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9.4 EMAS.......................................................................................................... 51
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 53
2
1 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A SUSTENTABILIDADE
Fonte: www.acebrasbauru.com.br
4
conservação e uso sustentável da biodiversidade, e a repartição justa e equitativa dos
benefícios de sua utilização ou dos conhecimentos tradicionais associados.
Fonte: meioambientetecnico.blogspot.com.br
5
aqueles estabelecidos na Convenção sobre Diversidade Biológica e na Declaração do
Rio, ambas de 1992, na Constituição e na legislação nacional vigente sobre a matéria.
Tem como objetivo geral a promoção, de forma integrada, da conservação da
biodiversidade e da utilização sustentável de seus componentes, com a repartição
justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos, de
componentes do patrimônio genético e dos conhecimentos tradicionais associados a
esses recursos.
A Política Nacional da Biodiversidade é constituída por cinco elementos, e
respectivos objetivos específicos, sendo que tais componentes devem ser
considerados como eixos temáticos que orientarão as etapas de desenvolvimento
desta política. São esses componentes (I) o conhecimento da biodiversidade, (II) a
conservação da biodiversidade, (III) utilização sustentável dos componentes da
biodiversidade, (IV) monitoramento, avaliação, prevenção e mitigação de impactos
sobre a biodiversidade e (V) acesso aos recursos genéticos e aos conhecimentos
tradicionais associados e repartição de benefícios.
Com a assinatura de um acordo de doação entre o governo brasileiro e o BIRD,
com vigência até dezembro de 2005, foi possível o repasse de verbas para a execução
do Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica
Brasileira – PROBIO. Tal projeto é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente em
parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico –
CNPq, o qual como gestor administrativo contrata os subprojetos e libera recursos.
O PROBIO, que tem por objetivo identificar ações prioritárias, através do
estímulo de subprojetos que promovam parcerias entre os setores público e privado,
gerando e divulgando informações e conhecimentos sobre o tema, é o mecanismo de
auxílio técnico e financeiro na implementação do PRONABIO.
A Secretaria de Biodiversidade e Florestas, uma das cinco secretarias do
Ministério do Meio Ambiente, procura atuar de forma temática, ou seja, focando suas
ações nos grandes temas que, juntos, compõem o que poderia ser entendido como
conservação da biodiversidade. Desta forma, atualiza listas de espécies silvestres
ameaçadas de extinção e estabelece regras para seu manejo assim como de
espécies exóticas invasoras e polinizadores, elabora diagnósticos e indicadores
sensíveis de mudanças climáticas, fomenta o conhecimento de plantas medicinais e
aquelas conhecidas como do futuro.
6
Através de sua Diretoria do Programa Nacional de Áreas Protegidas, procura
atuar também de forma temática, e hoje há um grande esforço no sentido da
elaboração de um Plano Nacional de Áreas Protegidas, o qual abarcaria questões
como unidades de conservação, terras indígenas, áreas quilombolas, áreas de
preservação permanente e reservas legais.
Por outro lado, através da sua Diretoria de Conservação da
Biodiversidade, a Secretaria procura atuar nos diversos biomas brasileiros,
identificando e avaliando as áreas e ações prioritárias para conservação e utilização
sustentável de seus recursos. Ainda no âmbito dos biomas, realizou workshops, com
a participação do setor acadêmico, setor empresarial, ONGs ambientalistas e
movimentos sociais.
Graças a essas ações conduzidas pela Diretoria de Conservação da
Biodiversidade, foi publicado um mapa das áreas prioritárias para atuação do
Ministério e suas autarquias vinculadas, todas essas ações visando à conservação da
biodiversidade.
Por fim, deve-se salientar que o Decreto nº 4.703, de 21 de maio de 2003,
modificou a estrutura do PRONABIO, ampliando seu escopo, suas atribuições e a
representação de sua Comissão Coordenadora, que passou a ser denominada
Comissão Nacional da Biodiversidade.
Uma das principais mudanças que o novo decreto trouxe foi à inclusão, na
Comissão Nacional da Biodiversidade, de representações dos povos indígenas, da
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Associação Brasileira
das Entidades Estaduais de Meio Ambiente (ABEMA).
Todas as ações do PRONABIO devem ser aprovadas pela Comissão Nacional
de Biodiversidade – CONABIO, segundo o artigo o artigo 6º, do Decreto nº 4.703/2003.
Compete a esta Comissão promover a implementação dos compromissos assumidos
pelo Brasil junto à CDB, bem como identificar e propor áreas e ações prioritárias para
a conservação e uso sustentável dos componentes da biodiversidade.
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3 PROTEÇÃO JURÍDICA DO MEIO AMBIENTE
Fonte: meioambiente.culturamix.com
1
Entre tais documentos legais, pode-se citar o Código Florestal de 1965, os Códigos de Caça, Pesca e Mineração,
surgidos em 1967, mesmo ano da Lei 5.318 (Política Nacional de Saneamento).
2
Lei n. 6.938/81.
8
responsabilidade civil objetiva para o dano ambiental, sem falar que lhe coube conferir
ao Ministério Público, pela primeira vez, legitimação para agir nessa matéria.
Com idêntica filiação holística, é aprovada, em 1988, a Lei dos Crimes contra o
Meio Ambiente (Lei 9.605/98), concluindo o círculo da regulação legal (que agora é
administrativa, civil e penal).
Somente na década de 70 é que os sistemas constitucionais começaram a
reconhecer o ambiente como valor a merecer tutela especial. Foi assim com as novas
constituições dos países que saiam de um regime ditatorial, como, numa primeira leva,
Grécia, Portugal e Espanha, e posteriormente, numa segunda onda, Brasil.
Ainda hoje, importantes sistemas jurídicos, aí se incluindo os Estados Unidos,
protegem o meio ambiente sem contar com apoio expresso ou direto na Constituição.
A despeito disso, razões várias (como a equiparação com os demais direitos
fundamentais e o reforço da obrigação jurídica de os poderes públicos respeitarem o
meio ambiente) recomendam a constitucionalização do ambiente, podendo ser essa
considerada uma tendência mundial, o que certamente foi percebido ao constituinte
brasileiro de 1988.
A análise do constitucionalismo brasileiro indica que foi somente no texto de
1988 que se estabeleceu, de maneira específica e geral, a proteção ao meio ambiente.
De fato, se, por um lado, normas de viés ambiental não são novidades em nossas
constituições, por outro, nenhum outro texto constitucional havia antes demonstrado
de forma tão clara a importância da defesa do meio ambiente para nossa sociedade.
A Constituição Federal de 1988 foi a primeira a trazer todo um capítulo dedicado
ao meio ambiente, complementado por outros dispositivos esparsos que, de forma
direta ou indireta, cuidam também da matéria.
A norma básica, de caráter fundamental, está posta no caput do art. 225:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações”.
Esse direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado tem como titulares,
diz a norma, todos, vocábulo que, por não estar, de forma clara, qualificado
homocentricamente, pode referir-se tanto a todos os seres humanos como, numa
perspectiva mais biocêntrica (e moderna), a todos os seres vivos.
9
Da norma constitucional retira-se que são destinatários dos deveres associados
a esse direito tanto o Poder Público, o Estado, como ainda a coletividade, ou seja,
cada um dos seres humanos, individual e socialmente considerados.
