Você está na página 1de 94

EAD

DIREITO AMBIENTAL

Hélder Henrique Jacovetti Gasperoto


DIREITO AMBIENTAL
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

EMENTA: Ecologia e meio ambiente. A crise ambiental. O movimento ecológico.


Eco desenvolvimento e desenvolvimento sustentável. Direito ambiental: fontes,

princípios e conceitos fundamentais; problemas e temas relevantes; fundamentos


históricos e constitucionais. O direito e os recursos ambientais. Direito ambiental

brasileiro. Direito ambiental comparado. As conferências internacionais sobre


meio ambiente e ecologia. O programa das Nações Unidas para o meio ambiente.

Princípios legais supranacionais para a proteção ambiental e desenvolvimento


sustentável. A questão ambiental e a educação. Princípios e objetivos da educação

ambiental. A educação como fator de defesa do patrimônio natural/cultural.


Desenvolvimento Sustentado. Planejamento ambiental. Impacto ambiental.

Conservação e valorização ambiental. Emergência do paradigma ambiental.

BIBLIOGRAFIA
ANTUNES, P. B. Direito Ambiental, RJ: Lumen Júris, 2011.

BARROS, W. Pa. Curso de Direito Ambiental. SP: Atlas, 2009. FIORILLO, Celso
PACHECO, A. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. SP: Saraiva, 2011.

GRANZIERA, M. L. M.. Direito Ambiental. SP: Atlas, 2009.


LEME MACHADO, P. A.. Direito Ambiental Brasileiro. SP: Malheiros, 2004.

MILARÉ, É. Direito do Ambiente: doutrina, prática, jurisprudência, glossário. SP:


Revista dos Tribunais, 2004.

MILLER G.T.; SPOOLMAN S.E., Ciência Ambiental. São Paulo, Cengage Learning,
2015.

SANCHEZ, L.E. Avaliação de impacto ambiental. SP: Oficina de textos, 2008.


SIRVINSKAS, L. P. Manual de Direito Ambiental. SP: Saraiva, 2010.
SUMÁRIO

UNIDADE 01 - A CRISE AMBIENTAL. ........................................................................................................................... 1

UNIDADE 02 - O MOVIMENTO ECOLÓGICO. ........................................................................................................ 5

UNIDADE 03 - ECO DESENVOLVIMENTO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. ................................ 10

UNIDADE 04 - ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE. .................................................................................................... 15

UNIDADE 05 - BACIA HIDROGRÁFICA .................................................................................................................... 19

UNIDADE 06 - UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (UC S ) .......................................................................................24

UNIDADE 07 - CAPITAL NATURAL ............................................................................................................................28

UNIDADE 08 - PEGADA ECOLÓGICA.......................................................................................................................32

UNIDADE 10 - RESERVA LEGAL. ................................................................................................................................. 41

UNIDADE 11 - CLASSIFICAÇÃO DE FLORESTAS. ..................................................................................................46

UNIDADE 12 - CADASTRO AMBIENTAL RURAL - CAR ......................................................................................49

UNIDADE 13 - LICENCIAMENTO AMBIENTAL ......................................................................................................53

UNIDADE 14 - CLASSIFICAÇÃO DOS CORPOS DE ÁGUA. ............................................................................... 57

UNIDADE 15 - CONDIÇÕES E PADRÕES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS. .....................................................63

UNIDADE 16 - PNUMA - O PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE. .............. 67

UNIDADE 17 - QUESTÃO AMBIENTAL E A EDUCAÇÃO. ................................................................................... 71

UNIDADE 18 - ANÁLISE TÉCNICA DOS ESTUDOS AMBIENTAIS. ................................................................... 77

UNIDADE 19 - IMPACTO AMBIENTAL. .................................................................................................................... 81

UNIDADE 20 - PLANEJAMENTO AMBIENTAL. ......................................................................................................86


UNIDADE 1 - A CRISE AMBIENTAL.

CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADADE


Objetivo: Compreender que a crise ambiental deixou de ser problema específico

de um determinado local, estendendo-se à esfera mundial.

ESTUDANDO E REFLETINDO
Em 1972, ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente

e Desenvolvimento, em Estocolmo na Suécia. A conferência de Estocolmo foi um

grande passo para o entendimento a respeito da crise que estava vigente entre o
ambiente e o modo de desenvolvimento econômico mundial.

Por outro lado, ela também mostrou que o mundo estava ainda imaturo
para discutir um processo mais aprofundado, sendo caracterizada pelo confronto

entre os países desenvolvidos (ricos) e subdesenvolvidos (pobres).


Os países ricos preocupavam-se com o esgotamento de energia e matérias

primas, com a poluição dos grandes centros urbanos industrializados e criticavam


duramente os países pobres pela exploração predatória que prejudicava

intensamente o meio ambiente.


Os países pobres, que exploravam suas reservas minerais e energéticas a

todo custo para tentar assim se desenvolverem, acusavam os países ricos de


limitarem seu desenvolvimento. A intensa exploração praticada pelos países

pobres era justificada como medida de saneamento da pobreza. Na sua


concepção, a maior poluição era uma questão social denominada pobreza da sua

população.

1
Após este impasse gerado em Estocolmo, os Desenvolvimento Sustentável: “é
aquele que atende às necessidades
ambientalistas, apoiados pela ONU, representante dos do presente, sem comprometer a
possibilidade de as gerações
países no mundo, começam a trabalhar um paradigma futuras atenderem a suas próprias
necessidades”.
ambiental para a ordem mundial. Surge, então, um
novo modelo de desenvolvimento econômico, que não fosse tão desigual e que

protegesse as gerações futuras e o próprio meio ambiente.


Esse trabalho foi desenvolvido pela Comissão Brundtland que fazia parte da

Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD). Eles

elaboram, na década de 1980, o Desenvolvimento Sustentável

a Comissão Brundtland tinha os seguintes objetivos: 1) propor


estratégias ambientais de longo prazo para obter um desenvolvimento
sustentável por volta do ano 2000 e daí em diante; 2) recomendar
maneiras para que a preocupação com o meio ambiente se traduza em
maior coopera;cão entre os países em desenvolvimento e entre os
países em estágios diferentes de desenvolvimento econômico e social e
leve à consecução de objetivos comuns e interligados que considerem
as interrelações de pessoas, recursos, meio ambiente e
desenvolvimento; ) considerar meios e maneiras pelos quais a
comunidade internacional possa lidar mais efetivamente com as
preocupações de cunho ambiental; 4) ajudar a definir noções comuns
relativas a questões ambientais de longo prazo e os esforços
necessários para tratar com êxito os problemas da proteção e da
melhoria do meio ambiente (CMMAD; 1988 –xi, apud BARBIERI 1997, p.
24)

Para atender às necessidades da atual geração, sem um comprometimento

das gerações futuras, a Comissão de Brundtland propõe uma mudança no


modelo de desenvolvimento econômico vigente. Esse modelo ajudaria a diminuir

as diferenças entre as nações ricas e pobres que ficou notória na conferência de


Estocolmo. Essa é a ideia de um mundo com um desenvolvimento de uma

economia sustentável.

2
Desenvolvimento Sustentável

DESENVOLVIMENTO SOCIAL DESENVOLVIMENTO


ECONÔMICO

PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

(DIAS, 2000, p.120 - adaptado)

O DS é aquele que atende às necessidades do presente, sem


comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas
próprias necessidades.
Comissão Brundtland (Nosso Futuro Comum, 1988)

Após o lançamento da ideia sobre um mundo com desenvolvimento

sustentável, em 1987, foi realizada, no Rio de Janeiro, a ECO – 92, em que ocorreu
a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento

(CNUMAD) e a realização do Fórum Global das ONGs.

