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PIRACANJUBA – GO
394.
FIGURAS
FIGURA 01: LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ...................................................................................................................... 21
FIGURA 02: LOCALIZAÇÃO EM RELAÇÃO A EMPREENDIMENTOS SIMILARES ....................................................................... 24
FIGURA 03: ALTERNATIVAS LOCACIONAIS PARA O EMPREENDIMENTO ................................................................................ 26
FIGURA 04: SISTEMA DE TRATAMENTO DO EFLUENTE ATMOSFÉRICO DA CALDEIRA........................................................ 42
FIGURA 05: MAPA DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA ............................................................................................................................. 80
FIGURA 06: LEVANTAMENTO DAS PARCELAS DENTRO DAS FITOFISIONOMIAS E MEDIÇÃO DAS ESPÉCIES
ARBÓREAS PELO CAP. .................................................................................................................................................. 85
FIGURA 07: MAPA DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM DE FAUNA................................................................................................. 87
FIGURA 08: AVISTAMENTO DE AVES COM A UTILIZAÇÃO DE UM BINÓCULO. ........................................................................ 89
FIGURA 09: ESTRATÉGIAS DISCUTIDAS PARA DISTRIBUIÇÃO DA EQUIPE EM VISTORIAS DIURNAS DENTRO DA ÁREA
DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO. ................................................................................................................... 89
FIGURA 10: VARREDURA NOTURNA COM GANCHO HERPETOLÓGICO EM ÁREA ALAGADA NA AID. .............................. 90
FIGURA 11: MONTAGEM DA ARMADILHA DE INTERCEPTAÇÃO E QUEDA (PITFALL) PARA INVERTEBRADOS
INSTALADA NA AID, ONDE PREDOMINAVA A PASTAGEM. .................................................................................... 91
FIGURA 12: ARMADILHA LUMINOSA DE LENÇOL PARA A CAPTURA DE INSETOS À NOITE QUANDO SÃO ATRAÍDOS
PELA LUZ E PELO LENÇOL BRANCO. ......................................................................................................................... 91
FIGURA 13: PONTO FAMOSO DE VENDA DE PEIXES RETIRADOS DO RIO MEIA PONTE, ÀS MARGENS DA BR-153, NA
ENTRADA DO ROCHEDO................................................................................................................................................ 92
FIGURA 14: AMOSTRAGEM DE PERIFÍTON NO RIBEIRÃO DAS BOCAINAS (AII). ..................................................................... 92
FIGURA 15: COLETA DE ORGANISMOS BENTÔNICOS COM AMOSTRADOR DE SURBER NO RIBEIRÃO DAS BOCAINAS
(AII). ..................................................................................................................................................................................... 93
FIGURA 16: CAMINHAMENTO NA ÁREA DO EMPREENDIMENTO. ............................................................................................... 96
FIGURA 17: UMIDADE RELATIVA DO AR EM GOIATUBA (1999/2007) E EVAPORAÇÃO EM GOIÂNIA (1961/90)................ 103
FIGURA 18: UMIDADE RELATIVA DO AR EM GOIATUBA: MÍNIMAS ABSOLUTAS (1999/2007) ............................................. 104
FIGURA 19: PRECIPITAÇÃO MENSAL NA ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA. .......................................................................... 105
FIGURA 20: DISTRIBUIÇÃO PLUVIOMÉTRICA ANUAL NA AII (1973/2006)................................................................................. 106
FIGURA 21: VELOCIDADE DOS VENTOS EM GOIATUBA E PRESSÃO ATMOSFÉRICA EM GOIÂNIA. ................................. 109
FIGURA 22: DIREÇÃO PREDOMINANTE DOS VENTOS EM GOIATUBA (1999/2007) ................................................................ 109
FIGURA 23: ÍNDICE HÍDRICO E DIREÇÃO PREDOMINANTE DOS VENTOS............................................................................... 114
FIGURA 24: QUEIMADA EM PASTAGEM NO POVOADO DE ROCHEDO EM 10/08/2007. ......................................................... 115
FIGURA 25: COMPORTAMENTO DA CAMADA DE MISTURA NA REGIÃO................................................................................. 116
FIGURA 26: BALANÇO HÍDRICO DE PIRACANJUBA ..................................................................................................................... 116
FIGURA 27: MAPA GEOLÓGICO ........................................................................................................................................................ 118
FIGURA 28: ÁREAS REQUERIDAS – DNPM, .................................................................................................................................... 121
FIGURA 29: MAPA GEOMORFOLÓGICO .......................................................................................................................................... 122
FIGURA 30: MICRO-DOBRAS EM CALCO-XISTOS FELDSPÁTICOS NA ESTRADA ROCHEDO-PIRACANJUBA. ............... 123
FIGURA 31: RESIDUAL DE APLAINAMENTO, PRÓXIMO A PIRACANJUBA, SUSTENTADO POR CONCREÇÕES
FERRALÍTICAS. .............................................................................................................................................................. 124
FIGURA 32: CRISTAS ASSIMÉTRICAS DA SERRA DA BOCAINA, NAS NASCENTES DO CÓRREGO DA PONTE FURADA.
........................................................................................................................................................................................... 124
FIGURA 33: TOPOS INTERFLUVIAIS TABULARES COM FORMAÇÕES SUPERFICIAIS ARENO-ARGILOSAS DE BOM
DESENVOLVIMENTO FÍSICO........................................................................................................................................ 125
FIGURA 34: PROCESSOS EROSIVOS EM VERTENTE CONVEXA NA MARGEM DIREITA DO RIBEIRÃO DAS BOCAINAS. O
DESENVOLVIMENTO DE SULCOS EM FORMAÇÕES SUPERFICIAIS DE BAIXO DESENVOLVIMENTO FÍSICO
É FAVORECIDO PELO PISOTEIO DO GADO. ............................................................................................................ 125
FIGURA 35: FORMAÇÃO SUPERFICIAL ARENO-ARGILOSA, COM BOM DESENVOLVIMENTO FÍSICO,
CORRESPONDENTE A LATOSSOLO VERMELHO DISTRÓFICO, PRÓXIMO A PIRACANJUBA. ...................... 127
FIGURA 36: DETRITOS ANGULOSOS CONSTITUÍDOS PRINCIPALMENTE POR QUARTZO, INUMADAS POR COLÚVIOS
PEDOGENIZADOS, NA ESTRADA VICINAL ROCHEDO-PIRACANJUBA. ............................................................. 128
FIGURA 37: PROCESSO DE RAVINAMENTO NA LATERAL DA ESTRADA, MARGEM DIREITA DO RIBEIRÃO DAS
BOCAINAS, ASSOCIADA A SOLOS DE BAIXO DESENVOLVIMENTO FÍSICO. .................................................... 128
FIGURA 38: TALUDE NA ESTRADA DE ACESSO AO ROCHEDO, COM EXPOSIÇÃO DE XISTOS GRAFITOSOS
SOTOPOSTOS POR QUARTZOS LEITOSOS SUBANGULOSOS E DETRITOS ROCHOSOS. ............................ 129
FIGURA 39: PROCESSO DE ASSOREAMENTO DO LEITO DO CÓRREGO PONTE FURADA POR MATERIAL
PROVENIENTE DAS ENCOSTAS E POR SOLAPAMENTO LATERAL DECORRENTE DA DEGRADAÇÃO DA
MATA CILIAR................................................................................................................................................................... 129
DESTILARIA BOCAINA - EIA
11
FIGURA 40: VEREDA PARCIALMENTE DEGRADADA NO CÓRREGO DA BOCAININHA, NA FAZENDA DA BOCAINA. .... 130
FIGURA 41: PLANTIO DE SORGO EM VERTENTE CONVEXA, MARGEM ESQUERDA DO CÓRREGO DA BOCAININHA.. 131
FIGURA 42: RELEVO DISSECADO EM FORMA CONVEXA, COM MEDIANO GRAU DE INCISÃO DA DRENAGEM,
CARACTERIZADA POR VULNERABILIDADE MODERADA À EROSÃO. ..................................................... 131
FIGURA 43: FORMAS DISSECADAS TABULARES E RAMPAS PEDIMENTADAS QUE PREVALECEM NA ÁREA DE
ENTORNO, PRÓXIMO À FAZENDA BOCAINA ............................................................................................... 131
FIGURA 44: FORMAS CONVEXAS COM PRESENÇA DE PASTAGEM, NA ÁREA ONDE SERÁ IMPLANTADA A UNIDADE
INDUSTRIAL. OBSERVA-SE ESPÉCIES VEGETAIS RELACIONADAS A MATA ESTACIONAL DECIDUAL. ... 132
FIGURA 45: DOMÍNIO DE FORMAS CONVEXAS (C22) NA ÁREA DIRETAMENTE AFETADA, COM REMANESCENTES DE
FORMAÇÕES FLORESTAIS (MATA ESTACIONAL DECIDUAL E SUBDECIDUAL).......................................... 132
FIGURA 46: MAPA DE SOLOS .............................................................................................................................................. 135
FIGURA 47: MAPA HIDROLÓGICO....................................................................................................................................... 138
FIGURA 48: ASPECTOS DA FUTURA ÁREA INDUSTRIAL ONDE PODEM SER ENCONTRADAS ESPÉCIES
ARBÓREAS ENTREMEIO À PASTAGEM. ....................................................................................................... 141
FIGURA 49: PERFIL NATURAL E SITUAÇÃO ATUAL DA VEGETAÇÃO DA REGIÃO ..................................................... 142
FIGURA 50: FRAGMENTOS DE CERRADO “STRICTU SENSU” ENCONTRADOS PRÓXIMOS A AID. .......................... 143
FIGURA 51: FITOFISIONOMIA DE CERRADÃO LOCALIZADAS NA AII EM TRANSIÇÃO COM FLORESTAS
ESTACIONAIS DECIDUAIS. ............................................................................................................................. 144
FIGURA 52: ASPECTO DO INTERIOR DE FRAGMENTOS DE FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL ENCONTRADAS
NA AII SOBRE AFLORAMENTOS ROCHOS E EM RELEVO ACIDENTADO, QUE SE DESENVOLVEM COM
FREQUÊNCIA NA PAISAGEM DA REGIÃO. ................................................................................................... 146
FIGURA 53: MATA DE GALERIA DO RIBEIRÃO DAS BOCAINAS E BURITIS (MAURITIA FLEXUOSA) NA APP DO
CÓRREGO DOS BURITIZAIS, QUE AINDA APRESENTA CERTA CONSERVAÇÃO. .................................. 147
FIGURA 54: ASPECTO DO LAGO FORMADO NO RIO MEIA PONTE LOCALIZADO NA AII, REGIÃO DENOMINADA
ROCHEDO, ONDE SE CONSTATA INTENSA DEGRADAÇÃO DA SUA APP. .............................................. 147
FIGURA 55: LEVANTAMENTO E LANÇAMENTO DE PARCELAS EM MATRIZES DE REMANESCENTES FLORESTAIS
E MEDIÇÃO DE CAP. ........................................................................................................................................ 150
FIGURA 56: DEMONSTRATIVO DA ESTRUTURA VERTICAL DAS ESPÉCIES COM CAP≥10CM - ÁREA 1 .................. 152
FIGURA 57: CURVA DO COLETOR PARA A ÁREA 1 ......................................................................................................... 152
FIGURA 58: PERFIL DA ÁREA 1 ........................................................................................................................................... 153
FIGURA 59: DEMONSTRATIVO DA ESTRUTURA VERTICAL DAS ESPÉCIES COM CAP≥10CM - ÁREA 2 .................. 155
FIGURA 60: CURVA DO COLETOR PARA A ÁREA 2 ......................................................................................................... 155
FIGURA 61: PERFIL DA ÁREA 2 ........................................................................................................................................... 156
FIGURA 62: DEMONSTRATIVO DA ESTRUTURA VERTICAL DAS ESPÉCIES COM CAP≥10CM - ÁREA 3. ................. 157
FIGURA 63: CURVA DO COLETOR PARA A ÁREA 3. ........................................................................................................ 158
FIGURA 64: PERFIL DA ÁREA 3 ........................................................................................................................................... 159
FIGURA 65: DEMONSTRATIVO DA ESTRUTURA VERTICAL DAS ESPÉCIES COM CAP≥10CM - ÁREA 04 ................ 161
FIGURA 66: CURVA DO COLETOR PARA A ÁREA 4. ........................................................................................................ 161
FIGURA 67: PERFIL DA ÁREA 4 ........................................................................................................................................... 162
FIGURA 68: DEMONSTRATIVO DA ESTRUTURA VERTICAL DAS ESPÉCIES COM CAP≥10CM - ÁREA 5 .................. 164
FIGURA 69: CURVA DO COLETOR PARA A ÁREA 5. ........................................................................................................ 164
FIGURA 70: PERFIL ÁREA 5 ................................................................................................................................................. 165
FIGURA 71: DEMONSTRATIVO DA ESTRUTURA VERTICAL DAS ESPÉCIES COM CAP≥10CM - ÁREA 6. ................. 167
FIGURA 72: CURVA DO COLETOR PARA A ÁREA 6. ........................................................................................................ 167
FIGURA 73: PERFIL DA ÁREA 6 ........................................................................................................................................... 168
FIGURA 74: DEMONSTRATIVO DA ESTRUTURA VERTICAL DAS ESPÉCIES COM CAP≥10CM ÁREA 7. ................... 170
FIGURA 75: CURVA DO COLETOR PARA A ÁREA 7. ........................................................................................................ 170
FIGURA 76: PERFIL DA ÁREA 7 ........................................................................................................................................... 171
FIGURA 77: ÍNDICE DE HETEROGENEIDADE E EQUITABILIDADE PARA A ESTRUTURA ESPACIAL DAS 7 ÁREAS
AMOSTRADAS. ................................................................................................................................................. 172
FIGURA 78: ANÁLISE DE AGRUPAMENTO (UPGMA) REALIZADA A PARTIR DA MATRIZ DOS COEFICIENTES DE
SIMILARIDADE PARA AS 7 ÁREAS DA FITOFISIONOMIA ANALISADA. .................................................... 173
FIGURA 79: LEPTODACTYLUS PODICIPINUS (RÃ-PINGO-D'ÁGUA) SE APRESENTOU BASTANTE ABUNDANTE
PELA GRANDE QUANTIDADE DE REGIÕES ALAGADAS OU SOLOS BASTANTE ÚMIDOS DENTRO DA
ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO. .......................................................................................... 183
FIGURA 80: EUPEMPHIX NATERERI É UMA ESPÉCIE QUE APRESENTA COMPORTAMENTO DEIMÁTICO QUANDO
AMEAÇADO, EVIDENCIANDO 2 GRANDES OCELOS NA PARTE POSTERIOR DE SEU CORPO PARA
SIMULAR UM MAIOR PORTE FÍSICO. ............................................................................................................ 183
FIGURA 81: DESOVA DE HYPSIBOAS LUNDII NA FORMA DE OVOS GELATINOSOS QUE FICAM FLUTUANDO
SOBRE A ÁGUA. ............................................................................................................................................... 183
FIGURA 82: DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA DOS ANFÍBIOS ENCONTRADAS PARA CADA AMBIENTE NA ÁREA DE
INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO. ........................................................................................................... 184
FIGURA 83: DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA DOS RÉPTEIS ENCONTRADAS PARA CADA AMBIENTE NA ÁREA DE
INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO ............................................................................................................ 185
FIGURA 84: TAMANDUA TETRADACTYLA. O TAMANDUÁ MIRIM ASSUME FACILMENTE ESSA POSIÇÃO VERTICAL
QUANDO SE SENTE AMEAÇADO, ABRINDO OS BRAÇOS E EVIDENCIANDO SUAS UNHAS. ............... 188
FIGURA 85: FÊMEA DE MYRMECOPHAGA TRIDACTYLA CARREGANDO SEU FILHOTE NAS COSTAS DE FORMA A
PARECER UM PROLONGAMENTO DE SEU PRÓPRIO CORPO. ................................................................. 188
FIGURA 86: DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA DOS MAMÍFEROS ENCONTRADAS PARA CADA AMBIENTE NA ÁREA DE
INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO ............................................................................................................ 190
FIGURA 87: RIQUEZA DE ESPÉCIES ESPERADAS E ENCONTRADAS PARA REGIÃO POR TAXA. ............................ 191
FIGURA 88: RIQUEZA DE ESPÉCIES CATALOGADAS NAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DIRETA E INDIRETA. .............. 191
FIGURA 89: RIQUEZA DE ESPÉCIES POR GUILDAS ALIMENTARES. ............................................................................. 196
FIGURA 90: A INHUMA (ANHIMA CORNUTA) FOI ENCONTRADA NA AII E AIDDO EMPREENDIMENTO E TAMBÉM FOI
REGISTRADO UM CASAL COM SEU FILHOTE NA AII.................................................................................. 198
FIGURA 91: BEIJA-FLOR (GLAUCIS HIRSUTUS) CAPTURADO EM MATA FECHADA NA AII. ...................................... 198
DESTILARIA BOCAINA - EIA
12
FIGURA 92: FÊMEA DE PICA-PAU-ANÃO-ESCAMADO (PICUMNUS ALBOSQUAMATUS) CAPTURADA MOMENTOS
ANTES DE SEU PARCEIRO NA AII. ................................................................................................................ 198
FIGURA 93: MACHO DE PICA-PAU-ANÃO-ESCAMADO (PICUMNUS ALBOSQUAMATUS) APRESENTANDO
DIMORFISMO SEXUAL CARACTERIZADO PELA CRISTA ALARANJADA. ................................................ 198
FIGURA 94: ABUNDÂNCIA MÉDIA E FREQÜÊNCIA DOS INDIVÍDUOS AMOSTRADOS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA
DIRETA E INDIRETA – PIRACANJUBA - GOIÁS. A MAIOR ABUNDÂNCIA REGISTRADA FOI DE
HYMENOPTERA SENDO SEGUIDA PELA ABUNDÂNCIA DE DIPTERA E HEMYPTERA........................... 201
FIGURA 95: ABUNDÂNCIA MÉDIA E A FREQÜÊNCIA REGISTRADA NOS PONTOS PITFALL 1 E SHANNOM 1 NA
ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (AID) E PONTOS PITFALL 2 E SHANNOM 2 NA ÁREA DE INFLUÊNCIA E
INDIRETA (AII) DA DESTILARIA BOCAINA, PIRACANJUBA – GOIÁS. ....................................................... 202
FIGURA 96: PONTO 1, CÓRREGO CACHOEIRA ................................................................................................................. 205
FIGURA 97: PONTO 2, CÓRREGO SÃO PEDRO ................................................................................................................. 205
FIGURA 98: PONTO 3, CÓRREGO DA PONTE FURADA .................................................................................................... 206
FIGURA 99: PONTO 4, RIBEIRÃO BOCAINA ....................................................................................................................... 206
2
FIGURA 100: ABUNDÂNCIA TOTAL (IND./M ) E RIQUEZA DA COMUNIDADE BENTÔNICA. ........................................... 208
2
FIGURA 101: ABUNDÂNCIA MÉDIA (IND./M ) E FREQUÊNCIA DOS TAXONS DA COMUNIDADE. ................................. 209
FIGURA 102: TOTAL DE TÁXONS REGISTRADOS NOS QUATRO AMBIENTES AMOSTRADOS. ................................... 212
FIGURA 103: COMPOSIÇÃO DE CLASSES PARA TODOS OS PONTOS ESTUDADOS. ................................................... 213
FIGURA 104: CONTRIBUIÇÃO DAS CLASSES DE PERIFITON NOS QUATRO PONTOS DE AMOSTRAGEM. ............... 213
FIGURA 105: 01 - EUNOTIA SUDETICA; 02 - GOMPHONEMA PARVULUM; 03 - FRAGILARIA CAPUCINA; 04 -
PINNULARIA GIBBA; 05 - SURIRELLA FASTUOSA; 06 - COSMARIUM GEMINATUM; 07 - STAURASTRUM
SP1. .................................................................................................................................................................... 214
FIGURA 106: CHARAX SP. EXEMPLAR CAPTURADO NA REGIÃO DE INUNDAÇÃO DO CÓRREGO PONTE FURADA
COM O RIO MEIA PONTE. POUCO SE CONHECE SOBRE A BIOLOGIA DESSE CHACARIDAE. ............. 217
FIGURA 107: HASEMANIA SP. EXEMPLAR DA FAMÍLIA CHARACIDAE QUE POUCO SE CONHECE SOBRE SUA
ECOLOGIA. ....................................................................................................................................................... 217
FIGURA 108: PYRRHULINA AUSTRALIS. ESPÉCIE ENCONTRADA NO CÓRREGO SÃO PEDRO PRÓXIMO A UMA
PEQUENA QUEDA D’ÁGUA. ............................................................................................................................ 217
FIGURA 109: CRENICICHLA HAROLDOI. O JACUNDÁ É UMA ESPÉCIE CARNÍVORA E BASTANTE VORAZ. ............. 217
FIGURA 110: ASTYANAX BIMACULATUS É UM REPRESENTANTE DOS LAMBARIS QUE POSSUI HÁBITO
GENERALISTA TENDO SUCESSO ADAPTATIVO A CONDIÇÕES AMBIENTAIS MAIS SEVERAS. .......... 218
FIGURA 111: CICHLA C.F OCELLARIS, ASSIM COMO OS OUTROS TUCUNARÉS RECEBE UMA GRANDE PRESSÃO
TANTO DA PESCA ESPORTIVA QUANTO DA PREDATÓRIA. .................................................................... 219
FIGURA 112: DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA POR TÁXON NAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO
DESTILARIA BOCAINA, PIRACANJUBA-GO. ................................................................................................ 227
FIGURA 113: CARIAMA CRISTATA. A SERIEMA É UMA ESPÉCIE BASTANTE COMUM NA REGIÃO SENDO ESTE
EXEMPLAR ENCONTRADO MORTO EM VIAS DE ACESSO NA AII............................................................. 229
FIGURA 114: NASUA NASUA, QUATI ENCONTRADO RECENTEMENTE MORTO NA GO-470 DENTRO DA ÁREA DE
INFLUÊNCIA DIRETA. ...................................................................................................................................... 229
FIGURA 115: MYRMECHOPHAGA TRIDACTYLA É UMA ESPÉCIE BASTANTE COMUM DE SER VISTA ATROPELADA
NAS RODOVIAS ESTADUAIS. ESSE TAMANDUÁ BANDEIRA FOI ENCONTRADO MORTO NA AII E É
UMA ESPÉCIE PRESENTE NA LISTA DOS ANIMAIS BRASILEIROS AMEAÇADOS DE EXTINÇÃO. ....... 229
FIGURA 116: ANÁLISE DE AGRUPAMENTO (UPGMA) REALIZADA A PARTIR DA MATRIZ DOS COEFICIENTES DE
SIMILARIDADE PARA OS ANFÍBIOS PARA A REGIÃO ENTRE OS MUNICÍPIOS ITUMBIARA, CACHOEIRA
DOURADA, GOIATUBA, MORRINHOS, APA JOÃO LEITE E DESTILARIA BOCAINA. ............................... 231
FIGURA 117: ANÁLISE DE AGRUPAMENTO (UPGMA) REALIZADA A PARTIR DA MATRIZ DOS COEFICIENTES DE
SIMILARIDADE PARA OS RÉPTEIS PARA A REGIÃO ENTRE OS MUNICÍPIOS ITUMBIARA, CACHOEIRA
DOURADA, GOIATUBA, MORRINHOS, APA JOÃO LEITE E DESTILARIA BOCAINA. ............................... 232
FIGURA 118: ANÁLISE DE AGRUPAMENTO (UPGMA) REALIZADA A PARTIR DA MATRIZ DOS COEFICIENTES DE
SIMILARIDADE PARA AS AVES PARA A REGIÃO ENTRE OS MUNICÍPIOS ITUMBIARA, CACHOEIRA
DOURADA, GOIATUBA, MORRINHOS, APA JOÃO LEITE E DESTILARIA BOCAINA. ............................... 233
FIGURA 119: ANÁLISE DE AGRUPAMENTO (UPGMA) REALIZADA A PARTIR DA MATRIZ DOS COEFICIENTES DE
SIMILARIDADE PARA OS MAMÍFEROS PARA A REGIÃO ENTRE OS MUNICÍPIOS ITUMBIARA,
CACHOEIRA DOURADA, GOIATUBA, MORRINHOS, APA JOÃO LEITE E DESTILARIA BOCAINA. ........ 233
FIGURA 120: ANÁLISE DE AGRUPAMENTO (UPGMA) REALIZADA A PARTIR DA MATRIZ DOS COEFICIENTES DE
SIMILARIDADE PARA OS PEIXES NAS BACIAS QUE INTEGRAM OS MUNICÍPIOS ITUMBIARA,
CACHOEIRA DOURADA, GOIATUBA, MORRINHOS, APA JOÃO LEITE E DESTILARIA BOCAINA. ........ 234
FIGURA 121: LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE COLETA PARA QUALIDADE DE ÁGUA ................................................ 239
FIGURA 122: PRAÇA DO RELÓGIO ....................................................................................................................................... 249
FIGURA 123: TAXA DE URBANIZAÇÃO. ............................................................................................................................... 251
FIGURA 124: POPULAÇÃO RESIDENTE, POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO DE NASCIMENTO (2000) ........................... 254
FIGURA 125: UTILIZAÇÃO DAS TERRAS EM PIRACANJUBA ............................................................................................ 255
FIGURA 126: FOTOINTERPRETAÇÃO DE USO DO SOLO................................................................................................... 256
FIGURA 127: IMÓVEIS RURAIS CADASTRADOS NO INCRA POR DIMENSÃO DO IMÓVEL 2003 ................................... 257
FIGURA 128: PERCENTUAL DE ÁREAS APROPRIADAS POR IMÓVEIS RURAIS CADASTRADOS NO INCRA POR
DIMENSÃO DO IMÓVEL - 2003 ........................................................................................................................ 257
FIGURA 129: VARIAÇÃO NOMINAL DO PIB.......................................................................................................................... 258
FIGURA 130: PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) POR SETOR DE ATIVIDADE 2004 ....................................................... 259
FIGURA 131: ÁREA PLANTADA POR TIPO DE LAVOURA TEMPORÁRIA ......................................................................... 260
FIGURA 132: HOSPITAL MUNICIPAL DE PIRACANJUBA.................................................................................................... 262
FIGURA 133: SEDE DA SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE EM PIRACANJUBA ......................................................... 263
FIGURA 134: SEDE DA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, CULTURA E DESPORTO E ENTREVISTA COM O
SECRETÁRIO SR. CLAUDINEI DIVINO ALVES .............................................................................................. 264
FIGURA 135: FAP – FACULDADE DE PIRACANJUBA. ........................................................................................................ 264
FIGURA 136: PESSOAS DE 10 ANOS OU MAIS DE IDADE, ECONOMICAMENTE ATIVAS E OCUPADAS, POR
SITUAÇÃO DO DOMICÍLIO - 2000. .................................................................................................................. 265
DESTILARIA BOCAINA - EIA
13
FIGURA 137: PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS EM PIRACANJUBA .......................................................................................... 267
FIGURA 138: ENTREVISTA COM O DELEGADO DE PIRACANJUBA SR. ESPAGNER WALLYSEN VAZ LEITE. ........... 267
FIGURA 139: CONSUMIDORES (N°) E CONSUMO (MVH) DE ENERGIA ELÉTRICA, POR TIPO DE CONSUMO EM
PIRACANJUBA ................................................................................................................................................. 270
FIGURA 140: ESCRITÓRIO DA CELG EM PIRACANJUBA ................................................................................................... 271
FIGURA 141: DOMICÍLIO PARTICULARES PERMANENTES POR CONDIÇÃO DE OCUPAÇÃO DE DOMICÍLIO EM
PIRACANJUBA NO ANO 2000. ........................................................................................................................ 271
FIGURA 142: AGÊNCIA DOS CORREIOS EM PIRACANJUBA ............................................................................................. 272
FIGURA 143: VIA DE ACESSO À CIDADE, JÁ NA MALHA URBANA. PAVIMENTAÇÃO EM PARALELEPÍPEDO. ......... 273
FIGURA 144: SEDE DA PREFEITURA MUNICIPAL PIRACANJUBA .................................................................................... 274
FIGURA 145: OCORRÊNCIA ARQUEOLÓGICA LÍTICO ........................................................................................................ 281
FIGURA 146: SE SIM, PORQUÊ? ............................................................................................................................................ 284
FIGURA 147: ASPECTOS CONSIDERADOS MAIS POSITIVOS DA IMPLANTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO. ............... 284
FIGURA 148: ASPECTOS CONSIDERADOS MAIS NEGATIVOS DA IMPLANTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO. ............. 285
FIGURA 149: ASPECTOS CONSIDERADOS MAIS POSITIVOS ........................................................................................... 288
FIGURA 150: ASPECTOS CONSIDERADOS MAIS NEGATIVOS.......................................................................................... 289
FIGURA 151: ENTREVISTAS COM O SARGENTO EDMILSON FERREIRA DE PAULA, POLÍCIA MILITAR, E COM O SR.
LINDOLFO NETO DA SILVA, PRESIDENTE DA CÂMARA DOS VEREADORES ......................................... 290
FIGURA 152: ENTREVISTA COM A SRA. DORISLENE LUIZA FERREIRA, PRESIDENTE DO SINDICATO DOS
TRABALHADORES RURAIS E COM O SR. ASTROGILDO GONÇALVES PEIXOTO, VICE-PRESIDENTE DA
COAPIL .............................................................................................................................................................. 291
FIGURA 153: ENTREVISTAS COM O DR. KELLER DIVINO BRANQUINHO ADORNO, PROMOTOR DE JUSTIÇA DE
PIRACANJUBA E COM O SR. ARTUR JOSÉ PEREIRA, SECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO DE
PIRACANJUBA ................................................................................................................................................. 291
FIGURA 154: ENTREVISTAS COM O SR. FRANCISCO SEBASTIÃO FILHO, FAZENDA BOCAINA, E COM O SR.
JOAQUIM GOMES AMORIM, FAZENDA SÃO PEDRO................................................................................... 291
FIGURA 155: USINA HIDRELÉTRICA DE ROCHEDO(CELG) E DETALHE DO COMÉRCIO NO POVOADO DE ROCHEDO.
............................................................................................................................................................................ 293
QUADROS
QUADRO 01. FUNCIONÁRIOS NECESSÁRIOS PARA AS OPERAÇÕES AGRÍCOLAS, INDUSTRIAIS E
ADMINISTRATIVAS. ........................................................................................................................................... 22
QUADRO 02. FATORES AMBIENTAIS EM CADA ALTERNATIVA LOCACIONAL ................................................................ 25
QUADRO 03. EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO MUNDIAL DE ETANOL ...................................................................................... 30
QUADRO 04. CAPACIDADE DE PRODUÇÃO .......................................................................................................................... 31
QUADRO 05. PLANEJAMENTO DA LAVOURA, 2008-2018 .................................................................................................... 31
QUADRO 06. PRODUÇÃO AGRÍCOLA. 2008-2018.................................................................................................................. 33
QUADRO 07. COEFICIENTES TÉCNICOS DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL ............................................................................. 34
QUADRO 08. PROJEÇÕES DE PRODUÇÃO INDUSTRIAL. 2011-2018 ................................................................................. 34
QUADRO 09. CONSTITUIÇÃO QUÍMICA MÉDIA DA VINHAÇA DE DIFERENTES MOSTOS ............................................... 43
QUADRO 10. PADRÕES DE QUALIDADE DO AR NO BRASIL. ............................................................................................. 62
QUADRO 11. ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS UTILIZADAS PARA A ÁREA DE INFLUÊNCIA. ........................................ 82
QUADRO 12. RELAÇÃO ORDEM DE GRANDEZA DAS FORMAS DE DISSECAÇÃO E APROFUNDAMENTO DA
DRENAGEM. ........................................................................................................................................................ 83
QUADRO 13. RELAÇÃO FORMAS/PARÂMETROS MORFOMÉTRICOS E VULNERABILIDADE DO RELEVO À EROSÃO.