Preocupada em assegurar a efetividade desse direito, ao mesmo tempo em
que impôs a todos sanções e a obrigação de reparar os danos causados 3 , a
Constituição cominou deveres específicos ao Poder Público: a) preservar e restaurar
os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e
ecossistemas; b) preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do
País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material
genético; c) definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão
permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; d) exigir, na forma da lei, para
instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação
do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; e)
controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
f) promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização
pública para a preservação do meio ambiente; g) proteger a fauna e a flora, vedadas,
na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem
a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.4
No plano constitucional, o dever do Poder Público de proteger o meio ambiente
também é extraído das normas que definem as competências administrativas e
legislativas das entidades políticas.
A Constituição não deixa dúvida ao dispor que podem legislar, em matéria de
proteção do meio ambiente, a União, os Estados e o Distrito Federal. Esses entes
políticos têm competência legislativa concorrente sobre “florestas, caça, pesca, fauna,
conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio
ambiente e controle da poluição”5, bem como sobre “responsabilidade por dano ao
meio ambiente”6.
3
CF, art. 225, § 2º.
4
CF, art, 225, § 1º.
5
CF, art. 24, inciso VI.
6
CF, art. 24, inciso VIII.
10
Os municípios, a seu turno, receberam autorização constitucional para “legislar
sobre assuntos de interesse local”7 e “suplementar a legislação federal e a estadual
no que couber”8. Em outras palavras, detêm o poder de legislar em matéria ambiental,
desde que se trate de matéria de caráter local ou, então, para complementar as
normas jurídicas promulgadas pela União e estados.
No que tange à competência administrativa (competência de implementação),
território do poder de polícia, a Constituição atribuiu, de forma comum, à União,
Estados, Distrito Federal e Municípios o poder-dever de “proteger o meio ambiente e
combater a poluição em qualquer de suas formas” 9 e preservar as florestas, a fauna
e a flora”10.
Após a constitucionalização do Direito Ambiental e do reconhecimento do meio
ambiente ecologicamente equilibrado como um direito fundamental 11 , de terceira
dimensão, transindividual, busca-se agora a realização da tarefa mais árdua,
consistente na concretização das normas protetivas do meio ambiente.
7
CF, art. 30, inciso I.
8
CF, art. 30, inciso II.
9
CF, art. 23, inciso VI.
10
CF, art. 23, inciso VII.
11
Nesse sentido, o reconhecimento do STF, no julgamento da ADI/MC 3.540, em 01.09.2005, Rel. Min. Celso de
Mello.
12
Graus, Eros Roberto. A Ordem Econômica na Constituição de 1988 (interpretação e crítica). São Paulo: RT,
1990, p. 17.
11
Essas políticas, denominadas políticas públicas, são conceituadas por Oswaldo
Canela Junior como “o conjunto de atividades do Estado tendentes a seus fins, de
acordo com metas a serem atingidas”.13
Na visão dos autores franceses Y. Mény e J. C. Thoenig, “uma política pública
se apresenta sob a forma de um programa de ação governamental num setor da
sociedade ou num espaço geográfico”.14
É justamente por meio das políticas públicas que o Estado poderá, de forma
sistemática e abrangente, realizar os objetivos fundamentais previstos no artigo 3º da
Constituição Federal15, aos quais se acresce o princípio da prevalência dos direitos
humanos (art. 4º, II, da CF), sobretudo no que diz respeito à concretização dos direitos
fundamentais que dependam de ações para sua promoção, caso do direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado.
Fonte: www.rondoniagora.com
13
Canela Junior, Oswaldo. Controle judicial de políticas públicas. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 88-89.
14
Y. Mény e J. C. Thoenig, Politiques publiques, Paris: PUF, 1989.
15
Art. 3º. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma
sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a
marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
12
constitucionalmente vinculados todos os órgãos do Estado, inclusive o Judiciário. De
fato, considerando que toda atividade política exercida pelos Poderes Executivo e
Legislativo deve se compatibilizar com a Constituição, caberá ao Poder Judiciário
analisar, em qualquer situação e desde que provocado, se os atos de governo
guardam conformidade com os comandos constitucionais de gestão ambiental.
Desse teor o magistério de Clarissa Ferreira Macedo D’Isep:
Fonte: importancia.com.br
16
D’ISEP, Clarissa Ferreira Macedo. NERY JÚNIOR, Nelson e MEDAUAR, Odete. Políticas Públicas
Ambientais: estudos em homenagem ao Professor Michel Prieur. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009,
p. 163.
13
5.1 Base normativa
17
Impende destacar que os Ministérios Públicos da Europa, embora tardiamente, começam a despertar para a
questão ambiental. A título de exemplo, vale citar o esforço que vem sendo feito pelo Ministério Púnlico português,
estimulado, no plano da formação, pelo CEJ – Centro de Estudos Judiciários.
18
Lei 6.938/91. Art. 14, § 1º. (...) “O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação
de responsabilidade civil e criminal por danos causados ao meio ambiente”.
19 MAZZILLI, Hugo Nigro. A defesa dos interesses difusos em juízo. 19 ed. São Paulo: Saraiva, 2006,
p. 145.
20
Art. 8º, § 1º.
14
transindividuais. Nos termos do art. 129, III, da CF/88, entre as funções do Ministério
Público está “promover o inquérito civil público e a ação civil pública, para a proteção
do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e
coletivos”.
Finalmente, a Lei 8.078/990 (Código de Defesa do Consumidor), no plano
processual, estendeu a outros interesses difusos e coletivos (aí se incluindo a matéria
ambiental) o regramento conferido aos interesses ou direitos dos consumidores; além
disso, alargou o campo de aplicação da class action brasileira ou, na sua
nomenclatura, “ação coletiva para a defesa de interesses individuais homogêneos” 21,
permitindo sua utilização também para a proteção do meio ambiente, e introduziu mais
um instrumento de proteção dos direitos transindividuais: o compromisso de
ajustamento de conduta.
Embora a atuação do Ministério Público na proteção ambiental seja
relativamente recente, é inegável o muito que já se fez, merecendo o modelo brasileiro
o respeito interno e aplausos internacionais. Em interessante estudo, Sylvia Cappelli
informa que o Ministério Público é responsável pelo ajuizamento de mais de 90% das
ações civis públicas na defesa do meio ambiente22.
Mas é preciso avançar, principalmente na formulação e implementação das
políticas públicas ambientais, campo em que a atuação ministerial pode ser decisiva
para a concretização do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
21
Arts. 91 a 100.
22
Ação civil pública ambiental: a experiência brasileira, análise da jurisprudência. Revista de Direito Ambiental,
ano 9, n. 33, São Paulo: RT, jan,-mar.2004, p. 175.
15
Para realizar tal missão, algumas questões precisam ser enfrentadas, todas de
interesse imediato à realização daquilo que Antônio Herman V. Benjamin denominou
“Projeto de Implementação Ambiental do Ministério Público”23:
a) a questão da vontade política: trata-se de algo diferente da vontade
determinada pela lei. Algo exógeno e não endógeno; algo ainda artificial e visto com
curiosidade, na melhor das espécies, e com animosidade ou desconfiança, às vezes;
b) a questão da especialização: se é para seriamente proteger o meio
ambiente, impende, em primeiro lugar, que os Promotores de Justiça e Procuradores
da República com atribuições nessa matéria tenham um mínimo de especialização.