BUSCANDO O CONHECIMENTO

A Eco - 92 trouxe à tona muitas discussões que pairavam no mundo há


muito tempo, como, por exemplo, o que estaria acontecendo com o clima no

mundo, devido ao modelo de desenvolvimento econômico, os desmatamentos


predatórios das florestas tropicais e a perda da biodiversidade. Essas questões

levaram à formulação de princípios para a implantação do desenvolvimento


sustentável que ficou conhecido como Agenda 21.

Em resumo ECO – 92 do Rio de Janeiro sobre o meio ambiente e o


desenvolvimento aprovou:

- Conservação sobre mudanças climáticas.


- Declaração de princípios sobre as florestas.

- Conservação sobre a biodiversidade.


- Agenda 21 (antigo programa 21).

3
Após a ECO – 92, ocorreu a Conferência de Kyoto, no Japão, em 1997. O

mundo volta-se para a problemática das emissões dos gases estufa, resultantes,
principalmente, na época da queima dos combustíveis fósseis (carvão e petróleo).

Essa preocupação com a grande emissão de gases estufa levou à


assinatura de um protocolo, por meio do qual os países ricos se comprometiam

em estabelecer cotas progressivamente menores de emissão de gases estufa. Esse


protocolo ficou conhecido como Protocolo de Kyoto.

Com o Protocolo de Kyoto são estabelecidos metas e prazos relativos à

redução ou limitação das emissões futuras de dióxido de carbono e de outros


gases responsáveis pelo efeito estufa.

O MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) foi uma dessas medidas,


ele propõe o pagamento dos países poluidores, para os países que mantém um

menor índice de poluição, países que conservem suas matas e poluam menos.
ARTIGO 12
1. Fica definido um mecanismo de desenvolvimento limpo.
2. O objetivo do mecanismo de desenvolvimento limpo deve ser assistir
às Partes não incluídas no Anexo I para que atinjam o desenvolvimento
sustentável e contribuam para o objetivo final da Convenção, e assistir
às Partes incluídas no Anexo I para que cumpram seus compromissos
quantificados de limitação e redução de emissões, assumidos no Artigo
3.
ARTIGO 3
1. As Partes incluídas no Anexo I devem, individual ou conjuntamente,
assegurar que suas emissões antrópicas agregadas, expressas em
dióxido de carbono equivalente, dos gases de efeito estufa listados no
Anexo A não excedam suas quantidades atribuídas, calculadas em
conformidade com seus compromissos quantificados de limitação e
redução de emissões descritos no Anexo B e de acordo com as
disposições deste Artigo, com vistas a reduzir suas emissões totais
desses gases em pelo menos 5 por cento abaixo dos níveis de 1990 no
período de compromisso de 2008 a 2012. http://www.onu-
brasil.org.br/doc_quioto1.php

Um dos principais problemas do aquecimento global é a emissão de


poluentes pela frota automobilística. O excesso de carros e caminhões movidos à

gasolina e diesel, leva a uma grande emissão de gases estufa na atmosfera.

4
UNIDADE 02 - O MOVIMENTO ECOLÓGICO.

CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE


Objetivo: Histórico sobre a visão do Meio Ambiente

ESTUDANDO E REFLETINDO

Visão sobre o Meio Ambiente na década de 1920  a ecologia funcionava como


uma ciência natural e da área da biologia, e a partir da conferência de Chicago ela

passa a ser vista como uma ecologia voltada para a visão humana no espaço

urbano, a cidade é vista como um o ponto de partida dos estudos para o meio
ambiente, a cidade é considerada um enorme organismo vivo a ser estudado.

Visão sobre o Meio Ambiente na década de 1960  o espaço urbano passa a ser
estudado com critérios científicos delimitados, esses critérios científicos passam a

ser definidos dentro do espaço urbano, já que este é um grande gerador de


problemas para o meio ambiente.

Visão sobre o Meio Ambiente na década de 1980  o meio ambiente torna-se


um tema explicitamente um termo político, ideológico e científico com

preocupações sociológicas, urbanista, religiosas e filosóficas e naturais. Está


subordinado à nova finalidade política global da sociedade, que passa pelas novas

tecnologias, pela racionalidade científica e soluções dos problemas. No entanto,


há que se destacar que essas soluções são isoladas na maioria das vezes. Nessa

fase, as empresas também começam a se preocupar com o meio ambiente e


passam a fazer um gerenciamento com a preocupação de despertar uma

consciência ambiental.
A visão de ecologia como preservacionismo dá lugar ao conservacionismo.

Surge, então, o que chamamos de gestão ISO 14000- Padrão adotado para a
melhoria da gestão ambiental
ambiental. A crise ambiental faz com que as

empresas ligadas ao meio ambiente adotem a ISO 14000 (atualizada em 2004). A


gestão ambiental caminha a passos curtos e com grande choque de interesses

entre o individual e o coletivo.

5
duas grandes vertentes podem ser identificadas no interior do
movimento ambientalista quando se fala em estratégias de conservação
da biodiversidade e proteção de ecossistemas e de suas funções
ecológicas. De um lado, estão aqueles identificados com ações que
objetivam a proteção da natureza em seu estado original, intocado, sem
interferência humana, aqui chamados de preservacionistas. De outro
lado, encontram-se aqueles que advogam a implementação de
estratégias de uso sustentável dos recursos naturais, em que as
populações locais possam fazer uso dos recursos naturais com vistas a
garantir sua subsistência e a vender produtos no mercado, adotando
estratégias de manejo que evitem a degradação dos ecossistemas em
que vivem, aqui chamados de conservacionistas. (GUERRA, 2003, p. 63)

Em resumo, a ideia de meio ambiente no passado ficava restrita à biologia

praticamente, pois só se considerava a fauna e flora, com o passar do tempo o


homem entra em cena e a cidade passa a fazer parte integrante dos estudos

sobre o meio ambiente. Hoje além do espaço urbano que é um grande gerador
de poluentes temos uma disputa ideológica e política em relação ao meio

ambiente.
Perguntas mais frequente sobre a proteção do meio ambiente.

1- Existe alguma proteção dos biomas nacionais


O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC - LEI 9.985/2000) -

é o conjunto de unidades de conservação (UC) federais, estaduais e municipais. É


composto por 12 categorias de UC, cujos objetivos específicos se diferenciam

quanto à forma de proteção e usos permitidos: aquelas que precisam de maiores


cuidados, pela sua fragilidade e particularidades, e aquelas que podem ser

utilizadas de forma sustentável e conservadas ao mesmo tempo.


O SNUC foi concebido de forma a potencializar o papel das UC, de modo

que sejam planejadas e administradas de forma integrada com as demais UC,


assegurando que amostras significativas e ecologicamente viáveis das diferentes

populações, habitats e ecossistemas estejam adequadamente representadas no


território nacional e nas águas jurisdicionais. Para isso, o SNUC é gerido pelas três

esferas de governo (federal, estadual e municipal).


Além disso, a visão estratégica que o SNUC oferece aos tomadores de

decisão possibilita que as UC, além de conservar os ecossistemas e a

6
biodiversidade, gerem renda, emprego, desenvolvimento e propiciem uma efetiva

melhora na qualidade de vida das populações locais e do Brasil como um todo.

