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Paulina Xavier Sete

Estratégia para redução da taxa de consumo de energia eléctrica da rede nacional na


UniRovuma - Campus de Napipine
(Licenciatura em Ensino de Física com habilitações em Energias Renováveis)

Universidade Rovuma
Nampula
2023
Paulina Xavier Sete

Estratégia para redução da taxa do consumo de energia eléctrica da rede nacional na


UniRovuma – Campus de Napipine

Monografia apresentada a Faculdade de Ciências,


Curso de Física da Universidade Rovuma, como
requisito parcial para obtenção do grau académico de
licenciatura em Ensino de Física com habilitações em
Energias Renováveis.

Superior: Msc. António Gonçalves Fortes

Universidade Rovuma
Nampula
2023
Índice
Declaração...................................................................................................................................v
Dedicatória.................................................................................................................................vi
Agradecimentos........................................................................................................................vii
Resumo....................................................................................................................................viii
Abstract......................................................................................................................................ix
Índice de figuras..........................................................................................................................x
Índice de tabelas.........................................................................................................................xi
Símbolos e abreviaturas............................................................................................................xii
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO................................................................................................13
1.1. Contextualização............................................................................................................13
1.2. Delimitação e enquadramento do tema..........................................................................14
1.3. Justificativa....................................................................................................................15
1.4. Problematização.............................................................................................................16
1.5. Objectivos da pesquisa...................................................................................................17
1.6. Hipóteses da pesquisa....................................................................................................18
CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................................19
2.1. Consumo energético: entre e teoria e a prática..........................................................19
2.2. Eficiência energética..................................................................................................21
2.3. Panorama do consumo de energia em Moçambique..................................................21
2.4. Paradigmas de eficiência energética em edifícios......................................................23
2.4.1. Normalização para melhoria de desempenho energético....................................24
2.4.2. Normas de redução da taxa do consumo da energia da REN.............................25
2.4.3. As estratégias para a redução do consumo de energia eléctrica num edifício....27
CAPÍTULO III: METODOLOGIA..........................................................................................28
3.1. Métodos de pesquisa.................................................................................................28
3.2. Técnica de colecta de dados.......................................................................................29
3.4. Participantes da pesquisa................................................................................................30
3.4. Análise de dados.............................................................................................................30
CAPÍTULO V: RESULTADOS E ANÁLISE.........................................................................31
4.1. Descrição física do local de estudo: iluminação nos sectores úteis...............................31
4.2. Práticas de consumo de energia eléctrica no Campus de Napipine...............................33
4.3. Validação das hipóteses.................................................................................................39
CAPÍTULO V: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES........................................................40
5.1. Conclusão.......................................................................................................................40
5.1. Recomendações..............................................................................................................40
5.2. Dificuldade.....................................................................................................................41
Referências bibliográficas.........................................................................................................42
Apêndice...................................................................................................................................44
v

Declaração

Declaro por minha honra que esta Monografia Científica é fruto da minha investigação
pessoal e das orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes
consultadas estão devidamente mencionadas no texto e na bibliografia final.

Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado, em nenhuma outra instituição para a
obtenção de qualquer grau académico.

Nampula, ao 18 de Dezembro de 2023

___________________________________

(Paulina Xavier Sete)


vi

Dedicatória

Dedico a presente monografia científica aos meus pais Sorte Xavier Sete e Joanina Jacob
Carlos, ao meu supervisor António Gonçalves Fortes por me auxiliarem sempre e prestarem
atenção na realização deste trabalho, ao meu parceiro Loias Armando Chanqueia; as minhas
irmãs Mita Andisse Inure, Modesta Andissene Inure, Manuela Xavier Sete, Jatcha Xavier
Sete; Ao meu querido irmão Sete Xavier Sete; As minhas tias Valeria Jacob Carlos e Fátima
Chanqueia; As minha amiga Albertina Matias e a todos aqueles que empreenderam amor e
carinho para que pudesse chegar nesta fase da minha vida.
vii

Agradecimentos

Em primeiro lugar a Deus pelo dom da vida, saúde, força e coragem que me deu ao longo de
todos os obstáculos do curso.

Ao meu supervisor António Gonçalves Fortes, pela constante disponibilidade, dedicação,


auxílio, acompanhamento, orientação, correcção e sugestões ao longo deste trabalho, agradeço
por compartilhar com generosidade, competência e rigor nos seus conhecimentos nesta
orientação que com paciência me ensinou os primeiros passos da pesquisa.

A todos os docentes da UniRovuma Nampula em particular, os da Faculdade de Ciências, que


leccionam no curso de Licenciatura em Ensino de Física, pelos conhecimentos que me foram
transmitidos, meu muito obrigada.

Expresso o meu agradecimento à minha família toda, que sempre me apoiaram, em todos os
momentos, de forma muito especial aos meus pais Xavier Sete e Joanina Jacob Carlos, Ana
Paula Silvestre, meus irmãos: Sete, Mita, Modesta, shellsy, Daniel, Manuel, agradeço aos
meus amigos e colegas, também ao meu parceiro Loias Armando Chaqueias, pela força que
me deram durante o tempo das nossas aulas, por terem me dado animo quando indisposta eu
estava, e por tudo o que eles fizeram para mim, pela paciência, confiança que depositaram em
mim e pela força e coragem com que sempre me entusiasmaram na concretização deste
trabalho.

Agradeço às pessoas que se disponibilizaram a participar desta pesquisa e ofereceram o seu


contributo à construção de conhecimento.

MUITO OBRIGADA!
viii

Resumo

A energia eléctrica é a principal fonte de luz, calor e força utilizada no mundo, porém, a redução da sua
taxa de consumo é uma preocupação pelo seu impacto económico e ambiental. O alto consumo de
energia eléctrica está elevando os custos da UniRovuma, o que impacta negativamente na
disponibilização de serviços básicos no campus e no orçamento. Nessa perspectiva, foi realizada uma
pesquisa exploratória e aplicada, do tipo estudo de caso com objectivo de avaliar o consumo de energia
e definir estratégias sustentáveis e práticas adequadas ao local para a redução do consumo de energia
eléctrica no campus de Napipine. Para a colecta de dados no 2º semestre de 2023, foi empregue a
observação directa e a entrevista aos responsáveis do Departamento de Património e do Sector
Electrico, onde verificou-se que a UniRovuma adopta uma abordagem flexibilidade e sistemática para
a gestão do consumo de energia eléctrica, porém, os utentes deixam as lâmpadas e outros aparelhos
ligados sem necessidade aparente. Conclui-se que para o actual nível de consumo de energia eléctrica
no campus de Napipine é inconsciente, por isso deve-se adoptar estratégias sustentáveis e práticas
como o uso complementar da energia hidro-solar, a utilização de aparelhos mais eficientes e a
sensibilização da comunidade universitária a adoptar acções com vista a reduzir do consumo de
energia eléctrica no campus de Napipine.

Palavras-chave: Energia eléctrica; Consumo de energia eléctrica; Redução do consumo; Estratégias


sustentáveis.
ix

Abstract

Electrical energy is the main source of light, heat and power used in the world, however, reducing its
consumption rate is a concern due to its economic and environmental impact. The high consumption of
electricity is increasing UniRovuma's costs, which has a negative impact on the provision of basic
services on campus and on the budget. From this perspective, exploratory and applied research, of a
case study type, was carried out with the objective of evaluating energy consumption and defining
sustainable strategies and practices appropriate to the location to reduce electrical energy consumption
on the Napipine campus. For data collection in the 2nd half of 2023, direct observation and interviews
with those responsible for the Heritage Department and the Electrical Sector were used, where it was
found that UniRovuma adopts a flexible and systematic approach to managing energy consumption
electricity, however, users leave lamps and other devices on without apparent need. It is concluded that
the current level of electricity consumption on the Napipine campus is unconscious, therefore
sustainable and practical strategies must be adopted such as the complementary use of hydro-solar
energy, the use of more efficient appliances and awareness raising university community to adopt
actions to reduce electricity consumption on the Napipine campus.

Keywords: Electric energy; Electricity consumption; Reduction of consumption; Sustainable


strategies.
x

Índice de figuras
Figura 1. Características eléctricas do campus de Napipine da UniRovuma- Nampula: A – Tipos de
lâmpadas (fluorescente tubular rectilínea) usadas nas salas de aula; B – Área externa dos
Departamentos Académicos com lâmpadas fluorescentes tubular rectilínea; C – Lâmpada fluorescente
compacta na área externa entre os blocos D e B; D – Área traseira do bloco B com lâmpadas LED
solar......................................................................................................................................................32
xi

Índice de tabelas
Tabela 1: Estudos que tratam o gerenciamento de custos energéticos.....................................20
Tabela 1: Produção de energia eléctrica por ano (2017-2022), segundo tipo de fonte (GWh) 22
Tabela 1: Distribuição Percentual da produção de energia eléctrica por ano (2017-2022),
segundo tipo de fonte................................................................................................................23
xii

Símbolos e abreviaturas

AC – Ar condicionado
ALER – Agência Lusófona de Energias Renováveis
EDM – Electricidade de Moçambique
EUA – Estados Unidos da América

FENAE – Fundo de Energia


GEE – Gases de efeito estufa

GWh – Giga Watt hora

HCB – Hidroeléctrica de Cahora Bassa

HVDC – Corrente contínua de alta tensão

IES – Instituição de ensino superior

LED – Díodo emissor de luz (sigla em inglês)


PEEEPN - Projecto Eficiência Energética em Edifícios Públicos em Nampula
RNE – Rede Nacional de Energia
TV – Televisão
UniRovuma – Universidade Rovuma
13

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização

No cenário actual de crescente preocupação com a sustentabilidade e a preservação do meio


ambiente, a busca por soluções eficazes para a redução do consumo de energia eléctrica
tornou-se uma prioridade global. Instituições de ensino, como a UniRovuma – campus de
Napipine não estão isentas dessa responsabilidade. Neste contexto, este documento se propõe
a apresentar uma estratégia abrangente e viável para a redução da taxa de consumo de energia
eléctrica neste campus.