Um Promotor de Justiça ou Procurador da República que acumula atribuições
variadas e muitas vezes díspares, mesmo quando desafiado por graves problemas
ambientais, não terá condições de dispensar-lhes a atenção merecida, seja no que se
refere à preparação do caso, seja no decorrer do processo. A máxima popular alerta
que “um homem de sete ofícios é um homem sem ofício”. Por outro lado, na proteção
do ambiente – lógica essa aplicável também a outros interesses supraindividuais,
como consumidor, improbidade administrativa etc. – a eficiência recomenda que tais
atribuições sejam delimitadas não pelo enfoque da atividade implementadora em si
considerada (civil ou criminal), mas pelo bem ou sujeito protegido (meio ambiente,
consumidor, patrimônio Público etc.);24
c) a questão da independência: a proteção do meio ambiente, pelos interesses
econômicos e políticos que movimenta, exige segurança funcional e esta, por sua vez,
requer a previsão de cargo fixo para o titular do dever-poder de implementação;
d) a questão da formação: os Promotores de Justiça e Procuradores da
república precisam ser submetidos a rigoroso e contínuo treinamento ( = formação ou
educação dirigida), tanto em questões jurídicas ambientais, como também mas
disciplinas que cuidam, sob os mais variados enfoques, do tema;
23
Manual Prático da Promotoria de Justiça de Meio Ambiente. São Paulo: Imprensa Oficial do estado de São Paulo:
Ministério Público do Estado de São Paulo, 2005, p. 88-93.
24
Alguns Estados da Federação implementaram Promotorias Temáticas, em razão de determinado ecossistema ou
unidade de conservação, alcançando a uma Promotoria atribuição para atuar na área correspondente ao bem
protegido. Outros, ainda, criaram Promotorias Regionais, onde o Promotor especializado amplia sua atribuição
para atender as cidades de determinada região que, por suas peculiaridades, indicam a necessidade de concentração
da atribuição em uma Promotoria, trazendo maior efetividade em razão da especialização do órgão ministerial.
Outra experiência interessante é a das Promotorias Volantes, que se deslocam para determinada região considerada
prioritária, por determinada época do ano ou com algum ecossistema importante para atender a demanda
específica. Normalmente são realizadas inspeções, audiências e compromissos de ajustamento, num esforço de
atuação periódico e determinado no tempo. Por fim, os núcleos de atuação regionalizada, instituídos a partir das
Bacias Hidrográficas (caso do GAEMA no Estado de São Paulo).
16
e) a questão das prioridades: violações há aos milhares, a cada minuto e a cada
quilômetro, e os recursos do Ministério Público são finitos. Logo, prioridades e
programas, por meio de um planejamento estratégico, precisam ser, inadiavelmente,
traçados para que se consiga de cada centavo investido o máximo de eficiência;
f) a questão do aparelhamento: a problemática ambiental é muito complexa,
demandando, de conseguinte, a concessão de recursos materiais e técnicos mínimos
para que o Promotor de Justiça e o Procurador da República possam identificar,
analisar e entender as situações com que se defronta. Elementar a esse
aparelhamento é a constituição de um corpo pericial básico, suficiente para dar os
primeiros elementos de convicção ao Ministério Público, inclusive facilitando a
identificação de outros especialistas disponíveis nos mais variados órgãos e
instituições, uma vez delimitado o problema ambiental em questão; e
g) a questão do acompanhamento e dos indicadores de implementação: o
órgão de execução do Ministério, em face das características peculiares da
problemática ambiental, necessita continuamente de um quadro atualizado e geral de
seu objeto de trabalho e dos resultados concretos de sua atuação.
Penso que todas as questões levantadas pelo eminente Ministro do Superior
Tribunal de Justiça, Antonio Herman Benjamin, constituem um necessário ponto de
partida para uma atuação mais eficaz do Ministério Público na implementação das
políticas públicas.
Diz-se ponto de partida porque o Ministério Público, antes de se tornar um
importante agente nesse cenário, precisa aperfeiçoar e implementar a sua própria
política de atuação, cuja legitimidade será proporcional ao grau de participação dos
membros da instituição, da sociedade organizada e da comunidade científica na
discussão e elaboração desse plano de ação.
Por certo que a implementação de um plano de atuação ministerial na
implementação das políticas públicas dependerá de um aperfeiçoamento da própria
administração institucional, com maior enfoque no planejamento e no controle dos
resultados. Aquilo que se convencionou denominar modelo gerencial de
administração pública, no qual o administrador deve deixar de lado a obsessão pelo
seguimento de normativas formais e migrar a atenção na direção da sua verdadeira
missão, é dizer, deve substituir o foco no controle de inputs para o controle
17
de outputs e impactos de suas ações, e para isso adotar a administração por
objetivos25.
Bem cuidadas essas questões, será perfeitamente possível construir um
diagnóstico preciso dos principais problemas a serem enfrentados na temática
ambiental, a partir do qual serão definidas as prioridades da atuação institucional, bem
como o planejamento estratégico, sem prejuízo de um monitoramento constante dos
resultados concretos dessa atuação26.
Nesse cenário, o Ministério Público terá plenas condições de influenciar
positivamente na formulação e implementação das políticas públicas ambientais, quer
seja administrativamente (preferencialmente), quer seja judicialmente (quando
inevitável), o que representará, na prática, um grande salto de qualidade no
desempenho institucional nessa temática.
25
OSBORNE, David; GAEBLER, Ted. Reinventing government: how the entrepreneurial spirit is transforming
the public sector. Reading, MA: Addison-Wesley, 1992. Originalmente, as ideias do modelo gerencial se
desenvolveram com maior intensidade nos Estados Unidos, quando a abordagem de Osborne e Gaebler foi
utilizada no programa de governo do partido democrático nas eleições presidenciais de 1992, e posteriormente
usada como base para o Government performance results act de 1993 e o programa nacional de desempenho da
administração pública (national performance review) durante a administração Clinton-Gore.
26
Uma experiência positiva nesse sentido foi a criação do “Núcleo de Políticas Públicas” no Ministério Público
do Estado de São Paulo, que tem por objetivo definir um plano de ação focado justamente na atuação ministerial
na implementação de políticas públicas.
18
A experiência mostra que a solução extrajudicial dos problemas ambientais,
notadamente em matéria de implementação de políticas públicas, tem se revelado
mais eficaz que a via judicial.
De fato, além dos já conhecidos problemas do Poder Judiciário - morosidade
no julgamento das demandas, falta de sensibilidade no enfrentamento da temática
ambiental, incipicente especialização e inconvenientes na produção da prova pericial
- outros fatores explicam a vantagem de se buscar uma solução extrajudicial para a
omissão estatal, relegando a judicialização das questões ambientais a segundo plano
(na hipótese de insucesso extrajudicial).
