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Chimoio, 2019
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
Chimoio, 2019
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
_________________________________
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Chimoio, 2019
DECLARAÇÃO
Eu, Manuel Francisco Binze, declaro que esta monografia é resultado do meu próprio
trabalho e está a ser submetida para a obtenção do grau de Engenheiro na Universidade
Zambeze, Chimoio.
Ela não foi submetida antes para obtenção de nenhum grau ou para avaliação em
nenhuma outra Universidade.
______________________________________________________________
Chimoio,_____ de _____________________2019
Chimoio, 2019
DEDICATÓRIA
Aos meus queridíssimos pais (Abdala Algema & Maria Francisco Binze), irmãos
(Osvaldo; Teresa; Alima; Amarildo; Alice; Aidinha; Olimpia e Júnicia), amigos (Wilson
Munguita; Leonardo Manejo; Ângelo Chitime; Bartolomeu Matecateca; João Uaciquete; Rui
Adamo; Elídio Manhique; Domingos Albino; Idiamine Xavier; Amilcar Raja; Jamal Charles;
José Soca) e ao meu primo (Isac Mussama) que me deram as condições para alcançar os
objectivos almejados;
A todos colegas e amigos dos Cursos Engenharia Ambiental e dos Recursos Naturais,
Engenharia de Construções Rurais e Ordenamento Territorial e Engenharia Agrícola
Ambiental, geração 2015, que foram a verdadeira família durante todo processo de formação.
Não tenho motivos pra tristeza não. Com Jesus sou mais
que vencedor. E toda barreira ficou lá pra traz. Viver com Jesus
é bom demais. (Marquinhos Gomes e Cassiane)
SUMÁRIO
RESUMO .............................................................................................................................. I
ABSTRACT .........................................................................................................................II
LISTA DE FIGURAS & GRÁFICOS ................................................................................. III
LISTA TABELAS ............................................................................................................... V
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS .......................................................................... VI
LISTA DE SIMBOLOS ..................................................................................................... VII
CAPITULO I - INTRODUÇÃO ............................................................................................ 1
1.1. Contextualização ..................................................................................................... 1
1.2. Justificativa ............................................................................................................. 2
1.3. Problematização ...................................................................................................... 2
1.4. Hipótese .................................................................................................................. 3
1.5. Objectivos ............................................................................................................... 3
1.5.1. Geral ................................................................................................................ 3
1.5.2. Específicos....................................................................................................... 3
CAPITULO II- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................... 4
2.2.1. Características das lamas fecais ............................................................................ 7
2.2.2. Gestão de lamas fecais .......................................................................................... 8
2.2.3. Tratamento de lamas fecais em sistema de saneamento ......................................... 9
2.2.4. Processo de tratamento ....................................................................................... 11
2.2.5. Leitos de secagem de lamas ................................................................................ 11
2.2.6. Desidratação de lamas em leitos de secagem ...................................................... 14
2.3. Modelação do processo de desidratação de lamas em leitos de secagem .................... 15
2.3.2 Modelo Matemático aplicado .................................................................................. 17
2.3.2.1 Principais Pressupostos do modelo ................................................................... 18
2.3.2.2 Formulações matemáticas ................................................................................. 19
CAPITULO III-METODOLOGIA ...................................................................................... 24
3.2.1. Dimensionamento da IPSLF ............................................................................... 26
3.2.2. Montagem e caracterização da LS ...................................................................... 26
3.2.3. Avaliação da Condutividade Hidráulica Saturada ............................................... 29
3.2.4. Avaliação da porosidade inicial ou cedência específica do meio filtrante ............ 30
3.2.5. Carregamento das lamas em leitos de secagem ................................................... 30
3.2.5. Análises dos parâmetros em campo: pH, Temperatura e CE nas lamas fecais. ..... 32
3.2.6. Análise laboratorial das amostras ........................................................................ 32
3.2.7. Análise de oxigénio dissolvido ........................................................................... 33
3.2.8. Análises de turbidez nas escorrências ................................................................. 33
3.2.9. Análises de sólidos totais nas lamas .................................................................... 33
3.3 Calibração e validação do modelo matemático ........................................................... 34
CAPITULO IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................. 35
4.1. Avaliação de Condutividade Hidráulica Saturada em Leitos de Secagem .................. 35
4.2. Avaliação de porosidade inicial ou cedência específica ............................................. 37
4.3.1. pH ....................................................................................................................... 37
4.3.2. Temperatura ....................................................................................................... 38
4.3.3. CE ...................................................................................................................... 38
4.3.4. OD ..................................................................................................................... 39
4.3.5. TS ...................................................................................................................... 40
4.4. Modelação do desempenho dos leitos de secagem ..................................................... 44
4.4.1. Considerações gerais .......................................................................................... 44
4.5. Análise comparativa dos resultados experimentais e obtidos por modelação ............. 47
4.5.1. Teor de Humidade .............................................................................................. 47
4.5.2. Massa de água drenada ....................................................................................... 48
4.5.3. Espessura da camada de lamas............................................................................ 49
CAPITULO V- CONCLUSÕES E SUGESTÕES ............................................................... 51
5.1. Conclusões ............................................................................................................... 51
5.2. Sugestões .................................................................................................................. 52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 53
APÊNDICE ........................................................................................................................ 56
ANEXOS ............................................................................................................................ 60
RESUMO
I
ABSTRACT
The objective of this research was to simulate the optimal conditions of fecal sludge
dehydration in drying beds based on the application of a mathematical model of water mass
balance. The research was exploratory, case study. IPSLF was dimensioned and built, saturated
hydraulic conductivity and initial porosity tests were performed in 8 drying beds, sludge was
loaded, daily field and laboratory analyzes of PH, T, CE, OD, Turbidity and ST, and
mathematical modeling was applied to translate the behavior of the drying beds. The IPSLF
had an area of 30 m2, comprising 4 units: dehydration unit, RA treatment unit, filtration well
and vegetation area. The loading of the LF was done in LS03, LS04 and LS04 line. The results
obtained in the saturated hydraulic conductivity tests indicated a maximum average of 0.006m
/ s on LS01 line and a minimum average of 0.0002m / s on LS02, LS02 line, LS03 and LS04.
The initial porosity assays also did not show considerable variation, with a maximum average
of 42.10% in LS04 and a minimum average of 31.08% in LS02. A maximum average pH of
7.10 was obtained in LS03, and a minimum average of 7.02 in LS04 line. A maximum EC
average of 3.37mS / cm in LS04 line and a minimum average of 2.12mS / cm in LS03. A
maximum average OD of 13.38mg / l in LS04 and a minimum average of 11.95mg / l in LS04
line. A maximum average of 20.4ºC in LS04 and minimum average of 19.5ºC in LS04 line. A
maximum TS average of 28% on LS04 and a minimum average of 22% on LS04 line. A
maximum average of 8.11 cm in LS04 line and a minimum average of 7.37 cm in LS04 were
obtained experimentally. A maximum average TH of 78% on LS04 line, and 72% on LS04. A
maximum average drainage mass of 52.6kg in LS04 and a minimum average of 49kg in LS03.
Simulation results were obtained with maximum average thickness of 21cm in LS04 and
minimum thickness of 12cm in LS03. A maximum average TH of 93.2% in LS04 and minimum
87.6% in LS04 line. A maximum average mass of water drained from 24.20kg in LS04 line
and a minimum average of 20.14kg in LS03. The application of the mathematical model on the
experimental results of the city of Chimoio proved to be adjustable, useful and as a suitable
tool for the design and construction of drying beds as technologies for faecal sludge treatment.
Keywords: Drying beds, faecal sludge dehydration, mass water balance model.
