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PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL DA

FABRICA DE RECICLAGEM DE SACOS


PLÁSTICOS

Preparado por:
Preparado para:
Fernando S. Gubudo
Consultor Ambiental LISORTE RECYCLED PLASTICS, LDA
Contactos: +258 847876425
+258 827946755
Email: fgubudo@gmail.com

Marracuene, Setembro de 2023


PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
1

DESCRIÇÃO DO DOCUMENTO

TÍTULO DO DOCUMENTO:

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

Preparado para:

LISORTE RECYCLED PLASTICS, LDA

Preparado por:

Fernando S. Gubudo
(Consultor Ambiental Independente)

Local e Data de Edição:

Cidade de Maputo, 28 de Setembro de 2023


PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
2

ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................................................ 7
1.1 Âmbito ........................................................................................................................... 8
1.2 Objectivos do PGA ...................................................................................................... 8
1.3 O Proponente ............................................................................................................... 8
1.4 O consultor deste PGA ................................................................................................ 9
2 DESCRIÇÃO DO PROJECTO ......................................................................................................... 10
2.1 Localização ................................................................................................................ 10
2.2 Descrição do Projecto .............................................................................................. 11
2.3 Mão-de-Obra ............................................................................................................. 11
2.4 Matéria-prima e sua origem ..................................................................................... 11
2.5 Transporte da Matéria-prima.................................................................................... 12
2.6 Processo de Produção .............................................................................................. 12
2.6.1 Área de Classificação .................................................................................................. 13
2.6.2 Máquina de lavagem ................................................................................................... 15
2.6.3 Triturador ......................................................................................................................... 16
2.6.4 Piscina de Lavagem ..................................................................................................... 16
2.6.5 Desidratação e Acondicionamento do Material Limpo ......................................... 16
2.6.6 Extrusão (Politização) .................................................................................................... 17
2.7 Abastecimento de água .......................................................................................... 20
2.8 Rede de esgoto ......................................................................................................... 20
2.9 Abastecimento de energia eléctrica ..................................................................... 20
2.10 Geração de Resíduos Sólidos ................................................................................... 21
3 PADRÕES DE EMISSÃO E DE QUALIDADE AMBIENTAL ............................................................... 22
3.1 Lei de Águas ............................................................................................................... 22
3.1.1 Regulamento Sobre a Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos .................................. 23
3.1.2 Regulamento Sobre a Gestão de Resíduos Perigosos ............................................. 24
3.1.3 Regulamento sobre o Processo de Auditoria Ambiental......................................... 25
3.1.4 Regulamento Sobre a Gestão de Lixos Biomédicos ................................................. 25
3.1.5 Regulamento Sobre Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão .................. 26
4 PRINCÍPIOS BÁSICOS DO PGA ..................................................................................................... 29
4.1 Princípio 1: Conscientização Ambiental ................................................................. 29
4.2 Princípio 2: Mitigação ................................................................................................ 29
4.3 Princípio 3: Responsabilidade ................................................................................... 29
5 OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADES DA GESTÃO AMBIENTAL ................................................................... 30

5.1 Responsabilidades da LISORTE RECYCLED PLASTIC, LDA ...................................... 30


5.2 Responsabilidades do Gestor Ambiental ............................................................... 31
5.3 Responsabilidades da Agência Nacional para o Controlo da Qualidade
Ambiental (AQUA) ............................................................................................................... 32
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5.4 Responsabilidades dos Serviço Provincial do Ambiente (SPA) e da Direção


Provincial de Desenvolvimento Territorial e Ambiente (DPDTA) .................................... 33
5.5 Governo Distrital ......................................................................................................... 33
6 PLANO DE GESTÃO E MONITORIA AMBIENTAL E SOCIAL ......................................................................... 34

7 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO ..................................................................................................... 55


7.1 Método de Comunicação ....................................................................................... 55
8 PROGRAMAS DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL....................................................................... 56
8.1 Programa de Gestão da Qualidade da Água ...................................................... 56
8.1.1 Objetivos ......................................................................................................................... 58
8.1.2 Ações de Gestão e Controlo Ambiental ................................................................... 58
8.1.3 Monitorização da Qualidade da Água ..................................................................... 60
8.1.4 Principais Indicadores de Desempenho .................................................................... 60
8.2 Programa de Gestão da Qualidade de Solos ....................................................... 61
8.2.1 Objectivo ........................................................................................................................ 62
8.2.2 Acções de Gestão e Controlo Ambiental ................................................................. 62
8.2.3 Monitorização da Qualidade dos Solos ..................................................................... 62
8.2.4 Principais Indicadores de Desempenho .................................................................... 63
8.3 Programa de Gestão de Gestão de Resíduos Sólidos .......................................... 63
8.3.1 Objectivos ...................................................................................................................... 65
8.3.2 Acções de Gestão de Resíduos não-perigosos ........................................................ 65
8.3.3 Acções de Gestão de Resíduos Perigosos................................................................. 66
8.3.4 Monitorização da Gestão de Resíduos ...................................................................... 67
8.3.5 Principais indicadores de Desempenho..................................................................... 67
8.4 Programa de Saúde e Segurança .......................................................................... 68
8.4.1 Objectivos ...................................................................................................................... 69
8.4.2 Acções de Gestão ........................................................................................................ 69
8.5 Plano de Acção de Emergência ............................................................................. 70
8.5.1 Principais Riscos ............................................................................................................. 71
8.5.2 Requisitos de Formação ............................................................................................... 71
8.5.1 Procedimento para Reportar a Ocorrência de Acidentes ou incidentes ............ 72
8.5.2 Procedimento de Combate ao Incêndio .................................................................. 73
8.5.3 Procedimento de Gestão de Derrames Significativos ............................................. 73
8.5.4 Primeiros Socorros .......................................................................................................... 74
8.5.5 Principais Indicadores de Desempenho .................................................................... 74
8.6 Programa de Educação Ambiental e de Comunicação ................................... 75
8.6.1 Objectivos ...................................................................................................................... 76
8.6.2 Acções de Educação Ambiental e de Saúde e Segurança Ocupacional ......... 77
8.6.3 Acções de Comunicação Social................................................................................ 77
8.6.4 Principais Indicadores de Desempenho do PEACS .................................................. 78
8.7 Plano de Acção para a Prevenção da Violência Baseada no Género (VBG) 79
8.8 Programa de Contratação e /ou Recrutamento ................................................. 80
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8.8.1 Principais Objectivos ..................................................................................................... 81


8.8.1 Acções de Potenciação .............................................................................................. 81
8.8.2 Principais Indicadores de Desempenho .................................................................... 81
8.9 Plano de Monitoria da Implantação do PGAS ...................................................... 82
8.9.1 Monitoria e Avaliação do Desempenho Ambiental e Social ................................. 82
8.9.2 Avaliação do Cumprimento da Legislação .............................................................. 82
8.9.3 Avaliação do Cumprimento dos Procedimentos de Saúde, Segurança,
Ambiente e Social ....................................................................................................................... 83
8.9.3.1. Conformidades .......................................................................................................... 83
8.9.3.2. Não-Conformidades ................................................................................................. 83
8.9.4 Auditorias ........................................................................................................................ 84
8.9.3.3. Auditorias Ambientais Privadas ................................................................................ 84
8.9.3.1. Auditorias Ambientais Pública ................................................................................. 84
9. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .......................................................................................... 85
10. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................. 86
9 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................. 87
ANEXO I: LICENÇA DE CONSULTOR DE AIA ............................................................................................. 88
ANEXO II: NOTA DE RENOVAÇÃO DA LICENÇA ..................................................................................... 89
ANEXO III: COMPROVATIVO DE PAGAMENTO DA TAXA DE RENOVAÇÃO DA LICENÇA AMBIENTAL90
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LISTA DE FIGURAS E TABELAS

TABELA 2: PADRÕES DE QUALIDADE DO AR ..................................................................................... 27


TABELA 3: PADRÕES DE EMISSÃO DE POLUENTES GASOSOS .......................................................... 27
TABELA 4: PADRÕES DE EMISSÃO DE EFLUENTES LÍQUIDOS NA INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS E
SINTÉTICOS SIMILARES .................................................................................................................. 27
TABELA 5: PADRÕES DO CORPO RECEPTOR DE EFLUENTES LÍQUIDOS .......................................... 28

FIGURA 1. LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO ........................................................................................ 10


FIGURA 2. CAMIÃO DE TRANSPORTE DA MATÉRIA-PRIMA .............................................................. 12
FIGURA 3. FLUXOGRAMA DO PROCESSO PRODUTIVO ................................................................... 13
FIGURA 4. ÁREA DE CLASSIFICAÇÃO DE MATÉRIA-PRIMA .............................................................. 14
FIGURA 5. ILUSTRAÇÃO DA MATÉRIA-PRIMA APÓS SEPARAÇÃO .................................................. 14
FIGURA 6. MATERIAL REJEITADO DURANTE A CLASSIFICAÇÃO ...................................................... 14
FIGURA 7. PROCESSO DE TRANSPORTE DA DOS SACOS PARA A MÁQUINA DE LAVAGEM ....... 15
FIGURA 8. MÁQUINA DE LAVAGEM DOS SACOS PLÁSTICOS ......................................................... 15
FIGURA 9. PISCINA DE LAVAGEM DO MATERIAL FRAGMENTADO ................................................. 16
FIGURA 10. ARMAZENAMENTO DOS FRAGMENTOS LIMPOS E DESIDRATADOS ............................ 17
FIGURA 11. ALIMENTAÇÃO DOS FRAGMENTOS AO POLITIZADOR ................................................ 17
FIGURA 12. POLITIZADOR E SISTEMA DE ARREFECIMENTOS DOS FILAMENTOS CONTÍNUOS ........ 18
FIGURA 13. PROCESSO DE CORTE DOS FILAMENTOS ...................................................................... 18
FIGURA 14. GRÂNULOS DE MATERIAL PLÁSTICO .............................................................................. 19
FIGURA 15. GRÂNULO ESTOCADO E PRONTO PARA ENTREGA AO CLIENTE ................................ 19
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ABREVIATURAS

AIA Avaliação do Impacto Ambiental


AID Área de Influência Directa
AII Área de Influência Indirecta
DINAB Direcção Nacional de Ambiente
DPDTA Direção Provincial de Desenvolvimento Territorial e
Ambiente
MAEFP Ministério da Administração Estatal e da Função
Pública
IFC International Finance Corporation
IUCN União Internacional para a Conservação da
Natureza
MTA Ministério da Terra e Ambiente
PGAS Plano de Gestão Ambiental e Social
PI&A Partes Interessadas e Afectadas
SPA Serviço Provincial do Ambiente
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1 INTRODUÇÃO

O presente Plano de Gestão Ambiental e Social (PGAS) foi desenvolvido


para o Projecto de operação de uma Fábrica de Reciclagem de Plásticos
pertencente a LISORTE RECYCLED PLASTIC, LDA.

O PGAS transpõe as constatações e recomendações para serem


implementadas em todas as fases do projecto, nomeadamente, a operação
e descativação do projecto. O PGAS lista as obrigações e responsabilidades
de cada uma das partes envolvidas no Projecto, estipula métodos e
directrizes que devem ser seguidos, e delineia as acções de gestão
ambiental e social que devem ser implementadas, considerando a
necessidade de: (i) prevenir ou minimizar impactos negativos na saúde, no
ambiente e no bem-estar das pessoas; e (ii) incrementar os impactos
positivos na área do Projecto.

Este PGAS deverá ser um compromisso da LISORTE RECYCLED PLASTIC, LDA,


em garantir a sustentabilidade ambiental e social do Projecto, perante as
partes Interessadas e Afectadas (PI&A), através da execução de Planos e
Programas preconizados no presente instrumento.

O PGAS foi preparado em conformidade com os requisitos da Lei do Quadro


do Ambiente (Lei 20 de 1997) e o Regulamento sobre o Processo de
Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto 54/2015 de 15 de Dezembro).

O PGA é um documento que pode ser revisto e actualizado sempre que


necessário ao longo do tempo de vida do projecto e que servirá de base à
implementação de um Sistema de Gestão Ambiental e Social (SGAS).
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1.1 Âmbito

O presente PGAS aplica-se a fase de operação da Fábrica de Reciclagem


de Sacos Plásticos, incluindo a interacção com as partes afectadas e/ou
interessadas. Consiste num conjunto de programas de responsabilidade do
proponente visando o controlo dos aspectos críticos da gestão ambiental
do empreendimento, estabelecendo acções e medidas a serem adoptadas
de forma associada às acções de execução da actividade, de modo a
prevenir e ou minimizar os impactos decorrentes das intervenções
programadas.

1.2 Objectivos do PGA

O PGAS possui um conjunto de recomendações gerais que, colectivamente,


constituem a base da gestão e do controlo ambiental. Os principais
objectivos são:

• Providenciar ao Proponente instruções claras e obrigatórias


relativamente às suas responsabilidades ambientais;
• Dar cumprimento às medidas de minimização e as recomendações;
• Conjugar os procedimentos que permitam que as actividades
assegurem a minimização dos impactos relevantes associados;
• Fornecer ao Ministério da Terra e Ambiente um instrumento que facilite
a avaliação objectiva da actividade, tendo em conta a legislação
ambiental moçambicana.

1.3 O Proponente

A identificação da LISORTE RECYCLED PLASTIC, LDA engloba as informações


abaixo mencionadas.

Representante XUFEI GE
Contacto Telefónico (+258) 849537123
Email jennyzx10@gmail.com
Bairro Muntanhana, Localidede Sede do
Endereço
Distrito de Marracuene
NUIT 400910332
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1.4 O consultor deste PGA

A elaboração do presente PGAS esteve a cargo do consultor Ambiental


Fernando Sebastião Gubudo credenciado pelo Ministério da Terra e
Ambiente (MTA).
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2 DESCRIÇÃO DO PROJECTO

2.1 Localização

O Fabrica de Reciclagem de Plásticos localiza-se no Bairro da Muntanhana,


Distrito de Marracuene, Província de Maputo. Segundo os dados recolhidos
da planta topográfica, a área de implementação do projecto esta
localizada entre as coordenadas apresentadas na Tabela abaixo.

