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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELECTROTÉCNICA

LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELECTROTÉCNICA

MONOGRAFIA PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIATURA EM


ENGENHARIA ELECTROTÉCNICA

MARVALDO DOS SANTOS JOSÉ CAMBULA

ESTUDO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE


MOÇAMBIQUE – FACULDADE DE ENGENHARIA

Chimoio, junho de 2019


MARVALDO DOS SANTOS JOSÉ CAMBULA

ESTUDO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE


MOÇAMBIQUE – FACULDADE DE ENGENHARIA

Monografia referente ao projecto de


fim do curso, apresentado ao
Departamento de Engenharia
Electrotécnica, pela Universidade
Católica de Moçambique Faculdade de
Engenharia, como requisito para a
obtenção do título de Engenheiro
Electrotécnico.

Supervisionado por:

Msc. Eng. Gervásio Stefan de Amorim Manjate


Chimoio, junho de 2019

MARVALDO DOS SANTOS JOSÉ CAMBULA

ESTUDO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE


MOÇAMBIQUE – FACULDADE DE ENGENHARIA

Chimoio, de de

Resultado:

Presidente:

Supervisor:

Examinador:

Estudante:
DECLARAÇÃO DE HONRA

O trabalho descrito nesta monografia é resultado de uma pesquisa original feita pelo autor,
com exceção das informações citadas constantes na referência bibliográfica, o material
presente nunca foi submetido parcialmente ou integralmente para a obtenção de qualquer
grau académico nesta ou em qualquer outra universidade.

Nome do Autor

Marvaldo dos Santos José Cambula

i
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho em especial aos meus pais, pela persistência e pelo incentivo nos meus
estudos apesar das dificuldades. Aos meus irmãos, amigos, familiares e a todos que
contribuíram de alguma forma nesta caminhada.

ii
AGRADECIMENTOS
Agradecer em primeiro lugar a Deus, pela bênção concedida durante a caminhada com uma
vida próspera, com saúde, paz, amor e sabedoria.

Agradecer aos meus pais, José e Maria, pelo apoio moral, material e pela atenção que por eles
foi dada ao logo da minha vida. Por todo sacrifício que fizeram para manter os estudos, pelo
carinho e motivação nos momentos difíceis durante o percurso, pois eles tornaram tudo isso
possível.

Agradecer aos meus irmãos, pelo apoio dado, por me aturar em todos os momentos, Eurico
dos Santos, Artur José e Jéssica José. A todos que directa e indirectamente fizeram parte
desta caminhada que não foi fácil.

Aos docentes da UCM, que contribuíram para a minha formação em especial ao Engenheiro
Albertino Nassone Raiva pelo auxílio na escolha do tema e ao Engenheiro Gervásio Stefan de
Amorim Manjate pelo acompanhamento na realização do presente trabalho.

Aos companheiros Didieur Francisco, Edmilson Virgílio, Arsénio de Jesus, Denílson Banze
Naimo Narrane pelo apoio moral e emocional e pelo incentivo que me tem dado de forma a
progredir, tendo ajudado a superar todos as dificuldades ao longo do progresso.

Aos meus colegas: Sidney Xavier, Augusto Lulú, Aldo Olímpio, Assane Norberto e Noé
Bernardo pelo companheirismo e sua amizade.

iii
Índice Geral
DECLARAÇÃO DE HONRA....................................................................................................i

DEDICATÓRIA........................................................................................................................ii

AGRADECIMENTOS.............................................................................................................iii

Índice de figuras.......................................................................................................................vii

Índice de Tabela......................................................................................................................viii

Índice de Gráficos.....................................................................................................................ix

Lista de Abreviaturas.................................................................................................................x

Resumo......................................................................................................................................xi

Abstract....................................................................................................................................xii

Capítulo I. INTRODUÇÃO................................................................................................1

1.1 Introdução.........................................................................................................................1

1.2 Importância e actualidade do tema...................................................................................1

1.3 Definição do problema.....................................................................................................2

1.4 Objectivo..........................................................................................................................2

1.4.1 Objectivo geral...........................................................................................................2

1.4.2 Objectivos específicos...............................................................................................2

1.5 Hipóteses..........................................................................................................................3

1.6 Significância ou justificativa do estudo............................................................................3

1.7 Delimitação do Estudo.....................................................................................................3

Capítulo II. REVISÃO DA LITERATURA.......................................................................4

2.1 Introdução.....................................................................................................................4

2.2 Eficiência energética........................................................................................................4

2.2.1 Demanda e eficiência.................................................................................................5

2.2.2 Desperdício de energia e eficiência energética..........................................................6

2.3 Sustentabilidade energética..............................................................................................6

2.3.1 Energia sustentável....................................................................................................8

iv
2.3.2 Desenvolvimento sustentável....................................................................................9

2.3.3 O desafio da energia sustentável..............................................................................10

2.3.4 Indicadores de sustentabilidade...............................................................................11

2.4 Estratégias para eficiência energética.............................................................................12

2.4.1 Aplicação de tecnologias em edifícios.....................................................................13

2.4.2 Gestão de energia.....................................................................................................13

2.4.3 Utilização racional de energia..................................................................................15

2.4.4 Uso de fontes renováveis de energia........................................................................15

2.4.5 Sensibilização..........................................................................................................18

2.5 Edifícios sustentáveis.....................................................................................................18

2.5.1 Construções sustentáveis.........................................................................................19

2.6 Gestão energética............................................................................................................21

2.6.1 Gestor de energia.....................................................................................................21

2.6.2 Processo de gestão de energia..................................................................................22

2.7 Conclusão.......................................................................................................................23

Capítulo III: MATERIAIS E MÉTODOS...............................................................................24

3.1 Introdução.......................................................................................................................24

3.2 Material utilizado para a realização do trabalho.............................................................24

3.2.1 Facturas referentes ao consumo de energia.............................................................24

3.2.2 Especificações dos equipamentos............................................................................24

3.3 Métodos..........................................................................................................................24

3.3.1 Método analítico......................................................................................................25

3.4 Descrição do Objeto de Estudo......................................................................................25

3.5 Apresentação de dados...................................................................................................27

3.6 Conclusão.......................................................................................................................30

Capítulo IV: ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.............................................31

4.1 Introdução.......................................................................................................................31

v
4.2.1 Representação gráfica da curva de carga a partir do consumo de energia dos
últimos anos......................................................................................................................31

4.2.2 Variação do consumo de energia nos últimos anos.................................................33

4.3 Estratégias de eficiência energética............................................................................34

4.3.1 Estratégias de eficiência na iluminação...................................................................35

4.3.2 Estratégias de eficiência para o sistema de bombas de água...................................37

4.4 Análise propostas........................................................................................................39

4.5 Análise de custo, economia e retorno.........................................................................39

4.6 Discussão........................................................................................................................41

4.7 Conclusão.......................................................................................................................42

Capítulo V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES............................................................43

5.1 Conclusões......................................................................................................................43

5.2 Recomendações..............................................................................................................43

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................45

Referencias Bibliográficas......................................................................................................45

vi
Índice de figuras
Figura 1: Desempenho esquemático relacionado a parâmetros para se alcançar o
desenvolvimento sustentável. (Silva , 2008)............................................................................10
Figura 2: Fluxograma da gestão de energia na elaboracção de projecto. (Prof. Dr. Jose &
Prof. Dr. Luiz ).........................................................................................................................14
Figura 3: construção sustentável. (ARQUITETURA, Sustentabilidade na Construção Civil,
2012)........................................................................................................................................19
Figura 4: Construção sustentável. (Araújo M. A., 2014).........................................................20
Figura 5: Representacção de um processo de gestão de energia (EDS Norte, 2013)..............23
Figura 6: Panorama frontal da faculdade de engenharia (foto)................................................26
Figura 7: Região dos arredores da instituição (Google mapas)...............................................26
Figura 12: Sensor de presença para um circuito de 1200W incandescentes e 300W
fluorescente..............................................................................................................................36
Figura 13:Lâmpada de estado solido (LED) de 12W...............................................................37
Figura 14: Temporizador digital..............................................................................................38

vii
Índice de Tabela
Tabela 1: Descrição das cargas alimentadas pelo ramal 1.......................................................28
Tabela 2: Descrição das cargas do ramal 2..............................................................................29
Tabela 3:Descrição das cargas do ramal 3...............................................................................30

viii
Índice de Gráficos
Gráfico 1 de descrição do consumo de energia em KWh do ano de 2016...............................31
Gráfico 2 descrição do consumo de energia em KWh do ano de 2017...................................32
Gráfico 3 descrição do consumo de energia em KWh do ano de 2018...................................33
Gráfico 4 variacção do consumo de energia nos últimos anos................................................34
Gráfico 5 Indicador do retorno do investimento para iluminacção..........................................40
Gráfico 6 Indicador do retorno do investimento do sistema de Irrigacção..............................41

ix
Lista de Abreviaturas
EDM – Electricidade de Moçambique

Feng – Faculdade de Engenharia

kW – Unidade de potência eléctrica em kilo-watt

kWh – Unidade de medição de energia eléctrica em kilo-watt hora, no sistema internacional

kWh/mês – consumo de energia em kilo-watt hora por mês

LED – Lâmpadas de estado solido

MZN – Meticais

V – Unidade de tensão eléctrica em tensão em Volts, no sistema internacional

UCM – Universidade Católica de Moçambique

W – Unidade de medição da potência eléctrica em watt no sistema internacional

x
Resumo
A eficiência energética é uma medida eficaz para racionalizar o consumo de energia elétrica
tornando a energia sustentável. Esta pode ser obtida a partir da aplicação de fontes renováveis
de energia, bem como da incorporação de tecnologias no sistema eléctrico. A eficiência
energética é uma estratégia que vem ganhando espaço nos grandes debates sobre o futuro
sustentável da energia, pois esta ajuda na racionalização dos recursos energéticos disponíveis
enquanto procura-se novas fontes de energia que possam servir no futuro. O consumo de
energia tem afectado com maior impacto sector económico das empresas, o que nos leva na
realização do estudo de estudo de eficiência energética na UCM – Feng, cujo o actual
consumo de energia tem preocupado a entidade referente devido ao seu aumento de consumo
e as constantes subidas das taxas de cobrança de energia aplicadas pela concessionária. O
estudo em causa, visa identificar e analisar possíveis estratégias de eficiência energética
aplicáveis na instalação eléctrica, a viabilidade entre a iluminação artificial e natural,
automação no controle da iluminação e nos demais equipamentos possíveis de se
implementar de modo a reduzir de forma significativa o consumo de energia na instituição. O
estudo foi baseado na redução de custos no consumo de energia da instituição considerando
os aspectos sociais e ambientais, apresentando estratégias para a eficiência, fazendo
comparações necessárias para a aplicabilidade das propostas de eficiência. Como critério de
comparação, os custos da acção foram colocados frente a economia de energia e ao tempo de
retorno dos mesmos.

