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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4
10 CAATINGA ............................................................................................ 25
11 MANGUEZAL ........................................................................................ 29
12 CERRADO ............................................................................................. 30
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16 MATA DE ARAUCÁRIA ......................................................................... 34
20.2 Precipitação........................................................................................ 54
30 CONCLUSÃO ........................................................................................ 85
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32 BIBLIOGRAFIAS SUGERIDAS ............................................................. 94
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
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Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!
2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Fonte: jornaloliberal.net
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O conceito de desenvolvimento sustentável foi reconhecido internacionalmente
em 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano,
realizada em Estocolmo, Suécia. A comunidade internacional adotou a ideia de que o
desenvolvimento socioeconômico e o meio ambiente, até então tratados como
questões separadas, podem ser geridos de uma forma mutuamente benéfica.
Em 1983, é estabelecida a Comissão Mundial das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento. Esta comissão foi incumbida de investigar as
preocupações levantadas nas décadas anteriores acerca dos graves e negativos
impactos das atividades humanas sobre o planeta, e como os padrões de crescimento
e desenvolvimento poderiam se tornar insustentáveis caso os limites dos recursos
naturais não fossem respeitados. O resultado desta investigação foi o Relatório
"Nosso Futuro Comum" publicado em abril de 1987.
O documento ficou conhecido como Relatório Brundtland, em referência à Gro
Harlem Brundtland, ex- primeira ministra norueguesa e médica que chefiou a
comissão da ONU responsável pelo trabalho. O Relatório Brundtland formalizou o
conceito de desenvolvimento sustentável e o tornou conhecido do público.
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O campo do desenvolvimento sustentável pode ser dividido em quatro
componentes: a sustentabilidade ambiental, a sustentabilidade econômica,
a sustentabilidade sociopolítica e a sustentabilidade cultural.
Sustentabilidade ambiental: consiste na manutenção das funções e
componentes dos ecossistemas para assegurar que continuem viáveis – capazes de
se auto reproduzir e se adaptar a alterações, para manter a sua variedade biológica.
É também a capacidade que o ambiente natural tem de manter as condições de vida
para as pessoas e para os outros seres vivos, tendo em conta a habitabilidade, a
beleza do ambiente e a sua função como fonte de energias renováveis.
Sustentabilidade econômica: é um conjunto de medidas e políticas que visam
a incorporação de preocupações e conceitos ambientais e sociais. O lucro passa a
ser também medido através da perspectiva social e ambiental, o que leva à otimização
do uso de recursos limitados e à gestão de tecnologias de poupança de materiais e
energia. A exploração sustentável dos recursos evita o seu esgotamento.
Sustentabilidade sociopolítica: é orientada para o desenvolvimento humano,
a estabilidade das instituições públicas e culturais, bem como a redução de conflitos
sociais. É um veículo de humanização da economia, e, ao mesmo tempo, pretende
desenvolver o tecido social nos seus componentes humanos e culturais.
Vê o ser humano não como objeto, mas sim como objetivo do desenvolvimento.
Ele participa na formação de políticas que o afetam, decide, controla e executa
decisões.
Sustentabilidade cultural: leva em consideração como os povos encaram os
seus recursos naturais, e sobretudo como são construídas e tratadas as relações com
outros povos a curto e longo prazo, com vista à criação de um mundo mais sustentável
a todos os níveis sociais. A integração das especificidades culturais na concepção,
medição e prática do desenvolvimento sustentável é fundamental, uma vez que
assegura a participação da população local nos esforços de desenvolvimento.
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para o Desenvolvimento Sustentável (CSD) das Nações Unidas com o objetivo de
construir indicadores de sustentabilidade.
Fonte: jornalggn.com.br
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Todavia, uma rápida consulta aos resultados desses dois primeiros esforços
certamente provocará a seguinte indagação: poderá surgir daí um índice sintético de
desenvolvimento sustentável? A resposta mais sensata parece ser negativa, porque
índices compostos por várias dimensões (que, por sua vez, resultam de diversas
variáveis) costumam ser contraproducentes, para não dizer enganosos ou traiçoeiros.
Por outro lado, sem um bom termômetro de sustentabilidade, o mais provável é que
todo mundo continue a usar apenas índices de desenvolvimento (quando não de
crescimento), deixando de lado a dimensão ambiental.
Tanto quanto um piloto precisa estar permanentemente monitorando os
diversos indicadores que compõem seu painel, qualquer observador do
desenvolvimento sustentável será necessariamente obrigado a consultar dezenas de
estatísticas, sem que seja possível amalgamá-las em um único índice. Talvez seja
essa a razão que faz o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente)
não ter se lançado na construção de um índice de desenvolvimento sustentável
equivalente ao IDH.
Isto não impede, contudo, que se procure elaborar um índice de
sustentabilidade ambiental, em vez de desenvolvimento sustentável, para que possa
ser comparado com outros índices de desenvolvimento, como os que foram
mencionados no início deste livro. Ou ainda, que se prefira representações gráficas
multifacetadas, em vez de um número índice. A ideia foi apresentada em 2002 ao
Fórum Econômico Mundial por um grupo de trabalho formado por pesquisadores de
duas universidades americanas.
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Fonte: geranegocios.com
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Explorar sinergias e complementaridades é, portanto, fator de
competitividade, de promoção do desenvolvimento e de enfrentamento de
questões de sustentabilidade. A melhor performance depende, entretanto, da
qualidade intrínseca dos arranjos produtivos. Em outras palavras, depende
da natureza do engajamento (legitimidade, motivação, visão de futuro e
compartilhamento de crenças, significados e valores dos diferentes atores),
da capacidade de construírem, consolidarem e manterem em permanente
desenvolvimento um ambiente capaz de gerar resultados (econômicos,
sociais, ambientais e culturais) sustentados a longo prazo, da qualidade dos
vínculos (transparência, confiança e proximidade entre os atores), da eficácia
dos mecanismos de interação e cooperação e da capacidade de
reconhecimento sincero dos interesses legítimos dos atores envolvidos. No
plano operacional, depende do empenho em se encontrar uma fórmula aceita
para a responsabilização, o acompanhamento, controle e auditoria dos
processos e a apropriação dos resultados e dos impactos decorrentes da
ação conjunta, tanto os de natureza econômico-financeira como os sociais,
ambientais e culturais; tanto os tangíveis quanto os intangíveis. KEINERT ,
2007, apud DANDAL, 2014, p. 29
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5 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE
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da sociedade civil) um dado conjunto de indicadores pode revelar a situação atual
dessa instituição (e daí permitir compará-la com outras de mesma natureza) ou indicar
sua evolução em relação a sua própria situação em algum momento anterior.
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obrigatoriedade e importância deste estudo, que é tratado constitucionalmente como
poder-dever do Poder Público. O Estudo prévio de Impacto Ambiental é uma
manifestação significativa do princípio da prevenção e constitui um dos instrumentos
básicos da Política Nacional do Meio Ambiente. Tem a função de apontar os possíveis
riscos que um projeto pode oferecer à natureza e indicar uma solução para a
implantação do projeto de forma a combater e prevenir um possível dano ambiental.
São merecedoras de gratificações as grandes empresas de elevada produção
que, em meio a este escopo, preocupam-se não só com o lucro, mas também com a
preservação da natureza. Tais empresas são dotadas de certificados como a ISO
14001, comprovadores e reconhecedores de tal mérito e passam a valorizar cada
particularidade do sistema natural, ou seja, comprometem-se com a coleta seletiva do
lixo e a reciclagem do mesmo, gerando economia de energia e proteção sistemática
do Meio Ambiente. Trabalham intensamente no combate ao desperdício de todo
gênero natural, como a água, o solo e a energia.
Apesar de campanhas mundiais e divulgação de estatísticas, a sede humana
de exploração, consumo e lucro é cada vez maior, aumentando assim as
consequências do efeito estufa. Podemos citar a título de ilustração, o derretimento
de geleiras nos polos e degradação da camada de ozônio.
Na “Guerra Econômica” travada entre Nações, o homem vem destruindo algo
que lhe pertence e, tal situação, aliada ao hiper crescimento populacional traz como
consequências o aumento do consumo, a exploração do solo em larga escala,
descarga de dejetos e emissão de CO2, contribuindo para um meio desequilibrado.