II
LISTA DE FIGURAS & GRÁFICOS
Figura 1: Distribuição dos sólidos nas águas residuais urbana e periurbana. ......................... 7
Figura 2: Perfil esquemático de leito de secagem convencional, indicando as espessuras e
granulometrias recomendadas para as diferentes camadas do meio de enchimento. ............. 12
Figura 3: Espessura da camada de lamas, teor de sólidos e precipitação sobre as lamas ao
longo do processo de drenagem. .......................................................................................... 14
Figura 4: Balanço hídrico de massas associado à desidratação de lamas em leitos de
secagem. ............................................................................................................................. 17
Figura 5: Balanço de energia térmica associado ao processo de desidratação de lamas em
leitos de secagem ................................................................................................................ 17
Figura 6: Esboço esquemático do aparelho de Darcy. ......................................................... 22
Figura 7: Mapa de enquadramento geográfico. ................................................................... 24
Figura 8: Mapa de Identificação da Instalação Piloto. ......................................................... 25
Figura 9: Layout da IPSLF ................................................................................................. 26
Figura 10: Montagem da instalação piloto de tratamento de lamas fecais. .......................... 26
Figura 11: Construção dos pilares e Colocação dos tanques sobre os pilares. ...................... 27
Figura 12: Montagem de leito de plantas macrófitas e poço de filtração. ............................ 28
Figura 13: Colocação dos filtros de diferentes granulometrias nos LS. ............................... 28
Figura 14: Fluxograma de avaliação de condutividade hidráulica saturada. ........................ 29
Figura 15: Etapas de avaliação de porosidade inicial. ......................................................... 30
Figura 16: Carregamento de lamas nos LS. ........................................................................ 31
Figura 17: Aparelhos usados e medição dos parâmetros em campo. ................................... 32
Figura 18: Agitando a lama no agitador magnético e medição dos parâmetros.................... 32
Figura 19: Etapa de análise OD nas lamas e nas escorrências. ............................................ 33
Figura 20: Etapas de análise de ST: a) amostra na proveta, b) cadinho sem amostra, c)
cadinho com amostra e d) cadinhos com amostras na estufa. ............................................... 34
Figura 21: Fluxograma esquemático de aplicação do modelo matemático ao longo do ciclo.
........................................................................................................................................... 35
Figura 22: Comportamento de LS01 e LS01 linha na avaliação da K saturada. ................... 35
Figura 23: Comportamento de LS02 e LS02 linha na avaliação da K saturada. ................... 36
Figura 24: Comportamento de LS03 e LS03 linha na avaliação da K saturada. ................... 36
Figura 25: Comportamento de LS04 e LS04 linha na avaliação da K saturada. ................... 36
Figura 26: PH de lamas fecais e escorrências no interior dos leitos de secagem. ................. 37
III
Figura 27: Concentração da temperatura em (ᴼC) de lamas fecais e escorrências em LS. .... 38
Figura 28: Concentração da CE de lamas fecais e escorrências em leitos de secagem no
decorrer do ciclo. ................................................................................................................ 38
Figura 29: Concentração de OD de lamas fecais e escorrências em leitos de secagem no
decorrer do ciclo. ................................................................................................................ 39
Figura 30: Valores de Teor de sólidos das camadas de lamas no interior dos LS03 e LS04 ao
longo do ciclo. .................................................................................................................... 40
Figura 31: Valor de Teor de sólidos da camada de lamas no interior de LS04 linha, ao longo
do ciclo. .............................................................................................................................. 41
Figura 32: Evolução do comportamento de teor de sólidos e espessura da camada de lamas
de todos os leitos. ................................................................................................................ 42
Figura 33: comportamento do teor de humidade em leitos de secagem ao longo do ciclo. .. 42
Figura 34: Comportamento do teor de humidade em leitos de secagem ao longo do ciclo... 42
Figura 35: Massa liquida drenada, ao longo do ciclo da desidratação de lamas fecais. ........ 43
Figura 36: Massa liquida drenada, ao longo do ciclo da desidratação de lamas fecais. ........ 44
Figura 37: O comportamento de TH de todos leitos de secagem ao longo do ciclo. ............ 45
Figura 38: O comportamento da massa de água drenada em ambos os leitos a partir da
simulação ao longo do ciclo. ............................................................................................... 46
Figura 39: Simulação da espessura de lamas de todos leitos ao longo do ciclo.................... 47
Figura 40: Teor de humidade ao longo do ciclo. ................................................................. 47
Figura 41: Massa de água drenada ao longo do ciclo. ......................................................... 48
Figura 42: Espessura da camada de lamas ao longo do ciclo............................................... 49
IV
LISTA TABELAS
V
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
AR Águas Residuais
LS Leitos de Secagem
MAD Massa de água drenada
SD Sólidos Dissolvidos
SSF Sólidos Suspensos Fixos
TH Teor de Humidade
VI
LISTA DE SIMBOLOS
𝐴 Área do leito
𝐶 Concentração de lamas
𝑑𝑇𝐻
Teor de humidade nas lamas num determinado tempo
𝑑𝑡
𝑔 Aceleração da gravidade
𝐻 Altura do sifão
VII
𝑄 Caudal
𝑆𝑇 Sólidos totais
𝑡𝑑 Tempo de drenagem
VIII
CAPITULO I - INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização
1
baixo-custo será muito provavelmente aplicada a uma parte significativa das vilas e cidades do
País, como componente importante de um saneamento seguro.
1.2. Justificativa
1.3. Problematização
2
problemas operacionais dos leitos secagem e automaticamente da gestão de lamas fecais nos
países em via de desenvolvimento, como Moçambique?
1.4. Hipótese
A ausência do modelo matemático em leitos de secagem na fase de implementação de uma
ETAR, provavelmente condiciona a inadequada gestão de lamas fecais.
1.5. Objectivos
1.5.1. Geral
1.5.2. Específicos
3
CAPITULO II- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4
Os efluentes são encaminhados para Estações de Tratamento de Águas Residuais
(ETAR) que servem uma determinada região (ou município) e que centralizam o tratamento de
grandes quantidades de efluentes, de várias origens. Geralmente estas ETAR localizam-se em
zonas peri-urbanas, recebendo por meio de emissários efluentes de um a vários locais. Uma
cobertura adequada do sistema de saneamento baseado num sistema centralizado, requer que a
construção da rede de colectores acompanhe a expansão da malha urbana que serve, e que as
ETAR tenham capacidade de tratamento adequada às necessidades presentes e futuras das
populações que servem. Este tipo de sistemas de saneamento geralmente exige que os efluentes
tenham uma grande percentagem de água na sua composição, para que sejam garantidas as
capacidades de transporte de sólidos ao longo da rede de colectores, impedindo assim a criação
de depósitos e entupimentos. Este factor produz o efeito de diluição da poluição, aumentando
a quantidade de efluente que é necessário tratar, face ao que é produzido.
De acordo com VOLKMAN (2003), geralmente estes tipos de sistemas não são bem -
sucedidos nos países em vias de desenvolvimento, revelando-se soluções não sustentáveis, por
serem muitas vezes meras cópias dos sistemas ocidentais, que não consideram as
condicionantes e especificidades do meio, do clima, dos efluentes e dos factores socioculturais.
5
Flexibilidade dos sistemas – Sistemas que integram tecnologias adaptadas às condições
específicas locais, e que acompanham o crescimento populacional;
Possibilidades de instalação em locais com acesso limitado a abastecimento de água -
Estes sistemas podem ser instalados em locais onde o abastecimento de água pode não
ser directo e contínuo (transporte manual a grandes distâncias), pois não há necessidade
de atingir percentagens mínimas de água nos efluentes para alcançar velocidades de
escoamento, como acontece nas redes de saneamento convencionais;
Redução de impactes no ambiente em consequência de acidentes – Infiltrações de água
residual no solo, com possível contaminação de massas de água, são reduzidos pois os
elementos do sistema são individuais e como tal, um acidente, provoca pequenos danos
e impactes locais;
Aumento das oportunidades de reutilização de água residual – Os efluentes tratados
podem ser utilizados localmente, aumentando assim a sustentabilidade económica das
populações locais;
Melhor relação Custo/Benefício – Estes sistemas são geralmente mais baratos, no que
se refere a custos de investimento, manutenção e operação, quando comparados com
sistemas centralizados.