.............................................................................................................................................................................. 83
QUADRO 14. CONVERSÃO DE ÍNDICES MORFOMÉTRICOS EM DECLIVIDADE. ............................................................... 84
QUADRO 15. INDICAÇÃO DOS PONTOS AMOSTRAIS NAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO ............. 86
QUADRO 16. ESCALA DO CRITÉRIO MAGNITUDE NA AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS. ................................. 97
QUADRO 17. CRITÉRIOS DE QUANTI/QUALIFICAÇÃO DE MEDIDAS MITIGADORAS/OTIMIZADORAS. ......................... 98
QUADRO 18. DADOS METEOROLÓGICOS DA ESTAÇÃO GOIATUBA (1999/2007) .......................................................... 102
QUADRO 19. PRECIPITAÇÃO NA ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA................................................................................. 105
QUADRO 20. ANOMALIAS PLUVIOMÉTRICAS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA. .................................................... 106
QUADRO 21. PRECIPITAÇÃO MÁXIMA EM 24 H NA ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA. ................................................. 107
QUADRO 22. INTENSIDADE MÁXIMA DE CHUVAS NA REGIÃO (ACIMA DE 100 MM/DIA) .............................................. 107
QUADRO 23. NÚMERO DE DIAS DE CHUVA NA ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA. ....................................................... 108
QUADRO 24. DIREÇÃO PREDOMINANTE DOS VENTOS EM GOIATUBA (1999/2001) ..................................................... 110
QUADRO 25. BALANÇO HÍDRICO EM MARZAGÃO. ............................................................................................................ 111
QUADRO 26. BALANÇO HÍDRICO PIRACANJUBA............................................................................................................... 112
QUADRO 27. BALANÇO HÍDRICO PIRES DO RIO ................................................................................................................ 112
QUADRO 28. PARÂMETROS HIGROMÉTRICOS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA. ................................................. 112
QUADRO 29. VULNERABILIDADE DO RELEVO À EROSÃO NA AII. .................................................................................. 129
QUADRO 30. VULNERABILIDADE DO RELEVO NA ÁREA DO ENTORNO. ....................................................................... 131
QUADRO 31. ESPÉCIES ARBUSTIVAS ARBÓREAS PRESENTES NOS REMANESCENTES DE CERRADO: ................ 143
QUADRO 32. ESPÉCIES ARBUSTIVAS-ARBÓREAS PRESENTES NOS REMANESCENTES DE CERRADÃO: ............. 144
QUADRO 33. ESPÉCIES ENCONTRADAS NOS FRAGMENTOS ISOLADOS DE RESERVA LEGAL (RL) ........................ 146
QUADRO 34. ESPÉCIES PRESENTES EM APPS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO .......................... 148
QUADRO 35. DEMONSTRATIVO DO LEVANTAMENTO DA ESTRUTURA/FITISSOCIOLÓGICO DA ÁREA 1. ................ 151
QUADRO 36. DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES NA PARCELA 10X10M NA ÁREA 1. .......................................................... 152
QUADRO 37. DEMONSTRATIVO DO LEVANTAMENTO DA ESTRUTURA/FITISSOCIOLÓGICO DA ÁREA 2. ................ 154
QUADRO 38. DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES NA PARCELA 10X10M NA ÁREA 2. .......................................................... 155
QUADRO 39. DEMONSTRATIVO DO LEVANTAMENTO DA ESTRUTURA/FITISSOCIOLÓGICO DA ÁREA 3. ................ 157
QUADRO 40. DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES NA PARCELA 10X10M NA ÁREA 3. .......................................................... 158
QUADRO 41. DEMONSTRATIVO DO LEVANTAMENTO DA ESTRUTURA/FITISSOCIOLÓGICO DA ÁREA 4. ................ 160
QUADRO 42. DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES NA PARCELA 10X10M NA ÁREA 4. .......................................................... 161
A área prevista para a cultura da cana-de-açúcar chegará a 30 mil hectares com utilização
máxima da capacidade, atualmente dedicada à pecuária extensiva e agricultura de arroz e
milho.
CEP:75.640-000
CNPJ: 08.934.211/0001-03
Endereço: Al. Ricardo Paranhos, 1350 - Setor Marista - CEP 74.180-050 - Goiânia - Goiás
Fone/Fax: (062)3281-6655
Email: dboengenharia@dboengenharia.com.br
Engenheiro Mecânico
Nelson Siqueira Júnior CREA 4196/D
e de Segurança
Tecnólogo em
Jadson de Araújo Pires CREA 5430/D
Saneamento Ambiental
Tecnóloga em
Marina de A. C. Bicalho CREA 12781/D
Saneamento Ambiental
Tecnólogo em
Renato Pedrosa CREA 5301/D
Saneamento Ambiental
O cronograma prevê o início do cultivo dos viveiros em 2008, com produção industrializável
a partir de 2011, chegando a seu patamar máximo em 2015. A implantação da destilaria se
dará a partir de 2009, estando concluída em 2011.
47°
13°
14°
17°
15°
GOIÁS
D.F.
BRASÍLIA
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LOCAL DO EMPREENDIMENTO
17°
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19°
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• Estar inserida em área de aptidão climática, boas condições hídricas, (com regime
de estações bem definidas ao longo do ano) e edáficas (terras com limitações
simples para a cultura da cana, relevo variando de plano a ondulado e apto à
mecanização);
GO 139
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Fonte: Usinas Sucro-alcooleiras - AGMA (adaptado)
Escala 1:800000 Limite Municipal, perímetro urbano e UHE'S - SIEG
Destilaria Bocaina Usinas Sucro-alcooleiras Usinas Hidrelétricas Malha Viária e Hidrografia - AGETOP
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Hidrografia
Perímetro Urbano ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL-EIA/RIMA
TÍTULO FIGURA
A3 LOCALIZAÇÃO COM RELAÇÃO A EMPREENDIMENTOS SIMILARES 02
Após a escolha regional foram estudadas três alternativas locacionais para o
empreendimento. A análise dessas três alternativas está apresentada a seguir, sendo que a
alternativa de não implantação também foi considerada.
A consideração das alternativas locacionais pela equipe técnica levou em conta os fatores
ambientais físicos, bióticos e sócio-econômicos descritos no Quadro 02. Para cada fator
considerado foi dada uma nota de 1 a 5, conforme as condições das áreas estudadas, para
no final estabelecer uma média que determinasse a escolha da melhor área.
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O uso do solo na AII do entorno das três alternativas sugere possibilidade de implantação
imediata de lavouras, em face da estrutura já implantada na região.
De início a Destilaria Bocaina produzirá álcool hidratado e energia, podendo ser expandida
no futuro para produção e comercialização de álcool anidro e açúcar.
O etanol é normalmente utilizado como combustível (hidratado), como aditivo à gasolina (anidro)
e em aplicações industriais. A Destilaria Bocaina produzirá inicialmente álcool hidratado, devido
à sua maior liquidez no mercado e maior simplicidade no processo produtivo. Posteriormente a
destilaria poderá ser expandida para também produzir álcool anidro e no futuro açúcar.
Na década de 1990, a gasolina voltou a ter vantagem competitiva sobre o àlcool no Brasil.
Isto levou a uma grande crise na indústria sucro-alcooleira nacional, cuja solução foi a
imposição de uma proporção mínima de etanol na gasolina comercializada. Este percentual
serve como ferramenta de controle de preços pelo governo. Com o novo aumento das
cotações de petróleo, no início da década de 2000, o uso do álcool como combustível mais
uma vez se tornou vantajoso. Em março de 2003 a indústria automobilística brasileira
passou a comercializar carros flex fuel, que podem ser abastecidos com álcool e gasolina. O
sucesso deste tipo de automóvel foi tal que já em 2005 foram vendidos mais carros flex fuel
que carros a gasolina.
Vale notar que a indústria sucro-alcooleira do país ainda é bastante fragmentada. Os dez
maiores players do país respondem por apenas 25% da produção total. Isto significa que
ainda há muito espaço para aquisições e consolidação.
O Brasil é o único país do mundo que tem uma fração considerável de sua frota de
automóveis movida a álcool. No entanto, o etanol é utilizado como componente na mistura
da gasolina em diversos outros países, em porcentagens que vão até 20%. Estima-se que
hoje o etanol represente 2,6% do market share mundial da gasolina.
Em 2006, os EUA foram pela primeira vez os maiores produtores de etanol, tendo sido
responsável por 46% da produção mundial. Esse crescimento é devido a programas
voltados à redução das emissões de poluentes naquele país. O Brasil, antigo líder na
produção, foi responsável por 40% da oferta mundial. 60% do etanol produzido no mundo
todo é oriundo da cana de açúcar.
Os EUA também são o maior consumidor de etanol no mundo. Nos EUA o etanol é
principalmente utilizado como aditivo. O mercado americano apresentará déficit de 1,4 a 1,6
bilhões de galões em 2007, e este déficit deve continuar a crescer nos próximos anos, o
governo dos EUA tem reafirmado seu apoio a combustíveis alternativos, e nos próximos
anos a proporção máxima de álcool permitida na mistura de gasolina deve aumentar dos
anteriores 4% para 10%.
A produção americana não deve ser capaz de crescer para acompanhar essa demanda, e
em algum momento deve ocorrer uma redução das tarifas de importação do etanol. Na
União Européia, deve também ocorrer redução dos subsídios agrícolas, facilitando a entrada
de etanol no mercado europeu. Finalmente, as perspectivas de aquecimento global têm
impulsionado fortemente o desenvolvimento de políticas de substituição de combustível e de
adição de etanol à gasolina. Assim, países que hoje em dia têm barreiras alfandegárias ou
regulatórias à importação de etanol devem flexibilizar estas restrições, e o Japão, assim
como diversos países em desenvolvimento, também devem aumentar significativamente
suas importações do produto.
3.11.1. Cultura
A cana-de-açúcar é composta por água, fibras e sólidos solúveis. Dentre estes últimos, a
maior proporção é a de açúcares (sacarose, glicose e frutose).
O plantio da cana normalmente ocorre entre novembro e março, com colheita entre maio e
novembro. No entanto, pode-se optar por plantar ao longo do ano inteiro para reduzir a
vulnerabilidade a oscilações sazonais na oferta de mão-de-obra.
Colheita Mecanizada – O corte é anual, começando doze meses após o plantio. Podem ser
feitos quatro a seis cortes sem necessidade de replantar;
Manutenção – Aplicação de corretivos, fertilizantes e herbicidas, feita uma vez por ano,
normalmente logo após a colheita.
Final da safra Abr-09 Abr-10 Abr-11 Abr-12 Abr-13 Abr-14 Abr-15 Abr-16 Abr-17 Abr-18
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Corte
Canaviais de 40
0 0 0 0 0 0 33,750 312,986 361,853 393,978
Corte
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A planta industrial terá capacidade de moer 2 milhões de toneladas de cana por ano em sua
etapa final. Ver Plano Diretor no anexo.
O projeto inclui uma barragem de terra no ribeirão das Bocainas, com capacidade para
acumular 2.605.490,99 m³ de água para um consumo aproximado de 800 m3/h. Esse
barramento inundará uma área de 54,9 há e terá seu licenciamento e requerimento de
outorga específicos.
O principal efluente industrial da planta será o vinhoto (ou vinhaça) resultante, em uma
quantidade relativamente grande, da produção de álcool. Ele será usado para fins de
fertirrigação exatamente como sai da coluna de destilação. Os números a seguir serão
inicialmente tomados como referência para o projeto e serão definidos exatamente de
acordo com as características da terra e da cana selecionada, após as análises do solo.
A desmineralização foi adotada para o tratamento da água das caldeiras, de acordo com
requisitos e especificações das caldeiras e turbinas.
b) Resfriar um dos tanques das imediações, usando o sistema pulverizador misto com
água, cobrir o teto e a parede do tanque para evitar a propagação do fogo;
c) Hidrantes são usados para combate ao fogo direto e para a segurança do corpo de
bombeiros e proteção de equipamento;
Como todos os circuitos de resfriamento serão fechados, está previsto uma captação
máxima de água de 810 m3/h na fase final do projeto. Este valor não leva em conta os
consumos na condensação atmosférica, na administração e na motomecanização.
Deverá ser previsto tanque pulmão elevado para água bruta, que será denominado tanque
de água industrial, em local estratégico.
Será implantado um sistema para tratamento da água do sistema dos lavadores de gases
de caldeiras (ETALG), adotando-se em princípio a solução com peneira rotativa, clarificador
e prensa desaguadora.
O processo agrícola tem como premissa o uso de tecnologias para obter, de modo
sustentável, altas produtividades. Isto implica em conservação do solo e da água e em
adequado manejo. A obtenção de altas produtividades se desdobrará no atendimento à
demanda industrial com menor pressão pela ocupação de terras.
O preparo de solo tem por objetivo o condicionamento físico do solo para adequá-lo ao
desenvolvimento do sistema radicular da planta, para promover a infiltração de água e para
reduzir a enxurrada e erosão. O preparo de solo vai obedecer a técnicas modernas seguir
orientação agronômica de análise de solos e é constituído, de maneira geral, pelas
seguintes operações:
3.12.7.5. PLANTIO
O plantio mecanizado, onde o corte e a distribuição são também mecanizados, será utilizado
de modo que a demanda de mão-de-obra seja relativamente estável ao longo do ano e
permita uma adequada capacitação das equipes de plantio manual.
A estratégia de formação e renovação de canavial a ser adotada tem por base a máxima
continuidade da cobertura vegetal, ou seja, "o tempo entre a última colheita e o plantio deve
ser o mínimo"; "Repouso mínimo"; de modo que, o plantio seja realizado durante todo o ano, e
assim, tendo longa duração, o plantio demanda uma área pequena por dia. Assim a estrutura
necessária, máquinas e pessoal fica reduzida, melhorando a qualidade dos empregos.
Para o controle de mato adota-se um manejo integrado, constituido por uso de variedades
de rápido fechamento, cobertura do terreno pela palha residual da colheita, histórico da
infestação, controle em areas marginais para reduzir potencial de sementes, e aplicação de
herbicidas.
A aplicação de herbicidas será por tratores, evitando o risco de atingir culturas vizinhas.
Essa ação será monitorada com acompanhamento técnico.
A adoção desses métodos para o controle das principais pragas, torna quase proibitivo o
uso de métodos químicos em pulverizações, pois eliminariam esses inimigos naturais.
O controle de cupins será realizado por inseticida do grupo dos neonicotinóides, de classe
toxicologica IV (faixa verde), a partir de monitoramento da infestação, aplicando apenas
onde o indice de dano for superior a 40%. Portanto baixas infestações serão toleradas.
A cana-de-açúcar, nome comum de uma herbácea vivaz, planta da família das gramíneas,
espécie Saccharum officinarum, originária da Ásia Meridional, é muito cultivada em países
tropicais e subtropicais para obtenção do açúcar, do álcool e da aguardente, devido a
sacarose contida em seu caule, formado por numerosos nós.
Caracteriza-se pelo alto teor de açúcar e porte elevado, chegando a atingir 4,0 metros de
altura, colmos espessos e baixo teor de fibra.
3.12.7.8. COLHEITA
O corte mecanizado de cana picada será realizado em 100% da área, por máquinas
combinadas denominadas de colhedeiras de cana picada que, além de cortar a base e a
ponteira da cana, também picam, ventilam, limpam e a carregam nos veículos de transporte
que as acompanham lado a lado durante a colheita.
3.12.7.9. TRANSPORTE
O lavador de gases via úmida é um equipamento com movimento de gás linear. Será
instalado antes do exaustor. Opera com eficiência entre 95% a 98% em função dos
particulados emitidos pela caldeira. Apresenta-se a seguir um esboço do sistema de
tratamento do efluente atmosférico da caldeira (Figura 04).
3.12.8.2.3. Vinhaça
Se comparada com o bagaço e a torta de filtro, a vinhaça é o resíduo orgânico mais rico em
nutrientes, principalmente potássio, além de cálcio, magnésio, fósforo, manganês e
nitrogênio orgânico, Quadro 09. Sua relação C/N é igual a 15, o que a caracteriza como um
material rico em proteínas (Cerri et al., 1988). A matéria orgânica e o potássio destacam-se
entre os demais elementos.
A vinhaça, assim que gerada, será encaminhada a uma torre de resfriamento e logo após a
um reservatório (tanque pulmão) para regularização da vazão.
Para a operação desse sistema, a empresa contará com canais de irrigação e tanques revestidos,
tubos de engate rápido, rolões autopropelidos e conjuntos moto-bomba, que conduzirão o
efluente líquido às áreas que serão fertirrigadas, promovendo a sua disposição no solo.
Caracterizam-se pelos óleos empregados nos veículos automotores, mancais, turbinas e demais
equipamentos industriais, enviados para reciclagem quando impróprios para a utilização.
A quantificação destes resíduos é variável, ocorrendo maior geração durante as obras civis,
estando relacionada ao tipo de instalação a ser adotada (pré-moldados, armações
metálicas, alvenaria). Desta forma, a taxa de geração desse resíduo vai depender da
tecnologia a ser definida, independentemente do quantitativo, ele será reaproveitado,
reciclado ou depositado em locais adequados.
Esses resíduos são ricos em potássio e apresentam concentrações que variam de 0,6 a 0,7
% e são provenientes do processo de decantação das águas de lavagem dos cinzeiros e do
lavador de gases da caldeira. São aplicados no solo como adubo, substituindo parcialmente
a aplicação de fertilizantes na cultura de cana-de-açúcar. Sua aplicação será feita através
de veículos e equipamentos especiais de forma ordenada nas áreas agrícolas, sendo estes
posteriormente distribuidos e incorporados ao solo através da operação própria para esse fim.
A proporção desta aplicação varia entre 30 e 50 toneladas por hectare, conforme análise e
determinação agronômica.
Os resíduos sólidos comuns são aqueles gerados na atividade industrial, porém com
características de resíduo domiciliar. Estes resíduos originam-se das atividades de limpeza,
varrição, restos de alimentos e papéis e plásticos descartados das atividades de escritórios.
Esses resíduos serão encaminados para aterro próprio a ser implantado pela destilaria.
Este resíduo é caracterizado pelas embalagens dos insumos agrícolas aplicados na lavoura
de cana-de-açúcar, nas atividades de plantio e tratos culturais. Com base em
empreendimentos do mesmo porte e atividade industrial, estima-se uma geração de
aproximadamente 3,5 t deste resíduo a cada safra.
Ocorre maior geração desses resíduos durante a entressafra, onde se realiza a manutenção
industrial e sendo diretamente proporcional às necessidades de se efetuar a troca ou
substituição dos equipamentos.
Além dos requisitos legais e da fiscalização pelas autoridades envolvidas, o EIA/RIMA prevê
a participação da população afetada pelo empreendimento, como forma de influenciar de
maneira benéfica no procedimento de avaliação e pacificar o desenvolvimento econômico
com a preservação e conservação ambiental.
4.1. CERRADO
4.1.1. Motivação
4.2.1. Motivação
Lei ordinária 6.938/81, 31/08/81 (DOU 02/09/81), dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação; constitui o Sistema Nacional
do Meio Ambiente (SISNAMA), e estabelece como instrumentos desta Política: a avaliação
de impactos ambientais; o licenciamento e a revisão de atividades efetivas ou potencialmente
poluidoras ou capazes de causar degradação ambiental; o Cadastro Técnico Federal de
Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental e o Cadastro Técnico Federal de Atividades
Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras dos Recursos Ambientais, sob a administração
do IBAMA (Art. 9º e incisos).
1
Para efeitos normativos, assim vislumbra-se: “Avaliação ambiental estratégica, por natureza, abrange uma gama mais ampla
de atividades ou uma área mais extensa e freqüentemente por um período de tempo maior do que a avaliação de impactos
ambientais de projetos. A avaliação ambiental estratégica poderá ser aplicada a um setor inteiro (como por exemplo, uma
política pública nacional sobre energia), ou a uma área geográfica, (por exemplo, no contexto de um esquema de
desenvolvimento regional). Os estágios básicos da avaliação ambiental estratégica são semelhantes àqueles dos
procedimentos de avaliação de impactos ambientais, porém, a abrangência difere. A avaliação ambiental estratégica não
substitui ou reduz a necessidade da avaliação de impacto ambiental no nível de projeto, mas poderá contribuir para agilizar a
incorporação de conceitos ambientais (inclusive biodiversidade) no processo decisório, fazendo, freqüentemente, com que a
avaliação de impactos ambientais no nível de projeto seja um processo mais eficaz.”
De igual forma, o EIA deverá atender as seguintes diretrizes mínimas: (i) contemplar todas
as alternativas tecnológicas e de localização de projeto, confrontando-as com a hipótese de
não execução do projeto; (ii) identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais
gerados nas fases de implantação e operação da atividade; (iii) considerar os planos e
programas governamentais, propostos e em implantação na área de influência do projeto, e
sua compatibilidade; (iv) definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente
afetada pelos impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos
os casos, a bacia hidrográfica3 na qual se localiza (art.5º e incisos).
2
vide Resoluções CONAMA 11/86, 05/87 e 237/97; quanto a esta, estipula que quanto aos empreendimentos que contam com
um sistema voluntário de gestao ambiental, o órgão ambiental competente deverá estabelecer critérios para agilizar e
simplificar os procedimentos de licenciamento ambiental das atividades e empreendimentos que implementem planos e
programas voluntários de gestão ambiental, visando a melhoria contínua e o aprimoramento do desempenho ambiental (Art.
12, § 3º); no mesmo sentido a Portaria Interministerial MMA/MINC 3/97, de 01/07/97, (DOU 03/07/97), institui o Programa de
Qualidade Ambiental – PQA, a ser desenvolvido no âmbito do MMA e MC e dos respectivos órgãos e entidades vinculadas,
que deverá incentivar as empresas à adoção das normas da série NBR ISO 14.000
3
Sobre bacias hidrográficas, vejamos: Decreto 94.076/87, de 05/03/87, (DOU 06/03/87), institui o Programa Nacional de
Microbacias Hidrográficas. Tem como objetivo principal a promoção de um adequado aproveitamento agropecuário das
unidades ecológicas, mediante a adoção de práticas de utilização racional dos recursos naturais renováveis. Lei 8.171/91 de
17/01/91, (DOU 18/01/91), dispõe sobre a política agrícola, e determina que as bacias hidrográficas constituem-se em unidades
básicas de planejamento do uso, da conservação e da recuperação dos recursos naturais (Art. 20). Lei 9.433/97 de 08/01/97,
(DOU 09/01/97), institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos, regulamenta o inciso XIX do Art. 21 da Constituição Federal e altera o Art. 1º da Lei 8.001/90, que modificou a Lei
7.990/89. Conceitua-se: a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação desta política (Art. 1º, V), com as
seguintes linhas gerais de ação: articulação do planejamento de recursos hídricos com o dos setores usuários e com os
planejamentos regional, estadual e nacional e a integração da gestão das bacias hidrográficas com a dos sistemas estuarinos
e zonas costeiras (Art. 3º, IV e VI). Os Comitês de Bacia Hidrográfica terão como área de atuação: a totalidade de uma bacia
hidrográfica; sub-bacia hidrográfica de tributário do curso de água principal da bacia, ou de tributário desse tributário; ou grupo
de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas (Art. 37, I a III). Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos
hídricos serão aplicados na bacia hidrográfica em que foram gerados e serão utilizados: no financiamento de estudos,
programas, projetos e obras incluídos nos Planos de Recursos Hídricos (Art. 22, I). Lei 9.984/2000, de 17/07/2000, (DOU
18/07/2000), dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas - ANA, entidade federal de implementação da Política
Nacional de Recursos Hídricos e de coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Resolução
...
DESTILARIA BOCAINA - EIA
49
Para a realização do EIA, reitera-se, se destaca a necessidade de definir os limites
geográficos das áreas que estarão sob influência do empreendimento, denominada área de
Influência, pois como se vê, é um dos requisitos estabelecidos pela Resolução 01/86 do
CONAMA, ademais, por se constituir em fator determinante para as demais atividades
necessárias à elaboração, com qualidade, do EIA/RIMA. Para efeitos metodológicos, neste
EIA, a área de influência fora dividida em sub-áreas: Área de Influência Direta (AID) e
Área de Influência Indireta (AII).
...
ANA 06/2001, de 20/03/2001, (DOU 30/03/2001), estabelece o Programa Nacional de Despoluição de Bacias Hidrográficas -
PNDBH. Resolução ANA 26/2002, de 07/02/2002, (DOU 13/02/2002), cria o Programa de Despoluição de Bacias Hidrográficas
- PRODES. Resolução ANA 71/2002, de 26/03/2002, (DOU 03/04/2002), disciplina a situação dos empreendimentos
habilitados no Programa de Despoluição de Bacias Hidrográficas - PRODES. Resolução ANA 362/2002, de 02/12/2002, (DOU
11/12/2002), estipula o Programa de Despoluição de Bacias Hidrográficas - PRODES. Resolução CNRH 30/2002, de
11/12/2002, (DOU 19/03/2003), define metodologia para codificação de bacias hidrográficas, no âmbito nacional. Resolução
CNRH 32/2003, de 15/10/2003, (DOU 17/12/2003), institui a Divisão Hidrográfica Nacional.
4
Referência normativa estadual: a Resolução CEMAM nº 07/90 estabelece as diretrizes exigidas nos projetos endereçados ao Sistema
Estadual de Licenciamento de atividades poluidoras. A Portaria 291/82 estipula os prazos de vigência das licenças ambientais, segundo o
grau de complexidade do empreendimento, podendo variar de 1 (um) a 3 (três) anos de validade. O Decreto 5.226/00 aprova o
regulamento da Agência Goiana de Meio Ambiente e Recursos Naturais (AGEMAR), órgão componente do SISNAMA, ao qual dentre
outras competências, caberá a gestão pública ambiental, por meio da fiscalização, licenciamento e monitoramento das atividades
potencialmente degradadoras. Face a esse diploma, cabe à Diretoria de Qualidade Ambiental (DQA) gerir a análise e os estudos para
efeito de licenciamento do empreendimento e atividades utilizadoras de recursos naturais e artificiais, consideradas efetivas e
potencialmente poluidoras, bem como as capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, cabendo ao seu titular instruir,
tecnicamente, os processos de licenciamento ambiental. Lei 14.384/02 institui o Cadastro Técnico Estadual de Atividades Potencialmente
Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Naturais, que faz parte integrante do Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente,
criado pela Lei 6.938/81, de inscrição obrigatória e sem qualquer ônus, pelas pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades
potencialmente poluidoras ou utilizadoras de recursos naturais e/ou à extração, produção, transporte e comercialização de produtos
potencialmente perigosos ao meio ambiente. De acordo com anexo I desta lei, se prevê a necessidade deste projeto econômico e
industrial se submeter ao referido cadastro.
5
Observaçoes: Segundo a mesma Resolução, impõe-se que o órgão ambiental competente, apesar de seu poder de estipular prazos distintos
para análise do requerimento (prazos de análise) de cada fase do licenciamento ambiental, deva respeitar o prazo máximo de 12 meses para a
licença prévia, pois será necessário avaliar o EIA e realizar a eventual Audiência Pública. E, também, o prazo máximo de seis meses, do ato de
protocolar o requerimento até decisão final que deve ser motivada, isto é, com fundamentação técnica e legal, para as demais licenças. Tais
prazos podem ser alterados, em virtude de exigências complementares, porém, com a anuência do empreendedor, conforme a Resolução em
comento. Por fim, o EIA/RIMA vem a consubstanciar a licença prévia, aprovando a localização e concepção do empreendimento, além de
demonstrar sua adequação aos moldes dos planos, programas e projetos ambientais protocolados.
Para fins de início das obras de implementação e início de operação, a outorgada deverá,
previamente ao início da construção da central geradora e de sua operação, remeter à
ANEEL cópia da LI e LO (Art. 16), devendo manter em seu arquivo, à disposição da ANEEL,
o EIA/RIMA ou estudo ambiental formalmente requerido pelo órgão ambiental, conforme
legislação específica de meio ambiente (Art. 17, I).
Respeito do maquinário que deverá de operar nas áreas de influência direta da planta
industrial e dos solos manejados, a Resolução CONAMA 273/2000, de 29/11/2000, (DOU
08/01/2001), dispõe sobre prevenção e controle da poluição em postos de combustíveis e
6
Para empreendimentos não incluídos no art. 2º da Resolução CONAMA 01/86 ou de menor impacto ambiental, os órgãos
competentes poderão estabelecer modelos simplificados de publicação dos pedidos de licenciamento, de sua renovação e
concessão, a serem publicados em jornal oficial, bem como em periódico regional ou local de grande circulação (Art. 2º).
4.3.1. Motivação
Resolução CONAMA 01/86, de 23/01/86, (DOU 17/02/86), dispõe que sempre que julgar
necessário, conforme o caso, o órgão ambiental competente promoverá a realização de
audiência pública para informação sobre o projeto, seus impactos ambientais e discussão do
EIA/RIMA (Art. 11, § 2º).
Resolução CONAMA 09/87, de 03/12/87, (DOU 05/07/90), dispõe sobre essas audiências
públicas, estipulando que sua finalidade é de expor aos interessados o conteúdo do produto
em análise e do seu referido RIMA, dirimindo dúvidas da comunidade em geral, recolhendo
dos presentes as críticas e sugestões sobre o tema. Deve o órgão ambiental competente
promover a realização de audiência pública sempre que julgar necessária ou quando for
solicitada por entidade civil, pelo Ministério Público ou por 50 ou mais cidadãos ((Art. 1º e 2º).
A Lei 9.985/2000, de 18/07/2000, (DOU 19/07/2000), que regulamenta o art. 225, § 1º,
incisos I, II, III e VII da Constituição Federal e institui o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza, determina que as Unidades de Conservação (UC) criadas por
ato do Poder Público, devem ser precedidas de estudos técnicos e de consulta pública, para
DESTILARIA BOCAINA - EIA
53
que se identifique a localização, a dimensão e os limites mais adequados para a unidade,
conforme se dispuser em regulamento (Art. 22 e § 2º).
4.4.1. Motivação
Lei 1.533/51, 31/12/51, (DOU 31/12/51), altera disposições do Código de Processo Civil,
relativas ao Mandado de Segurança, estabelecendo que esta ação civil é o meio para afastar
lesão ou ameaça de lesão a direito subjetivo individual ou coletivo, privado ou público, através
de ordem saneadora ou impeditiva da ilegalidade, ou seja, visa tanto a invalidação de atos de
autoridade como a descomposição dos efeitos omissivos administrativos.
Lei 4.771/65, de 15/09/65, (DOU 16/09/65), institui o novo Código Florestal, estabelecendo
que a ação penal independe de queixa quando os bens atingidos forem florestas e demais
formas de vegetação, instrumentos de trabalho, documentos e atos relacionados com a
proteção florestal, mesmo que a lesão ocorra em propriedade particular (art. 32); vislumbra
as autoridades competentes para instaurar, presidir e proceder a inquéritos policiais, lavrar
autos de prisão em flagrante e intentar a ação penal nos casos de crimes ou contravenções
(Art. 33 e incisos).
Lei 6.938/81, de 31/08/81, (DOU 02/09/81), dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, determinando que o
Ministério Público7 (MP) da União e dos Estados terão legitimidade para propor as ações de
responsabilidade civil e criminal, pelos danos causados ao meio ambiente (Art. 14, § 1º).
Assim, a Lei 7.347/858, de 24/07/85, (DOU 25/07/85), veio a disciplinar a ação civil pública
de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. A ação principal e a
cautelar tem como titularidade o Ministério Público, a União, os Estados, os Municípios e
autarquias, empresa pública, fundação, sociedade de economia mista ou associação (art.
7
Lei Complementar 75/93, de 20/05/1993, (DOU 21/05/93), lei orgânica do Ministério Público da União. Compete ao Ministério
Público da União promover o inquérito civil público e a ação civil pública para a proteção do patrimônio público e do meio
ambiente (Art. 6º, VII e b). O Ministério Público Federal exercerá suas funções nas causas de competência de quaisquer juizes
ou tribunais, para defesa de direitos e interesses dos índios e das populações indígenas e do meio ambiente (Art. 37, II). Lei
8.625/93, de 12/02/93, (DOU 15/02/93), institui a Lei Orgânica Nacional do Ministério Público, dispõe sobre Normas Gerais
para Organização do Ministério Público dos Estados. Incumbe ao Ministério Público promover o inquérito civil e a ação civil
pública, na forma da lei, para a proteção, prevenção e reparação dos danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, aos
bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, e a outros interesses difusos, coletivos e individuais
indisponíveis e homogêneos (Art. 25, IV, a).
8
Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes
(Art. 5º, § 2º). Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público ou outro
legitimado assumirá a titularidade ativa (Art. 5º, § 2º). Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da
União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei (Art. 5º, § 5º). Os órgãos
públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais,
mediante cominações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial (Art. 5º, § 6º). Aplicam-se à defesa dos direitos e
interesses difusos, coletivos e individuais, no que for cabível, os dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de Defesa
do Consumidor (Art. 21). REFERÊNCIA CONSTITUCIONAL: Constituição da República/88 (05/10/88, DOU 05/10/88) -
determina que qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular para anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando
o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência (Art. 5º, LXXIII). Determina que são
funções institucionais do Ministério Público: promover, privativamente, a ação penal pública; promover o inquérito civil e a ação
civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas (Art. 129, I, III e V). Determina que os índios, suas
comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o
Ministério Público em todos os atos do processo (Art. 232).
