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PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS

DA CONSTRUÇÃO CIVIL (PGRCC)


A & W AUTO POSTO LTDA - EPP
ARAPIRACA-AL

Elaborado por:
Fabrício José Rodrigues de Jesus Lima
ENGENHEIRO AMBIENTAL E SANITARISTA

AGOSTO 2017
Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

APRESENTAÇÃO

O A & W AUTO POSTO LTDA – EPP vem apresentar o seu Projeto de Gerenciamento
de Resíduos da Construção Civil (PGRCC) – para um empreendimento do tipo comércio
varejista de combustível para veículos automotores, cujo nome da unidade é AUTO POSTO
BRENO, localizado na Rua Expedicionário Brasileiro, 434, Baixa Grande,Arapiraca-Alagoas.

Devido à rigidez apresentada a respeito das questões ambientais que traz benefícios a
todos os moradores de uma cidade, e visando evitar a degradação ambiental e a preservação de
uma vida mais saudável é que a supracitada empresa implantará em seu canteiro de obras o
referido projeto objetivando a minimização e destinação adequada dos seus resíduos,
conforme a Resolução CONAMA 307/2005 que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos
para a gestão dos resíduos da construção civil.
Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO..................................................................................................................... 2
1. OBJETIVO .......................................................................................................................... 6
2. INFORMAÇÕES GERAIS ................................................................................................. 6
2.1. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO .......................................................... 6
2.2. RESPONSÁVEL PELO EMPREENDIMENTO ........................................................ 6
2.3. RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO PGRCC ............................................. 6
2.4. RESPONSÁVEL PELO LICENCIAMENTO AMBIENTAL .................................... 7
3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO E LOCALIZAÇÃO ........................... 7
4. CONCEITUAÇÃO BÁSICA ............................................................................................ 12
5. GERAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL .............................................. 14
6. COMO EVITAR PERDAS NO CANTEIRO DE OBRAS .............................................. 15
7. PROPOSIÇÕES ................................................................................................................ 17
7.1. Objetivos e Metas da Gestão de Resíduos ................................................................. 17
7.2. Procedimentos e técnicas operacionais ...................................................................... 18
7.2.1. Aspectos Padrões ................................................................................................ 18
7.2.2 Instalações de apoio ............................................................................................ 19
7.3. Fluxo dos resíduos ..................................................................................................... 24
7.3.1 Etapas ................................................................................................................. 24
7.3.2 Classe A – Solo .................................................................................................. 25
7.3.3 Classe A – Entulho para agregado ...................................................................... 26
7.3.4 Classe B – Madeira ............................................................................................. 27
7.3.5 Classe B – Metal ................................................................................................. 27
7.3.6 Classe B – Papel/Plástico ................................................................................... 28
7.3.7 Classe B – Gesso ................................................................................................ 29
7.3.8 Classe C – Sacaria Contaminada ........................................................................ 29
7.3.9 Classe D – resíduos perigosos ............................................................................ 30
7.3.10 Outros resíduos ................................................................................................... 31
7.4. Redução dos resíduos gerados ................................................................................... 31
7.4.1 Reutilização de resíduos ..................................................................................... 32
7.4.2 Reciclagem de resíduos ...................................................................................... 32
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7.5. Procedimentos administrativos .................................................................................. 32


8. IDENTIFICAÇÃO, QUANTIFICAÇÃO E DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS GERADOS
NA CONSTRUÇÃO. ............................................................................................................... 33
9. PLANO DE MEDIDAS EMERGENCIAIS ..................................................................... 38
10. SISTEMA DE CONTROLE GERENCIAL .................................................................. 40
11. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL .......................................................... 40
12. RESPONSABILIDADE PELA ELABORAÇÃO DO PGRCC .................................... 41
13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 42
ANEXOS ..................................................................................................................................... i
A1) Planilha de movimentação de resíduos da construção civil ................................................. i
A2) Relatório de ocorrência de acidente ambiental.................................................................... ii
A3) Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR) ....................................................................iii
A4) Layout do Canteiro de Obras.............................................................................................. iv
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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Localização do Loteamento. ..................................... Error! Bookmark not defined.


Figura 2: Causas das perdas na Construção Civil..................................................................... 15
Figura 3: Estocagem de materiais - Paletização ....................................................................... 16
Figura 4: Transporte adequado de blocos cerâmicos................................................................ 17
Figura 5 - Identificação das cores previstas para alguns resíduos ............................................ 20
Figura 6 - Caçambas identificadas ........................................................................................... 22
Figura 7 - Papel, plástico, metal, vidro e rejeito ....................................................................... 23
Figura 8 - Coletores para papel e plástico. ............................................................................... 23
Figura 9 - Coletor tipo domiciliar ............................................................................................. 24
Figura 10 - Caracterização geral do RCD ................................................................................ 34
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1. OBJETIVO
O presente PGRCC tem como objetivo estabelecer procedimentos e mecanismos gerenciais para
o controle, tratamento, acondicionamento, transporte, destinação final, assim como das outras demais
formas de poluição geradas na execução da obra do AUTO POSTO BRENO, onde esse contribui para
a redução dos impactos causados no meio ambiente, atendendo as normas legais quanto ao
licenciamento ambiental junto ao Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL).

2. INFORMAÇÕES GERAIS
2.1. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

RAZÃO SOCIAL: A & W AUTO POSTO LTDA - EPP

NOME FANTASIA: AUTO POSTO BRENO

ENDEREÇO: RUA EXPEDICIONÁRIO BRASILEIRO – 434 – BAIXA GRANDE –


ARAPIRACA – ALAGOAS.

CNPJ: 26.350.664/0001-74

RAMO: COMÉRCIO VAREJISTA DE COMBUSTÍVEIS PARA VEÍCULOS


AUTOMOTORES

2.2. RESPONSÁVEL PELO EMPREENDIMENTO

NOME: WALISSON DA SILVA

ENDEREÇO: RUA EXPEDICIONÁRIO BRASILEIRO – 434 – BAIXA GRANDE –


ARAPIRACA – ALAGOAS

CPF:

CARGO: SÓCIO

2.3. RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO PGRCC

RESPONSÁVEL TÉCNICO: FABRÍCIO JOSÉ RODRIGUES DE JESUS LIMA

ENDEREÇO: RUA JOSÉ DE MEDEIROS TAVARES, Nº 81, CENTRO,


JUNQUEIRO, ALAGOAS

RN. CONFEA Nº: 021046585-9

ENDEREÇO ELETRÔNICO: fabriciorodrigues87@hotmail.com

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2.4. RESPONSÁVEL PELO LICENCIAMENTO AMBIENTAL

INSTITUTODO MEIO AMBIENTE DE ALAGOAS – IMA AL

ENDEREÇO: AV. MAJOR CÍCERO DE GÓES MONTEIRO, Nº 2197 – MUTANGE –


MACEIÓ/AL

3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO E LOCALIZAÇÃO

O AUTO POSTO BRENO está localizado nas coordenadas X: 754954,169m, Y:


8923202,096 e X 287,483m (UTM, 24S, DATUM SIRGAS 2000), no município de Arapiraca,
na região centro-sul do Estado de Alagoas. O município de Arapiraca está localizado na região
central do Estado de Alagoas, limitando-se a norte com os municípios de Coité do Nóia, Craíbas
e Igaci, a sul com São Sebastião e Feira Grande, a leste com Limoeiro de Anadia e Junqueiro,
a oeste com Lagoa da Canoa e Craíbas e a sudeste com Feira Grande. (Figura 1).

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Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

Figura 1: Mapa de Localização do empreendimento em Alagoas. Fonte: CPRM, IBGE,


EMBRAPA e SEMARH.

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Figura 2: Mapa de situação do local do empreendimento. Ponto roxo indica o local do


ensaio e coleta de amostra. Fonte: Google, SEMARH e IBGE.

Está inserido na mesorregião do Agreste Alagoano e microrregião de Arapiraca,


predominantemente na Folha Arapiraca (SC.24-X-D-V) na escala 1:100.000, editada pelo
MINTER/SUDENE em 1973.