BUSCANDO O CONHECIMENTO
O SNUC tem os seguintes objetivos:

• Contribuir para a conservação das variedades de espécies biológicas e dos


recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais;

• Proteger as espécies ameaçadas de extinção;

• Contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de


ecossistemas naturais;

• Promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;


• Promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza

no processo de desenvolvimento;
• Proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;

• Proteger as características relevantes de natureza geológica, morfológica,


geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;

• Recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;


• Proporcionar meio e incentivos para atividades de pesquisa científica,

estudos e monitoramento ambiental;


• Valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;

• Favorecer condições e promover a educação e a interpretação ambiental e


a recreação em contato com a natureza; e

• Proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações


tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e

promovendo-as social e economicamente.


• Parque Nacional – Áreas que apresentam características naturais

destinadas a pesquisas científicas e educação ambiental;


• Reserva Biológica – Unidade de conservação destinada a abrigo de

espécies da fauna e da flora com importante significado científico;

7
• Reserva Ecológica – Área de conservação permanente, que objetiva a

proteção e a manutenção de ecossistemas;


• Estação Ecológica – Espaços destinados à realização de pesquisas básicas

aplicadas à proteção do ambiente natural e ao desenvolvimento da


educação ambiental;

• Áreas de Proteção Ambiental – Unidade de conservação destinada ao


desenvolvimento sustentável, sendo que em algumas áreas é permitido o

desenvolvimento de atividades econômicas, desde que haja a proteção da

fauna, da flora e da qualidade de vida da população local;


• Área de Relevante Interesse Ecológico – Área que abriga espécies raras da

fauna e flora e que possui grande biodiversidade;


• Floresta Nacional – Unidade de conservação estabelecida para garantir a

proteção dos recursos naturais, sítios arqueológicos, desenvolvimento de


pesquisas científicas, lazer, turismo e educação ambiental;

• Reserva Extrativista – Espaço utilizado por populações locais que realizam o


extrativismo vegetal e/ou mineral. Essa unidade de conservação objetiva a

realização da atividade econômica de forma sustentável;


• Refúgio de Vida Silvestre – Área destinada à proteção dos ambientes

naturais para a reprodução de espécies da flora local e da fauna migratória;


• Reserva da Fauna - Área destinada ao estudo sobre o manejo econômico e

sustentável das espécies nativas;


• Reserva de Desenvolvimento Sustentável - Visa à preservação da natureza

de modo que a qualidade de vida das populações tradicionais seja


assegurada;

• Reserva Particular do Patrimônio Natural - Área privada que tem por


objetivo conservar a diversidade biológica.

2- Como fica esse impasse entre o modelo de desenvolvimento atual e o


desenvolvimento sustentável?

3- O que é a agenda 21

8
A “Agenda 21” é um documento lançado na ECO92 (ou Rio92, a

Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento -


CNUMAD – realizada em 1992 na cidade do Rio de Janeiro), que sistematiza um

plano de ações com o objetivo de alcançar o desenvolvimento sustentável.


A Agenda 21 é um programa de ação que busca promover um novo

padrão de desenvolvimento, conciliando proteção ambiental, justiça social e


eficiência econômica. É um documento consensual, com contribuições de 179

países, e que foi oficialmente divulgada na Conferência das Nações Unidas sobre

Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), em 1992, no Rio de Janeiro,


conhecida por ECO-92.

A agenda 21 propõe reduzir a degradação ambiental, juntamente com a


redução da pobreza, diminuindo as desigualdades sociais contribuindo para a

concretização do desenvolvimento sustentável.

9
UNIDADE 03 - ECO DESENVOLVIMENTO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.

CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE


Objetivo: conhecer a proposta dos Domínios Morfoclimáticos elaborada por Aziz

Ab’Saber. Os Domínios Morfoclimáticos leva-nos a entender o clima, relevo e


vegetação de cada domínio específico retratado, fazendo compreender melhor a

distribuição desses biomas.

ESTUDANDO E REFLETINDO

Mapa mostando a localização de cada domínio no Brasil.

Fonte: Os Domínios da Natureza no Brasil de Aziz Ab’ Saber: 2003

10
Os Domínios Morfoclimáticos elaborados por Aziz Ab’Saber são referências

para os estudos da biogeografia brasileira. Agora, veremos os Domínios


Morfoclimáticos de forma adaptada.

 Domínio Amazônico

Clima: equatorial com temperaturas elevadas e úmido, com pequena amplitude


térmica e chuvas abundantes.

Relevo: predomínio de terras baixas (200m) com planícies e depressões planaltos

baixos (planalto oriental amazônico).


Vegetação: formação de Floresta Equatorial Latifoliada (folhas largas).

Solo: com muita matéria orgânica, mas pobre em sua formação (arenoso – a
matéria orgânica é proveniente da própria floresta).

 Domínio do Cerrado

Clima: tropical, duas estações bem definidas: verão quente e chuvoso e inverno
pouco frio e seco.

Relevo: chapadas (superfície plana com vertente abrupta, em geral elevado).


Vegetação: Cerrado, arbustos com caule e troncos retorcidos (extrato superior) e

gramíneas (extrato inferior).


Solo: ácido, pobre em nutrientes.

 Domínio de Mares de Morros

Clima: tropical de altitude, duas estações, com temperaturas mais brandas.


Relevo: região mamelonar (meias-laranja) ou também chamada de mares de

morros, área escarpada.


Vegetação: Mata Atlântica.

Solo: rochoso (devido à declividade – litossolos) apresenta relevo acidentado com


gnaisse e granito (latossolos), com ação do intemperismo químico (físico-

químico).

11
 Domínio da Caatinga

Clima: semiárido, quente e seco, com chuvas escassas e mal distribuídas, com
longos períodos de estiagem.

Relevo: região interplanáltica (área e ocorrência da depressão sertaneja).


Vegetação: xerófitas (“savana espinhenta”), plantas adaptadas ao regime seco.

Solo: rochoso, rasos e pedregosos, com ação do intemperismo físico.

 Domínio das Araucárias

Clima: subtropical – grande amplitude térmica, invernos rigorosos e chuvas


regulares o ano todo.

Relevo: planáltico, planalto de Ponta Grossa e de Curitiba são as áreas nucleares


(core).

Vegetação: mata dos pinhais, aciculifoliada (folhas em forma de agulhas), aberta e


homogênea.

Solos: com alto teor de matéria orgânica e alumínio (ácidos).

 Pradarias
Clima: subtropical – grande amplitude térmica, invernos rigorosos e chuvas

regulares o ano todo.


Relevo: com coxilhas, colinas suavemente arredondadas.

Vegetação: campos, vegetação rasteira com gramíneas.


Solos: com relevo suave, com problemas de drenagem e pouca profundidade do

solo.

BUSCANDO CONHECIMENTO
Unidades de Conservação (UC s )

Você sabia que as Unidades de Conservação servem para proteger nossos


biomas? É importante definir estas áreas, bem como o manejo delas para garantir

a sua conservação. Vamos ver como isso é possível?

12
Unidade de Conservação (UC S ): segundo a LEI No 9.985, de 18 de julho de

2000, artigo 2°:


Unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais,
incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes,
legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação
e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se
aplicam garantias adequadas de proteção.

A finalidade das Unidades de Conservação é proteger os principais biomas

nacionais, preservando e também restaurando a sua biodiversidade, seus


ecossistemas, seu solo, sua beleza cênica, sua
Manejo: todo e qualquer procedimento
geologia, geomorfologia, recursos hídricos e outros. que vise assegurar a conservação da
diversidade biológica e dos
ecossistemas
Sistema Nacional de Unidades de Conservação
(SNUC S ): estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das

unidades de conservação, proteção integral de uso sustentável.


Os Parques podem ocupar as três esferas: Nacional, Estadual e Municipal.