Para admissibilidade processual difusa, temos a Lei 8.078/90, de 11/09/90, (DOU 12.09.90),
que dispõe sobre a proteção do consumidor, estabelecendo que a defesa dos interesses
difusos poderá ser exercida em juízo, individualmente ou a título coletivo (Art. 81).
Lei 10.650/2003, de 16/04/2003, (DOU 17/04/2003), dispõe sobre o acesso público aos
dados e informações existentes nos órgãos e entidades integrantes do SISNAMA,
determinando que estes deverão ser publicados pelos órgãos integrantes, em Diário Oficial,
e ficarem disponíveis, em local de fácil acesso ao público no órgão correspondente, com as
listagens e relações contendo dados, entre outros, os referentes à: autos de infrações e
respectivas penalidades impostas pelos órgãos ambientais; lavratura de termos de
compromisso de ajustamento de conduta; reincidências em infrações ambientais; recursos
interpostos em processo administrativo ambiental e respectivas decisões (Art. 4º e incisos).
A conversão deverá ser solicitada pelo próprio infrator, por meio de requerimento junto ao
IBAMA. Se a solicitação de conversão for aceita pelo IBAMA, o infrator deverá assinar um
termo de compromisso, por meio do qual, ficará obrigado a executar, no prazo estabelecido,
os serviços previstos cujo projeto técnico deverá ser previamente aprovado pelo IBAMA.
4.5.1. Motivação
O recurso hídrico destinado ao processo industrial terá como fonte o ribeirão das Bocainas,
captação que será realizada em um barramento de acumulação, com auxílio de moto-
bomba, os acessórios pertinentes ao seu funcionamento. Uma adutora transportará a água
DESTILARIA BOCAINA - EIA
56
até a usina e seus reservatórios. Haverá disposição de água para uso e consumo humano,
principalmente de fontes subterrâneas.
9
Referência normativa estadual: A Lei nº 13.123/97, que estabelece normas orientadoras da Política Estadual de Recursos
Hídricos, preceitua como instrumento da política estadual, a outorga de direitos de uso dos recursos hídricos, ressalvados os
casos de competência da União. As águas públicas de domínio do Estado de Goiás, portanto, somente poderão ser derivadas
após cadastramento e outorga da respectiva autorização expedida pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos
Hídricos (SEMARH).
10
Lei 9.984/2000, de 17/07/2000, (DOU 18/07/2000), dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas - ANA, entidade
federal de implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e de coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento
de Recursos Hídricos. Resolução CNRH 12/2000, de 19/07/2000, estabelece procedimentos para o enquadramento de corpos
de água em classes segundo os usos preponderantes. Resolução CNRH 58/2006, de 30/01/2006, (DOU 08/03/2006), aprova o
Plano Nacional de Recursos Hídricos.
4.6.1. Motivação
No entanto, cumpre salientar, que a maior parte destes efluentes serão misturados tendo
como destino à fertirrigação (ver resíduos sólidos e águas subterrâneas).
A Portaria Minter nº 124/80 estabelece que qualquer indústria capaz de causar poluição
hídrica, deve estar localizada a uma distância mínima de 200 m de qualquer curso d’água.
Na impossibilidade de atender a tal exigência, o órgão estadual de controle da poluição
poderá substituí-la por outra igualmente segura.
Portaria DNAEE 707/94, de 17/10/94, (DOU 18/10/94), aprova a norma para classificação
dos cursos de água brasileiros quanto ao domínio - Norma DNAEE 06, estabelecendo os
critérios para identificação e classificação dos cursos d’água, no campo dos recursos
hídricos (vide Resolução ANA 399/2004).
11
A Lei Estadual nº 8.544/78, regulamentada pelo Decreto nº 1.745/79, trata da poluição ambiental no Estado de Goiás. A
planta industrial proposta há de guardar a distância de 200m de qualquer corpo d’água, em atendimento à Portaria nº 01/2002
da Agência Goiana do Meio Ambiente. A Lei nº 13.583/00 contempla a conservação e proteção das águas subterrâneas do
Estado de Goiás, devendo haver um programa permanente de monitoramento ambiental, visando a sua melhor destinação
(uso racional, formas de controle de poluição e a manutenção do seu equilíbrio com os demais atributos ambientais). Resíduos
líquidos, sólidos ou gasosos, provenientes das atividades do empreendimento, só poderão ser armazenados ou lançados de
forma a não poluírem as águas subterrâneas.
4.7.1. Motivação
Fertirrigação
A Lei 13.583/00 exige, de forma a prevenir a poluição dos recursos hídricos subterrâneos,
nas áreas de influência, que nas mesmas deverão ser implantados poços de monitoramento
de qualidade das águas, sob pena de não se conceder os alvarás exigidos pela legislação
ambiental. Tais poços, conforme a lei, prescindem das seguintes exigências: (i) descrição
da geologia local; (ii) determinação da direção e do sentido do fluxo de escoamento das
águas subterrâneas do local; (iii) localização dos poços de monitoramento da qualidade das
águas subterrâneas, no mínimo, de 3 (três); (iv) perfuração e implantação dos poços de
monitoramento da qualidade das águas subterrâneas, como condição para o
funcionamento; e (v) relatório final, com a descrição do perfil geológico dos poços de
monitoramento, bem como dos seus elementos constitutivos.
12
Norma ABNT NBR 7.229/93 (09/93) - Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos (NB 41). Norma
ABNT NBR 9.898/87 (06/87) - Preservação e técnicas de amostragem de efluentes líquidos e corpos receptores (NB 1.050)
4.8.1. Motivação
As fontes de ruídos existentes podem ser destacadas como fontes fixas no processo de
construção e operação industrial e, como fontes móveis, as máquinas agrícolas, caminhões
e veículos envolvidos nas operações de cultivo, corte, carregamento e transporte da cana de
açúcar e caminhões transportadores de produtos. Ademais, destaca-se a queima da cana,
que pode promover emissões contaminadoras.
4.8.2. Legislação
A Portaria MINTER nº 100/80, sobre emissão de fumaça por veículos movidos de ciclo
Diesel, determina que esta não poderá exceder ao padrão 2 na escala de Ringelmann,
quando testados em localidades situadas acima de 500 m do nível do mar, e ao padrão 3,
na mesma escala, para localidades situadas acima daquela altitude.
13
Resolução CONAMA 003/90. Os limites de tempo médio de exposição para material particulado, CO, SO2, O3 e NO2 não
podem ser excedidos mais que uma vez ao ano.
Lei 9.605/98, de 12/02/98, (DOU 13/02/98), dispõe sobre as sanções penais e administrativas
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, revelando que constitui crime
causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos
habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população, bem
como deixar de adotar, conforme exigido por autoridade competente, medidas de precaução
em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível (Art. 54 e parágrafos).
Por fim, a Resolução CONAMA nº 001 de 08.03.90 sujeita o nível de som, produzido na
execução de projetos de construção, aos limites nela previstos. Também, que o nível de
som produzido por veículos e nos ambientes de trabalho obedecerão, respectivamente, às
normas do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) e do Ministério do Trabalho.
Resolução Conama 382 / 2006 que estabelece os limites máximos de emissão de poluentes
atmosféricos para fontes fixas.
DESTILARIA BOCAINA - EIA
64
Lei Estadual no 15.834, de 23 de novembro de 2006 dispõe sobre redução gradativa da
queima da palha de cana-de-açúcar em áreas mecanizáveis.
4.9.1. Motivação
Lei 4.771/65, de 15/09/65, (DOU 16/09/65), institui o novo Código Florestal14. Considera de
preservação permanente as florestas e demais formas de vegetação natural situadas em
numerosos locais (art. 2º). Determina que a supressão de vegetação em APP, somente
poderá ser autorizada pelo órgão ambiental estadual competente com anuência prévia do
órgão federal ou municipal do meio ambiente, em caso de utilidade pública ou de interesse
social, devidamente caracterizados e motivados técnica e juridicamente em procedimento
administrativo próprio, e quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento
proposto (art. 4º § 1º). O órgão ambiental competente indicará previamente à emissão da
ASV em APP, as medidas mitigadoras e compensatórias que deverão ser adotadas pelo
empreendedor (Art. 4º, § 4º).
Lei 7.754/89, de 24/04/89, (DOU 18/04/89), estabelece medidas para proteção das florestas
existentes nas nascentes dos rios. São consideradas de preservação permanente, na forma
da Lei 4.771/65, as florestas e demais formas de vegetação natural existentes nas
nascentes dos rios (Art. 1º), que deverão constituir-se no Paralelograma de Cobertura
Florestal, no qual são vedadas a derrubada de árvores e qualquer forma de desmatamento
(Art. 2º) e, na hipótese do desmatamento já ter ocorrido, torna obrigatório o reflorestamento,
com espécies vegetais nativas da região (Art. 2º, § 1º).
14
A Lei nº 12.596/95, que institui a Política Florestal do Estado de Goiás, acabando por reconhecer como Patrimônio Natural o
Bioma Cerrado, cujos integrantes são bens de interesse de todos os habitantes do Estado, bem como estipulando acerca das
APPs, entretanto sem maiores restrições normativas.
Lei 9.605/98, de 12/02/98, (DOU 13/02/98), dispõe sobre as sanções penais e administrativas
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Constitui crime: destruir ou
danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou
utilizá-la com infringência das normas de proteção (Art. 38); cortar árvores em floresta de
preservação permanente, sem permissão da autoridade competente (Art. 39); impedir ou
dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação (Art. 48).
Pela mesma norma, dispõe sobre limites e determina as Áreas de Preservação Permanente, e
assim estabelece: APP é a área situada em faixa marginal de cursos d'água, ao redor de
nascente ou olho d’água, ao redor de lagos e lagoas naturais, em vereda, no topo de morros e
montanhas, quando ocorrerem 2 ou mais morros ou montanhas cujos cumes estejam
separados entre si por distâncias inferiores a 500 m, nas linhas de cumeada, em encosta ou
parte desta, nas escarpas e nas bordas dos tabuleiros e chapadas, nos locais de refúgio ou
reprodução de aves migratórias, nos locais de refúgio ou reprodução de exemplares da fauna
ameaçadas de extinção que constem de lista elaborada pelo poder público federal, estadual ou
municipal, em locais de nidificação e reprodução da fauna silvestre (Art. 3º, incisos e alíneas).
4.10.COMPENSAÇÃO AMBIENTAL
4.10.1. Motivação
15
Decreto 4.340/2002, de 22/08/2002, (DOU 23/08/2002), regulamenta artigos da Lei 9.985/2000, que dispõe sobre o Sistema
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC. Referência normativa estadual: A Lei nº 14.247/02, que institui o Sistema
Estadual de Unidades de Conservação (SEUC) estipula que o empreendimento de significativo impacto ambiental, crie, implante e/ou
mantenha unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral. A definição das unidades de conservação a serem beneficiadas
e/ou as ações a serem implementadas, é condição que deve anteceder a expedição do alvará de funcionamento. A Lei nº 14.241/02
dispõe sobre a proteção da fauna silvestre de Goiás e impõe que, se porventura um empreendimento de significativo impacto
ambiental afetar, de qualquer forma, a fauna silvestre e a dinâmica das suas espécies, o empreendedor deve dispor de, no mínimo,
um por cento (1%) do valor total do empreendimento para implementação de medidas mitigadoras e compensatórias das espécies
afetadas, conforme determinado pelo órgão competente, que vislumbrará no EIA tal interferência, gerando a conseqüente
compensação ambiental, que será revertida ao FEMA – Fundação Estadual do Meio Ambiente (Lei Complementar nº 20, 10.12.96). O
Decreto nº 5.899/04, que regulamenta a Lei nº 14.241/02, dá competência ao Presidente da Agência Goiana do Meio Ambiente para
instituir a câmara de compensação e impor a obrigação da referida, na qual deve-se demonstrar os impactos negativos, não mitigáveis
e passíveis de risco para fauna silvestre goiana.
Em suma, como questão imperativa, o órgão ambiental deverá fundamentar-se em base técnica
e/ou social para justificar a compensação, além de ter que demonstrar a metodologia aplicada.
4.11.1. Motivação
16
Será instituída no âmbito dos órgãos licenciadores câmaras de compensação ambiental, compostas por representantes do
órgão, com a finalidade de analisar e propor a aplicação da compensação ambiental, para a aprovação da autoridade
competente, de acordo com os estudos ambientais realizados e percentuais definidos (Art. 32).
Lei 7.754/89, de 14/04/89, (DOU 18/04/89), estabelece medidas para proteção das florestas
existentes nas nascentes dos rios, estipulando que, nestas áreas, será constituída uma área
denominada Paralelograma de Cobertura Florestal, na qual são vedadas a derrubada de
árvores e qualquer forma de desmatamento. Na hipótese que, antes da vigência desta Lei,
tenha havido desmatamento na área do Paralelograma, deverá ser imediatamente efetuado
o reflorestamento com espécies vegetais nativas da região (Art. 2º, § 1º).
4.12.1. Motivação
Ademais, há uma grande quantidade de textos legais17 que coibem o trato inconsciente e
predatório do ambiente.
4.13.1. Motivação
Diversidade biológica.
17
Decreto-Lei 2.848/40 de 07/12/40, (DOU 31/12/40) Código Penal. Estabelece penalidades para os crimes, tais como: dano
ao patrimônio público ou particular (art. 163); dano em coisa tombada (art. 165); causar incêndio (art. 250); causar inundação
(art. 254); destruir, remover ou inutilizar obstáculo natural ou obra destinada a impedir inundação (art. 255); difusão de doença
ou praga que possa causar dano à floresta (art. 259); atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de água, luz,
força, calor ou qualquer outro de utilidade pública (art. 265); corromper ou poluir água potável (art. 271). Esta norma aplica-se
subsidiariamente à Lei 9.605/98. Decreto-Lei 3.688/41, de 03/10/41, (DOU 13/10/41). Lei das Contravenções Penais.
Considera contravenção penal, entre outras, as condutas previstas: provocar abusivamente emissão de fumaça, vapor ou gás,
capaz de ofender ou molestar alguém (art. 38); perturbar o sossego alheio por meio de poluição sonora (art.41); tratar animal
com crueldade (art. 64). Lei 4.771/65, de 15/09/65, (DOU 16/09/65), institui o novo Código Florestal. Estabelece penalidades
para crimes que especifica (art. 26 e alíneas), que, quando conflitantes, foram revogadas pela Lei 9.605/98. Aplicam-se às
contravenções previstas neste Código as regras gerais do Código Penal e da Lei de Contravenções Penais, sempre que a
presente Lei não disponha de modo diverso (art. 30). Lei 5.197/67, de 03/01/67, (DOU 05/01/67), dispõe sobre a proteção à
fauna. Estabelece penalidades para crimes que especifica (art. 27), que, quando conflitantes, foram revogadas pela Lei
9.605/98. Lei 6.437/77, de 20/08/77, (DOU 24/08/77), vislumbra infrações à legislação sanitária federal e estabelece as
sanções respectivas. Constituição da República/88, de 05/10/88, (DOU 05/10/88), determina que as condutas e atividades
consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados (art. 225, § 3º). Lei 7.754/89, de 14/04/89,
(DOU 18/04/89), estabelece medidas para proteção das florestas existentes nas nascentes dos rios. A inobservância do
disposto nesta Lei acarretará, aos infratores, além da obrigatoriedade de reflorestamento da área com espécies vegetais
nativas, a aplicação de multa (art. 4º). Lei 9.433/97, de 08/01/97, (DOU 09/01/97), institui a Política Nacional de Recursos
Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição
Federal e altera o art. 1º da Lei 8.001/90, que modificou a Lei 7.990/89. Estabelece as infrações às normas de utilização de
recursos hídricos superficiais ou subterrâneos, fixando as respectivas penalidades (art. 49 e 50).
Lei 5.197/67, de 03/01/67, (DOU 05/01/67), dispõe sobre a proteção à fauna18; estipula que
animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu desenvolvimento e que vivem
naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como, seus ninhos,
abrigos e criadouros naturais são propriedades do Estado, sendo proibida a sua utilização,
perseguição, destruição, caça ou apanha, e que nenhuma espécie poderá ser introduzida no
país, sem parecer técnico oficial favorável e sem licença expedida na forma da lei (art. 4º); e
penalidades para os crimes que especifica (art. 1º e 27).
Portaria IBAMA 1.522/89, de 19/12/89, (DOU 22/12/89), lista oficial de espécies de fauna
brasileira ameaçadas de extinção; já pela Portaria IBAMA 45-N/92, de 27.04.92, lista-se as
espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção.
A definição das florestas e demais formas de vegetação é dada pela Lei nº 4.771/65, Código
Florestal19, reconhecendo-as como de utilidade às terras que revestem, por ser de interesse
comum a todos brasileiros, devendo o empreendedor reger-se pelos limites do direito de
propriedade, à legislação geral. Ações e omissões contrárias às disposições do Código
mencionado, na utilização e exploração florestal, serão consideradas de uso nocivo à
propriedade.
18
Referência normativa estadual: Lei nº 14.241/02, regulamentada pelo Decreto nº 5.899/04, dispõe sobre a proteção da fauna
silvestre e estabelece que, nos limites do Estado de Goiás, a fauna silvestre, em qualquer fase do seu desenvolvimento, bem
como os seus ninhos, abrigos e criadouros naturais, são de propriedade do Poder Público, sob proteção desta lei.
19
Referência normativa estadual: A Lei nº 12.596/95 institui a Política Florestal do Estado de Goiás, acabando por reconhecer
como Patrimônio Natural o Bioma Cerrado, cujos integrantes são bens de interesse de todos os habitantes do Estado.
4.14.1. Motivação
As ações nestes setores dirigem-se à implantação dos canaviais e da planta industrial, que
podem estar diretamente relacionados com a poluição dos solos e recursos hídricos. Várias
atividades podem colaborar para essa condição, tal como o uso de agrotóxicos; ademais, há
outras atividades que, para a plena operação destes setores, gerarão resíduos e
subprodutos que necessitarão de um adequado gerenciamento. O etanol, tratando-se de um
produto inflamável, apresenta risco de acidentes por explosão e incêndio que não pode
deixar de ser considerado para efeitos de estocagem e expedição.
A legislação brasileira sobre agrotóxicos está estabelecida pela Lei 7.802, de 11 de julho de
1989, regulamentada pelo Decreto nº 4.074 de 4 de janeiro de 2002. São os herbicidas,
inseticidas, fungicidas, maturadores, espalhantes adesivos, desfolhantes, entre outros.
Como congêneres, estão incluídos os produtos biológicos, microbianos, extratos vegetais e
feromônios que, mesmo sem características e riscos toxicológicos, são utilizados no controle
de pragas e doenças (art. 2º e incisos). No Decreto mencionado, estipula-se que os
estabelecimentos destinados ao desenvolvimento de atividades que envolvam embalagens
vazias de agrotóxicos, componentes ou afins, bem como produtos em desuso ou impróprios
para utilização, deverão obter licenciamento ambiental (art.56).
20
Secretaria de Defesa Agropecuária: Portarias nº 01, de 30 de novembro de 1990, portaria nº 45, de 10 de dezembro de 1990;
n° 93, de 30 de maio de 1994; n° 67 - de 30 de maio de 1995; n° 95 - de 31 de julho de 1996; n° 138 - de 21 de novembro de
1996; n° 160 - de 31 de dezembro DE 1996; nº 120, de 1 de outubro de 1997; e nº 121, de 9 de outubro de 1997.
21
IBAMA: portaria normativa n° 84 - de 15 de outubro de 1996; portaria normativa n° 131 - de 3 de novembro de 1997.
22
Portaria n° 03, de 16 de janeiro de 1992 e Portaria n° 14 - de 24 de janeiro de 1992.
23
Referência normativa estadual: a Lei nº 14.248/02 dispõe que o armazenamento, a acumulação ou a destinação final de
resíduos de qualquer natureza dependerão de projetos específicos aprovados pelo órgão ambiental estadual competente. As
unidades receptoras deverão ser projetadas em conformidade com a legislação e com a regulamentação pertinente, devendo
ser implantadas, operadas, monitoradas e ter suas atividades encerradas de acordo com projeto previamente aprovado pelo
órgão ambiental estadual competente. Também, proibe as seguintes utilizações e destinações dos resíduos sólidos:
lançamento in natura a céu aberto (em áreas urbanas e rurais); queima a céu aberto, inclusive dos resíduos sólidos industriais,
em caldeiras não licenciadas pelo órgão ambiental competente; lançamento em mananciais, suas áreas de drenagem,
coleções hídricas, cursos d’água, lagoas, praias, olhos d’água, nascentes, brejos, terrenos baldios, cavidades subterrâneas,
poços e cacimbas, mesmo que abandonados, e em áreas sujeitas À inundação com períodos de recorrência de até 100 anos;
lançamentos em sistemas de redes de drenagem de águas pluviais, de esgotos, de eletricidade, de telefone, bueiros e
assemelhados; que provoquem infiltração no solo sem tratamento prévio, e sem projeto aprovado pelo órgão ambiental
estadual competente; armazenamento em edificação inadequada; utilização de resíduos perigosos como matéria prima e fonte
de energia, bem como a sua incorporação em materiais, substâncias ou produtos, sem prévia aprovação do órgão estadual
competente; e utilização para alimentação humana ou animal sem tratamento.
A Portaria MINTER nº 124/80 estabelece que todo depósito projetado para receber líquidos,
potencialmente, poluentes deverá ser dotado de dispositivos de segurança com a
capacidade e a finalidade de receber e guardar os derrames líquidos poluentes,
provenientes de processos produtivos ou de armazenagem.
4.15.1. Motivação
24
O Decreto nº 5.876/03 aprova o regulamento da Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira (AGEPEL) e suas
competências, dentre as quais se destaca a preservação e conservação do patrimônio histórico goiano e seus valores culturais.
4.16.CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO
EIAs são documentos com conteúdo regulamentado pela Resolução CONAMA 001/86 e
devem atender adicionalmente a exigências do órgão ambiental licenciador, no caso a
Agência Ambiental do Estado de Goiás.
Para o atendimento a estas especificações o EIA foi desenvolvido com as seguintes fases:
Foram também utilizadas fotografias aéreas do Projeto AST-10 (USAF, 1965), na escala
1:60.000, bem como mosaico semi-controlado de radar na escala 1:250.000, do Projeto
Radambrasil (1973), para os estudos geomorfológicos da área de influência.
Recortes de trabalhos disponíveis da CPRM, SGM e Projeto Radam Brasil foram utilizados
para interpretação das demais temáticas que compõem a base cartográfica do estudo.
Cartas topográficas da área, cedidos pelo empreendedor, embasaram a interpretação da
área de influência direta do empreendimento.
A AID está inserida na Fazenda Bocaina. Esta concepção de AID se aplica aos fatores
ambientais dos meios físico e biótico. Para o meio socioeconômico a AID é mais ampla,
envolvendo todo o município de Piracanjuba, que, sem dúvidas, terá sua economia
impactada pelo empreendimento .
A definição da AII segue a tendência mundial de uso de bacias hidrográficas como unidades
de gestão e planejamento ambiental. Mais além da exigência legal, trata-se de unidades
espacialmente bem definidas, cujos compartimentos ambientais são integrados num
elemento comum: os recursos hídricos.
Propõe-se como AII para os meios físico e biótico o polígono formado por várias sub-bacias,
tendo início na foz do córrego Ponte Furada no rio Meia Ponte e, subindo por este até a foz
do córrego São Pedro e, em seguida, contornando sua bacia, envolvendo o seu afluente o
córrego Lavrado e seguindo sentido sul pelo divisor de águas das bacias do rio Meia Ponte
e rio Piracanjuba, trajeto coincidente com trecho da GO-147, até contornar as nascentes do
córrego Ponte Furada e indo até o rio Meia Ponte fechando o polígono (Figura 05).
DESTILARIA BOCAINA - EIA
79
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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL-EIA/RIMA
TÍTULO FIGURA
74.5 x 56.5 MAPA DAS ÁREA DE INFLUÊNCIA 05
Os fatores ambientais clima, hidrogeologia e qualidade do ar não têm uma vinculação
estreita com as sub-bacias hidrográficas, pelo quê serão analisados em escalas menores,
conforme a disponibilidade de dados e de forma a garantir a coerência técnica.
Com esse critério, para o meio antrópico, considerou-se as áreas de influência, onde
poderão incidir impactos, das atividades de implantação e operação do empreendimento.
Área de Influência Direta (AID), para o meio antrópico, é constituída pelo núcleo urbano de
Piracanjuba, e os estabelecimentos localizados no entorno imediato ao local de instalação
da planta industrial, a sede municipal está distante cerca de 7,5 km, em linha reta, do local
do empreendimento.
A Área de Influência Indireta (AII) é composta por todo o município de Piracanjuba, pois,
sem dúvida todo ele terá reflexos econômicos e social com a implantação e operação do
empreendimento, seja na forma de fortalecimento da economi e geração de empregos, ou
pelas pressões sobre sua infra-estrutura física e social.
A qualidade do ar, tendo como referência a queima da biomassa no período seco, foi
estimada a partir da altura da camada de mistura, calculada através de modelagem para
estudos de dispersão (ERM, 2002).
O quarto táxon foi caracterizado pelos tipos de modelados: formas de dissecação (‘a’ para
formas aguçadas, ‘c’ para formas convexas e ‘t’ para formas tabulares) e formas de
acumulação (Aptf, planície e terraço fluviais e Aai, áreas de acumulação inundáveis). As
letras correspondentes aos modelados de dissecação foram seguidos de um digito numérico
composto, correspondendo o primeiro à ordem de grandeza das formas de dissecação e o
segundo à intensidade de aprofundamento da drenagem (Quadro 12). Foram destacadas
as principais feições lineares e pontuais através de símbolos.
Para efeito de uma melhor correlação entre os índices de dissecação e a declividade, estes
foram convertidos levando em consideração a dimensão média interfluvial e profundidade de
drenagem, com equivalência de 50 metros (Quadro 14).
Foi feito também levantamento junto ao DNPM de áreas de pesquisa e lavra de recursos
minerais, e usados resultados de análises físico-químicas com classificação de solos. O
levantamento de poços na AII foi feito junto à Superintendência de Geologia e Mineração.
Para o diagnóstico da flora regional foi realizado o levantamento florístico qualitativo da área
de influência do empreendimento, bem como o estado de preservação da vegetação.
25
Conforme DEWOLF (1965), formações superficiais são “formações continentais, friáveis ou secundariamente consolidadas,
provenientes da desagregação mecânica e da alteração química das rochas, que tenham ou não sofrido remanejamento e
transporte, e qualquer que seja a sua gênese e sua evolução”.
O levantamento florístico foi realizado de forma aleatória, a partir dos quadrantes e/ou
parcelas, que foram ultilizados para levantamento fitossociológico e de estrutura das
comunidades relacionadas, visando atingir um número maior de espécies, visto que o
diagnóstico de uma vegetação primária ou secundária em regeneração natural é de
fundamental importância para elaboração de Projetos de Recomposição Florística.
Figura 06: Levantamento das parcelas dentro das fitofisionomias e medição das espécies
arbóreas pelo CAP.
A identificação das espécies vegetais foi realizada “in loco”, onde a não identificação de
poucas espécies em campo ocasionou em descrição morfológica do espécime e fotografia,
além de coleta de material botânico (excicatas) e depósito na UEG (Universidade Estadual
de Goiás) unidade de Anápolis, para posterior consulta com profissionais especializados e
pesquisa bibliográfica.
Os pontos amostrados para a avaliação ecológica rápida para os diversos táxons estão
indicados na Quadro 15 e na Figura 07. Para a caracterização regional dos ambientes e
hidrografia foi utilizado um mosaico de Imagens de Satélite CBERS2 de junho de 2007.
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217 Área de Influência Indireta
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Características do substrato onde o animal se encontrava (tais como solo, vegetação, poça,
altura, diâmetro do poleiro, altura e cobertura do dossel, profundidade do folhiço), como
também, as temperaturas do ar e do substrato foram observadas.
Cada ponto da área amostral foi trabalhado entre 6:00 e 12:00 h e 14:00 as 18:00 h,
perfazendo o esforço amostral de 10 horas. Para a confirmação da identificação das epécies
utilizou-se as referências básicas sobre aves encontradas em Dunning (1987), Sick (1997),
Höfling e CAMARGO (1999), Peña e Rumboll (1998) entre outras e consulta a coleção de
referência da UCG.
Para identificação das espécies de primatas utilizou-se binóculos 8x30 e 8x40 e somente
considerados os indivíduos para os quais teve certeza de sua identificação.
Para a procura ativa e varredura da herpetofauna LEMA et al (1985) com auxílio de gancho
herpetológico (Figura 10), foram demarcados linhas transecto de 500 metros sinalizados
com intervalos de 50 metros, com auxilio do GPS. Cada roteiro foi seguido de igual número
DESTILARIA BOCAINA - EIA
89
de vezes e esforço amostral ALHO et alii (1988), nos períodos matutino, vespertino e
noturno, conforme a necessidade de cada grupo a ser observado. Estes roteiros foram
percorridos em cerca de 30 minutos cada, deslocando-se lentamente, registrando-se a
ocorrência e abundância, entre o período de 9:00 às 13:00h, que é o intervalo de pico de
atividade das espécies de Squamata (ROCHA & BERGALHO, 1997) e, entre o período de
17:00 às 06:00h, que é o intervalo de pico de atividade dos anfíbios.
Em cada área estudada, diversos habitats foram amostrados em busca dos anfíbios, répteis,
em locais tais como cursos d'água (rios e poças, temporárias e permanentes), folhiço,
vegetação (para espécies arborícolas e bromelícolas), areia nua e rochas (em áreas de
afloramentos rochosos), troncos caídos e termiteiros.
A coleta dos organismos aquáticos (Ictiofauna, Bentos e Perifíton) foi realizada nos córregos
São Pedro (cabeceira) e da Bocaininha (Área de Influência Direta); e córregos da Ponte
Furada, São Pedro, Cachoeira, ribeirão das Bocainas e rio Meia Ponte (Área de Influência
Indireta). Com exceção do córrego Cachoeira que é tributário da bacia do rio Piracanjuba,
os demais deságuam no rio Meia Ponte.
Para a ictiofauna foram realizadas durante o período de 3 dias de esforço amostral a captura
e soltura de peixes para os dois principais cursos d’água.
Cada estação foi percorrida por 3 km pelo curso d’água (1,5 km a jusante e 1,5 km a montante).
O esforço amostral foi de 135 m² de rede de arrasto por ponto. Em todo o trecho de 3 km
utilizamos os outros apetrechos de forma auxiliar, montando os jequis (armadilhas com isca) nas
margens (12 no total), pescando com varas de molinete eventualmente, peneirando vegetações
flutuantes e realizando lances de puçá da margem quando for favorável.
A entrevista à população residente e visitações aos pontos de venda de peixes (Figura 13)
retirados dos cursos d’água dentro da área de influência do empreendimento também
contribuiu para evidenciarmos a ocorrência de algumas espécies da ictiofauna local.
DESTILARIA BOCAINA - EIA
91
Figura 13: Ponto famoso de venda de peixes retirados
do rio Meia Ponte, às margens da BR-153, na entrada do
Rochedo.
A amostragem do perifíton foi realizada através de processo não seletivo por meio de coleta
de água sub-superficial e macrófitas, galhos, rochas e folhas submersas na água para
análise qualitativa do perifíton (Figura 14). Os pontos de coleta são os mesmos escolhidos
para os Bentos. As amostras foram fixadas no momento da coleta com solução de Transeau
na proporção de 1:1 (BICUDO & BICUDO, 1970). Todas as amostras foram acondicionadas
em frascos de polietileno de 500 ml.
Para a amostragem dos Bentos nos quatro pontos (córregos Cachoeira, São Pedro, Ponte
Furada e ribeirão das Bocainas) utilizou-se apenas de um amostrador de Surber, com 2
réplicas em cada ponto (Figura 15). O material coletado foi acondicionado em frascos
plásticos e fixado com álcool 80%. Já em laboratório procedeu-se a triagem, identificação e
contagem dos táxons encontrados, utilizando-se um estereomicroscópio. Os dados obtidos
foram tabulados e utilizados para cálculo da riqueza taxonômica, abundância total, índice de
diversidade de Shannon e equitabilidade para cada ponto amostral e abundância média e
freqüência para cada táxon.