O acesso a partir de Maceió é feito através da rodovia pavimentada BR-316, BR-101 e


AL-220, com percurso total em torno de 136 km.

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A NBR 13786 é a norma que estabelece os princípios de seleção dos equipamentos para
o sistema de distribuição e armazenamento subterrâneo de combustíveis líquidos destinados a
postos de serviços. A classe é definida pela análise do ambiente em torno do posto de serviços,
numa distância de 100m a partir do seu perímetro. Identificados os fatores de agravamento no
ambiente em torno, o posto será classificado no nível mais alto, mesmo que haja apenas um
fator desta classe. Essa análise determina os equipamentos e sistemas a serem utilizados para o
SASC.

O posto está localizado na Rua Expedicionário Brasileiro, numa área mista (residencial
e comercial), sua via principal é asfaltada, e não foi identificado no raio de 100 m a presença
de corpo hídrico, escolas, creches, asilos, hospitais, dentre outro fatores de agravamento de
risco.

A atividade principal do empreendimento é a revenda de combustível para veículos


automotores. A princípio o posto não oferecerá serviços de troca de óleo, lavagem de veículos
e revenda de lubrificantes. Outro serviço oferecido pelo AUTO AUTO POSTO BRENO é uma
loja de conveniência.

A área do terreno do futuro empreendimento possui 742,05 m², onde destes 516,80 m²
serão de área construída.

O projeto arquitetônico do posto revendedor compõe-se basicamente de instalações de


Sistema de Armazenamento Subterrâneo de Combustível – SASC; filtros e bombas de
abastecimento; áreas de abastecimento; áreas de descarga de produto; área para estacionamento;
loja de conveniência e lanchonete; banheiros masculino e feminino; escritório com banheiro
(administração, gerência e arquivo); vestiário; depósito.

O empreendimento disporá de dois tanques subterrâneos para armazenamento de


combustível, onde cada um terá um volume de 30.000 L, perfazendo uma capacidade nominal
de armazenamento de 60.000 L ligados a três bombas duplas. Destes, teremos um tanque
bipartido (10.000 L para Diesel Comum e 20.000 L Gasolina Comum) e um tanque tripartido
(10.000 L para Gasolina Aditivada, 10.000 L para Etanol e 10.000L para diesel S10).

A área do pátio de abastecimento possuirá cobertura em estrutura metálica e será


interligada por canaletas a um sistema de drenagem oleosa, que se completa com a caixa de
separação de água e óleo – caixa SAO, recebendo apenas efluentes do pátio de abastecimento.
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Os efluentes sanitários serão encaminhados para tratamento em uma fossa séptica e disposição
final em sumidouro.

Os resíduos sólidos comuns provenientes de escritório e demais dependências serão


acondicionados em sacos plásticos e recolhidos pela coleta pública.

A princípio o posto não gera resíduos sólidos contaminados por hidrocarbonetos, pois
não oferecerá serviços de troca de óleo. Estes resíduos serão recolhidos por empresa licenciada
caso o posto venha a oferecer este serviço.

O quadro 2 ilustra o destino final dos resíduos sólidos.

Quadro 1: Destinação final dos resíduos sólidos.

Tipos de Resíduos Destino Final (agente/local)


Embalagens de óleo lubrificantes Não possui
filtros de óleo Não possui
Outras embalagens (champoo, limpa-vidros, removedores, etc). Não possui
Resíduos de borracharia Não possui
Areia e lodo dos fundos do(s) separador(es) água/óleo e caixas de areia empresa licenciada
outros resíduos (administração, banheiros, loja de conveniência) coleta pública

O piso das áreas de abastecimento e descarga de combustível serão de concreto


impermeável com caimento para o sistema de drenagem (canaletas circundantes), os quais
devem está ligado por um sistema separador de água e óleo. O piso da área da administração
também será de concreto impermeável.

A previsão de funcionamento do estabelecimento é de 05:00 às 22:00, todos os dias da


semana.

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4. CONCEITUAÇÃO BÁSICA
Para implantação do PGRCC é importante que se conheça as seguintes definições,
segundo as Resoluções CONAMA 307/2002 e 431/2011:

I - Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções, reformas, reparos e


demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de
terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas,
colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico,
vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras,
caliça ou metralha;

II - Geradores: são pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, responsáveis por


atividades ou empreendimentos que gerem os resíduos definidos nesta Resolução;

III - Transportadores: são as pessoas, físicas ou jurídicas, encarregadas da coleta e do


transporte dos resíduos entre as fontes geradoras e as áreas de destinação;

IV - Agregado reciclado: é o material granular proveniente do beneficiamento de resíduos de


construção que apresentem características técnicas para a aplicação em obras de edificação, de
infraestrutura, em aterros sanitários ou outras obras de engenharia;

V - Gerenciamento de resíduos: é o sistema de gestão que visa reduzir, reutilizar ou reciclar


resíduos, incluindo planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos e recursos para
desenvolver e implementar as ações necessárias ao cumprimento das etapas previstas em
programas e planos;

VI - Reutilização: é o processo de reaplicação de um resíduo, sem transformação do mesmo;

VII - Reciclagem: é o processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter sido submetido à


transformação;

VIII - Beneficiamento: é o ato de submeter um resíduo às operações e/ou processos que


tenham por objetivo dotá-los de condições que permitam que sejam utilizados como matéria-
prima ou produto;

IX - Aterro de resíduos da construção civil: é a área onde serão empregadas técnicas de


disposição de resíduos da construção civil Classe "A" no solo, visando à estocagem de materiais
segregados de forma a possibilitar seu uso futuro e/ou futura utilização da área, utilizando

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princípios de engenharia para confiná-los ao menor volume possível, sem causar danos à saúde
pública e ao meio ambiente;

X - Áreas de destinação de resíduos: são áreas destinadas ao beneficiamento ou à disposição


final de resíduos.

Os resíduos da construção civil deverão ser classificados da seguinte forma:

I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:

a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de


infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;

b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos


(tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto;

c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos,


meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;

II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel,
papelão, metais, vidros, madeiras e gesso;

III - Classe C -são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações
economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação;

IV - Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como: tintas,
solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos
de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros.

Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT

ABNT NBR–15112 – Resíduos da construção civil e resíduos volumosos – Áreas de transbordo


e triagem – diretrizes para projeto, implantação e operação.

ABNT NBR–15113 - Resíduos sólidos da construção e resíduos inertes – Aterros – Diretrizes


para projeto, implantação e operação.

ABNT NBR–15114 – Resíduos sólidos da construção civil – Áreas de reciclagem – Diretrizes


para projeto, implantação e operação.

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ABNT NBR–15115 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Execução


de camadas de pavimentação – Procedimentos.

ABNT NBR–15116 – Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Utilização


em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos.

5. GERAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL


A geração dos resíduos sólidos da construção civil é grande, podendo representar mais
da metade dos resíduos sólidos urbanos. Estima-se que a geração de resíduos da construção
civil (RCC) situa-se em torno de 450 Kg / habitante/ ano, variando naturalmente de cidade a
cidade e com a oscilação da economia (SINDUSCON/MG).

Para a realização deste estudo não obtivemos dados exatos acerca do levantamento do
quantitativo de entulho presente no volume de coleta efetuada no município de Arapiraca/AL.
Logo, a caracterização dos resíduos empregado no mesmo foi retirada da literatura.

Atualmente, o que podemos identificar é que com a implantação da política de qualidade


na construção, comparativamente aos valores apresentados na década passada, houve uma
sensível redução, com vistas principalmente à redução de custos que, invariavelmente, incorre
também em uma minimização dos impactos ambientais gerados. No começo da década passada
já se tinha constatado que os RCC correspondiam a aproximadamente 40% dos resíduos
recebidos diariamente nos equipamentos públicos, resultando em um elevado custo ambiental
inclusive por conta da disposição inadequada.