Segundo o SPERLING, (2007) apud LAMPREIA (2017), diz que geralmente, as ARU
apresentam uma relação de cerca de 99,9% de água para 0,1% de sólidos. Na Figura abaixo
esquematiza-se a distribuição percentual dos sólidos das ARU. Como se observa nesta figura,
as AR são compostas por cerca de 75% de sólidos orgânicos, representados pela fração volátil,
6
e 25% de sólidos inorgânicos. Os sólidos suspensos totais podem ainda ser divididos em
sedimentáveis e coloidais, representando cerca de 65% e 35% de SST, respetivamente.
Assim, a composição das lama varia de IPSLF para IPSLF e, na mesma estação de
tratamento, pode apresentar alterações sazonais, refletindo a variabilidade das características e
quantidades das águas residuais afluentes à IPSLF ao longo do tempo.
7
Do ponto de vista mecânico, assemelham-se a um fluido não-newtoniano com propriedades
reológicas, (TUROVSKIY & MATHAI, 2006).
A gestão das lamas tornou-se uma das questões mais críticas para a indústria do
tratamento das águas residuais em todo o mundo. Cada vez é mais rápido o incremento do
volume de lamas produzido, como consequência do aumento do número de habitantes ligados
aos sistemas de drenagem existentes e às estações de tratamento de águas residuais (ETAR).
Por outro lado os critérios de descarga nos efluentes são cada vez mais exigentes (JORGE
SANTOS, 2012).
A partir dos anos 70, começou a haver interesse em estudar os sistemas de saneamento
nos países em desenvolvimento. Os sistemas de saneamento convencionais, nem sempre eram
adequados aos meios urbanos dos países em desenvolvimento, devido aos elevados custos e
necessidades de manutenção, criando-se assim dificuldades acrescidas resultantes do baixo
nível de riqueza desses países na sua possível implementação (HAZEL, 2015).
8
A dignidade humana;
A qualidade de vida;
A proteção do meio ambiente;
A participação das entidades interessadas para a tomada de decisão e o seu
envolvimento na gestão de lamas fecais. Em 2007 a Associação Internacional
da Água criou uma Plataforma chamada “Sanitaton 21” que reuniu
conhecimentos e informações sobre o planeamento urbano.
Em 2012, no Rio de Janeiro, na Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente,
foram firmados vários acordos para a criação de novos objetivos para o desenvolvimento
sustentável, a serem implementados até 2030. “Assegurar a disponibilidade e sustentabilidade
da gestão de água e saneamento para todos” é um dos objetivos a atingir.
Para garantir uma melhor gestão de lamas fecais, é necessário possuir conhecimentos
adequados sobre as técnicas, as normas, a gestão, bem como o seu manuseamento, isto é,
necessário saber o tipo do clima predominante, o tipo do saneamento e a característica das
lamas, o que ajudará a definir a técnica de recolha e esvaziamento e transporte das lamas,
possibilitando também a escolha do tratamento adequado.
O tratamento das lamas fecais que afluem às IPSLF visam, sobretudo, na separação do
liquido no solido usando processo de desidratação e reduzir a carga orgânica associada, através
de operações físicas e processos químicos e/ou biológicos para que possam utilizar ou ser
descarregadas no meio recetor sem riscos para o ambiente e saúde pública em geral.
9
O tratamento de lamas fecais na instalação piloto em leito de secagem integra,
normalmente, um conjunto de processos e operações unitários de tratamento preliminar,
tratamento primário e tratamento secundário, ou biológico, podendo ainda incluir processos
adicionais de tratamento terciário.
A linha de tratamento da fase líquida de uma IPSLF pode ainda ser complementada por
uma etapa de tratamento terciário, que se destina à remoção de poluentes específicos (tóxicos
ou não biodegradáveis) ou de nutrientes que permaneçam nas águas residuais após o tratamento
secundário. Nesta etapa são produzidas as lamas terciárias, por vezes denominadas lamas
químicas.
10
2.2.4. Processo de tratamento
Regra geral, de forma a atingir estes objetivos, uma linha de tratamento convencional de
lamas de IPSLF compreende uma etapa de tratamento preliminar, a que se segue o
espessamento das lamas, a sua estabilização e a desidratação, por vezes precedida pelo seu
condicionamento. Adicionalmente, podem estar previstas as etapas de secagem e/ou desinfeção
das lamas.
11
Figura 2: Perfil esquemático de leito de secagem convencional, indicando as espessuras e granulometrias
recomendadas para as diferentes camadas do meio de enchimento.
Assim, em cada leito, as lamas são depositadas sobre a camada superior do meio de
enchimento e, numa fase inicial, a sua desidratação ocorre fundamentalmente por percolação
da água livre, através da própria massa de sólidos em suspensão e das várias camadas que a
suportam, que é recolhida pelo sistema de drenagem.
Segundo ANDREOLI et al., (2007), devido ao elevado teor de gases nas lamas,
nomeadamente dióxido de carbono e/ou metano, decorrente das pressões hidráulicas a que são
submetidas durante os processos de estabilização, quando estas são depositadas nos leitos, os
sólidos presentes são arrastados para a superfície, formando-se uma camada líquida
relativamente clarificada sobre a camada superior de areia. Assim, inicialmente, esta água
percola facilmente através do meio de enchimento. À medida que a fração de água livre das
lamas é removida, diminuindo, consequentemente, a carga hidráulica sobre o meio de
enchimento, e que as partículas sólidas se depositam sobre o meio de enchimento, colmatando
parte dos vazios existentes, a drenagem torna-se gradualmente mais lenta e as lamas adotam
um aspeto pastoso. Nos casos em que a drenagem ocorre rapidamente, isto é, toda a água
drenável presente nas lamas é removida num curto espaço de tempo, no final do processo de
desidratação as lamas apresentam valores de TS uniformes, em toda a camada aplicada. Pelo
contrário, quando se verifica uma drenagem mais lenta, as lamas desidratadas apresentam
12
alguma variação dos valores do TS em diferentes profundidades da espessura de lamas,
verificando-se a formação de uma crosta superficial, melhor desidratada, sobre uma camada
mais húmida.
Segundo AISSE et al., (1999) apud SOARES (2001), a drenagem de água, nos leitos
de secagem de lamas, ocorre até um TS nas lamas de 20%, independentemente do TS inicial,
da taxa de carregamento e do tempo de exposição das lamas no leito.
A remoção adicional de água das lamas, com consequente aumento do TS, ocorre por
evaporação através da superfície de contacto entre as lamas e o ar envolvente, até que seja
alcançado o valor pretendido. O processo de evaporação é condicionado pelas condições
meteorológicas, particularmente pela temperatura, radiação solar e humidade relativa do ar
(MORTARA, 2011). Este fenómeno depende também das características da lama,
nomeadamente em termos das frações de água presentes, após a remoção da maior parte da
água livre por percolação, e da espessura da camada de lamas aplicada, que condiciona a sua
exposição à radiação e temperatura ambiente. A remoção de água através da sua evaporação
ocorre, naturalmente, de forma mais lenta, quando comparada com a remoção por drenagem.
13
Figura 3: Espessura da camada de lamas, teor de sólidos e precipitação sobre as lamas ao longo do processo de
drenagem.
O processo de desidratação em leitos de secagem, ocorre até que seja atingido o valor
de humidade de equilíbrio nas lamas. Assim, apesar de a maioria dos autores aconselhar a
remoção das lamas dos leitos de secagem quando se atinge um TS de cerca de 30%.
Face ao elevado teor de água das lamas produzidas, a desidratação apresenta-se como uma
etapa vantajosa, ou mesmo indispensável, seja qual for o destino final previsto para as lamas,
possibilitando, para além dos objetivos supracitados, de acordo com METCALF & EDDY
(2003):
14
A redução substancial dos custos inerentes ao armazenamento, transporte e disposição
final, consequência da redução de volume e de peso associadas à remoção de água;
A melhoria das condições de manuseamento e transporte das lamas uma vez que o
comportamento mecânico das lamas é altamente influenciado pelo seu TH;
O aumento do poder calorífico das lamas, sendo necessária menos energia para o seu
aquecimento, o que constitui uma vantagem, caso se pretenda a sua inceneração ou
valorização energética;
A redução da necessidade de adição de reagentes nos processos de tratamento
subsequentes, mais valia caso se preveja a compostagem das lamas;
A redução do potencial de putrefação das lamas, libertação de odores e proliferação de
insetos, consequência da diminuição do TH das lamas;
A redução da produção de lixiviados, quando as lamas são depositadas em aterro.