• Vestígios - para esse estudo nos diversos táxons, utilizou-se o método de coleta de
vestígios (CHEREM & PEREZ, 1996) como carcaças, pêlos, pegadas em moldes de
gesso e fezes. Levantamentos de espécies podem ser complementados na análise de
fezes de predadores, além de poder estabelecer a estrutura de uma comunidade;
A análise de similaridade foi utilizada também para avaliar a sazonalidade dos dados,
comparando áreas amostradas na região ou bacia (dados diretos ou secundários) em
períodos diferentes com a elaboração dos dendrogramas Cluster.
Os dados secundários foram acessados, na sua maior parte, através de visitas, via Internet,
a sítios eletrônicos de órgãos oficiais produtores e/ou sistematizadores e disseminadores de
informações estatísticas, como, por exemplo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), a Superintendência de Estatística, Pesquisa e Informação (SEPIN), da Secretaria de
Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Goiás, além de órgãos municipais e outros
listados ao final deste relatório.
DESTILARIA BOCAINA - EIA
94
Para o diagnóstico arqueológico e de patrimônio histórico-cultural para a implantação do
empreendimento, foi definida uma estratégia de trabalho que pudesse obter um primeiro
registro dos processos de ocupação, colonização e dinâmica histórica da região buscando
desta maneira identificar elementos significativos do Patrimônio Cultural da área afetada,
tendo como referência o processo de ocupação pré-histórica e histórica e a conseqüente
organização do espaço sócio-cultural.
Partindo-se da idéia de que a cultura material será a referência concreta e de que é através
dela que os elementos intangíveis da cultura serão discutidos, ela será aqui encarada não
apenas como reflexo passivo das atividades imateriais, mas como elemento dinâmico que
expressa e atua sobre os meios culturais em que está inserida. Os dados materiais como a
paisagem, a arquitetura, os objetos de uso doméstico, instrumentos de trabalho e de lazer,
formas de uso religioso e leigo, assim como outros elementos, serão de pleno interesse para
a formação de um acervo que resultará na compreensão da problemática cultural a ser
levantada futuramente no resgate.
A área prevista para a implantação do empreendimento nunca havia sido alvo de pesquisas
arqueológicas de caráter sistemático. Sendo assim os trabalhos de campo tiveram que
inicialmente considerar a completa ausência de informações sobre a existência e localização
de vestígios de ocupação humana. A fim de melhor contextualizar a área e obter um
conhecimento mais aprofundado da região, foi necessária a realização de um
reconhecimento amplo e genérico que pudesse apontar as características básicas tanto do
terreno quanto da paisagem em questão. Para tanto foram efetuadas prospecções de
varredura.
Diversos métodos existem para identificar e avaliar os impactos ambientais decorrentes das
atividades do empreendimento. Para identificá-los e avaliá-los nas fases de implantação, em
eventuais paralisações de obras e na operação da indústria e propor medidas mitigadoras e
otimizadoras para os impactos significativos e programas de manejo e monitoramento,
foram utilizadas as seguintes metodologias:
• Sobreposição de mapas;
• Reuniões técnicas ad hoc;
• Matriz de interação quanti-qualitativa de impactos ambientais.
Uma identificação eficaz dos impactos ambientais atribuíveis a cada atividade sobre cada
fator ambiental é amplamente facilitada por reuniões técnicas ad hoc da equipe técnica
Uma vez identificados os impactos ambientais de forma ad hoc, procede-se a sua descrição
textual, qualificação e quantificação sob forma de uma matriz de interação. São produzidas
seis matrizes quali-quantitativas, que associam impactos ambientais e medidas mitigadoras,
otimizadoras ou compensatórias aplicáveis. Tal associação é baseada em critérios bem
definidos, de forma a imprimir objetividade à avaliação.
• Abrangência: é a área espacial que o impacto ambiental abrange. O impacto pode ser
local, regional ou estratégico, conforme sua área de manifestação seja,
respectivamente, a AID do empreendimento, a AII do empreendimento ou maiores
áreas de abrangência espacial, como a microrregião ou o Estado.
6.1.1. Climatologia
Com base nos dados das 3 estações pluviométricas administradas pela ANA, o clima
regional se caracteriza pela existência de um período seco de 4 meses, de maio a agosto,
segundo critério definido por Gaussen (BAGNOUS & GAUSSEN, 1957)26, e um período
úmido de 7 meses, de outubro a abril. A soma das precipitações no período de outubro a
abril, acima de 100 mm mensais, é de 1.482,1 mm, correspondente a 91% do total anual,
sendo que nos meses de novembro a março a precipitação mensal supera os 200 mm,
representando 76,5% do total anual. Em dezembro a precipitação ultrapassa os 300 mm nas
estações Piracanjuba e Pires do Rio.
26
Para BAGNOUS & GAUSSEN (1957) o período seco é quando a soma pluviométrica mensal não ultrapassa ao dobro da
temperatura média do respectivo mês.
O segundo sistema, embora pouco freqüente, pode provocar chuvas de verão e de outono
principalmente na seção setentrional e no nordeste brasileiro, quando a CIT atinge sua
penetração máxima no hemisfério sul. Na primavera, estando a CIT situada bem ao norte do
equador, sua influência é praticamente nula na formação de chuvas.
• Calor Sensível
27
Em Goiânia a nebulosidade no período de novembro a fevereiro encontra-se acima de 7/10, com destaque para os meses
dezembro com 7,6/10. No inverno a nebulosidade encontra-se em torno de 3,0/10 (de junho a agosto).
Tendo como referência a estação meteorológica de Goiatuba, a média anual é de 22ºC, com
os maiores valores em setembro, 24,1ºC e os menores em junho e julho, 19,7 e 19,9ºC.
Observa-se que variação térmica anual não ultrapassa a 5ºC, caracterizando a região como
“isotermal” na classificação de KÖPPEN (1948).
28
Em Goiânia, no período de março a setembro a insolação ultrapassa as 200h/mês, somando no período um total de
1.725,7h, correspondente a 66,7% do total anual.
Fevereiro 193,8 5,1 7,2 87,4 100,0 52,6 28,0 72,4 28,3 35,0 19,7 17,0 22,5 18,8
Março 187,0 5,9 7,7 99,5 100,0 60,2 28,0 83,5 28,8 33,0 18,9 14,0 22,8 17,7
Abril 100,4 6,8 8,8 97,5 100,0 51,7 27,0 77,4 29,3 34,5 17,9 1,5 22,5 16,0
Maio 25,4 5,9 8,4 95,0 100,0 42,5 9,0 68,8 27,6 32,0 15,0 7,0 20,2 15,8
Junho 0,8 5,5 7,9 88,9 100,0 36,0 17,0 60,8 27,6 32,5 14,5 6,0 19,7 15,3
Julho 7,9 5,8 8,0 81,0 100,0 31,8 10,0 52,9 27,8 32,5 14,6 4,5 19,9 16,0
Agosto 17,1 5,0 7,7 68,5 100,0 25,3 10,0 42,0 29,9 35,5 15,7 6,0 21,7 19,2
Setembro 49,0 5,6 7,8 76,1 100,0 31,1 10,0 49,9 31,1 37,0 18,2 8,0 23,7 19,9
Outubro 142,3 6,1 8,9 86,5 100,0 43,1 10,0 64,1 30,5 38,0 19,4 15,0 24,1 18,0
Novembro 196,2 6,2 8,4 97,4 100,0 58,7 24,0 80,1 28,4 34,5 19,1 14,5 22,9 18,1
Dezembro 248,2 5,7 7,8 97,4 100,0 61,1 24,0 79,8 30,8 36,0 20,5 16,0 22,2 17,7
Ano 1486,2 5,9 8,9 91,1 100,0 46,6 9,0 69,9 28,7 38,0 17,7 1,5 22,0 17,2
Fonte: SIMEGO (1999/2007)
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Observa-se que além dos baixos índices registrados nos meses de agosto (1999, 2000,
2001 e 2003) e setembro (2004, 2005 e 2006), em torno de 20%, estes chegam a
corresponder a 15 dias contínuos.
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• Chuvas
29
Em Goiânia, a soma da evaporação nos meses de junho a outubro é de 855,6 mm, correspondente a 54,3% do total anual.
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Tendo como referência o índice de Gaussen (BAGNOULS & GAUSSEN, 1957) para
definição do período seco, a área de influência individualiza-se por duas estações distintas:
estação chuvosa de 7 meses, com precipitação mensal superior a 100 mm, entre outubro e
abril, somando 1.482,1 mm, correspondentes a 91% da média anual, e estação seca de 4
meses, de maio a agosto, com precipitação média de 64 mm, equivalente a 3,9% do total
anual.
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2500
2000
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1973
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1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
Marzagão Piracanjuba Pires do Rio
Com base nos dados das estações eleitas, o número de dias de chuva médio no ano é de
109 registros (Quadro 23), com variações entre 98,3 ocorrências na estação Piracanjuba a
120 ocorrências na estação Pires do Rio (1973/2006).
a) Pressão e ventos
• A pressão atmosférica apresenta uma média anual de 929,7 mb, com menores
valores nos meses de outubro a março, abaixo de 930 mb, e os maiores nos meses
de maio a setembro, acima de 930 mb, com destaque para os meses de junho e
julho, acima de 932 mb;
pressão (hPa)
ventos (m/s)
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6 930
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926
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Dois grandes domínios prevalecem em Goiatuba, o que pode se inferir para a área imediata,
considerando dados de outras estações como Itumbiara e Goiânia.
b) Os ventos de norte (N) atuam principalmente entre novembro e março, com destaque
para os meses de dezembro e janeiro quando representam mais de 40% da
freqüência mensal (Quadro 24 - Direção Predominante dos Ventos). No mês de
fevereiro tem como subdominância os ventos de noroeste (NW), também vinculados
à Massa Equatorial Continental, responsável pela transferência de umidade em
direção a região central do Brasil. Em março os ventos de norte (N) são
compartilhados com os de leste (E), marcando o início das ingressões da Massa
Tropical Atlântica que prenuncia a estiagem sazonal.
Com base nestas informações, o estado de tempo na área de influência indireta apresenta
os seguintes aspectos:
30
Em agosto representa 72,1% da freqüência mensal.
A relação entre precipitação total e evapotranspiração potencial (P/EP) oferece uma primeira
aproximação entre as necessidades de água da vegetação e a disponibilidade hídrica no
solo. Os valores obtidos proporcionam a hierarquização das estações (Quadro 28) ao
mesmo tempo em que permite comparações entre os diferentes parâmetros resultantes.
6.1.1.1.2. Qualidade do Ar
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DESTILARIA BOCAINA
Marzagão - ANA (1973/2006)
Piracanjuba - ANA (1973/2006)
Escala 1:230000 N
Pires do Rio - ANA (1976/2006)
30 0 30 km
Goiatuba - SIMEGO (1999/2007)
Malha Viária e Hidrografia - AGETOP (adaptadas) ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL-EIA/RIMA
TÍTULO: FIGURA:
A3 ÍNDICE HÍDRICO E DIREÇÃO PREDOMINANTE DOS VENTOS 23
Figura 24: Queimada em pastagem no
povoado de Rochedo em 10/08/2007.
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abril
janeiro
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Chama-se atenção para a umidade relativa do ar no período de estiagem, a qual deverá ser
observada no desempenho de atividades agroindustriais. Em Piracanjuba, além dos baixos
índices registrados nos meses de agosto (1999, 2000, 2001 e 2003) e setembro (2004, 2005
e 2006), em torno de 20%, estes chegam a corresponder a 15 dias contínuos, com destaque
para a mínima absoluta registrada em maio de 2007, de 9%.
6.1.2.1. GEOLOGIA
Os Granitos tipo Rio Piracanjuba (Lacerda Filho & Oliveira, 1994) correspondem a uma série
de granitóides crustais porfiríticos, de composição granítica a tonalítica, leuco a
mesocráticos, de filiação cálcio-alcalina. São representados por biotita-metagranito pórfiro,
metagranodioritos e metatonalitos, que se encontram posicionados ao longo de zonas de
cisalhamento dúcteis, desenvolvendo estruturas protomiloníticas, miloníticas e
ultramiloníticas, que lhes conferem na maioria das vezes, um bandamento gnáissico.
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Localmente o terreno é classificado como suave ondulado a ondulado, tendo uma superfície
topográfica pouco movimentada. Não foram observados processos erosivos na área de
implantação do empreendimento. O nível freático encontra-se a uma profundidade média
em torno de 10,00 (dez) metros. Não foi registrada a presença de tálus, áreas de
deslizamentos e/ou escorregamentos e nem de áreas de inundação.
6.1.3. Geomorfologia
A área de influência indireta, correspondente a 286,3 km2, tem como nível de base local o rio
Meia Ponte que integra a bacia do rio Paranaíba. A área de estudo abriga as sub-bacias
hidrográficas dos ribeirões São Pedro e das Bocainas, e dos córregos da Alagoinha, da
Bocaininha e da Ponte Furada, além de sub-bacias hidrográficas de primeira ordem, que
deságuam diretamente no rio Meia Ponte. As sub-bacias hidrográficas dos ribeirões São
Pedro e das Bocainas representam mais de 50% da AII, sendo ambas de quarta ordem na
classificação de STRAHLER (1952).
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DESTILARIA BOCAINA DBO
ENGENHARIA
Os efeitos tanto da tectônica quanto das diferenças litoestratigráficas podem ser vistos
através do padrão da drenagem, marcado por um modelo do tipo dendrítico-retangular, com
fortes angularidades, a exemplo do alto ribeirão São Pedro, contato entre os Granitos do
Tipo Rio Piracanjuba e os metassedimentos do Grupo Araxá.
Nas superfícies tabulares (t31, t41) ou de amplos interflúvios convexos (c31), como nas
imediações das fazendas Santa Rita e Jaú (Figura 33, UTM E697.240, N8.079.278,
726m), as formações superficiais apresentam bom desenvolvimento físico, prevalecendo
textura areno-argilosa, correlacionadas aos Latossolos Vermelhos Distróficos. Nas seções
DESTILARIA BOCAINA - EIA
124
convexas, principalmente as vinculadas a maior incisão da drenagem (c22, c23), as
formações superficiais apresentam baixo desenvolvimento físico, correlacionado aos
Cambissolos Háplicos Tb Distróficos cascalhentos e pedregosos, o que favorece o
desenvolvimento de sulcos e ravinas quando submetidos a um uso mais intensivo ou com
alterações antropogênicas que permitam o fluxo concentrado. Exemplos como esse são
observados em vários setores, como na margem direita do ribeirão das Bocainas, rodovia
Rochedo-Piracanjuba (Figura 34, UTM E696.600, N8.077.424, 620m), com evidências de
reptação. A presença de cascalho nas superfícies com declividades geralmente acima de
10% é justificada pela remobilização de paleopavimentos constituídos por quartzo leitoso,
originalmente relacionados a veios que recortam as estruturas xistosas.
Figura 33: Topos interfluviais tabulares com Figura 34: Processos erosivos em vertente
formações superficiais areno-argilosas de convexa na margem direita do ribeirão das
bom desenvolvimento físico. Bocainas. O desenvolvimento de sulcos em
formações superficiais de baixo
desenvolvimento físico é favorecido pelo
pisoteio do gado.
Nas proximidades da confluência do córrego da Bocaininha com o rio Meia Ponte registra-se
a ocorrência de área de acumulação inundável (Aai), associada a processo de meandração,
atualmente aluvionada com cerca de 40 hectares.
A área diretamente afetada refere-se ao local onde será implantada a unidade industrial
(Figura 44, UTM E700.084, N8.079.138, 720 m), posicionada em relevo dissecado convexo,
com mediano grau de incisão da drenagem (c22) e consequentemente, por uma
vulnerabilidade moderada à erosão.
Figura 44: Formas convexas com presença de Figura 45: Domínio de formas convexas (c22)
pastagem, na área onde será implantada a na área diretamente afetada, com remanescentes
unidade industrial. Observa-se espécies vegetais de formações florestais (Mata Estacional
relacionadas a Mata Estacional Decidual. Decidual e Subdecidual).
O intemperismo continua sua ação sobre as camadas superiores do “regolito” e são esses
elementos que dão origem ao solo após um certo tempo, mais ou menos longo, necessário
para a formação de um perfil. Os solos resultantes dos diversos processos apresentam
grandes diferenciações de um local para outro. Variam com relação ao perfil, profundidade,
teor de argila e matéria orgânica, dentre outras características.
Conceitualmente existem várias definições para solos, que variam de acordo com seu uso,
afirma Fageria (1989). Para a agricultura, o solo é um mineral não consolidado na superfície
da terra que serve de ambiente natural para o desenvolvimento das plantas. Segundo outra
definição, o solo é um mineral não consolidado na superfície da terra, influenciado por
fatores genéticos e ambientais, como material de origem, topografia, clima e
microorganismos, que se encarregam de formar o solo no decorrer do tempo, e é sempre
diferente nas suas propriedades e características físicas, químicas, biológicas e
morfológicas do material de origem.
Segundo Brady (1979), solos significam para o homem, bem mais do que um meio ambiente
para desenvolvimento das culturas. Apóiam os alicerces das casas e fábricas, são usados
como leito para estradas e servem como depósitos para os rejeitos de origem humana,
animal e industrial. Ainda segundo o mesmo autor, as grandes civilizações dispuseram de
bons solos como uma de suas principais fontes naturais de produção.
Fageria (1989), informa que a classificação sistemática dos solos se faz em grupos ou
categorias, segundo as suas características gerais ou específicas. Ainda, segundo o mesmo
autor, foram coletados muitos dados sobre as características dos solos no mundo, e
surgiram vários tipos de classificação, como o Genético, o Compressivo, o Francês,
FAO/UNESCO, Belga e o Brasileiro.
Lepesch (1980), citado por Fageria (1989), destaca que na classificação brasileira, costuma-
se dividir os solos em dois grupos, os Distróficos e os Eutróficos. Os solos Eutróficos são
aqueles que possuem mais de 50% de sua capacidade de troca ocupada com bases (Ca,
Mg e K), sendo mais férteis. Os solos Distróficos são aqueles que possuem mais de 50% de
sua capacidade de troca ocupada com Hidrogênio e Alumínio, sendo, portanto menos
férteis. Diz-se ainda que o solo é Álico, quando possui saturação com alumínio maior que
50%.
A classificação de solos no presente trabalho será feita de acordo com o Sistema Brasileiro
de Classificação de Solos desenvolvido pela EMBRAPA, 1999.
Nessa região estão presentes várias classes de solos, com predomínio dos solos minerais,
embora estejam presentes algumas faixas de solos orgânicos, provenientes de deposições
e decomposição de restos de vegetais e animais, Figura 46 – Mapa de Solos.
6.1.4.1.1. Latossolos
São solos minerais, muito antigos, cuja formação consiste na remoção de sílica e bases ao
longo de todo o perfil. São solos profundos, bem drenados e geralmente ocupam as
superfícies mais elevadas da área. Esses solos têm topografia plana a suave ondulada. Sua
cor sofre influência da presença de óxidos de ferro e varia do vermelho-escuro ao amarelo.
DESTILARIA BOCAINA - EIA
134
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São solos com pedogênese pouco avançada, evidenciada pela fraca estruturação e por
horizonte A incipiente e de coloração levemente mais escura devido à deposição de
meteriais orgânicos em decomposição, e horizonte B pouco desenvolvido, geralmente com a
presença de elementos não decompostos da rocha de origem. Normalmente estão
associados às encostas convexas de morros, em áreas de relevo movimentado.
São solos rasos e pouco desenvolvidos, com horizonte A sobreposto ao saprolito, não
possuindo horizonte B diagnóstico. Ocorrem associados a relevo ondulado a fortemente
ondulado, sobre vegetação original herbácea e sujeitos a erosões, em função do relevo.
Esses solos ocorrem em pequenas manchas junto às margens dos corpos d’água. São
originários da deposição de materiais minerais e orgânicos, sob influência constante da
variação do nível do lençol freático decorrente das cheias e vazantes freqüentes.
6.1.5. Hidrografia
A área onde será instalada a a usina está posicionada na Bacia Hidrográfica do Paraná. O
sistema hidrográfico regional apresenta uma malha de drenagem com escoamento geral de
norte para sul, tendo o rio Meia Ponte como o principal curso d´água da região, Figura 47.
Mapa Hidrológico.
6.1.5.1. HIDROGEOLOGIA
A importância local dos aqüíferos deste domínio está vinculada a vários parâmetros, dos quais
dois são destacados: a espessura saturada (b) e a condutividade hidráulica da zona vadosa .
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A ausência de aqüíferos do tipo poroso de grande porte, deve-se ao fato da região ser
constituída, geologicamente, por rochas pertencentes ao proterozóico e que sofreram
processos metamórficos, não existindo assim porosidade e permeabilidade primárias.
Com raras exceções, este domínio está limitado a profundidades pouco superiores a 150
metros, sendo que em profundidades maiores há uma tendência de selamento dos planos
abertos em função da pressão litostática.
Este fato é atribuído ao controle da tectônica de alívio a qual cada conjunto foi submetido.
Condições favoráveis deste sistema estão relacionadas aos quartzitos e quartzo xistos, os
quais resultam em aqüíferos com maior transmissividade e coeficiente de armazenamento,
onde as médias de vazão superam 10 m³/h, como é o caso da Serra da Areia em Aparecida
de Goiânia (onde um poço registra vazão de 99 m³/h).
6.2.1. Flora
A região de estudo situa-se na bacia do Paranaíba que ocupa uma área de 149.488 Km², e
pertencente à região Hidrográfica do Paraná, sendo no estado de Goiás a primeira bacia em
importância, quanto à área drenada e ocupação (Galinkin 2003). A região, que já foi dominada
pela pecuária, encontra atualmente expansão da atividade de agricultura, principalmente nas
áreas planas de maior fertilidade. Os percentuais de cobertura vegetal apontados pela
interpretação de fitofisionomias da AII sugerem insuficiência de reserva legal e de larguras
mínimas de áreas de preservação permanente dentre as propriedades rurais da região.
De fato, muitas propriedades têm suas reservas legais averbadas e isoladas para
regeneração natural, porém o banco de germoplasma remanescente no solo após o período
de utilização por pastagem, bem como a deficiência de outros fatores de resiliência do local,
não viabilizam sua recuperação espontânea. Esta situação levou a ambientes fragmentados
e com pouca ligação entre si, onde dificilmente poderão estabelecer corredores biológicos
através das faixas ciliares e fragmentos florestais.
Figura 48: Aspectos da futura área industrial onde podem ser encontradas espécies arbóreas
entremeio à pastagem.
A seguir são expostas as diferentes fitofisionomias presentes na AII, sua florística, tendo em
vista um cenário geral da área e uma descrição particularizada de todos os 05 (cinco)
pontos (estrutura) de amostragem investigados a campo.
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Trata-se de ambientes que não apresentam resiliência para sua regeneração, pela presença
de espécies ruderais e invasoras em abundância no interior desses fragmentos como, por
exemplo, a lobeira (Solanun lycocarpum), e o capim brachiária (Brachiaria decumbens) que
geralmente são limítrofes aos fragmentos ainda conservados e nas bordas, Quadro 31.
6.2.1.2.1. Cerradão
A floresta estacional é uma vegetação florestal densa que forma interfaces de tensão
ecológica com as formações de savanas, sob a influência da bacia do rio Paraná.
Caracteriza-se pelo grande porte e pela relativa diversidade, sendo qualificada também
segundo a deciduidade da fisionomia durante a estação seca – semidecidual quando perde
de 20 a 50% das folhas e decidual, quando perde mais de 50% delas.
Nas porções mais inferiores foram constatados pimenta longa (Piper sp), faveiro
(Dimorphandra mollis), embiruçu (Pseudobombax longiflorum), carvoeiro (Sclerobium
paniculatum), mutamba (Guazuma ulmifolia), mercúrio do campo (Erytroxhyllum sp),
Gonçalo-Alves (Astronium frachinfolium), sobre (Emmotum nitens), embira preta (Unonopsis
lindmannii), mandiocão (Didymopanax morototoni), carvalho brasileiro (Euplassa sp), ipê
caraíba (Tabebuia aurea). (Figura 52).
Quadro 33. Espécies encontradas nos fragmentos isolados de Reserva Legal (RL)
Nome Científico Família Nome Comum
Anadenanthera falcata LEGUMINOSAE-MIMOSOIDEAE Angico-do-cerrado
Aspidosperma spruceanum APOCYNACEAE Araracanga
Bochageopsis sp BOMBACACEAE Embira
Buchenavia tomentosa COMBRETACEAE Mirindiba
Byrsonima sp MALPIGHIACEAE Murici-da-mata
Byrsonima sp MALPIGHIACEAE Murici-da-mata
Cardiopetalum calophyllum ANNONACEAE Embira-branca
Cecropia pachystachya CECROPIACEAE Imbauba
Cheiloclinium cognatum CELASTRACEAE Bacupari-da-mata
Chrysophyllum sp SAPOTACEAE Uvinha
Ficus sp MORACEAE Gameleira
Lamanonia ternata CUNONIACEAE Cangalheiro
Luehea divaricata TILIACEAE Açoita-cavalo
Mezilaurus sp LAURACEA Itaúba
Myconia sp MELASTOMATACEAE Tinteiro-vermelho
Nectandra megapotamica LAURACEA Canelinha
Ocotea ferruginea LAURACEAE Canela ferrugem
Pouteria torta SAPOTACEAE Guapeva
Qualea sp VOCHYSIACEAE Pau-terra
Rheedea gardneriana GUTTIFERAE Bacuri-miúdo
Scheeflera morototoni ARALIACEAE Mandiocão
Styrax ferrugineus STYRACACEAE Laranjinha-do-campo
Tapiria obtusa ANACARDIACEAE Pau-pombo
Terminalia brasiliensis COMBRETACEAE Mussambé
Tibouchina sp MELASTOMATACEAE Quaresmeira
Virola oleifera MIRISTICACEAE Bicuíba
As matas ciliares são definidas por estes autores como a vegetação florestal que
acompanha os rios de médio e grande porte do bioma cerrado, em que a vegetação arbórea
não forma galerias. Pode representar uma transição, que nem sempre é evidente, para
outras fisionomias florestais (EMBRAPA, 1988).
Nas áreas em questão as matas ciliares e/ou de galerias estão presentes acompanhando as
drenagens menores como, por exemplo, os córregos do Major, São Pedro, Bocaininha e
drenagens maiores como o ribeirão das Bocainas. Geralmente são caracterizadas
fitofisionomicamente pelas Florestas Estacionais Semideciduais em transição ao Cerrado.
Não estão configurados no cenário atual dentro dos padrões estabelecidos por lei, pelas
supressões florísticas que muitas vezes encontram-se até a margem dos cursos d’água.
(Figuras 53 e 54).
Figura 53: Mata de galeria do ribeirão das Bocainas e buritis (Mauritia flexuosa) na APP do
córrego dos Buritizais, que ainda apresenta certa conservação.
Figura 54: Aspecto do lago formado no rio Meia Ponte localizado na AII, região denominada
Rochedo, onde se constata intensa degradação da sua APP.
DESTILARIA BOCAINA - EIA
147
Quadro 34. Espécies presentes em APPs na Área de Influência do Empreendimento
Nome Científico Família Nome Comum
Acosmium subelegans LEGUMINOSAE-PAPILIONOIDEAE Chapadinha
Albizia niopodes LEGUMINOSAE-MIMOSOIDEAE Angico-branco
Alibertia edullis RUBIACEAE Marmelada-de-cachorro
Annona crassiflora ANNONACEAE Araticum
Bowdichia virgilioides LEGUMINOSAE-PAPILIONOIDEAE Sucupira-preta
Byrsonima sp MALPIGHIACEAE Murici-da-mata
Calophyllum brasiliense GUTTIFERAE Landi
Calophyllum brasiliense GUTTIFERAE Landi
Cardiopetalum calophyllum ANNONACEAE Embira-branca
Chrysophyllum sp SAPOTACEAE Uvinha
Copaifera langsdorffi LEGUMINOSAE-CAESALPINIOIDEAE Pau d'óleo
Cordia sellowiana BORAGINACEAE Freijó-branco
Dimorphandra mollis LEGUMINOSAE-MIMOSOIDEAE Faveiro
Emmotun nitens ICACINACEAE Imbaúba
Eugenia sp MYRTACEAE Pitanga-da-mata
Ficus insipida MORACEAE Gameleira-branca
Ficus sp MORACEAE Gameleira
Guadua sp POACEAE/GRAMINEAE Taboca
Hirtella gracilipes CHRYSOBALANACEAE Sessenta-galhas
Hymenea stigonocarpa LEGUMINOSAE-CAESALPINIOIDEAE Jatobá-do-campo
Hyrtella martiana CHRYSOBALANACEAE Bosta-de-cabra
Inga laurinea LEGUMINOSAE-MIMOSOIDEAE Inga
Inga sp LEGUMINOSAE-MIMOSOIDEAE Ingá-mirin
Licania sp CHRYSOBALANACEAE Caripé
Miconia albicans MELASTOMATACEAE Pixirica
Miconia sp MELASTOMATACEAE Tinteiro-vermelho
Myrcea sp MYRTACEAE Guamirim-facho
Myrcia sp MYRTACEAE Cambuí
Nectandra megapotamica LAURACEA Canelinha
Nectandra megapotamica LAURACEA Canelinha
Nectandra megapotamica LAURACEAE Canela-cheirosa
Nectandra sissiflora LAURACEA Canelão
Ouratea hexasperma OCHNACEAE Vassoura-de-bruxa
Pera glabrata EUPHORBIACEAE Seca-ligeiro
Piptocarpha rotundifolia COMPOSITAE Candeia
Platypodium elegans LEGUMINOSAE-PAPILIONOIDEAE Canzileiro
Pouteria gardneri SAPOTACEAE Aguaí
Pouteria torta SAPOTACEAE Guapeva
Protium heptaphyllum BURSERACEAE Amescla
Pterodon emarginatus LEGUMINOSAE - PAPILIONOIDEAE Sucupira-branca
Qualea dichotoma VOCHYSIACEAE Cascudinho
Qualea grandiflora VOCHYSIACEAE Pau-terra-folha-larga
Rourea induta CONNARACEAE Conta
Sclerolobium paniculatum LEGUMINOSAE-CAESALPINIOIDEAE Carvoeiro
Siparuna guianensis MONIMIACEAE Negramina
Solanum lycocarpum SOLANACEAE Lobeira
Strychnos pseudo-quina LOGANIACEAE Quina-do-campo
Styrax ferrugineus STYRACACEAE Laranjinha-do-campo
Tapirira guianensis ANACARDIACEAE Pau-pombo
Tapirira guianensis ANACARDIACEAE Pau-pombo
Tapirira obtusa ANACARDIACEAE Pau-pombo
Tetragastris altissima BURSERACEAE Breu-manga
Thelypteris interrupta THELYPTERIDAE Samambaia-do-brejo
Virola oleifera MIRISTICACEAE Bicuíba
Virola urbaniana MYRISTICACEAE Ucuuba
Vochysia piramidalis VOCHYSIACEAE Quaruba
Vochysia sp VOCHYSIACEAE Pau-doce
Xylopia emarginata ANNONACEAE Pindaíba-do-brejo
Xylopia sericea ANNONACEAE Pindaíba
• Profundidade do folhiço;
• Densidade de partes herbáceas, a 20 cm e a 1 m de altura;
• Distância da fonte de água corrente mais próxima;
• Composição da flora com CAP≥ 10cm.
A contagem da densidade de partes herbáceas foi realizada girando uma haste de 50cm
nas duas alturas estabelecidas (20cm e um metro), contando o número de partes herbáceas
tocadas pela haste. Para estimar a distância da água corrente mais próxima à área
amostrada, foi utilizado GPS.
12 Dossel
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Espécies
Figura 56: Demonstrativo da estrutura vertical das espécies com CAP≥10cm - Área 1
A distribuição dos 33 espécimes encontrados na parcela 10X10m pode ser vista no Quadro
36 e no perfil Figura 58, onde mostra a baixa heterogeneidade do ambiente com 07
espécies.
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Espécies
Figura 59: Demonstrativo da estrutura vertical das espécies com CAP≥10cm - Área 2
A distribuição dos 26 espécimes encontrados na parcela 10X10m está no diagrama (Quadro 38)
e perfil (Figura 61), onde mostra a média heterogeneidade do ambiente com 13 espécies.
14
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Espécies
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Figura 62: Demonstrativo da estrutura vertical das espécies com CAP≥10cm - Área 3.