Há uma grande complexidade na definição de um gerenciamento dos resíduos sólidos


gerados nos canteiros de obras, dentre eles (SEBRAE/DF):

 O volume do resíduo produzido (que justifica todo o esforço para a redução de sua
geração);
 O número de participantes no processo construtivo;
 Os recursos escassos dos municípios para atacarem os problemas de gestão ambiental;
 O potencial de reciclagem dos resíduos sólidos oriundos do processo construtivo;
 Os recursos escassos para financiamento de projetos de pesquisa de novos materiais;
 A necessidade e responsabilidade do setor público de instituir instrumentos;
 E a responsabilidade e o compromisso do setor produtivo em atender às legislações
referentes ao tema.

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Esta complexidade requer uma combinação adequada das formas de disposição. Em


primeiro lugar a não geração do resíduo, ou seja, a redução da geração do resíduo na fonte.
Segundo, uma vez que o resíduo foi gerado sua reutilização deve ser considerada. A terceira
forma de disposição possível é a reciclagem. A quarta alternativa é a recuperação de energia,
ou seja, a incineração. E finalmente, a quinta forma de disposição é o aterro sanitário
(SEBRAE/DF).

6. COMO EVITAR PERDAS NO CANTEIRO DE OBRAS


As perdas ocasionadas pelo desperdício dos materiais durante a construção de uma
edificação são as grandes responsáveis pela geração de RCC no canteiro de obras. Estas perdas
podem ocorrer em diferentes fases da obra e por distintos motivos. A Figura 3 mostra uma
síntese das principais causas de perdas na construção civil.

Figura 3: Causas das perdas na Construção Civil.

 Perda ocasionada por SUPERPRODUÇÃO, quando, por exemplo, produz-se


argamassa em quantidade superior à necessária para o dia de trabalho;
 Perda por MANUTENÇÃO de estoques, podendo induzir os operários a reduzirem os
cuidados com os materiais por saber que existe grande quantidade armazenada;
 Perda durante o TRANSPORTE, quando, por exemplo, os blocos cerâmicos quebram
por serem carregados em carrinhos de mão não propícios ou o saco de cimento rasga
por ser carregado no ombro do trabalhador;
 Perda pela fabricação de PRODUTOS DEFEITUOSOS, quando, por exemplo,
durante a inspeção de qualidade é verificado que uma parede foi construída em

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desacordo com o projeto, ou quando o projeto sofre alteração, ou ainda quando, no ato
da desforma de uma peça estrutural, constata-se que a concretagem foi mal executada;
 Perda no PROCESSAMENTO em si, quando, por exemplo, são feitos recortes em
placas cerâmicas ou quebras em blocos cerâmicos para adequação com a área
construída.

Portanto, melhorias podem ser obtidas sem a introdução de equipamentos caros ou


avançadas técnicas gerenciais, mas também simplesmente através de cuidados elementares no
recebimento, na estocagem, no manuseio, na utilização e na proteção dos materiais, para que se
possa minimizar as perdas no canteiro de obras. A seguir serão listadas algumas dicas para
reduzir as perdas no canteiro de obras.

 Produzir argamassa apenas na quantidade suficiente para o dia de trabalho, determinada


previamente pela área a ser executada no dia;
 Armazenar os blocos cerâmicos ou de concreto e as telhas formando pilhas com
quantidades iguais sobre paletes para evitar quebras e facilitar o transporte, conforme a
Figura 4.

Figura 4: Estocagem de materiais - Paletização

 Transportar blocos e sacos de cimento em carrinhos adequados, como ilustrado na


Figura 5, a fim de reduzir o risco de quebra dos blocos e de rompimento dos sacos.

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Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

Figura 5: Transporte adequado de blocos cerâmicos.

 Sempre que possível, evitar cortes de placas cerâmicas. Para isso, o uso de projetos com
a coordenação modular é essencial;
 Definir previamente o layout da central de concreto de forma a reduzir o caminho
percorrido pelo operário dos materiais até a betoneira;
 Manter o canteiro de obras limpo e organizado, pois influenciará o trabalhador a ser
mais cauteloso no manuseio dos materiais, além de reduzir a ocorrência de acidentes do
trabalho.

7. PROPOSIÇÕES

7.1. Objetivos e Metas da Gestão de Resíduos

Os objetivos e metas aqui estabelecidos incentivam que os envolvidos se beneficiem


com a implantação do PGRCC, inibindo a possibilidade de comodismo comumente verificado.
Os objetivos retratam os pontos máximos que devem ser aferidos na proposta, permitindo que
as metas venham como resultados mais facilmente verificados no canteiro de obras, em médio
e curto prazo.

Assim, ficam almejados os seguintes objetivos para a GRCC:


 Solucionar as diversas questões referentes aos resíduos de maneira responsável, sem
prejuízo ao meio ambiente;
 Consolidar a cultura de redução, reutilização, reciclagem ou destinação final
adequada para os resíduos.

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Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

 Contribuir para que se tornem reconhecidas como empresas praticantes de ações


sustentáveis em seus negócios.
 Para conquista dos objetivos supracitados, são propostas as seguintes metas:
 Implantar sistema para GRCC (Gerenciamento de Resíduos na Construção Civil) do
canteiro de obras do loteamento, entendido por estruturação física do espaço e
capacitação/sensibilização de todo e qualquer colaborador;
 Acompanhar estritamente, até a entrega do empreendimento, o GRCC implantado
no loteamento;
 Impedir a disposição final irregular de resíduos em lixões, vias públicas, vazios
urbanos e etc.;
 Destinar o menor volume possível de resíduos para aterros sanitários ou incineração;
 Justificar o investimento total desprendido com a GRCC pela contratante;
 Comprovar a sustentabilidade através da eficiência do tripé: economicamente
viável, socialmente justo e ambientalmente correto;
 Gerar indicadores qualitativos e quantitativos relacionados à gestão de resíduos,
inaugurando um acervo histórico para o empreendedor;
 Valorizar o componente humano como peça fundamental ao sucesso do projeto,
valorizando-o com sensibilização quanto à temática dos resíduos.

7.2. Procedimentos e técnicas operacionais

7.2.1. Aspectos Padrões

Os aspectos padrões dizem respeito aos procedimentos que devem ser observados por
todo e qualquer colaborador, independentemente de cargo, função ou setor de atuação. Cada
profissional deverá atentar, mesmo que minimamente, ao previsto no projeto, de forma a não
inviabilizar a fluidez do andamento deste e o trabalho dos integrantes da equipe GRCC. Assim,
a GRCC terá o sucesso almejado observando-se os seguintes aspectos padrões:
(a) Envolvimento de todo e qualquer colaborador com os preceitos da GRCC,
independentemente de cargo, função ou setor de atuação; (b) Entendimento dos preceitos da
sustentabilidade, notando sempre a integração destes com as GRCC implantada; (c) Atenção
para o princípio básico da gestão de resíduos, o conceito dos 3 R’s, no qual reduzir, reutilizar e
reciclar, respeitam uma ordem hierárquica, sendo o aspecto reduzir sempre o mais importante;
(d) Cada empreiteira será responsável por manter sua área de atuação limpa e organizada,

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Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

atentando para a necessária fluidez dos fluxos dos resíduos; (e) Toda área de trabalho deve ser
limpa pelo respectivo trabalhador ao fim do dia ou término da tarefa; (f) Cada colaborador é
responsável pelo resíduo que gera. Cabe ao respectivo gerador dar viabilidade para a
continuidade dos fluxos dos resíduos, ou seja, depositá-los em coletores, no armazenamento
final ou disponibilizá-los à equipe GRCC para sequência de ações; (g) No momento da geração,
deve-se garantir a correta segregação e armazenamento temporário dos resíduos próximo ao
local de geração, até que seja acumulado volume suficiente para justificativa do transporte
interno até as instalações de apoio; (h) Devem existir instalações de apoio específicas para o
armazenamento temporário e/ou final de cada um dos resíduos gerados, segregadamente; (i)
Deve-se primar pela melhor forma de transporte interno possível, utilizando-se dos
equipamentos e máquinas disponíveis no canteiro de obras, de acordo com o volume/peso do
resíduo gerado; (j) O transporte externo e a destinação final devem considerar a classe do
resíduo, e deverá sempre priorizar a alternativa que apresente o maior benefício social,
ambiental e econômico; (k) Todos os resíduos retirados da obra, bem como as principais
reutilizações, deverão ser devidamente registrados (ver item 7.5 – Procedimentos
administrativos – registro e controle).

