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• Construtora / Incorporadora quer demonstrar e preservar a memória do que está entregando para seu
contratante / usuário em conformidade com o contratado (projeto, memorial descri%vo, material publicitário,
etc.)
• Construtora / Incorporadora quer avaliar a qualidade da obra concluída para melhoria do processo de
qualidade e auxílio ao departamento de assistência técnica
• Construtora / Incorporadora quer apenas caracterizar o estado Nsico em que a obra se encontra no ato da
entrega
• Contratante / Usuário quer comprovar se a obra entregue possui vícios e se está em conformidade com o
contrato (projeto, memorial descri%vo, material publicitário, etc.)
• Aspectos comerciais
• Aspectos contratuais
• Aspectos técnicos
• Aspectos gerenciais
FINALIDADE PRINCIPAL
VISTORIA
Espécie de perícia que pode ter como objeGvo a constatação de fatos, análise comparaGva de conformidade ou desenvolvimento
de metodologia invesGgaGva e analíGca fundamentada, que permita apuração de causas e consequências.
• Vistoria de constatação
• Vistoria de análise comparaGva de conformidade
• Vistoria de causalidade ou de apuração de nexo causal
Da combinação da vistoria de constatação e de análise comparaPva de conformidade, tem-se os procedimentos técnicos para
entrega e recebimento de obras. Assim, existem requisitos e procedimentos gerais e específicos a serem observados e
obedecidos, conforme a ABNT NBR 13752 e as Normas do IBAPE/SP.
?
- Procedimentos execuGvos e de qualidade
- BoleGns técnicos de produtos e procedimentos, emiGdos por laboratórios
- Dados de fabricantes de produtos / sistema / equipamentos / máquinas
- Normas técnicas da ABNT e outras internacionais
Enga. Civil Flávia Zoéga Andrea4a Pujadas
CONCEITO E DEFINÇÃO DE ANOMALIA X NÃO CONFORMIDADE X VÍCIO
NÃO CONFORMIDADE
Não atendimento a um requisito ou padrão
(conceito geral)
Nos procedimento de entrega e recebimento de obras, os sistemas, componentes e equipamentos da edificação NÃO ESTÃO
100% NA FASE DE USO, OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO.
O Desempenho a ser verificado é o projetado. Verificam-se, através das análises sobre as constatações, se existem “perdas
precoces de desempenho projetado”, seja real ou potencial.
Desempenho projetado está previsto e especificado nos projetos, nas normas técnicas e pelos fabricantes.
Prazo de GaranPa
“Os requisitos a serem observados estão condicionados à abrangência das inves%gações, à confiabilidade e
adequação das informações ob%das, à qualidade das análises técnicas efetuadas e ao grau de subje%vidade
empregado pelo perito.”
Norma Básica de Perícias do IIBAPE/SP
“4.3.1.1 Os requisitos exigidos em uma perícia estão diretamente relacionados com as informações que possam
ser extraídas. Estes requisitos, que medem a exa%dão do trabalho, são tanto maiores quanto menor for a
subje%vidade con%da na perícia.”
“4.3.1.2 A especificação dos requisitos a priori somente é estabelecida para determinação do empenho no
trabalho pericial e não na garan%a de um grau mínimo na sua precisão final, independendo, portanto, da vontade
do perito e/ou do contratante.”
ABNT NBR 13752 (em revisão)
7.1.2 - Análise e fundamentação, expostas de forma clara, objePva, inteligível, devendo contemplar tudo quanto necessário
para o perfeito entendimento da matéria, apoiadas em referências técnicas perPnentes, dentre outras: normas técnicas,
bibliografia, projetos, especificações, memoriais, regulamentos, manuais, legislação, contratos, cronogramas, orçamentos,
pareceres especializados, ensaios, testes e procedimentos técnicos consagrados.”
Norma Básica de Perícias do IBAPE/SP
A vistoria de entrega e recebimento de obra tem como obje%vo a constatação de fatos com o propósito de
verificar atendimento aos requisitos e padrões estabelecidos, iden%ficação e caracterização de anomalias e não
conformidades na data da vistoria.
Estes trabalhos técnicos devem ser desenvolvidos em conformidade com os seguintes REQUISITOS:
- Preliminares;
- Levantamentos e constatações in loco;
- Análises gerais.