DESTILARIA BOCAINA - EIA
157
A distribuição das 17 espécimes encontradas na parcela 10X10m pode ser vista no Quadro
40 e perfil na Figura 64, onde mostra a alta heterogeneidade do ambiente com 13 espécies.
14
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Espécies
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Ponto de Am os trage m 10X10m
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Espécies
Figura 65: Demonstrativo da estrutura vertical das espécies com CAP≥10cm - Área 04
A distribuição dos 27 espécimes encontrados na parcela 10X10m pode ser vista no Quadro
42 e perfil an Figura 67, onde mostra a média heterogeneidade do ambiente com 12
espécies.
14
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Espécies
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Figura 68: Demonstrativo da estrutura vertical das espécies com CAP≥10cm - Área 5
A distribuição das 43 espécimes encontradas na parcela 10X10m pode ser vista no Quadro
44 e perfil na Figura 70 onde mostra a média heterogeneidade do ambiente com 16
espécies.
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Espécies
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Espécies
Figura 71: Demonstrativo da estrutura vertical das espécies com CAP≥10cm - Área 6.
A distribuição das 40 espécimes encontradas na parcela 10X10m pode ser vista no Quadro 46
e perfil na Figura 73, onde mostra a média heterogeneidade do ambiente com 21 espécies.
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Espécies
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Espécies
Figura 74: Demonstrativo da estrutura vertical das espécies com CAP≥10cm área 7.
A distribuição dos 33 espécimes encontrados na parcela 10X10m pode ser vista no Quadro
48 e perfil na Figura 76, onde mostra a média heterogeneidade do ambiente com 14
espécies.
16
14
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Espécies
0
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Ponto de Am os tr age m 10X10m
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Área 1 Área 2 Área 3 Área 4 Área 5 Área 6 Área 7
Figura 77: Índice de heterogeneidade e equitabilidade para a estrutura espacial das 7 áreas
amostradas.
Figura 78: Análise de agrupamento (UPGMA) realizada a partir da matriz dos coeficientes de
similaridade para as 7 áreas da fitofisionomia analisada.
6.2.2. Fauna
Vale destacar que dos 2.000.000 Km² apenas 20% permanecem intocados e um total de
aproximadamente 6% desta área estão protegidos por unidades de conservação (Galinkin
2003).
Segundo Barbosa (2002), em termos fitofisionômicos, este sistema não pode ser entendido
como uma unidade, devido a sua complexidade de formações variando em um gradiente de
habitats naturais, indo desde as áreas abertas de campo à formações fechadas de matas
estacionais.
São descritos onze tipos fitofisionômicos gerais para o Cerrado, formações florestais
(cerradão, mata estacional, mata de galeria e mata ciliar), savânicas (vereda, palmeiral,
DESTILARIA BOCAINA - EIA
174
parque de cerrado “murundum” e cerrado de sentido restrito) e campestre (campo limpo,
campo campestre “rupestre” e campo sujo) (Sano 1998).
Esta heterogeneidade das fisionomias do Cerrado e suas interfaces intra e inter biomas,
promovem uma mescla de elementos florísticos e faunísticos com as formações vegetais
amazônicas e atlânticas, aumentando a importância ecológica do Cerrado. Segundo
Mendonça et al.(1998) a grande diversidade florística coloca o Cerrado como a mais rica
entre as savanas do mundo com 6429 espécies já catalogadas.
Na área de estudo estão ainda representadas as veredas com as matas ciliares, matas de
galeria e buritizais e fragmentos de cerrado, cerradão e formações estacionais.
São três as grandes bacias que drenam o Cerrado, a Bacia do Rio Araguaia/Tocantins que
drena o centro e norte do bioma, a Bacia do São Francisco que drena o leste e a Bacia do
Paranaíba (Paraná) que drena o oeste e sul do Bioma Cerrado. Do ponto de vista
hidrológico, o Cerrado, por compreender zonas de planalto, se torna uma importante área de
recarga pelo grande número de nascentes destas bacias.
A região de estudo situa-se na bacia do Paranaíba que ocupa uma área de 149.488 Km², e
pertencente à região Hidrográfica do Paraná, sendo, no estado de Goiás, a primeira bacia
em importância, quanto à área drenada e ocupação (Galinkin 2003). Apresenta uma forma
alongada em leque desenvolvendo-se na direção Centro-Oeste-Sul, drenando 125
municípios goianos, limitada ao norte pelo Planalto Central, à oeste pela Bacia do rio
Araguaia, a leste pela Serra Geral de Goiás, terminando ao sul desembocando no rio
Paraná.
Os principais rios contribuintes do Médio Paranaíba na região pela margem direita são os
rios Aporé, dos Bois, Claro, Preto, Corrente, Verde, Meia Ponte e Piracanjuba, sendo parte
das bacias dos rios Meia Ponte (região da UHE-Rochedo) e Piracanjuba (na região da GO-
147) a área de influência do empreendimento, Destilaria Bocaina, no município de
Piracanjuba.
DESTILARIA BOCAINA - EIA
175
Os principais cursos contribuintes do rio Meia Ponte que se localizam nas áreas de
influência direta são os córrego das Bocaininhas e São Pedro (cabeceiras), e indireta os
ribeirões das Bocainas, da Serra Negra e Formiga e os córregos da Ponte Furada e São
Pedro. Já pelo rio Piracanjuba, o ribeirão Morro Agudo e o córrego da Limeira ambos na
área de influência indireta.
De forma geral os cursos d’água na área de influência são de 1 a 3ª Ordem, com exceção
dos rios Meia Ponte e Piracanjuba que são de 5ª Ordem. O rio Meia Ponte na região
apresenta-se misto com características lóticas e lênticas (Reservatório da UHE Rochedo),
os demais apresentam características lóticas de planalto, com pequenas corredeiras a
cachoeiras (Cachoeirinha tributário do córrego da Limeira) sobre lajes de origem basáltica.
As suas margens variam de formações de vereda e matas ciliares à matas de galeria
mediamente preservadas e todas com enclaves ou de cerradão ou de mata estacional.
As matas de galeria (MG) são consideradas formação florestal sempre verdes ocupando
áreas bem drenadas associadas aos cursos d’água principalmente nos ribeirões das
Bocainas e Formiga e córrego São Pedro todos na área de influência indireta.
O cerrado sensu stricto (CE) é uma vegetação que ocorre geralmente em faixas extensas e
contínuas neste Bioma (Ribeiro & Walter 1998), caracterizado por uma camada herbácea
com predominância de gramíneas e por uma camada lenhosa, que varia de 3-5m de altura,
com cobertura arbórea de 10 a 60%. As duas camadas são ricas em espécies.
A formação típica de cerrado sensu stricto atualmente está pouco representada na área de
influência indireta em pequenos fragmentos dispersos sobre a cabeceira do ribeirão das
Bocainas e GO 147 em contato com pastagens e áreas agricultadas.
Os cerradões são presenciados com maior freqüência que os cerrados na área de influência
indireta, nas serras e geralmente com enclaves de matas estacionais. O entorno destas
áreas está ocupado principalmente por pastagens e em menor quantidade a agricultura
(monocultura) de milho e sorgo.
Rios, ribeirões, córregos e nascentes (CO) apresentam-se na área com baixo grau de
conservação (APP’s) das suas matas ciliares e de galeria, estando mais preservados nas
vertentes. De forma geral são cursos lóticos com fundo arenoso/argiloso e alguns com
algumas lajes de formação basáltica e arenítica formando corredeiras e cachoeiras.
O rio Meia Ponte quase na sua totalidade na área de influência está represado (UHE
Rochedo), mudando suas características e a barra de seus tributários.
Embora as pesquisas sobre a fauna do cerrado tenham avançado, é necessário admitir que
a diversidade biológica do bioma ainda é muito pouco conhecida, onde imensas áreas ainda
não foram inventariadas sequer por empreendimentos e ainda a existência de problemas
taxonômicos e principais padrões de distribuição das espécies (Rodrigues 2005).
No Cerrado são estimadas mais de 6000 espécies de árvores e 800 espécies de aves, além
de grande número de peixes e répteis, devido ser uma das regiões de maior diversidade, o
cerrado juntamente com a mata atlântica é considerado um dos 25 “hotspots” mundiais o
que significa um dos mais ameaçados (MYERS et al. 2000).
DESTILARIA BOCAINA - EIA
178
Os estudos faunísticos no Bioma Cerrado são muito incompletos para alguns grupos de
vertebrados, sendo no que diz respeito à distribuição, taxonomia, status e ecologia das
espécies. Os grupos mais estudados são aves e squamata (lagartos e serpentes), seguindo
os anfíbios, mamíferos e peixes, grupos menos estudados. Este fato pode estar relacionado
à taxonomia mais conhecida e de fácil observação.
De forma geral, a fauna do Cerrado apresenta caráter generalista por apresentar espécies
com ocorrência em vários biomas adjacentes, mas ainda formando grupos como
comunidades de áreas florestais, comunidades de áreas savânicas e comunidades de áreas
abertas (secas ou úmidas) (Felfili et al. 2005). Mesmo assim, o Cerrado apresenta um
endemismo para a fauna que varia de 3,4% para as aves a 30% para os anfíbios das
espécies catalogadas por Taxa (Mittermeier et al. 1999).
Esta análise quanto a uso do habitat e riqueza/endemismo nos leva ao fato importante que
para a conservação biorregional da fauna faz necessário manter um mosaico de paisagens
do Cerrado de áreas abertas a fechadas (intra-Cerrado) e os corredores ribeirinhos (extra-
Cerrado).
Outra dificuldade dos estudos com fauna deve-se ao fato dos grupos serem diferentes entre
si, tendo maneiras diferenciadas de observação e esforço amostral, na ocupação dos
ambientes.
Na área de influência onde está inserido o empreendimento com suas bacias, abrigam
espécies de anfíbios, répteis, aves, mamíferos, peixes e insetos importantes, pelo papel que
6.2.2.4.1. Herpetofauna
Répteis e anfíbios são muitos utilizados em estudos de partilha de recursos devido a grande
diversidade morfológica, fisiológica e de sua história evolutiva. Os modelos extraídos desses
estudos têm elucidado princípios básicos sobre a divisão dos recursos e suas causas, que
podem ser estendidos para outros grupos (Toft 1985).
Atualmente existem 5.362 espécies de anfíbios (Frost 2007) e 8.240 espécies de répteis
(EMBL 2007). No Brasil existem aproximadamente 776 espécies de anfíbios e 641 de
répteis (SBH 2007), que estão distribuídos em vários biomas brasileiros.
A grande heterogeneidade espacial do cerrado tem sido utilizada para explicar a grande
riqueza da herpetofauna encontrada (Brandão & Araújo 1998), mais isso está sobre forte
ameaça, pois o cerrado está sendo destruído em uma velocidade elevada, fazendo com que
as comunidades científicas não consigam gerar o conhecimento necessário, para
conservação destas espécies (Aguiar et al. 2004).
A área de adaptação dos répteis é distinta dos anfíbios especialmente porque não são tão
limitados fisiologicamente pelas condições secas do ambiente terrestre. Sendo assim,
devido a certas características como pele impermeável, respiração pulmonar, melhorias no
sistema esquelético, muscular e órgãos dos sentidos, os répteis possuem capacidade de
percorrer maiores distâncias a procura de fontes de água e se dispersarem por locais mais
secos (Araújo & Brandão 1997).
Fatores climáticos como temperatura e umidade são importantes na vida dos anfíbios e
podem limitar sua distribuição geográfica (Owen 1989). Este fator, aliado às suas
características fisiológicas e ecológicas restringem sua distribuição a locais mais úmidos,
necessários à manutenção de sua homeostase e reprodução refletindo assim nos
microhabitats selecionados pela espécie (Pough et al. 1977).
A maioria dos anfíbios encontrados são espécies de hábitos generalistas com grande
tolerância ecológica e de fácil adaptação a ambientes modificados, como Dendopsophus
Figura 80: Eupemphix natereri é uma espécie que apresenta comportamento deimático
quando ameaçado, evidenciando 2 grandes ocelos na parte posterior de seu corpo para
simular um maior porte físico.
5
Riqueza
0
AM RE CE MS BU
habitas
Figura 82: Distribuição da riqueza dos anfíbios encontradas para cada ambiente na área de
influência do Empreendimento.
Para os répteis algumas espécies como Ameiva ameiva, Tupinambis merianae, Tropidurus
torquatus, Amphisbaena vermicularis e Apostolepis assimilis foram obtidos por forma de
registro direto (visualização). Já para alguns indivíduos como: Crotalus durissus, Bothrops
moojeni, B. neuwiedi, Waglerophis merremi, Boa constrictor, Eunectes murinus e Paleosuchus
palpebrosus, os dados foram obtidos por entrevistas (dados secundários) feitas com os
moradores locais, inclusive com relatos de acidentes ofídicos com C. durissus e B. moojeni.
Quanto ao uso do habitat pelos répteis a riqueza variou de 2 a 8 espécies entre os seis
ambientes, sendo os ambientes vereda/mata ciliar/buritizal, cerrado e área modificada os
mais ricos (Figura 83).
5
Riqueza
0
AM CE RE MS CO BU
Habitas
Figura 83: Distribuição da riqueza dos répteis encontradas para cada ambiente na área de
influência do Empreendimento
Como o Cerrado tem uma sazonalidade bem definida (seco e frio ou chuvoso e quente) vale
ressaltar que as condições climáticas do período amostral, foram de baixa umidade,
pluviosidade e temperatura, que influenciam na riqueza e abundância destes animais.
6.2.2.4.2. Mamíferos
Atualmente são descritas cerca de 530 espécies de mamíferos que ocorrem no Brasil,
representando 14% da fauna de mamíferos mundial, colocando o país um dos maiores em
biodiversidade (Costa et al. 2005). Ocorrem no bioma Cerrado cerca de 200 espécies,
sendo que 18 delas são endêmicas e 17 estão incluídas na lista nacional das espécies da
fauna brasileira ameaçadas de extinção (MMA 2002) .
Mesmo com dados faunísticos proporcionados pela literatura, é difícil caracterizar a fauna de
mamíferos, pois os efeitos das ações antrópicas são variados, além da dificuldade de
encontro com esses animais sendo que muitas espécies deste grupo apresentam hábitos
peculiares, sendo noturnos ou crepusculares, ou mesmo por serem mais ariscas,
DESTILARIA BOCAINA - EIA
186
dificilmente são observadas em seu habitat natural. No entanto, vestígios como pegadas,
fezes e fuçados, possibilitam sua identificação, sendo muitas vezes a única ferramenta
disponível para detectar sua presença em campo. As pegadas são os sinais mais
encontrados e de interpretação mais confiável, e podem ser utilizadas para estudos de
ecologia e inventários faunísticos (Becker e Dalponte 1999).
Foram registrados nas áreas de Influência Direta (AID) e Indireta (AII) relatos de Puma
concolor (Sussuarana), não sendo encontrado nenhum outro tipo de evidência desta
espécie. Os vestígios para AID foram pegadas de Procyon cancrivorus e fezes de
Hydrochoerus hydrochaeris (Capivara) em alguns pontos. Por observações diretas nas
áreas, registrou-se Tamandua tetradactyla (Tamanduá mirim) (Figura 84) e Myrmecophaga
tridactyla (Tamanduá bandeira).
A maioria dos animais levantados foram registrados na AII onde ainda foram encontradas
pegadas de Cerdocyon thous (Cachorro-do-mato) e Chrysocyon brachyurus (Lobo-guará),
um crânio de Mazama americana (Veado-mateiro) e a visualização e Cebus apella (Macaco-
prego) em um ponto cerca de 10 Km de distância da AID.
Em geral a maioria das espécies de mamíferos de médio e grande porte possui uma área de
vida ampla e chegam a se deslocar grandes distâncias, como é o caso do C. brachyurus que
ocupa uma área de aproximadamente 27 Km² (Dietz 1984). Esses animais mesmos não
sendo visualizados na AID durante o levantamento possivelmente a utilizam de alguma forma.
12
10
Riqueza
0
AM MS CE BU RE
Habitas
Figura 86: Distribuição da riqueza dos mamíferos encontradas para cada ambiente na área de
influência do Empreendimento
Algumas espécies mostram preferências por apenas um tipo de habitat, e outras mais
generalistas, indicando que a conservação dos diferentes tipos fitofisionômicos do Cerrado é
de fundamental importância para a preservação de sua mastofauna (Filho e Silva 2002).
6.2.2.4.3. Ornitofauna
Para os trabalhos realizados no ribeirão João Leite, Valle (2006) catalogou 184 espécies de
aves para a APA João Leite, contemplando também as áreas do Parque Altamiro de Moura
Pacheco na APA. No inventário realizado pela Naturae (2006) nas áreas do PEAMP somou
20 ordens, 52 famílias, 147 gêneros e 177 espécies. Estes dados são base importantes por
se tratar da mesma bacia do Meia Ponte e ser uma área conservada por UCs.
200
180 Espécies esperadas
160 Espécies catalogadas
140
120
100
80
60
40
20
0
Orde ns Fam ílias Gê ne ros Espécie s
Figura 87: Riqueza de espécies esperadas e encontradas para região por taxa.
Para a área de influência direta foram catalogadas (AID) 7 ordens, 8 famílias 8 gêneros e 8
espécies e para área de influência indireta (AII) foram catalogadas 19 ordens, 41 famílias 97
gêneros e 110 espécies (Figura 88). O Quadro 55 apresenta as espécies catalogadas, as
quais estão relacionadas pelo nome científico, nome vulgar, habitat e local de influência em
que a ave foi catalogada.
120
Área de inf luência direta
100 Área de inf luência indireta
80
60
40
20
0
Ordens Fam ílias Gêneros Espécies
Figura 88: Riqueza de espécies catalogadas nas áreas de influência direta e indireta.
Para análise das dietas alimentares as espécies catalogadas foram separadas em diferentes
categorias de acordo com Nunes et. al. (2005). Assim pode-se constatar um domínio de
aves insetívoras com 36 (33,6%) espécies, seguida pelas onívoras 29,1% (N=32), frugívoras
14,6% (N=16), carnívoras 10,0% (N=11), granívoras 6,4% (N=7), nectarívoros 2,7% (N=3),
malacófagas 1,8% (N=2) e detrítivoras 1,8% (N=2) (Figura 89).
Número de espécies 35
30
25
20
15
10
5
0
In
Fr
N
G
C
éc
ní
et
ar
se
ra
al
ug
vo
ac
rít
ní
ta
ní
tív
ív
vo
riv
vo
iv
ra
óf
or
or
or
ag
ra
or
ra
a
a
a
a
a
Figura 89: Riqueza de espécies por guildas alimentares.
A maioria das espécies registradas neste estudo possui ampla distribuição geográfica
exceto a gralha-do-campo (Cyanocorax cristatellus) que é endêmica do Cerrado de acordo
com Cavalcanti & Braz (2001).
Nesse estudo foram identificadas oito espécies migratórias, sendo duas visitantes dos Sul
(Turdus amaurochalinus e Turdus rufiventris – sabiás), enquanto que as outras seis
espécies (Ardea alba – garça-branca-grande, Bubulcus ibis – garça-boiadeira, Elanus
leucurus – gavião-peneira, Pyrocephalus rubinus – verãozinho, Stelgidopteryx ruficollis –
andorinha, Tersinia viridis – saí-andorinha e Sturnella superciliaris – polícia-inglesa são
migratórias locais (regionais) (Sick, 1997 e Cavalcanti & Braz, 2001).
Poucos são os trabalhos descritivos sobre esse tipo de transformação, mas apontam para a
necessidade de estudos taxonômicos e populacionais continuados, dentro e fora da área de
influência dos empreendimentos, visando propor ações mais concretas e melhor
fundamentadas (vide Pavan, 2001).
Nas aves os processos não são imediatos devido às suas capacidades de deslocamento
espacial, entretanto, a médio-longo prazos, os processos são completamente
desconhecidos. É de se esperar um comprometimento de várias espécies que se utilizam de
ambientes ripários, áreas preferenciais de forrageamento e nidificação. Pelos estudos
complementares temáticos é possível sugerir uma possibilidade de acomodação faunística
se os fragmentos adjacentes se mantiverem durante o curso de implantação dos
empreendimentos. A preservação dos remanescentes do entorno poderão garantir áreas de
manutenção faunística de eficiência variável, pendente a programas específicos de
monitoramento a longo prazo (Rodrigues, 2002).
Uma das alternativas seria propor mecanismos compensatórios aos proprietários das terras
consideradas ideais para compor os corredores de paisagem, fazendo acordos com o
pagamento de compensações para que eles deixem de explorar determinadas áreas,
permitindo o retorno das espécies naturais (Sick, 1997).
6.2.2.4.4. Entomofauna
Para a maioria dos insetos as variações nas taxas de natalidade podem ocorrer em resposta
a uma alteração do meio. Essa característica favorece a classificação de certos grupos de
organismos como organismos bioindicadores e a utilização desses nas medidas de
biossanidade.
A expansão das áreas de cultivo é, para ecologia dos organismos que acompanham as
culturas vegetais, um aumento na disponibilidade de recursos, o que quase sempre resulta
em alterações nas taxas de natalidade. O alto potencial biótico verificado na maioria dos
artrópodes permite a esses invertebrados colonizarem-se e propagarem-se rapidamente,
criando adensamentos populacionais que podem ser notados pelas infestações de campos
de cultivo ou pela invasão do ciclo peridoméstico.
A resiliência dos artrópodes aos combates químicos, o grande potencial biótico dos
indivíduos férteis e a tendência ao cosmopolitismo fazem desse grupo objeto de atenção e
estudos. A manutenção da homeostase do ecossistema é de fundamental importância para
promover o ajuste dos estoques naturais desses invertebrados e tamponar os efeitos
indesejados de um eventual descontrole das densidades populacionais e os efeitos disso
sobre a saúde humana e produção de alimentos.
Para lidar de maneira objetiva com os insetos que podem vir a causar prejuízos ao homem,
é essencial que as espécies sejam conhecidas e o tamanho de suas populações estimado.
Essa é uma das propostas do presente estudo de entomofauna
Abundância Média
Frequência
8
3
2,5
6
2
5
Frequência
Ab. média
4
1,5
3
1
0,5
1
0 0
Aracnídeo Coleoptera Diptera Hemyptera Hymenoptera Isoptera Lepidoptera Ortoptera
Táxons
Figura 94: Abundância média e freqüência dos indivíduos amostrados na área de influência
direta e indireta – Piracanjuba - Goiás. A maior abundância registrada foi de Hymenoptera
sendo seguida pela abundância de Diptera e Hemyptera.
É importante observar que o delineamento mais comum para buscar medir os impactos
ambientais sobre a qualidade de habitats, tem sido a comparação das variáveis ambientais
e da diversidade biológica em áreas impactadas e não impactadas.
30 8
Abundância Total
7
Riqueza
25
20
5
Ab. total
Riqueza
15 4
3
10
5
1
0 0
pitfall 1 pitfall 2 shannon 1 shannon 2
Amostradores
Figura 95: Abundância média e a freqüência registrada nos pontos pitfall 1 e shannom 1 na
área de influência direta (AID) e pontos pitfall 2 e shannom 2 na área de influência e indireta
(AII) da Destilaria Bocaina, Piracanjuba – Goiás.
Outra ordem de insetos encontrada com potencial importância econômica foi a ordem
Isoptera. Estes insetos possuem papel fundamental na ciclagem da matéria orgânica do
solo, uma vez que são detritívoros e representam 95% da biomassa de insetos terrestres em
ambientes tropicais. Assim sabe-se que alguns gêneros são danosos à cultura da cana-de-
açúcar (os quais não foram encontrados nas coletas), porém a maioria das espécies se
alimenta de matéria vegetal morta e de solo rico em material orgânico.
Pode-se concluir que há uma tendência ao equilíbrio entre as espécies potencialmente danosas
à cultura de cana-de-açúcar e as espécies benéficas, no entanto o manejo das áreas (mesmo
nas possíveis áreas de reflorestamento nas APPs) pode prejudicar a estrutura da entomofauna
benéfica levando a uma depauperação da abundância destes organismos e, desta forma,
elevando outros organismos ao status de praga. Faz-se necessário então um manejo mais
elaborado e baseado no monitoramento não só das populações dos insetos pragas, mas
principalmente do monitoramento das populações dos insetos benéficos.
Como todo ecossistema, os rios envolvem uma complexa interação da biota com o seu
ambiente físico e químico. O fluxo unidirecional da corrente impõe uma grande limitação ao
estabelecimento dos organismos no ambiente lótico. Para se fixar e colonizar este ambiente,
a biota apresenta estratégias adaptativas de morfologia do corpo (achatamento),
DESTILARIA BOCAINA - EIA
203
comportamento de mobilidade e orientação dentro do rio. Tais estratégias levam os
organismos à seleção de microhabitats visando reduzir a exposição às fortes correntes.
• Bentos
Nas últimas décadas, a degradação dos ecossistemas aquáticos tem ocorrido de forma
rápida e contínua devido aos múltiplos impactos ambientais provenientes de muitas
atividades antrópicas, entre as quais pode-se destacar: a mineração, a construção de
barragens, o despejo de efluentes industriais e domésticos sem tratamento, a
superexploração dos recursos pesqueiros, os desmatamentos e usos inadequados do solo
em regiões ripárias, entre outras (Miserendino, 2001).
Figura 96: Ponto 1, córrego Cachoeira Figura 97: Ponto 2, córrego São Pedro
Apesar do ponto 1 apresentar aparentemente uma boa qualidade de água, ele apresenta
características de nascente, uma vez que está bem próximo desta. Assim, a cobertura
vegetal (mata de galeria) limita a sobrevivência de certos táxons, devido a menor entrada de
luz e da grande entrada de folhas das árvores. Em nascentes há o predomínio de táxons
cortadores (que cortam as folhas para se alimentar) e predadores, apresentando pouco ou
não apresentando táxons filtradores (filtram a água para se alimentar do material em
suspensão – folhas cortadas pelos cortadores), fragmentadores (fragmentam os pedaços
menores das folhas já cortados), sugadores (sugam a seiva das folhas) e raspadores
(raspam o perifíton). Neste ponto foram identificadas as familias Chironomidae e Elmidae,
que existem táxons pertencentes a praticamente todos os grupos funcionais
(fragmentadores, predadores, cortadores, filtradores e sugadores), estando em todos os
tipos de ambiente. Também foi encontrada a família Libellulidae (Odonata) que é predadora,
sendo facilmente encontrada quando a qualidade da água não apresenta alterações, uma
vez que sempre há organismos para ela predar.
Abundância Total
Riqueza
14
3000
12
2500
Abundância Total (ind./m )
2
10
2000
Riqueza
8
1500
1000
4
500
2
0 0
P1 P2 P3 P4
Pontos
700 5
Abundância Média
Frequência
600
4
500
Abundância média (ind./m )
2
3
400
Frequência
300
2
200
1
100
0 0
ae
s
s
ae
e
ae
es
a
s
da
s
es
us
ae
es
a
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ae
ea
ae
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iu
he
de
da
de
em
i
et
ne
ar
id
od
id
rid
od
od
in
tid
co
lid
rid
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al
di
m
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al
ae
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co
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c
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ph
ae
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oc
oh
no
yr
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m
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B
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S
op
Le
D
Li
yd
N
io
el
Le
O
hi
at
B
H
C
er
C
Táxons
2
Figura 101: Abundância média (ind./m ) e frequência dos taxons da comunidade.
Por outro lado, se ocorrer qualquer despejo ou vazamento de poluentes que atinja os
mananciais, poderá haver imediatamente a contaminação da água e do sedimento, afetando
diretamente a comunidade, causando mudanças na sua estrutura (abundância e
composição), aumento do drift dos táxons sensíveis (mecanismo pelo qual muitos
DESTILARIA BOCAINA - EIA
209
organismos escapam de condições desfavoráveis, deixando que sejam transportados pela
correnteza, segundo Hose, 2002), ou até mesmo pode ocorrer o desaparecimento desses
táxons. Outro fato importante é o aparecimento (e/ou aumento da abundância) de táxons
tolerantes, como por exemplo, alguns gêneros de Chironomidae (Diptera), Oligochaeta,
entre outros. Muitos tipos de alterações na população de invertebrados bentônicos podem
depender do tipo, da duração e da intensidade do estressor ou do estímulo (Gillespie et al.,
1998), por isso torna-se necessário um monitoramento constante deste manancial, para que
possamos ter um diagnóstico correto.
Todos os impactos potenciais listados para a qualidade das águas terão efeitos sobre a
comunidade de invertebrados bentônicos. Estes efeitos acarretarão modificações na
estrutura da comunidade, com a provável diminuição da riqueza taxonômica e
desaparecimento dos táxons mais sensíveis (EPT).
A diminuição da vazão dos córregos pode (principalmente no período de seca) levar a secar
alguns trechos do seu curso, acabando com os hábitats necessários para a sobrevivência
da comunidade e a estagnação da água em outros, diminuindo a concentração de gases e
intensificando a influência de possíveis poluentes.
Como todo ecossistema, os rios envolvem uma complexa interação da biota com o seu
ambiente físico e químico. O fluxo unidirecional da corrente impõe uma grande limitação
ao estabelecimento dos organismos no ambiente lótico. Para se fixar e colonizar este
ambiente, a biota apresenta estratégias adaptativas de morfologia do corpo
(achatamento), comportamento de mobilidade e orientação dentro do rio. Tais
estratégias levam os organismos à seleção de microhabitats visando reduzir a exposição
às fortes correntes.
Fazendo parte do ecossistema aquático, o perifíton é representado por uma fina camada
(biofilme), que atua na interface entre o substrato e a água circundante. São observados
como manchas verdes ou pardas aderidos a objetos submersos na água como rochas,
troncos, objetos artificiais (inertes) e a vegetação aquática (Moschini-Carlos, 2000).
No perifíton, as algas ganham destaque, uma vez que desempenham papel fundamental
como produtoras primárias e, conseqüentemente, assumem posição chave na cadeia
alimentar dos sistemas aquáticos continentais. A utilização da comunidade de algas
perifíticas em monitoramento ambiental vem sendo crescente, pois, devido ao seu modo de
vida séssil e grande riqueza de espécies, apresentam diferentes preferências e tolerâncias
ambientais (Rodrigues et al. 2003).
Segundo Goldsborough & Robinson (1996) certos fatores são determinantes na dominância
de espécies em dada área incluindo a natureza do grupo (ex. perifiton ou fitoplâncton), a
localização geográfica da área (irradiância e temperatura da água), estação do ano,
profundidade da coluna d’água, hidroperíodo, tipos de macrófitas presentes e concentração
de nutrientes.
Os trabalhos desenvolvidos com o perifíton são em grande parte direcionados aos estudos
de sua estrutura e importância para o metabolismo dos ecossistemas aquáticos.
A coleta do material perifítico foi realizada no mês de agosto de 2007 em quatro pontos,
distribuídos em quatro diferentes corpos hídricos, sendo ponto P01 no córrego Cachoeira,
ponto P02 no São Pedro, ponto P03 na Ponte Furada e ponto P04 no ribeirão Bocaina, onde
registramos um total de 23 táxons entre os quatro pontos de amostragem e uma média de 6
táxons por ponto. Esses táxons estiveram distribuídos nos diferentes pontos conforme
mostra a Figura 102.
12
10
6
10
9
4
6 6
2
0
P01 P02 P03 P04
CHLOROPHYCEAE 3
1
EUGLENOPHYCEAE
DINOPHYCEAE
1
BACILLARIOPHYCEAE 18
XANTHOPHYCEAE 1
CIANOPHYCEAE 1
Nem sempre o ponto com maior riqueza de espécies é o ponto com maior diversidade de
classes, assim, conforme mostra a Figura 104, o ponto com maior diversidade de classes
foi o P04 (6 classes), que obteve uma riqueza de 9 táxons, sendo o ponto P03 o com maior
riqueza (10 táxons) e 4 classes. Em todos os pontos estudados a classe representada pelas
diatomáceas (Bacillariophyceae) foi a mais representativa em todos os pontos, seguida
pelas desmídeas (Zygnemaphyceae). Para o ponto P02 foram registradas apenas táxons da
classe das Bacillariophyceae, grande representante do perifíton.
12
10
8
6
4
2
0
P01 P02 P03 P04
Figura 104: Contribuição das classes de perifiton nos quatro pontos de amostragem.
2
1
4
3
5 6 7
Dentro dessa região biogeográfica, o Cerrado é uma das áreas que concentra grande parte
da diversidade, com uma ictiofauna de águas continentais estimada em 780 espécies
válidas.