Os instrumentos administrativos conferidos ao Ministério Público permitem que
a instituição promova uma ampla negociação com a Administração e com os entes
privados responsáveis pela implementação de políticas públicas. Esse espaço de
negociação é importante por vários motivos:
(I) possibilita que se considerem todas as condicionantes que envolvem a
questão posta (ex: técnicas, temporais, orçamentárias), o que aumenta a eficácia da
implementação das decisões adotadas;
(II) permite que sejam acordadas mudanças em procedimentos da
administração que não são necessariamente ilegais, mas se mostram ineficazes para
a proteção ambiental;
(III) a solução só é adotada, no mais das vezes, após várias reuniões com
órgãos públicos, comunidade científica e sociedade organizada, propiciando a adoção
de decisões consensuais e, por conseguinte, com maior legitimidade.
Exclusividade ministerial, o procedimento investigativo denominado Inquérito
Civil permite ao Promotor de Justiça ou Procurador da República que o preside a
formação de sua convicção sobre os fatos trazidos a seu conhecimento, apontados
como violadores de interesses e direitos trans- individuais.
Quando se pensa no objeto do inquérito civil, logo vem à mente a ideia de que
ele visa a instruir a inicial da futura ação civil pública. Na verdade, essa é uma visão
reducionista. Os fins do inquérito civil não se restringem ao aparelhamento de uma
possível ação coletiva. Ele visa, na verdade, a fornecer ao Ministério Público subsídios
para que possa formar seu convencimento sobre os fatos, e, sendo necessário,
identificar e empregar os melhores meios, sejam eles judiciais ou extrajudiciais, para
a defesa dos interesses metaindividuais em questão.
19
Muitas vezes, será mais vantajosa ao interesse metaindividual, em vez de
partir-se para o confronto judicial, a via da composição amigável, por meio do
compromisso de ajustamento de conduta. Seja como for, na maioria das vezes, ainda
que o caso se resolva mediante esse compromisso, o melhor instrumento para
prepará-lo será o inquérito civil, pois, por meio dele é que a instituição conseguirá
identificar todas as medidas necessárias à reparação do dano ou ao afastamento do
perigo, a serem incluídas como cláusulas do compromisso.
Quando se pensa em políticas públicas ambientais, o compromisso de
ajustamento de conduta, sem dúvida, é um importante instrumento de atuação
extrajudicial do Ministério Público. Revestindo-se de natureza de título executivo, na
forma do parágrafo 6º do artigo 5º da Lei da Ação Civil Pública (Lei nº 7.347/85),
introduzido pelo Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90), constitui
ferramenta eficiente para a tutela dos interesses e direitos metaindividuais.
No âmbito das políticas públicas, o Ministério Público poderá firmar
compromissos de ajustamento com os entes responsáveis pelas ações materiais que
garantam à coletividade a fruição dos direitos assegurados na Constituição de 1988.
Om isso, fomenta a Instituição ministerial a definição de políticas locais para o trato
da questão ambiental, obrigando o Poder Público, mediante compromisso de
ajustamento de sua conduta, à adoção das providências necessárias e adequadas ao
atingimento das finalidades do Estado Social de Direito.
No curso do inquérito civil, seu presidente pode reunir elementos de convicção
para concluir ser conveniente, antes de outras medidas adicionais, o encaminhamento
de uma recomendação ao investigado, exortando-o a, por exemplo, cessar a ameaça
ou a atitude ofensiva ao interesse atacado.
O envio de recomendações a órgãos públicos e entidades prestadoras de
serviços públicos é deferido aos Ministérios Públicos Estaduais na LONMP, e o
emitente da recomendação deve requisitar ao seu destinatário a sua divulgação
imediata e adequada, bem como lhe responder por escrito.27 Para o MPU, a previsão
é mais ampla, aventando o art. 6.º, XX, da LOMPU a possibilidade de expedi-las
visando não apenas à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública, como
também ao respeito aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, e
a fixação de prazo razoável para a adoção das providências cabíveis.
27
LONMP, art. 27, parágrafo único, IV.
20
Pode o Ministério Público, pois, estimular a implementaçao de políticas públicas
ambientais também através do importante instrumento da recomendação, de notável
caráter moral e político, além de eficácia comprovada no plano fático 28. No ponto,
escreve Luiza Cristina Fonseca Frischeisen29:
28
Como ocorreu no Estado de São Paulo com a formulação da política pública de pesca no reservatório da Usina
Hidrelétrica Sérgio Motta, no rio Paraná, recomendando o Ministério Público ao Ibama que procedesse à alteração
da Portaria nº 21/93, e tem ocorrido com a expedição de recomendações aos municípios do mesmo Estado para
criação dos Conselhos e Fundos Municipais de Assistência Social.
29 FRISCHEISEN, Luiza Cristina Fonseca. Políticas públicas: a responsabilidade do administrador e o
32
FERREIRA, XIMENA CARDOZO. A atuação do Ministério Público na implementação de Políticas
Públicas da área ambiental. Extraído do site www.mp.rs.gov.br, data de acesso: 19/09/2012.
21
Públicas, que surgem como alternativas à jurisdição, pode o Ministério Público atingir
com maior eficiência seus objetivos constitucionais, inclusive no que diz respeito ao
controle das políticas públicas ambientais.
33
CANELA JUNIOR, Oswaldo. Controle judicial de políticas públicas. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 88-89.
22
ou ‘questões políticas’, sob o prisma do atendimento do Estado (art. 3º da
CF/1988).”
Esse controle não fere o princípio da separação dos Poderes, entendido como
vedação de interferência recíproca no exercício das funções do Estado. Mas os
Poderes, além de independentes, devem harmonizar-se para que os objetivos
fundamentais do Estado sejam alcançados. Por isso, ainda segundo Oswaldo Canela
Junior, “cabe ao Poder Judiciário investigar o fundamento de todos os atos estatais a
partir dos objetivos fundamentais inseridos na Constituição (art. 3º da CF brasileira)”.
Noutro giro, anote-se que a conveniência e a oportunidade do ato administrativo
encontram limites nos princípios da moralidade, da razoabilidade e da eficiência,
aferíveis pelo Judiciário. Ante a omissão da atuação do Executivo na formulação e
execução de políticas públicas, o Judiciário pode, excepcionalmente, determinar sua
realização, mormente se for imposta pela própria Constituição.
Como já dissemos em outra oportunidade, “nas ações civis públicas em que se
postula a condenação da Administração em obrigações de não fazer, esse embate é
menos tenso”34, pois não se lida com os óbices da falta de previsão orçamentária e
dos limites de gastos previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal. Esses entraves,
porém, estão presentes quando se busca condenar a Administração a uma obrigação
de fazer.
O fato é que, mesmo quando se busca impingir ao Poder Público o
cumprimento de uma obrigação de fazer, os tribunais de superposição (STF e STJ),
em diversas ações civis públicas, já reconheceram a possibilidade jurídica de pedidos
visando a compelir a Administração: a) a suprir a carência de professores em unidades
de ensino público (CF, arts. 205, 208, IV, e 211, § 2.º);35 b) a assegurar vagas em
creches e pré-escolas da rede pública para crianças até determinada idade (CF, art.
208, IV, e ECA, arts. 54, IV, e 208, III);36 c) a prestar assistência médica
(consultas e cirurgias) satisfatória e prioritária às crianças e aos adolescentes, com
imposição de cronograma para conferir celeridade aos atendimentos (CF, art. 227,
34
ANDRADE, Adriano. MASSON, Cleber. ANDRADE, Landolfo. Interesses difusos e coletivos esquematizado.