As lamas podem ser desidratadas através de processos naturais, baseados nos
fenómenos de evaporação e percolação, ou por sistemas mecânicos, em dispositivos
que requerem energia externa e promovem a filtração, compressão, separação
centrífuga e compactação.
Desde a década de 70 que têm sido desenvolvidos diversos modelos com vista à
simulação do funcionamento de uma IPSLF, revelando serem especialmente úteis para a sua
operação e gestão. Um modelo é, de uma forma geral, a representação simplificada do que
ocorre na realidade, possibilitando a análise do comportamento de uma IPSLF e uma melhor
compreensão dos processos que se encontram envolvidos. É um conjunto de equações
15
matemáticas e procedimentos, constituídos por diferentes variáveis e diferentes parâmetros que
variam ao longo do tempo (POMBO, 2010). Permite ainda um estudo e análise de determinadas
questões de engenharia num curto intervalo de tempo e sem custos associados às análises
laboratoriais.
Nas condições descritas, a água presente nas lamas pode ser removida por evaporação,
através da superfície de lamas exposta ao ar, ou ser drenada pelo sistema existente nos leitos
para esse efeito. Por outro lado, estando o volume de controlo exposto às condições
16
meteorológicas, pode ser adicionada água por precipitação sobre o leito, conforme figura a
baixo ilustra.
Figura 5: Balanço de energia térmica associado ao processo de desidratação de lamas em leitos de secagem
Fonte: SOUSA at al., (2001).
A escolha do modelo deveu-se principalmente ao facto deste ter sido desenvolvido para
condições moçambicana, tendo sido aplicado em vários experimentos.
17
2.3.2.1 Principais Pressupostos do modelo
Assume-se que a lama é um material poroso e homogéneo, constituído por uma fase
sólida e líquida, respetivamente. Esta simplificação não leva em consideração as
diferentes frações em que a massa de água presente nas lamas se distribui (frações livre,
intersticial, adsorvida e intracelular);
Uma vez que se pretende estudar as transferências de massa da água presente nas lamas
para o ar envolvente, o ar constitui o único meio em referência envolvido no processo.
É um gás ideal com uma composição constante e flui de forma perpendicular ao leito
com uma determinada temperatura, velocidade e humidade relativa;
O teor de humidade das camadas que constituem o meio filtrante (areia e brita) são
constantes;
Durante o carregamento dos leitos, é desprezada a influência da velocidade de
sedimentação dos sólidos sobre a drenagem. Na prática, a velocidade de sedimentação
dos sólidos condiciona as taxas de drenagem na fase inicial do processo ao regular a
quantidade de sólidos depositados na superfície do meio filtrante;
Todos os sólidos são capturados e depositados em toda a extensão da superfície do meio
filtrante na forma de uma camada porosa homogênea, com uma permeabilidade
constante. Esta simplificação não considera o facto de, principalmente durante a fase
inicial do processo e dependendo das características do meio filtrante, parte dos sólidos
ser arrastada para o interior do meio filtrante, onde se acumulam e/ou são removidos
juntamente com a massa líquida drenada;
É negligenciado o efeito de possíveis transformações bioquímicas que podem ocorrer
ao longo do processo de desidratação, tanto na lama como no interior do meio filtrante,
sobre as taxas de evaporação e de drenagem, respetivamente;
Admite-se que a resistência à drenagem seja constante durante todo o processo. Na
realidade, o valor da resistência vai aumentando à medida que a energia disponível para
o escoamento diminui, mas este facto é considerado desprezível, isto é, pouco relevante;
Assume-se que a fração de sólidos e o volume total da lama permanece constante à
medida que a evaporação ocorre;
18
Assume-se que a evaporação ocorre a partir da área interfacial da camada de lamas,
desprezando-se dessa forma todas as transferências de massa e de energia através do
contacto com as paredes laterais e o fundo dos leitos (superfícies adiabáticas). Esta
hipótese aproxima-se à realidade na medida em que as paredes dos leitos devem ser
naturalmente impermeáveis;
Admite-se que não há acumulação de qualquer substância na área interfacial e,
consequentemente, a velocidade de transferência de massa é a mesma em ambos os
lados da interface;
A massa de água adicionada pela precipitação na superfície no volume de controlo é
considerada imiscível com a lama sendo, portanto, adicionada na superfície como
sobrenadante.
𝑑𝑇𝐻 𝑚𝑤
= (1)
𝑑𝑡 𝑚𝑤 +𝑚𝑠
De uma forma geral, pode ser determinada a partir da equação (2), que traduz o balanço
de massa no sistema num instante, onde: 𝑚𝑤𝑜 corresponde à massa da fração líquida
inicialmente presente nas lamas(𝑘𝑔); 𝑚𝑝(𝑡) correspondente à massa de água precipitada sobre
o volume de controlo (área superficial do leito) (𝑘𝑔) ; e 𝑚𝑑 e 𝑚𝑒𝑣 correspondem à massa
líquida drenada e evaporada , respetivamente.
19
ao volume de controlo, do valor aproximado da massa volúmica das lamas a desidratar (𝜌𝑤 ) e
do valor do teor de humidade inicial das lamas (𝑇𝐻0 ), ver Equação (3).
𝑚𝑝(𝑡) = 𝐴 × ℎ𝑝 × 𝜌𝑤 (4)
Para KIM (2001), A massa líquida drenada, 𝑚𝑑 pode ser determinada a partir da
equação (2), excluindo-se às contribuições das variáveis evaporação e precipitação. Deste
modo, 𝑚𝑤(𝑡) pode ser determinada a partir da equação (5), que reflete a evolução da fração da
massa líquida presente nas lamas à medida que o processo de drenagem ocorre até às lamas
atingirem um ponto de equilíbrio, correspondente a um determinado teor de humidade, a partir
do qual o fluxo da massa líquida drenada cessa ou passa a ocorrer de forma pouco significativa,
usualmente denominado por capacidade de campo da lama. Assim, na equação (5), 𝑚𝐶𝑐
representa a massa líquida presente nas lamas na qual a drenagem cessa (𝑘𝑔) ; 𝑡𝑑, o tempo
total de drenagem (s), 𝑡, o tempo (s) e 𝐾𝑑𝑡 , uma constante empírica (𝑠 −1 ).
𝐾𝑑×𝑡)
𝑚𝑤(𝑡) = 𝑚𝐶𝑐 + (𝑚𝑤𝑜 − 𝑚𝐶𝑐 )𝑒 [ 𝑡−𝑡𝑑 ] (5)
O 𝑚𝐶𝑐 pode ser estimado a partir do valor da fração da massa inicial de sólidos presente
nas lamas e da capacidade de campo da lama, 𝑇𝐻𝐶𝑐 (%), através da equação (6). Nesta equação,
𝑇𝐻𝐶𝑐 representa o teor de humidade da lama após a drenagem cessar ou deixar de ter um efeito
preponderante no processo de desidratação.
𝑚𝑠 ×𝑇𝐻𝐶𝑐
𝑚𝐶𝑐 = (6)
(100−𝑇𝐻𝐶𝑐 )
O valor de 𝑇𝐻𝐶𝑐 depende de uma série de fatores, com destaque para as caraterísticas
estruturais das lamas, designadamente: concentração de sólidos, conteúdo de matéria orgânica,
tamanho das partículas e das frações intersticiais das lamas, entre outras (KIM, 2001). Pode ser
20
obtido a partir da equação (7). Nesta equação, 𝐶 representa a concentração de inicial de
𝑘𝑔
sólidos (𝑘𝑔/𝑚3 ) e 𝑘𝐶𝑐 (𝑚3 ) e 𝛼𝐶𝑐 Correspondem aos parâmetros de calibração.