Populações sofrem com catástrofes meteorológicas, como enchentes, passam
fome devido à ausência de solos férteis devido à seca, escassez de água potável além
de problemas respiratórios causados pelo ar impuro impregnado de agentes fruto do
efeito estufa. Este, um dos maiores demonstradores do descaso ambiental, que vem
sendo contribuído pela queima de combustíveis fósseis como a gasolina e também
pelas queimadas de florestas.
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Desastres ecológicos ocorrem e a não reparação destes pelos seus agressores
é, muitas vezes, acobertada pela impunidade. Infelizmente, temos que acreditar que
são necessárias normas impositivas de sanção para que o homem se eduque em
relação aos cuidados com algo que é seu por direito. Foi preciso a criação de
legislações de Direito Ambiental com normas coercitivas, onde o homem vê-se
obrigado a preservar seu ambiente e sobrepujar seu eterno animus lucrandi. Foi
preciso impor sanções como multas pecuniárias e até mesmo penas restritivas de
liberdade dentre outras para o homem respeitar seu direito.
As civilizações estão sendo dominadas pelo consumismo e, em contrapartida,
pelo desejo desenfreado de poder econômico-financeiro, não tendo a preocupação
adequada com a preservação de um bem que, se utilizado racionalmente, seria
contribuindo para a manutenção dessas vontades eternamente, de modo que, como
vem sendo utilizado está a ponto de desencadear, a níveis mundiais, uma enorme
catástrofe ambiental e, consequentemente, econômica, política e financeira, trazendo
uma infinidade de prejuízos para a humanidade, principalmente para as gerações
futuras.
A sustentabilidade do Meio Ambiente depende exclusivamente de uma
consciência universal e respeito os Paradigmas da Ecologia e dos processos naturais
para a evolução da Humanidade.
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7 ECOSSISTEMA E BIODIVERSIDADE, OS PRINCIPAIS ECOSSISTEMAS
BRASILEIROS
Fonte: catracalivre.com.br
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Fonte da imagem: sobiologia.com. br
Mas o futuro da Amazônia não será definido apenas por sua importância
socioambiental e por seus potenciais. As ameaças de degradação avançam
em ritmo acelerado. Os dados oficiais elaborados pelo INPE sobre o
desmatamento na região mostram que ele é extremamente alto e está
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crescendo. Já foram eliminados cerca de 570 mil quilômetros quadrados de
florestas na região, uma área equivalente à superfície da França, e a média
anual dos últimos sete anos é da ordem de 17,6 mil quilômetros quadrados
(INPE, 2001, apud MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE SECRETARIA DE
BIODIVERSIDADE E FLORESTAS, 2002, p. 21).
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umidade, que é resultado da constante evapotranspiração da floresta, produzindo
massas de ar úmido para todo o continente sul-americano, os chamados Rios
Voadores.
É importante não confundir o Bioma Amazônia com a Floresta Amazônica. O
primeiro termo refere-se às características gerais que envolvem a mata, os animais,
os rios, os solos e a flora, o segundo limita-se às características da floresta.
Mata de cocais: A mata de cocais situa-se entre a floresta amazônica e a
caatinga. São matas de carnaúba, babaçu, buriti e outras palmeiras. Vários tipos de
animais habitam esse ecossistema, como a arara canga e o macaco cuxiú. É um tipo
de cobertura vegetal situada entre as florestas úmidas da região Norte e as terras
semiáridas do Nordeste do Brasil, sendo uma zona de transição entre os
biomas Caatinga, Floresta Amazônica e Cerrado. Abrange predominantemente o
Meio-Norte (sub-região formada pelos estados do Maranhão e Piauí), mas também se
estende pelos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Tocantins.
Influenciado pela sua localização, esse bioma possui três tipos de
climas: equatorial úmido - quente e chuvoso, predominando em menos de 20% do
bioma; tropical semiúmido - predomina em mais de 65%, com estações secas e
úmidas bem definidas e temperaturas médias elevadas; tropical semiárido – quente e
seco, com chuvas escassas e irregulares, predomina em 15% do bioma.
A Mata dos Cocais se formou ocupando lacunas de outras formações vegetais
(cerrados e florestas amazonenses), que foram desmatadas para criação de pasto e
exploração de madeira. Seu solo é rico em minérios como: ferro, ouro,
diamante, bauxita, alumínio e níquel. Uma característica interessante é que o solo, na
região dos cocais, possui um lençol freático pouco profundo, permanecendo úmido o
ano inteiro.
A vegetação da Mata dos Cocais é dominada pela palmeira babaçu (sendo a
mais importante a Orbignya speciosa), que predomina nos locais mais úmidos como
o Maranhão, norte do Tocantins e oeste do Piauí. Na área menos úmida, que abrange
o leste do Piauí e litorais do Ceará e Rio Grande do Norte, predomina a palmeira
carnaúba (Copernicia cerifera). As outras principais palmeiras são o buriti (Mauritia
flexuosa) e a oiticica (Licania rígida). Uma grande quantidade de arbustos e
vegetações de pequeno porte também são encontradas nos locais de menores
altitudes.
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O babaçu chega a atingir 20 metros de altura e uma árvore pode produzir até
2.000 frutos (cocos) por ano. Dentro dos frutos existem as amêndoas, das
quais é extraído um óleo muito utilizado em diversas indústrias (alimentícias,
farmacêuticas, químicas, etc.). Outras partes do coco também são
aproveitadas, como o epicarpo (camada externa), que é utilizado na produção
de estofados, embalagens, vasos, placas, entre outros. (SANTOS, 2013,
apud SUÇUARANA, 2015).
8 PANTANAL MATO-GROSSENSE
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Uma das últimas regiões a ser ocupada e desenvolvida no Brasil, o Pantanal
abriga hoje um Parque Nacional, além de muitas fazendas, principalmente de gado.
O Pantanal Mato-grossense é uma das mais exuberantes e diversificadas
reservas naturais do Planeta integrando-o ao acervo dos patrimônios da humanidade.
É a maior extensão úmida contínua do planeta. Hidrograficamente, todo o Pantanal
faz parte da bacia do rio Paraguai constituindo-se em uma imensa planície de áreas
alagáveis. Quando do período das cheias justifica a lenda sobre sua origem, que seria
um imenso mar interior - o mar de Xaraés.
O clima é tipo quente no verão, com temperatura média em torno de 32°C e frio
e seco no inverno, com média em torno de 21°C, ocorrendo ocasionalmente, geadas
nos meses de julho e agosto. A união de fatores tais como o relevo, o clima e o regime
hidrográfico da região favoreceram o desenvolvimento de numerosas espécies
animais e vegetais que povoam abundantemente toda sua extensão.
Existem dez tipos de pantanal na região com características diferentes de solo,
vegetação e drenagem, são eles: Nabileque - 9,4 %; Miranda, 4,6%; Aquidauana, 4,9
%; Abobral - 1,6 %; Nhecolândia - 17,8 %; Paiaguás - 18,3 %; Paraguai - 5,3 %; Barão
de Melgaço - 13,3 %; Poconé - 12,9 %; Cáceres - 11,9 %.
A beleza proporcionada pela paisagem pantaneira fascina pessoas de todo o
mundo fazendo com que o turismo se desenvolva em vários municípios da região. O
desenvolvimento de um pensamento ambientalista e social para o pantanal mato-
grossense tem levado vários pesquisadores a discutirem o impacto da ocupação
humana neste ecossistema.
Dentre os principais problemas ambientais destaca-se: A pesca predatória; a
caça de jacarés; a poluição dos rios da bacia do Paraguai; os garimpos do Estado de
Mato Grosso; a poluição das águas pelo mercúrio; a hidrovia Paraguai-Paraná.
Tais questões tem sido alvo de uma extensa discussão e algumas ações
ambientais por parte dos órgãos ambientais e da comunidade tem coibido tais
agressões.
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9 CAMPOS SULINOS
10 CAATINGA
10.1 Vegetação
10.2 Fauna
10.3 Restinga
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Sobre a restinga é possível se encontrar a vegetação de restinga, que é um
conjunto das comunidades vegetais, fisionomicamente distintas, sob influência
marinha e Fúlvio-marinha, que ocorrem distribuídas em mosaico e em áreas de
grande diversidade ecológica, sendo consideradas comunidades edáficas, por
dependerem mais da natureza do substrato que do clima.