A alta diversidade de peixes na região pode ser creditada à conjunção de vários fatores, tais
como, entre outros: idade e tamanho do sistema de drenagem, alta heterogeneidade
ambiental, e um processo em escala geológica de captura de rios de bacias vizinhas ao
longo do tempo, que permitiu o intercâmbio da fauna entre essas bacias contribuindo para
os elevados índices de diversidade atualmente observados.
É certo que o grande número de espécies conhecidas na região ainda é uma riqueza sub-
estimativa da diversidade total, pois ainda são freqüentes as descrições de novas espécies
e o esforço científico distribui-se de maneira desigual, com alguns grupos sendo bem
estudados e diversos outros ainda necessitando de mais atenção.
As diferenças na composição faunística ao longo dos rios podem ser creditadas, em grande
parte, ao papel de barreira geográfica que os grandes rios representam para várias espécies
de peixes e, principalmente, às características químicas dos diferentes tipos de água que
compõem os rios de toda a região. Algumas espécies vivem em corredeiras, outras em
lagos, enquanto outras podem se locomover entre esses ambientes, dependendo do seu
ciclo de vida (CEMIG/CETEC 2000, Peret 2000 e Fialho e Garro 2004).
A região está formada pela bacia do rio Meia Ponte e rio Piracanjuba, tributários diretos do
Paranaíba. Apresenta uma rica rede de córregos com suas vegetações marginais variando
de veredas/mata ciliar/buritizal e matas de galeria com enclaves de cerrado e matas
estacionais, a qual fornece abrigo e alimento.
Na bacia do Paraná são estimadas 600 espécies de peixes e ao mesmo tempo é o grupo de
vertebrados menos conhecido, com estudos raros e pontuais geralmente ligados a
empreendimentos hidrelétricos na bacia (CEMIG⁄CETEC 2000).
Para a área de estudo da Destilaria Bocaina, foram amostrados na bacia do rio Meia Ponte,
o rio Meia Ponte, os ribeirão das Bocainas, córrego São Pedro, córrego Bocaininha e
Figura 108: Pyrrhulina australis. Espécie Figura 109: Crenicichla haroldoi. O jacundá é
encontrada no córrego São Pedro próximo a uma espécie carnívora e bastante voraz.
uma pequena queda d’água.
A ordem Characiformes foi a mais comum dentre as ordens amostradas, tanto em número de
exemplares quanto de espécies. Outros estudos apresentados na literatura destacam as ordens
Characiformes e Siluriformes como as de maior participação em número de espécies, de
indivíduos e de biomassa nos rios brasileiros (Britski 1992; Godinho 1993 e Ribeiro 2005).
A distribuição dos peixes por curso d’água variou de 5 a 19 espécies, sendo o ribeirão das
Bocainas (AID) e o córrego São Pedro (AII) os cursos com menor riqueza e o córrego Ponte
Furada com a maior riqueza e abundância (AII) pois apresenta uma grande área que é
inundada pelo rio Meia Ponte e na época da estiagem se torna um berçário para inúmeras
espécies de peixes. Quanto à distribuição dos peixes em relação às áreas de influência
variou de 8 (AID) para 28 (AII)
A ecologia trófica tem revelado uma considerável versatilidade alimentar para a maioria dos
peixes. Estes dentro de uma comunidade tendem a variar sua dieta na falta ou escassez de
Faz-se uma observação para as espécies da família Characidae que exibem uma dieta bem
diversificada podendo estar relacionada com o ambiente, assim tendo as mesmas espécies
em várias guildas com prevalência em herbívora, invertívora e piscívora. Esta coexistência
de tantas espécies predadoras (piscívoras e invertívoras) incluindo characideos pode ser
considerada como um bioindicador de conservação do ambiente aquático e de abundância
de alimento pela conservação das formações vegetais em suas margens.
Em levantamentos realizados no rio Meia Ponte e seus tributários nos municípios de Cachoeira
Dourada, Goiânia, Anápolis, Campo Limpo, Nerópolis e Goianápolis; ribeirão Santa Maria
tributário direto do Paranaíba nos municípios de Morinhos e Itumbiara; rio dos Bois, ribeirão Bom
sucesso no município de Goiatuba; córregos Bom Jardim e dos Patos tributários diretos do
Parnaíba no município de Itumbiara, que integram a bacia do Paranaíba na biorregião do Médio
Paranaíba/Alto Paraná, constatou-se 83 espécies de peixes em 20 Famílias, sendo 55,42%
Characiformes, 25,30% Siluriformes, 12,05% Perciformes, 3,61% Gymnotiformes e 1,20% para
Clupeiformes, Cyprinodontiformes e Synbranchiformes.
Esses estudos corroboram com Ribeiro (2005), onde os Characiformes formaram o grupo
mais importante com dominância de 83,3% das capturas e incluindo 63,5% das espécies.
Os Siluriformes formaram o segundo grupo em importância, respondendo por 8,4% da
abundância e 30% das espécies. Gymnotiformes, Perciformes e Cyprinodontiformes
formaram o restante da comunidade, apresentando um conjunto com oito espécies, que
rivalizaram com os Siluriformes em abundância (8,3%), amostrados na bacia do Paraná na
região metropolitana do Distrito Federal.
Espécies ameaçadas – são aquelas que se encontram à beira da extinção. Em geral são
populações pequenas e esparsamente distribuídas, e cujos habitats primários foram
grandemente alterados pela ação humana.
Espécies raras – são as que estão distribuídas naturalmente de forma esparsa. Muitas são
intrinsecamente raras, isto é, viver em baixas densidades faz parte da estratégia adaptativa
da espécie. Outras estão se tornando raras devido à ação antrópica sobre seus habitats e
pela caça de espécies cinegéticas ou predadoras de animais domésticos.
Espécies comuns – são aquelas ainda muito abundantes e para as quais não existe perigo
de declínio imediato.
Segundo a nova lista da fauna brasileira ameaçada de extinção (IN003-03MMA) que adota
os critérios da IUCN, identificamos para o bioma Cerrado 13 espécies de mamíferos em
uma categoria, 20 espécies de aves em três categorias e 7 invertebrados terrestres em duas
categorias, e já para a Bacia do Paraná estão indicados 4 peixes, principalmente pela
destruição do habitat, desmatamento, queimadas, perseguição e caça. (Quadros 60 a 63).
Quadro 63. Lista de Peixes ameaçados da Bacia do Rio Paraná no Estado de Goiás.
Táxons Categoria Bacias Ameaça
Actinopterygii
Characiformes
Chacacidaee
Rio São Francisco, Rio Destruição de hábitats, poluição e
Brycon nattereri - Pirapitinga VU
Paraná, Rio Tocantins construção de hidrelétricas.
Cyprinodontiformes
Rivulidae
Simpsonichthys boitonei VU Rio Paraná Destruição de hábitats e perseguição.
Simpsonichthys parallelus VU Rio Paraná Destruição de hábitats e perseguição.
Simpsonichthys santanae EN Rio Paraná Destruição de hábitats e perseguição.
Legenda: VU – Vulnerável, EX – Extinta, EW – Extinta da Natureza, EN – Em Perigo, CR – Criticamente em Perigo
DESTILARIA BOCAINA - EIA
222
Embora não exista certeza sobre o papel do acaso na extinção local de espécies e na
estruturação continua das comunidades locais da fauna e flora, é possível apontar espécies
mais vulneráveis às mudanças.
Estes dois fatores são ameaças e atuantes na região e em função disto, a fauna pode ser
considerada vulnerável em nível local na substituição da paisagem.
A carência de estudos para todo o Cerrado é certamente também uma das causas do baixo
número de espécies endêmicas conhecidas na área. À medida que novos estudos venham
a ser realizados, novas espécies devem ser descobertas, e o número de espécies
endêmicas e ameaçadas pode aumentar. Por outro lado o baixo grau de endemismo se
deve também às várias regiões fisiográficas e áreas de ecótone com outros biomas
principalmente Amazônia, Caatinga e Mata Atlântica.
Na região não identificamos espécies com endemismo local, sendo indicado espécies com
endemismo para o Bioma do Cerrado.
A característica da bacia do rio Paranaíba e em especial dos seus tributários os rios Meia
Ponte e Piracanjuba que quase na totalidade dos seus cursos apresentam parte da
vegetação ripária, geralmente constituída por matas ciliares e de galeria com enclaves com
DESTILARIA BOCAINA - EIA
224
matas estacionais, cerrados, brejos e buritizal, faz com que esta característica favoreça a
condição de deslocamento da fauna silvestre, principalmente terrestre. Esta formação
interliga uma heterogeneidade de habitats na área de estudo podendo ser consideradas
como zonas ecótonas para o Cerrado.
A garantia de que estas zonas ecótonas venham a ser importantes para a manutenção da
biodiversidade da fauna silvestre do Cerrado, está na confirmação da implantação de uma
gestão de conservação chamada Corredores Ecológicos, que tem como objetivo o incentivo aos
processos de desfragmentação de remanescentes de formações florestais nativos. Lembramos
que os desmatamentos é a causa mais comum de destruição de hábitat no Cerrado.
Na Bacia do Rio Meia Ponte no seu tributário rio João Leite encontram-se duas das mais
importantes unidades de conservação, Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco
(PEAMP) e APA João Leite, para a conservação das formações de matas estacionais
decíduas e semidecíduas e que podem ter um fluxo gênico com a área de influência
principalmente para as aves através das matas ciliares e de galerias do rio Meia Ponte.
Já pela Bacia do Piracanjuba encontramos o Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, com a
conservação e proteção das diversas fitofisionomias savânicas, podendo estabelecer um
corredor pelas formações de mata ciliar e mata de galeria como também savânicas pelo rio
Piracanjuba e ribeirão do Morro Agudo até a área de influência do empreendimento
principalmente para o grupo de aves e os mamíferos de médio e grande porte.
Também está claro que para garantir a conservação é prescindível um uso mais sustentável
possível dos recursos naturais da área ou região. Ambos podem ter metas diferentes, mas
os objetivos devem ser conservacionistas.
Na análise das áreas amostradas, atribuindo valores de 1 a 5 (Quadro 64) quanto a riqueza,
espécies potenciais e habitats (diversidade, fragilidade e qualidade) onde observamos que
os ambientes área do empreendimento (pastagem) e áreas modificadas (pastagem,
milho/sorgo e acessos) apresentaram as menores médias 2,6. Já os ambientes mata de
galeria, mata estacional, vereda/mata ciliar/buritizal e cerrado apresentaram as maiores
médias entre 4,0 e 4,8. O principal indicativo foi perda de hábitat (fragilidade de habitats)
com aumento da fragmentação e redução da riqueza de espécies.
A notável riqueza da fauna, sua forma de vida e seus hábitos constituem uma matriz de
interações complexas entre as plantas e outros animais, dependentes para o mosaico da
dinâmica da área. As interações entre ambos os grupos tróficos ressaltamos aquelas de
benefício próprio (mutualismo) na dispersão de sementes, polinização, defesa contra
mirmecofagia (formigas e outros insetos) e antagonistas com o benefício para somente o
próprio indivíduo como a herbivoria e predação. Estas interações fortalecem a dinâmica e a
estrutura da área de estudo podendo ainda ser considerada representativa para a fauna do
Cerrado e associados.
Esta riqueza também corrobora com os estudos para elaboração das áreas prioritárias para
conservação do Cerrado (MMA 2004, Diniz-Filho et al 2005, Silva et al 2006) como também
para os 30% de endemismo das formações de Cerrado para o Alto da Bacia do Paraná
(Silva & Bates 2002).
180
160
140
120
Riqueza
100
AID
80 AII
60
40
20
0
Anfíbios Répteis Aves Mamíferos Peixes Geral
Figura 112: Distribuição da riqueza por táxon nas áreas de influência do empreendimento
Destilaria Bocaina, Piracanjuba-GO.
As conseqüências ecológicas das bordas dos fragmentos podem ser de efeito abiótico,
envolvendo mudanças nas condições ambientais que resultam da proximidade com uma
matriz estruturalmente diferente; de efeito biológico direto, promovendo mudanças na
abundância e na distribuição das espécies pela mudança das condições físicas; e efeito
biológico indireto, provocando mudanças nas interações das espécies como predação,
competição, herbivoria, polinização biótica, dispersão de sementes e parasitismo.
Devido à interrupção da malha de formações naturais, em especial ao longo dos cursos d’água,
constata-se que as populações de animais silvestres, em especial dos não alados, encontram-
se isoladas e restritas aos ambientes com menores índices de antropização, em especial ao
longo das matas de galeria e demais ambientes de difícil acesso e baixa aptidão agrícola.
Ao contrário das espécies mais dependentes dos ambientes florestais, as características dos
ambientes abertos foram favorecidas pelo processo de antropização regional, em especial a
avifauna que freqüenta áreas onde a vegetação nativa foi substituída por lavouras ou pastagens.
O processo do avanço das lavouras de monoculturas da soja, milho, sorgo, cana e pecuária
é a maior preocupação para toda a região, as mudanças da fisionomia da paisagem foram
na ultima década, uma perda considerável das áreas naturais. Essas levam à depleção de
áreas preferenciais da fauna local, à diminuição da diversidade e ao comprometimento das
populações naturais (perda de habitat e nichos), principalmente com o isolamento dos
fragmentos naturais.
O aumento das vias de acesso pavimentadas ou não tem atribuído ao elevado índice de
mortalidade da fauna local, pelo contato ou cortar corredores de deslocamento e/ou
migração.
São vários animais que costumam utilizar a estrada em algum momento do dia ou do seu ciclo
de vida. Na área de influência do empreendimento foram registrados 8 atropelamentos (Figuras
113 a 115) em 5 espécies sendo 2 para cada táxon (aves e mamíferos) e 3 para répteis.
Figura 113: Cariama cristata. A seriema é Figura 114: Nasua nasua, quati encontrado
uma espécie bastante comum na região recentemente morto na GO-470 dentro da
sendo este exemplar encontrado morto em área de influência direta.
vias de acesso na AII.
Esta técnica é utilizada para análise das relações entre localidades neotropicais baseados
na composição faunística, utilizando o coeficiente de similaridade e UPGMA (Ávila-Pires
1995 e Silva & Sites 1995).
Os inventários foram realizados entre os meses de setembro e janeiro para os estudos nos
municípios de Itumbiara, Cachoeira Dourada, Goiatuba e Morrinhos. A APA do João Leite
(municípios de Goiânia, Goianápolis, Teresópolis, Campo Limpo, Ouro Verde, Anápolis e
Nerópolis com um ciclo sazonal completo. Os trabalhos estão enquadrados no período
sazonal da chuva, com aumento da pluviosidade e diminuição da amplitude térmica, e
período sazonal seco, com diminuição da pluviosidade e aumento da amplitude térmica. Os
estudos da Destilaria Bocaina, foram executados durante o mês de agosto de 2007 (com
baixa pluviosidade e umidade relativa do ar) fechando um ciclo sazonal para a região em
estudo.
Figura 116: Análise de agrupamento (UPGMA) realizada a partir da matriz dos coeficientes de
similaridade para os anfíbios para a região entre os municípios Itumbiara, Cachoeira Dourada,
Goiatuba, Morrinhos, APA João Leite e Destilaria Bocaina.
Figura 117: Análise de agrupamento (UPGMA) realizada a partir da matriz dos coeficientes de
similaridade para os répteis para a região entre os municípios Itumbiara, Cachoeira Dourada,
Goiatuba, Morrinhos, APA João Leite e Destilaria Bocaina.
Figura 119: Análise de agrupamento (UPGMA) realizada a partir da matriz dos coeficientes de
similaridade para os mamíferos para a região entre os municípios Itumbiara, Cachoeira
Dourada, Goiatuba, Morrinhos, APA João Leite e Destilaria Bocaina.
Figura 120: Análise de agrupamento (UPGMA) realizada a partir da matriz dos coeficientes de
similaridade para os peixes nas bacias que integram os municípios Itumbiara, Cachoeira
Dourada, Goiatuba, Morrinhos, APA João Leite e Destilaria Bocaina.
Um dos grandes desafios do homem atualmente é desenvolver e utilizar recursos dentro dos
limites da natureza, a fim de garantir a integridade desta para as gerações futuras. Para
tanto, é imprescindível conhecer e conservar áreas naturais estratégicas, compreendendo
melhor suas populações e suas relações com os ecossistemas onde se encontram. A
Biologia da Conservação, que estuda a conservação da biodiversidade, tem se destacado
entre as disciplinas atuais da Biologia em planos de monitoramento da fauna.
A utilidade dos bioindicadores está em sua capacidade preditiva, ou seja, permitem estimar
quando uma modificação começa a ocorrer. Eles podem indicar a presença e a extensão do
impacto de algum agente estressante ainda no início de sua atuação.
Para este estudo utilizou-se os critérios distribuição, variedade de habitats, nichos ocupados,
sensibilidade e capacidade preditiva para classificar as espécies em três categorias:
Essa análise revela os melhores táxons para seu monitoramento na avaliação do impacto
ambiental, observando todas as fases de implantação e operação do empreendimento,
sendo que os grupos anfíbios, mamíferos, aves e peixes apresentaram alta importância para
o monitoramento por terem representantes nos dois níveis mais sensíveis de espécies,
dependentes e semi-dependentes, com destaque para os mamíferos por possuírem
espécies ameaçadas. Os grupos dos répteis apresentaram média importância por serem
espécies comuns, abundantes e de ampla distribuição.
Para uma avaliação da qualidade das águas das drenagens da região do empreendimento,
foram coletadas amostras em quatro mananciais de forma a se ter uma representatividade
da situação dos cursos d’água nas proximidades do empreendimento, nos mananciais
ribeirão da Cachoeira, córrego São Pedro, córrego da Ponte Furada e ribeirão das Bocainas.
As análises foram realizadas pela empresa Aqualit Tecnologia e Saneamento SC.
Os resultados das análises físico-químicas e biológicas encontrados nos corpos hídricos, antes da
implantação da indústria, servirão de parâmetro para se definir a magnitude dos impactos gerados
pelo empreendimento.
Os cursos d’água envolvidos, ribeirão da Cachoeira, córrego São Pedro, córrego da Ponte
Furada e ribeirão das Bocainas, apresentam ligeira declividade e sua microbacia é quase
desprovida de áreas alagadiças. São cursos d’água de canal, com áreas de mata ciliar
estreita e uma alta intensidade de drenagens.
Hoje, em geral, todas as fitofisionomias, inclusive as matas ciliares, estão alteradas e pouco
podem cumprir a importante função de barreira natural para o aporte de materiais aos
cursos d’água. Dentre os usos dos corpos hídricos da região, destacam-se a irrigação de
lavouras temporárias, a dessedentação de animais e o uso doméstico.
Os pontos de amostragem são representativos das condições atuais dos mananciais para o
trecho estudado. Foi evidenciado, nos levantamentos de campo, que as principais atividades
que podem alterar a qualidade das águas dos mananciais da região são as atividades
Não foi detectado o lançamento de outros efluentes industriais próximos aos pontos
monitorados, bem como de efluentes sanitários com ou sem tratamento.
Foi utilizada para obtenção de dados em campo: uma sonda multiparâmetro Modelo YSI
6820, um turbidímetro 2100 P modelo Hach. Os aparelhos foram calibrados e aferidos com
padrões de controle analítico, sendo efetuada as calibrações necessárias para cada
eletrodo.
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Escala 1:100000 N
3 0 3 km
• POTENCIAL HIDROGENIÔNICO - pH
De acordo com Esteves (1988), a maioria dos corpos d’água continentais apresentam pH
variando entre 6 e 8, no entanto, pode-se encontrar ambientes mais ácidos ou mais
alcalinos. De acordo com Reid & Wood (1976), rios muito ácidos encontram-se
principalmente em terrenos alagadiços e pântanos, correndo em áreas de formação silicosa
e suportam uma biota relativamente pobre.
Segundo Allan (1995), os efeitos deletérios da acidificação em corpos hídricos são bem
conhecidos, principalmente em termos de redução do número de espécies e da abundância
de indivíduos. Esteves (1988) ressalta a estreita interdependência entre as comunidades
bióticas e o meio aquático, com relação ao pH. Em outras palavras, as comunidades
aquáticas interferem no pH, assim como o pH interfere de diferentes maneiras no
metabolismo dessas comunidades.
• SÓLIDOS DISSOLVIDOS
Todos contaminantes da água com exceção dos gases dissolvidos contribuem para a carga
de sólidos. Entretanto, as concentrações deste material variam de lugar para lugar, devido à
variabilidade natural dos ambientes e às atividades antrópicas desenvolvidas na bacia.
• TURBIDEZ
Segundo Maier (1978), a cor da água é dada pela presença de substâncias pigmentadas
(minerais e orgânicas) em solução ou em dispersão coloidal (cor “real”). Rios que drenam
pântanos, brejos e regiões de florestas, podem ter coloração escura, devido a substâncias
húmicas e taninos dissolvidos em suas águas.
As descargas elevadas de esgoto com alta carga orgânica podem ocasionar a depleção de
elemento ao ponto que a concentração desse elemento se aproxime de zero, ocasionando
mortandade de peixes e de outros organismos aquáticos.
De acordo com Esteves (1988), dentre os gases dissolvidos na água, o oxigênio é um dos
mais importantes na dinâmica e na caracterização de ecossistemas aquáticos. As principais
fontes de oxigênio para a água são: a atmosfera e a fotossíntese. Por outro lado, as perdas
são: pela decomposição de matéria orgânica (oxidação), para a atmosfera, respiração de
organismos aquáticos e oxidação de íons metálicos como o ferro e o manganês.
Baixos valores de oxigênio dissolvido das águas de superfície são indicativos de que o
corpo hídrico está recebendo matéria orgânica em excesso, provavelmente oriunda de
esgotos domésticos / industriais. Porém, sobretudo no período de chuva, ambientes como
planícies de inundação e pântanos, podem apresentar valores extremamente baixos de
oxigênio dissolvido, sem que haja qualquer fonte poluidora.
É um teste que mede a quantidade de oxigênio necessária e requerida pelas bactérias para a
digestão aeróbica da matéria orgânica decompostável existente em uma amostra de água. A
DBO5 deve-se principalmente a matéria orgânica carbonácea que é utilizada como alimento
pelos microorganismos aeróbicos, pelo nitrogênio oxidável proveniente do nitrogênio orgânico,
NH3 e NO2, que são utilizados como fonte de alimentos de bactérias, tais como: nitrosomonas,
nitrobactérias e por certos compostos químicos, que agem como elementos redutores como o
ferro no estado bivalente, sulfato e sulfito que reagem com o oxigênio dissolvido. Para as
águas de abastecimento é exigível uma DBO5 com valores baixos.
A matéria orgânica lançada a um corpo receptor é o principal responsável pelo consumo, pelos
organismos decompositores, do oxigênio dissolvido na água. Portanto, a DBO é uma indicação
potencial do nível de consumo do oxigênio dissolvido presente nas águas naturais poluídas.
A origem da DBO pode ser tanto natural quanto antropogênica, sendo que os despejos
industriais e domésticos são as principais causas da elevação dos níveis de DBO em rios
não poluídos. A DBO de origem natural provém de matéria orgânica vegetal e animal.
• CONDUTIVIDADE
O parâmetro condutividade elétrica não determina, especificamente, quais os íons que estão
presentes em determinada amostra de água, mas pode contribuir para possíveis reconhecimentos
de impactos ambientais que ocorram na bacia de drenagem, ocasionados por lançamentos
de resíduos industriais, mineração, esgotos, etc. A condutividade elétrica da água pode
variar de acordo com a temperatura e a concentração total de substâncias ionizadas
dissolvidas.
Segundo Esteves (1988), a condutividade é uma variável importante, visto que fornece
informações tanto sobre o metabolismo no meio aquático, quanto fenômenos importantes
que ocorram na bacia. Dentre as informações que podem ser fornecidas pelos valores da
condutividade elétrica destacam-se:
Devido a sua grande variação natural nos corpos hídricos, não existem valores máximos
permissíveis determinados para esse parâmetro, porém, águas com altos valores de
condutividade podem ser prejudiciais à irrigação de lavouras, fornecimento às indústrias e à
criação de animais.
• PARÂMETROS BIOLÓGICOS
A presença de coliformes no meio aquático, por si só, não representa um perigo à saúde,
mas indica a possível presença de outros organismos responsáveis por causar doenças. A
determinação deste indicador é baseada em termos probabilísticos, sendo o resultado
expresso através do número mais provável (NMP) de organismos do grupo coliforme por
100 mililitros de amostra.
DESTILARIA BOCAINA - EIA
246
Importância do índice de coliformes
6.2.3.1.3. Conclusão
Diante da análise dos dados obtidos na campanha foi possível identificar alguns parâmetros
que merecem especial atenção. Em termos gerais, é possível afirmar que a qualidade
(“saúde”) dos corpos hídricos apresenta-se boa.
Os valores encontrados para pH nos quatro pontos estão dentro dos limites estabelecidos pela
Resoluçaõ CONAMA 357 para os mananciais da classe 2. Segundo Esteves (1988), durante o
período de chuva é esperado que as águas se tornem mais ácidas devido à elevada
concentração de ácidos orgânicos provindos da atividade metabólica de microorganismos
decompositores (maior liberação de íons H+, conseqüente diminuição do valor do pH).
Visto que a distância entre os pontos amostrados não é significativa para a alteração nos
valores para esse parâmetro, pode-se dizer que não houve alteração dos valores de
turbidez nos locais de coleta.
Com relação aos outros parâmetros físicos e químicos, pode-se afirmar que as águas dos
mananciais encontraram-se dentro dos padrões normalmente encontrados em águas
superficiais livres de poluição.
6.3.2. Histórico
O povoamento do município foi iniciado pelo Padre Marinho. Seu objetivo era estabelecer
relações comerciais entre os estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo. Determinada
elevação, na cabeceira de um córrego, tornou o lugar propício à pousada. Ali surgiram as
primeiras moradas, originando o aglomerado conhecido como Pouso Alto.
Piracan e Jubara, impossibilitados de se unirem para a vida, atiraram-se juntos ao rio, onde
pereceram. Logo após o infausto acontecimento, apareceu nas águas do mesmo rio uma
espécie de peixe até então nunca visto pelos índios. Supersticiosos, os selvagens relacionaram
o aparecimento do peixe ao suicídio dos dois jovens, denominando Piracanjuba ao peixe e ao
rio. Uniram-se as duas tribos, esquecendo-se as divergências até então existentes.“
É uma cidade pequena (em torno de 25.000 habitantes), cuja economia é baseada no
agronegócio, sobretudo a agropecuária. Há muito tempo o município ostenta o título de
maior bacia leiteira do Estado de Goiás, com uma produção significativa de leite (em torno
de 240.000 litros/dia) e está entre os cinco maiores produtores do Brasil. Há alguns poucos
anos vem havendo um crescimento significativo do plantio da soja no município, sendo que
na safra 2003/2004 colheu-se aproximadamente 120.000 toneladas do produto, com uma
área plantada de aproximadamente 60.000 hectares.
Piracanjuba também é conhecida como a Capital Goiana das Orquídeas, em função de sua
tradicional Exposição Nacional de Orquídeas, realizada sempre no mês de maio de cada
ano, há 26 anos consecutivos. O município está estruturando para visitação um Parque
Ecológico das Orquídeas, sob a forma de Área de Proteção Ambiental, com quase 440
hectares, situado a 12 km do centro da cidade. Também existe um projeto de construção do
Palácio das Orquídeas em Piracanjuba, como forma de incrementar o turismo e
profissionalizar o cultivo e comercialização das orquídeas no município. (Fonte:
IBGE/Faculdade de Piracanjuba).
No período intercensitário de 1991 a 2000, o município teve uma taxa média de crescimento
anual de 0,90%, elevando sua população de 21.789 em 1991 para 23.557, em 2000,
desempenho que ficou abaixo das médias estadual (2,46%) e da nacional (1,64%). Já no
período de 2000 a 2007, teve uma taxa de crescimento negativa, já que a população
diminuiu de 23.557 para 23.229 pessoas, de acordo com a Contagem da População
realizada pelo IBGE.
DESTILARIA BOCAINA - EIA
250
6.3.3.2. POPULAÇÃO POR SITUAÇÃO DO DOMICÍLIO
100
90
80
70
60
(%) 50
40
30
20
10
0
1970 1980 1991 2000
(Ano)
31
Indicadores Básicos para a Saúde no Brasil: conceitos e aplicações. Organização Pan-Americana da Saúde - Opas/OMS
Considerando-se os 1413 empregos diretos e ainda os indiretos que serão gerados, muito
provavelmente haverá um afluxo de contingentes de trabalhadores do sexo masculino para
o trabalho na futura indústria, alterando o índice razão de sexo.
A análise da composição da população por grupos etários é importante para se inferir suas
condições de vida, vis-à-vis a necessidade de elaboração de políticas públicas. Neste
sentido o indicador denominado razão de dependência, mede a participação relativa do
contingente populacional potencialmente inativo (0 a 14 anos e 65 anos e mais de idade),
que deveria ser sustentado pela parcela da população potencialmente produtiva (15 a 64
anos de idade). Valores elevados indicam que a população em idade produtiva deve
sustentar uma grande proporção de dependentes, o que significa consideráveis encargos
assistenciais para a sociedade.
Comparando-se os dados dos censos demográficos de 1991 a 2000, nota-se que houve um
significativo declínio da razão de dependência em todo o Brasil, no estado de Goiás e,
também, em Piracanjuba, onde o índice já era mais reduzido, comparativamente aos do
Brasil e Estado de Goiás.
A evolução da população por grupos etários entre 1970 e 2000 aponta para significativas
alterações no seu perfil, notadamente o estreitamento da base da pirâmide etária com a redução
da proporção de crianças (0 a 14 anos), aumento dos adultos (15 a 64 anos) e idosos (65 anos
e mais). Para o IBGE, o Censo Demográfico de 2000 revela que, “o declínio generalizado da
fecundidade no país, conjugado à redução da mortalidade, contribuiu de forma decisiva para as
mudanças processadas na composição por idade da população. Tais alterações caracterizaram
fundamentalmente o início do processo de envelhecimento da população brasileira32”.
32
IBGE. Tendências Demográficas: uma análise do resultado do universo do Censo Demográfico 2000.
A redução dos índices de mortalidade infantil está vinculada, historicamente, às melhorias nas
condições de vida, às intervenções públicas nas áreas de saúde, como a vacinação em massa,
às políticas de planejamento familiar e, conseqüentemente ao declínio da fecundidade.
Tocantins Bahia
0,3% Minas
Outros São 0,5%
Gerais 3,7% Paulo
2,8% 1,2%
100
90
80
70
60
(%) 50
40
30
20
10
0
Estado de Goiás Piracanjuba
A análise da dimensão dos imóveis rurais torna-se relevante para se avaliar a capacidade
de inserção dos indivíduos no processo produtivo rural e, neste sentido, dados do INCRA
relativos a outubro de 2003, indicam que do total de imóveis rurais cadastrados no estado
de Goiás e no município de Piracanjuba, prevalece a participação percentual dos
estabelecimentos de pequena dimensão. No entanto, comparativamente ao padrão
estadual, em Piracanjuba ela é um pouco maior, visto à menor participação dos
estabelecimentos considerados médios e grandes, Figura 127.
Juntamente com a condição do produtor, a análise da dimensão dos imóveis rurais torna-se
relevante para se avaliar a capacidade de inserção dos indivíduos no processo produtivo
rural. Neste sentido, os dados do INCRA, relativos a outubro de 2003, mostram que, do total
de imóveis rurais cadastrados no Estado de Goiás e no município de Piracanjuba,
prevalecem os estabelecimentos de pequena dimensão (de 0 a 140 ha), semelhante à
média estadual.
GO-14
8085000
8085000
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Cava
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Fonte: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA. Elaboração: SEPLAN-GO / SEPIN – 2005.
Figura 127: Imóveis Rurais Cadastrados no Incra por Dimensão do Imóvel 2003
O exame da distribuição das terras, segundo a dimensão dos imóveis revela que os
considerados grandes (mais de 525 ha) em Piracanjuba (3,98% do total) se apropriam de
28,75% das terras do município; os médios (mais de 140 há a 525 há), (20,40%) de 42,37%;
e, os pequenos (75,60%), de 28,86%. O padrão se diferencia da média estadual, o que
mostra que no município a concentração de terras é menor (Figura 128).