Método, 2011, p. 92.
35
STF, RE 594.018 Agr, 2.ª Turma, rel. Min. Eros Grau, DJe 07.08.2009.
36
STF: AI 664.053 AgR, 1.ª Turma, rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 03.03.2009, DJe 27.03.2009; RE 463.210
AgR/SP, 2.ª Turma, rel. Min. Carlos Velloso, j. 06.12.2005, DJ 03.02.2005; STJ: REsp 511.645/SP, 2.ª Turma,
rel. Min. Herman Benjamin, j. 18.08.2009, DJe 27.08.2009; REsp 510.598/SP, 2.ª Turma, rel. Min. João Otávio
de Noronha, j. 17.04.2007, DJe 13.02.2008.
23
caput, ECA, arts. 7.º e 11);37 d) a restabelecer a regularidade do serviço de coleta
de lixo, por se tratar de serviço público relevante, regido pelo princípio da continuidade,
e por ser imprescindível à garantia dos direitos à saúde e ao meio ambiente hígido; 38
e) a realizar obras de recuperação do solo, imprescindíveis ao meio ambiente;39 f)
Municipal a regularizar, às expensas do implantador, loteamentos clandestinos e
irregulares, para respeito dos padrões urbanísticos e o bem-estar da população (art.
40 da Lei 6.766/1979).40
Nesse passo, incumbe ao Poder Judiciário brasileiro, como consequência da
assunção de novas atribuições que lhe foram conferidas pela Constituição Federal de
1988, proceder ao controle das políticas públicas, com o exame de sua
implementação, adequação ou correção, na conformidade dos mandamentos
constitucionais.
Assim, constatada a omissão da Administração Pública em dar efetividade a
normas constitucionais ou infraconstitucionais instituidoras de direitos sociais
fundamentais – dentre os quais o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
–, sujeitar-se-á o ente estatal aos sistemas de controle previstos na ordem jurídica
brasileira, notadamente o controle social exercido por intermédio do Ministério Público,
e também do Poder Judiciário, nos casos em que o conflito for judicializado.
37
STJ: REsp 577.836/SC, 1.ª Turma, rel. Min. Luiz Fux, j. 21.10.2004, DJ 28.02.2005.
38
STJ: REsp 575.998/MG, 1.ª Turma, rel. Min. Luiz Fux, j. 07.10.2004, DJ 16.11.2004.
39
STJ: REsp 429.570/GO, 2.ª Turma, rel. Eliana Calmon, j. 11.11.2003, DJ 22.03.2004.
40
STJ, REsp 448.216/SP, 1.ª Turma, rel. Min. Luiz Fux, j. 14.10.2003, DJ 17.11.2003.
24
Não é demais observar, porém, que, antes mesmo do advento dessa lei, o
Ministério Público já estava legitimado a ajuizar ações civis voltadas à reparação de
danos ao meio ambiente, com base no art. 14, § 1.º, da Lei da Política Nacional do
Meio Ambiente – LPNMA (Lei 6.938/1981).
Concebida no ordenamento jurídico nacional por meio dos diplomas legais
supracitados, foi alçada ao status de garantia constitucional fundamental pela Carta
da República de 1988, prevista no inciso III do artigo 129.
Reveste-se a ação civil pública de grande relevância no controle da omissão
administrativa na implementação de políticas públicas, porquanto a partir dela pode-
se compelir o ente estatal a atuar de forma a dar concretude aos direitos sociais
previstos na Constituição, em especial no que concerne à Ordem Socioambiental.
Sobre a adequação da ação civil pública para a implementação de políticas
públicas, confira-se o magistério de Hugo Nigro Mazzilli41:
“(...) A ação civil pública ainda se presta para que o Ministério Público possa
questionar políticas públicas, quando do zelo para que os Poderes Públicos
e os serviços de relevância pública observem os direitos assegurados na
Constituição. Com certeza não poderá o Ministério Público pedir ao Poder
Judiciário administre no lugar do administrador; contudo, poderá cobrar em
juízo a aplicação de princípios da Administração que possam estar sendo
descurados, e, com isso, restaurar a legalidade”.
41
MAZZILLI, Hugo Nigro. A defesa dos interesses difusos em juízo. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
25
aplicabilidade imediata e, por consectário lógico, podem ser tutelados judicialmente,
em caso de ausência ou inadequação das políticas públicas que comprometam sua
efetiva implementação. Nessa linha de pensamento, sustenta Dirley de Cunha
Junior42:
42
CUNHA JUNIOR, Dirley. Controle judicial das omissões do poder público. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2008. P.
664.
43
TORRES, Ricardo Lobo. O mínimo existencial e os direitos fundamentais. Revista de direito da Procuradoria
Geral, Rio de janeiro, n. 42, p. 69/70, jul.-set5. 1990, p. 69/70).
44
OLSEN, Ana Carolina Lopes. Direitos fundamentais sociais: efetividade frente à reserva do possível. Curitiba:
Juruá, 2008, p. 318. Ainda: ROCHA JUNIOR, Paulo Sérgio Duarte da. Controle jurisdicional de políticas públicas.
2009. Dissertação (mestrado) – USP, São Paulo. Orientador Rodolfo de Camargo Mancuso, p. 21-24.
26
Assim, cumpre ao Poder Público assegurar, como tarefa prioritária, que a
defesa do meio ambiente também seja exercida num nível de proteção que garanta,
juntamente com os demais direitos sociais, um mínimo de existência ecológica. 45
A inclusão da proteção ambiental naquilo que se convencionou denominar
mínimo existencial está em consonância com a ideia de um constitucionalismo
fraternal.
Com efeito, analisada a evolução histórica do constitucionalismo, vislumbra-se
uma relação lógica entre constitucionalismo clássico- liberdade, constitucionalismo
social – igualdade e, finalmente, constitucionalismo contemporâneo - fraternidade.
Essa compreensão não significa que o constitucionalismo contemporâneo visa
suplantar a concretização dos valores liberdade e igualdade, mas expressa a
necessidade de, sem eliminar as conquistas do Estado Liberal e Social,
consubstanciar um Estado Fraternal. Sobre o tema, confira-se o brilhante
ensinamento de Carlos Ayres Britto:46
45
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. O direito ao ambiente como direito subjetivo. Estudos sobre direitos
fundamentais. Coimbra: Coimbra Editora, 2004, p. 182.
46 BRITTO, Carlos Ayres. Teoria da Constituição. Rio de Janeiro: Forense, 2006, p. 216.
10 TORRES, Ricardo Lobo. O direito ao mínimo existencial. Rio de Janeiro: Renovar, 2009, p. 8.
27
mínimo existencial, bem como a necessidade de realização da justiça social e
distributiva, em que se lida com a distribuição de bens comuns para a coletividade.
Pensando-se o ser humano como centro do Ordenamento Jurídico, a garantia
do mínimo existencial impõe a preservação do indivíduo, através de standards sociais
mínimos. Luis Roberto Barroso aponta que, no âmbito da dignidade da pessoa
humana, inclui-se a proteção do mínimo existencial, “locução que identifica o conjunto
de bens e utilidades básicas para a subsistência física e indispensável ao desfrute dos
direitos em geral” Abaixo do patamar mínimo, ainda que haja sobrevivência, não há
dignidade47.