Palavras-chave: Eficiência energética.

xi
Abstract

energy efficiency is an effective measure to rationalize electricity consumption making


energy sustainable. This can be obtained from the application of renewable energy sources,
as well as from the incorporation of technologies in the electrical system. Energy efficiency is
a strategy that has been gaining ground in major pleading on the sustainable future of energy,
as it helps to rationalize the energy resources available while looking for new source of
energy that can serve in the future. Energy consumption has affected the economic sector of
the companies, which leads us to carry out the study of energy efficiency in UCM – Feng,
who’s current energy consumption has worried the entity concerned due to its increased
consumption and the constant increases in energy collection rates applied by the
concessionaire. The study aims at identifying and analyzing possible energy strategies
applicable to the electrical installation, the feasibility between artificial and natural lighting,
automation in lighting control and other possible equipment to be implemented in a way that
significantly reduces consumption of energy in institution. The study was based on the
reduction of costs in the energy consumption of the institution considering social and
environmental aspects, presenting strategies for efficiency, making comparisons necessary
for the applicability of efficiency proposals. As a comparison criterion, the costs of the action
were put in the face of energy savings and the time of return the same.

Keywords: energy efficiency.

xii
Capítulo I. INTRODUÇÃO
1.1 Introdução
A energia é uma fonte da qual o Homem tornou-se fortemente dependente, fazendo com que
este encontre formas de sobreviver a essa dependência, na qual tem como base no estilo
actual de vida sendo que esse não seria possível de desfrutar sem recursos energéticos. A
energia passou a ser de extrema importância no que diz respeito ao desenvolvimento actual
da sociedade.

Com o crescente aumento de consumo de energia eléctrica, a sua utilização sustentável tem
levado a enormes desafios para garantir a racionalização de recursos naturais no
abastecimento sustentável. Na tentativa de suprir a necessidade energética actual, surge o
termo eficiência energética destacando-se como uma solução viável para o uso racional da
energia, como este também oferece benefícios económicos, ambientais e sociais.

Eficiência energética pode ser definida como a racionalização/optimização no consumo de


energia eléctrica. Moçambique é um dos países com níveis mais baixos de consumo de
energia eléctrica no Sul da África, com cerca de 80% de consumo energético do país baseado
em biomassa (lenha e carvão), cerca de 17% da população com a energia eléctrica.
(Ministerio Energia, 2010)

De forma a tornar o consumo de energia sustentável, o governo de Moçambique, elaborou


estratégias de desenvolvimento de energias novas e renováveis, com vista ao aproveitamento
dos recursos de energias renováveis ainda pouco conhecidas, uma política adoptada que
contribui de forma activa na racionalização do consumo de energia eléctrica e no
desenvolvimento económico e social das comunidades. (Ministerio Energia, 2010)

A eficiência energética pode ser obtida através de aplicacção de novas tecnologias, na qual
afecta de certa forma os hábitos do consumidor em relação ao seu consumo de energia, que
para maior rendimento deve ser feita uma sensibilização da prática desses hábitos,
contribuindo na conservação e racionalização da energia.

1.2 Importância e actualidade do tema


Nos dias de hoje, o Homem utiliza a energia eléctrica para a realizar maior parte das suas
tarefas, tornando-se esta por sua vez um factor importante para a obtenção de uma sociedade
moderna.

1
Como forma de garantir a sustentabilidade, a eficiência energética aparece como uma medida
que possibilita uma melhor gestão dos recursos energéticos. A aplicação da eficiência
energética em um sistema, torna-se relevante uma vez que pode produzir impactos de forma
positiva nos sectores económicos, sociais e ambientais, apresentando uma melhor gestão dos
recursos energéticos.

1.3 Definição do problema


A energia eléctrica vem sendo desperdiçada em todos os sectores, principalmente em sectores
onde o controlo é mais difícil, portanto é importante o incentivo ao uso de equipamentos mais
eficientes.

A Faculdade de Engenharia tem apresentado um crescimento do consumo energético nos


últimos tempos, o que esta aliado a elevadas taxas de pagamento assim como na utilização do
recurso energético, daí que aparece a necessidade de se fazer um estudo de eficiência para
saber quais são as reais causas e que métodos aplicar para obtenção de uma melhor eficiência
do sistema.

1.4 Objectivo
1.4.1 Objectivo geral
 Estudar a eficiência energética na Universidade Católica de Moçambique – Faculdade
de Engenharia.

1.4.2 Objectivos específicos


 Fazer um estudo detalhado sobre os métodos de eficiência de energia existentes
actualmente;
 Fazer o levantamento de carga na Faculdade de Engenharia;
 Fazer o estudo da Curva de Carga nos últimos anos;
 Localizar os pontos de maior consumo na instalação em causa;
 Identificar pontos de maior impacto no consumo energético.
 Propor soluções para o melhoramento da eficiência do sistema.

2
1.5 Hipóteses
 A localização dos pontos focais no consumo energético e posterior alocação e
implementação de tecnologias no controle do consumo e das perdas no sistema
energético, irá auxiliar na redução das taxas de pagamento no consumo de energia
eléctrica.

1.6 Significância ou justificativa do estudo


A eficiência energética tem sido uma medida eficaz para garantir a segurança no
abastecimento de energia eléctrica, reduzindo a emissão de gases para a camada de ozono.

A necessidade de se fazer um estudo de eficiência energética na Faculdade de Engenharia,


aparece com o intuito de analisar as causas do crescimento da necessidade energética na
instituição, com vista a torná-la economicamente sustentável, aliada a uma possível redução
de taxas de pagamento da factura de electricidade.

1.7 Delimitação do Estudo


O estudo em questão foi desenvolvido na cidade de Chimoio, na Universidade Católica de
Moçambique – Faculdade de Engenharia, concretamente no sistema elétrico da instituição,
num período compreendido de fevereiro de 2019 a junho de 2019.

O trabalho foi constituído na análise das facturas a partir de gráficos e na caracterização da


carga instalados na Faculdade de Engenharia.

3
Capítulo II. REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Introdução
A energia eléctrica é uma forma de energia secundária que provem na sua maioria de
combustíveis fosseis como carvão, gás e petróleo, cujas reservas tem vindo a apresentar uma
redução. (Instituto Efort, 2012)

Em 1880, 97% da energia consumida no mundo provinha do carvão. Hoje, o petróleo é a


principal fonte energética do mundo, satisfazendo 37% do consumo seguido do carvão que
representa 27%. A eficiência energética precisa ser apoiada em todas as fases, desde a
extração de energia primária ao transporte, a utilização final. Isto inclui medidas de apoio
regulamentares e políticos, tecnológicos e normas, criação de capacidade, investigação e
desenvolvimento, sensibilização e mobilização de investimento apropriado em projectos
associados. (EDP - Energias de portugal, 2016)

A utilização intensiva dos combustíveis fosseis, tem aumentado a concentração de dióxido de


carbono na atmosfera o que contribui para o aquecimento global do planeta, o chamado do
efeito estufa, o que vem ameaçando o estilo de vida do Homem comprometendo o seu futuro
caso não se encontre novas soluções. Razão pela qual multiplicam-se esforços na promoção
da utilização eficiente da energia, assim como na utilização de fontes renováveis de energia
como sol, vento ou água. Utilizamos energia eléctrica sempre que ligamos o computador,
vemos televisão, de entre outras actividades. No entanto não é de estranhar que a energia
tenha uma grande importância para o Homem, esta pode estar presente de várias formas,
podendo ser, calor, movimento, luz, convertendo-se em diversas maneiras de impulsionar a
vida. Portanto esta é de extrema importância no desenvolvimento das sociedades. (EDP -
Energias de portugal, 2016).

Portanto a eficiência energética constitui-se como uma oportunidade valiosa para as empresas
se afirmarem como parte da solução, com criação de valor real para o negócio e
simultaneamente para a sociedade e para o meio ambiente. (EDP - Energias de portugal,
2016)

2.2 Eficiência energética


Eficiência energética pode ser definida como a optimização que podemos fazer no consumo
de energia. (EDP - Energias de portugal, 2016).

4
Também pode ser definida como a obtenção de um serviço com baixo dispêndio de energia,
o que é um conceito muito relevante na actualidade. Não se trata da redução do serviço
energético, mas da redução do consumo de energia ou o uso eficiente e racional da energia
eléctrica. (FAPESP, 2010).

A ameaça de esgotamento das reservas de combustíveis fosseis, a pressão dos resultados


económicos e as preocupações ambientais levam-nos a encarar a eficiência energética como
uma das soluções para equilibrar o modelo de consumo actual, e de igual modo combater as
alterações climáticas. Isso consiste em aprender a utilizar a energia que dispomos de maneira
responsável garantindo que as gerações vindoiras também possam desfrutar delas. Para que lá
cheguemos, é necessário alterar a atitude de cada um em relação ao consumo de energia
fazendo-os refletir nos gestos do dia-a-dia. (EDP - Energias de portugal, 2016).

Eficiência energética, seria produzir mais com menor quantidade desse insumo, mantendo a
qualidade dos produtos e serviços e garantindo o conforto e segurança. Neste contexto pode
se dizer que eficiência energética significa optimizar investimentos no sector eléctrico,
reduzir custos para o país, empresas e consumidores, diminuir impactos ambientais,
fornecendo a modernização das empresas e do país. Para os consumidores, em suas práticas
comuns, eficiência energética consiste em evitar o desperdício e, consequentemente reduzir
custos, optar por aparelhos mais eficientes e optimizar o seu desempenho, ter uma actividade
consciente em relação ao insumo de energia. (Instituto Efort, 2012).

2.2.1 Demanda e eficiência


Para atingir a sustentabilidade, não exigirá mudanças no modo pelo qual a energia é
fornecida, mas sim no modo como é usada. (FAPESP, 2010).

Reduzir a quantidade de energia necessária para a entrega de vários bens, serviços, havendo
uma mudança do conjunto de tecnologias de fornecimento de energias e recursos. O desfio
naturalmente, é reduzir o custo dessas novas tecnologias, ao mesmo tempo em que se supera
um grande número de outros obstáculos. (FAPESP, 2010)

Demanda de consumo, pode ser definida como energia utilizada, ou seja, o registro de quanto
de energia foi consumida em um período de tempo determinado, que para cálculo das
facturas utiliza-se o período de um mês. (Costa & Silva, 2002).

A falta de informação e incentivos fracionados a preferências de consumidores por atributos


em desacordo com a maximização da eficiência energética que normalmente dificultam a

5
ampla adoção dessas tecnologias pelo mercado. Com avanços em armazenagem de energia e
tecnologias de conversão e na melhoria da capacidade de transmissão de electricidade a longa
distância poderiam fazer muito para expandir a base de recursos e reduzir os custos
associados ao desenvolvimento de energia renovável. (FAPESP, 2010).

