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Ações

ambientais globais
Nadja Janke

A
emergência da crise ambiental, desde o início, produziu uma certeza: a de que é preciso
aliar um esforço conjunto, internacional, no posicionamento frente à crise. Se os pro-
blemas ambientais se traduzem globalmente, é preciso que sejam estruturadas soluções
também globais, pensadas de forma democrática, tentando atender também às necessidades
locais.
A questão da sustentabilidade foi introduzida no plano da discussão internacional de forma
decisiva. A preocupação da comunidade internacional com os limites do desenvolvimento do pla-
neta data da década de 1960, e a discussão ganhou tanta intensidade que levou a Onu a promover
a Conferência sobre o Meio Ambiente em Estocolmo, em 1972, quando foram apresentados 27
princípios relativos à ação do homem frente à natureza. Segundo Pedrozo (2003), tais princípios
denunciam o subdesenvolvimento como responsável pela degradação ambiental, e estabelecem
a base teórica para a expressão desenvolvimento sustentável. Claro que a questão do subdesen-
volvimento deve ser vista de forma mais crítica, porque não podemos aceitar que os pobres do
mundo sejam os responsáveis pela destruição ambiental. Mas esse foi um primeiro momento para
a discussão da questão da desigualdade como ponto importante a ser combatido no que se refere
à situação ambiental mundial.
A partir daí, a sustentabilidade foi tema central de diversas conferências para a elaboração
de documentos oficiais a serem pactuados pelas diversas nações, como forma de aliar a comu-
nidade internacional no debate, no combate às causas da insustentabilidade e na superação dos
problemas ambientais globais. O plano de discussão é o da ordem política e econômica, e a Onu
tem sido a grande responsável por essas iniciativas. Claro que, na maioria das vezes, os docu-
mentos assinados por diversos dirigentes de Estado não são amplamente respeitados. O problema
a ser enfrentado, nesse sentido, é a questão do poder. Muitas nações não aceitam abrir mão de
seus postos de países econômica e militarmente mais poderosos em prol de uma nova relação de
poder mais democrática, em que os interesses nacionais sejam substituídos pelas necessidades
ecológicas, econômicas e políticas mundiais. Além disso, a Onu necessita de um processo de
reformulação, com incorporação de novos países, como as nações em desenvolvimento, para
ampliar a participação democrática criando maior possibilidade de criação de projetos a favor de
outras nações que não as desenvolvidas.
Esse é o quadro atual das questões internacionais. Vejamos como a sustentabilidade tem
sido defendida em alguns desses importantes encontros e documentos, e quais os desdobramen-
tos desses “contratos” para a realidade ambiental mundial.

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Relatório Brundtland
No ano de 1987, a Comissão Mundial da Onu sobre o Meio Ambien-
te e Desenvolvimento (Cnumad), presidida por Gro Harlem Brundtland e Man-
sour Khalid, apresentou um documento chamado Nosso futuro comum, também
conhecido como Relatório Brundtland, no qual os governos signatários se com-
prometiam a promover o desenvolvimento econômico e social em conformidade
com a preservação ambiental. O relatório diz que “desenvolvimento sustentável
é desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a
capacidade de as futuras gerações satisfazerem suas próprias necessidades”.
Nesse contexto, podemos perceber a inserção do conceito de necessidades,
sobretudo as necessidades essenciais dos pobres do mundo – que, segundo o rela-
tório, devem receber a máxima prioridade. Além disso, também inclui a noção de
limitação do ambiental frente às tecnologias e ao tipo de organização social, o que
determina a impossibilidade de atender às necessidades presentes e futuras.