Além disso, na conjuntura do constitucionalismo fraterno que marca o Estado
Social Democrático de Direito, deve-se relativizar a compreensão individualista dos
direitos fundamentais, relacionada à justiça comutativa, para incutir a dimensão da
solidariedade. Dito de outra forma, a visão utilitarista dos direitos fundamentais deve
ser afastada para alcançar a dimensão fraternal dos mesmos. Pensar em sentido
diverso pode dificultar a realização da justiça social, que indica, entre outros aspectos,
a necessidade de elaboração e de execução de políticas públicas voltadas à inclusão
social e à concretização de direitos fundamentais.
No ponto, cumpre destacar que o Supremo Tribunal Federal, em duas decisões
recentes, adotou expressamente a teoria do constitucionalismo fraternal. Uma delas
foi na discussão sobre a demarcação da terra indígena Raposa do Sol (Petição 3.388,
Relator Ministro Ayres Britto, DJ 19/03/2009); a outra, na discussão sobre a
constitucionalidade do uso de células-tronco embrionárias em pesquisas científicas
para fins terapêuticos (ADI 3510/DF, Relator Ministro Ayres Britto, DJ 29/05/2008).
Nessa ordem de ideias, é correto afirmar que o Ministério Público está
autorizado a ajuizar ações civis públicas sempre que constatar a inexistência ou
inadequação das políticas públicas ambientais. Nessas hipóteses, se o Poder
Judiciário entender que a omissão estatal compromete o conteúdo básico desse
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, não poderá ser invocada por
parte do Estado a cláusula da reserva do possível, sob pena de afronta ao Estado
Fraternal de Direito.
47
BARROSO, Luís Roberto. Curso de Direito Constitucional Contemporâneo. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 253.
28
A jurisprudência do STF caminha precisamente no sentido da inadmissibilidade
da invocação da cláusula da reserva do possível nos processos em que esteja em
jogo o mínimo existencial (RE 482.611/SC, rel. Min. Celso de Mello).
Na mesma direção evolui a jurisprudência do STJ, consoante se extrai do
acórdão do REsp 1.185.474/SC, relatado pelo eminente min. Humebrto Martins.
Extrai-se da ementa desse julgado a seguinte afirmativa:
“(...) Aqueles direitos que estão intimamente ligados à dignidade humana não
podem ser limitados em razão da escassez quando esta é fruto das escolhas
do administrador. Não é por outra razão que a reserva do possível não é
oponível à realização do mínimo existencial”.
48
GRINOVER, Ada Pellegrini. Controle jurisdicional de políticas públicas. Rio de Janeiro: Forense, 2011, p. 125-
150.
29
pode levar o Judiciário à condenação da Administração a uma obrigação de fazer em
duas etapas: primeiro, a inclusão no orçamento da verba necessária à implementação
da política pública; e, em seguida à inclusão, a obrigação de aplicar a verba para o
adimplemento da obrigação.
30
Tal definição permite que se afirme que o dever de proteção estatal não
somente vale no sentido clássico (proteção negativa) como limite do sistema punitivo,
mas, também, no sentido de uma proteção positiva por parte do Estado.49
É ilusório pensar que a função do Direito (e, portanto, do Estado), nesta quadra
da história, esteja restrita à proteção contra abusos estatais. No mesmo sentido, o
dizer de João Baptista Machado, para quem o princípio do Estado de Direito, neste
momento histórico, não exige apenas a garantia da defesa de direitos e liberdades
contra o Estado: exige, também, a defesa dos mesmos contra quaisquer poderes
sociais de fato. Desse modo, ainda com o pensador português, é possível afirmar que
a ideia de Estado de Direito demite-se da sua função quando se abstém de recorrer
aos meios preventivos e repressivos que se mostrem indispensáveis à tutela da
segurança, dos direitos e liberdades dos cidadãos.50
Tem-se, assim, uma espécie de dupla face de proteção dos direitos
fundamentais: a proteção positiva e a proteção contra omissões estatais. Ou seja, a
inconstitucionalidade pode ser decorrente de excesso do Estado, como também por
deficiência na proteção.
31
esta ótica, o conceito de desenvolvimento sustentável apresenta pontos básicos que
devem considerar, de maneira harmônica, o crescimento econômico, maior percepção
com os resultados sociais decorrentes e equilíbrio ecológico na utilização dos recursos
naturais.
Fonte: meioambiente.culturamix.com
32
da empresa quanto de seus produtos, através da criação de novos produtos verdes e
de ações voltadas pela proteção ambiental.
Desse modo, o gerenciamento ambiental passa a ser um fator estratégico que
a alta administração das organizações deve analisar.
Figura 1 - Motivação para proteção ambiental na empresa
34
Fonte: www.deten.com.br
35
SISTEMA ECONÔMICO
Outputs
Inputs
“Extração” “Resíduos”
SISTEMA AMBIENTAL
Sol
Ar, Água, Vida Selvagem, Energia, Matéria-Prima
36
8 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – A EXPRESSÃO ENTRA EM CENA
Fonte: manco.com.br
37
orientação em seus sistemas operacionais, estarão engajadas à ideia de
desenvolvimento sustentável e preservação do meio ambiente.
Neste novo paradigma, Almeida (2002) diz que a ideia é de integração e
interação, propondo uma nova maneira de olhar e transformar o mundo, baseada no
diálogo entre saberes e conhecimentos diversos. No mundo sustentável, uma
atividade – a econômica, por exemplo – não pode ser pensada ou praticada em
separado, porque tudo está inter-relacionado, em permanente diálogo.
Abaixo tem-se as diferenças entre o velho e o novo paradigmas:
Cartesiano Sustentável
Reducionista, mecanicista, tecnocêntrico Orgânico, holístico, participativo
Fatos e valores não relacionados Fatos e valores fortemente relacionados
Preceitos éticos desconectados das Ética integrada ao cotidiano
práticas cotidianas
Separação entre o objetivo e o subjetivo Interação entre o objetivo e o subjetivo
Seres humanos e ecossistemas Seres humanos inseparáveis dos
separados, em uma relação de ecossistemas, em uma relação de
dominação sinergia
Conhecimento compartimentado e Conhecimento indivisível, empírico e
empírico intuitivo
Relação linear de causa e efeito Relação não’linear de causa e efeito
Natureza entendida como descontínua, o Natureza entendida como um conjunto
todo formado pela soma das partes de sistemas inter-relacionados, o todo
maior que a soma das partes
Bem-estar avaliado por relação de poder Bem-estar avaliado pela qualidade das
(dinheiro, influência, recursos) inter-relações entre os sistemas
ambientais e sociais
Ênfase na quantidade (renda per capita) Ênfase na qualidade (qualidade de vida)
Análise Síntese
Centralização de poder Descentralização de poder
Especialização Transdisciplinaridade
38
Ênfase na competição Ênfase na cooperação
Pouco ou nenhum limite tecnológico Limite tecnológico definido pela
sustentabilidade
Fonte: Almeida (2002).