2.2.2 Desperdício de energia e eficiência energética.


Em qualquer actividade em uma sociedade moderna só é possível com o uso de uma ou mais
formas de energia, de entre as quais destacam-se a electricidade, a gasolina, gás natural entre
outras. (FAPESP, 2010).

A energia eléctrica é usada desde aparelhos mais simples como, lâmpadas, motores
eléctricos, até aos sistemas mais complexos que enceram diversos equipamentos como
automóveis e fábricas, equipamentos nos quais transformam formas de energia. Durante esse
processo, uma parte da energia transformada é perdida, e sempre perdida para o meio
ambiente, como exemplo, temos a lâmpada incandescente que possui uma eficiência de 8%,
ou seja, somente 8% da energia eléctrica usada é transformada em luz e o restante em calor.
(Instituto Efort, 2012).

A seleção de equipamentos tem sido um dos maiores problemas enfrentados devido a factores
económicos, pois este contribui demasiado para o desperdício de energia, se pode notar que
uma lâmpada incandescente que tem cerca de 8% de eficiência pode ser encontrada a preços
10 a 20 vezes menor que uma lâmpada fluorescente compacta produzindo a mesma
iluminação e com cerca de 32% de eficiência, pois apesar desta ser mais eficiente o factor
económico ainda faz com que alguns dos consumidores optem pela incandescente. Outra
fonte de desperdício de energia deriva do uso inadequado dos aparelhos e sistemas, exemplo,
uma lâmpada acesa em uma sala sem ninguém também é um desperdício, pois a luz não
estará a servir para o seu propósito. (Instituto Efort, 2012).

2.3 Sustentabilidade energética


O conceito de sustentabilidade energética não abrange apenas a necessidade imperiosa de
garantir uma oferta adequada de energia para atender as necessidades futuras, como também
fazê-lo de modo que seja compatível com a preservação da integridade fundamental dos
sistemas naturais essenciais, inclusive evitando mudanças climáticas catastróficas. Estender
os serviços básicos de energia aos mais de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo que
actualmente não dispõem das diversas formas de energia, assim como reduzir os riscos à

6
segurança e potencias conflitos geopolíticos que de outra forma possam surgir devido a uma
competição crescente por recursos energéticos irregularmente distribuídos. (FAPESP, 2010).

Actualmente a energia renovável é vista como factor importante para o desenvolvimento


sustentável. A revolução industrial foi um dos principais motivadores para o surgimento do
conceito sustentável, pois este ficou conhecido por ter sido um período extremamente
degradante para o meio ambiente. (Araújo, 2010)

Junto com o desenvolvimento energético, a questão da sustentabilidade energética passou a


ser uma discussão constante principalmente após as duas crises do petróleo em 1973 e 1979,
frente a isto, o interesse pelas energias renováveis surge no mundo como resultado da política
energética, que consiste em diversificar as fontes de suprimento de petróleo, assim como
garantir a segurança energética, sobre tudo na necessidade de enfrentar as mudanças
climáticas. (EDP - Energias de portugal, 2016).

O abastecimento de energia adequado e acessível tem sido fundamental para o


desenvolvimento económico assim como na transição da subsistência das economias
agrícolas para as sociedades industriais e orientadas a sociedades modernas. (Araújo M. A.,
2014).

A energia tem demostrado ser chave para o alívio da pobreza, melhoria do bem-estar
Humano e para elevar padrões de vida, no entanto energia é apenas um meio para um fim.
Portanto, o grande dilema esta em alcançar o desenvolvimento sustentável, onde a sua
utilização é pré-requisito necessário para o desenvolvimento económico e social, enquanto a
produção e utilização e energia estão associadas com impactos adversos sobre a saúde
pública e do ambiente. (AGENCY I. -I., 2007)

São apontados três aspectos básicos para a sustentabilidade energética:

 A mudança do paradigma em relação ao padrão de consumo actual;


 A busca por uma maior eficiência energética dos actuais processos produtivos;
 O desenvolvimento e inserção de tecnologias energéticas limpas. (Agency, 2005).

O conceito de sustentabilidade energética incorpora a análise da dimensão ambiental, ou seja,


se o processo de produção e de consumo possui ao mesmo tempo uma entrada a uma fonte de
energia, é necessária uma relação entre seus poluentes na produção e ao consumo não
excedam a media da capacidade de absorção do meio ambiente, mantendo o meio ambiente

7
cíclico e renovável. O uso intensivo de recursos hídricos é extensiva a terra e a produção de
resíduos como determinados padrões científicos, como medida de acção para a redução de
emissão de gases poluentes na atmosfera. (Agency, 2005).

A dimensão social, ou seja, se o processo produtivo e de consumo afecta directamente a


saúde e o bem-estar das pessoas relacionadas, e se inclui de forma quantitativa e qualitativa
em termos de geração de empregos e de renda. E por último a análise na dimensão
económica, ou seja, em que ponto o preço real da energia para a utilização final influi sobre a
demanda energética e consequentemente, na pressão exercida sobre o meio ambiente pelas
actividades de produção e consumo da energia. Portanto, é importante para as decisões
políticas compreender as implicações e impactos dos diferentes programas de energia,
políticas alternativas, estratégias e planos para o desenvolvimento na formação do país, e
viabilidade de tornar o desenvolvimento sustentável ao longo do tempo. (Agency, 2005)

2.3.1 Energia sustentável


Como se tornou conhecido nos dias actuais, a produção de energia tende, na maior parte dos
casos, a criar emissão de gases que contribuem na alteração do clima global, causando o
efeito estufa. (Costa & Silva, 2002)

O desenvolvimento económico e social, tende sempre a criar demanda por mais energia, em
países desenvolvidos o consumo chega a 10 mil kWh por pessoa, enquanto em países em
desenvolvimento, nos quais fazem parte da maior população mundial, o consumo é menor do
que 2 mil kWh por pessoa. Aspiração ao desenvolvimento da maior parte da população
mundial só poderá ser realizada se houver um aumento notável na eficiência do uso de
energia e na criação de novas fontes energia que sejam sustentáveis. O grande desafio do
seculo XXI, conforme reconhecido pelo protocolo de Kyoto em 1997, é conseguir um futuro
de energia sustentável, pois os padrões de recursos energéticos e de uso energia se mostra
prejudiciais para o bem-estar de longo prazo da Humanidade. (FAPESP, 2010)

O caminho que o mundo esta formando actualmente não é sustentável, a custos associados ao
uso intensivo de energia. Actualmente há uma grande dependência de combustíveis fosseis, o
que esta levando a degradação dos ambientes locais e regionais. Apesar do cenário actual
parecer sombrio, acredita-se que há soluções sustentáveis para o problema energético. Deve
se introduzir mecanismos que incentivam na aplicação de tecnologias que auxiliam na
eficiência energética e habitualmente compatíveis o quanto antes. (FAPESP, 2010).

8
A transição oportuna para o uso sustentável de energia também exigirá políticas para gerar
acções que optimizem as consequências macroeconómicas do uso de energia a curto e longo
prazo. (FAPESP, 2010).

2.3.2 Desenvolvimento sustentável


O desenvolvimento sustentável pode ser dividido em três marcos históricos, primeiramente o
domínio do fogo, que faz com que o homem explorasse mais a natureza, no entanto ainda de
forma natural; o segundo marco, foi a agricultura fazendo com que o ser Humano
estabelecesse territórios e que pudesse começar a pensar em criar ferramentas e utensílios
para auxiliar em suas actividades; e por ultimo a revolução industrial que alterou os níveis da
escala de degradação do homem ao meio ambiente, quando as escalas começaram a
ultrapassar os níveis de resiliência do meio ambiente. (Romeiro, 2010).

Com relação ao ponto de vista técnico do desenvolvimento sustentável demostra-se duas


correntes de interpretação deste conceito, o primeiro, neoclássico ou economia ambiental, que
considera que os recursos naturais não representam a longo prazo um limite de expansão da
economia, pois tem a noção de sustentabilidade perfeita, onde a medida que um recurso vai
ficando escasso deve-se aumentar o seu preço até que se encontre um substituto. Portanto, a
outra corrente da economia ecológica, vê o sistema económico como um subsistema todo
maior com algumas restrições absolutas a expansão, onde o capital e os recursos são
complementares e o processo é baseado na eficiência e eficácia no uso dos recursos, pois
esses limites podem ser irreversíveis, então essa corrente considera os riscos e incertezas, e
trabalham com a precaução para que o ambiente não seja degradado a ponto de ser
irreversível. (Romeiro, 2010)

O desenvolvimento sustentável deve ser uma consequência do desenvolvimento social,


económico e da preservação ambiental. (Silva , 2008)

9
Figura 1: Desempenho esquemático relacionado a parâmetros para se alcançar o
desenvolvimento sustentável.

Fonte: (Silva , 2008).

O desenvolvimento económico que se acentuou nas últimas décadas, caracterizou-se pela


utilização intensa de energia produzida a partir de recursos de origem fóssil. Pela natureza
finita desses recursos naturais, e o impacto ambiental da sua produção e consumo, alteram o
mundo para a necessidade de mudança dessas premissas de suporte ao modelo actual de
desenvolvimento. (Vita Gabriel, 2005).

2.3.3 O desafio da energia sustentável


A tarefa é tão desalentadora e ao mesmo tempo complexa, com dimensões tanto sociais,
tecnologias, económicas e políticos, para além de globais. (FAPESP, 2010).

O desafio e a oportunidade existem em grande parte nos países desenvolvidos e em


desenvolvimento, de igual forma para tratar das necessidades energéticas resultantes de forma
sustentável, através de soluções efectivas pelo lado da demanda e pelo do fornecimento. A
luz dos crescentes riscos ambientais e de segurança energética, consideráveis esforços globais
para passar a um cenário diferente têm de começar nos próximos dez anos. Portanto a demora
só aumenta a dificuldade de gerenciar os problemas criados pelo actual sistema energético
mundial, bem como a probabilidade de que ajustes mais perturbadores e custosos tenham de
ser feitos mais tarde. (FAPESP, 2010).