Eles devem ter uma área definida, uma estrutura, um plano de manejo, um estudo
de capacidade de carga para o uso do turismo, uma classificação dentro da

estrutura dos parques e guarda parques.


Vejamos alguns exemplos de parques no Brasil: PETAR (Parque Estadual

Turístico Alto do Ribeira), Itatiaia, Guimarães/Veadeiros, Serra do Mar (núcleo


Picinguaba), Serra Geral (RS) Parque Nacional Serra da Canastra.

Foto: Hélder H. J. Gasperoto Parque Estadual da Serra do Mar núcleo Picinguaba

13
Os Parques Nacionais são regiões estabelecidas para a proteção e

conservação das belezas cênicas, da flora e fauna e das belezas naturais, com
objetivo científico, educacional e recreativo.

As principais características dos Parques são:


Áreas extensas, com um ou mais ecossistemas, pouco ou não alterado pela ação

antrópica, com interesses científico, educacional e recreativo;


As autoridades têm que criar medidas de proteção, impedir ou eliminar as causas

das perturbações e alterações dos ecossistemas, proteger os elementos

biológicos, geomorfológicos e estéticos que justificam a sua criação.


(geomorfológica: relevo, clima, vegetação e solo);

A visitação deve ser monitorada, com propósitos científicos, culturais educativos e


recreativos

14
UNIDADE 04 - ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE.

CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE


Objetivo:

ESTUDANDO E REFLETINDO

Ciclos Biogeoquímicos

1. Fluxo de Energia.

Você sabe qual é a nossa maior fonte de energia? É o sol. Vale dizer que a
fonte de energia é necessária para a vida na Terra. A fonte de energia interfere no

clima, na distribuição da temperatura, no ciclo hidrológico, na fotossíntese, nos


ciclos do carbono e do oxigênio.

2. Ciclo da Água
Ciclo Hidrológico utiliza-se da água presente na atmosfera, que seria o

ponto de partida do processo. A água pode ser encontrada em três estados na


atmosfera: no estado líquido, no estado gasoso e no estado sólido.

No estado líquido, encontramos a água nos rios, lagos e oceanos,


principalmente. No estado gasoso, a água encontra-se na forma de vapor,

enquanto que no estado sólido a encontramos na forma de neve e ou gelo.


O ciclo hidrológico apresenta fenômenos hidrológicos e atmosféricos,

como a precipitação, a evaporação, a evapotranspiração, o escoamento


superficial, a infiltração da água no solo e subsolo, no fluxo dos rios e na

armazenagem fluvial e oceânica.


a) Evaporação: é um processo físico por meio do qual a água dos rios, lagos,

oceanos e do solo é transformada do estado liquido para o estado gasoso. Há a


transpiração, que é a evaporação da água liberada pelos vegetais e a

evapotranspiração, isto é, um fenômeno correspondente à evaporação das águas


acumuladas nas retenções e nas camadas superficiais do solo, acrescida da

15
evaporação da água da chuva interceptada pela folhagem da cobertura vegetal e

da transpiração natural que os vegetais executam.


b) Precipitação: é a água condensada do vapor d’água da atmosfera, que pode

ocorrer em forma de chuvas, granizo, neve, geada, orvalho e neblina.


Os principais tipos de precipitação no Brasil são:

As chuvas frontais, que ocorrem no Centro Sul, com o contato horizontal


(frontal), das massas de ar quente (tropical) e massa fria (polar).

As chuvas orográficas (ou orogênica ou de relevo) ocorrem principalmente

no litoral devido ao relevo que barra os ventos úmidos provenientes do oceano.


As chuvas convectivas (ou de ascensão) ocorrem principalmente na região

amazônica, ocorrem pela ascensão de vapor d’água na horizontal, se resfriando


nas camadas superiores da atmosfera.
precipitação

Evapotranspiração evaporação

Rio ☼ insolação

com vegetação sem vegetação

escoamento superficial menor escoamento superficial maior

infiltração maior infiltração menor

3. Ciclo do Carbono

A produção do Carbono está relacionada com a fotossíntese e a respiração


além das substâncias em decomposição. Além disso, podemos contar com as

erupções vulcânicas, a queima de combustíveis fósseis, como o petróleo e o


carvão e as queimadas das florestas e da cana (esses dois últimos realizados pelo

homem).

16
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://clickideia.com.br/ascesso maio de 2011

4. Ciclo do Oxigênio

O Oxigênio é o elemento essencial para a vida do Homem e de outros


seres vivos. Na forma de respiração, ele está também associado ao ciclo do

Carbono.

http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.qued.com.br/ acesso maio de 2011

17
Ciclo do Nitrogênio

O ciclo do Nitrogênio é um pouco mais complexo. Para ocorrer uma


fixação do nitrogênio pelas bactérias presentes nas plantas, ele se faz necessário

para o desenvolvimento das plantas. Além disso, essa fixação pode acontecer com
o processo industrial na forma de adubo.

Com o grande aumento da produção agrícola e da adubação no solo, o


nitrogênio é carregado pela água para os cursos Eutrofização: diminuição
de oxigênio dissolvido na
os rios, lagos e lagoas. Esse excesso de
água provocado pelo
nitrogênio nos cursos d’água provoca uma excesso de plantas (algas).

eutrofização.

http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://1.bp.blogspot.com - acesso maio de 2011

18
UNIDADE 5 - BACIA HIDROGRÁFICA

CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE


Utiliza-se da água que está na atmosfera, considerada o ponto de partida do

processo. Agora, é claro que você já sabe que a água pode ser encontrada em
três estados na atmosfera: líquido, gasoso e sólido.

 No estado líquido, a água está presente nos rios, lagos e oceanos


principalmente.

 No estado gasoso, encontramos a água na forma de vapor

 No estado sólido, ela encontra-se disponibilizada na forma de neve e ou


gelo.

ESTUDANDO E REFLETINDO

O ciclo Hidrológico apresenta fenômenos hidrológicos e atmosféricos,


como a precipitação, a evaporação, a evapotranspiração, o escoamento

superficial, a infiltração da água no solo e subsolo, no fluxo dos rios e na


armazenagem fluvial e oceânica, sobre o que abordamos a seguir.

Evaporação é um processo físico, por meio do qual a água dos rios, lagos,
oceanos e do solo é transformada do estado líquido para o estado gasoso. Trata-

se da transpiração, que é a evaporação da água liberada pelos vegetais e da


evapotranspiração, fenômeno correspondente à evaporação das águas

acumuladas, nas retenções e nas camadas superficiais do solo acrescidas da


evaporação da água da chuva, interceptada pela folhagem da cobertura vegetal e

da transpiração natural que os vegetais executam.


Precipitação é a água condensada do vapor d’água da atmosfera, que

pode ocorrer em forma de chuvas, granizo, neve, geada, orvalho e neblina.


Os principais tipos de precipitação no Brasil são:

Chuvas frontais que ocorrem no Centro-Sul, com o contato horizontal


(frontal), das massas de ar quente (tropical) e massa fria (polar).

19
Chuvas orográficas (ou de relevo) acontecem, principalmente no litoral,

devido ao relevo que barra os ventos úmidos (nuvens carregadas de umidade),


provenientes do oceano. Essa barreira natural faz com que chova muito no litoral

(Barlavento e Sotavento).
Chuvas convectivas (ou de ascensão) com incidência, principalmente, na

região amazônica. São ocasionadas pela ascensão de vapor d’água na horizontal,


resfriando-se nas camadas superiores da atmosfera (a evapotranspiração influi

muito para a ocorrência dessa chuva na Amazônia).