Tabela 1. Coordenadas da área do Projecto

ID Lat Long
1 25 49 16.92S 32 40 56.7E
2 25 49 16.7S 32 41 0.47E
3 25 49 16.92S 32 41 0.52E
4 25 49 17.4S 32 41 3.17E
5 25 49 10.15S 32 40 56.3E
6 25 49 10.24S 32 40 56E

Figura 1. Localização do Projecto


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2.2 Descrição do Projecto

O projecto opera em um espaço com dimensões de cerca de 1 hectare


com os seguintes compartimentos:

• Um Posto de Transformação de Energia Eléctrica de 630 KVA;


• Área fabril de 600m2;
• Um armazém de 200m2;
• Um escritório de 20m2;
• Uma sala dos funcionários de 90m3, constituída de arrumos e refetório;
• Balneários Masculinos e Femininos, construídos de 13 sanitas e 10
chuveiros;
• Uma área de pesagem com báscula de 30T e um escritório de 20m2;
• Duas piscinas de lavagem de matéria-prima com 1,6x1,6x20m e
1,5x1,6x15m respectivamente;
• Uma piscina de resfriamento de 10m3;
• Seis (6) piscinas de tratamento esgoto (águas resultantes do processo
de lavagem de matéria-prima e de arrefecimento) com cerca de
90m2;
• Uma guarita com 16m2;
• 8 quartos para funcionários; e
• Um furo de água com cerca de 30m.

2.3 Mão-de-Obra

O projecto emprega um total de 70 trabalhadores, dois quais, 62 do sexo


masculino, 8 do sexo feminino, dentre os quais 68 nacionais e 2 estrangeiros
de origem chinesa.

2.4 Matéria-prima e sua origem

A matéria-prima utilizada no processo produtiva é basicamente constituída


de sacos plástico provenientes de resíduos gerados pelo consumo
doméstico, comercial e industrial. Os sacos plásticos são comprados a
catadores de lixo distribuídos em diferentes locais.
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2.5 Transporte da Matéria-prima

A matéria-prima é transportada em camiões da empresa ou alugados pelos


catadores de lixo que recolhem e vendem os sacos plásticos utilizados a
empresa.

Por forma a não deixar cair a matéria-prima (sacos plásticos usados) durante
o processo de transporte do local de aquisição (maioritariamente em
lixeiras), é efectuado em camiões devidamente cobertos por lonas.

Figura 2. Camião de transporte da matéria-prima

2.6 Processo de Produção

O processo produtivo da fábrica é composto pelas etapas apresentadas no


fluxograma abaixo.
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Figura 3. Fluxograma do Processo Produtivo

As áreas apresentadas no fluxograma são descritas abaixo:

2.6.1 Área de Classificação

Nesta área, são selecionados os materiais compostos essencialmente por


sacos plásticos, as mantas, redes entre outros materiais que não fazem parte
do material desejado, é acondicionado localmente e depois encaminhado
para a sua deposição na lixeira.
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Figura 4. Área de classificação de matéria-prima

Figura 5. Ilustração da matéria-prima após separação

Figura 6. Material rejeitado durante a classificação


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2.6.2 Máquina de lavagem

Após separação, a matéria-prima é transportada por uma correia para o


interior da máquina de lavagem onde os sacos são lavados utilizado água
sem aditivos químicos e nem sabões.

Figura 7. Processo de transporte da dos sacos para a máquina de lavagem

Figura 8. Máquina de lavagem dos sacos plásticos


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2.6.3 Triturador

Nesta etapa, os sacos plásticos lavados são transportados por meio de uma
correia transportadora para um triturador onde são reduzidos em tamanhos
pequenos (fragmentos) que são depositados na piscina de lavagem.

2.6.4 Piscina de Lavagem

Aqui, os fragmentos passam por duas piscinas de lavagem onde são lavados
com água para retirar toda sujidade e qualquer impureza (principalmente
areia) que não foi possível retirar na máquina de lavagem.

Figura 9. Piscina de lavagem do material fragmentado

2.6.5 Desidratação e Acondicionamento do Material Limpo

Os fragmentos lavados, são desidratados com auxílio de uma bomba e


depositados em uma área definida para estacagem dos fragmentos limpos
que são alimentados a máquina extrusora (poletizador).
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Figura 10. Armazenamento dos fragmentos limpos e desidratados

2.6.6 Extrusão (Politização)

Os fragmentos limpos e desidratados são alimentados em uma máquina


extrusora onde são fundidos por aquecimento e levados por uma rosca sem
fim a uma matriz onde são formados os filamentos contínuos (comumente
chamados de ‘esparguetes’) que são resfriados em uma banheira (pia de
resfriamento) com água a temperatura ambiente e são cortados em uma
granuladora (Dincing Cutter), formando os grânulos de material plástico
reciclado que são embalados.

A LISORTE RECYCLED PLASTIC, LDA vende este material para as indústrias


transformadoras da cadeia produtiva do plástico.

Figura 11. Alimentação dos fragmentos ao Politizador


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Figura 12. Politizador e sistema de arrefecimentos dos filamentos contínuos

Figura 13. Processo de corte dos filamentos


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Figura 14. Grânulos de material plástico

Figura 15. Grânulo estocado e pronto para entrega ao cliente


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2.7 Abastecimento de água

A água para consumo dos trabalhadores e limpeza das instalações é


garantida com base em um furo pertencente a empresa. A água para a
lavagem da matéria-prima é captada rio existente ao redor da fábrica.

2.8 Rede de esgoto

Para escoamento das águas negras, brancas e pluviais proveniente das


caleiras estão previstos sistemas separados.

• Águas negras

As águas negras serão depuradas por fossa séptica. As águas depois de


filtradas pela fossa infiltram no solo.

• Águas brancas

As águas brancas dos lava-loiças, lavatórios e chuveiros são drenadas para o


dreno.

• Águas de lavagem da matéria-prima e limpeza das instalações

As águas resultantes destes processos são encaminhadas para psinade de


tratamento de esgoto onde são tratadas por filtração e precipitação e
depois encaminhadas para o rio.

2.9 Abastecimento de energia eléctrica

O fornecimento de energia eléctrica é garantido pela Eletricidade de


Moçambique. O projecto conta com um Posto de Transformação de 630
KVA.
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2.10 Geração de Resíduos Sólidos

Resíduos Sólidos

Os resíduos gerados pelo Projecto irão incluem, entre outros, o seguinte:

• Resíduos derivados de actividades “domésticas” – incluem restos de


alimentos, embalagens/recipientes de produtos alimentares (p.ex.,
embalagens isotérmicas, de plástico, ou de papel, latas, garrafas
plásticas e de vidro), resíduos de material de escritório e outros, como
papel, cartão, plástico, entre outros), que podem ser categorizados
como resíduos sólidos urbanos;
• Resíduos de escritório (papeis, cartões e embalagens plásticas e de
papelão, e.tc) e
• Resíduos derivados do processo de material rejeitado durante a
seleção da matéria-prima que é encaminhado a lixeira de hulene.

Os resíduos sólidos urbanos produzidos no na área do Projecto serão


depositados em sacos plásticos e em recipientes/contentores apropriados,
para a posterior recolha por uma viatura licenciada para o efeito; esta
actividade será alocada a terceiros.
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3 PADRÕES DE EMISSÃO E DE QUALIDADE AMBIENTAL

A legislação apresentada não visa apenas mostrar uma listagem de


dispositivos legais que não tenham utilidade no texto, mas garantir que os
vários intervenientes incluindo os proponentes tenham em conta que para o
sucesso da implementação do presente PGA existe uma série de legislação
a considerar abaixo, mas não limitada apenas a esta legislação. Na
verdade, para projectos desta natureza os dispositivos legais apresentados
são válidos.

3.1 Lei de Águas

De acordo com a Lei 16/91 de 03 de Agosto, Artigo 55: Quem poluir


responsabiliza-se a custear as despesas de reconstituir o dano causado além
de outras penalizações.

As actividades interditas estão previstas no Artigo 53, onde é proibido:

• Efectuar descargas directas ou indirectas que contaminem as águas;


• Acumular resíduos sólidos, desperdícios ou quaisquer outras
substâncias que contaminem as águas;
• Actuar sobre o meio físico ou biótico afecto a água de modo a
degradá-lo;
• Exercer, nas zonas de protecção estabelecidas, quaisquer actividades
que possam envolver perigo de contaminação ou degradação do
domínio público.

O Artigo 54 aborda matérias de prevenção e controlo

• Toda a actividade susceptível de provocar contaminação ou


degradação do domínio público hídrico e em particular o despejo de
águas residuais, dejectos ou outras substâncias nas águas fica
dependente de autorização especial e pagamento de uma taxa.

O Artigo 58: Protecção dos solos


PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
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• Fora das áreas de protecção da natureza, nos terrenos inclinados


próximos das fontes, de cursos de águas ou onde se previna ou
combata a erosão, fica dependente de prévia autorização.

• Artigo 61: Tratamento prévio de águas residuais

As águas residuais não poderão ser evacuadas sem tratamento prévio


quando, no estado bruto, possam afectar, o bom funcionamento da rede
pública de saneamento ou das instalações de depuração.

3.1.1 Regulamento Sobre a Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos

No âmbito deste regulamento, aprovado pelo Decreto 94/2014, De 31 De


Dezembro, no seu Artigo 4 são indicados os princípios de gestão de resíduos,
destacando-se o de responsabilização através do qual o produtor de
resíduos responsabiliza-se pela sua gestão, o de hierarquia de gestão pelo
qual deve se priorizar a redução, reuso, reciclagem, tratamento e deposição
segura e o de protecção de saúde humana e do ambiente pelo qual os
resíduos deverão ser geridos sem trazer problemas para o ambiente e para a
saúde humana. O Artigo 8 prevê a elaboração de um Plano de Gestão de
Resíduos para a gestão integrada dos mesmos por parte dos seus
produtores.

O Artigo 11 indica as obrigações dos produtores de resíduos sólidos urbanos


destacando-se minimizar a produção, garantir a sua segregação, garantir o
seu transporte e tratamento dentro e fora das instalações não implique em
impactos ambientais.

O Artigo 14 fala da segregação de resíduos em a) Matéria orgânica; b)


Papel ou cartão; c) Entulho; d) Plástico; e) Vidro; f) Metal; g) Têxteis; h)
Borracha; i) Resíduos domésticos volumosos; j) Resíduos especiais, enquanto
o Artigo 16 fala da deposição final de resíduos a acontecer de acordo com
as regras estabelecidas pelo MTA.
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
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3.1.2 Regulamento Sobre a Gestão de Resíduos Perigosos

O Regulamento aprovado pelo Decreto 83/2014, De 31 De Dezembro,


estabelece as regras para a produção e gestão dos resíduos perigosos no
território de Moçambique e é aplicável a todas as pessoas singulares e
colectivas, públicas e privadas envolvidas na gestão de resíduos perigosos e
na importação, distribuição e comercialização de pneus usados e novos
fora do prazo.

Ficam excluídos do âmbito de aplicação do Regulamento (i) os resíduos


biomédicos, (ii) os resíduos radioactivos, (iii) as emissões e descargas de
efluentes, com excepção das que contenham características de
perigosidade nos termos do Anexo III do Regulamento, (iv) as águas
residuais, com excepção das que contenham características de risco nos
termos do Anexo III do Regulamento e (v) outros resíduos perigosos sujeitos à
regulamentação específica.

Classificação dos Resíduos Perigosos

Os resíduos perigosos são classificados de acordo com os diferentes tipos de


actividade, nos termos do Anexo IX do Regulamento e, para efeitos de
exportação, são classificados de acordo com o Anexo X do Regulamento

Todas as entidades públicas e/ou privadas que desenvolvem actividades


relacionadas com a gestão de resíduos perigosos, devem elaborar, antes do
início da sua actividade, um Plano de Gestão de Resíduos Perigosos,
contendo, no mínimo, a informação constante do Anexo II do Regulamento.

Segregação, Identificação e Acondicionamento

Os resíduos perigosos devem ser separados de acordo com a classificação


constante dos Anexos III e IX do Regulamento.

A identificação de resíduos perigosos deve ser feita nos termos dos Anexos III
e IV do Regulamento, devendo o acondicionamento obedecer às normas
do Capítulo III.
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
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Tratamento, Eliminação e Deposição

As entidades envolvidas no tratamento, eliminação, deposição e/ou


aproveitamento energético de resíduos perigosos devem demonstrar,
através de um processo de avaliação de risco realizado durante o
desenvolvimento ou revisão do plano de gestão de resíduos, a viabilidade
ambiental da operação a ser adoptada para o caso específico, de acordo
com o Anexo V do Regulamento.

Deste modo, a actividade deve-se ajustar com o presente dispositivo legal.

3.1.3 Regulamento sobre o Processo de Auditoria Ambiental

O Regulamento sobre o Processo de Auditoria Ambiental foi aprovado pelo


Decreto 25/2011, de 15 de Junho. De acordo com o presente dispositivo
legal, as actividades de Categoria A e B deverão apresentar anualmente às
entidades competentes, os relatórios de auditorias de conformidade
ambiental privadas e relatórios de monitorização ambientais. O Projecto da
produção de óleo e sabão foi classificado como de Categoria A, e portanto
requer-se que auditorias de conformidade legal sejam realizadas pelo
menos uma vez ao ano por auditores independentes cujos relatórios
deverão ser submetidos ao MTA para apreciação.

3.1.4 Regulamento Sobre a Gestão de Lixos Biomédicos

O presente regulamento foi aprovado pelo Decreto 8/2003, de 18 de


Fevereiro e prevê nos seus artigos a (1) elaboração de um plano de gestão
de resíduos, (2) a segregação devida e seu depósito em recipientes de cores
previstas, (3) o tratamento do lixo infecioso antes da deposição, (4)
assegurar a segurança dos trabalhadores fora e dentro durante o
manuseamento de lixos biomédicos, (4) capacitar os trabalhadores em
matéria de lixos biomédicos, (5) deposição dos lixos com o mínimo de
impactos negativos, (7) minimizar a geração do lixo, (8) identificação dos
recipientes de lixos por cores, (9) proceder a recolha, tratamento,
armazenamento e deposição de lixo de forma adequada. Da operação da
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
26

actividade serão gerados lixos biomédicos de diversos tipos que necessitam


de uma gestão adequada para evitar ou reduzir impactos adversos nas
diferentes componentes ambientais. É deste modo, que a actividade se
deve enquadrar no presente dispositivo legal.

3.1.5 Regulamento Sobre Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão

O Regulamento foi aprovado pelo Decreto 18/2004, de 02 de Junho e


alterado pelo Decreto 67/2010, de 31 de Dezembro.