10
Para o caso da acção urgente fica ressaltado quando as realidades ecológicas, imperativos
económicos e limitações de recursos que devem ser gerenciados nos próximos tempos, são
vistos num contexto das actuais tendências energéticas mundiais, prevê-se um aumento de
cerca de 40% do consumo do petróleo o que nos leva a um aumento de 55% nas emissões de
dióxido de carbono a nível mundial. Portanto, a chave para moldar o futuro da energia é
moldando o comportamento de cada um, consoante o seu estilo de vida e preferência.
(FAPESP, 2010)

2.3.4 Indicadores de sustentabilidade


A necessidade de utilizar os indicadores esta na possibilidade de consecução de informações
frente a uma determinada realidade e possui como principal característica o potencial de
concatenar um conjunto de informações retendo apenas o real significado essencial dos
aspectos estudados, sendo que esses indicadores de sustentabilidade mostram as variações de
valores ou estados de determinada variável, que se apresentam distintos no tempo,
sinalizando aspectos fundamentais ou prioritários no processo de desenvolvimento,
particularmente em relação as variáveis que afectam a sustentabilidade. (Camargo &
Agudelo, 2004).

Os indicadores têm como objectivo agregar e quantificar informações de uma maneira que a
sua significância fique mais aparente, sintetizando as informações mais complexas sobre um
determinado fenómeno melhorando sua informação. Diante da importância de mensurar a
sustentabilidade surge como questão estratégica, os indicadores de energia para o
desenvolvimento sustentável, fazendo com que estes sejam uma ferramenta importante para
alcançar o desenvolvimento sustentável. (AGENCY, Energy Indicators For Sustainable
Development: Country Studies on Brazil, Cuba, Lithuania, Mexico, Russian Federation,
Slovakia and Thailand, 2007).

Para definir quais indicadores tem importância deve-se considerar o ambiente, para além de
avaliar a realidade em questão. Quando um conjunto de indicadores é estabelecido, é
essencial que esses privilegiem as interações entre os componentes e suas dimensões.
(AGENCY I. -I., 2007).

Os indicadores de sustentabilidade foram concebidos com objectivo de fornecer ao usuário


todas as informações necessárias. Para desenvolver os indicadores, são dadas as seguintes
diretrizes:

11
 Informações básicas sobre o indicador, incluindo a sua definição e unidade de
medição, definições alternativas, dados auxiliares necessários para o
desenvolvimento;
 Relevância política, incluindo a finalidade e importância para o desenvolvimento
sustentável;
 Descrição metodológica, incluindo definições e conceitos subjacentes, métodos de
medição, limitações e definições alternativas;
 Avaliação de dados, incluindo os dados necessários para compilar o indicador;
 Referências.

Dadas as diretrizes, faz-se necessário destacar a questão de como cada indicador irá
relacionar-se com a sustentabilidade energética, relação esta que se der de forma positiva a
partir do valor do indicador, cresça, o mesmo influencia positivamente a sustentabilidade
energética, mas se esta der de forma negativa quanto a sustentabilidade energética para que
os indicadores pudessem ser escolhidos realiza-se uma caracterização da localidade através
de levantamento bibliográfico e documental. (Camargo & Agudelo, 2004).

2.4 Estratégias para eficiência energética


As estratégias de eficiência energética estão normalmente associadas a medidas políticas ou
ao resultado de actos de gestão. Estas estão ligadas directamente aos conceitos de
produtividade envolvidos na gestão de tecnologia, cuja implementação envolve a aplicação
de todos os métodos e técnicas necessárias. (Vita Gabriel, 2005)

Dentre as estratégias para a melhoria da eficiência energética, destaca-se a redução do


consumo de energia em edifícios públicos, no que diz respeito a demanda de energia derivada
a climatização, assim como da iluminação artificial, pois estas são responsáveis pela maior
parcela do consumo. Além da possibilidade de instalação de sistemas de geração de energia
no local através de fontes renováveis de energia, com destaque a sistemas fotovoltaicas, para
o abastecimento energético do edifício, assim como o uso de ventilação cruzada, através da
utilização de vegetação nas proximidades do edifício, dependendo das condições climáticas
do local em causa. (Corcuera, 2010).

Na elaboração de estratégias as condições climáticas da região, assim como o poder


económico, tecnologias disponíveis, padrões culturais e o conforto ambiental são factores que
interferem no consumo energético. Uma outra estratégia seria a mitigação de gastos que

12
ocorre na implantação de microssistemas geradores de energias nas edificações. (Corcuera,
2010).

2.4.1 Aplicação de tecnologias em edifícios


Uma edificação pode ser projectada para ser mais eficiente através de critérios em seu
projecto que inclua tecnologias mais actuais e maneiras conscientes de se utilizar a energia,
contudo essas tecnologias podem ajudar a tornar a edificação mais eficiente, assim como
também permitir uma boa gestão no consumo de energia. (Castro, 2015)

2.4.1.1 Aplicação na iluminação


A eficiência energética na iluminação é directamente ligada a eficiência da lâmpada
empregada no projecto e a maneira com que é utilizada durante o dia. (Castro, 2015)

Portanto, para se obter um uso eficiente de energia na área de iluminação, analisa-se


especificamente o que se pode projectar utilizando tecnologias próprias para cada área
específica. Pode se verificar tecnologias como sensor de presença, fotocélulas, interruptores
dimmers e controle de potência, lâmpadas de estado solido (LED), temporizadores,
interruptor com acesso remoto. (Castro, 2015)

2.4.1.2 Aplicações no resfriamento


Os equipamentos de ar condicionado consomem uma boa parte de energia eléctrica em uma
edificação. A escolha de um equipamento mais eficiente traz resultados positivos e visíveis
na redução do valor da factura de energia. (Castro, 2015)

Para efectuar uma escolha fundamentada de um equipamento condicionador de ar é


importante conhecer alguns conceitos como classificação energética e o coeficiente de
eficiência energética, além de realizar um dimensionamento adequado. O coeficiente de
energia é a relação entre a capacidade e o consumo do equipamento de ar condicionado.
(Castro, 2015)

O compressor é o principal componente do condicionador de ar independentemente do seu


modelo ou capacidade frigorífica. A tecnologia do compressor pode influenciar
consideravelmente na eficiência energética do equipamento, dessa forma modelos com
tecnologias de inverter são muito mais eficientes quando comparada com o compressor
convencional, devido ao facto que este ajusta automaticamente a velocidade de
funcionamento. Os equipamentos que não possuem esta tecnologia desligam quando a
temperatura definida é atingida e ligam quando a temperatura oscilar. (Castro, 2015)

13
2.4.2 Gestão de energia
As tecnologias por si só não são suficientes se não adoptadas uma gestão de energia
adequada. A gestão de energia deve começar logo na fase de elaboração do projecto de
instalação e dos seus sistemas. Qualquer que seja o método de gestão de energia que venha a
ser utilizado a sua aplicação deverá passar por uma fase prévia que corresponde ao
conhecimento energético instalado. Deste modo permite conceber instalações com melhor
desempenho energético e escolher sistemas e equipamentos mais eficientes. Trata-se de uma
estratégia de conservação de energia por redução de necessidades futuras. No caso de
instalações já existentes a gestão de energia consiste na redução de consumos de energia
relativamente ao consumo actual. (EDS Norte, 2013).

O método de gestão de energia deve permitir genericamente a medição da energia consumida


global ou por sector produtivo, cálculo da energia transformada, insumo de energia, preço do
produto fabricado, para o caso de empresas ou fábricas, análise da situação existente para
fixação de metas, avaliação e acompanhamento da rentabilidade de investimento na
conservação de energia. (Prof. Dr. Jose & Prof. Dr. Luiz ).

Figura 2: Fluxograma da gestão de energia na elaboração de projecto.

14
Fonte: (Prof. Dr. Jose & Prof. Dr. Luiz ).

A gestão de recursos energéticos é actualmente um dos desafios que a sociedade moderna


tem pela frente. A gestão de energia é muitas vezes entendida no sentido das necessidades
que permite satisfazer. Esta aparece como uma política que permite a referida substituição,
mantendo as prestações e a satisfação das necessidades, através de uma optimização a melhor
afectação dos recursos. (Vita Gabriel, 2005)

2.4.3 Utilização racional de energia


A eficiência energética é fundamentalmente associada ao termo utilização racional de
energia, que se presume em medidas que permitem uma melhor utilização da energia, tanto
no sector doméstico, de serviços assim como no sector industrial. (Vita Gabriel, 2005)

A utilização racional de energia, visa proporcionar o mesmo nível de produção de bens,


serviços e de conforto através de tecnologias que realizem os consumos face a soluções
convencionais, reduzindo os respetivos custos, assim como a emissão de poluentes para a
atmosfera. (BSCD portugal, 2013).

Em muitas situações esta pode conduzir a uma economia elevada nos custos do ciclo de vida
dos equipamentos utilizadores de energia. Para além da redução de custos associados à
factura energética, a utilização racional de energia, destaca-se na contribuição para a redução
das emissões de poluentes associadas à conversão de energia, e como impactos das acções de
utilização racional de energia temos: (BSCD portugal, 2013).

 Redução da intensidade energética da economia;


 Redução das emissões de poluentes, incluindo gases de efeito de estufa;
 Reforço da competitividade das empresas;
 Redução da factura energética do país;
 Redução da dependência energética.

As tecnologias de eficiência energética que oferecem outros benefícios não energéticos que
não são oferecidos pelas alternativas do lado da oferta. Pois, são os benefícios não
energéticos que constituem os factores mais importantes na tomada de decisão da utilização
de tecnologias mais eficientes. (BSCD portugal, 2013).

15
2.4.4 Uso de fontes renováveis de energia
O uso de fontes renováveis de energia aparece como uma estratégia viável para a eficiência
energética assim como para o desenvolvimento da sociedade no geral. (Energias
Renováveis ).

O governo Moçambicano optou pelo uso das energias renováveis na sua campanha aprovada
pelo ministério de energia e recursos naturais, na estratégia de desenvolvimento de energias
novas e renováveis, incentivando a exploração de fontes renováveis de energia. Pois apesar
de Moçambique possuir enormes recursos energéticos ainda pouco explorados como carvão
mineral, gás natural, potencial hídrico e recursos renováveis como energia solar, eólica,
hídrica, geotérmica, fontes biomassa florestais e agrícola, e ao mesmo tempo Moçambique é
um dos países que apresenta níveis baixos de consumo de energia no sul da África.
(Ministerio Energia, 2010).