7.2.2 Instalações de apoio

Locais para armazenar internamente os resíduos são essenciais para garantir a


segregação proposta neste projeto, desde o momento de geração até o de coleta, a qual ocorrerá
depois de reunido volume que justifique a prestação desse serviço. São consideradas como
instalações de apoio: baias, caçambas, tonéis, lixeiras e outros recipientes. São destinados ao
armazenamento temporário ou final dos resíduos gerados na obra, sempre de forma segregada.
Para facilitar a associação entre a gama de resíduos existente e seus respectivos locais de
armazenamento, pode-se empregar as colorações previstas na Resolução CONAMA nº 275, de
25 de abril de 2001, para ataviar as instalações de apoio. Apresentam-se algumas das colorações
estabelecidas para campanhas de coleta seletiva:

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Figura 6 - Identificação das cores previstas para alguns resíduos

Quadro 2- Identificação das cores previstas para alguns resíduos


COR TIPOS RESÍDUOS

AZUL Papel/papelão

VERMELHO Plástico

VERDE Vidro

AMARELO Metal

PRETO Madeira

MARROM Resíduos orgânicos

Para o empreendimento, definiu-se como ideal a existência de uma área única para
alocação das baias para armazenamento final de quase a totalidade dos resíduos a serem
gerados.
Esta área deverá ser composta por compartimentos para os seguintes materiais residuais:
 Madeira
 Papel
 Sacaria contaminada
 Rejeitos
 Metal
 Plástico
 Perigosos

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Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

 EPI´s

Algumas observações devem ser realizadas para a construção das instalações de apoio:

i) O compartimento para “resíduos perigosos” deverá ser totalmente fechado, contar com
dispositivo de tranca, piso impermeabilizado, drenagem e armazenamento de líquidos,
favorecendo a saúde e segurança ocupacional;

ii) As estruturas poderão ser pintadas, observadas as considerações apresentadas


anteriormente;

iii) Há possibilidade de confecção das baias em alvenaria, caso julgue-se apropriado.


Ressalta-se que é necessário que haja certeza da permanência da estrutura por período
de tempo que justifique tal investimento;

iv) Deve haver dispositivo de combate ao incêndio nas proximidades das baias, de acordo
com determinação da equipe de Segurança do Trabalho.

Para armazenar os resíduos de “entulho para agregado” e gesso serão utilizadas as


próprias caçambas. Estas devem estar alocadas próximas ao ponto de geração do resíduo a ser
depositado. Para a caçamba com gesso, deverá haver abrigo de água pluvial. A ilustração da
Figura 6 demonstra as caçambas/contêiner devidamente identificadas, objetivando o
favorecimento da segregação adequada dos resíduos armazenados e o ganho de visibilidade
para GRCC.

21
Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

Figura 7 - Caçambas identificadas

A proposta para resíduos de “sacaria contaminada” é o armazenamento final em baia


próxima a área de betoneira, lugar onde, naturalmente, será gerada maior parte desse resíduo,
as embalagens de cimento. Esta baia deve comportar o volume de, no mínimo, oito metros
cúbicos de resíduos levemente compactados, visando compatibilizá-la volumetricamente com
uma caçamba estacionária de cinco metros cúbicos. Assim, quando eminente a lotação da
estrutura, estaciona-se a caçamba em sua proximidade, viabilizando o transbordo do material
para a unidade coletora. O armazenamento de resíduos de EPI’s deverá ser realizado em anexo
às dependências do almoxarifado, local onde são realizadas as respectivas trocas e devoluções.
Não necessitando de volume grandioso para o armazenamento final, pode-se dispor de tonéis
ou bombonas. O mínimo de três dessas unidades já é suficiente para reunião de volume viável
para a contratação do serviço de higienização e/ou recuperação de EPI’s. Ressalta-se que é
conveniente a restrição do acesso ao armazenamento, evitando ocorrência de apropriações
indevidas.
Além das estruturas para armazenamento final descritas anteriormente, deverá haver
outros coletores para resíduos gerados em locais como escritórios, refeitórios, portaria e afins.
Esses coletores serão definidos com base nos tipos de resíduos que são comumente gerados em
cada um dos locais, e devem observar a sistemática apresentada a seguir.
Próximo à portaria será disposto o “conjunto completo”, formado por cinco unidades
mais volumosas: papel, plástico, metal, vidro e rejeito. De ordem estratégica, o conjunto deverá
estar visível para todos que adentrem o canteiro de obras.

22
Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

Figura 8 - Papel, plástico, metal, vidro e rejeito

Em caso da existência de refeitório no canteiro de obras, também caberá a disposição


do “conjunto completo”, deixando mais claros os procedimentos que devem ser seguidos pelos
respectivos usuários.
Em áreas de escritório, almoxarifado e afins, poderá haver apenas coletores para papel
e plástico, partindo do pressuposto que não deve ocorrer consumo de alimentos nessas áreas,
que o vidro apresenta geração quase nula, e o metal pode ser transportado para o devido local.

Figura 9 - Coletores para papel e plástico.

Para instalações sanitárias/pias, copas, e afins, deverá haver apenas coletores para
resíduos “tipo domiciliar”.

23
Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

Figura 10 - Coletor tipo domiciliar

Quanto aos coletores descritos acima, observa-se que:

 Não foi contemplado o resíduo orgânico, uma vez que não há pretensão de
segregação deste;
 A composição apresentada para disposição dos coletores pode sofrer adequações, se
for o caso;
 A coloração cinza foi utilizada para representação do resíduo “tipo domiciliar”, e
também poderá ser usada para “Rejeitos”;
 As imagens são representativas, não havendo determinação para o padrão das
unidades. Pode-se, inclusive, optar pela compra de coletores existentes no mercado,
dispensando a demanda de material e mão de obra.

7.3. Fluxo dos resíduos

No PGRCC devem estar definidos os procedimentos com relação às responsabilidades


referentes à segregação, limpeza, transporte interno, quantificação do resíduo gerado,
armazenamento, transporte e destinação final dos resíduos.

7.3.1 Etapas

I. Geração – Momento surgente de um material a ser considerado residual;

24
Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

II. Segregação – Ato de (após a geração) garantir a separação dos resíduos conforme
previsto neste PGRCC;

III. Armazenamento temporário – Local determinado para acumular o resíduo em


caráter temporário. Pode ser em pilhas, pequenos caixotes, latas, sacos ou similares,
desde que haja possibilidade de transporte interno até o armazenamento final;

IV. Transporte interno – Visa a transferência do resíduo de um local de armazenamento


temporário até o de armazenamento final. Deve ser viabilizado pela obra através de
maquinários/instrumentos para transporte vertical e/ou horizontal disponível
(elevadores de carga, mini carregadeiras, giricas, condutores de entulho e afins), ou
manualmente, quando possível;

V. Armazenamento final – Local destinado para acúmulo de resíduo em volume que


justifique o serviço de coleta pretendido;

VI. Transporte externo – Serviço normalmente contratado de terceiros. Visa coletar os


resíduos no canteiro de obras e conduzi-los aos locais de destinação final. Ainda que
o serviço seja terceirizado, deve haver a observação da regularidade documental do
coletor;

VII. Destinação final – Local para qual o resíduo é encaminhado em caráter final. Este
pode contemplar o reaproveitamento na própria obra, ser reencaminhado segundo a
logística reversa para a indústria, ou ser encaminhado para a reciclagem. Deve-se
ter a certeza de destinar os resíduos de acordo com o previsto em legislação e com
os preceitos da sustentabilidade, não sendo tolerado o despejo irregular em lixões,
via pública, vazios urbanos e afins.