A cobertura vegetal nas restingas pode ser encontrada em praias e dunas,
sobre cordões arenosos, e associadas a depressões. Na restinga os estágios
sucessionais diferem das formações ombrófilas e estacionais, ocorrendo
notadamente de forma mais lenta, em função do substrato que não favorece o
estabelecimento inicial da vegetação, principalmente por dissecação e ausência de
nutrientes. O corte da vegetação ocasiona uma reposição lenta, geralmente de porte
e diversidade menores, onde algumas espécies passam a predominar. Os diferentes
tipos de vegetação ocorrentes nas restingas brasileiras variam desde formações
herbáceas, passando por formações arbustivas, abertas ou fechadas, chegando a
florestas cujo dossel varia em altura, geralmente não ultrapassando os 20m. São em
geral caracterizada por comunidade com pouca riqueza, quando comparada a outras
comunidades vegetais, sendo protegidas por lei devido à sua fragilidade.
Em muitas áreas de restinga no Brasil, especialmente no sul e sudeste,
ocorrem períodos mais ou menos prolongados de inundação do solo, fator que tem
grande influência na distribuição de algumas formações vegetacionais. A
periodicidade com que ocorre o encharcamento e a sua respectiva duração são
decorrentes principalmente da topografia do terreno, da profundidade do lençol
freático e da proximidade de corpos d’água (rios ou lagoas), produzindo em muitos
casos um mosaico de formações inundáveis e não inundáveis, com fisionomias
variadas, o que até certo ponto justifica o nome de “complexo” que é empregado para
designar as restingas.
As formações herbáceas ocorrem principalmente nas faixas de praia e ante-
dunas, em locais que eventualmente podem ser atingidos pelas marés mais altas, ou
então em depressões alagáveis. Nas zonas de praia, dunas frontais e dunas mais
próximas ao mar, predominam espécies herbáceas, em alguns casos com pequenos
arbustos e árvores, que ocorrem tanto de forma isolada e pouco expressiva, como
formando agrupamentos mais densos, com variações nas suas respectivas
fisionomias, composições e graus de cobertura. A vegetação das praias e dunas tem
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ocorrência praticamente ao longo de toda a costa brasileira, mas a sua exata
circunscrição e os termos empregados para designá-la variam muito. As pressões
antrópicas no sentido de ocupação e urbanização da zona costeira já suprimiram
muitas áreas representativas desta formação em vários pontos no litoral brasileiro.
As formações arbustivas das planícies litorâneas, que para muitos autores
constituem a restinga propriamente dita são os tipos vegetacionais que mais chamam
a atenção no litoral brasileiro, tanto pelo seu aspecto peculiar, com fisionomia variando
desde densos emaranhados de arbustos junto a trepadeiras, bromélias terrícolas e
cactáceas, até moitas com extensão e altura variáveis, intercaladas por áreas abertas
que em muitas locais expõem diretamente a areia, principal constituinte do substrato
nestas formações. Os termos “scrub”, “thicket”, “escrube” e “fruticeto” já foram
empregados para designar comunidades e/ou formações desta natureza,
notadamente na região litorânea.
As formações florestais que ocorrem na planície litorânea brasileira variam
bastante ao longo da costa, sendo essas variações geralmente atribuídas às
influências das formações vegetacionais adjacentes e às características do substrato,
principalmente sua origem, composição e condições de drenagem.
Estas florestas variam desde formações com altura do estrato superior a partir
de 5m, em geral livres de inundações periódicas decorrentes da ascensão do lençol
freático durante os períodos mais chuvosos, até formações mais desenvolvidas, com
alturas em torno de 15 a 20m, muitas vezes associadas a solos hidro mórficos e/ou
orgânicos.
Estes dois tipos de florestas em geral acompanham as variações topográficas
decorrentes da justaposição dos cordões litorâneos, ao menos onde tais feições são
bem definidas. Em locais situados mais para o interior da planície costeira, geralmente
em terrenos mais deprimidos onde tais alinhamentos não são claramente definidos e
os solos são saturados hidricamente e têm uma espessa camada orgânica superficial,
ocorrem florestas mais desenvolvidas semelhantes florística e estruturalmente
àquelas situadas nas depressões entre os cordões.
A fauna ocorrente nas restingas brasileiras está relativamente menos estudada
quando comparada com os conhecimentos que já se acumulam sobre a composição
e estrutura dos seus diferentes tipos vegetacionais. Dentre os estudos tratando de
grupos de animais invertebrados, podem ser mencionados os realizados com os
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artrópodes, notadamente com diferentes grupos de insetos, estes constituindo a
maioria dos relatos encontrados. A fauna de vertebrados ocorrente nas restingas
brasileiras também é relativamente pouco pesquisada, com destaque para os
trabalhos realizados no litoral do Rio de Janeiro, principalmente com pequenos
mamíferos e répteis.
11 MANGUEZAL
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O cheiro dos mangues também é um aspecto bem característico, isso ocorre
devido à presença de água salobra e matérias vegetais em estado de decomposição.
Uma das principais ameaças a esse ecossistema é a exploração, (como a caça
do caranguejo) que teve início com fins comerciais em países da Ásia ganhando
expansão rápida para demais países detentores de mangues. O uso desordenado e
de maneira não sustentável de seus recursos causa uma depredação quase que
irrefreável, em países como Tailândia e Filipinas a área de manguezal teve grande
parte dizimada por conta da super- exploração, chegando a ser reduzida em 110.000
hectares da área original de 448.000 nas Filipinas.
No Brasil não é diferente, porém algumas leis foram estabelecidas com o intuito
de promover a preservação dos manguezais. A lei de número 4.771 de 15 de setembro
de 1965 define os mangues como APPs (Área de Preservação Permanente), e a
Resolução do CONAMA de número 369 de março de 2006 estabelece a proibição da
supressão de vegetação ou qualquer outro tipo de intervenção, salvo apenas em
casos de utilidade pública para as áreas de mangues. Ainda assim esse ecossistema
é o mais ameaçado dentre todos nos Brasil.
A poluição também é outra grande inimiga dos manguezais. A poluição
proveniente das cidades costeiras e de indústrias instaladas na região como o
depósito de lixo nos mares e rios, derramamentos de petróleo, são fatores que
contribuem para a degradação do ecossistema.
12 CERRADO
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Estima-se que 10 mil espécies de vegetais, 837 de aves e 161 de mamíferos
vivam ali. Essa riqueza biológica, porém, é seriamente afetada pela caça e pelo
comércio ilegal. O cerrado é o sistema ambiental brasileiro que mais sofreu alteração
com a ocupação humana. Atualmente, vivem ali cerca de 20 milhões de pessoas.
Essa população é majoritariamente urbana e enfrenta problemas como desemprego,
falta de habitação e poluição, entre outros. A atividade garimpeira, por exemplo,
intensa na região, contaminou os rios de mercúrio e contribuiu para seu
assoreamento. A mineração favoreceu o desgaste e a erosão dos solos. Na economia,
também se destaca a agricultura mecanizada de soja, milho e algodão, que começa
a se expandir principalmente a partir da década de 80. Nos últimos 30 anos, a pecuária
extensiva, as monoculturas e a abertura de estradas destruíram boa parte do cerrado.
Hoje, menos de 2% está protegido em parques ou reservas.
Pequenas árvores de troncos torcidos e recurvados e de folhas grossas,
esparsas em meio a uma vegetação rala e rasteira, misturando-se, às vezes, com
campos limpos ou matas de árvores não muito altas – esses são os Cerrados, uma
extensa área de cerca de 200 milhões de hectares, equivalente, em tamanho, a toda
a Europa Ocidental. A paisagem é agressiva, e por isso, durante muito tempo, foi
considerada uma área perdida para a economia do país.
Os Cerrados apresentam relevos variados, embora predominem os amplos
planaltos. Metade do Cerrado situa-se entre 300 e 600m acima do nível do mar, e
apenas 5,5% atingem uma altitude acima de 900m. Em pelo menos 2/3 da região o
inverno é demarcado por um período de seca que se prolonga por cinco a seis meses.