As precipitações são de suma importância para a climatologia e para a


hdrogeografia, pois podem fornecer elementos para o manejo das bacias

hidrográficas, como, por exemplo, a utilização das isoietas para um dado período.

Isoietas são as linhas de igual precipitação (mm). Assim como em um mapa topográfico as curvas
de nível representam regiões de mesma cota (altura em relação a um referencial, que geralmente
é o nível médio do mar), as isoietas são curvas que delimitam uma área com igual precipitação
(quantidade de chuva que cai, medida em mm).

BUSCANDO CONHECIMENTO
Observe o esquema abaixo, que faz referência ao Ciclo Hidrológico.

precipitação

Evapotranspiração evaporação

Rio ☼ insolação
com vegetação sem vegetação

escoamento superficial menor escoamento superficial maior

infiltração maior infiltração menor

20
Bacia Hidrográfica: é uma área drenada por um rio principal e seus

afluentes (rede hidrográfica).

Observação: não confunda afluente com


efluente – esse significa esgoto, apesar de alguns
córregos e rios em grandes cidades serem isso!

A bacia hidrográfica nos remete à existência de cabeceiras ou nascentes,

cursos d’água principais, afluentes e subafluentes. As bacias são delimitadas por


seus divisores de águas (interflúvios) – um ponto mais alto no relevo, como uma

colina ou serra.

Foto: Hélder H. J. Gasperoto – Serra da Canastra MG – divisor de águas.

21
Rede Hidrográfica: são os cursos d’água principais, seus afluentes e subafluentes.

É o traçado dos rios e seus vales.

Talvegue é a linha de maior profundidade no leito fluvial. Resulta da


intersecção dos planos das vertentes com dois sistemas de declives.

Montante é a parte do rio voltada para a nascente.


Jusante é a parte do rio voltada para a sua foz.

Quando se constrói uma barragem, por exemplo, a água represada do rio

fica à montante e o fluxo, após a barragem, é a jusante.


Classificação dos Cursos D’água.

Os cursos d’água de cada região podem ser considerados como: perene,


intermitente e efêmero.

Cursos perenes são os que sofrem o processo de cheias e vazantes, mas


não secam, mantendo água em seu curso durante todo o tempo. Trata-se do
curso mais comum no Brasil. Como, por exemplo, o rio São Francisco, o rio
Amazonas, o rio Paraíba do Sul.

Cursos intermitentes são cursos d’água que secam nas estações de


estiagem (secas), são considerados rios temporários. Vale dizer que tais rios estão

ligados às regiões secas, como o sertão nordestino.


Ressalte-se que o Rio São Francisco não é intermitente, pois apesar de

atravessar o sertão ele não seca. Como exemplo de curso intermitente, citamos o
rio Vaza Barris.

Cursos efêmeros são cursos d’água que só aparecem com as chuvas, sendo
exclusivamente superficial. Ocorrem geralmente em áreas de pouca declividade.

22
Podemos citar as enchentes urbanas, quando as ruas viram rios e depois

desaparecem.
A seguir vamos dar alguns exemplos de problemas ambientais urbanos,

que normalmente são noticiados pela mídia em todo o país.


Enchentes: é, geralmente, uma situação natural de transbordamento de
água do leito natural de um curso d’água. A ocorrência de enchentes é mais
frequente em áreas mais ocupadas, quando os sistemas de drenagem passam a

ter menor eficiência com o tempo.

É comum o aumento dos prejuízos com as enchentes, devido ao aumento


populacional em determinadas áreas, como nas várzeas dos rios, que são sujeitas

tradicionalmente a cheias cíclicas.


Quando este transbordamento ocorre em regiões com baixa ou nenhuma

ocupação humana, a própria natureza pode se encarregar de absorver os


excessos de água gradativamente, gerando poucos danos ao ecossistema, mas

podendo gerar danos à agricultura. Mas quando o transbordamento dá-se em


áreas habitadas de pequena, média ou grande densidade populacional, os danos

podem ser pequenos, médios, grandes ou muito grandes, de acordo com o


volume de águas que saíram do leito normal e de acordo com a densidade

populacional.
O esquema a seguir representa como ocorre esse fenômeno natural,

porém com a ocupação irregular das várzeas dos rios, esse fenômeno se torna
catastrófico.

23
UNIDADE 6 - UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (UCS)

CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE


Segundo a LEI No 9.985, de 18 de julho de 2000, artigo 2°:

Unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais,


incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes,
legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação
e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se
aplicam garantias adequadas de proteção.

A finalidade das Unidades de Conservação é proteger os principais biomas

nacionais, preservando e também restaurando a sua biodiversidade, seus


ecossistemas, seu solo, sua beleza cênica, sua geologia, geomorfologia, recursos

hídricos e outros.

ESTUDANDO E REFLETINDO

Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC S ): estabelece


critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de

conservação, proteção integral de uso sustentável. Manejo: todo e qualquer


procedimento que vise
Os Parques podem ocupar as três esferas: assegurar a conservação da
diversidade biológica e dos
Nacional, Estadual e Municipal. Eles devem ter uma
ecossistemas.
área definida, uma estrutura, um plano de manejo,

um estudo de capacidade de carga para o uso do turismo, uma classificação


dentro da estrutura dos parques e guarda parques.

Vejamos alguns exemplos de parques no Brasil: PETAR (Parque Estadual


Turístico Alto do Ribeira), Itatiaia, Guimarães/Veadeiros, Serra do Mar (núcleo

Picinguaba), Serra Geral (RS) Parque Nacional Serra da Canastra.


Os Parques Nacionais são regiões estabelecidas para a proteção e

conservação das belezas cênicas, da flora e fauna e das belezas naturais, com
objetivo científico, educacional e recreativo.

As principais características dos parques são:

24
Áreas extensas, com um ou mais ecossistemas, pouco ou não alterado pela ação

antrópica, com interesses científico, educacional e recreativo;


As autoridades têm que criar medidas de proteção, impedir ou eliminar as causas

das perturbações e alterações dos ecossistemas, proteger os elementos


biológicos, geomorfológicos e estéticos que justificam a sua criação.

(geomorfológica: relevo, clima, vegetação e solo);


A visitação deve ser monitorada, com propósitos científicos, culturais educativos e

recreativos.

BUSCANDO CONHECIMENTO

O uso dos parques nacionais deve obedecer aos planos de manejo e


previamente estabelecidos.

Segundo Troppmair (2004, p. 256) os parques podem ser divididos em


zonas para monitorar melhor o manejo. Veja a classificação proposta por ele:

Zona Intangível: é o espaço onde a natureza permanece intacta, não sendo


permitidas quaisquer alterações antrópicas. O objetivo do manejo é a preservação

para garantir a evolução natural dos ecossistemas;

Zona Primitiva: área que sofreu pequena ação antrópica, contém espécies da
fauna, ou fenômenos naturais de grande valor científico. O objetivo do manejo

reside na preservação natural e ao mesmo tempo visa facilitar as atividades de


pesquisas científicas, de educação ambiental e proporcionar formas primitivas de

recreação;

Zona de uso extensivo: constituída por áreas naturais, podendo apresentar


alterações pelas atividades humanas. O objetivo do manejo é a manutenção de

um ambiente natural com um mínimo de impacto humano, porém, com facilidade


de acesso ao público com fins recreativos e educacionais;

25
Zona de uso intensivo: são áreas naturais ou alteradas pelo homem. O ambiente é

mantido próximo ao natural, podendo conter um centro para visitantes, museus e


serviços. O objetivo do manejo é facilitar a recreação intensiva e educacional

ambiental, em harmonia com o meio natural;

Zona de uso de recreação: alterada pelo homem, zona restaurada que poderá ser
incorporada às zonas permanentes. O objetivo do manejo é deter degradação

dos recursos naturais e a restauração da área;

Zona de uso especial: área administrativa com habilitações, oficinas, que servem

para a manutenção do parque.