7.3.2 Classe A – Solo

Classificado como resíduo “Classe A” (ver item 4: classificação dos resíduos), é


esperado que seu principal volume seja gerado apenas no início da obra, nas fases de
terraplanagem e fundação. Deve-se sempre priorizar a compensação corte – aterro por ocasião

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Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

da elaboração do projeto de terraplanagem, de forma a evitar sobra de solo. Quando


impossibilitada a ação, deve-se buscar o envio do material para aterro em outras obras, ou, em
último caso, para aterro de inertes ou sanitário. Neste último, pode ser utilizado como camada
de cobertura de célula de resíduo.

7.3.3 Classe A – Entulho para agregado

Com a possibilidade de ser reutilizado ou reciclado como agregado, o entulho é


considerado “Classe A”, composto por sobra de produtos cerâmicos ou derivados de cimento,
como tijolos, blocos, telhas, ladrilhos, argamassa e afins. Esse resíduo pode ter ocorrência de
geração em quase todas as etapas da obra, com exceção da terraplanagem.
Grande volume de resíduo pode deixar de ser gerado com a observação de quesitos
mínimos para a execução de serviços. O armazenamento do material novo (blocos, itens
cerâmicos), por exemplo, deve ser devidamente realizado, assim como o transporte destes
(inclusa a argamassa), de forma a reduzir perdas desnecessárias. Outra solução interessante é a
criação de uma central exclusiva para inserção de caixas de passagem de fiação, e afins, nos
blocos, evitando grandes modificações depois de instalados.
Ao gerar o resíduo, este tem de ser mantido segregado e armazenado em pilhas próximas
ao local de geração. Após o término da tarefa geradora, com o auxílio de equipamentos diversos,
o entulho deve ser encaminhado para seu armazenamento final, em caçamba especifica.
A caçamba específica para armazenar o resíduo de entulho deve conter identificação de
qual resíduo deverá receber, orientando para que não haja mistura de resíduo e possibilitando a
melhor destinação final. Ao preenchimento total da caçamba, o resíduo será encaminhado,
preferencialmente, para Estação de Reciclagem de Entulho, caso exista, se não para local
destinado pela Prefeitura Municipal de Arapiraca.
No entanto, as Estações de Reciclagem de Entulho não atendem totalmente à demanda
do setor industrial da construção civil, restando, muitas vezes, a destinação para os aterros de
inertes, ou sanitários, existentes.
Assim, percebe-se a importância, sempre que possível, da reutilização do “entulho
para agregado” no preenchimento de desníveis ou outras finalidades, o que reduzirá o
volume de resíduo enviado para destinação final, economizando com a compra de novos
materiais e com transporte externo do resíduo. Outra possível alternativa é a prática da
reciclagem interna ao canteiro de obras.

26
Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

7.3.4 Classe B – Madeira

A madeira é largamente empregada em canteiro de obras, sobretudo, temporariamente


como fôrmas, andaimes, escoramentos, divisórias, mobília de apoio e outros utensílios. É,
assim, responsável por grande volume de resíduos da construção civil, tendo sua maior geração
nas etapas de concepção estrutural e alvenaria, onde é utilizada de forma temporária. A principal
redução na necessidade de compra e consequente geração de resíduo deste material pode ser
obtida através do planejamento para reaplicação de fôrmas em andares semelhantes, e é
viabilizada através de trabalho metódico e organizado, identificando-se as peças, por exemplo.
Além desta prática, deve-se, sempre, observar a existência de material residual para quaisquer
outras finalidades.
Ao fim de uma tarefa, com o resíduo armazenado temporariamente em pilha próxima
ao local de geração, deve-se verificar a possibilidade de reutilização deste. Assim, esse material
é transportado internamente e passa a ser armazenado em local especifico para o respectivo fim,
reutilização ou destinação final, caso não seja reutilizado imediatamente. Para acúmulo
considerável de madeira julgada inservível nas respectivas estruturas, ressalta-se a necessidade
de organização na baia, de forma a eliminar espaços vazios. Assim, esta é coletada por preços
irrisórios e fornecida para reciclagem do tipo energética, de natureza térmica, em indústria
cerâmica, onde sofrerá combustão nos fornos. Para favorecer a limpeza e organização da obra,
bem como o fluxo do resíduo de madeira, recomenda-se a instalação de dispositivos para o
armazenamento temporário próximo a áreas estratégicas de grande geração, como na área de
serra. Podem ser caixotes paletizados que, além de acomodar o resíduo, tem fácil mobilidade
pelo canteiro de obras através da mini carregadeira, sendo assim, de grande utilidade também
na fase final da obra. Os resíduos de madeira são comumente contaminados com pregos ou
argamassa. Assim, após ser gerado, recomenda-se a segregação por intermédio da retirada dos
contaminantes, assegurando facilidade e segurança em seu manuseio e transporte.

7.3.5 Classe B – Metal

O resíduo de metal é largamente gerado em todas as etapas da obra. São provenientes,


principalmente de barras de aço, eletro dutos, fios e cabos elétricos, brocas, pregos, soldas,
chapas e acessórios hidráulicos. Atualmente, pode-se buscar a redução no volume de compra
desta matéria prima de forma considerável ao adquirir, por exemplo, o aço cortado e dobrado
de acordo com o previsto em projeto de engenharia. Além da otimização dos recursos no

27
Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

momento da compra, é possível também a reutilização de peças servíveis ou a reciclagem em


indústria especializada.
Depois de gerado, o resíduo deve ser mantido segregado e armazenado de forma
temporária próximo ao local de geração. Ao se verificar condição de reutilização do resíduo,
ele é, se necessário, adequado na central de ferragem, e em seguida é encaminhado para seu
local de reuso. Sem possibilidade de ser reutilizado, o resíduo é transportado para o
armazenamento final, em baia específica. Ao alcançar o volume que justifique a coleta ideal, o
resíduo será retirado por empresas especializadas, que compram o material e o comercializam
com indústrias de reciclagem/ferro gusa. Na central de ferragens, local considerado de maior
incidência de geração do resíduo, assim como nas macerarias, deve haver coletor (caixote ou
tonel) para armazenamento temporário, ou até final - caso haja possibilidade de coleta
diretamente no local.

7.3.6 Classe B – Papel/Plástico

Considerados como recicláveis, o plástico e o papel pertencem à “Classe B” dos resíduos


da construção civil, e têm seus maiores volumes de geração nas fases de instalações prediais e
acabamento. São caixas de papelão, mangueiras, tubulações, embalagens plásticas e similares.
Há também pequena representação de geração nas áreas de escritório, refeitório, alojamentos e
afins, composta por garrafas PET, latas de alumínio, copos plásticos, embalagens e etc. A
geração destes resíduos é, na maioria das vezes, inevitável. Assim, deve-se apenas atentar para
o consumo consciente, incentivando uso de copos não descartáveis e afins. Os resíduos de
plástico e papel devem ser mantidos segregados, porém as semelhanças na armazenagem e
descarte destes produtos geram o mesmo fluxo operacional.
O plástico/papel, ao ser gerado, deverá ser mantido segregado e armazenado próximo a
sua geração e em formato de pilhas, garantindo a não contaminação por outros produtos ou por
umidificação. Sem significativa densidade, é transportado manualmente ou com auxílio de
equipamentos manuais até o local de armazenamento final. Alcançando o preenchimento total
da baia, o resíduo será coletado e destinado para indústria de recicláveis. Por haver valor de
venda, acúmulos consideráveis de resíduos reunidos e segregados viabilizam a contratação de
serviço de coleta gratuita por empresas ou associações especializadas, gerando economia e
garantindo um destino final sustentável para estes. Certo volume de resíduo gerado necessitará
do apoio de armazenadores temporários, entendidos por lixeiras no refeitório, almoxarifado,
escritórios e outros, quando houver. Será formado por conjunto de coletores binários –

28
Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

plástico/papel, com exceção do refeitório, onde deverá conter um terceiro coletor para não
recicláveis.