100
80
60
(%)
40
20
0
Estado de Goiás Piracanjuba
O Produto Interno Bruto (PIB) é um dos principais indicadores utilizados para se inferir a
riqueza total produzida por uma determinada sociedade. Segundo a Secretaria de
Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Goiás (SEPLAN-GO), ele traduz:
(%)
60
50
40
30
20
10
0
-10
2000 2001 2002 2003 2004
(Ano)
33
SEPLAN. Produto Interno Bruto 2004
60
50
40
(R$) 30
20
10
0
Estado de Goiás Piracanjuba
Outro indicador importante para se mensurar a riqueza potencial do município é o PIB per
capita, medida estatística resultante da hipotética distribuição eqüitativa de toda a riqueza
produzida, medida em R$, entre todos os indivíduos da população. Este índice, no passado,
foi bastante utilizado para se medir o crescimento econômico, mas hoje, no entanto, sabe-se
de sua limitação, vez que o crescimento da economia não se traduz, necessariamente, em
melhoria de vida para amplas camadas da população, donde a concentração de riquezas.
Em 2004, o PIB per capita de Piracanjuba alcançou, R$ 8.309, contra R$ 7.501 de média para
o estado de Goiás, portanto ligeiramente acima da média estadual, mas abaixo da nacional.
34
Idem
Os dados a seguir indicam que Piracanjuba possui vocação pecuária: em 2005 ordenhou
63.036 vacas, obtendo uma bacia leiteira que alcançou, no mesmo ano, 92.734.000 litros de
leite. Além disso, produziu 340 mil dúzias de ovos.
No período de 2000 a 2005, o município teve uma significativa ampliação da área plantada com
lavouras temporárias, chegando a mais de 60.850 ha, um crescimento de 576%. Podemos
concluir que aumento deveu-se, por certo, à expansão da cultura da soja. (Figura 131).
(Há)
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2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
(Ano)
Nota-se ainda pela figura anterior que as principais culturas temporárias do município são a
soja, o milho, o sorgo e, por último, o arroz e o feijão, com maior destaque para a soja que
de longe ocupa a maior área.
Até o ano de 2005, segundo dados disponíveis pelo IBGE, praticamente não há registros de
cultura da cana-de-açúcar no município, situação que deve se alterar a partir de então, em
função da existência de projetos sucroalcooleiros no município e região.
Os dados relativos ao Estado de Goiás revelam que soja, milho e sorgo, com maior
relevância para a primeira, com 63% do total, têm sido as culturas agrícolas que ocupam a
maior parte da área plantada no decorrer dos últimos 05 anos. A redução da área do milho
deu-se em função da expansão da soja, seguramente pela variação de preços de mercado.
DESTILARIA BOCAINA - EIA
260
Os dados referentes ao ano de 2006 para o Brasil indicam uma forte retomada da soja e do
milho que, juntos, chegam a ocupar cerca de 75,0% da área total de lavouras temporárias e,
em menor escala, o feijão.
O distrito agroindustrial possui 38 estabelecimentos sendo que 22 são de micro, oito são
pequenos, um de médio porte e sete são considerados de grande porte. Os principais
ramos de produção são o de produtos minerais não metálicos, material de transporte,
mobiliário, vestuário e calçados. Esta diversificada atividade industrial, seguramente imprime
maior dinamismo nas esferas de comércio e serviços.
Com a instalação do empreendimento o perfil do município deverá ser bastante alterado, por
se tratar de atividade industrial voltada para produção de álcool e co-geração de energia,
com forte inversão de capital, resultando em ampliação da base de arrecadação, criação de
novos empregos e aumento da renda que, por seu lado, deverá ser posta em circulação no
mercado local através do consumo.
Este setor reúne 238 estabelecimentos do comércio varejista e ainda quatro estabelecimentos
bancários: Banco do Brasil, Banco Itaú, Bradesco e Caixa Econômica Federal.
Em estudos realizados para licenciamento ambiental de usinas de açúcar e álcool nas regiões
sul e sudoeste de Goiás, há indicação de um significativo aquecimento da atividade comercial,
devido ao aumento do emprego e da renda, quando se eleva a demanda pelo consumo de
produtos e serviços diversos. Neste sentido, é muito certo que os trabalhadores procurem a
estrutura de comércio e serviço de Piracanjuba, que é próximo à indústria e diversificado.
Piracanjuba manteve estável a administração das receitas, exceto em 2006, quando foram
ultrapassadas pelas despesas.
Quando se analisa a distribuição do ICMS por setores de atividade econômica é que se tem
melhor dimensão do peso do comércio varejista, da indústria e da agropecuária no
município, que arrecadam 40,35%, 22,68% e 21,84%, respectivamente.
6.3.6.1. SAÚDE
Piracanjuba conta com 02 hospitais e 80 leitos no total, em média 3,44 leitos por mil
habitantes, número ligeiramente acima da média estadual (3,36) e nacional (2,74). Conta
com aparelho eletrocardiógrafo, raio X de 100mA a 500 mA, raio X de mais de 500mA. Há
cinco estabelecimentos odontológicos.
No período de 1991 à 2000 a mortalidade infantil foi fortemente reduzida em todo o País,
menos intensamente em Piracanjuba, cujo índice em 2000 ficou ligeiramente acima da
média estadual, mas abaixo da média nacional.
DESTILARIA BOCAINA - EIA
262
Quanto à saúde, a implantação de indústrias do setor sucroalcooleiro tem causado
apreensão quanto a realização da queima da cana para a colheira manual. Fato é que,
quando realizada provoca o desconforto da população de estabelecimentos rurais e
aglomerados urbanos mais próximos com relação à fumaça e fuligem liberados pelo
processo de queima, além do impacto que poderá causar sobre a saúde das pessoas e,
consequetemente, sobre a infra-estrutura e serviços de saúde do município.
Prevê-se no projeto da Destilaria Bocaina que 100,0% da colheita será mecanizada, mas mesmo
assim, a depender do quantitativo de trabalhadores oriundos de outras localidades, certamente
haverá um impacto potencial sobre a infra-estrutura de saúde do município em cujo cálculo
da capacidade de atendimento não foi considerado um crescimento repentino da população
adulta, situação que enseja atenção do poder público e parceria com o empreendimento.
6.3.6.2. EDUCAÇÃO
No ano 2000, a População Economicamente Ativa (PEA), era composta pela população de
10 anos e mais de idade, que exerce trabalho remunerado, e alcançou 12.700 pessoas,
sendo majoritariamente urbana e do sexo masculino.
100
80
60
(%)
40
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Brasil Estado de Goiás Piracanjuba
Urbana Rural
Com exceção do ano de 2004, Piracanjuba vem obtendo saldos positivos no emprego
formal nos últimos anos, sendo que nos primeiros nove meses de 2007, apresentou saldo
positivo de 6,97% na flutuação de emprego formal, mas abaixo da média estadual de 8,42%.
Segundo dados relativos a 2005 houve em Piracanjuba, naquele ano, 324 ocorrências
registradas, a maioria furto, com 53,5% (Figura 137).
35
Proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 75,50, equivalente à metade do salário mínimo vigente
em agosto de 2000.
36
Varia de 0 (todos possuem a mesma renda, portanto, completa igualdade) a 1 (uma pessoa detém toda a renda e os demais
nenhuma). Logo, quanto mais próximo de 1, mais desigualdade na distribuição da renda.
Lesão
Homicídio Culposo Dolosa
Lesão 16%
3% Estelionato Roubo
Lei 6.368
Homicídio Tentativa Culposa
7% 6%
Uso de 2% 5%
tóxico
2%
Piracanjuba é um município que tem estado pouco tranqüilo, no que se refere à segurança
pública. A proximidade com municípios turísticos, da divisa de estado e com a BR 153
preocupa as autoridades locais, especialmente em relação ao tráfico de drogas.
O IDH – M computa o PIB per capita, corrige com o poder de compra da moeda de cada
país, leva em conta dois outros componentes: a longevidade e a educação. Para aferir a
longevidade, o indicador utiliza números de expectativa de vida ao nascer. O aspecto da
educação é avaliado pelo índice de analfabetismo e pela taxa de matrícula em todos os
níveis de ensino. A renda é mensurada pelo PIB per capita, em dólar PPC (paridade do
poder de compra, que elimina as diferenças de custo de vida entre os países). Essas três
dimensões têm a mesma importância no índice, que varia de zero a um.
O destaque do crescimento foi a educação, com 42,5%, seguida pela longevidade, com
35,5% e pela renda, com 22,3%. Se mantivesse esta taxa de crescimento de seu índice o
município levaria 30,5 anos para alcançar São Caetano do Sul (SP), o município com o
melhor IDH-M do Brasil (0,919), e 15,4 anos para alcançar Chapadão do Céu (GO), o
município com o melhor IDH-M do Estado (0,834).
37
PNUD, IPEA, FJP, IBGE. Atlas de Desenvolvimento Humano. 2000.
De acordo com a pesquisa IBGE Perfil dos Municípios Brasileiros – Assistência Social 2005
registra que, naquele ano, o órgão gestor da ação social de Piracanjuba é a Secretaria de
Assistência Social, responsável pelo Cadastramento Único para os programas do Governo
Federal.
• Conselho Tutelar
• Conselho Municipal de Saúde
• Conselho Municipal de Educação
A Secretária de Assistência Social, Gláucia Maria Cunha Sousa, informou que o município
desenvolve os seguintes programas:
A secretaria também conta com quatro creches, dois abrigos (um feminino e outro masculino
com 45 pessoas em cada), oferece cursos de qualificação profissional, faz doação de
enxoval e de roupas para a creche, ainda distribui fraldas e óculos.
Outro índice importante para a análise das políticas públicas de assistência social do
município é o grau de vulnerabilidade das famílias, medido a partir dos indicadores
apresentados no Quadro 85.
Observa – se que o percentual de crianças em famílias com renda inferior à 1/2 salário
mínimo, é ligeiramente inferior à média do estado no ano de 2000. Quanto ao percentual de
mães chefe de família, sem cônjuge e com filhos menores, percebe-se que o índice foi
significativamente reduzido entre 1991 e 2000 e no município é praticamente a metade do
índice do Estado de Goiás.
33.000
30.000
27.000
24.000
21.000
18.000
15.000
12.000
9.000
6.000
3.000
0
2000 2001 2002 2.003 2004 2005 2006
(Ano)
Consumidores Consumo Residencial Consumo Industrial
Consumo Comercial Consumo Rural Outros
Consumo Total
Fonte: SEPLAN – GO
Figura 139: Consumidores (N°) e Consumo (Mvh) de Energia Elétrica, por Tipo de Consumo em
Piracanjuba
No ano de 2000 o município já conseguia atender quase toda sua população com energia
elétrica com índice acima da média estadual, resultado de uma forte ampliação deste
serviço no decorrer da década de 1990.
Dos 7.166 domicílios recenseados em 2000, 4.908 (68,5%) são urbanos. A densidade
domiciliar era de (3,25), índice abaixo das médias estadual (3,5) e nacional (3,7).
Predominam os domicílios próprios, seguidos pelos cedidos e alugados. (Figura 141)
Cedido
Outros
20,0%
0,2%
Alugado
15,2%
Próprio
64,6%
Considerando-se a distância entre habitação e local de trabalho e o seu peso nos custos do
transporte, o aglomerado urbano mais próximo do empreendimento é o povoado de
Rochedo e a sede municipal de Piracanjuba e, nesse último, é onde pode haver maior oferta
de habitações para aluguel ou mesmo dormitórios disponíveis, para futuros trabalhadores do
empreendimento, originários de outros municípios.
Observando o Quadro 86, nota-se que houve praticamente a universalização dos serviços
de água encanada e coleta de lixo em domicílios urbanos no período de 1991 a 2000.
Quadro 86. Domicílios urbanos com água encanada e coleta de lixo em Piracanjuba.
Estado de Goiás Piracanjuba
Indicador
1991 2000 1991 2000
Água Encanada 70,6 88,7 72,4 92,4
Coleta de Lixo 64,7 91,3 69,7 95,0
Fonte: PNUD / IPEA / FJP / IBGE
Quanto aos resíduos sólidos não há uma destinação adequada pelos mesmos, estando hoje
sendo depositados em uma área da prefeitura sem os devidos cuidados sanitários.
Piracanjuba possui uma agência dos correios em sua sede municipal; telefonia fixa,
inclusive orelhões públicos, com 4.172 linhas e, celular. Captam-se os sinais das TVs
principais de país e por assinatura; Internet discada e banda larga.
As vias das sedes municipais são praticamente todas asfaltadas e em condições médias de
conservação e trafegabilidade. Em Piracanjuba o comércio encontra-se no centro da sede
municipal. Na medida em que vai se dirigindo para a borda do sítio urbano e as saídas para
outras cidades, passam a predominar residências, às vezes conjugados a equipamentos
públicos maiores, como postos de gasolina, faculdades, hotéis, etc.
O transporte ferroviário em Goiás está restrito a uma área situada ao sul do Distrito Federal
e a leste de Goiânia. Em operação, a mais próxima é a Ferrovia Centro – Atlântica com
destino aos portos de Santos e Tubarão. As principais cargas movimentadas são: farelo de
soja, derivado de petróleo, calcário para siderurgia, cimento, dolomita etc. Há projetos de
implantação de novos ramais, como o da Ferrovia Norte – Sul, articulada à Centro –
Atlântica; além do projeto da Ferronorte.
Piracanjuba também é conhecida como a Capital Goiana das Orquídeas, em função de sua
tradicional Exposição Nacional de Orquídeas, realizada sempre no mês de maio de cada
ano, há 24 anos consecutivos. O município está estruturando para visitação um Parque
Ecológico das Orquídeas, sob a forma de Área de Proteção Ambiental, com quase 440
hectares, situado a 12 km do centro da cidade. Também existe um projeto de construção do
Palácio das Orquídeas em Piracanjuba, como forma de incrementar o turismo e
profissionalizar o cultivo e comercialização das orquídeas no município.
As festas mais populares da cidade são as de São Sebastião, em janeiro, e dos padroeiros,
Nossa Senhora da Abadia, Divino Espírito Santo e São Benedito, realizada de 06 a 16 de
agosto, anualmente.
O Povoamento do município foi iniciado pelo Padre Marinho. Seu objetivo era estabelecer
relações comerciais entre os Estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo.
Piracan e Jubara, impossibilitados de se unirem para a vida, atiraram-se juntos ao rio, onde
pereceram. Logo após o infausto acontecimento, apareceu nas águas do mesmo rio uma
espécie de peixe até então nunca visto pelos índios. Supersticiosos, os selvagens
relacionaram o aparecimento do peixe ao suicídio dos dois jovens, denominando
Piracanjuba ao peixe e ao rio. Uniram-se as duas tribos, esquecendo-se as divergências até
então existentes."
Em 1907, a Vila voltou a denominar-se Pouso Alto, e, em 1943, retomou o nome, de origem
lendária, Piracanjuba, peixe e rio da região.
A Vila foi criada com a denominação de Nossa Senhora da Abadia do Pouso Alto, em 2 de
agosto de 1869, por Resolução Provincial nº 428 e a Cidade com denominação de
Piracanjuba, em 18 de novembro de 1886, pela Lei nº 786. Em 1944-48, eram compostos
dos distritos de Piracanjuba, Cromínia e Mairipotaba. ( Fonte: http://biblioteca.ibge.gov.br)
A ocupação humana no Centro Oeste Brasileiro parece ter se iniciado na fase final do
período Pleistoceno e inicial do Holoceno. Embora existam datas mais antigas, como as do
Abrigo do Sol (19.400 ± 1.100 A.P. e 14.740 ± 140 A.P.) e Santa Elina (23.320 ± 1.000 e
22.500 ± 500 A.P), verificadas por Miller (1983, 1987) e Vilhena-Vialou e Vialou (1994),
respectivamente, as datas mais aceitas remetem a cerca de 12.000 A.P.
DeBlasis & Robrahn-González (2003) sugerem que tais mudanças conduziram a criação de
"refúgio florestal”, mais ou menos distantes entre si e que teriam servido como pontos
estratégicos para o povoamento do Planalto Central Brasileiro no final do Pleistoceno.
Segundo Morales (2005), tal modelo pressupõe a existência de uma ocupação de grande
amplitude territorial, o que contribuiria para explicar a grande homogeneidade tecnológica
que parece caracterizar esse horizonte mais antigo. DeBlasis e Robrahn-González (2003)
sugerem que a característica mais marcante da indústria desses assentamentos mais
antigos de caçadores e coletores seja essa clara opção pela produção de artefatos
formalmente bem definidos.
Definida pela primeira vez por Calderon (1969) esta indústria lítica, conhecida como
Tradição Itaparica, é caracterizada por sua homogeneidade de técnica e forma. Seus
aspectos básicos são instrumentos plano-convexos unifaciais com gumes arredondados
(picões) ou ogivais (raspadores). Particularmente típicos desta tradição são os raspadores
sobre lascas espessas, retocadas em toda a circunferência denominados lesmas.
O Sistema de Cerrado, que de acordo com Barbosa (2002) pode ser entendido como
sistema biogeográfico, fornecia uma grande diversidade de alimentos às populações. A
maior parte dos restos alimentares identificados em sítios Itaparica é constituída de ossos
de vertebrados de grande, médio e pequeno porte como veados, tatus, roedores e répteis,
O período seguinte marca uma nítida ruptura com o anterior. A grande instabilidade
climática resultou na formação de um clima mais quente e úmido. Verifica-se a expansão
das áreas de floresta. Há um aumento gradual dos sítios arqueológicos. A indústria lítica,
conhecida arqueologicamente como Tradição Serranópolis, passa a apresentar,
principalmente em Goiás, lascas em basalto, obtidas por percussão dura e espatifamento.
Neste período sinais de organização espacial dentro dos assentamentos passam a ser
freqüentes como no caso do sítio do Gentil em Minas Gerais, onde as áreas de alimentação
eram dissociadas das áreas de lascamento. Enterramentos passam a ser abundantes, como
pode ser constatado nos abrigos de Serranópolis onde 18 enterramentos foram
identificados.
A utilização da cerâmica não se deu de forma rápida e uniforme. Os sítios com ocorrências
cerâmicas desta fase são esparsos e espalhados por uma vasta região. No planalto central
as ocorrências mais antigas vêm da região do norte de Minas e Goiás meridional,
principalmente do sítio do Gentio em Unai. Para Robrahn-González (1996) as datações
disponíveis até o momento, para os grupos portadores de indústria cerâmica relacionada à
Tradição Uma, sugerem dois momentos distintos, o primeiro a ocupação do Alto Araguaia e
médio Tocantins, teria início nos últimos séculos a.C. e iria até o começo da Era Cristã. O
segundo momento de ocupação estaria no Tocantins, no vale do rio Vermelho e no baixo
Paranaíba, e seria de período mais recente, de 720 a 1.210 d.C. (Robrahn-González
1996a).
De acordo com Wüst (1990) os grupos representantes da Tradição Una podem representar
o elo de ligação entre os grupos caçadores e coletores tardios e os primeiros agricultores
ceramistas. Tal hipótese é sustentada pelas sucessões estratigráficas obtidas no Centro
Oeste para o Alto Araguaia e a Bacia do Rio Vermelho (Morales, 2005). Segundo Oliveira e
Viana (2000), embora a hipótese da continuidade dos caçadores e coletores tardios aos
agricultores ceramistas da Tradição Una, só tenha sido constatada até o momento na região
do Alto Araguaia e na Bacia do Rio Vermelho algumas características corroboram esta idéia,
pois a implantação em áreas de cerrado/mata, acesso a recursos variados e diversificados e
solos mais propícios para o cultivo, representam, segundo o autor, elementos de transição
entre os grupos. No sudeste de Mato Grosso, este período de transição é atestado por
práticas agrícolas em um contexto não ceramista, evidenciado principalmente pelas
mudanças no padrão de assentamento como visto no sítio MT SL 37.
No caso da Tradição Uru, cujas origens podem estar associadas a grupos do Alto Xingu,
elas se espalham desde o Vale do Araguaia até o sudoeste do Mato Grosso e Bacia do
Tocantins. Eles ocupam, geralmente, regiões onde existem áreas de cerrado, perto dos
principais rios (Schmitz et alii 1981/1982, Prous 1992, Robrahn-González 1996a,
Heckenberger 1998 e Oliveira & Viana 1999/2000).
Quanto às datações, o momento mais antigo da ocupação em Goiás data do século VIII d.C,
havendo hipóteses de que esta ocupação tenha permanecido até o início da Conquista,
podendo mesmo ocorrer alguns sítios mais recentes associados aos índios Karajá. (WÜST,
1975).
Os sítios ligados à Tradição Aratu são em geral, grandes aldeias que se localizam
preferencialmente nas encostas suaves de colinas próximas a cursos de água de porte
variado.
Por fim, os sítios Bororo, estão em geral implantados ao longo dos rios de maior porte,
principalmente os navegáveis e que apresentam maior capacidade para a pesca, em áreas
de solo fértil próximos à mata ciliar. Há sinais de sítios da Tradição Bororo, próximo às
cabeceiras dos rios e em áreas de cerrado.
Apesar de ter sido encontrado apenas uma pequena ocorrência arqueológica nesse primeiro
momento, o potencial arqueológico da área é grande. Trata-se de uma área estratégica e
plana de grande visibilidade em todas as direções. Além do aspecto topográfico favorável, a
proximidade da água é outro fator importante para o benefício da ocupação humana,
permitindo seu abastecimento e a alimentação através da pesca e prática agrícola.
Esses fatores contribuem para que a área seja considerada de grande potencial
arqueológico. Sendo assim, deve ser realizado uma etapa de levantamento oportunístico
para melhor evidenciar a possibilidade da existência desse potencial cultural.
Pretende-se a partir dos dados obtidos por meio do levantamento sistemático, ter-se um
conhecimento mais detalhado e preciso do universo que será impactado, com o propósito de
fornecer subsídios para proposta de medidas mitigadoras e realizações de atividades de
monitoramento.
Deverá ser proposta a proteção da área dos sítios encontrados, caso contrário, ser proposto
o resgate dos sítios impactados. O resgate deverá ter por propósito pesquisar uma parcela
dos sítios que serão impactados considerando para a sua seleção critérios de significância e
de amostragem.
Organizações:
• Polícia Militar
• Igreja Católica
• Polícia Civil
• Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Piracanjuba
• Câmara Municipal
• Cooperativa Agroindustrial Mista de Piracanjuba – Cooapil
• Recivida – ONG
• Ministério Público Estadual
• Secretaria de Administração
• Secretaria de Ação Social
• Conselho Tutelar
• Sindicato Rural de Piracanjuba
• Faculdade de Piracanjuba
Aumento da Renda
para o Município
3
Geração de Empregos
4
Tecnologia
1
Geração de Emprego
7
Aumento da
criminalidade
Desrespeito às leis 1 Contaminação rios
Migração
2 1
5 Queimadas
1
Poluição
2
Mortandade fauna e
Impacto Social
flora
5
Monocultura 1
Impacto Ambiental
3
7
Fonte: Pesquisa de Campo, novembro de 2007
Figura 148: Aspectos considerados MAIS NEGATIVOS da implantação do empreendimento.
Para a maioria dos entrevistados (12) é possível e necessária a realização de parcerias com
suas organizações e um disse sim, mas com ressalvas:
O objetivo das entrevistas é o de identificar a percepção dos moradores dos imóveis rurais
vizinhos ao local da futura indústria, buscando qualificar suas expectativas em relação ao
empreendimento. Das 09 propriedades visitadas, em 06 a entrevista foi completa e nas
outras três os proprietários não estavam no local. Este trabalho foi desenvolvido na primeira
campanha de campo ao local, ocorrida em agosto de 2007.
Segundo os dados coletados, a maioria dos proprietários (05) reside no local, indicando o
uso misto do imóvel com residência e produção.
Três das seis propriedades possuem funcionários, sendo que todas há apenas um
funcionário. Delas em apenas uma a carteira é assinada, sinalizando para a presença da
informalidade nas relações de trabalho. Os salários pagos variam de um salário mínimo a
dois salários mínimos.
A maioria dos entrevistados não respondeu a questão sobre a renda média mensal (4) e,
apenas dois responderam: para um a renda média está na faixa de três salários mínimos e,
para o outro, cerca de R$ 20 mil.
Nas seis propriedades visitadas há domicílios com moradores, com uma e duas famílias. O
número de pessoas em cada propriedade varia: em três, residem quatro pessoas; em duas
fazendas, duas pessoas e em outra propriedade, três pessoas. As casas são todas de alvenaria,
possuem energia elétrica, abastecimento de água, cuja fonte predominantemente é a cisterna;
fossa séptica e o lixo doméstico é queimado (maioria), jogado a céu aberto e coletado.
DESTILARIA BOCAINA - EIA
287
Em praticamente todos os domicílios há os principais utensílios e eletrodomésticos como a
geladeira, rádio, TV, telefone e fogão a gás.
Há estudantes em quatro, das seis propriedades, com dois alunos no ensino médio, dois na
faculdade e um que não souberam precisar a série.
O único caso de doença registrado foi de ‘gota’. Quando necessitam de saúde procuram
atendimento médico em Piracanjuba e em Goiânia.
• “Geração de emprego”;
• “Geração de emprego e serviços”;
• “Progresso”.
Desenvolvimento para
o Município
Geração de Emprego
1
1
Renda
1
Riqueza para o
Município
1
Produção Não sabe
2 1
Contaminação do
Não sabe
solo
1
1
Imigração
2
Nenhum
2
Quatro dos seis entrevistados disseram que com o empreendimento a situação da região irá
mudar, indicando o seguinte cenário:
As de natureza ambiental strictu sensu, entendido como os meios físico e biótico, há uma
evidente preocupação com os impactos ambientais de um modo geral, e mais
especificamente em relação às queimadas e contaminação e degradação do solo..
Figura 151: Entrevistas com o Sargento Edmilson Ferreira de Paula, Polícia Militar, e com o Sr.
Lindolfo Neto da Silva, presidente da Câmara dos Vereadores
Figura 153: Entrevistas com o Dr. Keller Divino Branquinho Adorno, promotor de Justiça de
Piracanjuba e com o Sr. Artur José Pereira, Secretário de Administração de Piracanjuba
Figura 154: Entrevistas com o Sr. Francisco Sebastião Filho, Fazenda Bocaina, e com o Sr.
Joaquim Gomes Amorim, Fazenda São Pedro
A escola estadual atende a 150 alunos ano. Não tem o programa de alfabetização de
adultos, mas reinicia em janeiro uma nova turma do EJA (Educação de Jovens e Adultos).
Esse programa, começou em agosto deste ano no povoado e atendeu a 40 alunos, sendo
que formou 20. O programa oferece o ensino da 5° ao 9° ano em 01 semestre.
Com relação ao mercado imobiliário na cidade, os preços são inflacionados pelo lago da
Usina de Rochedo. Que atrai muitos moradores de Goiânia e região, o preço de uma casa
simples e chácaras, a partir de R$ 30 e R$ 70 mil, respectivamente.
Embora se constate boa resistência mecânica das formações superficiais frente aos
processos morfogenéticos, justificada pela textura areno-argilosa, a declividade, entre 10% e
20%, requer a adoção de medidas mitigadoras. Assim sendo, as obras de implantação da
unidade industrial deverão promover alterações significativas no relevo (através de cortes,
aterros e escavações, empréstimo e disposição de rejeito em bota-fora, construção de
canaletas, valas e outras ações tecnológicas), podendo intensificar os processos erosivos.
Tais ações podem gerar impactos em função da remoção de material, o que permite a
ativação dos processos morfogenéticos ligados diretamente às chuvas (efeito splash e
diferentes formas de escoamento superficial), responsáveis pela desagregação, transporte e
deposição de sedimentos, favorecendo o assoreamento de níveis de base localmente
representados pelo córrego do Bocaininha, tributário do rio Meia Ponte.
O aqüífero subterrâneo não sofrerá alterações a nível regional, quanto a sua área de
recarga, pois a área a ser impermeabilizada com edificações e pavimentação será pequena.
Contudo, a queima da biomassa não deixa de gerar poluentes, como o CO, CO2 e Material
Particulado (MP), os quais, se não forem tratados, contribuirão para o agravamento do efeito
estufa. Dados apresentados por LEAL et al (2005) estimam uma emissão média de 2,35 kg
de MP/tonelada de cana moída.
Refere-se a um impacto direto, adverso, de magnitude fraca, cíclico, reversível e com boas
condições de mitigação.
Existem vários trabalhos que tratam dos efeitos da queima da palha da cana-de-açúcar no
processo de corte manual. OMETTO, MANGABEIRA & HOTT (2004) mapeiam o potencial
de formação do ozônio troposférico, da acidificação e de toxidade humana em função da
queima da cana-de-açúcar. PATERLINI (2005) correlaciona a queima da palha da cana com
a produção de material particulado. VEDRASCO et al (2006) trata dos efeitos da poluição
gerada pela queima da cana na radiação solar e nos fluxos turbulentos na superfície. Sobre
os efeitos da queima da cana em problemas respiratórios destacam-se os trabalhos de
FRANCO (2000), MANÇO (2003) e MARREY (2001) que tratam dos aspectos médicos e
epidemiológicos associados às queimadas. Sobre as possibilidades de alterações
mutagênicas por hidrocarbonetos policíclicos reporta-se aos trabalhos de MARCHI (2006),
MIRRA & LATORRE (2001) e ZAMPERLINI et al (2000). FERREIRA (2006) mostra os
efeitos da queima da palha da cana-de-açúcar na supressão de remanescentes de
vegetação nativa e na mortandade de animais silvestres.
No preparo do solo, onde deverá ser contemplado o uso de herbicidas, e nas atividades
relacionadas aos tratos culturais, onde a pulverização através de agrotóxicos assume
relevância, o solo e os recursos hídricos tornam-se vulneráveis à contaminação. O preparo
Refere-se a um impacto direto, adverso, de magnitude fraca, cíclico, reversível e com boas
condições de mitigação.
O baixo teor de matéria orgânica no subsolo contribui para a aceleração dos processos
erosivos e a redução de armazenamento hídrico para as plantas.
Refere-se a um impacto direto, adverso, de magnitude fraca, cíclico, reversível e com boas
condições de mitigação.
Sobre o assunto destacam-se os trabalhos de NISHI (2006) e EMBRAPA (2004), que tratam
do significado da atividade canavieira no MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo).
AB´SÁBER et al (1990) apresentaram estimativas de carbono fixado por área de
produtividade: em situações de alta produtividade a estimativa de carbono fixado é de 13,1
tC.há-1.ano-1.
As atividades que poderão causar alterações à cobertura vegetal da AII pela atividade
agrícola são os barramentos para captação de água para a indústia e para irrigação e a
implantação do Projeto de Recuperação Florestal. Os barramentos dos cursos d’água
implicarão na supressão de APPs florestais nas áreas de acumulação, onde elas se fizerem
presentes.
Tendo em vista a cobertura vegetal deficiente da AII e que não está prevista a conversão de
áreas na mesma, esperam-se melhorias nas condições de cobertura vegetal da AII, em face
da extensão territorial do Programa de Recuperação Florestal. Trata-se da recuperação de
todas as áreas de preservação permanente presentes em propriedades rurais próprias,
através do replantio de mudas de árvores nativas ao bioma cerrado.
A incidência de impactos ambientais causada pela Usina Bocaina ocorrerá em três fases
distintas, sendo elas: fase de planejamento; implantação e operação. Os impactos decorridos
na fase de planejamento são desconsiderados no presente estudo, com as análises e
avaliações concentradas nos impactos das fases seguintes, de implantação e operação.
Com relação à fauna geral e organismos aquáticos, a fase de planejamento somente causou
impacto, no sentido de afugentamento de animais e remoção de alguns substratos (pedras e
galhos) do leito dos cursos d’água, devido à presença da equipe de trabalho nas áreas
Por ocasião da supressão da vegetação (paisagem local nativa ou não), poderão ser
eliminados animais de pequeno porte e também a micro fauna do solo com a retirada da
cobertura do solo.
Quanto aos recursos hídricos, a perda de vegetação e remoção do solo para abertura de
acessos poderá levar a carreamento de solo ao corpo aquático, ocorrendo o assoreamento.
Este pode produzir importantes efeitos sobre a qualidade ambiental: alteração dos habitats,
diminuição da produção autóctone, alteração da relação entre quantidade de material
orgânico e inorgânico no sedimento.
Os impactos sobre a fauna, durante essa fase, ocorrem de forma bem menos intensa, visto que
os animais já estariam, de certa forma, condicionados nas regiões remanescentes de
vegetação.