A UniRovuma, como um centro de excelência académica, enfrenta o desafio de equilibrar


suas necessidades operacionais e educacionais com a responsabilidade de promover práticas
sustentáveis. Neste contexto, este estudo se propõe a apresentar uma estratégia abrangente e
viável para a redução da actual taxa de consumo de energia eléctrica nesse campus específico.
À relevância do tema transcende as fronteiras da academia e se estende para a sociedade no
geral, visto que, a energia eléctrica desempenha um papel central em nossa vida quotidiana,
sendo essencial para o funcionamento de edifícios, equipamentos e sistemas críticos.

No entanto, o uso indiscriminado e ineficiente de energia eléctrica contribui para o aumento


nas emissões de gases de efeito estufa (GEE), intermissão na expansão da rede eléctrica
nacional (REN), no esgotamento de recursos naturais e custos financeiros significativos, tanto
aos consumidores como a empresa que fornece os serviços. Menke (2004. p. 52) aponta como
sendo indispensável seja qual for a sua utilização: força motora, aquecimento, esfriamento,
iluminação e mobilidade. Essa dependência é verificada, não somente para a sobrevivência,
mas também para o desenvolvimento socioeconómico e tecnológico da civilização.

As instituições e empresas procuram cada vez mais por meios que possibilitem a redução de
seus custos operacionais. Tendo em vista a competitividade do mercado e a globalização da
sociedade actual, essas organizações são obrigadas a possuírem um sistema de consumo e de
produção eficientes. A redução de gastos é uma vertente presente no dia-a-dia de toda e
qualquer instituição, pública ou privada, independente da área de actuação. Assim, a energia
eléctrica desponta como um factor possível para redução do consumo e, consequentemente, os
custos orçamentários.
14

Há diferentes ferramentas e técnicas que podem ser utilizadas para apoiar o gestor no
diagnóstico do consumo energético. Elas permitem identificar pontos críticos, analisa-los e
propor formas de mitigação. A gestão dos custos com energia em uma instituição de ensino
superior (IES, como a UniRovuma), por exemplo, é uma tarefa morosa e contínua. Ela
demanda conhecimento do problema e requer, também, a aplicação de diferentes abordagens.

O trabalho está dividido em cinco capítulos, sendo elas: (i) capítulo 1, a introdução, onde
apresenta-se uma breve contextualização, a delimitação e enquadramento do tema, a
justificativa e relevância da pesquisa, a problematização, os objectivos e as hipóteses de
pesquisa; (ii) capítulo 2, a revisão da literatura, onde se descrevem as principais teorias do
tema; (iii) capitulo 3, a metodologia, descrição dos métodos e técnicas de pesquisa usadas no
estudo; (iv) capitulo 4, apresenta-se os resultados, as análises e validação das hipóteses; e (v)
capitulo 5, as conclusões da pesquisa e colocação de sugestões para trabalhos futuros.

1.2. Delimitação e enquadramento do tema

A presente monografia científica intitulada “Estratégias usadas para redução da taxa pelo
consumo de energia da REN na UniRovuma – campus de Napipine, 2020 – 2022” pretende-se
descrever acções de consumo consciente de energia eléctrica da rede numa IES, para além de
trazer subsídios com vista a minimizar o orçamento derivado do consumo energético.

A pesquisa de campo foi realizada no Campus de Napipine da UniRovuma – Nampula, cita no


bairro de Napipine, arredores da cidade de Nampula, no 2º semestre de 2023, entre os meses
de Setembro e Outrubro. Pela natureza da pesquisa e disponibilidade do tempo, optou-se por
observar as práticas de consumo de energia eléctrica no campus e entrevistar os responsáveis
pelo Departamento de Património e do sector Eléctrico do campus.

Quanto a abordagem, a pesquisa buscou abordar os seguintes aspectos (i) analisar as formas
de controlo e gestão de gastos pelos serviços energéticos, para além das estratégias que estes
partilham com os diversos sectores presentes no campus de Napipine; (ii) verificar as acções
conscientes de gastos de energia, se realizam controlo ou mapeamento de aparelhos vilões ou
se existe uma estratégia que estes adoptam ou foram orientados pelos sectores responsáveis,
com vista a reduzir o actual nível de gastos da conta de energia eléctrica da rede.

O tema enquadra-se na linha de pesquisa “Energia versus Meio Ambiente” vigente no curso
de Licenciatura em Ensino de Física com habilitações em Energias Renováveis da
15

UniRovuma. As abordagens dos temas aqui discutidos estão alinhadas com as disciplinas de
Energias Renováveis (I a IV), Física e Meio Ambiente, ou constituir tema transversal em
várias disciplinas do actual currículo de licenciatura em Ensino de Física ou do Ensino
Secundário e Técnico Profissional.

1.3. Justificativa

A escolha desse ponto geográfico para realizar a pesquisa deveu-se ao facto de, ser estudante
da instituição, durante 5 anos e verificar que no campus de Napipine utilizam-se diversos
aparelhos eléctricos e electrónicos, que acarretam gastos significativos energia e uma
consequente elevadas taxas no orçamento da instituição, para além de restrições no
fornecimento de energia em alguns períodos do ano.

Assim sendo, considera-se que é necessário optimizar o uso da energia eléctrica fornecida
pela REN, que passa essencialmente por optar pelos sistemas alternativos e complementares,
como a energia solar fotovoltaica disponível localmente e incentivar a conscientização ao uso
racional da mesma, visto que a geração de energia depende das condições do meio e recursos
escassos que podem ocasionar uma série de impactos sociais, ambientais e custos orçamentais
às instituições. Para além desses problemas internos, verifica-se, num cômputo geral, um
aumento gradativo na demanda de energia, que quando não é usado com consciência, diminui
a possibilidade de atender, no futuro, todos os sectores consumidores da energia eléctrica.

A temática sobre a conscientização e estratégias para redução do consumo de energia em


algumas instituições públicas e privadas constitui objecto de analise em algumas pesquisas
internacionais, porém, no contexto moçambicano, essas pesquisas são incipientes ou quase
inexistentes, mostrando-se, deste modo, uma discrepância em função da importância social,
ambiental e económica que as práticas de consumo (in)consciente da energia tem para as
empresas. Ademais, em Moçambique existem alguns estudos nessa temática, com abordagem
específicas para o sector residencial. É nesta óptica que se propôs a investigar o tema,
partindo do contexto universitário, no campus de Napipine, para junto a comunidade
académica mapear algumas práticas sustentáveis que desenvolvem o espírito de cidadania no
consumo, preservação da natureza e do bem colectivo.

Diante disso, torna-se necessário o desenvolvimento de acções apropriadas para optimização


no uso energético e melhoria do sistema de oferta. Assim, as acções discutidas no presente
estudo visa incentivar os usuários (funcionários e estudantes) a utilizarem correctamente os
16

serviços energéticos, constituindo, deste modo, em estratégias em eficiência energética que


possibilitam a redução nos custos, modernização e readequação com a utilização de novos
equipamentos mais eficientes, com maior desempenho e durabilidade.

A redução da taxa de consumo de energia eléctrica na UniRovuma – campus de Napipine é


uma prioridade crucial, pois traz inúmeros benefícios económicos e ambientais. Ao adoptar
estratégias eficazes de economia de energia, a universidade pode:

 Reduzir custos operacionais: a diminuição do consumo de energia resulta em contas de


electricidade mais baixas, economizando recursos financeiros que podem ser investidos
em melhorias académicas e infra-estrutura;
 Contribuir para a sustentabilidade ambiental: menos energia eléctrica consumida implica
em uma pegada de carbono reduzida, o que alinha a universidade com metas ambientais e
promove uma imagem mais positiva perante a comunidade e potenciais parceiros
ecológicos (os ecofriends);
 Estimular a conscientização dos estudantes: ao implementar práticas de eficiência
energética, a UniRovuma pode educar seus estudantes sobre a importância da conservação
de energia, criando uma cultura de responsabilidade ambiental e cidadania;
 Resiliência energética: a adopção de medidas de economia de energia pode tornar a
universidade menos dependente da REN, garantindo um fornecimento mais estável de
electricidade em tempos de escassez ou interrupções.

1.4. Problematização

A redução da taxa de consumo de energia eléctrica na UniRovuma – campus de Napipine é


uma preocupação importante, uma vez que o uso excessivo de energia não apenas aumenta os
custos, mas também pode ter impactos ambientais negativos. O alto consumo de energia
eléctrica está elevando os custos da instituição, o que pode impactar negativamente na
disponibilização de serviços básicos no campus e no orçamento, como um todo.

Assim sendo, o uso excessivo de energia eléctrica contribui para a pegada de carbono da
universidade, prejudicando seus esforços de sustentabilidade ambiental. A dependência
excessiva da REN torna a universidade vulnerável a cortes de energia e aumenta sua
dependência de fontes externas.
17

No quotidiano, pode haver ineficiências no uso de energia eléctrica nas instalações da


universidade, como iluminação inadequada, equipamentos antigos ou ineficientes, para além
da falta de divulgação de algumas práticas junto a comunidade académica para uso consciente
dos serviços energéticos, partindo do campus. A falta de uma cultura de consciência
energética entre os estudantes e funcionários, pode levar ao desperdício de energia.

Assim, no âmbito do Projecto Eficiência Energética em Edifícios Públicos em Nampula


(PEEEPN), no qual apontou que os edifícios públicos do sector da educação são um dos
responsáveis por elevado consumo de energia eléctrica do município de Nampula,
seleccionou-se, para a realização desse estudo, a UniRovuma – Nampula.

Assim, para ultrapassarmos essas dificuldades desta instituição e a sociedade no geral é


chamada a desenvolver campanhas de educação ambiental para o consumo e optar no uso de
elementos mais eficientes para reduzir a taxa do consumo de energias eléctrica.

Para a presente pesquisa, coloca-se a seguinte questão: Quais estratégias são necessárias para
reduzir o actual nível de consumo de energia eléctrica na Universidade Rovuma – campus de
Napipine?