Na equação (5),𝑘𝑑 reflete a resistência proporcionada pelo cake e pelo meio filtrante ao
movimento do escoamento e depende dos parâmetros: 𝜌𝑤 , a massa volúmica da água 𝑘𝑔𝑚−3 ;
𝑔, a aceleração da gravidade (𝑚𝑠 −2 ); 𝜇 , a viscosidade dinâmica da água (𝑘𝑔/𝑚𝑠 −1 ) ;𝑅𝐶 , a
resistência do cake (𝑚−1 ); e 𝑅𝑚 , a resistência do meio filtrante (𝑚−1 ) . A resistência à
drenagem, proporcionada fundamentalmente pelo cake e pelo meio filtrante, pode ser
determinada a partir da equação (7), de acordo com DOMINIAK et al. (2010). Nesta equação,
a soma das duas resistências (𝑅𝑐 𝑒 𝑅𝑚 ) representa a resistência total à drenagem.
𝜌𝑤 ×𝑔
𝐾𝑑 = (8)
𝜇(𝑅𝑐 +𝑅𝑚 )
Segundo DOMINIAK et al. (2010), a 𝑅𝐶 pode ser determinada a partir da equação (9)
onde, a resistência específica do cake 𝛼 (𝑚𝐾𝑔−1 ) é um parâmetro que descreve o grau de
dificuldade em desidratar um determinado material e que, juntamente com a concentração de
lamas 𝑐 (𝐾𝑚−3 ) e a espessura inicial da massa de lamas ℎ0 , traduz a dificuldade oferecida pelo
cake à passagem da água livre até atingir o meio filtrante (E.G. KAVANAGH, 1980;
BERKTAY, 1998; KIM, 2001).
𝑅𝑐 = 𝛼 × 𝐶 × ℎ0 (9)
A resistência do meio filtrante (𝑅𝑚 ) pode ser estimada a partir da equação (10) onde:𝑘𝑚
representa a permeabilidade do meio filtrante (𝑚−2 ); 𝐾 a condutividade hidráulica saturada
(𝑚𝑠 −1 ) ; e 𝐿𝑚 a espessura do meio filtrante (𝑚).
𝐿 𝐿𝑚 ×𝜌𝑤 ×𝑔
𝑅𝑚 = 𝐾𝑚 = (10)
𝑚 𝜇𝐾
21
2.4. Ensaio de condutividade hidráulica em leitos de secagem
Ele mostrou que a vazão (Q) de escoamento da água é proporcional à secção transversal
(A) do filtro além de ser também proporcional à diferença de carga hidráulica (h1-h2) entre
dois pontos de uma coluna porosa e inversamente proporcional à distância (L) entre os pontos.
Além disso demonstrou que a vazão é proporcional a um coeficiente de proporcionalidade (K),
chamado de condutividade hidráulica, que varia de acordo com as características do meio
poroso (FAITOSA et al.,2008).
∆ℎ
𝑄 = −𝐾𝑥𝐴𝑥(ℎ1 − ℎ2)/𝐿 ou de um modo geral como: 𝑄 = 𝐾𝑥𝐴𝑥( ∆𝑙 )
Onde:
22
Segundo FEITOSA et al. (2008), quando a carga hidráulica cresce em uma direção o
gradiente hidráulico é positivo, mas se houver o decréscimo da carga o gradiente será negativo.
O movimento da água ou o fluxo da água no leito ocorre da maior carga hidráulica para a
menor, desta forma o seu sentido é o do gradiente negativo. O sinal negativo na lei de Darcy
indica que a velocidade tem sentido contrário ao gradiente, ou seja, o fluxo da água ocorre na
direção do decréscimo da carga hidráulica.
Este parâmetro hidráulico é um dos poucos, na natureza, que pode variar mais de doze
ordens de grandeza (um trilhão de vezes). Quanto maior a permeabilidade do material
geológico maior é o valor da condutividade hidráulica (CLEARY, 1989).
2.4.1. Determinação de K
O coeficiente de condutividade hidráulica (K) pode ser determinado tanto por métodos
laboratoriais como através de ensaios de campo. Ambos apresentam vantagens e desvantagens.
23
pode comprometer o desenvolvimento das culturas bem como da contaminação do solo, das
águas subterrâneas e a salvaguarda da saúde humana, (JANE, 2017).
CAPITULO III-METODOLOGIA
3.1. Descrição da Área de Estudo
24
Figura 8: Mapa de Identificação da Instalação Piloto.
A precipitação média anual varia entre 1000 a 1200 mm, concentrada maioritariamente
na época chuvosa compreendida entres os meses de Outubro e Março (INAM, 2014). A
temperatura média anual é de 22º C, com uma época quente de Outubro a Abril e uma época
fresca de Maio a Setembro. As temperaturas nesta região podem ser consideradas amenas em
relação a outras regiões de Moçambique, com uma temperatura mínima de 10.8º C, e uma
máxima de 32,1º C. O vento dominante em todos os meses do ano é do sudoeste (INAM, 2014).
25
Engenharia Ambiental e dos Recursos Naturais. Os dados fornecidos referem-se as mínimas,
médias e máximas mensais de Temperatura, Precipitação, Humidade, Insolação e Vento médio,
dos meses: dezembro (2018), Janeiro a Agosto de 2019. Os dados foram aplicados no modelo
matemático para a simulação do processo de desidratação de lamas fecais ao longo do ciclo
26
4 réplicas e quatro originais, organizados de forma paralela. O restante serviu de receptor de
drenados, montados em paralelo.
Para a construção dos pilares, foi primeiro necessário a remoção de cobertura vegetal
na área de implantação com cerca de 30m2, posteriormente construi-se os pilares, e estes
tiveram cerca de 40 cm de altura para minimizar a perda de calor por condução em contacto
com o solo e 2 cm de inclinação para facilitar a escorrência de água nos leitos de secagem de
forma a minimizar o acumulo de água nos leitos de secagem, quando assente sobre os pilares.
Os pilares tiveram uma distância de 1,20 m de comprimento (C), 1 m de largura (L) na parte
externa baseando-se nas medidas do tanques e o espaçamento entre a base dos pilares foi de 1
m para evitar a sombreamento entre os tanques, que provavelmente poderia influenciar
negativamente na secagem das lamas. Foram usados blocos tipo 20 maciçados para suportar o
peso dos leitos, como ilustra a figura abaixo.
Figura 11: Construção dos pilares e Colocação dos tanques sobre os pilares.
Fonte: Autor (2019).
27
colocadas camadas filtrantes de diferentes granulometria, isto é, areia de 02 a 06 mm de
diâmetro a uma altura de 20 cm e brita grossa de 20 mm de diâmetro a uma altura de 45 cm.
Fez-se a canalização para a escorrência de águas que saia dos leitos de secagem
(tratamento físico) drenando em baldes de 60 L que serviam como sistema de drenagem,
denominado ELS, este de seguida drenava a água para a canalização subterrânea feita, que
conduzia por sua vez a água para os leitos de plantas macrófitas (tratamento biológico), e do
leito de macrófitas para o poço de filtração.
As camadas filtrantes no poço de filtração, foram colocadas com vista a reduzir níveis
de microrganismos e evitar a contaminação do lençol freático na área de implantação, conforme
ilustra figura abaixo.