A gestão de água e dos efluentes é regulada pela Lei de Águas 16/91, de 03


de Agosto e pelo Decreto 67/2010, de 31 de Dezembro, que igualmente
regula os aspectos de emissões atmosféricas e poluição ambiental.

Relativamente a gestão dos solos, igualmente prevista no Decreto 67/2010,


de 31 de Dezembro, foram destacados seguintes os aspectos (1)
observância do declive do terreno para os casos de 12% e 25%, (3) meios de
defesa de erosão, (4) deposição de substâncias nocivas que degradem os
solos, e (5) movimentação de terra que os degradem. Deste modo, o
presente estudo, deve observar estes aspectos durante a fase de operação
da actividade e nas áreas constituídas de terreno plano com declive de
cerca de 12%, haverá por isso, a necessidade de implementação de uma
rede de drenagem para o escoamento das águas. Quanto aos meios de
defesa de erosão, a revegetação da área com plantas nativas e outras que
assegurem os solos e mecanismos de contenção de erosão, pode contribuir
para a sua redução. Os locais de deposição de substâncias nocivas que
afectem os solos e a movimentação de terra que os degradem devem ser
identificados e aplicadas medidas de mitigação.

De acordo com o presente regulamento não deve haver descargas,


acumulo de lixos ou acções que impliquem a contaminação dos corpos de
água bem como descargas de efluentes sem tratamento prévio.

Durante as actividades de operação deste projecto industrial, serão gerados


resíduos perigosos com características nocivas de acordo com os anexos
resultantes de derrames de óleos, lubrificantes, combustíveis e usos de
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
27

químicos que tenham implicações negativas sobre o ambiente. Deste modo,


os locais contaminados com óleos, lubrificantes, combustíveis, pesticidas e
fertilizantes deverão ser controlados de tal modo que as águas de lavagens
destes locais não contaminem outras áreas.

• As emissões atmosféricas deverão estar de acordo com o Artigo 8,9 e


10 do anexo II.

Tabela 2: Padrões de qualidade do ar

Nacional
No Parâmetro (µg/m3) IFC (24 horas)
1 hora 24 horas
1. Dióxido de enxofre (SO2) 800 365 20
PM 10=50
2. Partículas _ 150
PM 2.5=25
3. Dióxido de nitrogénio (NO2) 400 200 200 (1 hora)
4. Ozono(O3) 50

Tabela 3: Padrões de Emissão de Poluentes Gasosos

No Parâmetro (µg/m3) Nacional IFC (mg/Nm3)


1. Dióxido de enxofre (SO2) _ _
2. Dióxido de nitrogénio (NO2) _ 350
3. PTS 30 5
4. Amoníaco _ 50

• As descargas e a poluição de água deverão adequar-se com o Artigo


16 e anexo III sendo para o caso em questão na indústria de Plástico e
sintéticos similares.

Tabela 4: Padrões de emissão de efluentes líquidos na indústria de Plásticos e sintéticos


similares

No Parâmetro (µg/m3) Nacional (mg/l)


1 DQO 80
2 DBO5 20
3 SST 30
4 Fenólicos < 0,5
5 Zinco <1,0
6 Crómio <10,0
7 Óleos e Gorduras 10
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
28

8 Azoto (NH4) 10
9 Fluoreto (F) <1,0
10 Cobre <0,055

Tabela 5: Padrões do corpo receptor de efluentes líquidos

No Parâmetro (µg/m3) Nacional (mg/l)


1. pH 6.5-8.5
2. DBO 5
3. NH4 0.2-5.0
5. Óleos e Graxas ausente
6. Nitratos 10
7. Nitritos 1.0

• As emissões de ruídos deverão estar de acordo com o Artigo 20. E


também os padrões do Banco Mundial considerados. Assim, o nível
máximo do som deve ser especificado como 79 dBA para dentro de
uma indústria e 60 dBA para os seus arredores durante o dia e a noite
respectivamente.
• Para qualquer que seja o ambiente, os padrões aplicados de acordo
com a exigência do Banco Mundial são 55 dBA durante o dia e 45 dBA
durante a noite.
• Nota: dBA – Decibéis com ponderação A.
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
29

4 PRINCÍPIOS BÁSICOS DO PGA

4.1 Princípio 1: Conscientização Ambiental

A LISORTE RECYCLED PLASTIC, LDA, será sensível às necessidades do


ambiente. A fase de operação do projecto terá de tomar em conta os
aspectos ambientais e não degradar as condições ambientais existentes.

4.2 Princípio 2: Mitigação

Todas as actividades relacionadas com o ciclo de vida do Projecto irão


incluir medidas de mitigação apropriadas de modo a assegurar que os
impactos negativos ambientais sejam devidamente mitigados e geridos. A
mitigação implica a identificação das melhores opções a adoptar, a
minimização ou eliminação dos impactos negativos, o realce dos benefícios
relacionados com o projecto e a protecção do público e dos direitos
individuais. As medidas práticas são, portanto, procuradas para reduzir os
impactos adversos ou realçar os impactos benéficos do projecto.

4.3 Princípio 3: Responsabilidade

A LISORTE RECYCLED PLASTIC, LDA, assume responsabilidade completa pela


implementação e controlo das acções prescritas para administrar os
impactos ambientais. A efectividade das medidas de mitigação ambiental
precisa de ser avaliada pela LISORTE RECYCLED PLASTIC, LDA.
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
30

5 OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADES DA GESTÃO AMBIENTAL

A responsabilidade geral de implementação e cumprimento do PGA é da


LISORTE RECYCLED PLASTIC, LDA, na qualidade de proponente do projecto.

Os acordos contratuais entre o Proponente e o empreiteiro e/ou prestador


de serviços, devem incluir cláusulas que obriguem o empreiteiro e/ou
prestador de serviços ao cumprimento dos requisitos de protecção
ambiental. O não cumprimento dos mesmos ou do dever de reportar
incidentes à LISORTE RECYCLED PLASTIC, LDA, deverá resultar em acção
disciplinar, nos termos estabelecidos em tais acordos.

5.1 Responsabilidades da LISORTE RECYCLED PLASTIC, LDA

O Proponente do Projecto tem a responsabilidade de assegurar a devida


implementação do PGA, cujo objectivo é gerir os impactos negativos e
reforçar os impactos positivos. Uma vez aprovado o PGA pela entidade
competente, o proponente do projecto deve assegurar que o PGA fará
parte da documentação de licitação para a fase de operação do projecto.
Além disso, o Proponente do Projecto tem a responsabilidade e
competência de realizar monitoria regular e independente para confirmar a
conformidade com a implementação das medidas de mitigação descritas
no PGA. O Proponente do Projecto deve designar um Gestor Ambiental (GA)
para assumir e cumprir esta responsabilidade. Para tal, a LISORTE RECYCLED
PLASTIC, LDA, deve:

• Assegurar que todas actividades do projecto cumpram os requisitos


legais para garantir a protecção do meio ambiente;
• Garantir que as actividades do projecto sejam realizadas de modo a
assegurar a mínima afectação possível da saúde e segurança dos
trabalhadores, das comunidades e do público em geral, garantindo a
criação de condições para a minimização de tais efeitos;
• Monitorar o cumprimento e fazer cumprir aos empreiteiros, prestadores
de serviços e outras partes subcontratadas todas especificações do
PGA;
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
31

• Fornecer pessoal profissionalmente qualificado para apoiar nos


compromissos relacionados com boas práticas de saúde, segurança e
protecção ambiental, conforme necessário;
• Monitorar, avaliar e reportar o desempenho relativo à saúde,
segurança e protecção ambiental;
• Garantir que quaisquer não conformidades com o PGA sejam
inteiramente corrigidas através da implementação de medidas
correctivas; e
• Providenciar condições de capacitação técnica quando necessário,
tendo em vista a protecção dos recursos humanos, ambientais,
culturais e físicos.

5.2 Responsabilidades do Gestor Ambiental

As principais tarefas e responsabilidades do Responsável de Saúde e


Segurança e Ambiente incluem:

• Elaboração de toda documentação necessária para o cumprimento


do PGA (Lista de verificação de inspecções as instalações,
equipamentos, materiais, etc., fichas de procedimentos de segurança,
posters de boas práticas de saúde, segurança e ambiente para serem
colocados em locais estratégicos);
• Garantir a implementação das medidas de saúde, segurança e
ambiente;
• Adaptar às condições imprevistas das actividades do projecto, os
procedimentos, assim como instruções de trabalho relacionadas com
a implementação das medidas de mitigação;
• Garantir que todos colaboradores executem as actividades depois da
participação no diálogo diário de saúde, segurança e ambiente,
realizar a análise de risco de tarefas e obter a permissão de trabalhos;
• Deverá manter um arquivo actualizado dos documentos e registos
pertinentes de saúde, segurança e ambiente e disponível para
consulta;
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
32

• Assegurar que todos incidentes/acidentes são reportados a direcção


da LISORTE RECYCLED PLASTIC, LDA, dentro de 24 horas após a
ocorrência;
• Assegurar que todos incidentes/acidentes são devidamente tratados e
investigados com rigor por forma a evitar a reincidência;
• Auxiliar e apresentar palestras de saúde e segurança e ambiente para
os colaboradores;
• Responder as queixas e reclamações, e elaborar relatórios sobres as
questões resolvidas e as pendências;
• Assegurar o cumprimento dos requisitos estabelecidos para a
prevenção da Violência Baseada no Género (VBG);
• Elaborar os relatórios mensais e trimestrais de saúde, segurança e
ambiente;
• Garantir que o local de trabalho seja mantido em condições seguras
(organizado e com extintores em locais visíveis e dentro do prazo);
• Tomar medidas imediatas para retificar actos inseguros e condições
inseguras;
• Certificar-se de que todos os dispositivos de segurança e
equipamentos de protecção individual necessários sejam fornecidos e
usados;
• Garantir que todos os colaboradores recebam e usem o Equipamento
de Protecção Individual necessário e que todos os procedimentos de
segurança relativos às actividades sejam cumpridos; e
• Promover a consciencialização sobre a saúde, segurança e ambiente
através de exemplos.

5.3 Responsabilidades da Agência Nacional para o Controlo da


Qualidade Ambiental (AQUA)

A AQUA é a autoridade ambiental do Ministério da Terra e Ambiente (MTA)


responsável pela gestão, monitoria e auditoria ambientais. O seu principal
propósito será, através de inspecções e auditorias, garantir que o PGA está a
ser cumprido.
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
33

5.4 Responsabilidades dos Serviço Provincial do Ambiente (SPA) e da


Direção Provincial de Desenvolvimento Territorial e Ambiente (DPDTA)

O SPA e o DPDTA, em coordenação com a AQUA, podem realizar


inspecções, monitoria e auditoria durante a fase de operação do Projecto
com vista a assegurar a conformidade com o PGA.

5.5 Governo Distrital

O Governo Distrital também pode participar em inspecções e auditorias, em


coordenação com as agências governamentais acima mencionadas.
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
34

6 PLANO DE GESTÃO E MONITORIA AMBIENTAL E SOCIAL

Neste capítulo é apresentado o conjunto de medidas de mitigação dos


impactos ambientais em síntese (ver tabela a seguir), associados a fase de
operação do Projecto. Estas medidas estão incluídas no PGAS porque
auxiliam na identificação do Plano de Gestão e Monitoria Ambiental e
Social, bem como, identificação das acções associadas e necessárias para
garantir a sua implementação.

A coluna de “Responsabilidade” indica a entidade responsável pela


implementação e cumprimento do PGAS.

A coluna de “Monitoria” indica as Entidades responsáveis pela monitoria e


avaliação da implementação do PGAS. Estas devem assegurar também que
os resultados desejados estejam sendo alcançados, e quando não,
recomendarem acções mensuráveis, para o cumprimento do PGAS.

O Plano do Gestão Ambiental fornece em detalhe os procedimentos para a


implementação das medidas de mitigação. Estes, devem ser, portanto,
detalhados, práticos, implementáveis e precisos, e incluir informação
específica sobre as responsabilidades da sua implementação.
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
35

Tabela 6. Plano de Gestão e Monitoria Ambiental e Social

Respons
abilidad
Responsabilidade Monitoria de
Aspecto Medida de Mitigação / e
Potencial Impacto Actividade de Indicadores de
Ambiental Potenciação do Impacto de
Implementação Desempenho
monitori
zação
- Impor restrições à - Resultados da
velocidade dos veículos monitorização
dentro das instalações, de da qualidade do
modo a reduzir a emissão ar para PM10 e
de poeiras; PM2.5;
- Nos locais onde a poeira - Nº de reclamações
se torna uma sobre a qualidade do
preocupação, aspersores ar;
estáticos, mangueiras de
LISORTE
mão e outros métodos de - Nº de inspecções e
RECYCL
Perturbação da “rega” para a contenção respectiva gestão dos
Circulação de ED
qualidade do ar, de poeiras devem ser locais de maior
maquinaria e LISORTE PLASTIC,
Qualidade do devida a emissão usados onde necessário, emissão de poeira.
veículos RECYCLED LDA
Ar de poeiras e outro evitando que para o
afectos à PLASTIC, LDA
material efeito seja usada água Registo dos resultados
fábrica. AQUA/S
particulado destinada a usos nobres da monitorização da
PA/
pela população (p.e. qualidade do ar
DPDTA
água destinada ao para PM10 e PM2.5
consumo humano);
- Não devem ser Registo do nº de
permitidas queimadas no Reclamações sobre a
local; qualidade do ar:
- Pavimentar o pátio da Sempre que houver
empresa onde há maior
movimentação de Registo do nº de
viaturas. inspecções e
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
36

Respons
abilidad
Responsabilidade Monitoria de
Aspecto Medida de Mitigação / e
Potencial Impacto Actividade de Indicadores de
Ambiental Potenciação do Impacto de
Implementação Desempenho
monitori
zação
respectiva gestão
dos locais de maior
emissão de
poeira: Semanal
Relatórios: Mensal
- A matéria-prima não - Resultados da
deve ser misturada com Monitorização da
elementos voláteis; qualidade do ar para
SOx; NOx e COx;
- Instalação de uma
chaminé com altura - Registo de
legalmente estabelecida manutenção
para a dispersão dos preventiva do
LISORTE
gases; Politizador, veículos e
RECYCL
empilhadoras.
- Queima de ED
Perturbação da - Instalação de um centro
matéria-prima; PLASTIC,
qualidade do ar de tratamento de gases LISORTE - Registo do nº de
LDA,
devido à (fumos resultantes do RECYCLED Incidentes ambientais:
- Circulação
emissão de processo produtivo; PLASTIC, LDA Sempre que
de veículos e
poluentes ocorrerem
empilhadeiras. AQUA/S
atmosféricos - Realizar a monitorização
PA/
da qualidade do ar nas Registo dos
DPDTA
áreas de influência do resultados da
Projecto; monitorização da
qualidade do ar
- A monitorização da para SOx; NOx e e
qualidade do ar em COx: Trimestral
função do Regulamento
sobre os Padrões da Registo de
Qualidade Ambiental e Manutenção do
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
37