1.5. Objectivos da pesquisa

A presente monografia teve como objectivo geral avaliar o consumo de energia e definir
estratégias sustentáveis e práticas adequadas ao local para a redução do consumo de energia
eléctrica na Universidade Rovuma – campus de Napipine. Para o alcance deste, definiu-se os
seguintes objectivos específicos:

 Identificar e descrever as fontes de energia eléctrica usadas e o padrão de consumo de


energia eléctrica no Campus de Napipine;
 Identificar as acções e práticas de consumo e de consumismo de energia eléctrica no
Campus de Napipine;
 Descrever, a partir da opinião dos responsáveis pelo departamentos de Património e do
sector Eléctrico, os impactos socioeconómicos do consumo consciente de energia e as
estratégias adoptadas na instituição para reduzir o actual nível de consumo de energia
eléctrica;
 Propor acções de educação ambiental nos usuários do campo com vista a reduzir a taxa
de consumo de energia da REN no campus de Napipine e impactos associados.
18

1.6. Hipóteses da pesquisa

Considerando o problema de pesquisa deste estudo, definiu-se como hipótese:

 A utilização de aparelhos eléctricos e electrónicos mais eficientes, uso adequado da


energia eléctrica nos momentos oportunos, o controle dos gastos pelos serviços
energéticos por edifício ou compartimento constam como acções e práticas usadas pela
UniRovuma – Campus de Napipine, para a redução da actual taxa de energia eléctrica.
 A utilização de fontes alternativas e renováveis, como a solar, a educação ambiental para
o consumo consciente entre os estudantes e funcionários e o uso consciente dos serviços
energéticos constituem estratégias adoptadas pela UniRovuma – Campus de Napipine,
para a redução do actual nível de consumo de energia da REN.
 O comportamento dos usuários, como o uso excessivo de equipamentos electrónicos,
iluminação não optimizada e falta de conscientização sobre o consumo energético, está
directamente relacionado com a alta taxa de consumo de energia no campus de Napipine.
19

CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo, apresentou-se as principais teorias e marcos teóricos sobre consumo


energético, o potencial de crescimento de energia eléctrica, a eficiência energética, o
panorama actual e os paradigmas de consumo de energia, a normalização para melhoria do
desempenho de electrodomésticos e da taxa de consumo de energia e as estratégias que
algumas instituições adoptaram para a redução de consumo de energia eléctrica.

2.1. Consumo energético: entre e teoria e a prática

A energia eléctrica é de extrema importância na vida das pessoas. Ela é a principal propulsora
dos processos realizados no quotidiano das residências, indústrias e instituições. Sabe-se que
o abastecimento e a disponibilidade adequada e confiável de energia são fundamentais para o
desenvolvimento económico e os padrões de vida da sociedade. Porém, devido a diversos
factores como custos de produção, clima e disponibilidade de recursos as tarifas de
electricidade no País aumentaram significativamente nos últimos anos. Actualmente ela
atingiu um patamar que exige total cautela das autoridades para buscar controlar a escala de
preços (Futema, 2018).

A preocupação com o consumo energético é frequentemente discutida na literatura científica.


Há diversas investigações com este propósito, tais como pesquisas aplicadas em Instituto
Federal Brasileiro (Silva & Nassar, 2016), Instituição Militar (Martins, Ribeiro & Paulista,
2015), Empresa de Contract Manufacturing (Costa, 2009), Indústria de bebidas (Mariani,
2005), Indústria alimentícia (Klaus & Sherer, 2017), Sorvetearia (Samed et al., 2012), Parques
fabris (Andrade, Lima & Fortes, 2013). Boa parte dessas pesquisas objectivaram levantar
pontos de alto consumo de energia e propor alternativas viáveis que, se implementadas,
ajudariam a minimizar os custos e resguardar o meio ambiente.

Oliveira (2019), demonstrou que uma metodologia de gestão da manutenção focada na


eficiência energética. Pequenas acções de manutenção foram apontadas como práticas para
redução de boa parte dos custos operacionais. Acções mais complexas não foram descartadas,
porém exigiam mais esforços e recursos.

Segundo Mbaya (2019), realizou um estudo em uma empresa líder europeia de contract
manufacturing, no qual buscou-se reduzir o consumo através da eliminação de desperdícios e
utilização energética mais racional. Através do diagrama de Ishikawa foi possível
20

implementar acções em que a economia de energia gerada alcançou os 15% pretendidos ou


até superior.

A Tabela 1 foi proposta a fim de sumarizar alguns artigos que trataram questões de consumo
energético. É possível observar através desta tabela que há muitas possibilidades de minimizar
os custos com a utilização destas ferramentas.

Tabela 1: Estudos que tratam o gerenciamento de custos energéticos

Autor Proposta Resultados


Verificou-se que o método PDCA é eficiente no
Estudar a implantação do método
gerenciamento de processos, pois a empresa
Mariani, PDCA na Indústria Missiato de
reduziu o percentual de 33,3% de litros
(2005) Bebidas Ltda, localizada em Jandaia
retornados para 22% com elevado ganho anual e
do Sul (PR).
rápido retorno de investimento.
Reduzir o consumo energético em uma
Costa, empresa europeia de contract Implementação de medidas de economia de
(2009) manufacturing através do diagrama de energia de 15% pretendidos e superior
Ishikawa.
Determinar como a energia eléctrica é
Samed consumida em uma sorveteria Foram realizadas acções para eliminar as
et al. utilizando ferramentas de qualidade principais causas de desperdício, eximindo os
(2012) como folha de verificação, diagrama problemas de menos importância.
de Ishikawae o gráfico de Pareto.
Andrade Propor uma metodologia de gestão da Foi revelado que pequenas e grandes acções de
et al. manutenção focada na eficiência manutenção podem gerar redução dos custos
(2013) aplicada a parques fabris. operacionais.
Martins Analisar pontos de desperdício do Identificaram as possíveis causas do desperdício
et al. consumo de energia eléctrica em uma de energia e propuseram investir em fontes
(2015) Instituição Militar através do Siscustos renováveis de energia.
Analisar o padrão de consumo de Propuseram alternativas para reduzir o consumo
Silva e
energia eléctrica e seus custos do e a análise de viabilidade das propostas. Foi
Nassar
Instituto Federal Fluminense - Campos divulgado também material com acções de boas
(2016)
Guarus práticas ambientais.
Analisar os impactos no consumo de
energia eléctrica nas cinco linhas de
Godinho Redução do consumo de diário em torno de
produção da área de envase da
(2016) R$11.500,00/dia das linhas de produção.
cervejaria Santa Catarina utilizando o
PCDA.
Utilizar ferramentas da qualidade,
Correa como PDCA e Pareto para auxiliar na Sistema de gestão baseado no PDCA mostrou-se
(2017) gestão de energia eléctrica de uma efectivo no alcance dos resultados.
cervejaria
Analisar o uso eficiente de energia
Klaus e
eléctrica, em uma indústria do ramo Redução de 6%, mediante as acções
Sherer
alimentício situada no Vale do desenvolvidas pela empresa no ano de 2015.
(2017)
Paranhana.

Fonte: Adaptado pela Autora, 2023.

1
R$ trata-se de Real, moeda brasileira que 1 MZn equivale a 0,779 R$, segundo dados do Banco de
Moçambique. Fonte: Página Inicial - Banco de Moçambique (bancomoc.mz). Acesso em: 25-11-2023
21

2.2. Eficiência energética

Algumas definições tornam-se importante para o desenvolvimento deste trabalho, dentre elas
à eficiência, consumo e desempenho energético.

Segundo Marilson (2017, p. 15), “Eficiência energética compreende-se a capacidade de


utilizar menor quantidade de energia, sem perder a qualidade, para produzir a mesma
quantidade de iluminação, transporte, aquecimento ou outro serviço baseado na energia”.

Ademais, Marilson (2017) define consumo energético como a quantidade de energia que um
aparelho gasta para executar uma acção/reacção, enquanto desempenho energético é um
factor qualitativo com a capacidade de transmitir o resultado através de seu comportamento.

O uso eficiente é aquele que nos permite aprioveitar todos os benefícios da energia, mas com
a consciência de não haver desperdício e de contribuir para a preservacao do meio ambiente
(Fortes & João, 2021). Essas acções favorecem a preservacao dos sistemas de distribuicao de
energia, que contribui para a sua ampliacao, para outras regiões, com défice no fornecimento
ou abertura de novas linhas.

Para reduzir o consumo de energia elctrrica, alguns edifícios utilizam cobertura que aproveita
a luz natural do dia para iluminacao. Segundo Oliveira e tal (2009, p. 33) “O uso da luz
natural pode afectar o arranjo funcional do espaço ou conforto visual e térmico dos ocupantes,
a estrutura, o uso da energia na edificacao, bem como o tipo e uso da iluminacao eléctrica e de
sistema de controlo associados”.

Para a melhoria do desempenho e aumento da utilização de equipamento mais eficiente


permite a utilização mais racional da energia; como efeito, há minimização do consumo das
unidades de recursos por unidade de output. A eficiência energética inclui a substituição de
inputs, a mudança de comportamentos ou a alteração do portfólio de bens e serviços para
diminuir a procura por serviços energéticos. Segundo Hulscher e Fraenkel (2014), ao
promover a transição para sistemas energéticos modernos, a electrificação pode propiciar a
sustentabilidade ambiental de actividades rurais.

2.3. Panorama do consumo de energia em Moçambique

Em Moçambique, o sistema de energia foi profundamente influenciado pelo desenvolvimento


das instalações da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) que, primariamente, vende à África
22

do Sul, com Moçambique a tomar uma parte dessa energia para o seu próprio consumo. A
maior quantidade de energia é exportada para a ESKOM, mas 300MW de energia firme e
200MW de energia não-firme são disponibilizados à EDM. A central da HCB iniciou as suas
operações, em 1977. Duas linhas de 533kV de corrente contínua em alta tensão (HVDC)
foram construídas a partir desta região para a África do Sul, mas nenhuma ligação foi
construída a partir de Moçambique para a sua região do Sul. Até hoje, a energia consumida na
região de Maputo proveniente de Cahora Bassa é ainda abastecida a partir da África do Sul.