A estratégia de Em seu sentido mais amplo, a estratégia de desenvolvi-


desenvolvimento mento sustentável visa a promover a harmonia entre os seres
humanos e deles com a natureza. No contexto específico da
sustentável visa a
crise do desenvolvimento e do meio ambiente, surgida nos úl-
promover a harmonia timos anos e insuperada até agora, o relatório propõe que a
entre os seres humanos e busca por um desenvolvimento sustentável requer um sistema
deles com a natureza. (SORRENTINO, 2002, p. 97)
político que assegure a participação decisiva dos cidadãos;
econômico capaz de gerar excedentes e técnicas eficazes;
social ajustado para resolver as desigualdades;
de produção baseado na conservação;
tecnológico que busque novas soluções;
internacional que estimule padrões sustentáveis de comércio e financiamento;
administrativo flexível e capaz de corrigir-se.
A partir da definição de desenvolvimento sustentável pelo Relatório Brun-
dtland, pode-se perceber que tal conceito não diz respeito apenas ao impacto da
atividade econômica no meio ambiente. Desenvolvimento sustentável se refere prin-
cipalmente às consequências dessa relação na qualidade de vida e no bem-estar da
sociedade, tanto presente quanto futura. Atividade econômica, meio ambiente e
bem-estar da sociedade formam o tripé básico no qual se apoia a ideia de desenvol-
vimento sustentável. A aplicação do conceito à realidade requer, no entanto, uma
série de medidas, tanto por parte do Poder Público como da iniciativa privada,
assim como exige um consenso internacional. É preciso frisar ainda a participa-
ção de movimentos sociais, constituídos principalmente na forma de organizações
não governamentais (ONGs), na busca por melhores condições de vida associadas
à preservação do meio ambiente e a uma condução da economia adequada a tais
exigências.
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Segundo o Relatório Brundtland (CNUMAD, 1991), uma série de medidas


deve ser tomada pelos Estados nacionais:
limitação do crescimento populacional;
garantia de alimentação em longo prazo;
preservação da biodiversidade e dos ecossistemas;
diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias
que admitem o uso de fontes energéticas renováveis;
aumento da produção industrial nos países não industrializados a partir
de tecnologias ecologicamente adaptadas;
controle da urbanização selvagem e integração entre campo e cidades
menores;
as necessidades básicas devem ser satisfeitas.
No nível internacional, as metas propostas pelo Relatório são as seguintes:
as organizações do desenvolvimento devem adotar a estratégia de desen-
volvimento sustentável;
a comunidade internacional deve proteger os ecossistemas supranacio-
nais como a Antártida, os oceanos, o espaço;
guerras devem ser banidas;
a Onu deve implantar um programa de desenvolvimento sustentável.
Segundo Pedrozo (2003), as ONGs dos países do Sul têm feito muitas críti-
cas ao Relatório Brundtland por considerarem que ele ignora as disparidades nas
relações entre Norte e Sul, impondo aos países em desenvolvimento os custos
sociais e ambientais do crescimento dos países desenvolvidos, em razão de este
crescimento estar permeado pela crença de que as forças de mercado são suficien-
tes para resolver os problemas ambientais. Tanto o Relatório Brundtland quanto
os demais documentos produzidos pelo Clube de Roma sobre o desenvolvimento
sustentado foram fortemente criticados porque creditaram a situação de insus-
tentabilidade do planeta principalmente à condição de descontrole da população
e à miséria dos países do Terceiro Mundo, efetuando uma crítica muito branda à
poluição ocasionada durante os últimos séculos pelos países do Primeiro Mundo.

Eco-92, Agenda 21
e a Convenção da Biodiversidade
O ano de 1992 foi farto na elaboração de documentos internacionais em
favor da questão ambiental. A busca é por um consenso sobre o caminho a ser
trilhado em busca da sustentabilidade.
A Conferência da Onu sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco-92,
no Rio de Janeiro, foi essencial para a promoção do debate sobre a sustentabili-
dade ambiental. Apesar dos muitos problemas para se buscar o impossível mas
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necessário consenso sobre as questões ambientais globais, os representantes de pra-