7.3.7 Classe B – Gesso

Proveniente de sobras de chapas drywall, revestimento interno, sobra de placa pré-


moldada e molduras, o resíduo de gesso é gerado em maior volume na fase de acabamento.
Grande redução do volume de material necessário para as atividades geradoras de gesso,
assim como redução de custos com coleta e destinação do resíduo, poderiam ser proporcionadas
com aplicação responsável do produto. Há necessidade de instrução acerca dos procedimentos
adequados nos serviços com o material, metodizando os procedimentos para confecção de
volume ideal e aplicação econômica, resguardada a qualidade requerida.
Alguns cuidados especiais devem ser adotados com o resíduo de gesso para que este não
contamine outros resíduos e nem seja contaminado por eles. Nos momentos de geração do
resíduo, deve-se primar pela segregação, armazenando-o sobre o piso limpo e evitando a
contaminação. Para facilitar o transporte interno e favorecer a pureza do resíduo, este pode ser
acondicionado em sacos de ráfia ou em sua própria embalagem, certificando-se da possibilidade
de posterior segregação destes. Assim, encaminha-se o resíduo para seu armazenamento final
em caçamba específica para gesso, não podendo ser dispostos junto aos sacos armazenadores
temporários, que serão considerados como “sacaria contaminada”. A caçamba destinada para o
resíduo de gesso deve estar abrigada de precipitação, descartando a possibilidade de geração de
líquido percolável. Com a caçamba plena, deve-se solicitar retirada. O encaminhamento deve
ser preferencialmente para indústria de cimento, onde é reutilizado como matéria prima na sua
produção. Portanto, recomenda-se que seja considerado tal fato no momento da contratação de
empresa prestadora do serviço de coleta.

7.3.8 Classe C – Sacaria Contaminada

As embalagens de cimento, argamassa, gesso e outros produtos contaminantes, que


inviabilizariam a reciclagem, são considerados como Sacaria Contaminada. Sem possuir
tecnologia viável para o processo de reciclagem em grande escala, o resíduo classificado como
Classe C é encaminhado para o aterro e composto, em sua maioria, pelas embalagens de
cimento. Para obras de maior porte, existe a possibilidade de disponibilização de silo para
armazenamento interno de concreto, dispensando a necessidade de embalagens de cimento.

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Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

Para obras de menor porte, resta o adequado manuseio do material, de forma a inibir perdas
desnecessárias.
Ao utilizar o produto de gesso, cimento e argamassa, é importante retirar o máximo de
material da embalagem antes de seu armazenamento temporário, otimizando ao máximo o uso
do conteúdo. Após armazenadas em pilhas próxima a geração, as embalagens devem ser
organizadas e ensacadas umas nas outras, reduzindo o volume e facilitando o seu transporte
interno.
O resíduo armazenado na baia será acumulado até o volume suficiente para
preenchimento de uma caçamba, e, quando transferido para tal, será coletado e enviado para
aterro sanitário. Considerando que na região de betoneira é gerado o maior volume deste
resíduo, as embalagens de cimento, recomenda-se a instalação da estrutura para armazenamento
final nessa área, com volume compatível (5m³) e possibilidade de estacionamento de uma
caçamba.

7.3.9 Classe D – resíduos perigosos

Os “resíduos perigosos” gerados principalmente na fase de acabamento, são descritos


pela Resolução CONAMA nº 307 como aqueles “... oriundos do processo de construção, tais
como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos
de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem
como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à
saúde...”.
Todo e qualquer material contaminado por “resíduo perigoso” também passa a fazer
parte desta classe. Assim, a única redução do volume de geração possível de “resíduos
perigosos” é através da certificação da não contaminação, além, claro, do uso econômico do
material.
Com o “resíduo perigoso” gerado, deve-se atentar para o menor espaço de tempo
possível de manuseio, até seu armazenamento final em baia identificada e com acesso restrito.
Após determinado acúmulo, solicita-se coleta por empresas devidamente licenciadas
para o transporte, que destinam o resíduo final para incineração ou aterro classe I, sendo o
último, a prioridade.

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Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

7.3.10 Outros resíduos

(A) EPI’s

Através de recuperação e/ou higienização, os Equipamentos de Proteção Individual


podem ser devidamente reutilizados, gerando significativa economia para o empreendimento.
Os EPI’s dispensados pelos colaboradores deverão ser acumulados em baia específica.
Os equipamentos ainda em condição de uso são coletados por empresas especializadas em
recuperação e/ou higienização. O custo da contratação desse serviço é considerado satisfatório
em relação aos preços de mercado para os respectivos produtos novos, gerando, assim, uma
grande economia com os equipamentos de proteção individual.

(B) Resíduo Tipo domiciliar

O resíduo “tipo domiciliar” é normalmente disposto para o serviço de coleta municipal. Para
tal, deverá haver estrutura para disposição do resíduo na via pública, em local acessível para a
equipe Limpeza Urbana da Prefeitura de Arapiraca, responsável pelo respectivo serviço. Deve-
se buscar informação quanto aos dias e horários de atendimento, os quais variam de acordo com
as localidades.

(C) Rejeitos

Todos os resíduos que não apresentarem condições para reutilização ou reciclagem deverão
ser tratados como rejeitos. Esse resíduo, mesmo que seja realizada a adequada segregação dos
resíduos, sempre estará presente em canteiros de obras, e não deverá, em hipótese nenhuma, ser
misturado junto aos demais resíduos.

7.4. Redução dos resíduos gerados

Prioridade número um dentro do princípio dos 3R’s, a redução da geração de resíduos se dá


de diversas maneiras. Deve-se atentar para minimização de consumo de novos materiais, o que
pode ser feito através de: planejamento para adoção de práticas construtivas geradoras de menor
quantitativo de resíduos (escoramento metálico, por exemplo); prolongamento da vida útil dos
materiais ainda servíveis (reutilização); minimização dos índices de perda ocasionados por mau
acondicionamento de material e/ou negligência do colaborador, entre outros.
31
Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

7.4.1 Reutilização de resíduos

Classificado como prioridade número dois dentro do princípio dos 3R’s, a reutilização dos
resíduos pode ser promovida de várias formas. Muitas delas já são praticadas na indústria da
construção civil, uma vez que reutilizar resíduos significa gerar economia com material novo e
contratação de caçambas. Algumas práticas mais vistas, e indicadas, consistem em:
 Reaplicação de fôrmas de madeira e outras peças servíveis;
 Compensação “corte – aterro” de solo;
 Preenchimento de vazios com “entulho para agregado”;
 Preservação da umidade no processo de cura do concreto das lajes por intermédio
de sacaria de cimento;
 Aproveitamento de picotes de barras de aço;
 Entre outros.

Ressalta-se que a qualidade pretendida para o produto final da tarefa não deve, em hipótese
alguma, ser comprometida.

7.4.2 Reciclagem de resíduos

Pelo processo de reciclagem demandar recursos como energia, transporte e outros, é


considerado como a terceira opção dos 3R’s. Na construção civil, normalmente, a reciclagem
ocorre externamente ao canteiro de obras, cabendo a empresa construtora, somente, viabilizar
a destinação dos resíduos aos devidos locais. Ainda assim, há possibilidade de reciclagem
interna. Exemplo disso é a adoção de moinhos capazes de triturar o “entulho para agregado”,
gerando agregado para composição de concreto com função não estrutural.

7.5. Procedimentos administrativos

Além de todos os procedimentos operacionais aqui propostos para a GRCC, deve-se


atentar, também, aos procedimentos administrativos de registro e controle. Somente assim será
possibilitada a visualização crítica do cenário, pautada em dados fidedignos e palpáveis, da
implantação da GRCC. A prática de registro e controle de dados e informações referentes à
GRCC deverá ser incorporada no cotidiano da equipe responsável, não ofertando grandes
obstáculos para pleno atendimento ao proposto. O controle mais dispendioso que deverá ser
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Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

realizado, diz respeito ao registro de saída de resíduos. Em anexo a este PGRCC, encontra-se
proposição de modelo de planilha para a tarefa em questão, devidamente acompanhada de
quadro explicativo das lacunas de preenchimento.
Essa responsabilidade não possui definição para sua atribuição. Porém, para pleno
entendimento dos itens constantes no controle de saída de resíduos, é pertinente conhecimento
acerca de diversos tópicos tratados neste projeto. Portanto, essa tarefa deve ser estritamente
supervisionada pelo Gestor de Resíduos do canteiro de obras, podendo, inclusive, ser o próprio
o responsável pela tarefa. Caso contrário, indica-se a escalação de pessoal do almoxarifado.