Moçambique tem recursos naturais abundantes, incluindo gás e carvão mineral e fontes de
energia renovável, que incluem energia hidroeléctrica, solar, eólica, biomassa e geotérmica
com um enorme potencial de geração. O país tem um dos maiores potenciais de energia em
África (o rio Zambeze sozinho é capaz de produzir 18.000MW) e a Cahora Bassa é uma das
maiores infra-estruturas em África, com uma capacidade instalada de 2.075MW. Existem
mais de 1.400 projectos identificados para aumentar a capacidade de geração da energia no
país – o projecto de Mphanda Nkuwa de 1 500MW, sendo o maior e o principal do País.

O aumento na utilização da energia eléctrica nos últimos anos está directamente relacionado a
factores como o crescimento económico, crescimento populacional, processo de urbanização,
industrialização e intensificação de novos padrões de consumo (Camacho, 2009. p. 93).

A tabela 2 apresenta o consumo de energia eléctrica no país entre 2017 a 2022 ilustrando o
aumento gradativo do consumo no país de acordo com as respectivas fontes de energia.

Tabela 2: Produção de energia eléctrica por ano (2017-2022), segundo tipo de fonte (GWh)
Tipo de fonte 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Hídrica 14 058,2 13 899,4 14 929,6 15 703,3 15 467,0 16 136,4
Térmica 3 334,8 3 028,0 3 799,1 2 997,3 3 126,0 3 334,9
Gás natural 2 690,3 2 773,2 3 660,4 2 860,3 2 959,0 3 001,6
Gasóleo 644,5 253,5 138,4 137,0 167,0 168,2
Bagaço - 1,3 0,3 0,0 - -
Solar 1,5 1,2 30,6 70,1 69,0 71,2
Total 17 394,5 16 928,6 18 759,3 18 770,7 18 662,0 18 886,6

Fonte: Atlas de EDM

A tabela 3 apresenta o consumo de energia eléctrica em percentual no país entre 2017 a 2022
ilustrando o aumento gradativo do consumo no país de acordo com as respectivas fontes de
energia.
23

Tabela 3: Distribuição Percentual da produção de energia eléctrica por ano (2017-2022), segundo tipo
de fonte.
Tipo de
2017 2018 2019 2020 2021 2022
fonte
Hídrica 80,8% 82,1% 79,6% 83,7% 82,7% 84,1%
Térmica 19,2% 17,9% 20,3% 16,0% 16,8% 17,3%
Gás natural 15,5% 16,4% 19,5% 15,2% 15,9% 16,1%
Gasóleo 3,7% 1,5% 0,7% 0,7% 0,9% 1,0%
Bagaço - 0,0% 0, 0% 0,0% - -
Solar 0,0% 0,0% 0,2% 0,4% 0,4% 0,5%
100,0
Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
%

Fonte: Atlas de EDM

Na tentativa de reduzir o aumento do consumo, os países têm investido em diversos


programas visando evitar impactos associados a uma possível crise futura.

Devido o crescimento do consumo de energia, os países criaram instituições específicas para


tratar da questão da eficiência energética, tais como o estímulo à utilização de fontes
renováveis de energia e incentivos para implantação de sistemas mais eficientes. Para Rosa
(2017, p. 16) países desenvolvidos como EUA, Canadá e Austrália incentivam a gestão de
energia nas empresas mediante a disponibilização de várias ferramentas que auxiliam na
implantação da gestão energética em uma empresa, incluindo as dimensões tecnológicas,
organizacional e comportamentais.

Segundo Noronha (2017):


Os projectos de pesquisas e desenvolvimento técnico são primordiais para o surgimento de
equipamentos cada vez mais eficientes. Além do emprego de tecnologias mais eficientes, o
uso mais eficaz dos recursos naturais possibilita importantes vantagens: retarda seu
esgotamento, reduz a poluição e provê as bases do aumento de emprego em actividades
significativas. Disso podem ocasionar custos mais baixos para as empresas e para a
sociedade, (Noronha, 2017, p. 16).

Nesse contexto, diferentes iniciativas foram sendo desenvolvidas e aperfeiçoadas visando


classificar e mensurar os custos energéticos em equipamentos e edifícios, bem como, propor
alternativas para um consumo de energia mais sustentável, que são os casos dos programas de
rotulagem de equipamentos e edifícios públicos (Noronha, 2017, p. 18).

2.4. Paradigmas de eficiência energética em edifícios

A eficiência energética se tornou cada vez mais presente nas discussões sobre a demanda de
energia em nível global, envolvendo os diversos factores que contextualiza a produção da
24

energia até a disponibilização final aos usuários, no qual verifica-se um enfoque


preponderante nas políticas mundiais de energia e de meio ambiente, especialmente naquelas
relacionadas às mudanças climáticas (Noronha, 2017).

Alterações no estilo de vida e nas formas de trabalho das sociedades contemporâneas são
aspectos que afectam o uso de equipamentos electrónicos e a consequente produção de calor,
com implicações directas a respeito das condições térmicas dos ambientes (Gonçalves, 2015).

Por isso, é necessário que os ambientes de trabalho forneçam boas qualidades, para garantir
melhor adequação das pessoas e evitar o uso de climatização, além da iluminação artificial.
Dentre as estratégias para a melhoria da eficiência e desempenho térmico e consequente
redução do consumo de energia em edifícios públicos, são apontadas aquelas que dizem
respeito à demanda de energia derivada da climatização e da iluminação artificial,
responsáveis pela maior parcela de consumo.

Além da possibilidade de instalação de sistemas de geração de energia no local, a exemplo a


produção de energia através de placas solares fotovoltaicas que contribui no abastecimento
energético do edifício, outras adaptações são importantes para a melhoria do conforto em
edificações, como o caso da utilização de vegetação nas proximidades do edifício, ventilação
cruzada e outras, a depender das condições climáticas locais (Noronha, 2017).

Gonçalves (2015), afirma que:

Os parâmetros para estabelecer a necessidade de utilização da iluminação artificial e


climatização no ambiente estão relacionados com o projecto de arquitectura. Estas devem ser
relacionadas, também, às características térmicas e físicas da construção e as singularidades
do uso e ocupação, juntamente à eficiência dos sistemas. Ele alega ainda que a energia
consumida no sector das edificações pode variar entre as diferentes regiões e países,
dependendo da zona bioclimática. Além das condições climáticas da região, o poder
económico, tecnologias disponíveis, padrões culturais e o conforto ambiental são factores
que interferem directamente no consumo energético de um edifício (Gonçalves, 2015, p. 19).

2.4.1. Normalização para melhoria de desempenho energético

A elaboração de normas de eficiência energética em edificações está directamente associada à


crise energética e ao alto consumo do sector. Além disto, embora estas normas por si só, não
garantam edificações mais eficientes e confortáveis, representam avanços importantes em
direcção a um cenário mínimo de exigências que provocará revisão na maneira como os
25

projectos de arquitectura vêm sendo realizados e na consciência ambiental dos arquitectos,


juntamente da própria sociedade (Noronha, 2017).

Como resultados disto as normas buscam estabelecer critérios que visam atender as
exigências dos usuários. E a partir disto, visam incentivar o desenvolvimento tecnológico e
orientar na avaliação da eficiência técnica e económica das inovações tecnológicas.

Dessa forma, foram elencadas algumas normas internacionais e nacionais vigentes que,
aliadas aos Programas de Etiquetagem de edifícios e Requisitos Técnicos buscam apontar e
utilizar estratégias para a redução do consumo de energia, consequentemente, estabelecer
melhorias de conforto térmico, desempenho térmico e a eficiência energética nas edificações.

2.4.2. Normas de redução da taxa do consumo da energia da REN

Quando o consumidor utiliza racionalmente a energia, ele está preservando os recursos


naturais do País e, ao mesmo tempo, evitando problemas de abastecimento. Atitudes simples,
mas inteligentes, que se utilizadas vão resultar para o consumidor, numa redução significativa
da conta de energia. Sempre que puder, evite usar aparelhos eléctricos no horário de ponta do
sistema eléctrico, das 17 às 22 horas.

A Electricidade de Moçambique adianta alguns conselhos práticos para o ajudar a racionalizar


o uso de energia eléctrica, destacadas a seguir:

Lâmpadas: Na hora de comprar novas lâmpadas dê preferência a lâmpadas fluorescentes


compactas ou circulares para cozinha, área de serviço, garagem e qualquer outro local que
fique com as luzes acesas mais de 4 horas por dia. Esse tipo de lâmpada, além de consumir
menos energia, dura 10 vezes mais.

 Sempre que possível utilize lâmpadas fluorescentes, que duram mais e gastam menos
energia.
 Evite acender lâmpadas durante o dia e use mais iluminação natural.
 Utilize somente lâmpadas de 127 ou 220 Volts, compatíveis com a tensão da REN
fornecida pela EDM.
 Pinte paredes e tectos com cores claras, que reflectem melhor a luz, diminuindo a
necessidade de iluminação artificial
 Utilizar iluminação dirigida para leitura e trabalhos manuais.
26

 Apague as lâmpadas que não estiverem utilizando, salvo aquelas que contribuem para sua
segurança.
 Nunca use arame, fios ou moedas no lugar de fusíveis.

Ar condicionado: Procure os modelos que tenham indicação de como economizar energia.


Eles fazem uma boa diferença na conta de energia, principalmente no verão, quando o ar
condicionado chega a representar um terço do consumo de energia da casa.
 Dimensione adequadamente o aparelho para o tamanho do ambiente.
 Regule adequadamente o termóstato, mantendo a temperatura desejada no ambiente.
 Desligue o aparelho quando o ambiente ficar desocupado.
 Mantenha janelas e portas fechadas quando o aparelho estiver funcionando.
 Evite o calor do sol no ambiente, fechando cortinas e persianas. Não tape a saída de ar do
aparelho.
 Mantenha limpos os filtros do aparelho, para não prejudicar a circulação do ar.
 Ao usá-lo, mantenha portas e janelas fechadas para evitar a troca de calor.
 Limpe os filtros periodicamente.
 Quando instalar o aparelho exposto aos raios solares, instale uma protecção, sem bloquear
as grades de ventilação.
 Desligue-o sempre que se ausentar por muito tempo do local onde está instalado.
 Só ligue o ventilador quando estiver no ambiente.