As fontes renováveis de energia todas, no entanto apresentam duas características em


comum: produzem pouco ou nenhum gás de efeito estufa e contam com fontes naturais
potencialmente inesgotáveis. Algumas destas tecnologias já são competitivas e podem ficar
ainda mais com os aumentos do preço dos combustíveis fósseis. (Universidade Évora)

Dentre as quais temos como fontes renováveis de energia:

 Energia solar – é uma energia obtida através de radicação do sol, a obtenção desse
tipo de energia pode ser feita de forma directa e indirecta. A radicação solar directa
pode ser aproveitada de diversas formas de diversos tipos de conversão, permitindo
seu uso em aplicações térmicas em geral, obtenção de forca motriz diversa, obtenção
de electricidade e energia química. (Universidade Évora).
 Energia eólica – é a energia obtida pela acção do vento, ou seja, através do
aproveitamento da energia cinética contida no vento para produzir energia mecânica,
que pode ser transformada em energia eléctrica através de um gerador eléctrico.
Actualmente a energia eólica é utilizada para produzir electricidade. (Energias
Renováveis ).
 Biomassa - é o aproveitamento energético que se pode fazer da floresta e seus
resíduos, bem como dos resíduos agropecuários e dos restantes da indústria alimentar
e do tratamento de efluentes domésticos e industriais, para produção de energia
eléctrica calorifica. Um dos aspectos mais apelativos da energia da biomassa é que

16
não contribui para o aumento do efeito estufa, desde que a biomassa seja colhida de
forma sustentável. (Energias Renováveis )
 Energia das marés – esta é obtida através da energia cinética do movimento das ondas
que pode ser usada para por uma turbina a funcionar. A energia mecânica dessa
turbina e por sua vez, pode ser transformada em energia eléctrica através de um
gerador. (Energias Renováveis )
 Energia geotérmica – provém do calor da terra é um recurso que pode ser aproveitado
em locais com actividade vulcânica, onde existam águas ou rochas a temperaturas
elevadas, zonas onde seja possível atingir extractos magmáticos. A produção de
electricidade é feita através de uma turbina movida a vapor de água, produzido pelo
aquecimento do interior da terra. Este tipo de energia é limpo, uma vez que não
produz qualquer tipo de emissão gasosa e é renovável, uma vez que é inesgotável.
Esta depende apenas do local onde se encontra, uma vez que as zonas vulcânicas são
mais propicias a utilização desta forma de energia. (Energias Renováveis )

2.4.4.1 Integração de fontes renováveis de energia em edifícios


2.4.4.1.1 Energia solar térmica
A integração de equipamentos em edifícios para a produção de energia solar térmica, mais
particularmente painéis solares, pode ser realizada de várias formas, dependendo das
características do edifício, espaço disponível e necessidades térmicas do sistema, ou do
cliente. (Nuno Miguel, 2009)

Os colectores, podem ser instalados sobre o telhado inclinado, integrados, montados em


fachadas ou colocados em suportes em telhado plano ou numa superfície livre. Cada uma
destas soluções tem vantagens e desvantagens, principalmente no alinhamento e a inclinação
que quase sempre são pré-definidos a um ângulo de inclinação favorável. (Nuno Miguel,
2009)

2.4.4.1.2 Energia solar fotovoltaica


A tecnologia fotovoltáica, também é possível se realizar a integração em edifícios de várias
formas, uma vez que as soluções fotovoltaicas produzidas são frequentemente utilizadas em
aplicações residenciais, centrais solares, também possíveis em edifícios, uma integração de
equipamentos fotovoltaicos numa perspetiva diferente, em uma perspectiva arquitetónica.
(Nuno Miguel, 2009)

17
É possível combinar os sistemas fotovoltaicos e a arquitetura em uma mistura harmoniosa de
design, ecologia e economia, podendo ser integrado em sistemas de fachadas, coberturas e
átrios. Os módulos fotovoltaicos podem ser incorporados no edifício verticalmente,
horizontalmente ou em ângulo e serem produzidas por media, de acordo com as dimensões e
os desejos do cliente. (Nuno Miguel, 2009)

2.4.4.1.3 Energia eólica


Para a integração de energia eólica em edifícios, a solução mais interessante em termos
estéticos e construtivos é, sem sombra de dúvidas, a tecnologia de turbinas com eixo vertical.
(Nuno Miguel, 2009)

2.4.5 Sensibilização
É importante informar ao consumidor final sobre as caraterísticas dos produtos e a influência
das suas escolhas na utilização do produto, pois um consumidor informado pode fazer uma
boa escolha fundamentada, promovendo assim o desenvolvimento de produtos que
contribuem de forma activa na redução de consumo de energia, optimizando a eficiência
energética e actividades de sustentabilidade para o uso benéfico de produtos desenvolvidos
com melhorias ambientais incluindo a sua eficiência energética, ao longo de todo o ciclo de
vida. (Vita Gabriel, 2005).

2.5 Edifícios sustentáveis


O conceito de moderno de construção sustentável busca-se no desenvolvimento de um
modelo que enfrente e proponha soluções aos principais problemas ambientais sem renunciar
a tecnologias modernas e a criação de edificações que atendem as necessidades de seus
usuários. (Araújo M. A., 2014).

Pode-se observar que em muitos países desenvolvidos, existe um grande número de empresas
de construção preocupadas em diminuir o impacto associado as suas actividades, estratégias
estas que incluem desde o completo levantamento de todos os resíduos produzidos até o total
reaproveitamento de tudo o que é gerado. É importante ressaltar que vários são os sectores
que podem participar activamente na materialização das propostas de habitação sustentáveis.
É essencial o envolvimento de todos nesta busca, por isso, é necessário ir a fundo na
sustentabilidade energética, assim como na construção sustentável, para termos no futuro
habitações mais eficientes e com valor acessível a população. (ARQUITETURA,
Sustentabilidade na Construção Civil, 2012).

18
Busca-se mostrar possibilidades para a construção de habitações de baixo custo económico e
com uma classificação socio – ambientais eficientes ao que se aplica a construção assim
como a sua manutenção. Com isso, a necessidade de identificar matéria-prima existente que
não agridam o meio ambiente, verificar o seu benefício para o meio ambiente, assim como há
necessidade de se verificar os preços aplicados a eles. (Araújo M. A., 2014)

O sector de construção civil é o mais importante na perspetiva do desenvolvimento


sustentável, assim como na promoção da sustentabilidade. Portanto existem critérios criados
que ajudam na sustentabilidade e devem estar presentes em todas as fases do ambiente
construído, idealização, conceção do projecto, uso, manutenção final de vida útil. (Motta &
Aguilar, São Paulo). A figura, ilustra presença dos atores que fazem parte do processo se
construção sustentável.

Figura 3: construção sustentável.

Fonte: (ARQUITETURA, Sustentabilidade na Construção Civil, 2012).

2.5.1 Construções sustentáveis


A sustentabilidade representa uma mudança cultural uma vez que este é um especto relevante
na medida em que poucas actividades humanas são realizadas sem o suporte de um ambiente
construído. (KARPINSKI, 2009).

19
A construção sustentável, num ideal de perfeição, deve visar sua auto - suficiente e até a sua
autossustentabilidade, que é o estado mais elevado da construção sustentável. Para atingir
uma construção sustentável, é importante pensar e atuar de forma holística, sem dividir e
decompor em partes estanques e separadas o que se propõe para a edificação, contudo trata-se
de criar a cultura da sustentabilidade no seio da própria sociedade. (Araújo M. A., 2014)

Deste modo, a eficiência energética é um dos indicadores de desempenho do edifício e um


requisito de sustentabilidade devido ao grande consumo de energia eléctrica nas edificações,
principalmente na fase de operação e uso. Os edifícios de escritório com fachadas de vidro e
sistemas de climatização e iluminação artificial, consomem quase 23 vezes mais energia em
sua vida útil do que a energia necessária para a sua produção. (Corcuera, 2010).

O modelo actual de desenvolvimento sustentável é ambientalmente inviável, pois observa-se


que partindo do espaço bio produtivo para o planeta terra, estima-se que tem algo em torno
dos 13 bilhões de hectares, para uma população de 6,2 bilhões de pessoas. (Ecoplano, 2019).

De acordo com (Araújo, 2010), não é possível discutir sustentabilidade sem observar que tipo
de cidade esta sendo erguida. E cada cidade tem suas características e seus problemas. Cerca
de 75% dos recursos naturais extraídos da terra vão acabar em obras da construção civil.

Para um material ser considerado sustentável, não basta ser reciclável. É preciso que esta
também atenda a responsabilidade social e ambiental. A redução do consumo energético nas
edificações que abrigam ambientes de trabalho pode ser obtida mais expressivamente na fase
de projecto e construção quando as oportunidades de elaboração e implementação de
diretrizes técnicas nesse sentido são maiores e mais amplas. E nas edificações já existentes,
que não foram concebidas sob princípios sustentáveis, é possível racionalizar o consumo de
energia adotando soluções viáveis em termos de eficiência energética. A figura representa um
tripé de sustentabilidade energética nos seus domínios. (Araújo M. A., 2014)

20
Figura 4: Construção sustentável.

Fonte: (Araújo M. A., 2014)

2.6 Gestão energética


A gestão de energia é um acto que conduz a um menor consumo de energia através da
optimização na utilização dos recursos disponíveis, mantendo a satisfação das necessidades
do utilizador. (Prof. Dr. Jose & Prof. Dr. Luiz ).

A gestão energética pode ser compreendida em duas vertentes: Gestão dos recursos
energéticos, que tem como objectivo a racionalização da produção de energia, esta
compreende deste a gestão do consumo de energia até a utilização eficiente de energia,
aumento do rendimento das conversões, recuperação de calor, inovação de tecnologias; e a
gestão no consumo racional de energia que compreende as aplicações específicas da
electricidade, escolha racional da forma final de energia, escolha dos períodos favoráveis para
o consumo de electricidade. (horas de vazio). (Prof. Dr. Jose & Prof. Dr. Luiz ).

A gestão de energia é um meio para atingir o objectivo de produtividade e de competitividade


nas empresas de todos os sectores de actividade económica, contribuindo assim para a
melhoria da eficiência energética das economias. (Araújo, 2010)

A maneira como utilizamos a energia que dispomos, é uma questão chave no processo de
gestão e por isso o aumento da eficiência energética, é entendida no sentido de produzir tanto
quanto possível com recursos energéticos limitados. (Vita Gabriel, 2005)

21
Gerir energia com eficiência é hoje em dos maiores desafios enfrentado pela sociedade.
Ainda são desconhecidas soluções a longo, medio e curto prazo, faz-se a busca por fontes
alternativas, com destaque nas energias renováveis e buscando a eficiência das energias
disponíveis. (Sousa, 2011).

2.6.1 Gestor de energia


Para uma melhoria de produtividade em uma empresa e da qualidade numa empresa,
necessita da implementação de uma política que gere mutações internas mais ou menos
profundas. A gestão de energia integra-se perfeitamente a essa política, e quase sempre é o
motor principal da empresa. (Prof. Dr. Jose & Prof. Dr. Luiz ).

Pela complexidade que se apresenta na gestão de energia principalmente em edifícios


públicos e de serviços, torna-se recomendável a nomeação de um técnico especializado para
fazer a promoção de gestão na utilização racional de energia, designado de gestor de energia,
figura chave na gestão de grandes administrações públicas e municípios. (Emerbuilding,
Energy efficiency, 2013).