ticamente todos os países do mundo assinaram a conhecida Agenda 21. Trata-se de
um documento que trata de forma complexa a questão da sustentabilidade, propondo
diretrizes para todas as áreas, inclusive a adoção de uma Educação Ambiental, no
capítulo 36. Em forma de síntese, podemos dizer que ali encontramos a Educação
Ambiental voltada para o desenvolvimento sustentável.
Simultaneamente à Eco-92 aconteceu, também no Rio de Janeiro, o Fórum
Internacional das ONGs, no qual foi elaborado o Tratado de Educação Ambien-
tal para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global. Esse documento das
ONGs propõe princípios, planos de ação e recursos que devem ser utilizados para
o caminho da sustentabilidade segundo a perspectiva não mais dos governos, como
na Agenda 21, mas da sociedade civil organizada em ONGs. A grande importância
desse evento, segundo Carvalho (2002), está na força que imprimiu à participação
da sociedade na elaboração de princípios e modos de ação em favor da sustentabi-
lidade. Isso foi importante para o fortalecimento da sociedade civil no contexto da
crise ambiental, porque, além de colocá-la dentro da discussão, atribuiu um papel
participativo à comunidade, imprescindível para o sucesso dos planos de gestão
ambiental.
A importância desses documentos é indiscutível no que diz respeito à sus-
tentabilidade. Historicamente, esses eventos também foram decisivos para o en-
tendimento da questão ambiental no mundo. A Agenda 21, por exemplo, foi am-
plamente divulgada e é a base para muitos projetos que vêm acontecendo ao longo
desses anos. Mas esses não foram os últimos encontros internacionais que procu-
raram discutir a questão da sustentabilidade.
Também simultaneamente à Eco-92 ou Rio-92, outro importante evento se
transformou em documento a ser pactuado pelos países. A Convenção da Biodi-
versidade, ocorrida também no Rio de Janeiro, dita princípios gerais, e não nor-
mas diretamente aplicáveis pelos Estados, devendo ser implementada em nível
nacional por cada parte contratante.
Neste documento, a aplicação do princípio relativo à preocupação comum
da humanidade sobre os recursos da biodiversidade é finalmente avaliada sob o
ponto de vista da soberania nacional sobre os recursos. O artigo 3.º da Convenção,
que trata especificamente desse assunto, é uma reprodução do princípio 21 da De-
claração de Estocolmo, de 1972, que representa o primeiro acordo internacional
sobre a questão.
Os Estados, em conformidade com a Carta das Nações Unidas e com os princípios de
Direito Internacional, têm o direito soberano de explorar seus próprios recursos segundo
suas políticas ambientais, e a responsabilidade de assegurar que atividades sob sua juris-
dição ou controle não causem dano ao meio ambiente de outros Estados ou de áreas além
dos limites da jurisdição nacional. (Ministério do Meio Ambiente, 2005)

Segundo Dias (1996), a questão da soberania nacional sobre os recursos natu-


rais em contraposição à ideia de patrimônio comum da humanidade foi finalmente
discutida. Para essa autora, o conceito de patrimônio comum da humanidade da
Declaração de Estocolmo evoluiu para preocupação comum da humanidade e,
muito mais do que reconhecer a autonomia dos Estados, responsabilizou-os pelo
cuidado com esse patrimônio.
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Na Convenção, também foram tratados outros temas, como o desenvolvi-


mento sustentado, nos artigos 8.o, 9.o e 10.o; o acesso e a distribuição dos recursos
genéticos, nos artigos 15, 16 e 19 – sendo que esses temas também podem ser en-
contrados em outros documentos internacionais. Segundo Dias (1996), a Conven-
ção da Biodiversidade possui uma óptica ecossistêmica, ou seja, as questões são
pensadas a partir de todos os componentes da biodiversidade, de forma complexa,
examinando o ecossistema e todas as suas interações como um só conjunto, de
uma forma global. Assim sendo, todos os demais componentes tratados na Con-
venção – como agricultura, floresta, agrointeriores – têm influência direta sobre a
biodiversidade. Dessa forma, as propostas são tratadas no sentido de contabilizar
todos os componentes do ecossistema para garantir a preservação da biodiversi-
dade.
Como outros documentos, este também precisa ser tratado sob a óptica lo-
cal, ou nacional, e por isso cada país deve ter seu plano de aplicação e gestão
da Convenção da Biodiversidade. Mas a sua grande contribuição para a susten-
tabilidade está em seu caráter sistêmico de atuação.

