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RELATÓRIO TÉCNICO DIAGNOSTICO

RELATÓRIO TÉCNICO DIAGNÓSTICO

01. INTERESSADA:

A UFV BR XXIX CONSULTORIA EM GESTAO E INSTALACAO


FOTOVOLTAICA LTDA, CNPJ nº 38.457.037/0001-16.

02. LOCAL DA VISTORIA:

Imóvel localizado à rua Luiz Vieira s/n, Macaíba/RN.

03. OBJETIVO:

Apurar o atual estado de conservação das áreas do imóvel acima


identificado, em relação aos seus aspectos ligados à Engenharia Civil, de forma a
identificar a presença de possíveis anomalias, caracterizadas como vícios construtivos,
mau uso da edificação e/ou falta de manutenção, com vistas a estabelecer as
condições gerais de uso, habitabilidade e desempenho do imóvel.

04. CRITÉRIOS, METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS EMPREGADOS:

A execução do presente trabalho procurou balizar-se nas


diretrizes e recomendações contidas em normas técnicas nacionais consagradas, em
especial a NBR – 13.752 (Norma Brasileira Para Perícias de Engenharia na Construção
Civil) da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, sem prejuízo à consulta
também, em tudo aquilo que se mostrou pertinente e aplicável, a outros dispositivos
complementares legais e regulamentares, dentre os quais pode-se destacar:

Como parte complementar da metodologia empregada, foram


adotadas convenções para classificação do nível de rigor da vistoria e do estado de
manutenção e conservação do imóvel, com base nas recomendações contidas na
Norma de Inspeção Predial do IBAPE (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de
Engenharia), que estabelece a seguinte classificação:

Para efeito de classificação, a norma supracitada estabeleceu a


existência de um conjunto de três distintos níveis de rigor, fixados em função do tipo de
imóvel, complexidades dos sistemas construtivos e atuação dos profissionais
envolvidos, conforme subsequente exposição:

Nível 1 – Correspondente à identificação de anomalias e falhas


aparentes, elaborada por profissional habilitado.

Nível 2 – Correspondente à vistoria para a identificação de


anomalias e falhas aparentes identificadas como o auxílio de equipamentos e/ou
aparelhos, bem como análises de documentos técnicos específicos, consoante à
complexidade dos sistemas construtivos existentes. A inspeção predial nesse nível é
elaborada por profissionais habilitados em uma ou mais especialidades.

Nível 3 – Equivalente aos parâmetros definidos para a inspeção


de Nível 2, acrescida de auditoria técnica conjunta ou isolada de aspectos técnicos, de
uso ou de manutenção predial empregada no empreendimento, além de orientações
para a melhoria e ajuste dos procedimentos existentes no plano de manutenção.

Em face das circunstâncias que envolvem o presente trabalho


pericial, o seu nível de rigor se enquadra no Nível 1.

05. CLASSIFICAÇÃO DAS ANOMALIAS E FALHAS

As anomalias e falhas são inconformidades específicas que


influenciam na perda precoce de desempenho real ou futuro dos elementos e sistemas
construtivos do imóvel, e redução de sua vida útil projetada. Podem comprometer,
portanto: segurança; funcionalidade; operacionalidade; saúde de usuários; conforto
térmico, acústico e luminosidade; acessibilidade, durabilidade, vida útil, dentre outros
parâmetros de desempenho definidos na NBR 15575, da ABNT. As não conformidades
podem estar relacionadas a desvios técnicos e de qualidade da construção e/ou
manutenção da edificação. Podem, ainda, não atender aos parâmetros de
conformidade previstos para os sistemas construtivos e equipamentos instalados, tais
como: dados e recomendações dos fabricantes, manuais técnicos em geral, projetos e
memoriais descritivos, normas, etc.

05.1. ANOMALIAS

As anomalias podem ser classificadas em:

• Endógena: originaria da própria edificação (projeto, materiais e execução);

• Exógena: originaria de fatores externos a edificação, provocados por terceiros;

• Natural: originaria de fenômenos da natureza;

• Funcional: originaria da degradação de sistemas construtivos pelo


envelhecimento natural e, consequente, término da vida útil.

05.2. FALHAS

As falhas podem ser classificadas em:

• De planejamento: decorrentes de falhas de procedimentos e especificações


inadequados do plano de manutenção, sem aderência a questões técnicas, de
uso, de operação, de exposição ambiental e, principalmente, de confiabilidade e
disponibilidade das instalações, consoante a estratégia de Manutenção.