Seu solo esconde um grande manancial de água, que alimenta seus rios.
Entre as espécies vegetais que caracterizam o Cerrado estão o barbatimão, o
pau-santo, a gabiroba, o pequizeiro, o araçá, a sucupira, o pau-terra, a catuaba e o
indaiá. Debaixo dessas árvores crescem diferentes tipos de capim, como o capim-
flecha, que pode atingir uma altura de 2,5m. Onde corre um rio ou córrego, encontram-
se as matas ciliares, ou matas de galeria, que são densas florestas estreitas, de
árvores maiores, que margeiam os cursos d’água. Nos brejos, próximos às nascentes
de água, o buriti domina a paisagem e forma as veredas de buriti.
A presença humana na região data de pelo menos 12 mil anos, com o
aparecimento de grupos de caçadores e coletores de frutos e outros alimentos
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naturais. Só recentemente, há cerca de 40 anos, é que começou a ser mais
densamente povoada.
Os tipos fisionômicos do cerrado (latu sensu) se distribuem de acordo com três
aspectos do substrato onde se desenvolvem: a fertilidade e o teor de alumínio
disponível; a profundidade; e o grau de saturação hídrica da camada superficial e
subsuperficial. Os principais tipos de vegetação são:
Este tipo de vegetação cresce sob solos bem drenados e relativamente ricos
em nutrientes, as copas das árvores, que medem em média de 8-10 metros de altura,
tocam-se o que denota um aspecto fechado a esta vegetação.
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passam nem umidade nem raízes. Sua flora é caracterizada por um tapete de ervas
latifoliadas ou de gramíneas curtas, havendo em geral a ausências de exemplares
arbustivos, ou a presença de raríssimos espécimes lenhosos, neste caso enraizados
em frestas da camada rochosa.
15 MATA ATLÂNTICA
16 MATA DE ARAUCÁRIA
Lixo: Em geral, as pessoas consideram lixo tudo aquilo que se joga fora e
que não tem mais utilidade. Mas, se olharmos com cuidado, veremos que o lixo não
é uma massa indiscriminada de materiais. Ele é composto de vários tipos de
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resíduos, que precisam de manejo diferenciado. Assim, pode ser classificado de
várias maneiras.
Classificação: Pode ser classificado como seco ou úmido. O lixo seco é
composto por materiais potencialmente recicláveis (papel, vidro, lata, plástico entre
outros). Entretanto, alguns materiais não são reciclados por falta de mercado, como é
o caso de vidros planos, entre outros materiais. O lixo úmido corresponde à parte
orgânica dos resíduos, como as sobras de alimentos, cascas de frutas, restos de poda
etc., que pode ser usada para compostagem. Essa classificação é muito usada nos
programas de coleta seletiva, por ser facilmente compreendida pela população.
O lixo também pode ser classificado de acordo com seus riscos potenciais. De
acordo com a NBR/ABNT 10.004 (2004), os resíduos dividem-se em Classe I, que são
os perigosos, e Classe II, que são os não perigosos. Estes ainda são divididos em
resíduos Classe IIA, os não inertes (que apresentam características como
biodegradabilidade, solubilidade ou combustibilidade, como os restos de alimentos e
o papel) e Classe IIB, os inertes (que não são decompostos facilmente, como plásticos
e borrachas). Quaisquer materiais resultantes de atividades que contenham
radionuclídeos e para os quais a reutilização é imprópria são considerados rejeitos
radioativos e devem obedecer às exigências definidas pela Comissão Nacional de
Energia Nuclear – CNEN.
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Comercial: são os resíduos originados nos diversos estabelecimentos
comerciais e de serviços, tais como supermercados, bancos, lojas, bares,
restaurantes, entre outros.
Público: são aqueles originados nos serviços de limpeza urbana, como restos
de poda e produtos da varrição das áreas públicas, limpeza de praias e galerias
pluviais, resíduos das feiras livres e outros.
De serviços de saúde: resíduos provenientes de hospitais, clínicas médicas
ou odontológicas, laboratórios, farmácias etc. É potencialmente perigoso, pois pode
conter materiais contaminados com agentes biológicos ou perigosos, produtos
químicos e quimioterápicos, agulhas, seringas, lâminas, ampolas de vidro, brocas
entre outros.
Industrial: são os resíduos resultantes dos processos industriais. O tipo de lixo
varia de acordo com o ramo de atividade da indústria. Nessa categoria está a maior
parte dos materiais considerados perigosos ou tóxicos.
Agrícola: resulta das atividades de agricultura e pecuária. É constituído por
embalagens de agrotóxicos, rações, adubos, restos de colheita, dejetos da criação de
animais entre outros.
Entulho: restos da construção civil, reformas, demolições, solos de
escavações entre outros.
No Brasil, a geração de lixo per capita varia de acordo com o porte populacional
do município. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB),
elaborada pelo IBGE em 2000, a geração per capita de resíduos no Brasil varia entre
450 e 700 gramas para os municípios com população inferior a 200 mil habitantes e
entre 700 e 1.200 gramas em municípios com população superior a 200 mil habitantes .
De acordo ABRELPE 2017 com a população brasileira apresentou um
crescimento de 0,75% entre 2016 e 2017, enquanto a geração per capita de RSU
apresentou aumento de 0,48%. A geração total de resíduos aumentou 1% no mesmo
período, atingindo um total de 214.868 toneladas diárias de RSU no país.
Segundo ABRELPE,2019 entre 2017 e 2018, a geração de RSU no Brasil
aumentou quase 1% e chegou a 216.629 toneladas diárias. Como a população
também cresceu no período (0,40%), a geração per capita
teve elevação um pouco menor (0,39%). Isso significa que, em média, cada brasileiro
gerou pouco mais de 1 quilo de resíduo por dia.
36
17.1 Resíduos perigosos
37
comprar pilhas, verifique na embalagem as informações sobre os metais que a
compõem e como descartá-las.
Baterias: as baterias de automóveis, industriais, de telefones celulares (entre
outras) contêm metais pesados em concentração elevada. Por isso, devem ser
descartadas de acordo com as normas estabelecidas para proteção do meio ambiente
e da saúde. O descarte das baterias de carro, que contêm chumbo, e de telefones
celulares, que contêm cádmio, chumbo, mercúrio e outros metais pesados, deve ser
feito somente nos postos de coleta mantidos por revendedores, assistências técnicas,
fabricantes e importadores (pois é deles a responsabilidade de recolher e encaminhar
esses produtos para destinação final ambientalmente adequada). O mesmo vale para
qualquer outro tipo de bateria, devendo o usuário criar o hábito de ler as instruções de
descarte presente nos rótulos ou embalagem dos produtos.
Lâmpadas fluorescentes: mais econômicas, as lâmpadas fluorescentes se
tornaram muito populares no Brasil, principalmente em função da necessidade de
economizar energia durante o período de racionamento de energia elétrica, ocorrido
em 2001. Isso, no entanto, criou um problema, uma vez que as lâmpadas
fluorescentes contêm mercúrio, um metal pesado altamente prejudicial ao meio
ambiente e à saúde. Como ainda não há dispositivos legais específicos que regulem
o descarte nem o interesse dos fabricantes em proporcionar soluções tecnológicas e
sistemas de destinação adequados para esse tipo de material, toda essa quantidade
de lâmpadas fluorescentes vem sendo descartada junto com o lixo domiciliar. Caso o
lixo seja encaminhado para um lixão ou aterro controlado, o mercúrio poderá
contaminar o ambiente, colocando a saúde da população em risco. O consumidor
pode usar seu poder de escolha e de pressão sobre as autoridades e as empresas,
exigindo o estabelecimento de medidas adequadas e seguras para o descarte desse
tipo de lâmpada e de outros resíduos perigosos.
Resíduos indesejáveis: Os pneus usados são classificados como inertes,
sendo considerados resíduos indesejáveis do ponto de vista ambiental. A grande
quantidade de pneus descartados tornou-se um sério problema ambiental. Segundo
a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos, o Brasil descarta, anualmente,
cerca de 21 milhões de pneus de todos os tipos: de trator, caminhão, automóvel,
carroça, moto, avião e bicicleta, entre outros. Quando descartados inadequadamente,
por exemplo, em lixões, propiciam o acúmulo de água em seu interior e podem
38
contribuir para a proliferação de mosquitos transmissores da dengue e do cólera.