Dez anos depois: a Rio+10


A Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+10), realizada
de 26 de agosto a 4 de setembro de 2002, em Johannesburgo, África do Sul, teve
como principal objetivo avaliar e dar continuidade ao que foi proposto na Rio-92.
Aliás, o encontro é conhecido como Rio+10 porque aconteceu uma década de-
pois da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
(Rio-92), no Rio de Janeiro.
O foco principal da Rio+10 foi a relação entre a sociedade e o meio am-
biente. Participaram da Cúpula Mundial, organizada pelas Nações Unidas, 190
países. Além dos chefes de Estado, reuniram-se milhares de participantes –au-
toridades oficiais, empresários e representantes da sociedade civil e de organiza-
ções não governamentais – para a assinatura de compromissos para a implantação
do desenvolvimento sustentável.
Sobre a questão da água potável, ficou estabelecido que 2015 será a data-li-
mite para reduzir pela metade o número de pessoas sem acesso à água e ao sanea-
mento básico. Os países desenvolvidos devem providenciar recursos financeiros e
transferir tecnologias para cumprir esse compromisso. Alguns países prometeram
investir em programas de socialização desse recurso e a Organização Mundial
da Saúde se comprometeu a tratar da qualidade da água e do ar, do saneamento,
do controle de insetos e animais vetores de doenças, entre outros. Também ficou
acertado que os países se comprometeriam a adotar políticas de diminuição de
impacto da produção, como controle da extração de matéria-prima, destinação
dos resíduos, entre outros.
Para a problemática energética, Brasil e União Europeia discutiram metas
para unificação do uso de fontes de energia renováveis. Ficou acertado que até
2010 os países devem aumentar a porcentagem de uso de recursos renováveis, sen-
do que o documento inclui a criação de mecanismos de revisão periódica do cum-
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primento firmado pelos países. Os Estados Unidos da América, o Japão, a Austrália e


os países exportadores de petróleo – Arábia Saudita, entre outros – não permitiram a
adoção de uma meta única como base para todos os países, mas sim que cada país es-
tipulasse, de forma voluntária, sua própria meta. Mesmo assim, o documento foi apro-
vado pelos negociadores da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável.
Outra meta a ser cumprida é a redução da perda da biodiversidade para
2010, com a ajuda de recursos financeiros e técnicos adicionais. As mudanças
nos padrões insustentáveis de consumo devem ser o foco de programas de con-
servação do meio ambiente.
No último dia do encontro, o resultado final da Cúpula de Desenvolvimento
Sustentável da ONU não agradou aos países em desenvolvimento, muito menos
aos representantes de organizações não governamentais. A avaliação é que nada
havia avançado desde a Eco-92, e muito pouco mudaria após a Rio+10, porque fo-
ram tratadas pautas importantíssimas sobre os interesses das grandes corporações
e das nações desenvolvidas e poucas mudanças foram propostas para a situação
ambiental atual. O resultado final é que o documento aprovado não contém os
instrumentos necessários para agir contra a pobreza e nem para proteger o planeta
contra a degradação. Em que pese a questão da sustentabilidade, com meta para
os próximos dez anos, esse documento parece longe de propor alternativas viáveis
e confiáveis.
Indignadas, várias ONGs se retiraram simbolicamente da conferência e re-
alizaram um manifesto em frente ao centro de convenções. Além disso, durante a
Rio+10, a União Mundial para a Natureza (IUCN) e o Greenpeace se uniram ao
Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável com o objeti-
vo de fazer um apelo aos governos para que fosse assinado o Protocolo de Kyoto.

Protocolo de Kyoto
O chamado Convênio Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática,
mais conhecido como Protocolo de Kyoto, assinado no Japão em 11 de dezembro
de 1997, é um acordo internacional que estabeleceu metas de redução de gases po-
luentes para os países industrializados. O objetivo do protocolo é reduzir, entre 2008
e 2012, uma média de 5,2% nas emissões atmosféricas dos seis gases que provocam
o efeito estufa: dióxido de carbono, metano, óxido nitroso, hidrofluocarbono, per-
fluorocarbono e o hexafluorocarbono de enxofre (Onu, 1997).
A ratificação do protocolo sofreu uma série de adiamentos, em razão da de-
sistência ou da falta de assinatura de alguns países. O fato é que para que o pacto se
tornasse juridicamente obrigatório era necessário que os países causadores de 55%
das emissões de dióxido de carbono o ratificassem. Mas em 2001 os Estados Uni-
dos, que são a maior nação poluidora do mundo e haviam assinado o documento
em 1997, não o ratificaram, o que fez com que o protocolo perdesse sua abrangên-
cia. O governo norte-americano se retirou das negociações sobre o protocolo em
2001, alegando que a sua implementação prejudicaria a economia do seu país.