Este deve ter conhecimento de tecnologias e acções a empreender para poupar energia, e um
profundo entendimento do ponto de vista técnico, energético e financeiro de todos os
edifícios e instalações a gerir. Um gestor deve ter as seguintes funções. (Emerbuilding,
Energy efficiency, 2013):

 Auditoria ao consumo energético – deve ser feita uma auditoria periódica ao consumo
dos edifícios, para traçar possíveis estratégias de optimização e com isso permitir
detetar as áreas mais relevantes de consumo;
 Auditoria do estado do equipamento – deve acompanhar as ações de manutenção
normal ou extraordinária dos edifícios, mantendo um registo histórico das
intervenções de manutenção concretizadas;
 Divulgação de uma cultura de poupança – o gestor de energia deve fomentar e
sensibilizar a utilizadores dos edifícios para uma atitude racional na utilização de
energia com vista à redução de consumos.

2.6.2 Processo de gestão de energia


Existem vários métodos de gestão de energia que podem ser aplicados e cada um deles pode
ser desenvolvido com níveis de complexidade diferentes. Portanto, cabe ao gestor de energia
escolher a melhor opção em função da dimensão e complexidade da instalação a gerir. A

22
figura seguinte apresenta uma metodologia para a execução de um processo de gestão de
energia, direcionado especialmente para instalações já existentes. (EDS Norte, 2013).

Figura 5: Representação de um processo de gestão de energia

Fonte: (EDS Norte, 2013)

2.7 Conclusão
Neste capítulo foram apresentadas conceitos e definições referentes a eficiência energética,
estratégias para a obtenção da eficiência, estabelecendo parâmetros em cada uma delas, de
modo a garantir a sustentabilidade pretendida para o caso de estudo em questão. A eficiência
energética esta vinculada ao desperdício de energia, havendo dessa forma a necessidade de
procurar alternativas de modo a reduzir ao máximo o desperdício conciliando estratégias para
obtenção da maior eficiência dependendo do local onde se pretende aplicar. Para o caso de
edifícios, ainda concepção projecto, deve se avaliar as estratégias de eficiência a serem
aplicadas e para edificações já existentes procura-se implementar estratégias de modo a
reduzir o consumo de energia.

23
Capítulo III: MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Introdução
O estudo foi conduzido num período compreendido de fevereiro de 2019 a junho de 2019 na
Universidade Católica de Moçambique extensão de Engenharia referente ao consumo de
energia eléctrica na instituição. Neste capítulo são apresentados todos os materiais usados
para a realização do estudo e os métodos aplicados, referente ao tipo de pesquisa a ser
realizado. A descrição do objeto de estudo, com vista a ter um conhecimento geral do local
em questão apresentando todos os dados fornecidos para a pesquisa.

3.2 Material utilizado para a realização do trabalho


3.2.1 Facturas referentes ao consumo de energia
Foram necessárias as facturas referentes ao consumo de energia da instituição num período
de 3 anos fornecidos pela instituição, que foram parte crucial do trabalho.

3.2.2 Especificações dos equipamentos


As especificações técnicas dos equipamentos foram obtidas pelo levantamento de carga
realizado na instituição, sob supervisão do departamento técnico de manutenção eléctrica da
faculdade de engenharia que se mostrou bastante útil na realização do presente trabalho
disponilizando a informação de forma detalhada sobre a forma da utilização de energia
eléctrica na instituição.

Também foi de grande auxílio a utilização do programa Microsoft Office Excel que
contribuiu na elaboração de gráficos que facilitaram na análise do consumo de energia.

3.3 Métodos
O presente trabalho foi realizado a partir da consulta bibliográfica sobre a eficiência
energética em edifícios institucionais. De seguida realizou-se a recolha de dados no edifício,
para tal foram necessárias visitas constantes a instituição durante o período da realização do
trabalho. E por fim a compilação, análise e interpretação de dados e elaboração de um parecer
final do trabalho.

O método teórico utilizado para a abordagem da pesquisa, foi recomendado para estudo do
género, pesquisa visa identificar, analisar factores a variáveis relacionadas ao processo.
Tratando-se de um estudo de caso de uma realidade vivida actualmente, aplicou-se o método
quantitativo descritivo de pesquisa, onde apos feita a coleta de dados, é realizada uma análise

24
das relações entre as variáveis para posteriormente determinar os feitos resultantes em um
sistema de produção, empresa ou produto.

3.3.1 Método analítico


O método analítico permitiu analisar o consumo de energia eléctrica na instituição, de forma
a compreender como buscar uma melhor eficiência no que tange ao consumo de energia
eléctrica na universidade católica de Moçambique extensão de Engenharia.

3.4 Descrição do Objeto de Estudo


A universidade Católica de Moçambique – Faculdade de Engenharias, é uma instituição de
ensino superior que vem exercendo as suas actividades desde a sua abertura em 2009. O
edifício encontra-se em uma região contendo edifícios institucionais ao seu redor, frente a
igreja católica com centros comerciais e não havendo indústrias a arredores. O clima
predominante é tropical húmido com temperaturas variáveis sazonalmente, no verão chega
até aos 30° e durante o inverno até aos 13°.

O edifício localiza-se na avenida liberdade 265, C.P. 261, Chimoio – Moçambique, próximo
a Escola Primaria Completa Amílcar Cabral e a igreja Católica.

A faculdade dispõe de 14 cursos de licenciatura e 4 cursos de mestrado, um corpo diretivo


composto por um Diretor, Diretor Pedagógico e um Administrador, conselho científico, corpo
docente e dentre outros mais funcionários que fazem com que esta funcione nas condições
desejadas.

Esta está distribuída em sectores e departamentos, dispõe de 25 salas de aulas dentre as quais
algumas de informática, laboratórios de pesquisa, biblioteca e também de um campo. Para
suprir a necessidade energética existente na instituição, a concessionária energética
Electricidade de Moçambique (EDM), que fornece em média tensão a energia necessária.

25
Figura 6: Panorama frontal da faculdade de engenharia

Fonte:(Portal da UCM-Feng)

Figura 7: Região dos arredores da instituição

Fonte: (Google mapas).

26
3.5 Apresentação de dados
3.5.1 Caracterização da Carga
A faculdade de engenharia é alimentada pela concessionária através de um poste de
transformação em média tensão. Este de seguida é feira a sua distribuição pela faculdade
através de 3 ramais nas quais cada uma dedica-se especificamente a um
compartimento/Edifício das quais a oficina de serrilharia e mecânica; oficina de electricidade
e o terceiro dedica-se as demais actividades realizadas no recinto.

A divisão em ramais faz com que a actividade realizada em um dos sectores não cause
distúrbio nos restantes principalmente para o ramal que alimenta o edifício principal, pois
actividades geradas nas oficinas podem causar oscilações constantes afectando o desempenho
do outro sector.

3.5.1.1 Caracterização da carga do ramal 1


O ramal 1 dedica-se na alimentação das demais tarefas realizadas na faculdade, como
abastecimento de água, salas de aulas, sectores de gestão da faculdade entre outros
departamentos. A tabela apresenta a descrição das diferentes cargas.

Ramal 1
Potência Total
Tipo de Carga (W) Quantidade (W)
Computadores 400 100 40000
Estufa 1000 2 2000
Micro-ondas 1550 1 1550
Vacum Brand 414 1 414
Nabertherm 1500 1 1500
Destilador 3550 2 7100
Lâmpadas 36 205 7380
J.B Selecta 700 1 700
Start Industrial 2618 1 2618
Incubadora 750 1 750
Top safe 1400 1 1400
Geleira 800 2 1600
Centrifugadora 250 1 250
Mini Shaker 50 1 50

27
WWR 250 1 250
Precistem 230 1 230
Spetrophtometer 20 1 20
Fogão forno 3100 1 3100
Chomecuter 1600 1 1600
Forno 1400 1 1400
Secador 600 1 600
Fogão 3400 2 6800
Geleira 1010 1 1010
Fogão Híbrido 2610 1 2610
Condicionador de Ar 1600 14 22400
Impressoras 550 20 11000
Fotocopiadoras 1600 3 4800
Luminárias Exteriores 266 8 2128
Servidores 150 10 1500
Bombas de Água 896 5 4480
Total 143240
Tabela 1: Descrição das cargas alimentadas pelo ramal 1

Fonte: (UCM-Feng)

O ramal 1 tem como principais cargas no consumo de energia, as bombas de água, a


iluminação e os computadores assim como os servidores. Estas têm um tempo de operação de
mais de 10 horas ao dia, sendo responsáveis pela maior parte da demanda de consumo. Para
as bombas de água, funcionam cerca de 10 horas por dia com destaque a apenas duas delas, a
iluminação pode se afirmar que funciona por 15 horas ao dia e os computadores por 14 horas,
com um consumo mensal de 2.435 kWh no circuito de iluminação, 750,0 kWh nas bombas de
água, 3.214 kWh para o consumo nos computadores e 893,76 kWh para o circuito de
iluminação exterior.

3.5.1.2 Caracterização da carga do ramal 2


O ramal 2, alimenta a oficina de serrilharia e mecânica, esta contem máquinas de auxílio para
o serviço de serrilharia, soldadura de modo a complementar o necessário para a execução do
ofício. A tabela apresenta as cargas encontradas na oficina de serrilharia e mecânica.

28
Ramal 2
Potência
Tipo de Carga (W) Quantidade Total (W)
Lâmpadas 36 36 1296
Máquina de
Torno 1500 2 3000
Refinel 1800 1 1800
Trimtech 2500 4 10000
Solda 6600 1 6600
Machine 1500 2 3000
Maskiner 650 1 650
Máquina de
soldar 7700 1 7700
Ventiladores 38 8 304
Iluminação
exterior 375 5 1875

Total 36225

Tabela 2: Descrição das cargas do ramal 2

Fonte: (UCM-Feng)

No ramal 2 as potenciais cargas da oficina, entram em funcionamento apenas quando estas


são solicitadas, podendo ficar mais de 48 horas sem que estas entrem em funcionamento.
Portanto pode-se destacar como um consumidor em potencial as luminárias. A iluminação
existente no ramal possui um consumo mensal de 388,88 kWh e o circuito de iluminação
exterior com 787,5 kWh.

3.5.1.3 Caracterização das cargas do ramal 3


O ramal 3, concebido para alimentar as cargas da oficina de electricidade, cargas das quais
actualmente na sua maioria não se encontram na oficina. Actualmente alimentando apenas
pequenas cargas enquanto aguarda-se pela aquisição do equipamento necessário. Tabela
apresenta equipamentos da oficina de electricidade.

29
Ramal 3
Potência
Tipo de Carga (W) Quantidade Total (W)
Lâmpadas 89 36 3204
Computadores 400 8 3200
Condicionador de
ar 875 1 875
Roteador 150 1 150

Total 7429

Tabela 3:Descrição das cargas do ramal 3

Fonte: (UCM-Feng)

O ramal 3 não possui cargas pontuais para além da iluminação, portanto seu potencial
consumidor seriam as luminárias. Estas possuem um consumo de 480,6 kWh para iluminação
e 787,5 kWh para a iluminação exterior, totalizando um consumo de 1.268,1 kWh.