Ecossistema original
B
C
A A – Reflorestamento
Econômico
B – Reabilitação
C – Restauração

O gráfico acima mostra os diversos tipos de recuperação ambiental.


Após alterar o ecossistema original, ele não volta mais. O máximo que

conseguimos é uma restauração ambiental.

26
27
UNIDADE 7 - CAPITAL NATURAL

CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE


A Sustentabilidade está embasada em três pilares, o quadro social, o

quadro econômico e o quadro ambiental.


O quadro social é o capital humano que concretizam mecanismo que

melhorem a qualidade de vida humana, com leis, políticas de melhorias públicas


na educação, na saúde, segurança e lazer.

O quadro econômico é o modelo de desenvolvimento proposto pelo

próprio sistema, é denominado de modelo de desenvolvimento econômico.


O quadro ambiental é a relação com a própria natureza, que busca a

preservação do meio ambiente e dos recursos naturais. Há uma busca incansável


para o desenvolvimento de projetos para diminuir os impactos ambientais.

ESTUDANDO E REFLETINDO

A sustentabilidade é um dos componentes críticos para o desenvolvimento


sustentável. Dentro dele podemos ver o capital natural, os recursos naturais e os

serviços naturais.
Em resumo o Capital Natural é uma somatória dos Recursos Naturais com

os Serviços Naturiais.

Capital Recursos Serviços


Natural Naturais Naturais

os Recursos naturais são materiais contidos na natureza que são essenciais ou


úteis para os humanos. Muitas vezes, são classificados como recursos
renováveis (como ar, água, solo, plantas e vento) ou não renováveis (como
cobre, petróleo e carvão). Os Serviços naturais referem-se a processos
disponíveis na natureza como purificação do ar e renovação da camada
superior do solo, que dão suporte à vida e às economias do ser humano.
(MILLER; SPOOLMAN, 2015, p. 8).

28
O capital natural está relacionado ao ecossistema, a biodiversidade, aos
recursos naturais e aos serviços naturais.

Biodiversidade Ecossistemas

Capital
natural

Serviços naturais Recursos


naturais

O Capital natural é uma representação de todos os benefícios dos


ecossistemas em equilíbrio ele fornece ao Homem elementos como a água,

alimentos, valores culturais e espirituais.


Se a exploração antrópica estiver além da capacidade de suporte da

própria natureza passamos a ter uma degradação deste sistema.

https://www.google.com.br/search?q=grafico+de+degradação+de+recursos+naturais

29
O equilíbrio na natureza se faz cada vez mais necessário para que futuras

gerações possam também aproveitar, veja os esquemas de produção agrícola


com sustentabilidade, que podem ajudar na preservação dos ecossistemas.

O primeiro é um esquema integrado agricultura e meio natural, onde a


preservação das espécies se faz notar.

O segundo esquema é uma aplicação direta da agricultura e observa-se a


diminuição das espécies.

https://www.google.com.br/search?q=grafico+de+degradação+de+recursos+naturais

O esquema a seguir mostra a degradação do capital natural onde o


modelo de desenvolvimento econômico atual se faz presente nesta intensa

degradação.

30
https://www.google.com.br/search?q=grafico+de+degradação+de+recursos+naturais

31
UNIDADE 8 - PEGADA ECOLÓGICA

CONHECENDO O CONTEÚDO DA UNIDADE


O termo Pegada Ecológica foi criado para definir o quanto o planeta Terra

pode suportar em relação ao seu consumo, mede a quantidade de recursos


naturais renováveis que seriam necessários para manter o nosso padrão de vida

atual.
Ela avalia o consumo que as populações humanas fazem sobre os recursos

naturais. No calculo da Pegada Ecológica quanto maior for o resultado, mais

danos ela está causando ao meio ambiente.

ESTUDANDO E REFLETINDO
O calculo utiliza o que foi denominado de gha (hectares globais), ele mede,

compara e pode servir para gerenciar o uso dos recursos naturais.


No cálculo podemos diagnosticar aspectos econômicos e ambientais

como:
1- Áreas utilizadas para a produção de alimento.

2- Áreas de pastagem utilizadas para a satisfação da espécie humana.


3- Áreas utilizadas para a ocupação urbana.

4- Área verde que deve ser disponibilizada para que haja uma efetivação da
absorção do CO2.

5- Área de floresta necessária para fornecer ao homem a sua utilização


econômica.

Para que a Pegada Ecológica possa diminuir e dar mais conforto à sociedade
mundial devemos ter:

1- Um consumo consciente.
2- Fontes de energia alternativas.

3- Diminuir o consumo de energia não renovável.


4- Fazer reciclagem do lixo.

5- Reutilizar os produtos.

32
6- Evitar o desperdício.

7- Ter um consumo consciente.


8- Mudar os hábitos de consumo.

O gráfico mostra que devermos diminuir a Pegada Ecológica para termos uma

melhor qualidade de vida, lembrando que quanto maior for a Pegada Ecológica,
pior a situação.

https://www.google.com.br/search?q=grafico+de+pegada+ecologica&biw

Neste gráfico mostra quantos mundos seriam necessário para manter o


atual modelo de desenvolvimento econômico.

33
https://www.google.com.br/search?q=grafico+de+pegada+ecologica&biw

Este gráfico mostra o quanto os países consomem de recursos naturais

para manter o seu padrão de consumo atual.

https://www.google.com.br/search?q=grafico+de+pegada+ecologica&biw

34
E por fim este gráfico mostra a relação entre a produção e a geração de

lixo.

https://www.google.com.br/search?q=grafico+de+pegada+ecologica&biw

35
UNIDADE 9 - Código Florestal brasileiro

Capítulo II – das Áreas de Preservação Permanente


Seção I – da delimitação das Áreas de Preservação Permanente

Art. 4°. Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou


urbanas, para os efeitos desta Lei:

Inciso I- as faixas marginais de qualquer curso d’água natural, desde a borda da


calha do leito regular, em largura mínima de:

b
c
d e
A= nascentes
a= leito do rio até 10 metros;

b= leito do rio de 10 metros a 50 metros;


c= leito do rio de 50 metros a 200 metros;

d= leito do rio de 200 metros a 600 metros;


e= leito do rio com mais de 600 metros.

Leito do rio Faixa Marginal Permanente (FMP)

A Nascentes 50 metros de preservação

a até 10 metros 30 metros de preservação

b 10 metros a 50 metros 50 metros de preservação

c 50 metros a 200 metros 100 metros de preservação

d 200 metros a 600 metros 200 metros de preservação

e mais de 600 metros 500 metros de preservação

36
Inciso II- áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura

mínima de:

Zona rural Corpo d’água menor de 20 50 metros de Faixa Marginal


hectares de superfície Permanente

Zona rural Corpo d’água maior que 20 100 metros de Faixa Marginal
hectares de superfície Permanente

Zona urbana Sem restrições de superfície 30 metros de Faixa Marginal

Permanente

Inciso III- as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, na faixa definida
na licença ambiental do empreendimento, observando o disposto nos parágrafos

1 e 2.

§1 Não se aplica o previsto no inciso III nos casos em que os reservatórios

artificiais de água não decorram de barramento o represamento de cursos


d’água.

§2 No entorno dos reservatórios artificiais situados em áreas rurais com até 20

hectares de superfície, área de preservação permanente terá no mínimo 15


metros.