39
Fonte: Sachs apud Campos (2001)
41
para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD, na sigla em inglês). A entidade, que
representa 169 grupos com faturamento anual de US$ 6 trilhões, discutiu os caminhos
do desenvolvimento sustentável, abordando temas como pobreza, recursos naturais,
inovação tecnológica e biotecnologia.
O vice-presidente da República, José Alencar, participou de um seminário
durante o encontro. Fernando Almeida, diretor-executivo do Conselho Empresarial
Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS, equivalente nacional do
WBCSD), disse que na reunião o Brasil poderá se tornar o primeiro caso do projeto-
piloto Sobrevivência Sustentável. Criado pelo WBCSD, o projeto tem o objetivo de
desenvolver atividades em áreas de baixa renda, oferecendo condições para que
essas regiões se desenvolvam conforme o conceito de sustentabilidade.
Almeida previu que os líderes empresariais reunidos no Rio poderão apoiar a
iniciativa de transformar o Brasil no primeiro "case" do Sobrevivência Sustentável. A
ideia é começar com dois projetos-piloto, um na caatinga e outro na região Noroeste
do estado do Rio. Segundo ele, os temas discutidos pelo WBCSD, como clima e
energia, acesso a água, biodiversidade, inovação e tecnologia, valem também para
os 42 conselhos nacionais (por país), que reúnem cerca de mil empresas. Há ainda
projetos setoriais discutidos pelo conselho, como florestas, mineração, cimento e
setores elétrico e financeiro.
Fonte: www.qualimaster.com.br
42
Gestão ambiental é um aspecto funcional da gestão de uma empresa, que
desenvolve e implanta as políticas e estratégias ambientais.
Diversas organizações empresariais estão cada vez mais preocupadas em
atingir e demonstrar um desempenho mais satisfatório em relação ao meio ambiente.
Neste sentido, a gestão ambiental tem se configurado como uma das mais
importantes atividades relacionadas com qualquer empreendimento. Além dessa
ferramenta, a problemática ambiental envolve também o gerenciamento dos assuntos
pertinentes ao meio ambiente, por meio de sistemas de gestão ambiental, da busca
pelo desenvolvimento sustentável, da análise do ciclo de vida dos produtos e da
questão dos passivos ambientais.
Para Meyer (2000), a gestão ambiental é apresentada da seguinte forma:
*objeto de manter o meio ambiente saudável (à medida do possível), para
atender as necessidades humanas atuais, sem comprometer o atendimento das
necessidades das gerações futuras.
*meio de atuar sobre as modificações causadas no meio ambiente pelo uso
e/ou descarte dos bens e detritos gerados pelas atividades humanas, a partir de um
plano de ação viáveis técnica e economicamente, com prioridades perfeitamente
definidas.
*instrumentos de monitoramentos, controles, taxações, imposições, subsídios,
divulgação, obras e ações mitigadoras, além de treinamento e conscientização.
*base de atuação de diagnósticos (cenários) ambientais da área de atuação, a
partir de estudos e pesquisas dirigidos em busca de soluções para os problemas que
forem detectados.
Assim, para que uma empresa passe a realmente trabalhar com gestão
ambiental deve, inevitavelmente, passar por uma mudança em sua cultura
empresarial; por uma revisão de seus paradigmas. Neste sentido, a gestão ambiental
tem se configurado com uma das mais importantes atividades relacionadas com
qualquer empreendimento.
GESTÃO AMBIENTAL
Gestão de Processos Gestão de Resultados Gestão de Sustentabilidade Gestão do Plano Ambiental
Exploração de recursos Emissões gasosas Qualidade do ar Princípios e compromissos
43
Transformação de recursos Efluentes líquidos Qualidade da água Política ambiental
Acondicionamento de Resíduos sólidos Qualidade do solo Conformidade legal
recursos
Transporte de recursos Particulados Abundância e diversidade da Objetivos e metas
flora
Aplicação e uso de recursos Odores Abundância e diversidade da Programa ambiental
fauna
Quadros de riscos Ruídos e vibrações Qualidade de vida do Projetos ambientais
ambientais ser humano
Situações de emergência Iluminação Imagem institucional Ações corretivas e
preventivas
Fonte: Macedo, R.K. 1994.
44
ser: preventivos, corretivos, de remediação e proativos, dependendo da fase em que
são implementados
Fonte: www.oitiengenharia.com
45
Através dos requisitos legais, relativamente a cada um dos aspectos
ambientais, estabelecem-se objetivos e metas que se definem num Programa
Ambiental, que clarifica a estratégia que a organização irá seguir na implementação
do SGA. Neste Programa de Gestão Ambiental, os objetivos ambientais a estabelecer
e manter devem ser considerados relevantes para a organização. Deve ser designado
um responsável por atingir os objetivos a cada nível da organização, sem esquecer
os meios e espaçamento temporal para que os mesmos possam ser atingidos.
Implementação - As regras, responsabilidades e autoridades devem estar
definidas, documentadas e comunicadas a todos, por forma a garantir a sua aplicação.
A gestão deve providenciar os meios humanos, tecnológicos e financeiros para
a implementação e controle do sistema.
O responsável pela gestão ambiental deverá garantir que o Sistema de Gestão
Ambiental é estabelecido, documentado, implementado e mantido de acordo com o
descrito na norma e que à gestão de topo é transmitida a eficiência e eficácia do
mesmo.
A organização deverá providenciar formação aos seus colaboradores,
conscientizando-os da importância da Política do Ambiente e do SGA em geral, da
relevância do impacto ambiental das suas atividades, da responsabilidade em
implementar o SGA e das consequências em termos ambientais de trabalhar em
conformidade com procedimentos específicos.
A organização deve estabelecer e manter procedimentos para a comunicação
interna entre os vários níveis hierárquicos e para receber e responder às partes
externas.
Compete ainda à organização estabelecer e manter informação que descreva
os elementos base do SGA e da sua interação, controlando todos os documentos
exigidos pela norma.
As operações de rotina que estejam associadas a impactos ambientais
consideráveis deverão ser alvo de um controle eficaz.
Por último, devem ser estabelecidos e mantidos procedimentos que visem
responder a situações de emergência, minimizando o impacto ambiental associado.
Verificação e ações corretivas - A organização deve definir, estabelecer e
manter procedimentos de controle e medida das características chave dos seus
processos que possam ter impacto sobre o ambiente. Do mesmo modo, a
46
responsabilidade pela análise de não conformidades e pela implementação de ações
corretivas e preventivas deve estar devidamente documentada, bem como todas as
alterações daí resultantes. Todos os registros ambientais, incluindo os respeitantes às
formações e auditorias, devem estar identificáveis e acessíveis.
Procedimentos e planos que visem garantir auditorias periódicas ao SGA, de
modo a determinar a sua conformidade com as exigências normativas, devem ser
estabelecidos e mantidos.
Revisão pela direção - Cabe à direção, com uma frequência definida por ela
própria, rever o SGA e avaliar a adequabilidade e eficácia do mesmo, num processo
que deverá ser devidamente documentado. A revisão pela direção deve ter em conta
a possível necessidade de alterar a Política do Ambiente, objetivos e procedimentos,
como resposta a alterações organizativas, melhorias contínuas e modificações
externas.