Respons
abilidad
Responsabilidade Monitoria de
Aspecto Medida de Mitigação / e
Potencial Impacto Actividade de Indicadores de
Ambiental Potenciação do Impacto de
Implementação Desempenho
monitori
zação
de Emissão de Efluentes Politizador,
(Decreto n.º 18/2004, de 2 empilhadora e dos
de Junho, modificado veículos
pelo Decreto n.º 67/2010, realizada: Mensal
de 31 de Dezembro) Relatórios: Mensal
(Tabela 2 – Anexo 1) –
Caso os Decretos
Nacionais não tenham
previsto parâmetros de
monitorização, devera se
recorrer a normas e
padrões internacionais
aplicáveis;

- Manutenção adequada
preventiva do Politizador;

- As emissões de veículos e
empilhadores deverão ser
controladas pela
adopção de
procedimentos simples de
boas práticas (tais como
desligar equipamentos
quando não estejam a ser
usados).
- Circulação -Manutenção regular de LISORTE - Nº de incidentes LISORTE
Qualidade do
Poluição dos solos de veículos, equipamentos e RECYCLED Ambientais (p.ex: RECYCL
Solo
veículos e empilhadoras, para evitar PLASTIC, LDA derrames de óleos, ED
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
38

Respons
abilidad
Responsabilidade Monitoria de
Aspecto Medida de Mitigação / e
Potencial Impacto Actividade de Indicadores de
Ambiental Potenciação do Impacto de
Implementação Desempenho
monitori
zação
empilhadoras o gotejamento de óleos e Produtos químicos); PLASTIC,
combustíveis; LDA
- - Manifesto de
Armazenamen - Assegurar que todos os resíduos; AQUA/S
to resíduos produzidos e PA/
temporário de acondicionados sejam - Fichas de Dados de DPDTA
materiais e manuseados de forma Segurança de
combustível/pr adequada e em Materiais (MSDS);
oduto conformidade com o
químicos; Regulamento sobre a - Manutenção do
- Recolha, Gestão de Resíduos Politizador , de
acondicionam Sólidos Urbanos e Veículos e
ento, Regulamento sobre a equipamentos
armazenamen Gestão de Resíduos realizada;
to e Perigosos;
deposição de - Programa de
resíduos sólidos - Implementar um sistema educação e
. de rastreamento de sensibilização sobre a
resíduos com manifesto de correcta gestão de
forma a manter um registo resíduos.
actualizado dos resíduos
que são produzidos e Registo do nº de
eliminados, incluindo Incidentes ambientais:
informações sobre a sua Sempre que
proveniência, ocorrerem
quantidade e tipologia de
resíduos; Registo do manifesto
de resíduos: Semanal
- Devem ser usadas Fichas
de Dados de Registo de Fichas de
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
39

Respons
abilidad
Responsabilidade Monitoria de
Aspecto Medida de Mitigação / e
Potencial Impacto Actividade de Indicadores de
Ambiental Potenciação do Impacto de
Implementação Desempenho
monitori
zação
Segurança de Materiais Dados de Segurança
(MSDS) de todos os de Materiais (MSDS):
materiais e produtos Semanal
perigosos usados;
Registo de
- Deverá ser preparado manutenção do
um programa de Politizador, v eículos e
educação e equipamentos
sensibilização, de forma a realizada: Mensal
instruir todos os
trabalhadores a Registo do programa
efectuarem uma de educação e
deposição adequada dos sensibilização sobre a
resíduos (perigosos e não correcta gestão de
perigosos) e a sensibilizá- resíduos: Mensal
los quanto à necessidade
da preservação do Relatórios: Mensal
ambiente e do seu papel
como agentes activos na
mudança de
mentalidades; e

- Garantir que os resíduos


perigosos são Acumulados
temporariamente com
condições de contenção
(p.ex: local
pavimentado com betão,
acondicionados de forma
a estarem protegidos do
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
40

Respons
abilidad
Responsabilidade Monitoria de
Aspecto Medida de Mitigação / e
Potencial Impacto Actividade de Indicadores de
Ambiental Potenciação do Impacto de
Implementação Desempenho
monitori
zação
vento e da chuva,
segregados de acordo
com a sua classificação),
para serem depois
transportados para um
destino final licenciado
para o efeito.
-Deposição - A gestão de descargas
inadequada de águas residuais deve
de Resíduos; obedecer aos limites - Nº de incidentes
estabelecidos no Ambientais (p.ex:
- Regulamento sobre derrames de óleos,
Armazenamen Padrões de Qualidade Produtos químicos);
to temporário Ambiental e Emissão de
de materiais e Efluentes (Decreto n.º - Resultados da LISORTE
combustíveis/p 18/2004 de 2 de Junho), monitorização da RECYCL
Degradação da
rodutos em especial aos padrões qualidade da água. ED
qualidade de LISORTE
químicos. de emissão de efluentes PLASTIC,
Hidrologia recursos de água RECYCLED
líquidos pela indústria de - Registo do nº de LDA
subterrânea e/ou PLASTIC, LDA
- Descarga de plásticos e sintéticos Incidentes ambientais:
superficial
águas residuais similares, conforme Sempre que AQUA/S
(poluição)
resultantes do apresentado ocorrerem PA/
processo de no Anexo III deste DPDTA
lacagem e de Regulamento; Registo dos resultados
resfriamento; da monitorização da
- Monitorização da qualidade da água:
- Local de qualidade da água em Trimestral
armazenamen Laboratórios; Relatórios: Trimestral
to e
classificação - Evitar ou reduzir a
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
41

Respons
abilidad
Responsabilidade Monitoria de
Aspecto Medida de Mitigação / e
Potencial Impacto Actividade de Indicadores de
Ambiental Potenciação do Impacto de
Implementação Desempenho
monitori
zação
da matéria- contaminação de
prima derrames, implementando
procedimentos para a
prevenção e gestão de
derrames;

- Recomenda-se o uso de
tabuleiros de recolha
de gotejamentos para os
trabalhos de manutenção
que, inevitavelmente,
tenham lugar no local da
construção e nas áreas de
estacionamento;

- Assegurar estruturas
adequadas de separação
de águas limpas e sujas; e

- Assegurar que todos os


materiais residuais na obra
sejam manuseados de
acordo com os
procedimentos e
regulamentos específicos
de gestão de resíduos.

- A área de classificação e
acondicionamento da
matéria-prima, deve ser
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
42

Respons
abilidad
Responsabilidade Monitoria de
Aspecto Medida de Mitigação / e
Potencial Impacto Actividade de Indicadores de
Ambiental Potenciação do Impacto de
Implementação Desempenho
monitori
zação
coberta,
impermeabilizada
Gestão - Sensibilizar os - Nº de incidentes
inadequada trabalhadores a ambientais (p.ex:
de resíduos procederem à deposição derrames de óleos,
sólidos e adequada dos resíduos Produtos químicos);
derrame de
óleos e - Desenvolver e - Manifesto de
combustíveis implementar resíduos;
em viaturas. procedimentos para a
gestão de resíduos, de - Fichas de Dados de
- acordo com a tipologia Segurança de
LISORTE
Acondicionam de resíduos produzidos, Materiais (MSDS);
RECYCL
ento da conforme previsto na
ED
matéria-prima legislação moçambicana LISORTE - Manutenção de
PLASTIC,
Geomorfologi em local não RECYCLED veículos,
Poluição dos Solos LDA
a e Solos pavimentado - Garantir a manutenção PLASTIC, LDA equipamentos e
e sem regular das viaturas maquinaria realizada;
AQUA/S
cobertura
PA/
- Usar tabuleiros de - Programa de
DPDTA
- Descarga de recolha de gotejamentos, educação e
efluente no caso de trabalhos de sensibilização sobre a
liquido manutenção de viaturas correcta gestão de
resultante do resíduos.
processo de - Devem ser usadas Fichas
lavagem de de Dados de Segurança - Registo do nº de
matéria-prima, de Materiais (MSDS) de Incidentes ambientais:
arrefecimento todos os materiais e Sempre que
dos filamentos produtos perigosos usados ocorrerem
e limpeza das
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
43

Respons
abilidad
Responsabilidade Monitoria de
Aspecto Medida de Mitigação / e
Potencial Impacto Actividade de Indicadores de
Ambiental Potenciação do Impacto de
Implementação Desempenho
monitori
zação
instalações - Garantir o - Registo do manifesto
acondicionamento de resíduos: Mensal
adequado dos resíduos
resultantes do processo de - Registo de Fichas de
produção de barras de Dados de Segurança
ouro (borra de fundição) de Materiais (MSDS):
Mensal
- Garantir o bom
funcionamento dos - Registo de
sistemas de gestão de manutenção de
águas pluviais e residuais, veículos,
através de acções de equipamentos e
manutenção regular e maquinaria realizada:
sempre que necessário. Mensal

- Pavimentar e cobrir o - Registo do programa


local de de educação e
acondicionamento e Sensibilização sobre a
classificação da matéria- correcta gestão de
prima; resíduos: Mensal

- Tratamento adequado - Relatórios de


de todo efluente líquido analises laboratoriais
resultante das actividades da água da piscina e
da fábrica antes da sua do solo do local de
deposição; despejo

- Realização de analises - Relatórios: Trimestral


laboratoriais da água
residual antes da sua
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
44

Respons
abilidad
Responsabilidade Monitoria de
Aspecto Medida de Mitigação / e
Potencial Impacto Actividade de Indicadores de
Ambiental Potenciação do Impacto de
Implementação Desempenho
monitori
zação
deposição final e do solo
do local de deposição de
forma trimestral
- Garantir que as
actividades ocorrem em
conformidade com um
calendário e horários pré-
estabelecidos, com as
actividades geradoras de
-Nº de reclamações
níveis mais altos
sobre ruído;
decorrendo no período
diurno, e com a exclusão
- Manutenção de
de domingos e feriados; LISORTE
veículos e maquinaria
RECYCL
Degradação do realizada;
- Limitar a movimentação ED
Ambiente sonoro LISORTE
Circulação de de empilhadora e PLASTIC,
Ambiente local, proveniente RECYCLED - Registo do nº de
veículos equipamentos ligados ao LDA
Sonoro do tráfego de PLASTIC, LDA Reclamações sobre
equipamentos. Projecto ao estritamente
veículos e ruído: Sempre que
necessário para a AQUA/S
empilhadoras houver
execução das actividades PA/
do Projecto; DPDTA
- Registo de
manutenção de
- Garantir uma
veículos e maquinaria
manutenção adequada
realizada: Mensal.
da maquinaria e dos
equipamentos afectos às
actividades do Projecto,
para minimizar os níveis de
ruído.
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
45

Respons
abilidad
Responsabilidade Monitoria de
Aspecto Medida de Mitigação / e
Potencial Impacto Actividade de Indicadores de
Ambiental Potenciação do Impacto de
Implementação Desempenho
monitori
zação
- Restringir as actividades
geradoras de elevados
níveis de ruído ao horário
de trabalho diurno.

- Através de um
mecanismo de
comunicação reviamente
estabelecido, manter
contacto regular com a
comunidade a respeito de
perturbações por via do
ruido que se possam
observar, e acordar sobre
as formas da sua
minimização.
- A gestão dos resíduos - Nº de incidentes
deve obedecer ao ambientais (p.ex:
estipulado no derrames de óleos);
Recolha, LISORTE
Regulamento sobre a
acondicionam RECYCL
Gestão de Resíduos -Manifesto de
ento, ED
Poluição resultante Sólidos Urbanos e LISORTE resíduos;
armazenamen PLASTIC,
Gestão de da Gestão Regulamento sobre a RECYCLED
to e LDA
Resíduos inadequada de Gestão de Resíduos PLASTIC, LDA - Fichas de Dados de
deposição de
resíduos Perigosos (p.ex: Segurança de
resíduos não AQUA/S
identificação do tipo de Materiais (MSDS).
perigosos e PA/
resíduo; recolha,
perigosos. DPDTA
deposição e eliminação - Registo do nº de
de resíduos de forma incidentes ambientais:
adequada); Sempre que
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
46

Respons
abilidad
Responsabilidade Monitoria de
Aspecto Medida de Mitigação / e
Potencial Impacto Actividade de Indicadores de
Ambiental Potenciação do Impacto de
Implementação Desempenho
monitori
zação
ocorrerem
- Implementar um sistema
de rastreamento de - Registo do manifesto
resíduos com manifesto de de resíduos: Semanal
forma a manter um registo
actualizado dos resíduos - Registo de Fichas
que são produzidos e de Dados de
eliminados na área do Segurança de
Projecto e transferidos, Materiais (MSDS):
incluindo informações Semanal
sobre a sua proveniência,
quantidade e tipologia de Relatórios: Mensal
resíduos;

- Os resíduos para os quais


a hierarquia de gestão
não puder ser
implementada deverão
ser tratados e/ou
eliminados da forma
ambientalmente mais
adequada;

- Recolher e limpar
regularmente os locais e
recipientes de depósito de
resíduos (para que não
haja acumulação de
resíduos);
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
47

Respons
abilidad
Responsabilidade Monitoria de
Aspecto Medida de Mitigação / e
Potencial Impacto Actividade de Indicadores de
Ambiental Potenciação do Impacto de
Implementação Desempenho
monitori
zação
- Garantir que o transporte
de resíduos é efectuado
por empresas e/ou por
camiões licenciados;

- Os resíduos deverão ser


colocados em
contentores e as áreas de
armazenamento
temporárias deverão ser
contidas para prevenir o
acesso por pessoas ou
animais;

- As especificações para o
armazenamento e
manuseamento de todos
os resíduos e substâncias
perigosas (por exemplo,
combustíveis) devem ser
cumpridas;

- Todos os materiais
perigosos devem ser
manuseados de uma
forma segura e
responsável e eliminados
de forma segura,
adequada e responsável;
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
48