Geleira/congelador: o consumidor dever observar quando for comprar uma geleira ou


congelador se o produto tem o de Economia de Energia. A instalação do aparelho deve ser
feita em local bem ventilado, evitando a proximidade do fogão e de aquecedores ou áreas
expostas ao sol. Esses electrodomésticos devem ter um espaço mínimo de 20 cm dos lados,
acima e no fundo, no caso de instalação entre armários e paredes.
 Ao escolher um novo aparelho, leve em conta também as instruções da etiqueta laranja
que indica o consumo médio mensal.
 Não utilize a parte traseira do refrigerador para secar panos e roupas.
 Regule o termóstato adequadamente em estações frias do ano. Consulte o manual do
fabricante.
 Faça degelo sempre que a camada de gelo atingir a espessura de, aproximadamente, 1cm.
 A borracha de vedação da porta deve estar sempre em bom estado, evitando fuga de ar
frio.
27

 Os alimentos, quando quentes, não devem ser guardados no refrigerador ou no


congelador, nem use recipientes sem tampa.
 O seu aparelho deve ser protegido dos raios solares e mantido o mais afastado possível do
calor do fogão.
 As portas da geleira ou do congelador não devem ficar abertas por tempo prolongado. O
usuário deve arrumar os alimentos de forma a perder menos tempo para encontrá-los.
 Retire de uma só vez todos os alimentos de que necessite.
 As prateleiras não devem ser forradas com plásticos ou vidros , pois isto dificulta a
circulação interna do ar.
 Não deixe a porta aberta além do necessário.
 Não desligue a sua geleira ou congelador à noite para ligá-los na manhã seguinte.
 Conserve limpas as serpentinas.
 Quando se ausentar de casa por tempo prolongado, esvazie a geleira e/ou congelador e
desligue-os da tomada.

Aparelho de televisão: não deixe o aparelho ligado se ninguém estiver assistindo. Se a


televisão tiver programação, use o timer quando quiser dormir com ela ligada.

2.4.3. As estratégias para a redução do consumo de energia eléctrica num edifício

Para Mesquita e Franco (2004), referem que, divulgar manuais de utilização eficiente de
energia, incentivar o desligamento de equipamentos que não estão em utilização, elaborar
propostas de substituição de lâmpadas por modelos mais eficientes e outras acções são a base
da eficiência energética. As estratégias utilizadas para redução do consumo de energia
basearam-se em:

 Substituição de elementos luminosos por outros mais eficientes;


 Utilização de sistemas de automação, possibilitando maior produtividade;
 Acções de educação ambiental.

A iluminação do edifício baseia-se na utilização de lâmpadas fluorescentes (compactas e


tubulares) e incandescentes instaladas de acordo com a necessidade do local. O consumo de
energia na UniRovuma caracteriza-se, de forma geral, pelo sistema de iluminação e o uso de
equipamentos básicos (computadores, ventiladores, outros) e ar condicionado (restrito às
áreas administrativas). Os banheiros possuem lâmpadas fluorescentes compactas com
28

accionamento através de interruptor presente a cada porta/sala da instituição, como meio


viável na redução de consumo energético do edifício
29

CAPÍTULO III: METODOLOGIA

Este capítulo descreve os métodos de pesquisa aplicados, as técnicas de colectas e de análise


de dados usadas e a amostragem.

3.1. Métodos de pesquisa

Segundo Martins (2017, p. 13), “O método de pesquisa se refere à forma como abordamos o
objecto de estudo e como escolhemos os procedimentos sistemáticos para obter a descrição e
a explicação de fenómenos”. Nesta pesquisa classificou-se os métodos de pesquisa quanto a
abordagem, aos objectivos, aos procedimentos e a natureza.

Quanto a abordagem, a pesquisa é qualitativa que, na óptica de Oliveira (2011, p. 24) a


abordagem de cunho qualitativa trabalha com os dados buscando seu significado, tendo como
base a percepção do fenómeno dentro do seu contexto. O uso da descrição qualitativa procura
captar, não só a aparência do fenómeno, como também, as suas essências, procurando explicar
sua origem, relações e mudanças, e tentando intuir as consequências. Portanto, está pesquisa é
qualitativa por obter dados descritivos, no contacto directo da pesquisadora com o objecto de
estudo e a amostra definida, com intuito de, a partir de observações e opiniões, descrever as
estratégias a adoptar na UniRovuma – Campus de Napipine para redução da actual taxa pelo
consumo de energia da REN.

Em relação aos objectivos, a pesquisa é exploratória que, segundo Oliveira (2011), pesquisa
exploratória tem como objectivo principal desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e
ideias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis
para estudos posteriores. Assim sendo, está pesquisa é exploratória, pois, possibilita o
incremento do conhecimento sobre a problemática em estudo, permitindo tanto na
identificação das acções e práticas de consumo de energia eléctrica no Campus de Napipine,
como na formulação mais precisa de estratégias para redução da actual taxa de consumo de
energia da REN na UniRovuma.

Quando aos procedimentos, a pesquisa é estudo de caso que, segundo Martins (2017, p. 26)
refere-se a um tipo de pesquisa bastante específica, pois consiste em um estudo detalhado e
exaustivo de um único objecto, o que permite obter um conhecimento aprofundado do
mesmo, porém seus resultados não podem ser generalizados, atendo-se apenas ao caso em
estudo. Portanto, na presente pesquisa pretende-se estudar as acções e práticas de consumo de
30

um local específico, e na base desta informação, descrever as estratégias para redução da taxa
pelo consumo de energia da REN, na UniRovuma – Campus de Napipine, podendo para tal,
seus resultados serem aplicados em contextos similares.

No que tange a natureza, a pesquisa é aplicada que, segundo Gil (2019, p. 49) a pesquisa
aplicada, abrange estudos elaborados com a finalidade de resolver problemas identificados no
âmbito das sociedades em que os pesquisadores vivem. Contudo, esta pesquisa é aplicada
pois, trata-se de aplicação de conhecimentos práticos na resolução de problemas concretos
que atormenta a UniRovuma, sobre a economia associada a redução da taxa pelo consumo de
energia eléctrica, para além do impacto socioambiental e económicos destas práticas e acções.

3.2. Técnica de colecta de dados

Para Lakatos e Marconi (2001) técnicas de colecta de dados são um conjunto de regras ou
processos utilizados por uma ciência, ou seja, corresponde à parte prática da colecta de dados.
Entretanto, nesta pesquisa foi necessário o uso de duas técnicas de colecta de dados,
nomeadamente, a entrevista e a observação participante.

Segundo Lakatos e Marconi (2001, p. 39), a observação participante, o observador envolve-se


com o grupo, transformando-se em um dos seus membros. Ele passa a fazer parte do objecto
de pesquisa. Para a pesquisa, as actividades realizadas durante a observação (Apêndice 1)
serão a verificação de funcionamento de equipamentos e sistemas eléctricos para entender seu
consumo e eficiência. O objectivo da observação é colectar informações detalhadas sobre o
consumo de energia da REN da UniRovuma e as fontes alternativas ou complementares de
energia utilizadas.

Os ambientes a serem observados incluiriam instalações eléctricas, equipamentos e áreas de


consumo, tipos de lâmpadas nas salas de aulas, as pinturas, casas de banho, espaços ao redor,
tipos de lâmpadas no departamento académico, espaço de externos, principais
electrodomésticos usados no departamento académico e se existe algum tipo de energia
renovável usado. O período de observação dependerá da disponibilidade de dados, mas
geralmente, uma análise ao longo de um ano será ideal para capturar variações sazonais.

Segundo Martins (2017, p. 42) entrevista é uma conversa a dois ou entre vários interlocutores,
realizada por iniciativa do entrevistador e sempre dentro de uma finalidade. Nesta pesquisa,
realizou-se duas entrevistas, a primeira ao responsável dos Serviços do Património da
31

UniRovuma – Nampula (Apêndice 2) e a segunda para o electricista responsável da parte


eléctrica do Campus de Napipine (Apêndice 3), cujos objectivos eram de entender os actuais
gastos por energia, as práticas actuais de consumo, identificar oportunidades de economia e
colectar sugestões para estratégias de redução dos actuais níveis de consumo,
respectivamente. Os aspectos a serem abordados incluíram hábitos de consumo, eficiência de
equipamentos, conscientização sobre energia e obstáculos para efectivação do consumo
consciente de energia e a redução dos custos por esses serviços.

3.4. Participantes da pesquisa

Para qualquer trabalho de carácter investigativo é importante a indicação do alvo a abordar.


Assim sendo, os participantes da pesquisa foram definidos como universo e amostra.

De acordo com Lakatos e Marconi (2001, p. 52) “População ou universo é um grupo de


interesse, que se deseja descrever ou acerca do qual se deseja tirar conclusões”. O Universo
desta pesquisa é a comunidade universitária, constituída por docentes, funcionários não
docentes e estudantes na UniRovuma – Nampula.

Segundo Martins (2017, p. 61) “Amostra é um subconjunto de uma população ou universo.


Ela deve ser obtida de uma população específica e homogénea por um processo aleatório”.
Para este estudo a escolha de amostra foi intencional, que na óptica de Gil (2019, p. 72) trata-
se de uma amostra não probabilística que foi seleccionada com base nas características de
uma população e no objectivo do estudo, onde abrangeu o responsável dos Serviços do
Património da UniRovuma – Nampula e o electricista responsável da parte eléctrica do
Campus de Napipine, totalizando 2 indivíduos.