Quando descartados em rios e lagos podem contribuir para o assoreamento e
enchentes. Quando são queimados, produzem emissões extremamente tóxicas,
devido à presença de substâncias que contêm cloro (dioxinas e furanos).
Por esse motivo, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) proibiu o
descarte e a queima de pneus a céu aberto e responsabilizou fabricantes e
importadores pela destinação final ambientalmente adequada daqueles que não
tiverem mais condições de uso. De acordo com a Resolução CONAMA nº 258/1999,
a partir de 2004, para cada pneu novo fabricado, o fabricante deve recolher um em
desuso (inservível) e, a partir de 2005, para cada quatro pneus novos, a empresa
deverá recolher cinco pneus inservíveis.
Existem várias formas de reutilizar os pneus, como por exemplo, fazendo a
recauchutagem. Ainda, a partir dos pneus, pode-se produzir um pó de borracha que
serve para fabricar tapetes, solados de sapatos, pneus e outros artefatos.
No Brasil e em muitos outros países, os pneus inservíveis já têm sido utilizados
na pavimentação de estradas, misturando-se a borracha ao asfalto. Para obter mais
informações sobre o que vem sendo feito com os pneus usados, você pode contatar
as associações de classe, como a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos
(ANIP) ou a Associação Brasileira da Indústria de Pneus Remoldados (ABIP).
41
final de resíduos sólidos no solo, fundamentado em princípios de engenharia e normas
operacionais específicas, com o objetivo de confinar o lixo no menor espaço e volume
possíveis, isolando-o de modo seguro para não criar danos ambientais e para a saúde
pública. Os resíduos dispostos em aterros estão isolados do meio ambiente externo
por meio da impermeabilização do solo, da cobertura das camadas de lixo e da
drenagem de gases.
Tratamento e disposição final do lixo: Existem algumas formas possíveis
para o tratamento do lixo e sua disposição final na natureza. No Brasil, o
gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos é de responsabilidade das Prefeituras
Municipais. Ainda é bastante reduzido o número de municípios que possuem um bom
gerenciamento de resíduos sólidos, com sistemas adequados de coleta, tratamento e
disposição final dos resíduos. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento
Básico, realizada pelo IBGE em 2000, 64% dos municípios brasileiros depositam seus
resíduos em lixões. Apenas 14% possuem aterros sanitários e 18% possuem aterros
controlados. Existe, ainda, a necessidade de se promover a universalização da
limpeza pública (coleta, varrição, tratamento, destinação final etc.) para toda a
população brasileira, já que cerca de 30 % do total de resíduos gerados não é coletado
no país (IPT/Cempre 2000).
O conjunto de ações que objetivam a minimização da geração de lixo e
a diminuição da sua periculosidade constitui a fase de tratamento dos resíduos, que
representa uma forma de torná-los menos agressivos para a disposição final,
diminuindo o seu volume, quando possível. Os processos de tratamento dos resíduos
são os seguintes:
Compostagem: É um processo no qual a matéria orgânica putrescível (restos
de alimentos, aparas e podas de jardins etc.) é degradada biologicamente, obtendo-
se um produto que pode ser utilizado como adubo. A compostagem permite aproveitar
os resíduos orgânicos, que constituem mais da metade do lixo domiciliar. A
compostagem pode ser feita em casa ou em unidades de compostagem.
42
Incineração: É a transformação da maior parte dos resíduos em gases, através
da queima em altas temperaturas (acima de 900º C), em um ambiente rico em
oxigênio, por um período pré-determinado, transformando os resíduos em material
inerte e diminuindo sua massa e volume. Não se deve confundir a incineração com a
simples queima dos resíduos. No primeiro caso, os incineradores geralmente são
dotados de filtros, evitando que gases tóxicos sejam lançados na atmosfera.
De qualquer forma, devido a aspectos técnicos, a incineração não é o
tratamento mais indicado para a maioria dos resíduos gerados e não é adequado à
realidade das cidades brasileiras. Algumas unidades de incineração estão sendo
desativadas no país por operarem precariamente, sem sistemas de tratamento
adequado dos gases emitidos. A incineração é um sistema complexo, que envolve
milhares de interações físicas e reações químicas. Além do dióxido de carbono e do
vapor de água, outros gases são produzidos, incluindo diversas substâncias tóxicas,
como metais pesados e outras.
Entre elas, destacam-se as dioxinas e os furanos, classificados como poluentes
orgânicos persistentes (POPs), que são tóxicos, cancerígenos, resistentes à
degradação e acumulam-se em tecidos gordurosos (humanos e animais). Esses
poluentes são transportados pelo ar, água e pelas espécies migratórias, sendo
depositados distante do local de sua emissão, onde se acumulam em ecossistemas
terrestres e aquáticos. Em decorrência dessas características, em setembro de 1998
a Environmental Protection Agency (EPA), a agência de proteção ambiental
americana, anunciou que não existe um nível “aceitável” de exposição às dioxinas.
Pirólise: Diferentemente da incineração, na pirólise a queima acontece em
ambiente fechado e com ausência de oxigênio.
Digestão Anaeróbica: É um processo baseado na degradação biológica, com
ausência de oxigênio e ambiente redutor. Neste processo há a formação de gases e
líquidos. Este princípio é bastante utilizado em todo o mundo em aterros sanitários.
Reuso ou Reciclagem? Já implantados em vários municípios brasileiros, estes
processos baseiam-se no reaproveitamento dos componentes presentes nos resíduos
de forma a resguardar as fontes naturais e conservar o meio ambiente. Como todo
processo de tratamento produz um rejeito, isto é, um material que não pode ser
utilizado, a disposição final em aterros acaba sendo imprescindível para todo tipo de
tratamento.
43
Aterro sanitário: É um método de aterramento dos resíduos em terreno
preparado para a colocação do lixo, de maneira a causar o menor impacto ambiental
possível. Veja a seguir algumas das medidas técnicas empregadas para proteger o
meio ambiente:
O solo é protegido por uma manta isolante (chamada de geomembrana) ou por
uma camada espessa de argila compactada, impedindo que os líquidos poluentes,
lixiviados ou chorume, se infiltrem e atinjam as águas subterrâneas; são colocados
dutos captadores de gases (drenos de gases) para impedir explosões e combustões
espontâneas, causadas pela decomposição da matéria orgânica. Os gases podem ser
queimados para evitar sua dispersão na atmosfera; é implantado um sistema de
captação do chorume, para que ele seja encaminhado a um sistema de tratamento;
as camadas de lixo são compactadas com trator de esteira, umas sobre as outras,
para diminuir o volume, e são recobertas com solo diariamente, impedindo a exalação
de odores e a atração de animais, como roedores e insetos; o acesso ao local deve
ser controlado com portão, guarita e cerca, para evitar a entrada de animais, de
pessoas e a disposição de resíduos não autorizados.
Aterro controlado: O aterro controlado não é considerado uma forma
adequada de disposição de resíduos porque os problemas ambientais de
contaminação da água, do ar e do solo não são evitados, já que não são utilizados
todos os recursos de engenharia e saneamento que evitariam a contaminação do
ambiente. No entanto, representa uma alternativa melhor do que os lixões, e se
diferenciam destes por possuírem a cobertura diária dos resíduos com solo e o
controle de entrada e saída de pessoas.
Unidades de segregação e/ou de compostagem: Essa forma de tratamento
prevê a instalação de um galpão para a separação (triagem) manual dos resíduos,
usualmente realizada em esteiras rolantes. Quando o município realiza a coleta
seletiva, os resíduos já chegam separados, isto é, materiais recicláveis separados dos
resíduos orgânicos.
Entretanto, quando não existe esta separação nas residências, comércios entre
outras, os sacos de lixo coletados na coleta convencional são encaminhados para a
triagem, onde os resíduos recicláveis são separados dos orgânicos. Neste último
caso, a separação é muito mais difícil porque os resíduos estão misturados,
44
dificultando a segregação e comprometendo a qualidade do composto orgânico
produzido.