3.6 Conclusão
Como materiais utilizados para a realização do trabalho destacam-se as facturas de consumo
de energia referente aos últimos 3 anos, a especificação dos equipamentos que permitiram o
levantamento de carga para a determinação do consumo de energia e identificar os principais
pontos de consumo que com o auxílio do Microsoft Office foi ilustrar a partir de gráficos a
analise do consumo de energia por ano. Pelo método foi analítico possível analisar e
interpretar a relação entre os dados das variáveis.

Capítulo IV: ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


4.1 Introdução
Este capítulo tem como objetivo realizar a análise e discussão dos resultados, de modo a
obter a curva de carga do sistema, determinar a variação do consumo de energia elétrica no
sistema nos últimos anos, de forma a relacionar os dados às abordagens recomendadas na

30
revisão bibliográfica de modo a determinar qual estratégia e em que área de consumo deve
aplicar os métodos de eficiência. Faz-se a interpretação dos resultados obtidos apos feita a
analise de todos os dados, em relação as estratégias apresentadas de modo a obter uma
melhor eficiência do sistema.

4.2 Curva de Carga


A curva de carga é determinada a partir da relação entre a quantidade de energia consumida
(kWh) em relação ao mês correspondente, que a partir de gráficos se pode determinar a
variação do consumo de energia em cada mês e ano.

4.2.1 Representação gráfica da curva de carga a partir do consumo de energia dos


últimos anos
Os gráficos podemos verificar de forma clara que os meses com maior consumo de energia,
dos quais destacam-se os meses de abril, maio e junho, estes pode ser considerado os meses
com maior consumo.

14

12 11.755
10.946 10.987

10 9.035 8.989 9.235


8.475
7.876 7.879 7.987
8
6.453
6 5.422
Total

0
ri l t o
br
o ro ro lh
o
nh
o
ai
o
co br
o
br
o
br
o
Ab os ei ne
i
Ju ar tu
A g
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m er Ja Ju M
M ve
m u e m
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t
De F N

Gráfico 1 de descrição do consumo de energia em kWh do ano de 2016

O gráfico apresenta o consumo de energia da faculdade de engenharia em função do mês


referente ao ano de 2016. A partir deste pode-se afirmar que o consumo mínimo registado foi
no mês de fevereiro, tendo atingido o seu pico no mês de maio, analisando os dois pontos
encontramos uma média no consumo anual de 8.588.5 kWh, com uma variação de cerca de
6.333 kWh entre o menor e o maior consumo registado.

31
O registo de variação no consumo é maior que o menor consumo registado durante o ano
apresentando um consumo duas vezes maior no mês de pico comparativamente ao mês de
menor consumo.

14
11.926
12
10.941
10.502 10.281 10.606
10 9.668 9.398
8.888
8 7.751 7.927

6.178
6 Total
3.93
4

0
ril to br
o iro iro lh
o
nh
o
ai
o co br
o ro br
o
Ab os re ne Ju Ju M ar tub
A g
z em ve J a M ve
m
Ou te
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De Fe No Se

Gráfico 2 descrição do consumo de energia em kWh do ano de 2017

O consumo de energia para o ano de 2017 regista um ligeiro aumento no valor máximo do
consumo de energia que também foi registado no mês de abril 2%, assim como registou uma
redução de 20% no mês de fevereiro. Contudo para o ano de 2017 o consumo de uma média
anual inferior ao de 2016, mas apresenta um consumo moderado em todos os meses do ano,
descartando os valores dos extremos, este não apresenta declives na sua variação.

32
14
12.162 12.434
12 11.315
10.154
10 9.54
8.9 8.89 9.07
8.476
8 7.731
6.923

6 5.555
Total

0
ril to br
o iro iro lh
o
nh
o
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o
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o
br
o
Ab g os m ere ne Ju Ju M ar m tu m
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t
De F No

Gráfico 3 descrição do consumo de energia em kWh do ano de 2018

O ano de 2018, possui um registo elevado no consumo de energia em todos os meses


chegando a atingir os 12.000 kWh de consumo por duas vezes, o que não se registou nos
últimos 2 anos. Possui um aumento de 10% no consumo anual e também se nota que a
quantidade de energia consumida nos meses com maior consumo como abril, maio e junho,
pois tendem a elevar-se a cada ano, fazendo com que haja um desfasamento notável na
análise mensal de consumo e provocando um aumento gradual no consumo anual de energia.

4.2.2 Variação do consumo de energia nos últimos anos


O consumo de energia na faculdade de engenharia, tem apresentado variações que podem ser
observadas no gráfico, variações nas quais derivam da forma como esta é consumida a cada
mês/ano. Para os meses de abril, maio e junho registam os maiores valores no consumo de
energia e os seus valores vão aumentando a cada ano. Isto acontece, pois, estes são os meses
em que a faculdade esta em total funcionamento em todos os seus sectores. Mas uma das
causas seria o uso excessivo das bombas de água nesse período devido as constantes
actividades de regadio exercidas pelos estudantes, tento que suprir o abastecimento de água
em toda a faculdade. A oficina oferece serviços para cliente externos, fazendo com que a
oficina trabalhe mais horas segundo a necessidade do cliente, ou seja, se não tiver nenhum
cliente e as actividades internas da faculdade estiverem escassas esta fica fora de serviço,
deste modo não havendo consumo algum de energia eléctrica causado pelas máquinas.

33
consumo 2016 consumo 2017 consumo 2018
14

12

10

0
l o o
ro ir
o
co ri ai
o o
st ro o o ro
ei b nh lh b br br b
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e ar A M Ju Ju go tu
an v M A t em u em em
J
Fe Se O o
v ez
N D

Gráfico 4 variação do consumo de energia nos últimos anos.

O factor temperatura não influencia de forma activa no consumo de energia. Focando nos
meses em que a faculdade se encontra em total funcionamento, para os meses de Marco;
Abril; Maio; Junho; Setembro; Outubro e Novembro, verifica-se que o primeiro semestre
possui um consumo elevado em relação segundo semestre.

Reparando aos meses de menor consumo, em que a faculdade não esta em funcionamento
total, observando os meses de janeiro; fevereiro; julho e dezembro, mas precisamente nos
meses de fevereiro e julho, nesse período a maior parte do consumo de energia é direcionada
aos serviços da oficina, portanto mais de 60% da energia consumida nesse período e
destinada a oficina, portando as actividades realizadas nesse sector possuem grande
relevância no que tange a variação no consumo de energia.

4.3 Estratégias de eficiência energética


Estratégias de eficiência energética, seriam ajustes em equipamentos de consumo da
instalação, num sentido mais especificado de modo a beneficiar-se da aplicação correta e
eficiente do equipamento. Para isso, é necessário que cada equipamento de serviço seja bem
especificado na sua relação benefício/consumo de energia. De nada serve um equipamento de
altíssimo rendimento se ele for de capacidade maior em relação a necessidade da aplicação do
mesmo, pois este poderá produzir efeitos ruins na aplicação.

34
4.3.1 Estratégias de eficiência na iluminação
Para uma adequação das estratégias de eficiência na iluminação, utiliza-se um conceito de
iluminação tarefa, o que é um tipo de iluminação voltada para áreas onde são realizadas cada
tipo de tarefa. Para obter um uso eficiente de energia na área de iluminação, analisa-se
especificamente o que se pode projectar utilizando novas tecnologias como sensores de
presença, fotocélulas, entre outros.

4.3.1.1 Sensores de presença


Dispositivos que funcionam com um circuito eletrónico dentro de um involucro plástico,
onde encontra-se um contador de tempo, sensor de calor ou regulagem de sensibilização. O
equipamento é instalado em determinado local onde se pode abranger toda a área que
pretende controlar. Após a realização da instalação faz-se um ajuste fino para que este possa
obter um maior rendimento.

Como o equipamento funciona directamente ligado a temperatura, portanto qualquer pessoa


que passar pela frente da instalação será detetada, accionando automaticamente a lâmpada
que ficara ligada dentro do tempo pré-determinado pela programação da instalação. Existem
outros dois tipos de sensores de presença no mercado da iluminação dois quais temos: do tipo
infravermelhos e do tipo ultrassónico. É possível encontrar as duas tecnologias em um único
produto.

A utilização dos sensores de presença tem como vantagens a possibilidade de não utilizar
interruptores acarretando menos circuitos instalados, menos condutores e assim mais
economia na instalação. O dispositivo oferece uma economia de energia de até 75%,
comanda qualquer tipo de lâmpada com soquete E27, o tempo é regulado numa ordem dos 30
segundos no mínimo e 15 minutos no máximo ajustado através de um trimpot. A potência de
comando do dispositivo é dada em: 127/220V – Incandescente 100W e para Fluorescentes,
Eletrónicas LED até 48W.

35
Figura 8: Sensor de presença para um circuito de 1200W incandescentes e 300W
fluorescente.

4.3.1.2 Lâmpadas de estado sólido (LED)


O material LED é constituído por uma serie de camadas de materiais semicondutores capaz
de converter energia eléctrica directamente em luz. Para além de apresentar baixo consumo
de energia, este também apresenta longa durabilidade tornando-se cada vez mais uma opção
interessante para melhorar a eficiência energética, assim como a situação ecológica.
Dependendo do material usado em cada composição, a cor do LED, varia entre azul, verde,
amarela e vermelha.

Uma lâmpada incandescente, possui uma vida útil de 1000 horas e uma fluorescente de
10.000 horas, a LED rende entre 20.000 e 100.000 horas de uso ininterrupto. Isto é, apenas
em termos de durabilidade a LED já é equivalente em média a 50 lâmpadas comuns, isto
traduz-se em muito menos trocas de lâmpadas, e consequentemente menos geração de lixos.
Uma lâmpada incandescente converte apenas 5% da energia eléctrica que consome em luz.
As lâmpadas LED convertem até 40%, uma eficiência que se traduz em economia, uma vez
que um LED de 12W ilumina tanto quanto uma lâmpada incandescente de 100W.

Esta redução no desperdício de energia não só traz benefícios evidentes ao meio ambiente,
como também nas facturas de energia.

36
Figura 9:Lâmpada de estado solido (LED) de 12W.

4.3.1.3 Uso de Ventilação natural


Sob ponto de vista da eficiência energética é importante dispor de uma troca de ar nas
edificações ideais. A mistura e a renovação do ar nos espaços com ventilação adequada
permitem a redução da humidade e o grau de contaminação do ar, contribuindo para um
maior conforto.