A colocação das camadas filtrantes nos LS foi definida de acordo com o tipo de material
a ser filtrado, como forma de não comprometer o meio poroso. Usou-se mesmas espessuras de
camadas filtrantes para todos os leitos, definidas com uma altura de 40 cm, sendo que de cima
para baixo encontramos a areia fina do rio (10cm), brita fina (10cm) e brita grossa (20cm), e
perfurou-se o meio com um tubo polimérico para controlar o acúmulo de água nos LS.
a) Areia, variação de b) Brita fina tipo 2, variação de c) Brita grosso tipo 1, variação de
granulometria (02-06mm). granulometria (07-15mm) granulometria (15-19mm)
28
3.2.3. Avaliação da Condutividade Hidráulica Saturada
Enchimento do
tanque até nível
constante N=Ni
Repetição de ensaios
variando-se N & H
Posicionamento do Obtenção de
topo de sifão H=Hi condutividade
hidráulica “K”
Medição de caudal
de descarga
𝐷𝐻 𝑄𝑥𝐿 (1)
𝑄 = 𝐾𝑥𝐴𝑥 𝐾=
𝐿 (𝑁 − 𝐻)𝑥𝐴
Onde:
𝑚
𝑘 − Condutividade hidráulica saturada ( 𝑠 ); 𝑁 − Nível de água (m);
𝑚3
𝑄 − Caudal ( ); 𝐻 − Altura do sifão (m);
𝑠
29
3.2.4. Avaliação da porosidade inicial ou cedência específica do meio filtrante
Enchimento do
tanque até nível
N=topo da areia
Repetição do ensaio
para a confirmação
Anotação do Obtenção
Anotação do
volume de
volume de água
descarregado porosidade
inserido
para inicial
confirmação
Descarga do
volume inserido
O carregamento de lamas consistiu em colocar o jacto nos LS, usando a tampa de balde
como forma de reduzir a pressão da bomba no decorrer do carregamento, de modo a evitar a
erosão sobre o meio filtrante, inseriu-se um volume de lamas nos LS a uma altura considerada,
anotou-se as alturas de lamas nos LS, o tempo de carregamento e identificou-se os tipos de
resíduos existes nas lamas. Foram medidos no dia de carregamento alguns parâmetros em
campo como o PH e CE e foi feita a medição em laboratório de ST, OD e Temperatura.
30
O monitoramento diário consistiu na medição em campo de PH, CE e T, assim como,
na realização de análises laboratoriais de ST, OD e Turbidez. Conforme ilustra a tabela abaixo.
O início da desidratação foi dado após abertura das válvulas na descarga. Foram
colhidas amostras nas escorrências para análises laboratoriais tais como mencionado acima
excluindo apenas o ST. Foi anotado diariamente o volume da escorrência usando um balde de
60L com formato retangular com uma área de 1692 cm2 como referência.
31
3.2.5. Análises dos parâmetros em campo: pH, Temperatura e CE nas lamas fecais.
(a) (b)
Figura 18: Agitando a lama no agitador magnético e medição dos parâmetros.
Fonte: Autor (2019)
32
3.2.7. Análise de oxigénio dissolvido
As análises de Teor Sólidos (TS) das lamas foram realizadas de acordo com o
procedimento 2540 G, APHA (2012), indicado por RICE et al., (2012), em uma balança
analítica de medição de massa seca do tipo KERN Ple, que possui capacidade máxima de 4200g
e sensibilidade de 0,01g programada de acordo com o mesmo procedimento. Em linhas gerais
os procedimento consistiram em: colocar as amostras na proveta, pesar o cadinho 25ml na
balança analítica, inserir amostras da proveta nos cadinhos de porcelana, pesar os cadinhos com
amostra não seca, anotar os valores ilustrados pela balança, colocar as amostras na estufa de
controlo de qualidade, ligar a estufa a uma temperatura de 103oC a 105o C por 24horas, pesar
os cadinhos com as amostras secas e anotar os valores.
(𝐴 − 𝐵)𝑥100 (3)
% 𝑆𝑇 =
𝐶 −𝐵
33
Onde:
34
Figura 21: Fluxograma esquemático de aplicação do modelo matemático ao longo do ciclo.
Fonte: Autor (2019).
35
Figura 23: Comportamento de LS02 e LS02 linha na avaliação da K saturada.
Fonte: Autor (2019).
O outro aspecto importante que foi possível observar no que tange ao ensaio hidráulico
quanto ao comportamento diferenciado da relação velocidade de escoamento e tempo, deveu-
se a factores como: o tamanho do meio poroso e a compactação do meio filtrante. Henry Darcy,
demonstrou em seus estudos que a vazão é proporcional a um coeficiente de proporcionalidade
36
(K), chamado de condutividade hidráulica, que varia de acordo com as características do meio
poroso (FERNANDO et al.,2015).
4.3.1. pH
Os gráficos a baixo ilustram o pH de lamas fecais e escorrências em todos os leitos de
secagem ao longo do ciclo.
37
leitos. De acordo com o Decreto no 18/2004 de 2 de junho, ambos os leitos apresentam valores
que estão nos Padrões máximos permitidos, referente ao PH que é de (6 a 9) para efluentes
domésticos.
4.3.2. Temperatura
O LS04 registou temperaturas para lamas e escorrências, com uma máxima de 25,4º C
e 29,3º C, media de 20,4º C e 24,03º C e mínima de 16,9º C e 21,5º C, respectivamente. Para o
LS04 linha, registou-se temperaturas para lamas e escorrências, situadas em: máxima de 25,1º
C e 23,9º C, media de 19,5º C e 21,29º C e mínima de 16,7º C e 16,7º C, respectivamente.
4.3.3. CE
Os gráficos a baixo ilustram a concentração de CE de lamas fecais e escorrências em
todos os leitos de secagem ao longo do ciclo. Registou-se no LS03 uma média e um desvio
padrão na CE em torno de 3,12 mS/cm e 0,53 mS/cm para lamas, e 3,71 mS/cm e 1,94 mS/cm
para escorrência, respectivamente.
Figura 28: Concentração da CE de lamas fecais e escorrências em leitos de secagem no decorrer do ciclo.
38
Fonte: Autor (2019)
O LS04, registou uma média e um desvio padrão na CE em torno de 2,90 mS/cm e 0,52
mS/cm para lamas, e 3,43 mS/cm e 0,27 mS/cm para escorrência, respectivamente. Para LS04
linha, registou-se uma média e um desvio padrão na CE em torno de 3,37 mS/cm e 0,85 mS/cm
para lamas, e 3,51 mS/cm e 0,55 mS/cm para escorrência, respectivamente.
Quanto mais ácida for a substância, maior é capacidade que ela possui de conduzir a
corrente eléctrica. Deste modo, pode se dizer que o aumento da CE vai indicar a maior a
quantidade de iões dissolvidos no meio. Com a redução do pH no dia 16 de julho, verificou-se
um aumento na CE em todos os leitos devido a acidez carbónica.
4.3.4. OD
Os gráficos a baixo ilustram a concentração de OD de lamas fecais e escorrências em
todos os leitos de secagem ao longo do ciclo. Registou-se no LS03 uma média e um desvio
padrão no OD em torno de 12,40 mg/L e 5,95 mg/L para lamas, e 10,07 mg/L e 3,93 mg/L para
escorrência, respectivamente. O LS04, registou uma média e um desvio padrão no OD em torno
de 13,38 mg/L e 6,11 mg/L para lamas, e 10,27 mg/L e 5,64 mg/L para escorrência,
respectivamente. Para LS04 linha, registou-se uma média e um desvio padrão no OD em torno
de 11,95 mg/L e 6,67 mg/L para lamas, e 9,69 mg/L e 5,79 mg/L para escorrência,
respectivamente.
Figura 29: Concentração de OD de lamas fecais e escorrências em leitos de secagem no decorrer do ciclo.
Fonte: Autor (2019).
39
4.3.5. TS
Com base nos gráficos acima, pode observar-se que houve uma evolução significativa
de teor de sólidos nos LS, de tal modo que, o LS03 apresentou uma concentração inicial de
teor de sólidos de 3% e final de 54%, resultando em um aumento na ordem de 51%. Observou-
40
se um comportamento contrário para a espessura da camada de lamas no mesmo leito, sendo
que a inicial foi de 35 cm e final de 2,5 cm, resultando numa redução na ordem de 94,29%.
0% 27% 46%
Figura 31: Valor de Teor de sólidos da camada de lamas no interior de LS04 linha, ao longo do ciclo.