3.4. Análise de dados

Para a análise de dados, foi feita a análise de conteúdo, segundo as etapas: ordenação,
classificação e análise de dados, tornando-se evidente a validade de reflexões acerca de cada
questão e da conclusão final. Os dados brutos colhidos nas observações e entrevistas passaram
pela etapa da ordenação ou organização, que consiste em organizar ou agrupar os dados de
todos os participantes da pesquisa consoante as suas classes ou categorias de perguntas,
seguido da etapa de classificação, considerado como critério de selecção das resposta, em
função dos objectivos do estudo, e por fim, a análise de dados, onde os dados foram
analisados mediante a descrição textual.
32

CAPÍTULO V: RESULTADOS E ANÁLISE

Neste capítulo fez-se a descrição do local de estudo, seguida da apresentação, análise e


discussão dos resultados obtidos nas entrevistas. Para terminar, testou-se as hipóteses de
pesquisa.

4.1. Descrição física do local de estudo: iluminação nos sectores úteis

A UniRovuma é uma instituição do ensino superior pública criada ao abrigo do decreto n °


7/2019 de 18 de fevereiro no âmbito de descentralização da Universidade Pedagógica (UP),
com sede na cidade de Nampula, na Avenida Josina Machel n◦ 256. Para além da sede,
existem as extensões de Montepuez – Cabo Delgado e Lichinga – Niassa, tendo representação,
deste modo, em toda região Norte do País.

A UniRovuma sede é composta pelo campus de Napipine – cidade de Nampula e os centros


de recursos nos distritos de Ribáuè, Nacala Porto e Angoche, porém a pesquisa irá se incidir
apenas no campus de Napipine.

No campus de Napipine, a UniRovuma-sede funciona com cinco blocos: (i) bloco A, com as
salas dos directores adjuntos académicos, registo académico, secretaria, biblioteca e salas de
aula; (ii) bloco B, onde estão os departamentos académicos e salas de aula; (iii) bloco C e D,
constituídos por salas de aulas e casas de banho, porém, no bloco D ainda há gabinetes de
serviços patrimoniais e de faculdades, uma sala de computerfarm, 2 anfiteatros, salas dos
professores e de reuniões; (iii) bloco E, contém o laboratório e museu de Geologia,
laboratórios de Biologia, de Química e de Física.

Na área entre os blocos existem um estacionamento para veículos dos funcionários. Na área
entre o bloco C e E existe uma cantina e na área próximo a biblioteca existe um alpendre para
práticas diversas.

Dados da observação mostram que as salas de aulas (Fig. 1A), os departamentos académicos,
as casas de banhos, nos espaços externos do campo de Napipine (Fig. 1B) usam-se as
lâmpadas florescentes tubular rectilíneas. Ademais, na área externa, entre os blocos e no
murro de vedação ainda é se verifica o uso de lâmpadas fluorescentes compactas (Fig. 1C) e
lâmpadas LED solar (Fig. 1D).
33

É comum, nas salas de aula, ambiente externo, casas de banho, departamentos académicos e
serviços adjacentes, a existência de lâmpadas e outros materiais eléctricos ligados sem uso
pleno, durante os dias lectivos, após o expediente e finais de semana, situação originada pela
ignorância dos utentes (estudantes e funcionários), falta de conhecimento sobre os impactos
dessa prática e o espírito de responsabilização do responsável por desligar - prática que deve
ser de responsabilidade de todos. Ademais, algumas casas de banhos não tem lâmpadas, este
facto pode prejudicar os estudantes e docentes de pós-laboral ou que frequentam o campo no
período nocturno.

Esses dados mostram que a gestão da iluminação no campo é deficitária, o que afecta nos
serviços sociais básicos, sobretudo nas casas de banho e espaços externos fora do período de
expediente normal. Assim sendo, esta prática não consciente e sustentável desperta a
problemática do consumismo em duas vertentes: a primeira a falta de um sistema de gestão
eficiente para regular os serviços energéticos nesse período e outra, associada a falta de
educação ambiental nos utentes, onde estes, deviam desligar as lâmpadas e outros aparelhos
electrónicos e eléctricos quando da sua saída do espaço que utilizava. Está última prática, os
utentes levam para a sua vida, sobretudo nas residências, sector que a EDM identificou mais
desperdiço de energia, no ano 2018.

A B

C D

Figura 1. Características eléctricas do campus de Napipine da UniRovuma- Nampula: A –


Tipos de lâmpadas (fluorescente tubular rectilínea) usadas nas salas de aula; B – Área externa
dos Departamentos Académicos com lâmpadas fluorescentes tubular rectilínea; C – Lâmpada
fluorescente compacta na área externa entre os blocos D e B; D – Área traseira do bloco B
com lâmpadas LED solar.
34

No campus de Napipine não existem um sistema alternativo para fornecimento de energia


eléctrica, face as interrupções no fornecimento da energia da REN, porém, no espaço próximo
a Faculdade de Ciências, existem um gerador inoperacional que devia fornecer energia no
campus. Aliado a existência de pessoal técnico e formandos na área de Energias Renováveis,
sobretudo a solar e a disponibilidade da fonte e espaços para instalação do sistema, é opção
viável e sustentável a adopção dessa fonte de energia, que para além de económica para usos
acima de 5 anos, auxilia na diminuição de poluentes atmosféricos, melhoria dos serviços
académicos e sociais do campus, para além de diminuir a dependência e da carga da REN.

Devido a inoperância do gerador existente no campus, não se descreveu a constituição,


impacto do uso e questões técnicas relativas ao funcionamento complementar dessa fonte.

Em termos de aparelhos, as salas de aulas apenas tem lâmpadas florescentes tubular rectilíneas
e ventoinhas fixas ao tecto (Fig. 1A), enquanto, os departamentos académicos, para além das
lâmpadas, existem impressora e/ou fotocopiadora, computadores (2 - 6) com aumento do
número de laptops dos funcionários, aparelhos de TV e de ar condicionado, chaleira eléctrica,
geleiras e data Shows. Durante o período de expediente, estes aparelhos tem estado, em
maioria das vezes, desligado, porém verifica-se aparelhos em stand-by ou ligados (aguardando
hibernação de alguns equipamentos).

Estas últimas práticas consideram-se de inconscientes, visto que, estão associadas ao


consumismo e gastos desnecessários. Estudos realizados por Costa (2009) e Samed et al.
(2012) apontaram que a soma de equipamentos em stand-by pode representar até 12% do
consumo total de energia eléctrica, onde os mesmos sugerem a acção de desconectar os
equipamentos para reduzir esse desperdiço. Associadas a estas prácticas, durante os dias, as
salas de aula beneficiam-se da iluminação natural (do Sol) suficiente para decurso normal das
actividades, facto que não ocorre em alguns departamentos, que necessitam da energia solar
para uma boa visibilidade em todo período do dia.

4.2. Práticas de consumo de energia eléctrica no Campus de Napipine

Nessa secção, fez-se a descrição das práticas de consumo de energia no campus, segundo
relato dos representantes do Departamento do património e do Sector Eléctrico do campus,
onde obteve-se a seguinte descrição:
35

Dados da entrevista ao representante do Departamento do património indicam que a


instituição realiza o balanço do consumo mensal de energia as vezes, indicando uma
abordagem mais flexível em relação a esse aspecto, enquanto, o responsável pelo sector
eléctrico considera rotineira essa actividade e segundo ele realizam todos os meses. Este dado
mostra certa preocupação da instituição em mapear os gastos mensais por energia. Este
mapeamento, segundo o Electricista é feito para não gerar maior gasto de energia e desligando
os aparelhos eléctricos, electrónicos nas horas não normais de expedientes.

Pode ser interessante explorar os motivos por trás dessa decisão e se há planos para aumentar
a frequência da análise. Além disso, discutir os resultados pode envolver avaliar como essa
prática impacta a eficiência energética e identificar possíveis áreas de melhoria.

O mapeamento do consumo de energia eléctrica consta num conjunto de práticas que devem
ser implementados em vários sectores de actividade e nas residências, com vista a combater os
desperdícios e identificar os picos de gastos de energia, que se não haver uma justificativa
aparente, procurar os locais ou aparelhos que estiverem a gastar mais do que o normal, com
vista a realizar a manutenção ou substituição, em função do tipo de anomalias. Esta prática
pode ser realizada em períodos mais curtos com vista a entender se a instituição tem uma
demanda sazonal – mais intensa em determinados períodos do dia, semana, mês ou ano.

Por isso, o consumo de energia no campus atinge o seu ápice entre 10 e 18 horas, nos meses
de Setembro e Dezembro, devido ao calor intenso que se faz sentir na cidade e a necessidade
de uso aparelhos de ar condicionados nos departamentos e secções existentes ou uso de
ventilador nas salas. Nestes períodos, segundo o electricista, deve ser feito a mobilização a
comunidade académica para desligar as lâmpadas, os aparelhos de ar condicionado no
momentos em que não estão a usar e os seguranças devem desligar as lâmpadas externas logo
que amanhece.

Na posse dessa informação, perguntou-se aos visados sobre as estratégias que a instituição ou
a área que representa tem adoptado para a diminuição do actual consumo de energia eléctrica
no campus de Napipine, sobretudo no período de 2020 – 2022, onde o representante do
Departamento do património indicou a introdução de lâmpadas solares no recito e aos
arredores do compor, enquanto, o responsável pelo sector eléctrico, destacou a utilização de
lâmpadas fluorescentes de 40 W, no antigo edifício, lâmpadas fluorescentes de 20 W no novo
edifício e LED solar, para a iluminação exterior. Ademais, consta ainda como estratégias
36

implementado no sector eléctrico para reduzir o consumo de energia eléctrica durante este
período no campus de Napipine foi a substituição das lâmpadas incandescentes de tungsténio
pelas lâmpadas fluorescente e LED solar fotovoltaico de baixo consumo. Ademais, o
Electricista considera que a instituição usa lâmpadas mais eficientes, nomeadamente, as
lâmpadas fluorescentes e LED, estas representam uma decisão positiva rumo a eficiência
energética.

Numa outra abordagem, o electricista consideram que o caminho para a eficiência energética
não passa necessariamente pela substituição das lâmpadas. Seria interessante saber se há
planos para estender essas medidas a outros dispositivos eléctricos e equipamentos. O
envolvimento do electricista no processo de economia de energia é crucial. É importante
compreender como essa liderança influencia e orienta as práticas de eficiência energética
dentro do sector eléctrico.