No Brasil, o sistema de reciclagem e compostagem desvinculado da coleta
seletiva tem-se mostrado oneroso, pois além de exigir gastos elevados com muitos
funcionários e equipamentos, a separação do material orgânico do reciclável é muito
baixa. Por esta razão, a melhor alternativa é integrar as centrais de triagem e de
compostagem a um sistema de coleta seletiva, promovendo a separação dos
materiais recicláveis e compostáveis na origem e a participação comunitária. Para que
a coleta seletiva seja realmente eficiente é necessária a mudança de hábito na
disposição e acondicionamento do lixo já na fonte geradora. Além dos benefícios
ambientais promovidos pela coleta seletiva e consequente destinação dos resíduos
para reciclagem e compostagem, podemos considerar também os benefícios de
inclusão social dos catadores, caso eles sejam os parceiros preferenciais na coleta
seletiva.
45
18.4 A responsabilidade é de quem produz
Quanto aos lixões a céu aberto e aterros controlados ficam proibidos. A Lei,
determina que todas as administrações públicas municipais, indistintamente do seu
porte e localização, devem construir aterros sanitários e encerrarem as atividades dos
lixões e aterros controlados, no prazo máximo de 4 (quatro) anos, substituindo-os por
aterros sanitários ou industriais, onde só poderão ser depositados resíduos sem
qualquer possibilidade de reciclagem e reaproveitamento, obrigando também a
compostagem dos resíduos orgânicos.
Fabricantes, distribuidores e comerciantes, organizados em acordos setoriais,
ficam obrigados a recolher e destinar para a reciclagem as embalagens de plástico,
papel, papelão, de vidro e as metálicas usadas. As embalagens de Agrotóxicos, pilhas
e baterias, pneus, óleos lubrificantes e suas embalagens, todos os tipos de lâmpadas
e de equipamentos eletroeletrônicos descartados pelos consumidores, fazem parte da
“logística reversa”, que deverá também retornar estes resíduos à sua cadeia de
origem para reciclagem.
O setor de construção civil fica obrigado a dar destinação final ambientalmente
adequada aos resíduos de construção e demolição (RCD), não podendo mais
encaminhá-los aos aterros.
A responsabilidade pelo lixo passa a ser compartilhada, com obrigações que
envolvem os cidadãos, as empresas, as prefeituras e os governos estaduais e federal.
As administrações municipais, no prazo máximo de 2(dois) anos, devem
desenvolver um Plano de Gestão Integrada de Resíduos: Caso descumpram essa
obrigação ficam proibidas de receber recursos de fontes federais, destinadas ao
gerenciamento de resíduos, inclusive empréstimos (CEF, BNDES e outras.).
47
As empresas e demais instituições públicas e privadas devem desenvolver um
“Plano de Gerenciamento de Resíduos”, integrado ao Plano Municipal
(independentemente da sua existência); Os municípios terão de implantar um sistema
de coleta seletiva; As cooperativas de catadores terão prioridade na coleta seletiva,
sendo dispensada a licitação; Para a elaboração, implementação, operacionalização
e monitoramento de todas as etapas do plano de gerenciamento de resíduos sólidos,
nelas incluído o controle da disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos,
será designado responsável técnico devidamente habilitado.
48
19.2 A Lei obriga à logística reversa
49
responsabilidade por danos que vierem a ser provocados pelo gerenciamento
inadequado dos respectivos resíduos ou rejeitos.
Quando o recolhimento dos resíduos (inclusive os assemelhados aos resíduos
domiciliares) for executado pelo serviço municipal de limpeza urbana, devemos
observar que, conforme a Lei 12.305/2010, esta prática deve cessar, sendo ilegal a
continuidade dessas ações por parte das administrações municipais sem
remuneração, conforme dispõe o § 7º do Art.33:
§ 7º. Se o titular do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos
sólidos, por acordo setorial ou termo de compromisso firmado com o setor
empresarial, encarregar-se de atividades de responsabilidade dos fabricantes,
importadores, distribuidores e comerciantes nos sistemas de logística reversa dos
produtos e embalagens a que se refere este artigo, as ações do poder público serão
devidamente remuneradas, na forma previamente acordada entre as partes.
Esse dispositivo da Lei tem reforço no Inciso IV do Art. 36.
Art. 36. No âmbito da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos
produtos, cabe ao titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de
resíduos sólidos, observado, se houver, o plano municipal de gestão integrada de
resíduos sólidos:
IV - Realizar as atividades definidas por acordo setorial ou termo de
compromisso na forma do § 7o do art. 33, mediante a devida remuneração pelo setor
empresarial;
E mais ainda, quando a Lei trata dos Planos de Gerenciamento de Resíduos:
Art. 27. As pessoas físicas ou jurídicas referidas no art. 20 são responsáveis
pela implementação e operacionalização integral do plano de gerenciamento de
resíduos sólidos aprovado pelo órgão competente na forma do art. 24. (...)
§ 2º. Nos casos abrangidos pelo art. 20, as etapas sob responsabilidade do
gerador que forem realizadas pelo poder público serão devidamente remuneradas
pelas pessoas físicas ou jurídicas responsáveis, observado o disposto no § 5º. do art.
19.
(art. 19. § 5o “Na definição de responsabilidades na forma do inciso VIII do
caput deste artigo, é vedado atribuir ao serviço público de limpeza urbana e de manejo
de resíduos sólidos a realização de etapas do gerenciamento dos resíduos a que se
50
refere o art. 20 em desacordo com a respectiva licença ambiental ou com normas
estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e, se couber, do SNVS”.)
51
I - Abandona os produtos ou substâncias referidas no caput ou os utiliza em
desacordo com as normas ambientais ou de segurança;
II - Manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reutiliza, recicla ou dá
destinação final a resíduos perigosos de forma diversa da estabelecida em lei ou
regulamento.
§ 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa, a pena é aumentada
de um sexto a um terço.
§ 3º Se o crime é culposo:
Pena: detenção, de seis meses a um ano, e multa.
52
20 RECURSOS HÍDRICOS
Fonte: ceco.org.br
Desse modo, o Brasil tem muita água, mesmo no Nordeste. Porém, o seu uso
cada vez mais eficiente desempenhará, certamente, um papel vital na saúde
atual e futura da nossa sociedade e na produção de alimentos,
principalmente. O uso eficiente da água dos rios do Brasil significa a
possibilidade de suprir as necessidades humanas básicas, sem destruir o
meio ambiente, a qualidade da água, garantir o crescimento econômico e
social com proteção ambiental. (REBOUÇAS, 2004, apud OLIVEIRA, 2011,
p. 18).
53
20.1 Ciclo hidrológico
Apesar de a maior parte da superfície do nosso planeta ser formada por água,
97% desse recurso encontram-se nos mares e oceanos. O que efetivamente sobra
para o consumo e o desenvolvimento de atividades como agricultura é uma
quantidade muito inferior e se encontra mal distribuída no globo terrestre.
Além das desigualdades naturalmente envolvidas nessa distribuição da água
através das diversas regiões da Terra, determinadas ações antrópicas podem agravar
ainda mais essa má distribuição. Isso se deve principalmente às alterações causadas
ao meio ambiente e, consequentemente, ao ciclo da água.
O movimento realizado pela água entre os continentes, oceanos e a atmosfera
é chamado de ciclo hidrológico. O Ciclo hidrológico é um fenômeno global de
circulação fechada da água que é impulsionada fundamentalmente pela energia solar
associada à gravidade e à rotação do planeta.
A compreensão desse sistema possibilita que os gestores tomem decisões
acertadas sobre como utilizar os recursos causando os menores danos possíveis ao
conjunto. Os tópicos principais que fazem parte do ciclo hidrológico são abordados na
sequência.
20.2 Precipitação
54
necessidade de irrigação de culturas, o abastecimento doméstico e industrial, estudos
para controle e prevenção de enchentes, planejamento de drenagens urbanas, além
de permitir a gestão do uso do solo e um melhor controle de erosões.
A escassez de água doce, que há muito tempo vem sendo prevista, tem se
tornado, cada vez mais, uma grande ameaça ao desenvolvimento socioeconômico e
à própria vida do planeta.