Norma de procedimentos técnicos para entrega e recebimento de obras na construção civil do IBAPE/SP
e ABNT NBR 13752 (revisão)
OBJETIVO 1:
E/OU
OBJETIVO 2:
MAIS SIMPLES
Registrar o estado Ksico presente na obra (concluída ou não) com o propósito PARA REGISTRO
de preservar a memória da situação existente na data da vistoria.” E CONSTATAÇÃO
ETAPAS DO TRABALHO:
2. Análise e estudo dos documentos técnicos, principalmente projetos, memoriais descriPvos, manuais de uso, operação e
manutenção, testes de comissionamento, etc. (dependendo do objePvo)
3. Realização de Vistorias em todos os sistemas da edificação e outros elementos (mobiliário, etc.), que podem ser
acompanhadas de representantes do Incorporador e Construção, e do condomínio
4.4. Pequenos testes e procedimentos específicos podem ser úteis, tais como: acionamento de bombas e demais maquinários
e equipamentos, teste em carga de geradores, percussão em tubulações aparentes, inspeção de poço de elevadores; etc.
5. Análise dos dados coletados na vistoria e comparações com dados de projeto, memoriais, desempenhos previstos, etc.
(dependendo do objePvo)
ESTRUTURA: partes visíveis – formações de fissuras, vínculos, cobrimento de armadura, juntas estruturais, interfaces com
vedações e outros elementos, etc.
VEDAÇÕES (alvenarias, painéis, etc): formações de fissuras, interface com estrutura, juntas, adequações em vãos, prumo,
esquadros, preenchimento de juntas de assentamento, alinhamentos de juntas de assentamento, etc.
ACESSOS, ESCADAS E RAMPAS: ABNT NBR 9050, alturas, inclinações, tipos de piso, posicionamento de degraus, alturas e
pisadas de degraus, posicionamento de coletores de AP, formações de trincas, etc
SISTEMA ELÉTRICO: quadros x diagrama, identificações de circuitos, proteções, tampas em eletrocalhas, aterramentos, tipos de
cabos, etc.
SISTEMA HIDRÁULICO: condições dos reservatórios (infiltrações, cobrimentos de armadura, tipo de impermeabilização x
exigências técnicas x anomalias, passagem de tubulações nas paredes), tampas (material, pintura, vedações, chumbamentos e
fixações, etc.), redutoras de pressão (manômetros x memorial), pressurizações, bombas, identificações da instalação,
vazamentos em geral, corrosão precoce de tubos e conexões, tipo de pintura x exposição ambiental x memorial, etc.
SISTEMA DE COMBATE A INCÊNDIO: testes nas bombas, posicionamento de extintores e sprinklers (proximidade com cabos
elétricos, etc), rotas de fugas (condições de escadas, etc), compartimentação, etc.
GÁS COMBUSTÍVEL: encamisamentos, proximidade com instalações elétricas, ventilações, detecção (posicionamento e tipo de
acionamento), etc.
GARAGENS E VAGAS: número de vagas, dimensões, curvas, interface de vagas com áreas técnicas / hidrantes, etc.
COBERTURAS: rufos (fixação, emendas, contra rufos – encaixes, vedações e calafetações, pintura, fixação do SPDA e
interferências, etc), calhas (declividade x empoçamentos, emendas, corrosão, posicionamento de coletores, etc), telhados
(madeiramentos e estruturas, telhas e declividades, transpasses, fixações, etc), zenitais / clarabóias / sky lights (estanqueidade,
aplicação de vedações – silicones, vidros trincados, alinhamentos, etc.)
ELEVADORES: casa de máquinas (infiltrações, trincas nas alvenarias, condições do piso, limpeza, ventilação, etc.),
funcionamento geral do sistema, acionamento de botoeiras e comando de voz, poço (infiltrações), etc.
Alguns clientes solicitam pelo Laudo de Revistoria ou, ainda, pelo acompanhamento das trata6vas decorrentes
da emissão do Laudo de recebimento / entrega.
Neste casos, o perito deve verificar sobre quais itens há formulado lista de reparos, assim como suas
especificações técnicas para analisar os procedimentos empregados à correção das deficiências constatadas.
Logo, não basta “vistoriar” novamente o local. É fundamental a análise dos documentos gerados após emissão
do Laudo de entrega ou recebimento.
A lista final de check list, base dos reparos a serem realizados pela construtora, pode ainda ser uma tarefa do
perito quando da emissão do Laudo de Recebimento. É aconselhável, entretanto, que isto seja de
responsabilidade da gerenciadora da obra e/ou do próprio produtor. Esta listagem pode sofrer alterações em
relação ao Laudo de entrega ou recebimento, fruto de negociações entre as partes.
É possível, ainda, que nos reparos executados existam outras não conformidades e anomalias. Isto deve ser
relatado, assim como feito no Laudo de entrega ou recebimento da obra.