Após todo este processo que deverá ser acolhido de braços abertos por toda a
estrutura organizacional e em especial pela gestão, a organização deverá estar em
condições de proceder à respectiva certificação do seu SGA por uma autoridade
independente e externa.
47
Realçar a habilidade das organizações de alcançar e medir melhorias no
desempenho ambiental; e
Facilite o comércio e remova as barreiras de comércio.
Em 1992, as recomendações do SAGE criaram um comitê novo, o TC 207, para
padrões ambientais internacionais da gerência. O comitê, e seus sub-comitês incluem
representantes da indústria, das organizações de padrões, do governo e das
organizações ambientais de muitos países.
Os padrões aplicam-se a todos os tipos e tamanhos de organizações e são
projetados a abranger circunstâncias geográficas, culturais e sociais diversas.
A ISO 14000 séries dos padrões consistem em dois tipos de padrões
a) Padrões da organização que podem ser usados para executar e avaliar o
sistema de gerência ambiental (EMS) dentro de uma organização, incluindo a ISO
14010 séries de padrões de auditorias ambientais e a ISO 14030 série dos padrões
para a avaliação de desempenho ambiental.
Sistemas de gerência ambientais - Os padrões do EMS incluem uma
especificação e uma guia. O original da especificação é consultado como a ISO 14001
(sistemas de gerência ambientais – especificações como orientação para o uso). A
ISO 14001 é o padrão que uma organização registra seu EMS usando third-party
independente de avaliar o sistema e confirmar que o EMS da organização se conforma
às especificações do ISO 14001. A ISO 14001 é o único padrão na série inteira a que
uma organização pode ser registrada. O original do guia é consultado como ISO 14004
(sistema de gerência ambiental – guias gerais em princípios, sistemas e técnicas). A
intenção da ISO 14004 é ajudar a organização a desenvolver e executar um EMS que
se encontre com as especificações da ISO 14001. São pretendidos para o uso como
uma ferramenta de gerência e não uma certificação ou um registro voluntário, interno.
Auditoria Ambiental - Estes originais fornecem uma estrutura ambiental
consistente de auditoria e permitem também o registro third-party sob ISO 14001. Os
guias para auditoria ambiental incluem originais:
esboçando os princípios gerais (ISO 14010),
estabelecendo os procedimentos da auditoria (ISO 14011),
e descrevendo os critérios da qualificação do auditor (ISO 14012).
Os artigos novos do trabalho forma propostos para as avaliações ambientais do
local (ISO 14015), revisões e a gerência iniciais do programa de auditoria.
48
Avaliação de Desempenho Ambiental - A ISO 14031 fornecerá a
organização uma orientação de como desenvolver e executar um sistema ambiental
da avaliação de desempenho (EPE). Este padrão define EPE como "uma ferramenta
de gerência que ajude a uma organização focalizar sua melhora no desempenho
ambiental". O padrão fornecerá também a orientação no desenvolvimento e na
seleção de indicadores do desempenho.
49
Os programas do tipo II são baseados nos termos e nas definições
comuns que podem ser usados para reivindicações self-declaradas.
Os programas do tipo III são baseados do "em um conceito do cartão
relatório", bem como etiquetas existentes do nutrition.
Esta série inclui também um padrão que esboça um jogo de princípios comuns
para todos os tipos de programas de rotulagem.
Análise do Ciclo de Vida (LCA) - Diversos padrões de LCA estão sendo
desenvolvidos atualmente que cobrem cada estágio do ciclo de vida de um produto,
incluindo a avaliação do inventário, a avaliação do impacto, e a avaliação da melhoria.
As aplicações específicas de LCA incluem comparar produtos alternativos e
processos, o ajuste de linhas de base do desempenho, e benchmarking o progresso.
Os conceitos de LCA podiam ser usados como uma base eco rotulagem.
Aspectos ambientais em padrões do produto - A ISO 14060 (guia para a
inclusão de aspectos ambientais em padrões do produto) é o sexto padrão. Este
original é uma guia para escritores dos padrões nas áreas fora da gerência ambiental,
e o TC 207 está emitindo o padrão de esboço ao secretariado central do ISO para
uma experimentação de 12 a 18 meses.
9.3 BS 7750
50
acordo com a legislação ambiental que possa a organização efetuar e força um
compromisso à melhoria contínua.
Deve relacionar-se aos locais dentro da organização abrangida pelo sistema
de gerência, deve fornecer uma vista geral das atividades da companhia no local e
em uma descrição daquelas atividades.
A revisão e a definição preparatórias dos efeitos ambientais da organização
não são parte de uma avaliação BS 7750, porém a auditoria destes dados fornecerá
um exame externo com uma riqueza da informação nos métodos adotados pela
companhia.
A companhia declarará seus objetivos ambientais preliminares, aqueles que
podem ter a maioria de impacto ambiental. A fim ganhar a maioria de benefício estes
transformar-se-ão as áreas preliminares de consideração dentro do processo da
melhoria, e o programa ambiental da companhia.
O sistema de gerência ambiental fornece um detalhe mais adicional no
programa ambiental. O EMS estabelece procedimentos, instruções de trabalho e
controles assegurar-se de que a execução da política e da realização dos alvos possa
se transformar uma realidade.
Em junho 1993, a organização de padrões internacional (ISO) reviu as
recomendações do Grupo Estratégico Consultivo sobre o meio ambiente (SAGE) e
decidiu-se dar forma a um comitê técnico internacional novo ISO/TC 207
9.4 EMAS
51
Em 2001 foi publicado o novo regulamento EMAS (EMAS II), instituído pelo
Regulamento (CE) n.º 761/2001 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de
Março de 2001, que revoga o primeiro.
As vantagens em aderir ao EMAS são:
Ajuda ao cumprimento legal;
Permite melhorar o desempenho ambiental;
Demonstrar às partes interessadas um empenho na melhoria ambiental;
Integrar princípios de desenvolvimento sustentável na ação da autoridade, de
acordo com a agenda local 21;
Permite realizar economias no que respeita à redução de resíduos, poupança
de energia e utilização de recursos;
Permite melhorar o controle da gestão;
Após o registro no EMAS as organizações podem utilizar o logotipo nas
seguintes modalidades:
O relatório ambiental de EMAS é chamado de Indicação Ambiental. É uma
maneira para que a empresa faça a informação em seu desempenho ambiental
publicamente disponível. Pode ser usado para informar os sucessos, problemas e
objetivos no campo da gerência ambiental. Também é usado para:
- Motivar os empregados a se motivarem ativamente em medidas da
proteção ambiental;
- Documento de atividade e desempenho ambiental;
- Reforça o compromisso à execução da gerência ambiental;
- Monitore o sucesso, e
- Ajude no planejamento.
52
BIBLIOGRAFIA
53
COMISSÃO Mundial sobre Ambiente e Desenvolvimento Nosso Futuro Comum. Rio
de Janeiro: FGV, p.44-50, 1988.
CUNHA JUNIOR, Dirley. Controle judicial das omissões do poder público. 2 ed. São
Paulo: Saraiva, 2008.
MAZZILLI, Hugo Nigro. A defesa dos interesses difusos em juízo. 19 ed. São Paulo:
Saraiva, 2006.
54
NOVAES, W. A década do impasse. Da Rio-92 à Rio+10. São Paulo: Estação
Liberdade, 2002.
55