimentados por baterias
recarregáveis.
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Apêndice II – questionário dirigido aos alunos

O presente questionário surge no âmbito projecto de pesquisa para elaboração de monografia científica e
tem como objectivo avaliar nível de conhecimento dos alunos na Escola Secundária e Comunitária da
ADEMO sobre energia renováveis. Deste modo, pede-se que responda de forma clara e objectiva e
assegura-se que o mesmo tem um carácter substancialmente confidencial.
O pesquisador: Eugénio Domingos César

1. Sabe o que são fontes de energias renováveis? Sim ( ) Não ( )

2. Escolha a opções que define correctamente o conceito de energia renovável:

a) Energia proveniente de combustíveis fósseis ( )


b) Energia gerada a partir de fontes não renováveis, como o carvão e o petróleo ( )
c) Energia obtida exclusivamente a partir de recursos naturais, que podem ser regenerados ( )
d) Energia gerada por processos industriais intensivos em carbono ( )
3. Das opções que seguem, marque com X nas fontes de energia renováveis:

Energia hidráulica ou hidroeléctrica( ) Energia eólica ( ) Energia solar ( )

Energia oceânica – mares e ondas ( ) Carvão mineral ( ) Petróleo ( )

Energia geotérmica ( ) Gás natural ( ) Biomassa ( ) Urânio ( )

4. Durante as aulas já se abortou sobre as energias renováveis? Sim ( ) Não ( )

5. Quais das seguintes características são vantagens das fontes renováveis de energia?

a) Reduzir as emissões de gases de efeito estufa ( )


b) Escassez de recursos naturais ( )
c) Reduzem a dependência energética aos combustíveis fósseis ( )
d) Potencial para geração sustentável de energia ( )
e) Custos elevados de investimentos e infra-estruturas apropriadas ( )
6. Depois de participar na palestra, qual a sua percepção acerca do uso das energia renováveis:
___________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

Avalie as seguintes afirmações


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Nas afirmações a seguir, classifique-as, usando os termos concordo totalmente (CT),


concordo/discordo parcialmente (C/CP), discordo totalmente (DT) ou não sei opinar (NSP)
Assertiva CT C/CP DT NSP
As energias renováveis são mais limpas que os combustíveis fósseis
A energia renovável é a mais barata
As energias renováveis podem garantir o fornecimento de todas as nossas
necessidades de energia
As energias renováveis substituirão, até 2050, todos os combustíveis fósseis
As energias renováveis não são responsáveis pelo aquecimento global do
planeta
As energias renováveis são de fácil acesso
As tecnologias para aproveitamento das energias renováveis são caras, o que
limita o desenvolvimento de alguns projectos
A energia eólica (obtida a partir do vento) não impede o uso da terra para fins
agrícolas
As turbinas eólicas causam poluição sonora
Energia solar e eólica são energias intermitentes
O desenvolvimento e uso de tecnologias de energias renováveis gera mais
empregos que os combustíveis fósseis
A energia geotérmica pode ser usada para aquecimento de ambientes (casas e
piscinas) e para geração de energia eléctrica
Biomassas (lenha e carvão vegetal) são bastante usadas pela população
moçambicana na cocção de alimentos
Se aproveitamos correctamente, a energia solar seria suficiente para atender as
demandas mundiais de energia
As energias renováveis podem diminuir na queima de combustíveis fósseis e
na poluição atmosférica

7. Quais são os benefícios que você acha que as fontes renováveis de energia podem trazer para a
sociedades? ________________________________
8. Na sua opinião quais são as energias renováveis usados no nosso quotidiano?
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Anexos
Anexo I – Credencial para realização da pesquisa

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