A utilização do fogo para realizar a limpeza da cana para seu corte manual é um dos
aspectos ambientais que mais causa impacto o que, no caso, será reduzido pela adoção da
colheita mecanizada em 100% da cana plantada, podendo ocorrer apenas em casos
acidentais ou criminosos, proporcionando à fauna terrestre um impacto adverso, mas de
magnitude fraca, temporária, de abrangência local, reversivel e de regular condição de
mitigação.
Para efeito da análise dos impactos sobre o meio antrópico foi considerada, também, uma
fase anterior à implantação, isto é, a fase de planejamento do empreendimento pelos
notórios efeitos decorrentes da especulação sobre a comunidade afetada, principalmente
nas áreas rurais, na área de influência direta do empreendimento.
Este é um impacto efetivo, direto, benéfico, acentuado, imediato, temporário e local, cuja
boa condição de otimização poderá realizar-se com um Programa de Recrutamento,
Qualificação e Treinamento da Mão-de-Obra Local.
DESTILARIA BOCAINA - EIA
313
7.3.2.3. DESARTICULAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA
Este é um impacto efetivo, direto, benéfico, acentuado, de curto prazo, temporário, local e de
média condição de otimização, adotando-se um Programa de Responsabilidade Sócio-Ambiental.
Resulta daí um impacto efetivo, direto, benéfico, moderado, imediato, temporário, local e de boa
condição de otimização através de Ações de Aquisição de Produtos e Serviços em Piracanjuba.
As culturas anuais, hoje efetivadas na região, implicam em maior utilização desses produtos
do que a cana-de-açúcar.
A expansão da área de cultivo da cana-de-açúcar, por outro lado, irá ocasionar competição
com outras culturas e/ou atividades agropecuárias, com cadeias produtivas consolidadas,
como a produção de carne, atualmente numa situação de incertezas e perdas econômicas.
Vale resaltar que o empreendedor irá trabalhar com parte de produção própria e parte de
fornecedores, o que reduz a possibilidade de quebra de cadeias produtivas consolidadas na
região. Por outro lado, como já citado, irá diversificar a produção oferecendo nova opção de
cultivo aos agricultores.
Com a ampliação da área de cultivo nesta fase, deverá intensificar também a imigração
temporária de trabalhadores originários de outras localidades da região e do país. Nos trabalhos
de campo identificou-se que este é um dos aspectos que preocupa a comunidade e autoridades
locais, receosas de uma difícil convivência em função do estranhamento por serem portadores
de diferentes hábitos e costumes, por vezes conflitantes com os do lugar. A implantação de
empreendimentos similares no Estado de Goiás tem contribuído para a amplificação deste
impacto. Com a adoção da colheita mecanizada em 100%, essa imigração será bastante
reduzida e, com o aproveitamento de mão de obra local e, ainda, com o treinamento para esse
aproveitamento, esse impacto será fortemente atenuado.
Para o empreendimento, no seu pico, está prevista a geração de 1.413 empregos diretos,
sendo 1.210 na área agrícola, 203 na indústria.
Deverá ocorrer o aumento da renda, uma vez que a remuneração média mensal será de cerca
de R$ 600,00 e, considerando-se 1.400 trabalhadores diretos, então, potencialmente, somente
com salários, poderá haver um ingresso mensal de aproximadamente R$ 840.000,00 na
economia de Piracanjuba, parte do qual deverá entrar no ciclo econômico de elevação do
consumo e da oferta por bens e serviços que, por sua vez, refletirá na geração de empregos
e efeito-renda.
Para grande parte dos impactos ambientais diagnosticados e analisados foi possível indicar
medidas de mitigação ou otimização capazes de atenuar ou potencializar seus efeitos.
• Prospecção Arqueológica;
• Controle Ambiental de Implantação;
• Controle de Paralisações de Obras da Unidade Industrial;
• Controle Ambiental de Operação;
• Saúde e Segurança Ocupacional;
• Programa de Comunicação Social;
• Ações de Aquisição de Produtos em Piracanjuba;
• Recrutamento, Qualificação e Treinamento de Mão de Obra;
• Responsabilidade Sócio-Ambiental;
• Monitoramento dos Indicadores Sociais da AII;
• Articulação Institucional;
• Recuperação Florestal;
• Monitoramento da Fauna e de Organismos Aquáticos;
• Programa de Gestão e Monitoramento do Transporte.
Partindo do princípio de que poderão existir cortes e aterros de certa proporção, dada às
condições topográficas locais (c22), as medidas mitigadoras começam com a restrição no
número e porte das vias de acesso a serem construídas. Na eventualidade de se necessitar
de empréstimo de material para aterros, alguns procedimentos deverão ser adotados, como:
Esses impactos foram classificados como adversos e moderados por serem localizados,
vinculados principalmente ao funcionamento de máquinas, caminhões e demais
equipamentos na movimentação de solo e rocha.
O problema gerado pela queima de combustíveis fósseis (CO2, CO, HC, NOx e MP) pode
ser reduzido com a manutenção periódica de caminhões e outros equipamentos, além da
possibilidade do uso de diesel com baixo teor de enxofre, ou preferencialmente,
combustíveis alternativos, como o gás natural, o etanol ou o biodiesel, que reduzem
significativamente a concentração dos gases do efeito estufa. Dados obtidos por VIANNA
(2003) mostram que o biodiesel reduz em 50% a concentração do CO2 (dióxido de carbono),
55% do MP (Material Particulado), 100% do SO2 (dióxido de enxofre) e 50% do HC
(hidrocarbonetos).
Com base nos parâmetros meteorológicos, o melhor período do dia para as atividades
relacionadas ao movimento de máquinas e tratores seria a partir das 8:00 horas, quando a
camada de mistura apresenta tendência convectiva. Essas condições favorecem a mistura e
dispersão de gases, atenuando os efeitos da concentração de poluentes ou de material
particulado no local de trabalho. A poeira fugitiva poderá ser atenuada com a umectação
sistemática das estradas de serviço.
• Nas práticas de caráter vegetativo utiliza-se a vegetação para defender o solo contra
a erosão, como florestamento e reflorestamento, ou ainda plantas de cobertura.
Entende-se que tais impactos serão atenuados após as primeiras safras onde a palha
da colheita mecanizada da cana-de-açúcar (cobertura morta) deverá ficar
incorporada ao solo;
• As práticas de caráter edáfico consistem em: controle do fogo, que destroem grande
parte da matéria orgânica incorporada ao solo; adubação verde, que protege o solo
da ação direta da chuva, melhora as suas condições físicas e aumenta a
concentração de matéria orgânica; adubação química, com adoção de plano racional;
adubação orgânica, que exerce importante papel de melhoramento das condições
para o desenvolvimento das culturas, com redução de perdas de solo e da água por
erosão; e a calagem que proporciona melhor cobertura vegetal do solo, refletindo em
maior proteção contra o impacto das gotas da chuva. Reduzindo-se a ação do splash
(ação desagregadora da gota da chuva) e o escoamento superficial, reduzir-se-á
também o arraste do material desagregado, atenuando a possibilidade de
assoreamento de níveis de base locais como as veredas e respectivos cursos
d´água;
A cana-de-açúcar, apesar de ser uma cultura semi-perene e cada sulco funcionar como
pequeno terraço, as perdas por erosão não deixam de ser expressivas, situando-se na faixa
de 12 a 15 t.ha-1ano-1 de sedimentos arrastados. Sendo o período mais vulnerável à erosão
o do plantio, que ocorre entre novembro e maio, coincidindo com as maiores intensidades
pluviométricas, torna-se imprescindível a adoção de práticas conservacionistas.
A erosão eólica bem como a concentração de partículas sólidas na baixa troposfera, como a
poeira fugitiva, poderão ser reduzidas com o aumento da estabilidade do solo e rugosidade
da superfície, além de se manter a vegetação ou resíduos de culturas na superfície.
Acredita-se que o processo de fertirrigação a ser adotado no período de estiagem e a
incorporação de restos de cultura a partir da primeira safra, tanto a erosão eólica quanto a
dispersão da poeira fugitiva serão atenuadas. Os autores recomendam, para o controle da
erosão eólica, a implantação de cordões de vegetação permanente, considerando a direção
predominante dos ventos.
Com relação à erosão eólica BERTONI & LOMBARDI NETO (1990) recomendam medidas
convencionais como:
Partindo do princípio que muito pouco se pode fazer com relação ao comportamento da
textura e densidade do solo, a alternativa que resta é estabilizá-lo através de manejo e
exercer alguma influência na sua umidade, na matéria orgânica e, em menor proporção, na
DESTILARIA BOCAINA - EIA
325
atividade dos seus microrganismos. Concluem que a melhor influência na estabilidade do
solo é feita pelas práticas de seu preparo, sendo o meio mais eficiente para o controle da
erosão eólica a cobertura protetora na superfície do solo.
• Umectação sistemática das vias não pavimentadas, com maior freqüência no período
de estiagem, podendo inclusive utilizar da vinhaça que apresenta propriedade
seladora das partículas do solo;
• Regulagem sistemática dos motores das máquinas e caminhões;
• Utilização de combustível (diesel) de baixo teor de enxofre, ou ainda se possível
emprego de combustíveis alternativos como o biodiesel, o gás natural e o etanol;
• Emprego de caminhões e máquinas com cabines à prova de poeira, e
consequentemente, de ruído e gases, dotados de ventilação interna;
• Uso sistemático de EPIs, como máscaras respiradoras dotadas de filtros específicos,
protetores auriculares e viseiras, sobretudo para os trabalhadores envolvidos
diretamente com essas atividades;
• Manutenção de um programa de saúde e segurança ocupacional para os
trabalhadores, com exames médicos sistemáticos e cursos de segurança no trabalho.
Visando assegurar a proteção das margens dos cursos d’água e das nascentes na área do
empreendimento, devem ser mantidas e preservadas uma faixa de segurança, conforme
estabelece a legislação, ao longo das drenagens, onde não deverão ser feitos
desmatamento ou construções.
• Resíduos sólidos
O bagaço da cana deverá ser queimado na caldeira, sendo que o excedente de energia co-
gerada será disponibilizado no sistema de transmissão da CELG. A queima do bagaço gera
contaminantes gasosos (CO, CO2 e MP), cujas medidas mitigadoras serão consideradas
adiante.
• Efluentes gasosos
Os demais resíduos líquidos gerados na destilação retornarão aos respectivos circuitos após
pré-tratamento. Água condensada do evaporador e aquecedor tem como destino a caldeira,
água condensada do aquecedor de caldo será utilizada na embebição da moenda, a água
de refrigeração dos aparelhos da destilaria retornará ao processo após resfriamento e a
água de lavagem de piso e equipamentos será utilizada no processo de irrigação da lavoura.
A geração de energia se caracteriza como impacto benéfico, devendo ser otimizada com a
comercialização de crédito carbono. Os efluentes gasosos resultantes da queima do bagaço
da cana, caracterizados como impacto adverso, foram tratados no tópico anterior.
Para se atenuar os impactos relativos à erosão pluvial, desde a preparação do solo até a
colheita, devem ser adotadas práticas conservacionistas como as de caráter vegetativo,
edáfico e mecânico, descritas anteriormente, concernente às atividades agrícolas na fase de
implantação do empreendimento.
Uma das principais formas de atenuação dos impactos relativos à emissão de partículas e
gases na camada de mistura refere-se à adoção pela indústria da colheita 100%
mecanizada, devendo esse impacto não ocorrer, exceto em caso da queima acidental ou
mesmo criminosa.
Considerando que 57,2% da área de influência indireta apresenta declividade inferior a 4%;
e que o restante encontra-se caracterizado por formas convexas, com declividade
predominante em torno de 10%, a mecanização do corte de cana é perfeitamente factível
em pelo menos 65% da AII. Esse fato é favorecido pela constituição das formações
superficiais areno-argilosas, que proporcionam resistência mecânica dos agregados. Diante
disso torna-se possível a eliminação de impactos atmosféricos que seriam produzidos com a
queima da palha da cana-de-açúcar, embora reduzindo a geração de emprego e renda
voltados à colheita manual.
Para combater essas doenças e atenuar impactos ambientais, necessário se faz a adoção
das seguintes medidas de controle: variedades resistentes, viveiros sadios, tratamento
térmico de mudas, época de plantio e manejo da época de colheita. A correta identificação
das doenças proporciona condições para a aplicação de medidas mais eficientes de
controle.
38
Existem mais de 200 doenças relacionadas à cultura da cana-de-açúcar. Destas, pelo menos 58 foram detectadas no Brasil,
das quais 10 podem ser consideradas de grande importância econômica para os produtores.
A vinhaça, por se tratar de um resíduo altamente poluidor do meio ambiente, deve ser
armazenada em tanques preferencialmente impermeabilizados com manta do tipo PEAD
para posterior distribuição na lavoura. A distribuição da vinhaça diluída se dá através de
caminhões tanques ou por um sistema de irrigação constituído de redes adutoras de
vinhaça e/ou canais impermeabilizados, devendo ser dimensionada corretamente para não
haver concentração do produto ou onerar os custos.
a) Meio Ambiente;
b) Ecologia;
c) Preservação;
d) Água; e,
e) Reciclagem.
Os temas devem ser discutidos com meios didáticos e linguagem adequada a cada público-
alvo, e englobar as atividades que ocorrem na indústria, seus riscos ambientais principais e
as responsabilidades de cada colaborador por sua execução ambientalmente correta.
Para mitigar o impacto ambiental na fase de implantação, gerado pela abertura de acessos;
construção da usina, construção de acampamentos, obras de drenagem e circulação de
veículos afetando as populações da biota terrestre e aquática na sua redução e perda de
habitat como ainda a simplificação da fauna através da caça e morte por atropelamento,
está sendo proposto a elaboração e implantação dos programas de levantamento e
monitoramento da biota terrestre e aquática, educação ambiental, e um eficaz controle e
minimização de desmates e aplicação juntamente com a implantação do programa de
recuperação das áreas degradadas para aumentar a oferta de habitat para a fauna local e o
programa de controle e implantação de normas internas de conservação da fauna e flora.
O aumento da demanda por serviços e equipamentos públicos poderá ser mitigado através
de cooperação entre o empreendimento e o poder público municipal, no que se refere às
iniciativas voltadas à educação, saúde, transporte, lazer e cultura. Seguramente ao
empreendedor não lhe cabe implantar equipamentos e infra-estrutura pública, podendo, no
entanto, agir de modo solidário em ações concretas que favoreçam a comunidade local.
Contribuirá para a efetiva mitigação deste impacto a implantação do referido Programa de
Responsabilidade Sócio-Ambiental.
A elevação da demanda local por serviços e produtos do comércio é um impacto que pode
ser otimizado com a decisão do empreendedor em adquirir o máximo possível de produtos e
serviços no mercado local. Desse modo, o aquecimento da economia deverá gerar novos
empregos, efeito-renda, renovando o ciclo no mercado consumidor. Sugere-se, então, a
implementação de Ações de Aquisição de Produtos e Serviços em Piracanjuba.
Tais Diretrizes estão ordenadas segundo a formatação sistemática dos impactos ambientais
possíveis e efetivos das atividades agrícolas nas fases de implantação e operação, bem
como em suas possibilidades de mitigação, conforme Quadro 87 a seguir.
Além das práticas de conservação de solo em áreas de pousio, a empresa poderá adotar a
pratica de rotação de cultura com leguminosas, contribuindo para a preservação do solo.
Todas as áreas agrícolas devem observar as distâncias adequadas de áreas de
preservação permanente. Os impactos potenciais serão atenuados após as primeiras safras,
com retenção de restos culturais nas áreas.
Uma parte expressiva da mitigação desses impactos está ligada ao adequado planejamento
e monitoramento das atividades que os envolvem. Para racionalizar o controle sobre o
potencial impactante das atividades, portanto, seu planejamento e monitoramento devem
ser partes dos programas de controle ambiental.
Enfase deve ser dada à abordagem prevencionista dos defensivos agrícolas utilizados na
cultura da cana, incluindo sistemas eficazes de manejo de defensivos agrícolas e de
conservação de solos, bem como a priorização, dentro da viabilidade econômica, de
defensivos agrícolas de classes de menor toxicidade ambiental.
Procedimentos administrativos específicos devem ser criados, sob forma de check-lists, com
requisitos mínimos a serem atendidos e/ou recomendações específicas para a aquisição de
máquinas e equipamentos. Devem ser favorecidos equipamentos com menores níveis de
emissões, cabines fechadas com exaustores, ventiladores ou condicionadores de ar interno
para proteção contra ruídos e emissões.
Cabe destacar também o intenso treinamento com colaboradores que devem ser aplicados
no âmbito do programa de saúde e segurança ocupacional, no que concerne a riscos
ambientais e à saúde inerentes a cada atividade potencial ou efetivamente impactante.
• Contaminação do solo e das águas por efluentes líquidos e resíduos sólidos e efeitos
sobre a biota;
Deve ser previsto quebra-vento no entorno de toda a unidade industrial, com árvores altas e
pelo menos duas linhas intercalares de plantio - Eucalyptus sp. é uma opção adequada para
a função. Quebra-ventos são úteis na retenção de parte das emissões atmosféricas de
material particulado, na atenuação de ruídos e no aspecto paisagístico.
Isto visa atenuar a demanda por movimentação de terras na implantação da unidade. Para
os componentes para os quais tal condição não for possível, após sua desativação, deve ser
prevista a descompactação e correção do solo e o plantio de cobertura vegetal segundo
projeto paisagístico.
A partir dos estudos topográficos deverão ser calculados os volumes de corte e aterro e a
necessidade de movimentação de terras. Deve ser priorizada a busca do equilíbrio de
volumes dentre as obras da AID.
Prevê-se infiltração direta de águas de drenagem pluvial da unidade industrial. Para isto, é
importante que o sistema de canaletas de drenagem pluvial seja projetado de forma a não
permitir a mistura das águas pluviais com águas de lavagem do interior da unidade industrial.
As caldeiras para geração de vapor contarão com sistema de controle das emissões por
lavadores de gases, com alta eficiência de remoção.
Tal galpão deverá ser coberto e pavimentado, com declividade direcionando a uma canaleta
específica para uma caixa de retenção blindada, para contenção de eventuais vazamentos.
O volume da caixa de contenção deverá ser compatível com a capacidade do galpão, tendo
em vista que a maior parte dos produtos estocados é seca.
O galpão deverá ser cercado com portões e ordenado em baias, com as adequações
necessárias à estocagem de cada resíduo industrial. O local deve ainda comportar uma
margem de excesso em caso de emergências.
Tal programa busca também o cumprimento da Lei 3929/64, da Portaria IPHAN 230/02 e
das Resoluções CONAMA pertinentes ao tema. Seu escopo baseia-se em uma fase de
levantamento do potencial arqueológico da área e em seu registro e salvamento, se for
constatada sua ocorrência.
O programa terá curta duração, devendo ser realizado previamente à fase de implantação.
Deverá ser executado por arqueólogos com autorização do Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional, IPHAN e terá duas etapas básicas:
• Caso sejam encontrados vestígios culturais nestas áreas, os mesmos deverão ser
registrados junto ao IPHAN e seu resgate deverá ser executado previamente às
intervenções sobre as áreas.
• Monitoramento periódico da fertilidade dos solos para reposição adequada dos níveis
exigidos de corretivos e adubos químicos e orgânicos, bem como de manejo das
dosagens de adubação;
Cabe lembrar que o Decreto Federal 2661 de 08.07.1998 prevê a redução da queima de
cana-de-açúcar à relação de 25% a cada 5 anos, para áreas mecanizáveis, bem como a Lei
Estadual Nº 15.834, de 23 de novembro de 2006 dispõe sobre redução gradativa da queima
da palha de cana-de-açúcar em áreas mecanizáveis, considerando que em 100% da área
cultivada será adotada a colheita mecanizada.
Uma estrutura física e operacional de saúde e segurança ocupacional deverá ser implantada
no âmbito da gestão de recursos humanos previamente às fases de instalação. Para tanto,
deverão ser também atendidas algumas recomendações:
• Imunizar os colaboradores, sob orientação médica, com vacinas contra tétano, febre
amarela, dengue e febre tifóide e outras, na periodicidade e dosagem recomendadas;
9.6.1. Justificativa
9.6.3. Metodologia
Desde a fase de planejamento, com duração por tempo indeterminado, mas pelo menos até,
no mínimo, 02 anos após o início da fase de operação.
9.6.7. Produtos
9.7.1. Justificativa
9.7.2. Objetivo
9.7.3. Metodologia
9.8.1. Justificativa
9.9.1. Justificativa
9.9.2. Objetivo
A estruturação deste programa prevê atividades em três frentes e tem como pilares duas
vertentes de atuação: as ações, o monitoramento e a avaliação das ações. As ações
propriamente ditas são aquelas decorrentes das diretrizes e metas estabelecidas entre os
parceiros. Volta-se para a mitigação e prevenção nas áreas de saúde, educação, cultura,
lazer, segurança pública e assistência social. Terá como uma das principais diretrizes a
questão da prostituição infanto-juvenil, educação sexual e DSTs.
9.9.6. Parceiros
9.9.7. Produtos
Para registro das atividades e resultados parciais deverão ser emitidos relatórios mensais,
onde deverão constar os problemas detectados e as medidas tomadas para sua solução.
9.10.1. Justificativa
9.10.2. Objetivo
9.10.3. Metodologia
9.10.7. Parceiros
9.10.8. Produtos
9.11.1. Justificativa
9.11.3. Metodologia
A estruturação do programa prevê atividades em três frentes e tem como pilares duas
vertentes de atuação: as ações, o monitoramento e a avaliação das ações. As ações
propriamente ditas são aquelas decorrentes das diretrizes e metas estabelecidas entre os
parceiros. São voltadas para a mitigação e prevenção nas áreas de saúde, educação e
segurança pública.
9.11.6. Produtos
Para registro das atividades e resultados parciais deverão ser emitidos relatórios anuais, onde
deverão constar os problemas detectados e as medidas de correção tomadas para sua solução.
9.12.3. Metodologia
Serão quatro pontos amostrais estabelecidos no EIA, localizados nos córregos São Pedro e
Ponte Furada e nos ribeirões da Cachoeira e das Bocainas:
As amostras serão fixadas com formol e levadas ao laboratório, onde serão feitas a lavagem
e a triagem do material. Logo após, os organismos serão identificados e contados. De posse
desses dados, serão feitas comparações entre os pontos amostrais e entre os diferentes
períodos, procurando avaliar as modificações na estrutura da comunidade de durante e de
após a implantação do projeto.
9.12.4. Produtos
Empreendedor.
9.13.3. Justificativa
A metodologia geral em relação à esse tipo de impacto na vegetação deve merecer uma
importância em relação aos métodos utilizados e a escolha adequada da recuperação
ambiental das áreas que sofreram o processo de desmatamento.
a) Nível básico - prevenção de efeitos maléficos para a área ao redor da área industrial (AII)
e na área industrial (AID), porém sem medidas para recuperação do local degradado;
b) Nível parcial - recuperação da área a ponto de habilitá-la para algum uso, mas
deixando-a ainda bastante modificada em relação a seu estado original;
c) Recuperação completa - restauração das condições originais do local (especialmente
topografia e vegetação) e principalmente da instauração dos corredores dispersosres
de fauna.
O material resgatado poderá ser replantado nas áreas previstas pelo projeto como nas
áreas de APP e Reserva Legal (RL). Na APP a ser reflorestada deve ser avaliada a
topografia local, de forma a que se selecionem espécies de maior resistência à umidade a
serem plantadas em áreas planas (que deverão formar bacias de acumulação) e espécies
mais adequadas a solos mais drenados, em topografias mais declivosas, onde a umidade
do solo não se acumulará. Tanto as áreas recuperadas em áreas de Reserva Legal (RL)
como as áreas formadas pela APP deverão ser anualmente monitoradas para registro de
transformações.
9.13.5.1.3. Monitoramento
A escolha de espécies para utilização em recuperação de áreas degradadas deve ter como ponto
de partida estudos da composição florística da vegetação remanescente da região. As espécies
pioneiras e secundárias iniciais deverão ter prioridade na primeira fase da seleção de espécies.
Podem-se buscar três opções que poderão ser utilizadas isoladamente ou em conjunto:
Espécies nativas devem ter preferência sobre as introduzidas. Essas últimas, em geral,
criam problemas em algum ponto do futuro, como, por exemplo, a susceptibilidade a
doenças ou a insetos, a exclusão de outra vegetação desejável, inibição do ciclo de
nutrientes, susceptibilidade ao fogo, exclusão da fauna, uso excessivo de água, interrupção
e supressão de interação biológica, etc.
A fauna deve ser considerada quando se selecionam espécies de plantas para recuperação.
A recuperação não deve somente empenhar-se em estabelecer o habitat faunístico, mas
atrair a fauna para os locais recuperados, com o propósito de incrementar a diversidade de
espécies de plantas.
• Propagação de Espécies
• Plantio
A semeadura pode ser feita a lanço ou por hidrossemeadura. Em vez de enterrar sementes
em sulcos, a semeadura a lanço as deixa exposta na superfície do local, exigindo a
colocação de uma cobertura de solo. A hidrossemeadura é uma técnica mecanizada,
semelhante à semeadura a lanço. O aparelho utilizado consta de um tanque, de uma
bomba, de agulheta e motor. A mistura de sementes, água e fertilizantes pode ser lançada a
uma distância de 60 metros. As vantagens da hidrossemeadura são: capacidade de cobrir
áreas inacessíveis (declives íngremes, por exemplo), rapidez e economia.
A prática do plantio de árvores juntamente com gramíneas é recomendada, uma vez que as
gramíneas asseguram uma boa proteção do solo, enquanto as árvores estão crescendo.
Após a revegetação com gramíneas e/ou árvores, um segundo plantio é planejado, em que
a mistura e a diversidade de espécies deverão ser aumentadas, criando-se uma
comunidade vegetativa mais permanente. Em áreas recentes de recuperação deve se evitar
o pastoreio, até que a vegetação possa tolerar tal uso.
A erosão pode ser controlada fazendo-se uma escavação manual para restabelecer a
drenagem adequada, seguida pelo enchimento do sulco da erosão e seu plantio. As
formigas cortadeiras são controladas com veneno. O controle de ervas daninhas deve ser
feito enquanto as mudas das árvores são muito pequenas, não necessitando mais fazê-lo
após o crescimento.
9.13.6. Cronograma
9.13.9. Produtos
Banco de germoplasma, que poderá ser reimplantado nas áreas de APPs adjacentes e
Áreas de Reserva Legal na AID, com monitoramento periódico.
Muitas espécies de anfíbios, répteis, aves, mamíferos, peixes e invertebrados têm estreita
fidelidade aos seus respectivos habitats e dependem diretamente de condições ambientais
favoráveis para atividade de forrageio, reprodução e mesmo sobrevivência. Particularmente
os anfíbios, por sua pele permeável, ciclo de vida complexo e forte dependência de água
para reprodução, são bastante sensíveis a alterações dos habitas e/ou microclímas onde
vivem, tendo sido sugeridos como potenciais indicadores de qualidade e degradação
ambiental. Também a facilidade de amostragem faz destes animais objetos apropriados
para estudos e programas de monitoramento de habitas naturais ou que sofreram o impacto
e necessitem medir a eficiência de medidas mitigadoras e de reabilitação.
9.14.1. Objetivos
9.14.2.1. JUSTIFICATIVA
9.14.2.2. METODOLOGIA
O programa deverá seguir os métodos de amostragem aplicados para cada táxon (Peixes,
Anfíbios, Répteis, Aves e Mamíferos e Organismos Aquáticos), na obtenção das
informações quali-quantitativas da estrutura destas comunidades, com início na implantação
do empreendimento e até 3 anos de operação.
9.14.3.1. OBJETIVO
O programa deverá seguir os métodos de amostragem aplicados para cada táxon (Anfíbios,
Répteis, Aves, Mamíferos e Insetos), na obtenção das informações quali-quantitativas da
recolonização destes ambientes, com um esforço amostral de 120 horas bimestralmente (de
dois em dois meses) e com início no plantio da cana até seu corte. Esse programa deverá
ocorrer durante toda etapa de operação.
9.14.4.1. OBJETIVO
9.14.4.2. METODOLOGIA
O programa deverá seguir o método de censos de carro percorrendo os acessos com fluxo
de veículos. A fauna morta por atropelamento deverá ser identificada, mensurada,
fotografada, com sua posição georeferenciada e quando possível coletada, fixada e
conservada em tambores para aproveitamento científico do material. Este programa deverá
ocorrer continuamente durante todas as etapas da implantação e operação.
9.14.5.1. OBJETIVOS
9.14.5.2. METODOLOGIA
9.14.6.1. OBJETIVO
O programa informação cuidado com animais peçonhentos tem como objetivo, informar e
sensibilizar sobre os possíveis acidentes com serpentes venenosas, aranhas, lacraias e
escorpiões. Esses táxons podem recolonizar as áreas plantadas com cana.
9.14.6.2. METODOLOGIA
9.14.8.1. JUSTIFICATIVA
A ação do fogo acidental e criminosa em áreas de domínios do bioma Cerrado, bem como
em áreas plantadas com cana de açúcar (canaviais) se constitui um importante agente
modificador da paisagem, com alterações físicas e bióticas, afetando principalmente a
estrutura e a composição da flora e fauna.
Em sua maioria, os incêndios e/ou queimadas que ocorrem nas mais diversas localidades
são intencionais, advindas de práticas incorretas ou ações simplesmente predatórias,
promovendo impactos importantes ao ambiente, tanto em áreas de vegetação natural
conservadas, quanto em paisagens de uso antrópico como as pastagens naturais e
plantadas.
Os canaviais muitas das vezes estão em contato próximo com as formações vegetais
naturais e podem corroborar com a propagação e intensificação do fogo, sugerindo assim
uma ação para minimizar e controlar possíveis focos ou incêndios principalmente nos
períodos críticos para a região que está entre os meses de julho a novembro pela ação das
queimadas.
9.14.8.2. OBJETIVOS
Propor estratégia de prevenção e controle dos focos e incêndios para a preservação das
áreas de paisagens naturais e ou canaviais na diminuição do seu impacto na fauna local.
9.14.8.3. METODOLOGIA
O programa deverá criar uma brigada de incêndio promovendo o treinamento dos usuários e
garantir a infra-estrutura de apoio com a disponibilização de caminhão tanque, material de
abafamento do fogo, EPIs de segurança e outros. Este programa deverá ocorrer
continuamente durante todas as etapas da implantação e operação.
DESTILARIA BOCAINA - EIA
374
9.14.9. Quadro Síntese dos Enfoques dos Subprogramas da Fauna
Uma característica marcante na produção de álcool, tendo como matéria prima a cana-de-
açúcar, é o seu transporte para a planta industrial, trabalho que é realizado de forma
ininterrupto no período da safra, representando um aumento significativo do trânsito no
trecho entre os canaviais e a área industrial.
Outro fator constatado em outras regiões produtoras de cana é a queda de cana nas
estradas vicinais e nas rodovias durante o transporte, representando um transtorno para
usuários e para o meio ambiente.
Esse transporte pelas estradas vicinais, pelo seu volume, acarreta uma grande produção de
poeira que representa problemas para os proprietários rurais e usuários tanto em termos de
desconforto em sedes próximas às vias quanto em relação à segurança do trânsito com a
redução da visibilidade.
• Sinalizar todo o trecho utilizado das rodovias no transporte com placas de advertência,
em comum acordo com a AGETOP.
• O controle de poeira no percurso será realizado 24 h por dia por meio de um caminhão
pipa. Essa operação será ininterrupta, ou seja, ela acontecerá de forma constante, ao
longo dos dias de colheita nas estradas, onde o tráfego de veículos da empresa
estiver ocorrendo.
O Quadro 90, a seguir, mostra o cronograma dos programas ambientais propostos (exceto
os de controle ambiental de implantação, paralização e operação), época de sua
implantação e vigência, o responsável pela implantação, os recursos humanos necessários
e os seus respectivos controles.
Responsabilidade Sócioambiental
x 04
Relatórios
anuais
Monitoramento da Qualidade das Águas e da x 02
Relatórios
Comunidade Bentônica anuais
Relatórios
Saúde e Segurança Ocupacional 05 Trimestrais
O ecossistema local é típico das regiões de intenso uso agrícola, onde a flora e fauna
mantêm relações ecológicas principalmente nas áreas de reserva legal e nas faixas de
preservação permanente ao longo das drenagens.
A conclusão dos estudos ambientais indica que o empreendimento é plenamente viável sob
o ponto de vista ambiental, nas características técnicas e alternativas locacionais
preconizadas, desde que sejam observadas as Diretrizes Ambientais para Áreas Agrícolas,
Recomendações ao Projeto Industrial e os Programas de Manejo e Monitoramento.
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