Inciso IV- as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes,

qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 metros.


A= área de nascentes e olhos d’água perenes;

37
A Área de nascentes e olhos Raio mínimo de 50 metros, qualquer que seja
d’água perenes sua situação topográfica.

Resumindo

A mata de galeria ou ciliar é aquela que acompanha o leito dos rios, das
nascentes e lagos, fazendo a proteção de suas margens e evitando o

assoreamento dos rios. Essa vegetação é considerada pelo Código Florestal uma
área de proteção permanente. Ela também evita o assoreamento dos rios lagos e

lagoas. O Código Florestal diz o seguinte:


• Proteção de 30 metros para cursos d’água com menos de 10 metros de

largura.
• Proteção de 50 metros para cursos d’água entre 10 a 50 metros.

• Proteção de 100 metros para cursos d’água entre 50 a 200 metros.


• Proteção de 200 metros para cursos d’água entre 200 a 600 metros.

• Proteção de 500 metros para cursos d’água acima de 600 metros.

Fotos: Hélder Gasperoto.

A exceção é a permissão de retirada da vegetação para execução de obras

de interesse público, desde que com licenciamento ambiental e com a execução


da compensação ambiental indicada.

As terras indígenas só podem ser exploradas pelos próprios indígenas e em


condições de manejo sustentável.

38
O código regulamenta também a porcentagem de reserva legal que deve

ser mantida na propriedade privada, a declaração de imunidade ao corte de


espécimes vegetais notáveis, as condições de derrubada de vegetação em área

urbana e de manutenção de área verde no entorno de represas artificiais e o


reflorestamento, inclusive pelo poder público em propriedades que tenham

retirado a cobertura nativa além do legalmente permitido.


Dispõe também sobre a obrigatoriedade, por parte de empresas que usem

matéria-prima oriunda de florestas, de que mantenham áreas de reflorestamento.

Estipula as penalidades por agressão a áreas preservadas ou a objetos isolados de


preservação, com agravante quando a infração ocorre no período de dispersão

das sementes.
Assoreamento é o processo em que o acúmulo de sedimentos (detritos) no

fundo dos rios e lagoas interferem na topografia de seus leitos impedindo-os de


portar cada vez menos água, provocando seu transbordamento em épocas de

grande quantidade de chuvas.


No Brasil o despejo sistemático de esgotos domésticos, provenientes de

habitações que são lançados diretamente nas margens dos rios ou


indiretamente, é uma das causas de morte da vida marinha nos rios e lagos que

não deve ser confundido com o processo de assoreamento.


Embora o depósito de sedimentos constitua um fenômeno do

assoreamento fluvial, que pode ser seguido de desertificação, a milênios vem


contribuindo na purificação e filtragem das águas de chuva que correm no leito

de um rio .
O assoreamento é um fenômeno muito antigo e existe há tanto tempo

quanto existem os mares e rios do planeta, e este processo já evitou que o fundo
dos oceanos entupisse com milhões de metros cúbicos de impurezas orgânicas,

esse trabalho de filtragem antes das encostas oceânicas, levam anos para se
formarem.

39
Porém o homem vem acelerando este antigo processo através dos

desmatamentos, desbarrancamentos e outras ações que acabam por expor as


áreas à erosão, a construção de favelas sem contenção de encostas, além de

desmatar, tem a erosão acelerada devido à declividade do terreno, as técnicas


agrícolas inadequadas, quando se promovem desmatamentos extensivos para dar

lugar a áreas plantadas, a ocupação do solo, impedindo grandes áreas de


terrenos de cumprirem com seu papel natural de absorvedor de águas e

aumentando, com isso, a potencialidade do transporte de materiais, devido ao

escoamento superficial.

Assoreamento: acúmulo de sedimentos no fundo do leito de um rio ou lago.

Código Florestal Brasileiro: O Novo Código Florestal - Lei 12.651 de


25/05/2012 – estabelece limites de uso das áreas dos imóveis rurais para que se

mantenha o equilíbrio entre as dimensões ambiental e econômica na exploração


agropecuária. A lei refere-se à proteção e preservação de florestas, matas ciliares,

Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal.

40
UNIDADE 10 - RESERVA LEGAL.

CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE


Conhecer as diferentes áreas de preservação.

ESTUDANDO E REFLETINDO

Divisão em três áreas:


1- Área de Preservação Permanente (APP);

2- Área de Reserva Legal;

3- Área Remanescente.

• Reserva Legal – A proporção não muda, mas imóveis de até 4 módulos fiscais
ficarão isentos de reserva legal para fins de recomposição.

• Será admitido plantio de uva, maçã e café em encostas acima de 45°.


41
• 30 metros para rios de até 10 metros de largura com redução em 50% para fins

de recuperação.
• Agropecuária fica liberada em encostas entre 250° e 450°, excluídas áreas de

risco.
• Propriedades maiores do que 4 módulos só começam a contar sua reserva legal

na área que ultrapassa esse tamanho


(Folha de S. Paulo, 11 mai. 2011. Adaptado).

Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:


(...) III - Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse

rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso
econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a

conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação


da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora

nativa;
42
CAPÍTULO IV
DA ÁREA DE RESERVA LEGAL

Seção I - Da Delimitação da Área de Reserva Legal.


Art. 12. Nas florestas plantadas, não consideradas de preservação permanente, é

livre a extração de lenha e demais produtos florestais ou a fabricação de carvão.


Nas demais florestas dependerá de norma estabelecida em ato do Poder Federal

ou Estadual, em obediência a prescrições ditadas pela técnica e às peculiaridades

locais.
Art. 12. Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a

título de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de
Preservação Permanente, observados os seguintes percentuais mínimos em

relação à área do imóvel, excetuados os casos previstos no art. 68 desta


Lei: (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012).

I - localizado na Amazônia Legal:


a) 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de florestas;

b) 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de cerrado;


c) 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos gerais;

II - localizado nas demais regiões do País: 20% (vinte por cento).


§ 1o Em caso de fracionamento do imóvel rural, a qualquer título, inclusive para

assentamentos pelo Programa de Reforma Agrária, será considerada, para fins do


disposto do caput, a área do imóvel antes do fracionamento.

§ 2o O percentual de Reserva Legal em imóvel situado em área de formações


florestais, de cerrado ou de campos gerais na Amazônia Legal será definido

considerando separadamente os índices contidos nas alíneas a, b e c do inciso I


do caput.

§ 3o Após a implantação do CAR, a supressão de novas áreas de floresta ou


outras formas de vegetação nativa apenas será autorizada pelo órgão ambiental

43
estadual integrante do Sisnama se o imóvel estiver inserido no mencionado

cadastro, ressalvado o previsto no art. 30.


§ 4o Nos casos da alínea a do inciso I, o poder público poderá reduzir a Reserva

Legal para até 50% (cinquenta por cento), para fins de recomposição, quando o
Município tiver mais de 50% (cinquenta por cento) da área ocupada por unidades

de conservação da natureza de domínio público e por terras indígenas


homologadas.

§ 5o Nos casos da alínea a do inciso I, o poder público estadual, ouvido o

Conselho Estadual de Meio Ambiente, poderá reduzir a Reserva Legal para até
50% (cinquenta por cento), quando o Estado tiver Zoneamento Ecológico-

Econômico aprovado e mais de 65% (sessenta e cinco por cento) do seu território
ocupado por unidades de conservação da natureza de domínio público,

devidamente regularizadas, e por terras indígenas homologadas.


§ 6o Os empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento de

esgoto não estão sujeitos à constituição de Reserva Legal.