Entre uma das soluções para esse problema, está o completo conhecimento
do ciclo hidrológico, de forma a possibilitar uma correta avaliação da disponibilidade
dos recursos hídricos de cada região. Uma das partes mais importantes é entender o
que acontece com as águas subterrâneas que é uma das fases menos conhecidas
desse ciclo.
Água subterrânea pode ser considerada toda a água que ocupa os vazios de
uma formação geológica. Mas o sistema natural formado pelas águas subterrâneas
pode ser modificado pela interferência do homem. Entre as principais ações está a
alteração do ambiente natural com a construção de barragens, canalização de rios,
perfuração de poços e irrigação.
55
Esses sistemas hidrogeológicos podem ser classificados em Aquíferos,
Aquiclude e Aquitardo. Quanto à umidade, pode-se dividir em duas zonas: Zona de
Saturação e Zona de Aeração.
56
alocação entre os usos múltiplos para que se obtenha os máximos benefícios
econômicos e sociais, mas com a mínima degradação ambiental.
Para tanto é necessário que ocorra a redução das fontes potenciais de
poluição, se implementem políticas de uso e manejo adequados do solo e se viabilize
a ocorrência de possíveis impactos sociais positivos para a região a ser gerenciada.
Assim, o gerenciamento dos recursos hídricos é composto por ações do poder
público que procuram adequar os usos, o controle e a proteção das águas às
necessidades sociais e ambientais. Entre as principais ações, pode-se citar: o
gerenciamento dos usos setoriais da água; o gerenciamento interinstitucional; o
gerenciamento das intervenções para compatibilização e integração dos
planejamentos; o gerenciamento da oferta de água; e o gerenciamento ambiental que
engloba o monitoramento da área, licenciamento de projetos, fiscalização e medidas
administrativas e legais.
20.6 Hidrografia
57
sedimentos nos corpos d’água e, portanto, para controlar ou diminuir o seu
assoreamento.
Os tipos de erosão que ocorrem em uma bacia hidrográfica são basicamente a
erosão hídrica, a erosão fluvial, a erosão eólica e a remoção em massa.
Os processos que compõem a dinâmica da produção de sedimentos em uma
área hidrográfica estão o transporte e a deposição de sedimentos que poderão gerar
o assoreamento dos corpos d’água e lagos. Esses processos possuem similaridades
com o que ocorre em uma bacia urbana.
Mas, além dos problemas de assoreamento dos corpos d’água, os problemas
erosivos podem comprometer todo o ecossistema aquático e o meio ambiente do
entorno.
[...] esse tipo de processo erosivo atinge grandes dimensões, gerando vários
impactos ambientais na sua área de ação e na drenagem a jusante, tornando-
se um complicador para o uso do solo nessas áreas. Formadas pelo
aprofundamento das ravinas e interceptação do lençol freático, onde se pode
observar grande complexidade de processos do meio físico (piping,
liquefação de areia, escorregamentos laterais, erosão superficial) devido à
ação concomitante das águas superficiais e subsuperficiais (Rodrigues, 1982;
1984, apud ALMEIDA, 2008).
59
A permeabilidade do solo é substituída por superfícies impermeáveis tal como
ruas, telhados, estacionamentos e calçadas, que acumulam pouca água, reduzem a
infiltração de água no solo e aceleram o escoamento superficial em redes e canais de
drenagem. Uma alta porcentagem de área impermeabilizada, onde os eventos de
chuva tendem a ter um tempo de concentração menor e picos de vazão maiores, se
reflete em alterações nos hidrogramas.
Assim, para que os efeitos da urbanização sejam minimizados, o gestor deverá
procurar alternativas para equilibrar o sistema novamente. Entre as possibilidades
encontradas para melhorar a infiltração das águas da chuva no solo e reduzir o
escoamento superficial, estão: a construção de pavimentos permeáveis e/ou
semipermeáveis e a adoção do sistema conhecido como “Bairro Ecológico”.
Em ambos os casos, vários experimentos e estudos foram realizados e os
resultados foram tecnicamente muito bons.
60
tarifas em períodos secos, para forçar a redução do consumo. Ainda, o mesmo poderia
ser empregado em horários diários de picos de consumo.
Uma forma indireta de cobrança para usuários de larga escala, segundo
WINPENNY (1994), que reproduz resultados similares, é a taxação através do volume
de efluentes. Essa é uma forma interessante de incentivar as indústrias na busca por
métodos e equipamentos que desperdicem ou utilizem uma menor quantidade de
água.
Por outro lado, um dos maiores consumidores de água é a irrigação para a
agricultura, entretanto, segundo EASTER, BEEKEN E TSUR (1997), é o setor que
menos pode pagar e acaba sendo subsidiado pelos governos. Como consequência,
esses consumidores acabam sendo incentivados, pelas baixas tarifas, a consumir
cada vez mais água durante o processo.
Dentro deste contexto, e para viabilizar um uso equilibrado e consciente da
água, deve-se destacar as seguintes medidas para melhorar o gerenciamento dos
recursos hídricos: adotar-se valores diferentes para os usos urbanos e rurais; realizar
estudos de realocação de água; implementar preços diferenciados para os usos
industriais; criar tarifas diferenciadas para a irrigação; buscar a conservação dos
recursos hídricos; e privatizar parte dos recursos e incentivar a participação dos
usuários nos programas de descentralização.
21 CONTROLE DE ENCHENTES
O uso racional dos recursos hídricos tem como objetivo assegurar que a água,
um recurso natural essencial à vida, cumpra o seu papel no desenvolvimento
62
econômico e no bem-estar social das comunidades, e seja suficiente para continuar
como um fator de equilíbrio dos ecossistemas. Para possibilitar esse desenvolvimento,
metas e planejamentos estruturados e com rigorosos estudos científicos devem ser
realizados a fim de propiciar o controle e a utilização da água em padrões de qualidade
satisfatórios, por seus usuários atuais e pelas gerações futuras.
Para atingir esse nível de desenvolvimento, tornam-se necessários profundos
conhecimentos dos riscos e danos em diferentes áreas e grupos, para entender,
planejar e evitar possíveis danos ao ecossistema local. Em um período em que uma
grande ênfase está sendo dada a projetos que viabilizem o uso dos recursos hídricos,
faz-se uma abordagem mais aprofundada nos itens a seguir.
63
22.2 Abastecimento
64
22.4 Transposição de corpos d’água
23 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
66
Lei 12.651/2012 - Novo Código Florestal Brasileiro – Revoga o Código Florestal
Brasileiro de 1965 e define que a proteção do meio ambiente natural é obrigação do
proprietário mediante a manutenção de espaços protegidos de propriedade privada,
divididos entre Área de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL).
É importante lembrar que as leis enumeradas são apenas parte do Direito
Ambiental do País, que ainda possui inúmeras outras matérias, como decretos,
resoluções e atos normativos.
Há também regulamentações de órgãos comprometidos para que as leis sejam
cumpridas, como é o caso do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) e do
Ministério do Meio Ambiente.
Também é preciso ter conhecimento da legislação específica de cada Estado
e, ao seguir as normas estabelecidas pela legislação federal ou estadual, sempre é
aconselhável optar pelas mais restritivas para não correr o risco de sofrer punições.
24 POLÍTICA AMBIENTAL
Fonte: addn.com.br
67
Política Ambiental é um conjunto de ações ordenadas e práticas tomadas por
empresas e governos com o propósito de preservar o meio ambiente e garantir o
desenvolvimento sustentável do planeta. Esta política ambiental deve ser norteada
por princípios e valores ambientais que levem em consideração a sustentabilidade.
Atualmente, quase todos os governos e grandes empresas possuem políticas
ambientais. Além de mostrar para os cidadãos e consumidores quais são os princípios
ambientais seguidos, as políticas ambientais servem para minimizar os impactos
ambientais gerados pelo crescimento econômico e urbano.
Estas políticas são, portanto, importantes instrumentos para a garantia de um
futuro com desenvolvimento e preservação ambiental. São também fundamentais
para o combate ao aquecimento global do planeta (verificado nas últimas décadas),
redução significativa da poluição ambiental (ar, rios, solo e oceanos) e melhoria na
qualidade de vida das pessoas (principalmente dos grandes centros urbanos).