• De execução: associada à manutenção proveniente de falhas causadas pela


execução inadequada de procedimentos e atividades do plano de manutenção,
incluindo o uso inadequado dos materiais.

• Operacionais: relativas aos procedimentos inadequados de registros, controles,


rondas e demais atividades pertinentes;

• Gerenciais: decorrentes da falta de controle de qualidade dos serviços de


manutenção, bem como da falta de acompanhamento de custos da mesma.

05.3. CLASSIFICAÇÃO DO GRAU DE RISCO

A classificação quanto ao grau de risco de uma anomalia ou falha


deve sempre ser fundamentada, conforme limites e os níveis da Inspeção Predial
realizada, considerando o grau de risco oferecido aos usuários, ao meio ambiente e ao
patrimônio.
Pode ser classificado como:
• CRÍTICO: risco de provocar danos contra a saúde e segurança das pessoas e
do meio ambiente; perda excessiva de desempenho e funcionalidade causando
possíveis paralisações; aumento excessivo de custo de manutenção e
recuperação; comprometimento sensível de vida útil;

• MÉDIO: risco de provocar a perda parcial de desempenho e funcionalidade da


edificação sem prejuízo à operação direta de sistemas, e deterioração precoce;

• MÍNIMO: risco de causar pequenos prejuízos à estética ou atividade


programável e planejada, sem incidência ou sem a probabilidade de ocorrência
dos riscos críticos e regulares, além de baixo ou nenhum comprometimento do
valor imobiliário.

06. HORIZONTE TEMPORAL DAS DILIGÊNCIAS:

O presente trabalho de campo foi desenvolvido no imóvel em


referência, no dia 16 de maio de 2022, transcorrendo a partir daquele primeiro dia, até
a presente data, todas as demais etapas operacionais pertinentes, o que abrangeu
desde as primeiras vistorias, catalogação das anomalias, análise e processamento dos
dados colhidos, até a elaboração final do laudo.

07. FIXAÇÃO PRELIMINAR DAS DIRETRIZES DE CONDUÇÃO DAS VISTORIAS:

Em conformidade com o que estabelece a NBR 13752/1996,


consoante com o fim a que se destina o laudo, o grau de detalhamento das atividades
a serem desenvolvidas neste laudo compreenderá a abordagem dos seguintes tópicos:
• Vistoria e/ou exame do objeto da vistoria;
• Descrição ou diagnósticos dos itens objeto da perícia;
• Coleta de informações;
• Escolha dos métodos e critérios utilizados;
• Análise e exposição das ocorrências;
• Soluções e propostas, quando possível e/ou necessário;
• Considerações finais e conclusões.

Nesse sentido, ultrapassados os oito primeiros tópicos, que


caracterizam os interessados, objetivo e objeto da vistoria, bem como os critérios e a
metodologia empregada, passaremos, a seguir, a desenvolver o laudo nos seus
aspectos técnicos.
08. MEMORIAL DESCRITIVO:

08.1. Caracterização do Imóvel examinado

O imóvel vistoriado foi construído com as seguintes características:


Externamente, as unidades apresentam paredes rebocadas e pintadas e telhado
em telha cerâmica tipo colonial. Internamente, pode-se observar o piso em cimento
queimado e paredes em acabamento emassado com pintura látex, exceto no banheiro
que possui revestimento cerâmico no piso e paredes até 1,50m de altura. O teto não
possui revestimento em nenhum ambiente, sendo a estrutura de cobertura e telhado
aparentes.
Na cozinha, há uma pia em fibra e, no banheiro, vaso sanitário e pia em louça.
Na lavanderia, uma pia em concreto.
Quanto às esquadrias, cada unidade apresenta um portão tipo gradil metálico na
entrada. Possui, ainda, janelas do tipo pivotante de 03 folhas, em madeira. Apenas os
banheiros possuem porta e uma pequena janela em madeira.

09. MANIFESTAÇÔES PATOLÓGICAS DETECTADAS:

O exame realizado “in loco” das condições do imóvel permitiu a


constatação da existência de algumas anomalias incidentes sobre revestimentos de
pisos, paredes, teto e demais materiais de acabamentos internos e externos, que
podem ser relacionados da forma que segue.