Respons
abilidad
Responsabilidade Monitoria de
Aspecto Medida de Mitigação / e
Potencial Impacto Actividade de Indicadores de
Ambiental Potenciação do Impacto de
Implementação Desempenho
monitori
zação
- Devem ser usadas Fichas
de Dados de Segurança
de Materiais (MSDS) de
todos os
materiais e produtos
perigosos usados, para
proporcionar uma
avaliação dos riscos
possíveis e uma melhor
abordagem em
termos de métodos de
manuseamento e
eliminação;

- Deverá ser preparado


um programa de
educação e
sensibilização, de forma a
instruir todos os
trabalhadores a
efectuarem uma
deposição adequada dos
resíduos (perigosos e não
perigosos) e a sensibilizá-
los quanto à necessidade
da preservação do
ambiente e do seu papel
como agentes activos na
mudança de
mentalidades;
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
49

Respons
abilidad
Responsabilidade Monitoria de
Aspecto Medida de Mitigação / e
Potencial Impacto Actividade de Indicadores de
Ambiental Potenciação do Impacto de
Implementação Desempenho
monitori
zação

- Identificar zonas
devidamente preparadas
para o armazenamento e
manuseamento de
resíduos perigosos
(pavimentar com betão,
ter uma inclinação
adequada que permita a
recolha de óleos e estar
protegida das águas
pluviais), se necessário;

- Todos os derrames de
combustíveis, óleos ou
outras substâncias
perigosas devem ser
imediatamente limpos e
devem ser tomadas
medidas para remediar os
seus efeitos; e

- Os resíduos devem ser


eliminados de forma
segura, adequada e
responsável, conforme as
melhores práticas da
legislação moçambicana.
Gestão de Gestão - Sensibilizar os LISORTE - Manifesto de LISORTE
Resíduos Proliferação de inadequada trabalhadores a RECYCLED resíduos; RECYCL
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
50

Respons
abilidad
Responsabilidade Monitoria de
Aspecto Medida de Mitigação / e
Potencial Impacto Actividade de Indicadores de
Ambiental Potenciação do Impacto de
Implementação Desempenho
monitori
zação
ratos domésticos e de resíduos procederem à deposição PLASTIC, LDA ED
outras espécies, adequada dos resíduos Registo do manifesto PLASTIC,
relacionada com de resíduos: Semanal LDA
a gestão de - Desenvolver e
resíduos. implementar Relatórios: Mensal AQUA/S
procedimentos para a PA/
gestão de resíduos, de DPDTA
acordo com a tipologia
de resíduos produzidos,
conforme previsto na
legislação moçambicana;
e

- Onde necessário, as
populações de roedores
no local e em redor das
infraestruturas devem ser
controladas através do
uso de armadilhas e não
através de veneno, sob
precauções de segurança
para humanos.

Fase de Desativação
- Deve assegurar-se a - Nº de incidentes LISORTE
implementação do ambientais; RECYCL
Desmantelam
Qualidade Perturbação da conjunto de medidas já Empreiteiro de ED
ento de
do ar qualidade do ar apresentado para a fase desactivação - Resultados da PLASTIC,
equipamento.
de construção, sempre monitorização da LDA
que as actividades a qualidade do ar para
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
51

Respons
abilidad
Responsabilidade Monitoria de
Aspecto Medida de Mitigação / e
Potencial Impacto Actividade de Indicadores de
Ambiental Potenciação do Impacto de
Implementação Desempenho
monitori
zação
realizar assim o justifiquem. PM10 e PM2.5; AQUA/S
PA/
- No entanto, deve ser - Nº de inspecções e DPDTA
implementado pelo Respectiva gestão
empreiteiro de dos locais de maior
desactivação, um emissão de poeira;
projecto de
desactivação, que tenha - Nº de reclamações
em consideração as sobre a qualidade do
condições nesta fase e ar.
que ajuste as medidas de
mitigação previstas para a - Registo do nº de
fase de construção às incidentes ambientais:
condições reais. Sempre que
ocorrerem Registo dos
resultados da
monitorização da
qualidade do ar para
PM10 e PM2.5:
Semanal

- Registo do nº de
inspecções e
respectiva gestão dos
locais de maior
emissão de poeira:
Semanal

- Registo do nº de
reclamações sobre a
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
52

Respons
abilidad
Responsabilidade Monitoria de
Aspecto Medida de Mitigação / e
Potencial Impacto Actividade de Indicadores de
Ambiental Potenciação do Impacto de
Implementação Desempenho
monitori
zação
qualidade do ar:
Sempre que houver
Relatórios: Mensal
- Deve ser implementado
pelo empreiteiro de
desactivação, um
projecto de
desactivação,
que tenha em
consideração as - Ocorrência de
condições nesta fase e alterações nos
que ajuste as medidas de padrões de
mitigação apresentadas escoamento e LISORTE
Desmantelam de seguida às condições características da RECYCL
ento de reais: drenagem; ED
Perturbação das
equipamento; PLASTIC,
Hidrologia e condições de Empreiteiro de
- As infraestruturas de Registo da ocorrência LDA
Hidrogeologia drenagem; desactivação
Aterro e drenagem e águas de alterações nos
nivelamento pluviais relativas aos padrões de AQUA/S
do terreno. canais de escoamento de escoamento e PA/
águas pluviais e drenos características da DPDTA
devem ser drenagem: Mensal
adequadamente
removidas e depositadas Relatórios: Mensal
em local apropriado;

- Os canais de
escoamento e drenos
devem ser modelados de
forma a integrar-se no
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
53

Respons
abilidad
Responsabilidade Monitoria de
Aspecto Medida de Mitigação / e
Potencial Impacto Actividade de Indicadores de
Ambiental Potenciação do Impacto de
Implementação Desempenho
monitori
zação
padrão natural de
drenagem;

- As áreas de onde
tenham sido removidas
infraestruturas serão
niveladas.
- Deverão ser
- Nº de reclamações
implementadas as
sobre ruído;
medidas de mitigação
identificadas para a fase
Desmantelam - Resultados da
de construção. No LISORTE
ento de monitorização de
entanto, deve ser RECYCL
equipamento; ruído.
Degradação do implementado pelo ED
Ambiente sonoro empreiteiro de PLASTIC,
Ambiente Transporte e Empreiteiro de - Registo do nº de
devido ao desactivação, um LDA
Sonoro descarte de desactivação reclamações sobre
aumento dos níveis projecto de
equipamentos ruído: Sempre que
de ruído. desactivação, que tenha AQUA/S
e materiais Houver Registo dos
em consideração as PA/
para fora do resultados da
condições nesta fase e DPDTA
local. monitorização de
que ajuste as medidas de
ruído: Semanal
mitigação previstas para a
fase de construção às
Relatórios: Mensal
condições reais.
Transporte e - Dada a semelhança da - Nº de incidentes LISORTE
Poluição resultante descarte de tipologia de resíduos Ambientais (p.ex: RECYCL
Gestão de da gestão equipamentos produzidos, devem ser Empreiteiro de derrames de óleos); ED
Resíduos inadequada de e materiais aplicadas as medidas de desactivação PLASTIC,
resíduos. para fora do mitigação já identificadas - Manifesto de LDA
local. para a fase de resíduos;
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
54

Respons
abilidad
Responsabilidade Monitoria de
Aspecto Medida de Mitigação / e
Potencial Impacto Actividade de Indicadores de
Ambiental Potenciação do Impacto de
Implementação Desempenho
monitori
zação
construção. No AQUA/S
entanto, deve ser - Fichas de Dados de PA/
implementado pelo Segurança de DPDTA
empreiteiro de Materiais (MSDS).
desactivação, um
projecto de - Registo do nº de
desactivação, que tenha incidentes ambientais:
em consideração as Sempre que
condições nesta fase e ocorrerem
que ajuste as medidas de
mitigação previstas para a - Registo do manifesto
fase de construção e as de resíduos: Semanal
apresentadas de seguida
às condições reais: - Registo de Fichas de
Dados de Segurança
- A gestão dos resíduos de Materiais (MSDS):
deve obedecer ao Semanal
estipulado no
Regulamento sobre a - Relatórios: Mensal
Gestão de Resíduos
Sólidos Urbanos e
Regulamento sobre a
Gestão de Resíduos
Perigosos.
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
55

7 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO

A metodologia a implementar para a gestão da comunicação está


resumida a seguir e tem os seguintes objectivos:

▪ Identificar os recursos para assegurar a cooperação entre as várias


áreas de projecto, tendo em conta os requisitos de saúde, segurança
e ambiente estabelecidos;
▪ Definir a gestão da informação e comunicação entre as várias áreas
de projecto no que diz respeito à prevenção de riscos profissionais.

Todos colaboradores são vitais para uma correta gestão e circulação da


informação, mas destacamos as partes envolvidas que, por força das suas
funções e responsabilidades, assumem um papel vital na coordenação e
viabilização do PGAS.

7.1 Método de Comunicação

A informação deve circular através dos seguintes suportes/meios: (I) Escrita -


formal e informal através dos meios convencionais de comunicação,
assegurando o seu registo e arquivamento na LISORTE RECYCLED PLASTIC,
LDA tendo em atenção que a mensagem electrónica é apenas considerada
meio de comunicação informal; (II) Escrito/pictográfico - exibindo pósteres,
plantas do local de trabalho, panfletos, avisos de convocação, avisos e
informações diversas; e, Verbal, linguagem gestual e sonora - instruções
directas, principalmente no decurso das actividades.
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
56

8 PROGRAMAS DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

Neste capítulo são apresentados os Programas Ambientais que integram o


PGAS, onde em cada Programa consta breve nota introdutória, objectivos,
acções de gestão e controlo, monitorização e principais indicadores.

Os programas ambientais adoptados no documento ora apresentado, estão


discriminados na Tabela 7 abaixo.

Tabela 7. Programas de Gestão Ambiental e Social


Título de Documento
Programa de Gestão da Qualidade Água
Programa de Gestão da Qualidade de Solos
Programa de Gestão da Qualidade de Ar
Programa de Gestão de Gestão de Resíduos Sólidos
Programa de Saúde e Segurança
Plano de Acção de Emergência
Programa de Educação Ambiental e de Comunicação Social (PEACS)
Plano de Acção para a Prevenção da Violência Baseada no Género (VBG)
Programa de Contratação e/ou Recrutamento

8.1 Programa de Gestão da Qualidade da Água

Os principais impactos do projecto no meio hídrico, estão associados à


contaminação dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos como
resultado de uma gestão deficiente dos efluentes, produtos químicos e
resíduos sólidos que são gerados durante as actividades do projecto.

As águas residuais produzidas nas instalações da LISORTE RECYCLED PLASTIC,


LDA são resultantes do uso dos balneários, uso doméstico no refetório e a
resultante do sector de produção durante a lavagem da matéria-prima, das
instalações e arrefecimento dos filamentos.

Estas águas deverão ser primariamente tratadas antes de sua descarga no


ambiente. Caso não se tomem medidas de gestão dos efluentes e controlo
da qualidade da água poderá ocorrer a contaminação do ambiente
aquático com impactos directos na flora e fauna aquática.

Os recursos hídricos subterrâneos da área de influência indireta podem


apresentar igualmente um elevado potencial de contaminação, mas por
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
57

infiltração da água contaminada pela superfície e aquíferos. Esta


contaminação pode ocorrer através da lixiviação que pode ter lugar nos
locais de armazenamento da matéria-prima e no local de armazenamento
temporário de resíduos sólidos, durante o escoamento das águas pluviais.

Outro tipo de poluição que merece uma atenção especial poderá ser
causada por hidrocarbonetos como resultado de derrames acidentais de
óleos, combustíveis e lubrificantes nos veículos e máquinas que são usadas
no processo de arrumamento e carregamento.

O presente programa foi elaborado tendo em a legislação nacional e


políticas internacionalmente aceites. De acordo com o artigo 51 da lei de
águas (Decreto–Lei nº 16/91 de 3 de Agosto) a contaminação é definida
como sendo a acção ou o efeito de introduzir matérias, formas de energia
ou na criação de condições que, directa ou indirectamente, impliquem uma
alteração prejudicial da sua qualidade em relação aos usos posteriores ou à
sua função ecológica.

Assim, com vista a proteger a qualidade das águas, a Lei de água (artigo 53)
interdita as actividades que directa ou indirectamente possam degradar a
qualidade das águas, nomeadamente: a) Efectuar directa ou
indirectamente despejos que contaminem a água; b) Acumular resíduos
sólidos, desperdícios ou quaisquer substâncias que contaminem ou criem
perigo de contaminação das águas; c) Actuar sobre o meio físico ou
biológico afecto à água de modo a degradá-lo ou criar perigo da sua
degradação; e, d) Exercer, nas zonas de protecção estabelecidas nos
planos de ordenamento de águas, quaisquer actividades que envolvam ou
possam envolver perigo de contaminação ou degradação do domínio
publico hídrico.

Pelo que toda a actividade susceptível de provocar a contaminação ou


degradação do domínio publico hídrico em particular o despejo de águas
residuais, dejectos ou outras substâncias nas águas do domínio publico fica
dependente de autorização especial e pagamento de uma taxa.
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
58

Também, o artigo 9 da Lei no 20/97, de 1 de Outubro (Lei do Ambiente),


reafirma a proibição de lançamento para água em território nacional, de
quaisquer substâncias tóxicas ou poluidoras, assim como a prática de
actividades que acelerem a degradação do ambiente, fora dos limites
legalmente estabelecidos.

Foi estabelecido em regulamentação específica (O Regulamento sobre


Padrões de Qualidade Ambiental e Emissão de Efluentes, Decreto nº 18/2004,
de 2 de Junho), os padrões de qualidade da água, incluindo para usos
agrícolas ou recreativos, bem como os limites de emissão para efluentes
industriais e domésticos. Em 2010, este regulamento foi actualizado através
do Decreto 67/2010, de 31 de Dezembro, que fixou novos padrões de
qualidade ambiental e emissão de efluentes (valores mínimos e máximos
para as substâncias potencialmente prejudiciais) tendo ainda fixado as taxas
e multas aplicáveis.

8.1.1 Objetivos

O programa de gestão da qualidade de água apresenta como objetivos:

• Garantir uso racional e sustentável de água pela LISORTE RECYCLED


PLASTIC, LDA;
• Garantir o manuseamento correto, tratamento e destinação final de
efluentes gerados nas actividades de forma a garantir o
cumprimento da legislação ambiental aplicável; e
• Monitorar a qualidade das águas residuais antes do descarte através
da coleta da amostra e análises laboratoriais.