70
O art. 6º da Lei nº 6938/81 traz o Sistema Nacional do Meio Ambiente –
SISNAMA, assim tido, em síntese, como a congregação dos órgãos e entidades da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como as fundações
públicas responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental.
O art. 8º da Lei nº 6.938/198 e o art. 4º do Decreto nº 99274/1990, trazem a
composição do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, órgão integrante
do SISNAMA e que tem várias competências em matéria ambiental.
Dentre suas competências, damos destaque a duas, que vêm sendo objeto de
questionamento pelos examinadores, são elas:
A competência de editar normas e critérios de licenciamento ambiental (arts.
8º, I da Lei nº 6.938/1981 e 7º, I do Decreto nº 99.274/1990) e a; de decidir, como
última instância administrativa, sobre as penalidades aplicadas pelo IBAMA (art. 8º, III
da Lei nº 6.938/1981 e 7º, III do Decreto nº 99.274/1990).
71
prévio licenciamento do órgão ambiental competente, sem prejuízo de outras licenças
legalmente exigíveis.”
Em resumo, submetem-se ao prévio licenciamento ambiental qualquer
atividade ou empreendimento passível de causar poluição, independentemente de
quem as desempenhe.
Com relação aos princípios inerentes ao Direto Ambiental presentes no art. 225
da Carta Magna, uma breve análise será feita. Esses princípios são fundamentos de
sistemas de governo e têm sido adotados internacionalmente diante da necessidade
de se preservar a natureza, com o objetivo de se garantir uma melhoria na qualidade
de vida planetária. É também com a finalidade principal de se alcançar um meio
ecologicamente equilibrado que os Estados os têm colocado em prática.
A seguir, o entendimento de Celso Antônio Pacheco Fiorillo em sua obra Curso
de Direito Ambiental Brasileiro de 2001:
76
27 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
Fonte: grupossolos.com
77
27.1 Áreas degradadas: formas e exemplos de degradação
78
Todos estes tipos de degradação, levantados por Sánchez, podem ser
intensificados no caso de desflorestamento das áreas de preservação permanente, o
que já justificaria a importância de recuperar, o mais rápido possível, a vegetação
original dessas áreas.
O meio urbano degradado: No meio urbano, o simples fato da maior parte
das áreas serem desflorestadas já constitui um sério problema ambiental. No entanto,
as cidades acumulam inúmeros outros problemas ambientais. Os veículos movidos a
combustíveis fósseis lançam no ar toneladas de partículas poluentes, que prejudicam
o funcionamento de todos os ambientes próximos, além de serem a causa de diversos
problemas de saúde para o ser humano. Outra consequência do uso de combustíveis
fósseis é a formação de ácidos, a partir dos óxidos de carbono e enxofre, que resultam
nas chuvas ácidas. Esse fenômeno altera de forma negativa os ecossistemas
aquáticos, prejudicando a agricultura e as florestas.
Especialistas na matéria há tempos têm advertido o poder público e a
sociedade sobre a necessidade imediata de um replanejamento do destino de todos
os resíduos sólidos. O modo de vida nas cidades tem gerado sérios problemas em
decorrência do excesso de produção de lixo, que inutilizam e poluem grandes áreas.
A questão dos lixões e o esgotamento dos Aterros Sanitários é um sério problema
para todos os municípios. A preocupação com o destino desses resíduos vem
crescendo: ao invés de causar prejuízos sociais e ambientais o lixo pode gerar lucro.
A criação de cooperativas de “catadores de lixo”, é um exemplo de solução que
associa o sustento econômico de muitas famílias à preservação ambiental.
Outro sério problema nos centros urbanos é o lançamento de esgotos
domésticos e industriais considerados a principal forma de poluição das águas. A
advertência dos ecólogos sobre a necessidade de tratamento adequado também não
é recente. Porém, mesmo nos países ricos, a recuperação de rios começou a
acontecer nos últimos anos, sendo que ainda há muito que se fazer. O Rio Tietê em
São Paulo talvez seja o exemplo mais gritante nessa questão, onde bilhões de dólares
estão sendo investidos para recuperar o estrago causado pela atividade humana.
79
27.2 Planejamento Urbano Influindo na degradação ambiental
80
vetor deste ritmo de degradação é o modelo de atividade agropecuária, implantado a
partir da década de 60.
Várias alternativas vêm sendo desenvolvidas no intuito de gerar formas de
produção de alimentos mais saudáveis e menos impactantes para o meio ambiente.
A permacultura, sistemas agroflorestais, agricultura biodinâmica e controle biológico
de pragas são algumas das principais formas de produção agrícola – chamadas
genericamente de agricultura orgânica ou agroecológica – que respeitam o ambiente
e a saúde humana. No entanto, o estabelecimento e viabilidade da agroecologia
sofrem fortes resistências dos céticos e, principalmente, de grandes grupos
econômicos que se beneficiam de todo o conjunto de produtos industriais (tratores,
sementes, fertilizantes e defensivos) que acompanham o modelo da Revolução Verde.
Ainda são necessários investimentos em pesquisas e divulgação dos benefícios e
modos de produção orgânica, para efetivamente diminuir os impactos desastrosos
que a atividade agrícola convencional vem promovendo. Deve-se agregar ainda o fato
de que 20% da safra de soja 2004/2005 ter sido plantada com sementes transgênicas.
A erosão: O problema da erosão – quase sempre resultante de algum tipo de
degradação ambiental – pode gerar mais degradação na medida em que se
desenvolve, como, por exemplo, o assoreamento de rios e perda de área agrícola.
Práticas agrícolas incorretas e desmatamento indiscriminado podem ser apontados
como os principais responsáveis pelos processos erosivos. Nesses casos, o
reflorestamento e as mudanças nos sistemas de cultivo poderiam atenuar de maneira
significativa o problema; em áreas rurais, vários fatores interagem para determinar a
intensidade desse processo erosivo. Entre eles, podemos destacar: Índice
pluviométrico; Características do solo (textura e estrutura); Tamanho e declividade da
encosta; Tipos de uso e manejo do solo; Práticas conservacionistas adotadas
(conjunto de práticas no sentido de diminuir a erosão).
No ambiente urbano a erosão pode ser ainda mais desastrosa: deslizamentos
de terra nas encostas dos morros, resultam em milhares de vítimas e desabrigados,
provocam o assoreamento dos rios e, além de gerar prejuízos, transmitem doenças
contagiosas. Para atenuar esses problemas, o reflorestamento, pelo menos de áreas
críticas e de preservação permanente, se faz urgente.
81
28 A IMPORTÂNCIA DA MATA CILIAR
Fonte: ecodebate.com.br
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28.1 Formas de recuperação da mata ciliar
83
até impedindo o processo de sucessão natural. O tempo para esse processo
acontecer é muito longo, podendo ultrapassar 60 anos, para alguns tipos de
ambientes, mesmo na ausência total de problemas ambientais. O estudo dos detalhes
do processo de sucessão ecológica é, portanto, fundamental para que possamos
auxiliar, de maneira positiva, o processo de dinâmica do desenvolvimento da
vegetação, seja aumentando a velocidade da recomposição da vegetação ou
contornando as perturbações ambientais. Um fator importante que deve ser sempre
levado em consideração é que as espécies arbóreas têm diferentes necessidades e
resistências com relação à luz solar.
Algumas espécies só se desenvolvem com radiação solar direta, durante todo
o ciclo de vida (são as árvores pioneiras). Essas plantas são interessantes para iniciar
o processo de recuperação, gerando sombra para aquelas árvores que necessitam
de menos luz. As árvores predominantes na vegetação adulta (clímax), chamadas de
climáticas, têm pouquíssima tolerância à luz durante seu desenvolvimento. Um
terceiro grupo, o das secundárias, que necessitam de mais luz que as climácicas,
porém, não suportam tão bem o excesso de luz quanto as pioneiras. As árvores
secundárias, em alguns casos, são subdivididas em grupos, de acordo com sua
tolerância à luz (que pode ser maior ou menor). Maiores detalhes com relação a essas
características serão abordados no capítulo seguinte: o reflorestamento.
30 CONCLUSÃO
31 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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