• FACHADA DO IMÓVEL
Imagem - Condições da fachada do imóvel Imagem - Degradação do muro da fachada

Imagem - Muro degradado com diversas rachaduras, não possui Imagem - Entulho e vegetação na calçada
estabilidade estrutural

Imagem - Fachada interna do imóvel Imagem - Fechada interna do imóvel

• Comentário técnico

As imagens acima constatam muro executado fora dos padrões técnicos


normativos, ausência de elementos básicos como, colunas, cinta superior e reboco.
Nas condições que se encontra, o muro oferece risco a população que ali transita, pois
as diversas rachaduras caracterizam a instabilidade estrutural, faz-se necessário
demolição URGENTE para evitar sinistros.
Caracterização das Manifestações Patologicas

Anomalia Falha Grau crítico

• Endogena • De planejamento

• Exogena • Operacionais

• Funcional • Execução • Crítico

• Gerenciais

• CONDIÇÕES INTERNAS DO IMÓVEL


Imagem -Degradação do reboco interno Imagem - Degradação do reboco na base das paredes
-

Imagem -Umidade nas paredes internas Imagem - Degradação do reboco na base das paredes

Imagem -Rachaduras nas paredes Imagem -Rachaduras nas paredes


Imagem - Condições das telhas de cobertura Imagem - Degradação da pintura

Imagem - Degradação das paredes e portas Imagem -Condições do banheiro

• Comentário técnico

As imagens acima constatam que o imóvel não possui condições de


habitabilidade, possui, rachaduras degradação do reboco e umidade excessiva como
exposto nas imagens acima.

Caracterização das Manifestações Patologicas

Anomalia Falha Grau crítico

• Endogena • De planejamento

• Exogena • Operacionais

• Funcional • Execução • Crítico


• Gerenciais

• CONDIÇÕES DO MURO DOS FUNDOS

Imagem - Muro externos dos fundos não apresentava, Imagem - Muro sem estabilidade estrutural
elementos básicos, como colunas e vigas

Imagem - Base do muro sem elementos de fundação Imagem - Parede externa sem a proteção do reboco

• Comentário técnico

O muro dos fundos foi executado, assim como o da frente do imóvel, sem os
elementos básicos normativos estruturais, como fundação, cintas (superior e inferior) e
sem colunas, o que provoca sua instabilidade.

Caracterização das Manifestações Patologicas

Anomalia Falha Grau crítico

• Endogena • De planejamento
• Exogena • Operacionais

• Funcional • Execução • Crítico

• Gerenciais

10. CONCLUSÃO:

Por conseguinte, este trabalho constatou diversas manifestações


patológicas no imóvel, e de acordo com as imagens apresentadas, ficam
caracterizados os diversos problemas estruturais, como por exemplo,
rachaduras/infiltrações nas paredes, falta de impermeabilização, entre outros. As
manifestações patológicas encontradas estão em fase de crescimento e a tendência é
de rápida evolução em um curto intervalo de tempo, considerando o período de ventos
e chuvas atuais.

11. BIBLIOGRAFIA BASICA:

• NBR – 5674/99 (Manutenção de edificações – procedimentos, da ABNT);

• NBR – 14.037/2011 (Diretrizes para elaboração de manuais de uso, operação e


manutenção das edificações – Requisitos para elaboração e apresentação dos
conteúdos, da ABNT);

• NBR – 7200/98 (Procedimentos de execução de revestimentos, da ABNT);

• NBR – 13.816/97 (Placas cerâmicas para revestimentos, da ABNT);

• NBR – 14.294/99 (Forros e revestimentos, da ABNT);

• NBR – 13.753/96 (Revestimentos de pisos internos ou externos, com placas


cerâmicas e com utilização de argamassa colante – Procedimentos, da ABNT).

• NBR - 15575-1:2008 (Edifícios Habitacionais de até cinco pavimentos- desempenho


Parte 1: Requisitos Gerais)

• NBR 13752:1996 (Pericias de Engenharia na Construção Civil)

• NBR 5410/97 – Instalações elétricas de baixa tensão


• NBR 15270 – Componentes cerâmicos.

• INSTITUTO BRASILEIRO DE AVALIAÇÕES E PERICIAS DE ENGENHARIA DE SÃO


PAULO – IBAPE. Norma Básica para pericias de Engenharia. São Paulo. 1994.

Tendo cumprido todas as etapas necessárias à completa caracterização técnica da


situação atual de conservação apresentada pelo imóvel em referência, bem como feita
a anexação das peças recomendáveis e essenciais, damos este laudo como
encerrado, testificando que o mesmo é composto de 15 (quinze) laudas impressas em
faces únicas

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