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Nesse protocolo, a meta de redução varia de um signatário para outro. Alguns


países que têm emissões baixas podem até aumentá-las. Ou seja, não há exigência so-
bre os países em desenvolvimento, como o Brasil, para reduzirem as suas emissões.
O acordo diz que os países em desenvolvimento, como o Brasil, são os que menos
contribuem para as mudanças climáticas e, no entanto, tendem a ser os mais afetados
pelos seus efeitos. Embora muitos tenham aderido ao protocolo, países em desenvol-
vimento não tiveram de se comprometer com metas específicas. Como signatários,
no entanto, eles precisam manter a Onu informada do seu nível de emissões e bus-
car o desenvolvimento de estratégias para as mudanças climáticas.
Nesse espaço de discussão, surgiu o comércio de emissão de gases, ou seja,
a compra e a venda de cotas de emissão de gás carbônico. Países que poluem mui-
to, e que não conseguirem diminuir suficientemente suas cotas de emissão, podem
comprar as cotas de países que podem emitir mais gases, cerca de 1% do seu total.
Esse é um dos mecanismos de flexibilidade do protocolo. Outra saída para os pa-
íses poluidores é o ganho de créditos por meio de atividades que aumentem a sua
capacidade de absorver carbono, ou mesmo mecanismos de redução de emissão,
como tecnologias limpas, plantio de árvores, conservação do solo, entre outras.
O Protocolo de Kyoto sofre algumas críticas relacionadas ao fato de a di-
minuição da emissão proposta ser insuficiente para diminuir a pressão do efeito
estufa. Além disso, se as principais nações poluidoras não aderirem, não haverá
uma parcela significativa de diminuição de emissão de gases, o que torna o pro-
tocolo ineficaz.

O Projeto do Milênio das Nações Unidas


O Projeto do Milênio é um órgão consultivo independente, especialmente
constituído pelo secretário geral das Nações Unidas, em 2002, para desenvolver
um plano de ação concreta que possibilite transformar o quadro mundial atual,
por meio do combate à pobreza, à fome, às doenças, entre outras iniciativas. Bus-
cando a consolidação dos objetivos do desenvolvimento do milênio, o documento
corresponde à produção de relatórios de 13 forças-tarefa que tiveram seus temas
de discussão e seus respectivos relatórios (PNUD, 2005b, p. 11).
Força-tarefa sobre a Fome: reduzir a fome pela metade – é plenamente
alcançável.
Força-tarefa sobre Educação e Igualdade de Gênero: pela educação pri-
mária universal – investimentos, incentivos e instituições.
Força-tarefa sobre Educação e Igualdade de Gênero: ação para atingir a
igualdade de gênero e empoderar as mulheres.
Força-tarefa sobre Saúde Infantil e Saúde Materna: quem tem o poder?
Transformando os sistemas de saúde para atender as mulheres e as crianças.
Força-tarefa sobre HIV/Aids, Malária, Tuberculose e Acesso a Medica-
mentos Essenciais, Grupo de Trabalho sobre HIV/Aids: combatendo a
aids no mundo em desenvolvimento.
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Força-tarefa sobre HIV/Aids, Malária, Tuberculose e Acesso a Medica-


mentos Essenciais, Grupo de Trabalho sobre Malária: lidando com a ma-
lária no novo milênio.
Força-tarefa sobre HIV/Aids, Malária, Tuberculose e Acesso a Medica-
mentos Essenciais, Grupo de Trabalho sobre Tuberculose: investindo em
estratégias para reverter a incidência global da tuberculose.
Força-tarefa sobre HIV/Aids, Malária, Tuberculose e Acesso a Medica-
mentos Essenciais, Grupo de Trabalho sobre Acesso a Medicamentos Es-
senciais: receita para o desenvolvimento saudável – aumentando o acesso
a medicamentos.
Força-tarefa sobre Sustentabilidade Ambiental, Meio ambiente e Bem-estar
Humano: uma estratégia prática.
Força-tarefa sobre Água e Saneamento, Saúde, Dignidade e Desenvolvi-
mento: o que é preciso?
Força-tarefa sobre Melhoria das Vidas dos Moradores de Assentamentos
Precários: um lar na cidade.
Força-tarefa sobre Comércio: comércio para o desenvolvimento.
Força-tarefa sobre Ciência, Tecnologia e Inovação: inovação – aplicando
o conhecimento no desenvolvimento.
A elaboração dos relatórios contou com a presença de políticos, cientistas,
economistas, representantes da sociedade civil, da Onu, do Banco Mundial, entre
outros. O relatório final foi apresentado no início de 2005, e propõe medidas para
cada uma das metas das Nações Unidas até 2015. Porém, os resultados ainda estão
longe de se apresentarem na prática, e os países precisam reverter essas considera-
ções para suas realidades particulares a fim de iniciarem o trabalho de compatibili-
zação das metas.