Existem dois tipos de ventilação, natural e forçada. Estas diferem nas temperaturas e pressão
entre as divisões do edifício o que promove em grande escala a ventilação natural, renovando
o ar, sendo necessária apenas aberturas exteriores que permitem uma circulação de ar entre as
divisões opostas, desta forma criando pontos de luz natural. A ventilação forçada, promove a
renovação de ar entre os espaços em que não é possível utilizar a ventilação natural, não
havendo fontes de luz natural.

Como estratégia de eficiência a ventilação natural proporciona um grande potencial para a


obtenção do conforto térmico, contribuindo na economia do consumo de energia.

Este sistema é muito usado recentemente para recuperar a energia no aquecimento, no


arrefecimento e com uma aplicabilidade na iluminação. Esta recuperação de calor é feita com
recurso aos denominados recuperadores de calor dentro dos quais os fluxos de entrada e saída
de ar se cruzam sem se misturarem um com o outro.

4.3.2 Estratégias de eficiência para o sistema de bombas de água


A eficiência energética resulta em uma redução no consumo de energia o que afecta
directamente na economia de uma instituição. A economia em sistemas de abastecimento de

37
água pode ser entendida de diferentes formas, por um projecto do sistema para economizar a
energia, por manutenção adequada do equipamento ou por mesmo por um controle otimizado
do sistema.

O consumo de energia pode ser reduzido através de uma programação no bombeamento a


partir dos dispositivos adequados para efectuar o controlo operando próximo a eficiência
máxima das bombas de água.

4.3.2.1 Aplicação de um circuito temporizador (Timer)


O circuito temporizador (Timer) é um dispositivo utilizado para uma variedade de aplicações
como temporizador ou oscilador. Este possui uma enorme vantagem na sua aplicação, uma
vez que apresenta uma total simplicidade no manuseamento, como também possui um custo
de aquisição muito baixo e garante uma boa estabilidade.

Este dispositivo pode controlar o tempo de funcionamento de um equipamento


eletromecânico, programando-o para que este funcione somente no tempo pré-definido pelo
usuário, isso permite controlar de forma eficiente a utilização do equipamento, evitando o
desperdício de energia e mantendo uma maior eficiência do equipamento.

Para o caso das bombas de água, este permitirá definir o tempo necessário de funcionamento,
evitando o uso desproporcional a necessidade, garantindo o não desperdício no consumo de
energia, assim como no consumo de água, tudo isso refletindo no custo das facturas, sendo
mais eficiente que o controle manual feito actualmente.

Figura 10: Temporizador digital

38
4.3.2.2 Implementação de um sistema de rega
O sistema de rega é um processo de fornecimento de água no solo com objectivo de melhorar
as condições de vegetação das plantas cultivadas. A faculdade dispõe de um campo dedicado
a plantação de hortas desfrutado pelos estudantes dos cursos de ciências agrarias, actualmente
o sistema de rega usado e o sistema de rega tradicional que consiste em encher os regadores
de água e faze-los manualmente. Este sistema não só afecta no consumo de energia, como
também prejudica a os cultivos la existentes, pois os campos nem sempre são mantidos ao
nível de humidade desejado.

O sistema de rega deve permitir com que a eficiência das bombas de água, pois este permite
maior controlo das bombas de água, quanto ao tempo de uso como também na gestão de água
nos campos, garantindo uma maior eficiência e rendimento no consumo de energia e na
gestão dos campos.

4.4 Análise propostas


 Iluminação

Na iluminação optou-se pela utilização de três tipos de lâmpadas para substituir as existentes,
mantendo o nível de iluminação desejado. Das 330 lâmpadas, temos três tipos de lâmpadas
respectivamente, 16W, 12 de 33W e 5 de 145W, todas de material LED (lâmpadas de estado
sólido),que tem como finalidade substituir as lâmpadas existentes actualmente, associada aos
sensores de presença e o maior aproveitamento ventilação natural, para auxiliar na gestão dos
do consumo de energia no que tange ao sector da iluminação, o que vai proporcionar uma
redução de 3387,18 kWh/mês.

 Sistema de distribuição de água

No sector referente a distribuição de água, o consumo de energia regista-se uma redução de


30% o que se traduz em uma redução de 2,4% no consumo total de energia do edifício. Com
a implementação de um sistema de rega, o tempo de funcionamento da bomba de água,
incorporando temporizadores de modo a auxiliar a gestão do sistema de distribuição
resultando em uma redução de 4 horas de funcionamento o que garante uma redução de 300
kWh/mês.

4.5 Análise de custo, economia e retorno


 Iluminação

39
A iluminação representa um consumo bastante significativo referente as cargas pontuais,
representado uma redução de 27,6% repartidos no rendimento de cada um dos tipos de
lâmpadas usadas na instalação do edifício, o que garante uma redução na economia de
13.751,95 MZN/mês. O investimento necessário é de aproximadamente 453.230,50 MZN. O
investimento que trará retorno em 2 anos e 7 meses.

Investimento Rendimento
900000
800000
700000
600000
500000
400000
300000
200000
100000
0
ano 1 ano 2 ano 3 ano 4 ano 5

Gráfico 5 Indicador do retorno do investimento para iluminação.

 Sistema de distribuição de água

Com a implementação do sistema de irrigação, pretende-se melhorar o consumo de energia


assim como a qualidade do sistema de irrigação existente na Faculdade de Engenharia,
garantindo uma eficiência nos dois sectores, apresentando uma redução no consumo de
energia de até 300 kWh/mês, que se traduz em uma economia de até 1.218,00 MZN/mês. O
investimento necessário é de aproximadamente 52.325,83 MZN. O investimento será um
retorno em 3 anos e 6 meses.

40
Investimento Rendimento Series3

80000

70000

60000

50000

40000

30000

20000

10000

0
ano 1 ano 2 ano 3 ano 4 ano 5

Gráfico 6 Indicador do retorno do investimento do sistema de Irrigação.

4.6 Discussão
Da análise dos dados colhidos face as estratégias propostas para melhorar a eficiência do
sistema, estas apresentam resultados positivos pois garantem uma redução de consumo de até
30% do consumo energético.

A aplicação adequada das estratégias, pretende obter uma maior eficiência energética,
racionalizando todos os recursos envolvidos nesse processo e garantindo um bom
funcionamento de cada equipamento no sistema.

Dessa forma a aplicacção das estratégias de eficiência, tem maior influência nas cargas de
maior impacto no consumo energético, sendo essas as cargas com maior impacto na análise
de redução do consumo de energia eléctrica.

Com a implementação das propostas de eficiências, consegue-se uma redução total no


consumo de energia de até 30%, dos quais sendo 17,5% substituindo as lâmpadas
fluorescentes; 3,7% substituindo as lâmpadas de vapor de mercúrio; 6% com a substituição
das lâmpadas de halogéneos metálicos e 2,4% com a implementação de um sistema de
irrigação recomendado descartando o sistema tradicional usado actualmente.

A atitude dos usuários é um factor importante e contribui demasiado para a análise da


redução de consumo, o manuseamento do equipamento, estas são ações nas quais são difíceis

41
de mensurar, não sendo possível obter com precisão valores exactos, ficando apenas com
uma referência de possíveis ações a serem realizadas.

4.7 Conclusão
Feita analise de dados e das possíveis estratégias aplicáveis para a obtenção de eficiência, o
sector de iluminação apresentou um grande potencial tanto na redução do consumo de
energia, quanto na análise da viabilidade económica, oferecendo uma redução de 3387,18
kWh/mês equivalente a 26,7 %, de redução do consumo actual de energia. Para o sistema de
distribuição de água, a implementação das estratégias propostas, oferece 2,4 % no consumo
total de energia na instituição, oferecendo uma redução significativa de 300 kWh/mês. Com a
aplicação das estratégias propostas a faculdade irá obter uma redução de até 30% no actual
comparativamente ao consumo actual de energia. A Universidade Católica de Moçambique –
Faculdade de Engenharia apresentado uma carga total de 186.894 kW, com uma curva de
carga do sistema registando como extremos no consumo da energia 3.93 kWh referente ao
mês de fevereiro de 2017 e 12.162 kWh no mês de abril de 2018, observando a curva carga,
foram apresentadas estratégias para melhorar a eficiência do sistema.

42
Capítulo V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1 Conclusões
A eficiência energética esta vinculada ao desperdício de energia, havendo dessa forma a
necessidade de procurar alternativas de modo a reduzir ao máximo o desperdício conciliando
estratégias para obtenção da maior eficiência dependendo do local onde se pretende aplicar.
Para o caso de edifícios, ainda concepção projecto, deve se avaliar as estratégias de eficiência
a serem aplicadas e para edificações já existentes procura-se implementar estratégias de modo
a reduzir o consumo de energia. A realização do trabalho teve como ferramentas as facturas
de consumo de energia referente aos últimos 3 anos, a especificação dos equipamentos assim
como o auxílio do programa Microsoft Office Excel que contribuiu na ilustração de dados a
partir de gráficos, facilitando analise do consumo de energia por ano, que pelo método foi
analítico possível analisar e interpretar a relação entre os dados das variáveis. De seguida foi
feita a descrição do objeto de estudo destacando a região esta encontra-se localizada, a
apresentados todos os dados usados para a realização do trabalho, permitindo a realização de
uma análise detalhada dos dados de modo a identificar estratégias para o melhoramento da
eficiência, avaliando as possíveis estratégias aplicáveis. O sector de iluminação apresentou
um grande potencial tanto na redução do consumo de energia, quanto na análise da
viabilidade económica, oferecendo uma redução de 3387,18 kWh/mês equivalente a 26,7 %,
de redução do consumo actual de energia. Para o sistema de distribuição de água, a
implementação das estratégias propostas, oferece 2,4 % no consumo total de energia na
instituição, oferecendo uma redução significativa de 300 kWh/mês. Com a aplicação das
estratégias propostas a faculdade irá obter uma redução de até 30% no actual
comparativamente ao consumo actual de energia.

5.2 Recomendações
A proposta final do trabalho tinha como base a redução do consumo de energia eléctrica da
instalação realizando alguns ajustes técnicos na mesma. Ajustes estes que compreendem a
aplicacção das estratégias de eficiência propostas de modo a satisfazer a redução de consumo
de forma considerada.

Para trabalhos futuros de eficiência energética de edifícios institucionais recomenda-se uma


investigação da aplicacção de fontes renováveis de energia, com destaque na aplicacção de
equipamentos solares de baixo custo como uma estratégia aplicável para a obtenção de
eficiência energética em edifícios.

43
Outro aspecto de extrema importância seria a verificação do sistema de faturação usado na
EDM, quanto ao tamanho do transformador usado na Feng, pois uma possível redução da
potência deste poderia também traduzir-se uma redução no valor da factura paga por parte da
Feng à EDM.

44
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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47

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