Fonte: Autor (2019).
Quanto ao LS04 linha, o teor de sólido inicial foi de 4% e o final de 46%, resultando
em um aumento na ordem de 42%. Quanto a espessura da camada de lamas, observou-se no
início uma espessura de 43 cm e no final de 2,5 cm, resultando numa redução significativa de
94,19%.
41
Figura 32: Evolução do comportamento de teor de sólidos e espessura da camada de lamas de todos os leitos.
Fonte: Autor (2019).
Conforme pode se observar no gráfico acima, o LS03 foi o que apresentou maior
concentração de teor de sólidos, na ordem de 54%, seguido do LS04 com 53% e o menor valor
foi observado no LS04 linha de 46%. O LS03 e LS04 linha apresentaram uma redução similar
da espessura da camada de lamas, diferenciando-se apenas na espessura inicial. Diferentemente
do LS04 com uma espessura final de 2,6 cm. Desta forma, é evidente a diminuição da espessura
da camada de lamas ao longo do ciclo.
42
No que tange ao comportamento de TH do LS03, registou-se no primeiro e ultimo dia
um valor de 97% e 46%, respectivamente, tendo-se uma redução na ordem de 51%. Para o
LS04, observou-se uma desidratação similar ao LS03, sendo que registou-se no primeiro e
ultimo dia um valor de 97% e 47%, respectivamente, tendo-se uma redução na ordem de 50%.
Diferentemente do LS04 linha, onde verificou-se no primeiro e ultimo dia um valor de 96% e
54%, respectivamente, tendo-se observado a menor redução, na ordem de 42%.
Figura 35: Massa liquida drenada, ao longo do ciclo da desidratação de lamas fecais.
Fonte: Autor (2019).
43
Figura 36: Massa liquida drenada, ao longo do ciclo da desidratação de lamas fecais.
Fonte: Autor (2019).
44
Figura 37: O comportamento de TH de todos leitos de secagem ao longo do ciclo.
Fonte: Autor (2019).
Com base na modelação matemática, foi possível prever para o LS03 um TH final de
87.1%, tendo-se como TH inicial de 97%, fazendo com que haja deste modo, uma redução na
ordem de 9,9%. Para o LS04, previu-se um TH final de 92,1%, tendo-se como TH inicial de
97%, fazendo com que haja uma redução de 4,9%. Quanto ao LS04 linha, tendo-se como um
TH inicial de 96%, foi possível prever um TH final de 84,5% após os 14 dias de desidratação,
ficando deste modo evidente uma redução de TH na ordem de 11,5%.
45
Figura 38: O comportamento da massa de água drenada em ambos os leitos a partir da simulação ao longo do
ciclo.
Fonte: Autor (2019).
46
Figura 39: Simulação da espessura de lamas de todos leitos ao longo do ciclo.
Fonte: Autor (2019).
Quanto ao TH, pode-se observar no gráfico abaixo uma larga diferença em todos os LS,
tendo-se uma menor redução no TH final para os valor previstos pelo modelo, em média na
ordem de 8,77%, diferentemente dos valores obtidos no experimento realizado em campo, que
média rondou na ordem de 49%, dando desta forma uma diferença na ordem de 40,23%.
47
No LS03, para o experimento realizado em campo, registou-se uma redução de TH na
ordem de 51%, diferentemente do valor previsto pelo modelo, na ordem de 9,9%, fazendo com
que haja desta forma uma diferença de TH situada em 41,1%. Para o LS04, registou-se no
experimento realizado em campo uma redução de TH na ordem de 50%, valor este superior a
4,9% de redução de TH previsto pelo modelo, originando deste modo uma diferença de 45,1%
de TH. E quanto ao LS04 linha, registou-se a maior redução de TH como valor previsto pelo
modelo, na ordem de 11,5%, e a menor redução de TH para o experimento, na ordem de 42%,
originando deste modo a menor diferença de TH, na ordem dos 30,5%.
Quanto a massa de água drenada ao longo do ciclo, observou-se no LS03, uma massa
de água drenada no primeiro e ultimo dia de 158,9kg e 8,2Kg para o experimento, e 87,25kg e
0,90kg para a simulação, respectivamente., dando desta forma uma diferença na redução em
48
torno de 4,13% de massa de água drenada. No LS04, observou-se uma quantidade de água
drenada para o primeiro e ultimo dia de 180kg e 0,8Kg para o experimento, e 66,75kg e 0,03kg
para simulação, respectivamente., originando uma diferença na redução de massa de água
drenada na ordem de 0,4%. Para o LS04 linha, observou-se uma massa de água drenada no
primeiro e ultimo dia de 136,9kg e 16,4kg para o experimento, e 64,73kg e 0,27kg para a
simulação, respectivamente., dando desta forma a maior diferença de massa de água drenada
observada, em torno de 11.56%.
50
CAPITULO V- CONCLUSÕES E SUGESTÕES
5.1. Conclusões
A instalação piloto teve uma área de 30 m2, sendo definida em quatro (4) unidades:
unidade de desidratação, unidade de tratamento de águas residuais, poço de filtração e área de
vegetação. Integrando oito (8) leitos de secagem de lamas fecais e um (1) tanque de tratamento
de efluentes drenados no processo de desidratação.
51
5.2. Sugestões
52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Sons, Inc, Nova Jersey, 2006
55
APÊNDICE
LS04
Cc (%) 92.3 LS04
Md_EXP Mw_EXP THD_EXP Mw_Pred Md_Pred THD_Pred Rt (m^- Rm (m^- Rc (m^-
t (d) Kd (d^-1) MCc (L) t (d) Erro K (s^-1) Ko (m2) α (m/kg)
K (m/s) 2.00E-04 (kg) (kg) (%) (kg) (kg) (%) 1) 1) 1)
g (m/s2) 9.81 0.0 0.0 417.1 97.0 0.0 154.6 0.0 417.1 0.0 97.0
ρ (Kg/m3) 998 1.0 180.0 237.1 94.8 4.7 154.6 1.0 340.8 10749.0 76.3 96.4 5.5E-05 1.8E+11 2.0E-11 2.0E+10 1.6E+11 1.2E+10
ρs (Kg/m3) 1015 2.1 60.0 177.1 93.2 3.9 154.6 2.1 262.1 7217.2 78.7 95.3 4.5E-05 2.2E+11 2.0E-11 2.0E+10 2.0E+11 1.6E+10
µ (Kg/ms) 0.001 3.2 18.6 158.5 92.5 2.9 154.6 3.2 187.9 861.8 74.2 93.6 3.3E-05 3.0E+11 2.0E-11 2.0E+10 2.8E+11 2.1E+10
Lm (m) 0.4 4.3 3.4 155.1 92.3 1.5 154.6 4.3 155.4 0.1 32.5 92.3 1.7E-05 5.6E+11 2.0E-11 2.0E+10 5.4E+11 4.2E+10
C (kg/m3) 30 5.3 0.2 154.9 92.3 0.1 154.6 5.3 154.6 0.1 0.7 92.3 7.5E-07 1.3E+13 2.0E-11 2.0E+10 1.3E+13 1.0E+12
Ho (m) 0.43
Mw (L) 417.1
Kd (d^-1) 1.4 1.4 18828.1 262.5 1.6E-05 6.0E+11 2.0E-11 2.0E+10 5.8E+11 4.5E+10
td (d) 5.3 2.2E+11
MCc (kg) 154.6
Ms (kg) 12.9
V (L) 430
LS04 linha
Cc (%) 85.1 ENS01
Md_EXP Mw_EXP THD_EXP Mw_Pred Md_Pred THD_Pred Rt (m^- Rm (m^- Rc (m^-
t (d) Kd (d^-1) MCc (L) t (d) Erro K (s^-1) Ko (m2) α (m/kg)
K (m/s) 3.00E-04 (kg) (kg) (%) (kg) (kg) (%) 1) 1) 1)
g (m/s2) 9.81 0.0 0.0 412.8 96.0 0.0 98.2 0.0 412.8 0.0 96.0
ρ (Kg/m3) 998 1.0 136.9 275.9 94.1 2.9 98.2 1.0 351.0 5644.8 61.8 95.3 3.3E-05 2.9E+11 3.1E-11 1.3E+10 2.8E+11 1.6E+10
ρs (Kg/m3) 1015 2.1 60.0 215.9 92.6 2.0 98.2 2.1 282.2 4401.7 68.8 94.3 2.3E-05 4.2E+11 3.1E-11 1.3E+10 4.1E+11 2.4E+10
µ (Kg/ms) 0.001 3.2 42.3 173.6 91.0 1.4 98.2 3.2 202.2 819.9 80.0 92.2 1.6E-05 6.0E+11 3.1E-11 1.3E+10 5.8E+11 3.4E+10
Lm (m) 0.4 4.3 35.5 138.1 88.9 1.0 98.2 4.3 128.8 86.6 73.4 88.2 1.1E-05 8.7E+11 3.1E-11 1.3E+10 8.5E+11 5.0E+10
C (kg/m3) 40 5.3 23.1 115.0 87.0 0.6 98.2 5.3 99.5 239.7 29.3 85.3 6.8E-06 1.4E+12 3.1E-11 1.3E+10 1.4E+12 8.3E+10
Ho (m) 0.43 6.3 16.4 98.6 85.1 0.0 98.2 6.3 98.2 0.1 1.3 85.1 7.8E-08 1.3E+14 3.1E-11 1.3E+10 1.3E+14 7.3E+12
Mw (L) 412.8
Kd (d^-1) 1.1 1.1 11193.0 314.6 1.3E-05 7.7E+11 3.1E-11 1.3E+10 7.6E+11 4.4E+10
td (d) 6.3 1.3E+12
MCc (kg) 98.2
Ms (kg) 17.2
V (L) 430
56
Tabela 5 - Aplicação do modelo para a simulação de resultados previsto.