8.1.2 Ações de Gestão e Controlo Ambiental

As ações aqui recomendadas têm em vista minimizar a contaminação da


água e garantir a qualidade da mesma durante a vida útil do projecto. As
ações de gestão e controlo a serem implementadas são as seguintes:

• Interditar o abastecimento de combustível e lubrificação dos


equipamentos móveis, máquinas e veículos no local da realização
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
59

das actividades e outros locais sensíveis, restringindo essas actividades


em locais concebidos apenas para o efeito;
• Realizar manutenção de veículos e máquinas em oficinas concebidas
para o efeito e abastecer combustível em postos de abastecimento
específicos;
• Para o abastecimento de equipamentos fixos como geradores,
colocar protetores (lonas) ou outro tipo de material de
impermeabilização no solo no local de abastecimento para evitar a
contaminação do solo e posteriormente das águas pelo
escoamento;
• Armazenar os materiais perigosos, produtos químicos, combustíveis,
óleos e lubrificantes em áreas cobertas concebidas para o efeito,
impermeabilizadas e afastadas do sistema de drenagem das águas
pluviais;
• Garantir que os locais de armazenamento de produtos perigosos
estejam providos de bacias de contenção de derrames com uma
capacidade adequada por forma a serem eficazes em caso de
derrames;
• Interditar a deposição de desperdícios de matéria-prima, efluentes,
resíduos ou qualquer tipo de substâncias nas imediações do sistema
de drenagem de águas pluviais;
• Elaborar um plano de monitorização operacional dos efluentes e
qualidade da água;
• Realizar inspeções periódicas dos equipamentos com o objetivo de
verificar a existência de fugas/vazamentos de óleos e combustíveis
para sua posterior reparação;
• Garantir a formação específica para os trabalhadores diretamente
ligados ao manuseamento de matéria-prima, produtos químicos,
óleos, combustíveis, assim como de resíduos, etc.;
• Realizar ações de sensibilização ambiental dos trabalhadores, de
modo a depositarem todos os resíduos nos locais adequados
disponíveis para tal e posterior eliminação.
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
60

8.1.3 Monitorização da Qualidade da Água

A monitorização da qualidade das águas deverá ser realizada através da


comparação dos resultados das análises laboratoriais (físico-químicos) com
os teores máximos legalmente aceitáveis. As amostras de água devem ser
analisadas em laboratórios devidamente credenciado.

Durante a amostragem devem ser seguidos os seguintes procedimentos:


• Usar garrafas plásticas de um litro com uma tampa plástica sem
revestimento devidamente limpa;
• Marcar claramente as garrafas de amostras com o nome do local de
amostragem, data da amostragem e o nome ou número da amostra;
• Manter as amostras numa caixa térmica e conservadas num
ambiente fresco antes de serem enviadas ao laboratório;

8.1.4 Principais Indicadores de Desempenho

A verificação do desempenho do programa será realizada com base na


medição dos seguintes indicadores:

• Percentagem de concentração de partículas que causam a turbidez


da água (sólidos suspensos);

• Ausência de odor, cor e sabor devido ao cumprimento dos padrões


de emissão de substâncias nos meio hídrico, pois a água deve por
natureza ser inodora, incolor e insípida;

• Ausência de hidrocarbonetos devido ao cumprimento dos


procedimentos de manuseamento de óleos e combustíveis (A
concentração de óleos e gorduras não deve exceder os 10 mg/L;

• Verificação da manutenção do equilíbrio do pH entre 6 à 9;

• Verificação de níveis aceitáveis da Demanda Química e Bioquímica


de Oxigénio, assim como da presença de Fosforo, Nitrogénio Total e
de Sólidos Suspensos Totais; e

• Verificação níveis de poluentes legalmente estabelecido para o tipo


de atividade abaixo dos valores máximos indicados para as
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
61

substâncias prejudiciais que conferem a perigosidade das descargas


feitas no meio hídrico.

8.2 Programa de Gestão da Qualidade de Solos

Os principais impactos que poderão decorrer do projecto no solo estão


associados à sua contaminação causada pelo acondicionamento da
matéria-prima, geração de resíduos, armazenamento de produtos químicos,
resíduos gerados na reparação de equipamentos e veículos, operações de
lavagem, escoamento das águas pluviais, entre outras. Por outro lado, a
contaminação dos solos pode resultar na sua degradação e
consequentemente na redução da cobertura vegetal existente no local do
projecto, podendo se verificar também a compactação do solo devido a
circulação de veículos e máquinas na área do projecto.

O presente programa foi elaborado tendo em consideração a legislação


nacional e políticas internacionalmente aceites. O artigo 9 da Lei no 20/97,
de 1 de Outubro (Lei do Ambiente), estabelece a proibição de produção e
deposito no solo ou subsolo em território nacional, de quaisquer substâncias
tóxicas ou poluidoras, assim como a prática de actividades que acelerem a
erosão e degradação do ambiente, fora dos limites legalmente
estabelecidos.

Na sequência do artigo 10 da Lei do Ambiente, que aborda os padrões de


qualidade ambiental, foi estabelecido em regulamentação específica (O
Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e Emissão de Efluentes,
Decreto nº 18/2004, de 2 de Junho). Este regulamento, prevê no seu artigo 14
a necessidade de vigilância sanitária, com vista a monitorar as condições de
funcionamento de instalações envolventes as zonas de recreação e no seu
capítulo IV – “Qualidade do solo”, artigo 19, reitera a proibição do deposito
no solo de substâncias nocivas, fora dos limites legalmente estabelecidos,
ficando proibido o exercício de actividades que impliquem o movimento de
solos, sem que sejam tomadas medidas adequadas a sua conservação.
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
62

8.2.1 Objectivo

O presente programa de gestão da qualidade de solos tem como objectivo


implementar medidas de protecção e prevenção da contaminação e
alteração da qualidade dos solos.

8.2.2 Acções de Gestão e Controlo Ambiental

As acções aqui recomendadas têm em vista minimizar a contaminação dos


solos durante a vida útil do projecto através da implementação das
seguintes acções de gestão e controlo:

• Assegurar que nenhum tipo de resíduo seja enterrado na área do


projecto;
• Garantir a formação para todos os funcionários sobre os
procedimentos de gestão de Resíduos Perigosos e não Perigosos;
• Garantir que todos locais de armazenamento de produtos químicos,
da matéria-prima assim como de produtos perigosos estejam
devidamente impermeabilizados e que tenham uma bacia de
contenção com capacidade adequada de retenção em caso de
derrames;
• Garantir que os locais de armazenamento temporário de resíduos
estejam devidamente impermeabilizados e que disponham de uma
cobertura;
• Isolar e tratar solos contaminados em caso de derrames de
substâncias perigosas; e
• Implementar acções de limpeza regular.

8.2.3 Monitorização da Qualidade dos Solos

A monitorização da qualidade do solo será realizada através de inspecções


diárias “in situ” nas áreas do projecto de modo a identificar áreas de solos
com sinais visíveis ou não de contaminação.
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
63

8.2.4 Principais Indicadores de Desempenho

A verificação do desempenho do programa será realizada com base dos


seguintes indicadores:

• Disponibilização de recipiente adequado para a deposição de


material contaminado e resíduos perigosos;
• Existência de procedimentos para manuseamento de resíduos
perigosos e material contaminado;
• Não ocorrência derrame de produtos químicos, matéria-prima óleos,
e combustíveis no solo;
• Não existência de solos contaminados após a implementação das
medidas de recuperação dos solos degradados.

8.3 Programa de Gestão de Gestão de Resíduos Sólidos

As actividades do empreendimento podem resultar na produção dum


volume considerável diário de resíduos não perigosos (tais como papel,
papelão/cartão, plástico, material rejeitado durante a classificação da
matéria-prima e outros lixos de carácter geral) e resíduos perigosos (tais
como óleos usados entre outros produtos).

O presente Programa de Gestão de Resíduos do Projecto é elaborado com


vista a administrar as questões relacionadas com a geração,
armazenamento, transporte e deposição adequada de todos os resíduos
gerados, através de uma abordagem diferenciada para os resíduos
perigosos e não perigosos.

Este programa foi elaborado tendo em conta alguns aspectos da Lei do


Ambiente (Lei n.º 20/97, de 1 de Outubro), que proíbe no artigo 9 a
produção e deposição de quaisquer substâncias tóxicas ou poluentes em
solos, subsolos, água ou atmosfera, assim como proíbe quaisquer actividades
que possam acelerar qualquer forma de degradação ambiental além dos
limites estabelecidos por lei. Proibindo também a importação para o território
nacional de resíduos ou lixos perigosos.
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
64

O Regulamento sobre a Gestão de Resíduos (Decreto n.º 13/2006 de 15 de


Junho), tem como objectivo fundamental fixar regras para a geração,
remoção ou libertação, em solos e/ou subsolos, água e/ou na atmosfera, de
qualquer substância tóxica e/ou poluidora, assim como para regular as
actividades potencialmente poluidoras que acelerem a degradação
ambiental, a fim de minimizar os seus impactos negativos sobre a saúde e o
meio ambiente.

Por seu turno, o Regulamento sobre Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos
(Decreto no 94/2014, de 31 de Dezembro), estabelece regras de gestão de
resíduos sólidos urbanos no território nacional. Este regulamento faz menção,
no artigo 11, das obrigações dos produtores, transportadores e operadores
de resíduos sólidos urbanos:

a) Minimizar a produção dos resíduos sólidos;


b) Capacitar os trabalhadores envolvidos no manuseamento de resíduos
em matéria de saúde, segurança ocupacional e ambiente;
c) Garantir a segregação e acondicionamento dos resíduos em
diferentes categorias previstas neste regulamento;
d) Garantir o tratamento dos resíduos sólidos antes da sua deposição final
adequada;
e) Garantir a proteção de todos trabalhadores envolvidos na gestão dos
resíduos sólidos contra acidentes e doenças resultantes da sua
exposição ao risco de contaminação;
f) Garantir que o transporte de resíduos seja efectuados de modo
adequado, assegurando que não haja dispersão dos resíduos sólidos
urbanos ao longo do percurso até ao local de tratamento ou destino
final;
g) Garantir que a eliminação dos resíduos, dentro e fora do local de
produção, não tenha impactos negativos sobre o ambiente ou sobre a
saúde e segurança públicas;
h) Manter um registo mensal e anual minucioso das providencias,
quantidades e tipos de resíduos manuseados, transportados, tratados,
valorizados ou eliminados.
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
65

8.3.1 Objectivos

O presente Programa tem os seguintes objectivos:


• Adoptar procedimentos que minimizem os riscos de degradação
ambiental através dos resíduos produzidos durante a realização das
actividades do projecto;
• Minimizar a geração de resíduos;
• Monitorizar as condições nas quais a gestão de resíduos irá decorrer;
e
• Sensibilizar os trabalhadores em relação à forma de tratamento e
disposição final dos resíduos.

8.3.2 Acções de Gestão de Resíduos não-perigosos

As acções de gestão e controlo de resíduos não perigosos recomendadas


são seguintes:

• Preencher a nota de consignação de transporte e deposição de


resíduos gerados, dividindo os resíduos de acordo com a sua
composição, fonte, volumes e métodos de disposição;
• Designar o nome e contacto da pessoa responsável pela gestão de
resíduos;
• Capacitar os trabalhadores quanto a procedimentos adequados de
gestão de resíduos, nomeadamente ao nível da separação e
reutilização;
• Os recipientes de vidro e de plástico, tambores de plástico devem ser
devolvidos, sempre que possível, aos fornecedores para reutilização e
reciclagem;
• Disponibilizar em locais estratégicos recipientes suficientes para
deposição do lixo, com tampa, de capacidade e em número
suficiente, tendo em conta as estimativas de volumes de lixos a
produzir e com as condições necessárias à separação por tipologia
de resíduos a gerar (vidro, papel, plásticos, metais e lixo orgânico);
• Considerar a possibilidade de reaproveitamento de materiais
específicos com potencial para serem reaproveitados. Esta medida
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
66

deve excluir recipientes onde estiveram contidos materiais perigosos,


ou outros materiais que possam estar contaminados;
• Identificar uma área apropriada para o armazenamento temporário
de resíduos;
• Cobrir os resíduos quando forem transportados para o local de
deposição na lixeira/aterro sanitário.

8.3.3 Acções de Gestão de Resíduos Perigosos

São recomendadas as seguintes acções de gestão e controlo de resíduos


perigosos:

• Conceber uma unidade temporária para resíduos para evitar


qualquer tipo de contaminação do ambiente.

• Preencher a nota de consignação de transporte e deposição de


resíduos perigosos gerados, dividindo os resíduos de acordo com a
sua composição, fonte, volumes e métodos de disposição;

• Capacitar os trabalhadores quanto a procedimentos adequados de


gestão de resíduos perigosos, nomeadamente ao nível de
armazenamento temporário, tratamento e deposição final;

• Armazenar os combustíveis e outros produtos perigosos em locais


especificamente concebidos para o efeito, com superfícies
impermeáveis e bacias de contenção de derrames;

• Armazenar os resíduos perigosos em recipientes selados e colocados


numa unidade de armazenamento segura e concebida para o efeito
e devidamente identificado;

• Conceber a unidade de armazenamento temporário com um piso


impermeável e cobertura de forma a impedir a entrada de chuva e
das águas de escorrência;

• Qualquer substância auto-inflamável ou inflamável deve ser


armazenada em recipientes selados;
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
67

• Qualquer substância com características de libertar gases inflamáveis


quando em contacto com a água deve ser guardada em locais livres
de humidade e devidamente identificados;

• Os recipientes contendo resíduos perigosos compostos por líquidos


inflamáveis devem estar claramente identificados através de uma
etiqueta negra com fundo vermelho com o símbolo internacional
recomendado para substâncias compostas por Líquidos Inflamáveis,
colocada em todas as suas faces; e

• Treinar os trabalhadores para conter, reportar e/ou limpar com


prontidão qualquer derrame de hidrocarbonetos ou material
perigoso.