Eis aqui tudo de novo


(Rocha, 2005)1
Como o 11 de setembro e o tsunami, os efeitos do Katrina desafiam a capa-
cidade de reflexão da cultura contemporânea e colocam em xeque a compreensão
de mundo norte-americana, que vê no domínio da natureza e no avanço de suas
fronteiras o fundamento de sua grandeza e singularidade.
Num intervalo relativamente curto, um ato político e dois eventos naturais
desafiam a capacidade de reflexão contemporânea. O ataque às Torres Gêmeas
1 João Cezar de Castro
Rocha é professor de
Literatura Comparada na
em Nova York produziu uma avalanche de textos só comparável às recentes ca-
tástrofes: tsunami na África e na Ásia; furacão nos Estados Unidos. O ataque
Uerj e autor de Literatura
e Cordialidade (Eduerj), às Torres Gêmeas foi prontamente reduzido a um conjunto de teorizações. Na-
entre outras obras.
turalmente, não pretendo discuti-las, mas assinalar que isso ocorreu mediante a
“narrativização” do evento. Como se tratava de evento causado por agentes
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históricos, com motivações particulares, os repórteres da CNN, desde o primeiro momento, pude-
ram apresentar inúmeras explicações para os motivos subjacentes ao atentado, logo considerado
como um gesto de consequências trágicas. Repito: não me interessa discutir as análises, mas res-
salvar sua ocorrência, simultânea à transmissão do evento.
Já as catástrofes naturais apresentam um sério desafio à reflexão contemporânea, assim como
à própria cobertura jornalística. Numa cultura secularizada, como “narrativizar” a erupção vulcâ-
nica que deu origem ao tsunami? Como atribuir “sentido” aos ciclones tropicais migratórios que
se originam sobre os oceanos, provocando furacões? Se não cabe atribuir semelhantes desastres
naturais à Providência, e, ao mesmo tempo, se não faz sentido imputá-los a agentes históricos,
então, como representar “narrativamente” tais catástrofes? Contudo, numa época em que a técnica
tornou-se um fetiche em si mesmo, como aceitar a incapacidade nem tanto de previsão quanto de
controle dos efeitos das catástrofes?
Talvez essa seja uma distinção útil para começar a refletir sobre o problema. Deveríamos
evitar o termo tragédia ao descrever eventos como o tsunami ou o furacão Katrina – embora seja o
recurso favorito da cobertura da grande imprensa que, em geral, substitui o caráter propriamente ir-
representável da explosão de uma força natural pela produção em série de uma miríade de histórias
individuais de resgate, heroísmo, desespero, esperança. A dificuldade de lidar com tais catástrofes
relaciona-se precisamente à resistência que oferecem à narrativa. Diante da impossibilidade de
escolher prontamente adversários, bodes expiatórios, como contar histórias? Entretanto, sem rela-
tos, não mais podemos “humanizar” a natureza. Estamos, portanto, órfãos de modelos narrativos
satisfatórios.
O dilema não é nada novo. O terremoto de Lisboa, que literalmente lançou por terra o ideal
iluminista de um progresso constante e ininterrupto, foi encarado por Voltaire com a ironia de
Cândido – dado o ânimo secularizador das Luzes, a solução era adequada. Muito antes, porém,
na gênese de boa parte de nossos modelos narrativos, toda sorte de catástrofes naturais podia ser
imediatamente reduzida à narrativa-matriz: sinal inequívoco da ira divina, reedição do merecido
castigo que, desde o pecado original, regularmente se aplica à humanidade.
O dilema também interessou a Machado de Assis. Num conto pouco discutido, “Na arca:
três capítulos inéditos do Gênesis”, imaginou uma situação-limite, no entrelugar da tragédia e da
catástrofe que constitui o nó górdio a ser enfrentado hoje. Entre os escolhidos para recomeçar a
humanidade, após o terrível castigo do dilúvio, dois filhos de Noé, Jafé e Sem, iniciam uma dis-
puta relativa à futura divisão das terras ainda sob as águas. O calor da disputa faz com que não
cedam nem mesmo à autoridade paterna. Desiludido, Noé lança uma profecia, enigmática para
seus filhos, mas traduzível em momentos históricos os mais diversos: “Eles ainda não possuem a
terra e já estão brigando por causa dos limites. O que será quando vierem a Turquia e a Rússia?”