8. IDENTIFICAÇÃO, QUANTIFICAÇÃO E DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS


GERADOS NA CONSTRUÇÃO.

Para a determinação de quantitativos de geração de resíduos na construção civil, faz-se


necessária a existência de um histórico de obras com PGRCC implementado, em uma mesma
construtora, o que possibilitaria o fornecimento de valores de referência para adoção. A
Construtora não possui tal histórico, e, assim, achou-se por bem a análise de conteúdo publicado
em referências bibliográficas para apoio na elaboração deste projeto.

A metodologia utilizada para a quantificação da geração de resíduos foi devida a área


total construída. Logo, segundo (CARNEIRO, 2005) a taxa de geração de resíduos pode variar
entre 69 Kg/m² a 86 Kg/m². Para efeito de cálculo foi adotado a média aritmética destes valores
(77,5 Kg de RCD/m²) construída.

 CÁLCULOS
Taxa de geração de RCD: 77,5 Kg de RCD/m² construído.

Área a ser construída: 516,80 m²

Quantidade aproximada de RCD gerada: 40,05 toneladas de resíduos durante a obra.

RCD: Resíduos da Construção e Demolição

 CARACTERIZAÇÃO
Em geral os Resíduos da Construção e Demolição são caracterizados de acordo com a
figura abaixo.

33
Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

Figura 11 - Caracterização geral do RCD

CARACTERIZAÇÃO GERAL DO RCD

27.8% ARGAMASSA
2.0%
3.8%
CERÂMICA
CONCRETO
3.1%
4.4% GESSO

3.4%
MADEIRA
1.3% PEDRAS
38.0%
6.7% SOLO
TIJOLO
9.5% AREIA
OUTROS

Fonte: Bernades, Thomé, Preitto, Abreu (2008).

 IDENTIFICAÇÃO
Os resíduos foram identificados e classificados segundo a Resolução CONAMA 307/02
e a Norma Brasileira NBR 10.004.

34
Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

Tabela 1 - Identificação dos resíduos segundo a Resolução CONAMA 307/02 e NBR 10.004.

Classificação Classificação
RESÍDUO
(CONAMA 307/02) (NBR 10.004)
Materiais a base de cimento A IIB

Materiais a base de cimento, tijolos, areia, brita,


A IIB
solo, etc.
Metralha Tipo B C IIA
Resíduos de solo A IIB
Resíduos de Gesso B IIA
Plástico não contaminado por produtos
B IIB
químicos

Pequenos pedaços de madeira não contaminada B IIB

Pó-de-serra produzido nas atividades de


B IIB
marcenaria

Aparas de papel de escritório, etc. B IIB

Sacos de cimento, argamassas, caixas de


C IB e/ou IIB
cerâmica, etc.
Classificação Classificação
RESÍDUO
(CONAMA 307/02) (NBR 10.004)
Pedaços de armaduras, pregos, arames de
B IIB
amarração, etc.

Pequenos pedaços de manta asfáltica D I

Latas de tinta contaminadas D I ou IIA

Tambores plásticos e de papelão contaminados


por produtos químicos (selantes, desmoldantes, D IA
cola branca, etc.)

Telas de proteção, de poliéster, etc. B IIB

Restos de uniformes usados, etc. C IIB

Restos de comidas, etc. - IIA


LEGENDA: I – Perigoso, IIA – Não Inerte, IIB – Inerte

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Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

 DESTINAÇÃO
Tabela 2: Materiais possíveis de serem gerados na obra.

MATERIAL CLASSE DESTINO


Aço de Construção B Doação/venda/reaproveitamento
Alumínio B Doação/venda/reaproveitamento
Arame B Doação/venda/aproveitamento
Areia A Reaproveitamento
Argamassa endurecida A Reciclagem
Bloco de concreto A Reciclagem
Brita A Reciclagem
Cabo de aço B Doação/venda
Cerâmica A Reciclagem
Concreto armado A Reciclagem
Concreto endurecido A Reciclagem
Efluente de fossa séptica (doméstico) D Sistema de sumidouro
Fio ou cabo de alumínio B Doação/venda
Fio ou cabo de cobre B Doação/venda
Gesso B Aterro sanitário ou outro específico
Lataria contaminada D Aterro sanitário ou outro específico
Louça A Doação/vazadouro/aterro
Madeira compensada B Forros de padaria/caldeira
Fornos de
Madeira Serrada B
padaria/caldeira/paisagismo
Mangote de vibrador B Doação ou vendas
Manta asfáltica C Aterro sanitário ou outro específico
Manta de lã de vidro C Aterro sanitário ou outro específico
Material de escavação aproveitável A
Material orgânico - Aterro sanitário/vazadouro
Papel e papelão B Doação/venda
Peças em fibro-cimento D Aterro sanitário ou outro específico

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Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

MATERIAL CLASSE DESTINO


Pedras em geral (mármore, granito, etc.) A Reciclagem
Perfis metálicos B Doação/venda
Plástico contaminado com argamassa B Aterro sanitário vazadouro
Plástico (conduítes, espaçadores,
B Doação/Venda/Reciclagem
mangueira de laje, etc.)
Prego B Doação/venda
PVC B Doação/venda
Resíduos cerâmicos B Reciclagem
Restos de alimentos A Aterro sanitário/vazadouro
Devolução ao fornecedor ou aterro
Rolo, pincel, trincha D licenciado para receber estes
resíduos
Saco de papelão de cimento ou
B Aterro sanitário/vazadouro
argamassa
Sobra de demolição de blocos
B Reaproveitamento e reciclagem
cerâmicos
Solo orgânico e vegetação A Aterro sanitário
Devolução ao fornecedor ou aterro
Solvente D licenciado para receber estes
resíduos
Telas galvanizadas e de nylon B Reciclagem
Telha, bloco ou tijolo cerâmico A Reciclagem
Devolução ao fornecedor ou aterro
Tinta à base de solvente D licenciado para receber estes
resíduos
Vidro B Doação/venda

OBSERVAÇÃO: Os sacos de resíduos orgânicos devem ser colocados nos locais e horários
previstos pela empresa concessionária de limpeza pública, sendo ela responsável pela coleta,
transporte e destinação final destes resíduos.

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Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

9. PLANO DE MEDIDAS EMERGENCIAIS


O quadro abaixo mostra as medidas de emergências que devem ser tomadas, em caso
de acidentes no canteiro de obras provenientes de resíduos da construção civil.

Tabela 3: Acidentes no canteiro de obras

EQUIPAMENTOS
RISCO OCORRÊNCIA AÇÃO EMERGENCIAL
E PRODUTOS
• Isolamento da área
• Comunicação ao gestor do PGRCC
Vazamento de • EPI: Luvas,
• Contenção do material vazado com
produtos uniforme, botas de
barreira de areia ou serragem
Químico químicos: segurança, máscara
• Absorção do material vazado com
Vedalit, solvente, de filtro, avental e
serragem/argila seca e condicionamento
tintas, colas, etc. óculos de proteção
deste material em bambonas destinadas a
produtos químicos.
• EPI: Luvas,
• Aspersão de água na fonte geradora
uniforme, botas de
• Comunicação ao gestor do PGRCC
Químico Poeira segurança, máscara
• Varrição do material poluente e
de filtro, avental e
acondicionamento do mesmo
óculos de proteção
• Isolamento da área
• Comunicação ao gestor do PGRCC
• EPI: Luvas,
• Contenção do material vazado com
Vazamento de uniforme, botas de
barreira de areia ou serragem
Biológico efluentes segurança, máscara
• Absorção do material vazado com
sanitários de filtro, avental e
serragem/argila seca e condicionamento
óculos de proteção
deste material em bambonas destinadas a
produtos orgânicos.