É possível, também, que os procedimentos de reparos executados não garantam níveis de desempenho
sa6sfatórios, ou seja, tratam-se de medidas palia6vas. Isto, também, deve ser relatado.
OU
“(...) a edificação construída não pode ser entendida, ela própria, como a realização do obje6vo do processo, pois é
somente após a conclusão do projeto e da execução da edificação que ela pode ser colocada a serviço dos seus
usuários e servi-los adequadamente em relação ao previsto, ou seja, realizar o mo6vo pelo qual a edificação foi
produzida.”
Documento que reúne as informações necessárias para orientar as a%vidades de conservação, uso e manutenção
da edificação e operação dos equipamentos.”
Operação é “conjunto de aGvidades a serem realizadas em sistemas e equipamentos com a finalidade de manter a edificação em
funcionamento adequado”.
Uso é “aGvidades a serem realizadas pelos usuários na edificação dentro das condições previstas em projeto”.
Manutenção é “conjunto de aGvidades a serem realizadas para conservar ou recuperar a capacidade funcional da edificação e de
seus sistemas consGtuintes de atender as necessidades e segurança dos seus usuários”.
ABNT NBR 15575-1
5.7.5.2 Em edificações condominiais devem ser entregues, no ato da entrega das chaves:
a) aos primeiros proprietários, um exemplar do manual com informações sobre cada área de uso priva6vo, incluindo
também informações julgadas necessárias sobre sistemas, elementos e componentes, instalações e equipamentos
de áreas comuns;
b) ao primeiro representante legal do condomínio um exemplar do manual especifico às áreas comuns e seus
equipamentos, incluindo o conjunto completo de projetos atualizados “como construídos” e especificações técnicas,
indicados no Anexo A.
5.7.5.3 Caso o proprietário não seja ocupante efe6vo da edificação, deve entregar cópia do manual para o usuário
de forma que este atenda às instruções e prescrições con6das no mesmo.”
“7.1. A elaboração do Manual de operação, uso e manutenção da edificação é uma obrigação do responsável pela
produção da edificação.
7.2. O responsável pela produção da edificação deve entregar formalmente ao primeiro proprietário da edificação
um exemplar do Manual.
PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE DOS MANUAIS DE USO, OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO – ABNT NBR 14037
Para avaliação do Manual existem dois aspectos a serem considerados, isoladamente ou conjuntamente,
dependendo do trabalho pericial a ser desenvolvido:
Avaliação e análise técnica do conteúdo do Manual se adequados e coerentes com as caracterís6cas técnicas dos
sistemas constru6vos, considerados seus projetos, memoriais descri6vos, exposições ambientes, desempenhos,
normas específicas, dados de fabricantes, conforme o realizado na obra.
Fonte: PUJADAS, Flávia Z. A. Proposta de metodologıa para análıse perıcıal do manual de uso, operação e manutenção nas perícıas de engenharıa na construção cıvıl, XXI
COBREAP, 2020.
1. Reforça que as falhas cobertas pela garanPa são aquelas com origem no projeto, especificação de materiais ou execução
2. Reforça o conceito de falha (ocorrência que prejudica a uGlização do sistema construGvo, resultando em desempenho
inferior ao requerido), que é sinérgico com o conceito de vício na ABNT NBR 13752: Perícia de engenharia na construção
civil
3. Reforça a necessidade da apuração de nexo causal das falhas constatadas, a fim de determinar suas origens
4. Reforça que as falhas com origem no envelhecimento natural, no uso indevido e na deficiência ou ausência de
manutenção não estão cobertas pela garanPa
5. Esclarece o conceito de falhas aparentes ou vícios aparentes, que está alinhado com a ABNT NBR 13752
6. Esclarece o conceito de solidez e segurança, que está alinhado com a ABNT NBR 13752
7. Detalha as condições de garanPa
8. Esclarece a diferença ente prazo de garanPa e durabilidade ou vida úPl
9. Esclarece que há perda de garanPa, se o usuário não observar o Manual
10. Indica critério técnico para o produtor fixar prazos de garanPa, se diferentes daqueles recomendados na norma
11. Detalha as falhas endógenas ou vícios construPvos cobertos pela garanGa por sistema construGvo (mais detalhado que o
Anexo D da ABNT NBR 15575-1
12. Esclarece a garanPa em situações de reparos
PRAZOS DE
GARANTIA
Fonte: Figura 11, incidência de falhas para Construtora “A”
BOSCHETTI, Luiz Augusto. Análise das falhas pós-obra nos sistemas prediais de ediXcios residenciais mulYpavimentos.
Defesa de Mestrado no IPT, 2010
Prazo de GaranPa