Destino manifesto
Enquanto existirem russos e turcos, enquanto houver promessa de inimigos, Jafé e Sem defenderão
seus pontos de vista e, assim, manterão o dilúvio longe dos olhos. Um dos problemas contemporâneos é
que a secularização da cultura obriga a enfrentar tsunamis, furacões e toda sorte de catástrofes sem recor-
rer aos tradicionais recursos de narrativização da natureza e à atribuição de culpas a bodes expiatórios – os
“inimigos”. De um lado, a catástrofe provocada pelo furacão Katrina evidencia esse problema, e, de ou-
tro, certa característica da cultura norte-americana talvez contribua para agravar sua complexidade.
A ideologia do “destino manifesto” supõe uma compreensão particular do relacionamento da
história do país com a natureza. Em 1893, Frederick Jackson Turner (1861-1932) realizou sua mais
famosa conferência, “The Significance of the Frontier in American History” (O Significado da
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Fronteira na História Americana), texto cuja influência se estendeu por décadas e que ainda hoje
sobrevive nas fantasias imperiais de George W. Bush.
Segundo Turner, até o final do século XIX, cada nova geração de norte-americanos defron-
tou-se com uma fronteira potencialmente móvel, pois o solo ainda não havia sido totalmente ocu-
pado. Desse modo, a civilização norte-americana plasmou-se no embate constante com vastas ex-
tensões de terra, incluindo-se nesse embate o genocídio das populações nativas, condição sine qua
non para a anexação crescente de territórios a um país em expansão aparentemente interminável.
Contudo, em 1893, as fronteiras já estavam definidas. Por isso mesmo, Turner decidiu estudar sua
importância na formação do homem norte-americano, uma vez que daí em diante uma nova forma
de convívio deveria impor-se (observe-se, de passagem, a semelhança com o método posterior de
Gilberto Freyre, que estudou a relevância da família patriarcal na gênese da civilização brasileira no
momento em que seu declínio era fato consumado). Na visão otimista de Turner, a fronteira instável
teria propiciado o surgimento do “individualismo democrático norte-americano”, com base na livre
iniciativa e na capacidade de adaptar as circunstâncias exteriores ao próprio interesse. A teoria da
fronteira implicava o domínio das forças da natureza, vistas como argila para a construção do país.
Nas artes plásticas, desde o final da década de 1840, esse sentimento já tinha dado frutos nas telas da
New Hudson River School, isto é, na pintura das paisagens naturais norte-americanas. Ao contrário
do dilema brasileiro oitocentista, em que a exuberância da natureza tropical ameaçava o projeto
civilizatório, nos Estados Unidos, a natureza, em princípio inesgotável, representava a promessa do
progresso infinito.
No momento em que as fronteiras nacionais se estabilizaram, um novo “limite” foi criado,
na imagem nada sutil da política do Big Stick, de Theodor Roosevelt (1858-1919), presidente dos
Estados Unidos de 1901 a 1909. No fundo, trata-se da política revivida pelos atuais falcões da “di-
plomacia” norte-americana. Roosevelt inaugurou sua política de intervenção na América Latina em
1905, invadindo a República Dominicana. A atual política externa do governo Bush, com base no
que denomina “ataque preventivo”, tem sua origem ideológica tanto na tese da fronteira de Turner
quanto na violência imperial de Roosevelt. Nessa tradição, não há lugar para refletir sobre a natureza
em si mesma; ela é um mero meio para o progresso, deve ser moldável aos propósitos imediatos,
numa espécie de atualização perversa e, sobretudo, anti-intelectual da “dialética da ilustração”, tal
como definida por Adorno e Horkheimer. Assim, o tsunami pôde render narrativas porque se trata
de um fenômeno ocorrido a grande distância, logo, “admirado” com toda segurança numa surpreen-
dente vulgarização da experiência do “sublime”, como imaginada pelos filósofos do século XVIII.
Já o furacão Katrina ocasionou uma paralisia temporária: como entender tal catástrofe no interior
das fronteiras norte-americanas? Paralisia semelhante tomou conta do governo norte-americano na
época dos ataques às Torres Gêmeas; entretanto a reação foi muito mais rápida, afinal, havia ad-
versários autodeclarados: a narrativização do episódio se fez praticamente por si mesma. A inércia
inicial do governo norte-americano talvez expresse mais que o óbvio: há uma questão étnica e eco-
nômica na negligência observada; ora, se a catástrofe ocorresse na Nova Inglaterra, o atendimento
às vítimas seria imediato. Há uma questão política: a dispersão de forças, decorrente da invasão
do Iraque. Contudo, por que não pensar em outra dimensão? A civilização norte-americana parece
despreparada para enfrentar catástrofes no interior de suas fronteiras. É como se não pudesse aceitar
a incapacidade da ação humana diante de um fenômeno natural de tais proporções. O descaso do
governo Bush com o Protocolo de Kyoto traduzia essa arrogância, típica do homem de fronteira e
definidora de sua política “externa”. Os tempos mudaram. Não se dispõe de turcos, tampouco de
russos que acusar. Eis como Machado de Assis concluiu o conto: “A arca, porém, continuava a boiar
sobre as águas do abismo.” A agudeza do relato finalmente se tornou clara no atual naufrágio da
compreensão norte-americana da natureza.
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Ações ambientais globais