Entretanto, a instalação de lâmpadas solares no campus de Napipine é uma estratégia


relevante para reduzir o consumo de energia eléctrica. Isso sugere uma abordagem sustentável,
aproveitando recursos renováveis. No entanto, seria interessante investigar se essa iniciativa
abrangeu áreas específicas ou se foi implementada de forma abrangente em todo o campus.
Além disso, seria útil analisar a eficácia das lâmpadas solares em termos de redução de custos
e impacto ambiental. Uma comparação do consumo de energia antes e depois da
implementação pode fornecer percepções valiosas sobre a eficiência da estratégia. Essa
abordagem não apenas contribui para a eficiência energética, mas também reflecte o
compromisso da instituição com a sustentabilidade, podendo influenciar positivamente sua
imagem e engajamento com a comunidade.

A resposta do representante do Departamento do património indicando, sobre a que nada é


feito nos meses com maior consumo de energia eléctrica levanta preocupações sobre a gestão
proactiva da eficiência energética. Isso sugere a necessidade de explorar as razões por trás
dessa inacção. Possíveis motivos podem incluir falta de recursos, planos de contingência
insuficientes ou até mesmo uma falta de conscientização sobre estratégias eficazes para lidar
com picos de consumo.

A resposta indicando que nada é feito nos meses com maior consumo de energia eléctrica
levanta preocupações sobre todas as etapas na gestão de energias, que passam necessariamente
por monitoria e controlo dos gastos, a optimização proactiva da eficiência energética, com
37

vista a preservar o uso e diminuir os custos de energia. Isso sugere a necessidade de explorar
as razões por trás dessa inacção. Possíveis motivos podem incluir falta de recursos, planos de
contingência insuficientes ou até mesmo uma falta de conscientização sobre estratégias
eficazes para lidar com picos de consumo. Para tal, pode-se sugerir a implementação de
planos de acção específicos para meses com maior consumo, como ajustes operacionais,
identificação de fontes de desperdício de energia e considerar as tecnologias mais eficientes.

Em relação a questão que procurava saber quais departamentos ou unidades da Universidade


Rovuma lideraram a implantação das estratégias de consumo de energia eléctrica obtemos o
seguinte: apenas o departamento do património, onde estes desligam as lâmpadas e todos os
materiais eléctricos quando se fecham o gabinete. Em relação a esta questão, o Electricista da
UniRovuma afirmou que a estratégia de desligar aparelhos fora do horário de expediente pode
ser considerada uma abordagem reactiva. Seria benéfico explorar métodos proactivos, como a
implementação de sistemas de monitoramento para identificar e corrigir anomalias
automaticamente, reduzindo ainda mais o consumo não necessário.

No entanto, a constatação de que o departamento do Património lidera a implementação das


estratégias de consumo de energia eléctrica destaca a importância desse sector na gestão
sustentável do campus. A liderança do departamento do Património sugere que a instituição
reconhece a necessidade de integrar considerações ambientais nas práticas quotidianas.
Porém, o este departamento não deve ser um caso excepcional na adopção dessas estratégias,
visto que, para efectivação desta estratégia no campus, passa pelo envolvimento de todos os
estudantes e funcionários. Nesse quesito, campanhas de educação ambiental ou colocação de
panfletos sobre utilização consciente e sustentável da energia em diversos locais do campus é
uma saída viável para redução ou combate dessa problemática a nível local.

Por isso, é muito importante houver mais pesquisa para explorar como o departamento do
Património colabora com outros sectores para garantir uma implementação eficaz. Investigar
se há uma abordagem colaborativa envolvendo departamentos como Engenharia,
Administração e até mesmo o corpo docente poderia fornecer percepções valiosos sobre a
interdisciplinaridade dessas iniciativas.

Outrossim, as acções de mobilização da comunidade académica e a orientação aos seguranças


indicam uma abordagem holística para promover o uso consciente de energia. A existência de
uma fonte complementar é uma medida prudente para garantir continuidade em caso de
38

interrupções na rede nacional. Explorar a capacidade dessa fonte e suas limitações


proporcionaria uma visão mais completa. A substituição do PT de 500kVA/315KVA e a
actualização dos cabos de 35mm para 50mm de cobre em relação alumínio demonstram um
compromisso com tecnologias eficientes, frisou o Electricista.

Em relação a questão que pretendia saber se os departamentos académicos recebem sobre o


consumo de energia eléctrica no campus, segundo o chefe do departamento, a maioria dos
departamentos académicos não recebe informações regulares sobre o consumo de energia
eléctrica no campus, indicando uma possível lacuna na comunicação. Assim como não há
informações sobre como o departamento de Património informa os departamentos académicos
sobre o consumo de energia. Seria útil estabelecer um método claro para promover a
transparência e conscientização sobre o uso de energia.

Quando a questão que procurava saber se existe um responsável designado para apagar as
lâmpadas nas salas e espaços externos após o expediente e nos fins da semana, o chefe do
departamento afirmou que Existe um responsável designado para apagar as lâmpadas nas salas
e espaços externos após o expediente e nos finais de semana. Isso sugere uma abordagem
proactiva para o gerenciamento eficiente da energia. A maioria das vezes, a instituição opta
por comprar aparelhos eléctricos e electrónicos de baixo consumo energético. Isso demonstra
uma consideração consciente pela eficiência energética na aquisição de novos equipamentos.

As respostas do electricista indicam alguns desafios na implementação de estratégias de


economia de energia na UniRovuma – Nampula. Ele destaca o controlo pós-fechamento para
garantir que equipamentos estejam desligados, mas não aborda estratégias mais abrangentes.
Além disso, ele não parece estar ciente de campanhas de conscientização ou dos impactos
positivos da redução de consumo.

Como forma de tornar o campus de Napipine um espaço verde e sem desperdício de energia, o
departamento de Património pretendem intensificar o plano de implantação de centrais solares
fotovoltaicos no campus, na reitoria e residencial. Essa acção pode reduzir cerca de 95% da
conta da luz, de acordo com Marilson (2017), para além de favorecer o uso complementar de
duas ou mais fontes de energia, diminuindo, deste modo a carga e a dependência em relação a
energia da REN.
39

Em relação ao retorno sobre investimento e planos para futuras actualizações podem ser
esclarecedores. A verificação regular pós-expediente é uma prática positiva. Explorar como
essa monitorização ocorre, se há automação envolvida e os resultados obtidos ajudaria a
entender a eficácia dessa abordagem.

O electricista menciona o desafio de verificar se ventiladores e lâmpadas estão desligados


após o fechamento. Este é um desafio prático, mas não aborda estratégias mais abrangentes de
economia de energia.

Para massificação da comunidade universitária no uso consciente da energia eléctrica no


campus foram realizadas palestras nas salas de aulas e nas reuniões dos funcionários em
coordenação com associação dos estudantes. A realização dessas campanhas de
conscientização pode indicar a existência de uma comunicação efectiva sobre a importância
da economia de energia no campus. Ademais, o electricista reconhece os possíveis benefícios
financeiros da redução do consumo de energia, porem não tem domínio de questões
ambientais, sugerindo uma falta de compreensão do impacto global.

Como impacto económico dessas acções, houve redução de 30% no valor monetário de
pagamento de energia eléctrica em quase 30 por centos. Estes resultados são encorajadores e
mostram que as palestras e campanhas de sensibilização a comunidade universitária devem
continuar, com vista a inculcar os hábitos de uso sustentáveis da energia eléctrica, que passam
necessariamente por desligar aparelhos e electrónicos fora das horas normais de expediente.

Por isso, o Electricista, recomenda-se: (i) um monitoramento contínuo do consumo de energia,


não apenas pós-fechamento. Isso pode ser feito por meio de sistemas automáticos e relatórios
regulares; (ii) implementar campanhas de conscientização para educar a comunidade
académica sobre a importância da economia de energia, incentivando práticas sustentáveis;
(iii) realizar uma avaliação do impacto financeiro e ambiental da redução do consumo de
energia para destacar os benefícios e incentivar práticas mais eficientes; (iv) explorar a
implementação de fontes de energia renovável, como a energia fotovoltaica, para reduzir os
custos e o impacto ambiental; (v) avaliar a possibilidade de contratar um profissional
especializado em eficiência energética para supervisionar e implementar medidas eficazes.

Em suma, a melhoria contínua dessas práticas pode levar a benefícios significativos para a
universidade, tanto em termos financeiros quanto ambientais.
40

4.3. Validação das hipóteses

Após as análises dos resultados da pesquisa, validou-se as hipóteses nos seguintes domínios:

A primeira hipótese de pesquisa “A utilização de aparelhos eléctricos e electrónicos mais


eficientes, uso adequado da energia eléctrica nos momentos oportunos, o controle dos gastos
pelos serviços energéticos por edifício ou compartimento constam como acções e práticas
usadas pela UniRovuma – Campus de Napipine, para a redução da actual taxa de energia
eléctrica” foi testada positivamente, visto que, tanto o responsável pelo departamento de
Património, como o electricista mostraram a necessidade de realizar uma gestão efectiva de
serviços energéticos para a redução de gastos por energia na instituição.

A segunda hipótese de pesquisa “A utilização de fontes alternativas e renováveis, como a


solar, a educação ambiental para o consumo consciente entre os estudantes e funcionários e o
uso consciente dos serviços energéticos constituem estratégias adoptadas pela UniRovuma –
Campus de Napipine, para a redução do actual nível de consumo de energia da REN” foi
testada parcialmente positiva, visto que, na UniRovuma – campus de Napipine ocorrem
esporadicamente campanhas de sensibilização dos estudantes e funcionários com vista a
diminuição dos actuais níveis de energia, porém, apesar dos intervenientes saberem das
vantagens e possibilidades de utilização de energia solar, a instituição ainda não adoptou esta
fonte de energia limpa e renovável.