38
Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

EQUIPAMENTOS
RISCO OCORRÊNCIA AÇÃO EMERGENCIAL
E PRODUTOS

• EPI: Luvas, • Isolamento da área


Quebra ou mau
uniforme, botas de • Comunicação ao gestor do PGRCC
Sonoro funcionamento
segurança e protetor • Desligar a máquina ou equipamento
de equipamentos
auricular. danificado ou emissor de ruído.

• Isolamento da área
• EPI: Luvas,
• Comunicação ao gestor do PGRCC
uniforme, botas de
• Comunicação ao corpo de bombeiro
segurança, óculos
Combustão de quando o caso exigir
de segurança e
produtos • Desligar a força elétrica no disjuntor
máscara de filtro
inflamáveis tipo geral
• Mangueira de água
A • Combate ao foco de incêndio com jato
instalada no sistema
d'água e/ou extintor classe A
hidráulico
• Limpeza da área, transporte e disposição
• Extintor classe A.
adequada do material

• Isolamento da área
• Comunicação ao gestor do PGRCC
• EPI: Luvas, • Comunicação ao corpo de bombeiro
uniforme, botas de quando o caso exigir
Incêndio Combustão de
segurança, óculos • Desligar a força elétrica no disjuntor
líquido
de segurança e geral
inflamável
máscara de filtro • Combate ao foco de incêndio com
• Extintor classe B. extintor classe B;
• Limpeza da área, transporte e disposição
adequada do material.;

• Isolamento da área
• Comunicação ao gestor do PGRCC
• EPI: Luvas • Comunicação ao corpo de bombeiro
isolantes, uniforme, quando o caso exigir
Combustão junto botas de segurança, • Desligar a força elétrica no disjuntor
à rede elétrica óculos de segurança geral
e máscara de filtro; • Combate ao foco de incêndio com
• Extintor classe C. extintor classe C
• Limpeza da área, transporte e disposição
adequada do material;

Toda ocorrência de acidente ambiental deverá ser relatada através do relatório de


ocorrência de Acidentes ambientais (ver anexo) em três vias a serem destinadas ao
39
Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

arquivamento no local do canteiro de obras, com uma via ao empreendedor e outra para o órgão
ambiental, Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) com prazo máximo de 24 horas.

10. SISTEMA DE CONTROLE GERENCIAL


O controle do PGRCC na obra estará sobre a responsabilidade direta de seu responsável
técnico pela implementação dele no canteiro de obras, ou na ausência do mesmo o mestre de
obras irá supervisionar as fontes geradoras visando a diminuição, o transporte, a segregação e
o acondicionamento interno no canteiro de obras. Eles devem zelar pelo cumprimento dos
objetivos e metas estabelecidas neste PGRCC, manutenção e atualização permanente dos
instrumentos de controle, orientação dos operários quanto à execução deste projeto e reporta-
se diretamente aos auditores e/ou agentes de fiscalização dos órgãos competentes ao
monitoramento e fiscalização.

Logo, serão adotados relatórios relacionados ao transporte dos resíduos as unidades


receptoras até o seu destino final.

O controle do transporte de carga do RCC (Resíduo da Construção Civil) será feito


através de Manifesto de Transporte de Resíduos conforme modelo anexo, a ser recepcionado
pelo órgão público competente ou seu autorizado para este fim. Será mantido registro diário de
produção, tratamento e destinação final do RCC em documento próprio que ficará sob guarda
e responsabilidade do responsável técnico pela obra ou pelo mestre de obras que o manterá no
canteiro de obra em local seguro e acessível à auditoria e/ou fiscalização.

11. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL


Para a obtenção de êxito na implementação do PGRCC, será promovido o Programa de
educação ambiental na Construção Civil, onde os funcionários serão treinados através de curso
de capacitação teórico e prático com um total de 5 (cinco) horas, onde estas deverão ser
distribuídas em 5 (cinco) dias. O curso terá o seguinte conteúdo programático:

 Meio Ambiente;
 Resíduos da Construção Civil;
 Impactos ambientais causados pelos RCC;
 Acondicionamento e Tratamento dos resíduos;
 Segurança do manuseio do RCC.

40
Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

12. RESPONSABILIDADE PELA ELABORAÇÃO DO PGRCC

________________________________________________________
Fabrício José Rodrigues De Jesus Lima

ENGENHEIRO AMBIENTAL E SANITARISTA

CREA: 021046585-9

41
Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


As referências consultadas para realização deste Projeto foram:

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10.004 – Resíduos da Construção


Civil. Diretrizes para projeto, implantação e operação. Rio de Janeiro 2004.

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15.112 – Resíduos da Construção


Civil e Resíduos Volumosos. Áreas de transbordo e triagem - Diretrizes para projeto,
implantação e operação. Rio de Janeiro 2004.

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15.113 – Resíduos da Construção


Civil e Resíduos inertes. Aterros - Diretrizes para projeto, implantação e operação. Rio de
Janeiro 2004.

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15.114 – Resíduos da Construção


Civil. Áreas de reciclagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação. Rio de Janeiro
2004.

BERNADES, Alexandre; THOMÉ, Antônio; PRIETTO, Pedro Domingos Marques; ABREU,


Águida Gomes de. – Quantificação e classificação dos resíduos da construção e demolição
coletados no município de Passo Fundo. Passo Fundo, RS, 2008.

CARNEIRO, F.P. Diagnóstico e ações da atual situação dos resíduos de construção e


demolição na cidade do Recife.

Dissertação de mestrado, Engenharia Urbana, UFPB, João Pessoa, 2005;

Resolução CONAMA 307 de 05 de julho de 2002: Estabelece diretrizes, critérios e


procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.

SINDUSCON - CE. Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Ceará. Manual sobre os
Resíduos Sólidos da Construção Civil. Fortaleza, 2011;

SINDUSCON - MG. Sindicato das Indústrias da Construção Civil de Minas Gerais. Cartilha
de Gerenciamento de Resíduos Sólidos para a Construção Civil. Belo Horizonte, 2005;

SINDUSCON – DF. Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Distrito Federal. Projeto
de Gerenciamento de Resíduos Sólidos em Canteiros de Obra. Brasília, 2005.

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UnB Agência. Projeto Entulho Limpo. Brasília, DF, 2002.

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Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

ANEXOS
A1) Planilha de movimentação de resíduos da construção civil
PLANILHA DE MOVIMENTAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO
PERÍODO TRATAMENTO TOTAL
ITEM SETOR RESÍDUO CLASSE OBSERVAÇÃO
INÍCIO TÉRMINO QUANT UNID
i
Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

A2) Relatório de ocorrência de acidente ambiental

RELATÓRIO DE OCORRÊNCIA DE ACIDENTE AMBIENTAL


NOME DA OBRA
ENDEREÇO
RESPONSÁVEL LEGAL
CPF FONE
RESPONSÁVEL TÉCNICO
ENDEREÇO
CPF FONE
OCORRÊNCIAS
LOCAL
DATA
HORA
AGENTE LOCAL

OCORRÊNCIA

AÇÕES COMETIDAS

Arapiraca, 2017.
Responsável Técnico: ____________________________

ii
Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

A3) Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR)

MANIFESTO DE TRANSPORTE DE RESIDUOS (MTR)


DADOS DO TRANSPORTADOR
NOME/RAZÃO SOCIAL
CPF/CNPJ
DADOS DO GERADOR
NOME/RAZÃO SOCIAL
CPF/CNPJ
ENDEREÇO DA RETIRADA

VOLUME
ITEM DESCRIÇÃO DO MATERIAL PREDOMINANTE
QUANT UNID

ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS


TRANSPORTADOR:
RESP. DA ÁREA DE TRASNBORDO E TRIAGEM
RESP. DA ÁREA DE DESTINAÇÃO FINAL

iii
Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC

A4) Layout do Canteiro de Obras

iv

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