8.3.4 Monitorização da Gestão de Resíduos

Com vista a verificar e acompanhar o cumprimento das medidas acima


apresentadas, assim como avaliar o desempenho do pessoal na
implementação deste programa, monitorizar o sucesso das medidas
estipuladas e avaliar as necessidades de acções correctivas ou de
remediação, propõe-se que sejam levadas a cabo inspecções regulares na
área de influência directa e indirecta do projecto. Verificar os registos de
quantificação e qualificação dos resíduos, bem como a segurança do seu
acondicionamento temporários e deposição final.

8.3.5 Principais indicadores de Desempenho

Os principais indicadores de desempenho do programa de gestão de


resíduos são os seguintes:

• Existência de cópias de registo de tipo e volume de resíduos;


• Presença de recipientes de armazenamento de resíduos
devidamente identificados com o tipo de resíduos a que os mesmos
são destinados ou nele contidos;
• Existências de condições adequadas de armazenamento de resíduos
perigosos que garantam que não são expostos à chuva e ao vento, e
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
68

que não existem situações de risco de contaminação dos solos e


água, e com condições de impermeabilização adequadas;
• Existência de registos de encaminhamento de resíduos recicláveis
para as associações e/ou empresas de reciclagem;
• Existência de registos de materiais reutilizados e recipientes devolvidos
aos fornecedores;
• Cumprimento efectivo do regulamento sobre a Gestão de Resíduos
em vigor no país;
• Existência de contrato com o provedor de serviço de recolha de
resíduos sólidos devidamente credenciado pelas autoridades
competentes.

8.4 Programa de Saúde e Segurança

Deverão ser desenvolvidos subprogramas de formação e sensibilização


ambiental, de saúde e segurança no trabalho. Durante a realização das
actividades, os trabalhadores poderão estar expostos aos riscos
ocupacionais tais como: físicos, químicos, biológicos, ergonômicos ou
acidentais. Assim, eles podem ser operacionais (riscos para acidente),
comportamentais ou ambientais (físicos, químicos ou biológicos,
ergonômicos).

Todos trabalhadores deverão ter indução, treinamentos sobre os aspectos


operacionais, de protecção ambiental, gestão social e de saúde e
segurança no trabalho.

Este programa foi elaborado a luz da Lei do trabalho (Lei n.º 23/2007 de 1 de
agosto), que define princípios gerais e estabelece o regime jurídico aplicável
às relações individuais e colectivas de trabalho subordinado, prestado por
conta de outrem e a título remuneratório. Entre outras, a lei determina as
condições de higiene, segurança e saúde dos trabalhadores. Esta lei
estabelece igualmente os requisitos de saúde e segurança no trabalho,
obrigado ao patronato a disponibilizar equipamentos de protecção
individual e condições seguras de trabalho.
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
69

8.4.1 Objectivos

Os principais objectivos deste programa são de promover a


consciencialização dos trabalhadores quanto à necessidade da mudança
de comportamento nas actividades do dia-à-dia, de modo a prevenir a
poluição ambiental, acidentes de trabalho e transmissão de doenças, e
garantir a integridade física, emocional de todos trabalhadores durante a
realização das suas actividades.

8.4.2 Acções de Gestão

• Realizar formações e sensibilização ambiental, com enfoque na


prevenção da poluição do solo e recursos hídricos;
• Aplicar o programa de comunicação social para reportar
incidentes/acidentes ambientais;
• Realizar exames médicos no processo de admissão ao posto de
trabalho e periódicos para confirmação aptidão para a tarefa
especifica a que concorre;
• Realizar avaliação preliminar de riscos (APR) das actividades antes da
sua execução;
• Treinar a todos trabalhadores sobre os riscos associados de cada
actividade a ser desenvolvida;
• Realizar todas actividades de acordo com os procedimentos de
prevenção de contaminação do coronavírus (covid-19);
• Realizar diálogos de saúde e segurança (DSS)antes do início de
qualquer actividade e preencher a fica de registo de indução ou DSS;
• Disponibilizar e substituir sempre que necessários os equipamentos de
protecção individual (EPI) e colectiva (EPC) de acordo com a
actividade específica a ser realizada. Respeitando o período de
substituição dos EPI’s disponibilizados (vide a Tabela 8) e efectuar o
devido registo;
• Elaborar e Implementar um plano de saúde e segurança no trabalho.
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
70

Tabela 8. Periodicidade de Troca de EPI’s

Período de troca/Tempo
Nome do EPI
máximo de reposição
Protector auricular do tipo plug 30 dias
1 ano para operários e 2 anos
Protector auricular do tipo Concha
para gestores/administrativos
Máscaras de protecção PFF2 e PFF3 7 dias
Filtro Químico para respiradores 180 dias
Luva nitrilica/PVC contra agentes
60 dias
químicos
Macacão impermeável contra
60 dias
agentes químicos
No caso de outros EPI’s que não foram aqui mencionados, deverão ser
trocados sempre que não estejam em bom estado para salvaguardar a
saúde e segurança dos colaboradores.

8.5 Plano de Acção de Emergência

O Plano de Acção para Emergências é concebido para responder às


principais, potenciais emergências ambientais e ocupacionais. Este plano
opta por uma abordagem holística para caracterizar os vários riscos
ocupacionais e incidentes ambientais potenciais associados com as
principais actividades realizadas. São igualmente estabelecidos neste Plano
os protocolos em termos de papéis e responsabilidades das Partes, assim
como requisitos de recursos em termos de equipamento e pessoal e
principais acções de resposta para lidar com as emergências ambientais e
as emergências ocupacionais mais comuns.

O Plano deverá acautelar da necessidade de reforçar a presença de


técnicos bem qualificados em Higiene, Saúde e Segurança, devido a
realização de trabalhos com elevado risco para integridade física e na
saúde dos trabalhadores. Deve-se assegurar que todos os trabalhadores
estejam familiarizados com a rotina a ser seguida no caso de ocorrência de
uma emergência no local de trabalho, de forma a minimizar possíveis
ferimentos, mortes, entre outros danos impressíveis.
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
71

8.5.1 Principais Riscos

Os principais riscos associados ao projecto são:


• Fugas de hidrocarbonetos e combustíveis dos veículos e maquinaria
durante a realização das actividades;
• Incêndios de veículos, máquinas e locais de armazenamento
temporário de resíduos;
• Contaminação do meio ambiente por má gestão de resíduos e
derrame de combustíveis e óleos;
• Exposição a elevados níveis de ruído;
• Acidentes causados por incorrecto manuseamento de substâncias
perigosas e produtos químicos;
• Acidentes causados por incorrecto manuseamento manual de
cargas pesadas e afins;
• Acidentes por causa do incumprimento das regras de protecção
colectiva e individual;
• Quedas decorrentes de falhas de procedimentos em trabalhos em
altura;
• Choque eléctrico devido a falha de procedimentos durante a
instalação de equipamentos e testagem; e
• Ataques de animais venenosos.

8.5.2 Requisitos de Formação

Todos os trabalhadores deverão receber formação quanto aos riscos,


precauções e procedimentos para o armazenamento seguro,
manuseamento e aplicação de todos os materiais potencialmente perigosos
relevantes a cada tarefa. A formação deverá incluir o reconhecimento e
prevenção de riscos/perigos ocupacionais aplicáveis as actividades.

A formação deverá incluir também resposta de emergência, incluindo a


localização e uso apropriado do equipamento de emergência, uso de
equipamento protecção individual, procedimentos para dar o sinal de
alarme e notificar as equipes de resposta de emergência, assim como
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
72

acções de resposta apropriada para cada situação de emergência


prevista.

Contactos de Emergência: deverá ser distribuída e afixada em locais visíveis,


a definir pelo responsável por implementar o presente plano, uma lista onde
constam os principais contactos para casos de emergência, assim como
contactos de instituições-chave locais que devem intervir em casos de
emergência.

8.5.1 Procedimento para Reportar a Ocorrência de Acidentes ou incidentes

Quando os acidentes ou incidentes não registam ocorrência de ferimentos


ou danos significativos, recomendam-se os seguintes procedimentos básicos
de alerta e comunicação:

• Aplicar primeiros socorros, sempre que necessário;


• O incidente deve ser reportado a alta direção da empresa;
• Registar a ocorrência;
• Assegurar que as pessoas feridas tenham o acompanhamento
necessário posterior de forma a prevenir possíveis infecções ou outras
complicações de saúde;
• Investigar as razões que conduziram ao incidente e tomar as
precauções necessárias para actuar preventivamente.

Quando os acidentes/incidentes resultam na ocorrência de ferimentos e/ou


danos graves:

• Os feridos devem receber imediatamente primeiros socorros;


• Transportar ou organizar transporte para os feridos até ao hospital
mais próximo;
• O incidente deve ser reportado imediatamente ao responsável
directo da vítima;
• Investigar as circunstâncias e tecer conclusões e recomendações
sobre o incidente.

Em caso de o acidente resultar em fatalidades deve-se:


PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
73

• Reportar imediatamente ao responsável directo da vítima;


• Reportar imediatamente à Direcção Provincial de Trabalho, Emprego
e Segurança Social/Inspecção Geral do Trabalho;
• Reportar à Polícia local;
• Reportar à empresa seguradora, sempre que necessário;
• Não perturbar o local do acidente;
• Notificar os parentes mais próximos;
• Organizar a remoção do corpo;
• Investigar as circunstâncias e registar as conclusões e as
recomendações num relatório sobre a investigação do acidente.

8.5.2 Procedimento de Combate ao Incêndio

Em caso de incêndios devem ser seguidos os seguintes procedimentos de


alerta e comunicação:

• O primeiro trabalhador a detectar um incêndio deve reportar


imediatamente ao seu supervisor; e
• O supervisor por sua vez irá investigar o incidente. Se for um pequeno
incêndio, deverá tentar extingui-lo de imediato. Caso tal não seja
possível, o supervisor deverá informar a equipa de Emergência para
desencadear a resposta. Se necessário, este deverá solicitar
imediatamente o apoio da equipa de Salvação Pública.

8.5.3 Procedimento de Gestão de Derrames Significativos

São considerados significativos quaisquer derrames que requeiram, para a


sua contenção e limpeza, uma resposta de emergência que mobilize todo
pessoal da instalação. Em caso de derrames significativos deve-se seguir os
seguintes procedimentos básicos:

• Manter disponível equipamento de resposta a derrames


(Barras/Barreiras de Contenção de Derrames e Absorventes de
Derrames);
• Providenciar extintores e kit de absorção de derrames, os quais
deverão ser incluídos na matriz de monitoria semanal/mensal;
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
74

• Responder ao derrame e providenciar o material de contenção


necessário, existente nos equipamentos de resposta a derrames;
• Usar materiais absorventes para limpar derrames e não deitar água
na área;
• Conter a poluição e prevenir a dispersão do derrame;
• Levar a cabo treino e exercícios de resposta a derrames;
• Limpar e reportar o incidente.

8.5.4 Primeiros Socorros

Entende-se por Primeiros Socorros a prestação, no local, de assistência


médica de emergência aos trabalhadores envolvidos num incidente ou
acidente. Sendo assim, a LISORTE RECYCLED PLASTIC, LDA deve disponibilizar
em diferentes locais os seguintes materiais para os primeiros socorros:

• Livro de Registo das Pessoas Socorridas;


• Caixa de Primeiros Socorros; e
• Responsável de Primeiros Socorros.

8.5.5 Principais Indicadores de Desempenho

Os principais indicadores de desempenho que devem servir de base na


verificação do cumprimento do actual plano de acção de emergências são
os seguintes:

• Existência de um manual de procedimentos de controlo de


emergência conhecido por todos os colaboradores;
• Registo de ocorrência de incidentes/acidentes;
• Relatório de investigação de ocorrência de acidentes;
• Registo de ocorrência de exercícios realizados no âmbito da
implementação do presente plano de acção;
• Existência de listas de contactos de emergência afixadas em locais
visíveis;
• Existência de equipamentos para combate de incêndios distribuídos
pelos veículos e máquinas, e em áreas estratégicas dentro das
instalações e conhecimentos de uso por todos os colaboradores;
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
75

• Existência de Kits para primeiros socorros; e


• Relatórios de Análise de Riscos que inclui os mecanismos de gestão
desses riscos.

8.6 Programa de Educação Ambiental e de Comunicação

Para o sucesso da implementação das acções definidas neste PGAS é


necessário garantir o envolvimento dos trabalhadores na gestão
participativa para a protecção ambiental, com recurso a acções de
capacitação e consciencialização ambiental que conduzam a prevenção e
mitigação dos impactos adversos ao meio ambiente. Também será
necessário estabelecer mecanismos de comunicação adequados que
garantam um mesmo nível de informação sobre o projecto tendo os
trabalhadores e a comunidade local como público-alvo.

Importa, contudo, referir que a educação ambiental e a comunicação


social constituem instrumentos de extrema importância para o cumprimento
das acções de gestão e controlo de impactos recomendados, assim como
garantia de um bom desempenho ambiental da empresa.

Este programa foi elaborado tendo em conta alguns aspectos da


Constituição da República de Moçambique, que destaca nos artigos 45 e 90
que toda a comunidade tem o direito de viver num meio ambiente
equilibrado e o dever de o proteger, e zelar, nas suas relações com a
comunidade pela preservação dos valores culturais, pelo espírito de
tolerância, de diálogo e, de uma maneira geral, contribuir para a promoção
e educação cívicas. No artigo 48 é assegurado o direito à informação por
meio da comunicação social.

Por seu turno o artigo 117, da constituição, estabelece que todos têm o
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem como de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
poder público e a colectividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
as presentes e gerações vindouras.
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
76

A Lei do Ambiente (Lei n.º 20/97, de 1 de Outubro), refere no artigo 8, que


deve-se criar mecanismos adequados para envolver os diversos sectores da
sociedade civil, comunidades locais (associações de defesa do ambiente)
no desenvolvimento das actividades de implementação do Plano de Gestão
Ambiental. Nos artigos 19 e 20, refere que todas as pessoas têm o direito de
acesso à informação relacionada a gestão ambiental e deve-se criar
mecanismos e programas de educação ambiental.