E na terceira hipótese de pesquisa “O comportamento dos usuários, como o uso excessivo de


equipamentos electrónicos, iluminação não optimizada e falta de conscientização sobre o
consumo energético, está directamente relacionado com a alta taxa de consumo de energia no
campus de Napipine” foi testada positivamente, visto que, apesar da universidade ser um
espaço de convívio entre pessoas com um certo nível de maturidade e responsabilidade, ainda
se verifica varias acções de uso inconsciente de energia, sobretudo no período após o
expediente e nos finais de semanas. O controlo de gastos desnecessários nesse período poderá
diminuir substancialmente os actuais níveis de consumo de energia na instituição.

.
41

CAPÍTULO V: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

Neste capítulo serão apresentados as principais conclusões do trabalho, segundo a


metodologia adoptada, seguida das recomendações para trabalhos futuros e a principal
dificuldade encontrada no processo de colecta de dados.

5.1. Conclusão

A UniRovuma adopta uma abordagem variada para a gestão do consumo de energia


eléctrica. O departamento do património e o sector Eléctrico realizam análises de consumo
de energia eléctrica no campus de Napipine de forma flexibilidade e sistemática. Porém, no
quotidiano, os utentes deixam as lâmpadas e outros aparelhos ligados (ou em stand-by)
sem necessidade aparente, o que contribui na factura final da energia.

No campus de Napipine usa-se apenas a energia eléctrica da REN, por isso a adopção de
energia solar fotovoltaica é alternativa sustentável para diminuição do actual nível de
consumo de energia, cuja estratégia sustentável e eficaz passou ainda pela substituição de
lâmpadas incandescentes para lâmpadas solares e fluorescentes, porém ainda deve-se
controlar os gastos pelos serviços energéticos, uso adequado da energia eléctrica nos
momentos oportunos, reduzir a quantidade de aparelhos e adoptar o uso de aparelhos mais
eficientes no campus. Ademais, o caminho para a sustentabilidade dessas acções passa por
uma educação ambiental aos utentes sobre os impactos sociais, económicos e ambientais
do uso consciente da energia.

Em suma, o actual nível de consumo de energia eléctrica no campus de Napipine é


parcialmente inconsciente, por isso deve-se adoptar estratégias sustentáveis e práticas que
passam necessariamente pelo uso complementar da energia hidro-solar, a utilização de
aparelhos mais eficientes e a sensibilização da comunidade universitária para desligar as
lâmpadas e outros aparelhos após uso, após o expediente e nos finais de semana, com vista
a reduzir do consumo de energia eléctrica na Universidade Rovuma – campus de Napipine.

5.1. Recomendações

Recomenda-se avaliar os motivos por trás da flexibilidade nas análises de consumo e


considerar planos para aumentar a frequência. Isso pode proporcionar uma visão mais
detalhada e consistente do consumo de energia.
42

Sugere-se uma avaliação abrangente da eficácia e abrangência das lâmpadas solares


instaladas no campus de Napipine. Isso permitirá uma compreensão mais profunda do
impacto da estratégia sustentável adoptada.

Investigar a colaboração entre departamentos pode revelar insights valiosos. Recomenda-se


explorar e promover uma maior cooperação entre diferentes sectores da universidade para
fortalecer as estratégias de gestão de energia.

Recomenda-se explorar a capacidade da fonte complementar de energia e avaliar a eficácia


da monitorização pós-expediente. Isso proporcionará uma compreensão mais aprofundada
da efectividade das estratégias implementadas.

5.2. Dificuldade

Consta como a maior dificuldade na realização da presente monografia o acesso a


informação, sobretudo dos dados numéricos do consumo de energia no período de Janeiro
de 2020 a Dezembro de 2022. Tanto o Departamento de Património, como o sector de
Electricidade não dispunha dessa informação que seria crucial nas análises dos dados.
43

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45

Apêndice

Apêndice 1 – Ficha de observação

Elementos a observar
Nº Elemento Existe Não existe Observação
As salas de aulas usam lâmpadas:
- LED
1
- Fluorescentes
- Incandescentes
Os departamentos académicos usam lâmpadas:
- LED
2
- Fluorescentes
- Incandescentes
As casas de banho usam lâmpadas:
- LED
3
- Fluorescentes
- Incandescentes
As lâmpadas nas salas e nos espaços externos são
5 apagadas após o expediente diário e nos finais de
semana?
A instituição usa uma fonte alternativa de energia
6
eléctrica da rede (hidroeléctrica)?
7 Se existe, verificar a constituição.
Principais aparelhos eléctricos e electrónicos
existentes nos departamentos académicos (excepto
lâmpadas):
- Impressora e/ou fotocopiadora
8 - Computadores (nº)
- Aparelho de ar condicionado
- Ventoinha
- Chaleira eléctrica
- Outros
Durante o período de expediente, os aparelhos
eléctricos e electrónicos existentes nos
departamentos académicos que não estão em
9 utilização tem estado:
- Desligados
- Ligados
- Em standby
Nas salas de aula há iluminação natural (do Sol)
10
suficiente para decurso normal das actividades?
Durante o dia, as lâmpadas nos espaços externos
11
da instituição encontram-se desligadas?
Verificar as facturas ou a panilha de energia paga
12 pela instituição entre Janeiro de 2020 a Dezembro
de 2022.
46

Apêndice 2 – Roteiro da entrevistas com responsável do Departamento do Património


Nº Questões
1 A instituição faz o balanço do consumo de energia por mês? Sim___ Não ___ As vezes ____
1. Se sim, o que tem feito nos meses onde verifica-se maior consumo de energia eléctrica?
1
1. Quais são as principais estratégias adoptadas pela instituição para reduzir o actual consumo
2 de energia eléctrica no Campus de Napipine, durante 2020 – 2022?
Quais departamentos ou unidades da UniRovuma lideraram a implementação das estratégias
2
de redução de consumo de energia eléctrica?
2. O departamento de Património tem informado aos departamentos académicos sobre o
1 consumo de energia eléctrica no Campus da Instituição? Sim___ Não ___ As vezes ____
2. Se sim, como é feito o informe?
2
No Campus de Napipine, existe um responsável para apagar as lâmpadas nas salas e nos
3
espaços externos após o expediente e nos finais de semana? Sim___ Não ___
Na compra de aparelhos eléctricos e electrónicos, optam por aparelhos de baixo consumo
4
energético? Sim___ Não ___ As vezes ____
Quais são os horários de pico identificados para o consumo de energia eléctrica no campus e
5
quais medidas foram tomadas para reduzir a demanda nesses períodos?
A instituição usa uma fonte alternativa de energia eléctrica da rede (hidroeléctrica)? Sim___
6
Não ___ As vezes ____
6. Se sim, descrever os períodos que usam a fonte alternativa e de forma complementar.
1
A comunidade académica (funcionários e estudantes) é envolvida ou incentivada a participar
7 das estratégias de redução de consumo de energia eléctrica na instituição? Sim___ Não ___
As vezes ____
7. Se sim, quais acções são desenvolvidas?
1
Quais foram os principais obstáculos enfrentados na implementação das estratégias de
8
redução de consumo de energia eléctrica na instituição e como foram superados?
Qual foi a economia total de energia eléctrica alcançada durante o período de observação
9
(2020 – 2022) como resultado das estratégias implementadas?
Como a universidade lidou com a conscientização e educação ambiental da comunidade
10
académica em relação às estratégias de redução de consumo de energia eléctrica?
Quais foram os feedbacks ou sugestões recebidas dos estudantes, professores e funcionários
11
em relação às estratégias de redução de consumo de energia eléctrica?
Quais são os planos futuros da UniRovuma para continuar reduzindo o consumo de energia
12
eléctrica no Campus de Napipine?
47

Apêndice I
Apêndice 1 – Roteiro da entrevistas ao Electricista da UniRovuma

Nº Perguntas
O Sector Eléctrico do Campus de Napipine faz um mapeamento do possíveis anomalias nas
1 instalações capaz de gerar maiores gasto de Energia? Sim___ Não ___ As vezes ____
1.1 Se sim, como é feito esse mapeamento?
Quais os principais tipos de lâmpadas usadas:
- Nas salas de aulas
2 - Nos departamentos académicos
- Nas casas de banho
- Nos espaços externos
Quais estratégias foram implementadas no sector eléctrico para reduzir o consumo de energia
3
eléctrica durante o período de 2020 – 2022 no Campus de Napipine?
3.1 Você foi envolvido(a) no processo de economia de energia no campus? Sim___ Não ___
3.2 Houve treinamentos ou conscientização específica para tal? Sim___ Não ___
No Campus de Napipine, existe um responsável para apagar as lâmpadas nas salas e nos
4
espaços externos após o expediente e nos finais de semana? Sim___ Não ___
4.1 Se sim, porque as vezes as lâmpadas não são apagadas nesse período?
O que o Sector Eléctrico do Campus desenvolve para garantir o consumo consciente da energia
5
eléctrica nos Departamentos Académicos?
O que o sector Eléctrico do Campus tem desenvolvido para conscientização da Comunidade
5.1
Académica (funcionários e estudantes) a usarem a energia eléctrica de forma consciente?
6 No Campus de Napipine existe uma fonte complementar a energia da rede nacional?
6.1 Se sim, em que situações se utiliza a energia alternativa no Campus de Napipine?
Houve alguma substituição de equipamentos ou adopção de tecnologias mais eficientes em
7
termos energéticos no seu sector? Sim___ Não ___
7.1 Se sim, quais?
Quais mudanças de comportamento ou rotinas foram adoptadas em seu departamento para
8
economizar energia?
Como você avalia o impacto das estratégias de redução de consumo de energia eléctrica na
9
UniRovuma durante o período mencionado?
Quais foram os principais desafios enfrentados na implementação das estratégias de economia
10
de energia no campus?
10. Como eles foram superados?
1
O campus promoveu alguma campanha de conscientização sobre a importância da economia de
11
energia?
11. Se sim, como essa campanha foi realizada e quais foram seus resultados?
1
Você acredita que a redução do consumo de energia impactou positivamente na universidade,
12
seja em termos financeiros ou ambientais?
12. Se sim, de que forma?
1
Quais são suas sugestões para a continuidade das acções de eficiência energética na
13
UniRovuma no futuro?

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