Furacões crescem com aquecimento global,


diz especialista britânico
(MCCARTHY, 2005)2
Os furacões superpoderosos que atingem os Estados Unidos da América
são evidências incontestáveis do aquecimento global, diz um dos mais importan-
tes cientistas britânicos. A crescente violência de ciclones como o Katrina, que
destruiu New Orleans, e o Rita, que assusta o Texas, deve resultar das mudanças
climáticas, diz sir John Lawton, presidente da Comissão Real de Poluição Am-
biental. Para ele, os furacões se intensificam, como os modelos computadori-
zados previram, em função da elevação da temperatura do mar. “A intensidade
crescente desse tipo de tempestades extremas muito provavelmente se deve ao
aquecimento global.”
Em uma série de comentários muito francos em que fez um ataque pou-
co velado à administração Bush, Lawton criticou os neoconservadores nor-
te-americanos que ainda negam a realidade das transformações climáticas.
Referindo-se à chegada do furacão Katrina, ele disse: “Se isso fizer os malucos
climáticos nos Estados Unidos compreenderem que temos um problema, então
algo de bom terá saído de uma situação verdadeiramente pavorosa.”
Enquanto ele falava, pessoas fugiam da costa do Texas e o Rita, um dos
furacões mais intensos da história, aproximava-se de Houston, a quarta maior
cidade dos Estados Unidos.
Sobre que conclusão o governo Bush deveria tirar do fato de dois furacões
de intensidade tão alta atingirem os Estados Unidos em rápida sucessão, sir
John disse: “Se aquilo que, ao que tudo indica, será um caos horroroso levar
os céticos norte-americanos extremos em relação às mudanças climáticas a
reconsiderarem suas opiniões, isso será um resultado de grande valor.”
Quanto ao fato de chamar esses céticos de “malucos”, ele respondeu:
“Existe um grupo de pessoas em várias partes do mundo [...] que não quer
aceitar que as atividades humanas podem modificar o clima e estão modifi-
cando. Comparo-as às pessoas que negam que cigarro provoca câncer.” Os
comentários de sir John seguem pesquisas recentes, boa parte delas de origem
norte-americana, que indicam que a violência dos furacões vem aumentando.
Um artigo de pesquisadores norte-americanos publicado [...] no periódico
norte-americano Science mostra que nos últimos 35 anos dobrou a incidência
de tempestades com a intensidade do furacão Katrina. Embora a frequência
global das tempestades tropicais em todo o mundo mantenha-se estável desde
1970, o número de tempestades extremas, de categoria 4 ou 5, subiu muito. Na
década de 1970, ocorriam em média dez furacões de categoria 4 ou 5 por ano,
mas, desde 1990, a média atingiu 18 por ano. Durante o mesmo período, a tem-
peratura da superfície do mar, um dos fatores que determinam a intensidade
dos furacões, aumentou em média 0,5 grau centígrado. Segundo Lawton, “cada
vez mais, parece que temos uma prova inegável. É justo concluir que o aqueci-
mento global, provocado em grande medida pelo homem, provoca o aumento
da temperatura superficial do mar e o aumento da violência dos furacões.”
2 Jornalista do Independent.

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Quais são as dificuldades para implantação de projetos internacionais nas realidades nacionais
e regionais?

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CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. A invenção ecológica: narrativas e trajetórias da educação


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