8.6.1 Objectivos

O presente programa de educação ambiental e comunicação social tem os


seguintes objectivos:

• Consciencializar os trabalhadores e comunidade local sobre os


impactos ambientais das actividades realizadas;
• Comunicar aos trabalhadores sobre os aspectos de saúde,
segurança ocupacional, assim como do ambiente para adopção
das medidas e práticas de saúde, segurança ocupacional e
ambiente;
• Assegurar a participação activa dos trabalhadores na
implementação das recomendações do PGAS para a
manutenção/melhoria da qualidade ambiental, saúde e segurança
ocupacional;
• Promover o diálogo e a articulação entre a alta Direcção e os
trabalhadores;
• Promover o diálogo e articulação com as autoridades locais, distritais,
provinciais e nacionais; e
• Promover o diálogo com o público-alvo (trabalhadores e
comunidade local) e sociedade em geral.
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
77

8.6.2 Acções de Educação Ambiental e de Saúde e Segurança


Ocupacional

As acções de educação ambiental que devem ser desenvolvidas incluem as


seguintes:

• Realização de sessões de formação e palestras específicas sobre a


gestão da qualidade da qualidade da água, gestão da qualidade
do solo, gestão de resíduos sólidos, preservação e conservação
ambiental no geral, Saúde e segurança ocupacional;
• Realização de sessões de indução e diálogos diários com os
trabalhadores sobre saúde e segurança, doenças
infectocontagiosas, boas práticas ambientais e procedimentos
seguros;
• Código de Conduta, que incluirá o respeito pelo cumprimento das
medidas de Saúde, Segurança e Ambiente, incluindo Violência
baseada no gênero, que os trabalhadores terão de assinar e
respeitar; podendo haver penalidades para os trabalhadores em
caso de incumprimento;
• Elaboração, distribuição e/ou afixação de material didáctico, assim
como informativo que contenham informação geral sobre os
programas de gestão ambiental, abrangência do projecto, saúde e
segurança ocupacional e doenças infectocontagiosas (como, por
exemplo do HIV/SIDA, Tuberculose, etc.) e malária.

8.6.3 Acções de Comunicação Social

As acções de comunicação social que devem ser desenvolvidas incluem as


seguintes:

• Estabelecer acordos com as diversas partes envolvidas directa ou


indirectamente no sentido de definir estratégias que permitam a
correcta gestão e implementação do presente PGAS;
• Abordar e esclarecer questões e preocupações dos trabalhadores,
assim como da comunidade local e sociedade em geral sobre o
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
78

projecto e o PGAS para estabelecer um bom relacionamento entre


todas as partes interessadas e afectadas;
• Implementar acções de comunicação que garantam o diálogo
permanente com as comunidades locais e todos interessados nas
actividades associadas ao projecto, através de campanhas de
média de âmbito nacional e local, campanhas de sensibilização
locais e reuniões constantes com os principais parceiros da empresa;
e
• Implementar acções de comunicação com o pessoal, através de
boletim informativo, jornal de parede, campanhas e eventos internos
e comunicação directa.

8.6.4 Principais Indicadores de Desempenho do PEACS

Os principais indicadores para o programa de educação ambiental e de


comunicação social são os seguintes:

• Adopção e compreensão das regras de saúde e segurança


ocupacional e práticas ambientais por parte dos trabalhadores em
relação às suas actividades;
• Audição de chamadas de atenção dos trabalhadores aos seus
colegas e/ou outras pessoas quando verificam que determinadas
regras não estão a ser cumpridas;
• Os trabalhadores sabem a quem se dirigir quando têm dúvidas ou
questões que queiram ver melhoradas relativamente aos aspectos de
gestão ambiental da empresa;
• Existência de uma aceitação generalizada da necessidade de
cumprimento com as medidas ambientais preconizadas;
• Existência de uma articulação clara sobre os procedimentos
ambientais;
• Todos os trabalhadores compreendem a importância da
implementação do PGAS; e
• Existência de uma opinião pública sobre a empresa e os impactos
que as actividades têm no meio ambiente.
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
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8.7 Plano de Acção para a Prevenção da Violência Baseada no


Género (VBG)

O Plano de Acção para a Prevenção da Violência baseada no Género tem


como objectivo estabelecer os protocolos e mecanismos necessários para
detectar e lidar com os riscos de VBG, assim como com quaisquer incidentes
relacionados com VBG que possa surgir.

Devendo-se criar uma posição ou treinar alguém da empresa para lidar com
questões de VBG. Criando-se também mecanismos e sistemas ao mais alto
nível da empresa para monitoria regular e reporte de incidentes e casos de
VBG.

Este plano foi elaborado a luz do Plano Nacional para o Combate e


Prevenção da Violência contra a Mulher, da Lei sobre a Violência Praticada
contra a Mulher (Lei 9/2009) e do Mecanismo Multissectorial de Atendimento
Integrado à Mulher Vítima de Violência (2012).

O Plano de Acção de VBG deve ter disposições específicas para a empresa


através do qual os riscos de VBG serão abordados. Isso inclui considerações
como:

• Ter uma estratégia de Consciencialização, que descreve como os


trabalhadores e as comunidades locais serão sensibilizadas para os
riscos de Violência Baseada em Gênero;
• Engajar provedores de Serviços de VBG para os quais os sobreviventes
de VBG serão encaminhados e os serviços que estarão disponíveis; e,
• Ser dotado de procedimentos de alegação de VBG: Como a empresa
fornecerá informações aos funcionários e à comunidade sobre como
reportar casos de violações de VBG.

A estrutura de resposta que deve incluir:

• Mecanismos para responsabilizar os supostos perpetradores de VBG


associados a empresa;
• É essencial que tais acções sejam determinadas e executadas de acordo
com a legislação do trabalho e os acordos industriais aplicáveis.
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
80

• É importante notar que, para cada caso, as sanções disciplinares


destinam-se a fazer parte de um processo que é inteiramente interno ao
empregador, e colocado sob controle total e responsabilidade de seus
gestores e é conduzido de acordo com as normas e legislação de
trabalho nacionais e o contrato individual de trabalho do trabalhador.

O Plano de treinamento para trabalhadores em VGB que deve incluir:

• Funções e responsabilidades dos actores envolvidos no projecto (os


padrões de conduta para a equipe relacionada ao projecto
contidos);
• Mecanismo de elaboração de relatório de incidentes de VBG,
estruturas de responsabilização e procedimentos de referência dentro
da empresa e para membros da comunidade reportarem casos
relacionados os funcionários da empresa;
• Actividades de acompanhamento para reforçar o conteúdo do
treinamento dos trabalhadores.

8.8 Programa de Contratação e /ou Recrutamento

Sempre que for necessário, recomenda-se a contração de trabalhadores


qualificados e não qualificados locais para integração do quadro de
trabalhadores da empresa ou para a realização de trabalhos eventuais.

Este programa foi elaborado à luz da Lei do trabalho, que define princípios
gerais e estabelece o regime jurídico aplicável às relações individuais e
colectivas de trabalho subordinado, prestado por conta de outrem e a título
remuneratório. Entre outras, a lei determina as condições de higiene,
segurança e saúde dos trabalhadores.

A responsabilidade por acionar as fontes de recrutamento ou decidir sobre


quais as fontes que serão utilizadas será da Proponente. A área de Recursos
Humanos irá sugerir, acompanhar e monitorar as parcerias possíveis que
poderão ser, dentre outras as seguintes:

• Ministério do Trabalho;
• Associações de estudantes;
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
81

• Anúncios em jornais, rádio e panfletos;


• Universidades, escolas técnicas, etc.;
• Feiras de empregos (universidades, finalistas, etc.);
• ONG’s para as vagas de pessoal portador de necessidades especiais;
• Apresentação espontânea; e
• Recomendação da liderança local.

8.8.1 Principais Objectivos

Este programa tem como objectivo privilegiar a integração de trabalhadores


e empresas locais, permitindo também a sua formação, sendo este um
ponto fundamental para o desenvolvimento da zona onde se insere a
empresa, sendo por isso este programa fundamental para potenciar o
impacto positivo desta empresa na economia local e regional.

8.8.1 Acções de Potenciação

• Realizar o processo de contratação de forma transparente e usando


os canais de comunicação disponíveis;
• Envolver a comunidade local no processo de contratação da mão-
de-obra local.
• Abertura da vaga e divulgação;
• Inscrições;
• Avaliação dos CVs;
• Avaliação comportamental e psicológica;
• Entrevista técnica e avaliação médica;
• Sempre que possível, contratar mão-de-obra nacional e local;
• Garantir a contratação de mulheres, pelo menos 25% do total de
trabalhadores.

8.8.2 Principais Indicadores de Desempenho

• Evidências de divulgação da empresa, onde deve-se explicar o


processo de contratação (elegibilidade, quantidade de mão-de-obra,
tipos de contratos, etc.);
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
82

• Evidências de realização do processo de contratação de mão-de-


obra para integrar no quadro de funcionários de forma transparente e
usando os canais de comunicação disponíveis;
• Evidências do envolvimento da comunidade local no processo de
contratação da mão-de-obra local.
• Evidências da divulgação do processo de abertura de vagas;
• Realização de Inscrições ao processo de recrutamento;
• Evidências do processo de avaliação dos CVs;
• Evidências do processo de avaliação comportamental e psicológica;
• Evidências da realização da entrevista técnica e avaliação médica;
• Existência de recrutamento da mão-de-obra local;
• Evidências de contratação de mulheres, pelo menos 25% do total de
trabalhadores.

8.9 Plano de Monitoria da Implantação do PGAS

8.9.1 Monitoria e Avaliação do Desempenho Ambiental e Social

A monitoria e medição das actividades com impacto ambiental e social


significativo e o acompanhamento da sua conformidade com os objectivos
e metas ambientais deverá ser realizada conforme o procedimento de
monitoria e medição do desempenho ambiental e visitas de inspeção a
serem realizadas pela empresa.

8.9.2 Avaliação do Cumprimento da Legislação

A avaliação da conformidade legal deverá ser realizada periodicamente,


sendo materializada pelo registo na lista de verificação da conformidade (a
ser desenvolvida pela proponente). A avaliação da conformidade dos
requisitos aplicáveis ao tipo de actividade realizada pode ser assegurada
por qualquer uma das seguintes vias:

• Pelo responsável ambiental da empresa. O grau de cumprimento


deverá ser reportado nos relatórios mensais de desempenho
ambiental;
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
83

• Auditorias internas com o objectivo específico a este tema e incluídas


no programa de auditorias;
• Inclusão de Técnicos das autoridades competentes nas auditorias
externas e visitas inspeção socioambientais.

Os parâmetros a considerar na avaliação do cumprimento da legislação


ambiental deverão estar dispostas em quatro níveis: conformidade total,
conformidade parcial, conformidade deficiente e
inconformidade/conformidade impossível.

8.9.3 Avaliação do Cumprimento dos Procedimentos de Saúde, Segurança,


Ambiente e Social

8.9.3.1. Conformidades

Todas as inspeções de rotina a serem realizadas pelo Zambeze Precious


Metals, Limitada deverão resultar em um relatório (incluindo as respectivas
evidências), em que são descritas todas as conformidades identificadas e
indicar as medidas de potenciação e atribuição de responsabilidades para
o efeito. Este relatório será parte integrante do relatório mensal de
desempenho.

8.9.3.2. Não-Conformidades

Sempre que no decorrer das actividades, sejam identificadas não-


conformidades, estas deverão ser investigadas e tratadas de forma a
minimizar os impactos ambientais associados e evitar a recorrência do
mesmo.

As não-conformidades identificadas devem ser devidamente registas e


elaborar-se um plano de acção de mitigação. Deve-se ainda elaborar em
um relatório (incluindo as respectivas evidências), em que são descritas
todas as não-conformidades identificadas e indicar as medidas de
mitigação e atribuição de responsabilidades para o efeito. Este relatório será
parte integrante do relatório mensal de desempenho.
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
84

8.9.4 Auditorias

8.9.3.3. Auditorias Ambientais Privadas

Durante a operação do projecto, deverão ser realizadas auditorias


ambientais (pelo menos uma vez por ano), que visam avaliar a
conformidade das práticas das actividades realizadas com os requisitos
estabelecidos no sistema de gestão ambiental, estas auditorias deverão ser
planificadas entre a equipa Auditora e a Direcção da empresa que deverá
se fazer presente durante a realização da Auditoria com os restantes
elementos a serem identificados no Plano de Auditoria.

A auditoria ambiental privada é realizada por uma pessoa singular ou


colectiva devidamente credenciada pelo Ministério da Terra e Ambiente.

8.9.3.1. Auditorias Ambientais Pública

Poderão também ser realizadas auditorias públicas, e estas são realizadas


pelo Ministério que superintende o sector do ambiente no País.
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
85

9. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

O presente documento constitui o Plano de Gestão Ambiental e Social da


LISORTE RECYCLED PLASTIC, LDA.

O projecto foi reclassificado como sendo de categoria “B”, sendo, portanto,


necessário a elaboração de um Plano de Gestão Ambiental e Social (PGAS),
em conformidade com o Regulamento sobre o Processo de Avaliação do
Impacto Ambiental (Decreto no 54/2015, de 31 de Dezembro).

A avaliação feita durante a elaboração do PGAS, não detectou questões


fatais que poderão impedir emissão da Licença Ambiental do Projecto.
Considerando que as medidas de mitigação e de monitorização previstas no
Plano de Gestão Ambiental e Social (PGAS), são totalmente implementadas,
os impactos sobre o ambiente biofísico e socioeconómico (incluindo de
saúde e segurança ocupacional) poderão ser reduzidos para níveis
aceitáveis e o Projecto poderá prosseguir. É de salientar que a
responsabilidade de implementar estas médias recai, em particular, sobre a
LISORTE RECYCLED PLASTIC, LDA (na qualidade de Proponente).

A título de conclusão, o projecto foi objecto de uma análise ambiental


pormenorizado, tendo-se verificado que, do ponto de vista ambiental
(biofísico, socioeconómico e de saúde e segurança ocupacional), o
projecto poderá continuar com as suas actividades sem causar grandes
efeitos prejudiciais sobre os ambientes físicos, biológicos e socioeconómico,
desde que as medidas indicadas neste PGAS sejam integralmente
implementadas.
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
86

10. BIBLIOGRAFIA

• CPR 18E. (1999). Guidelines for Quantitative Risk Assessment (“Purple


Book”). First Edition, Apeldoorn: TNO.
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Maputo, Moçambique;
15. WHO (2011): Guidelines for Drinking Water Quality (Fourth Edition).
PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
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ANEXO I: LICENÇA DE CONSULTOR DE AIA


PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
89

ANEXO II: NOTA DE RENOVAÇÃO DA LICENÇA


PGAS: Fábrica de Reciclagem de Plásticos
90

ANEXO III: COMPROVATIVO DE PAGAMENTO DA TAXA DE RENOVAÇÃO DA


LICENÇA AMBIENTAL

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