57
Tabela 6 - Resultados obtidos por modelo em cada leito.
Resultado de LS03
Massa de Massa Massa de Massa de Perda de Teor de Espessura da
Massa Massa de Massa de Diferença de
Data/Tempo água nas de água água Humidade por Humidade camada de
das lamas água drenada água drenada pressão
lamas sólidos precipitada drenada drenagem (%) lamas
Vd_Acum ∆P_Model
dd-mm Dt (dia) Dt (s) (kg) Vw (kg) Vs (kg) Vp (Kg) Vd (Kg) Vd (Kg) THD (%) TH (%) H_Model (m)
(Kg) (kg/ms2)
04-julh 0.00 350.0 339.5 10.5 339.5 97.0 97.0 0.35 3329.4
05-julh 1.00 86400 264.2 253.7 10.5 0.00 252.3 87.25 87.2 96.0 96.0 0.26 2488.3
08-julh 2.00 172800 180.4 169.9 10.5 0.00 168.0 84.21 171.5 94.1 94.2 0.18 1666.0
09-julh 3.00 259200 113.1 102.6 10.5 0.00 103.4 64.63 236.1 90.8 90.7 0.11 1006.1
10-julh 4.00 345600 86.2 75.7 10.5 0.00 78.6 24.77 260.9 88.2 87.8 0.09 742.4
11-julh 5.00 432000 83.9 73.4 10.5 0.00 77.7 0.90 261.8 88.1 87.5 0.08 720.2
15-julh 6.00 518400 82.3 71.8 10.5 0.00 77.7 0.00 261.8 88.1 87.2 0.08 704.5
16-julh 7.00 604800 81.2 70.7 10.5 0.00 77.7 0.00 261.8 88.1 87.1 0.08 692.9
18-julho 8.00 691200 82.0 71.5 10.5 0.00 77.7 0.00 261.8 88.1 87.2 0.08 701.1
19-julh 9.00 777600 81.9 71.4 10.5 0.00 77.7 0.00 261.8 88.1 87.2 0.08 700.5
22-julh 10.00 864000 82.5 72.0 10.5 0.00 77.7 0.00 261.8 88.1 87.3 0.08 705.8
23-julh 11.00 950400 82.4 71.9 10.5 0.00 77.7 0.00 261.8 88.1 87.3 0.08 705.2
24-julh 12.00 1036800 81.6 71.1 10.5 0.00 77.7 0.00 261.8 88.1 87.1 0.08 697.3
25-julh 13.00 1123200 81.3 70.8 10.5 0.00 77.7 0.00 261.8 88.1 87.1 0.08 694.7
Resultado de LS04
Massa de Massa Massa de Massa de Perda de Teor de Espessura da
Massa Massa de Massa de Diferença de
Data/Tempo água nas de água água Humidade por Humidade camada de
das lamas água drenada água drenada pressão
lamas sólidos precipitada drenada drenagem (%) lamas
Vd_Acum ∆P_Model
dd-mm Dt (dia) Dt (s) (kg) Vw (kg) Vs (kg) Vp (Kg) Vd (Kg) Vd (Kg) THD (%) TH (%) H_Model (m)
(Kg) (kg/ms2)
04-julh 0.00 430.0 417.1 12.9 417.1 97.0 97.0 0.43 4090.4
05-julh 1.00 86400 365.2 352.3 12.9 0.00 350.3 66.75 66.8 96.4 96.5 0.37 3454.8
08-julh 2.00 172800 294.4 281.5 12.9 0.00 279.6 70.77 137.5 95.6 95.6 0.29 2760.7
09-julh 3.00 259200 224.7 211.8 12.9 0.00 212.4 67.20 204.7 94.3 94.3 0.22 2077.2
10-julh 4.00 345600 175.7 162.8 12.9 0.00 165.8 46.54 251.3 92.8 92.7 0.18 1596.5
11-julh 5.00 432000 164.8 151.9 12.9 0.00 154.7 11.17 262.4 92.3 92.2 0.16 1490.0
15-julh 6.00 518400 163.2 150.3 12.9 0.00 154.6 0.03 262.5 92.3 92.1 0.16 1473.8
16-julh 7.00 604800 161.8 148.9 12.9 0.00 154.6 0.00 262.5 92.3 92.0 0.16 1460.6
18-julho 8.00 691200 163.2 150.3 12.9 0.00 154.6 0.00 262.5 92.3 92.1 0.16 1474.0
19-julh 9.00 777600 163.1 150.2 12.9 0.00 154.6 0.00 262.5 92.3 92.1 0.16 1473.2
22-julh 10.00 864000 163.9 151.0 12.9 0.00 154.6 0.00 262.5 92.3 92.1 0.16 1480.7
23-julh 11.00 950400 163.9 151.0 12.9 0.00 154.6 0.00 262.5 92.3 92.1 0.16 1480.4
24-julh 12.00 1036800 162.9 150.0 12.9 0.00 154.6 0.00 262.5 92.3 92.1 0.16 1471.1
25-julh 13.00 1123200 162.5 149.6 12.9 0.00 154.6 0.00 262.5 92.3 92.1 0.16 1467.1
58
Apêndice: Imagens ilustrativas da instalação piloto.
59
ANEXOS
LS04
Informação meteorológica
Data Radiação solar Humidade relativa do ar Temperatura do ar Temperatura superficial da lama Velocidade do vento Precipitação
dd-mm G (W/m2) HR (%) Ta (°C) Tsl (ºC) Wg (oo) P (mm)
04-julh 74 20 22 345600 0
05-julh 79 20 18.6 648000 0
08-julh 79 21.6 15.5 440640 0
09-julh 73 22.5 16.7 432000 0
10-julh 57 23.8 17.3 457920 0
11-julh 49 23.6 17.1 518400 0
15-julh 50 22.3 17 501120 0
16-julh 55 22.1 25.1 449280 0
18-julho 74 21 20.4 466560 0
19-julh 73 19 20.9 855360 0
22-julh 50 22.3 22.4 501120 0
23-julh 55 22.1 18.5 449280 0
24-julh 74 21 20.2 466560 0
25-julh 73 19 21.2 855360 0
60