§ 7o Não será exigido Reserva Legal relativa às áreas adquiridas ou

desapropriadas por detentor de concessão, permissão ou autorização para


exploração de potencial de energia hidráulica, nas quais funcionem

empreendimentos de geração de energia elétrica, subestações ou sejam


instaladas linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica.

§ 8o Não será exigido Reserva Legal relativa às áreas adquiridas ou


desapropriadas com o objetivo de implantação e ampliação de capacidade de

rodovias e ferrovias.

44
45
UNIDADE 11 - CLASSIFICAÇÃO DE FLORESTAS.

CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE


Conhecer a classificação das florestas

ESTUDANDO E REFLETINDO

Classificação de Florestas em três etapas (segundo Luiz Paulo Sirvinkas):


1- Titularidade;

2- Origem;

3- Uso.
Titularidade a) floresta de domínio púbico
b) floresta de domínio privado
Origem a) floresta primitiva ou primária
b) floresta em regeneração
c) floresta regenerada
d) floresta plantada ou secundária
Uso a) floresta de exploração proibida
b) floresta de exploração limitada
c) floresta de exploração livre

Função socioambiental da propriedade rural: ela é a base para o desenvolvimento


econômico do setor agropecuário do Brasil. Com ela o produtor pode fazer um

plano de gestão da produção do campo, levando em consideração o custo de


proteção dos bens ambientais. Isso nos remeta a pensar como é essencial a

sustentabilidade e o uso racional dos recursos naturais.


Função a) aproveitamento racional e adequado;
socioambiental da b) utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do
propriedade rural meio ambiente;
c) observância das disposições que disciplinam as relações trabalhistas no
campo;
d) exploração da propriedade rural que favoreça o bem estar dos
proprietários e dos trabalhadores.

Divisão em duas modalidades de intervenção antrópica para cada uma das áreas:
1- Supressão;

2- Exploração.

46
O corte, a supressão e a exploração da vegetação de Bioma deverão ser

efetuados de maneira diferenciada, conforme o tipo da vegetação.


a) Vegetação Primária: Somente serão autorizados em caráter excepcional,

quando necessários à realização de obras, projetos ou atividades de utilidade


pública, pesquisas científicas e práticas preservacionistas.

b) Vegetação Secundária em Estágio Avançado de Regeneração: Somente serão


autorizados em caráter excepcional, quando necessários à realização de obras,

projetos ou atividades de utilidade pública, pesquisas científicas e práticas

preservacionistas.
c) Vegetação Secundária em Estágio Médio de Regeneração: Somente serão

autorizados em caráter excepcional, quando necessários à execução de obras,


atividades ou projetos de utilidade pública ou de interesse social, pesquisa

científica e práticas preservacionistas. E quando necessários ao pequeno produtor


rural e populações tradicionais para o exercício de atividades ou usos agrícolas,

pecuários ou silviculturais imprescindíveis à sua subsistência e de sua família,


ressalvadas as áreas de preservação permanente e, quando for o caso, após

averbação da reserva legal, ou inscrição do imóvel no CAR (Cadastramento


Ambiental Rural).

d) Vegetação Secundária em Estágio Inicial de Regeneração: O corte, a supressão


e a exploração da vegetação secundária em estágio inicial de regeneração do

Bioma Mata Atlântica poderão ser autorizados pelo órgão estadual competente.

BUSCANDO O CONHECIMENTO
CAPÍTULO II - DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (Código
Florestal)
Seção II
Do Regime de Proteção das Áreas de Preservação Permanente
o
Art. 7 A vegetação situada em Área de Preservação Permanente
deverá ser mantida pelo proprietário da área, possuidor ou ocupante a
qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado.
o
§ 1 Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de
Preservação Permanente, o proprietário da área, possuidor ou ocupante

47
a qualquer título é obrigado a promover a recomposição da vegetação,
ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei.
o o
§ 2 A obrigação prevista no § 1 tem natureza real e é
transmitida ao sucessor no caso de transferência de domínio ou posse
do imóvel rural.
o
§ 3 No caso de supressão não autorizada de vegetação
realizada após 22 de julho de 2008, é vedada a concessão de novas
autorizações de supressão de vegetação enquanto não cumpridas as
o
obrigações previstas no § 1 .
o
Art. 8 A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em
Área de Preservação Permanente somente ocorrerá nas hipóteses de
utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental
previstas nesta Lei.
o
§ 1 A supressão de vegetação nativa protetora de nascentes,
dunas e restingas somente poderá ser autorizada em caso de utilidade
pública.
o
§ 2 A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área
de Preservação Permanente de que tratam os incisos VI e VII
o
do caput do art. 4 poderá ser autorizada, excepcionalmente, em locais
onde a função ecológica do manguezal esteja comprometida, para
execução de obras habitacionais e de urbanização, inseridas em
projetos de regularização fundiária de interesse social, em áreas urbanas
consolidadas ocupadas por população de baixa renda.
o
§ 3 É dispensada a autorização do órgão ambiental competente
para a execução, em caráter de urgência, de atividades de segurança
nacional e obras de interesse da defesa civil destinadas à prevenção e
mitigação de acidentes em áreas urbanas.
o
§ 4 Não haverá, em qualquer hipótese, direito à regularização
de futuras intervenções ou supressões de vegetação nativa, além das
previstas nesta Lei.
o
Art. 9 É permitido o acesso de pessoas e animais às Áreas de
Preservação Permanente para obtenção de água e para realização de
atividades de baixo impacto ambiental.

48
UNIDADE 12 - CADASTRO AMBIENTAL RURAL - CAR

CAPÍTULO VI
DO CADASTRO AMBIENTAL RURAL
Art. 29. É criado o Cadastro Ambiental Rural - CAR, no âmbito do
Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente - SINIMA,
registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos
os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações
ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados
para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e
combate ao desmatamento.
o
§ 1 A inscrição do imóvel rural no CAR deverá ser feita,
preferencialmente, no órgão ambiental municipal ou estadual, que, nos
termos do regulamento, exigirá do proprietário ou possuidor
rural: (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012).
I - identificação do proprietário ou possuidor rural;
II - comprovação da propriedade ou posse;
III - identificação do imóvel por meio de planta e memorial descritivo,
contendo a indicação das coordenadas geográficas com pelo menos um
ponto de amarração do perímetro do imóvel, informando a localização
dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Preservação
Permanente, das Áreas de Uso Restrito, das áreas consolidadas e, caso
existente, também da localização da Reserva Legal.
o
§ 2 O cadastramento não será considerado título para fins de
reconhecimento do direito de propriedade ou posse, tampouco elimina
o o
a necessidade de cumprimento do disposto no art. 2 da Lei n 10.267,
de 28 de agosto de 2001.
o
§ 3 A inscrição no CAR será obrigatória para todas as propriedades e
posses rurais, devendo ser requerida até 31 de dezembro de 2017,
prorrogável por mais 1 (um) ano por ato do Chefe do Poder
Executivo. (Redação dada pela Lei nº 13.295, de 2016)
Art. 30. Nos casos em que a Reserva Legal já tenha sido averbada na
matrícula do imóvel e em que essa averbação identifique o perímetro e
a localização da reserva, o proprietário não será obrigado a fornecer ao
órgão ambiental as informações relativas à Reserva Legal previstas no
o
inciso III do § 1 do art. 29.
Parágrafo único. Para que o proprietário se desobrigue nos termos
do caput, deverá apresentar ao órgão ambiental competente a certidão
de registro de imóveis onde conste a averbação da Reserva Legal ou
termo de compromisso já firmado nos casos de posse.

Art. 13. Quando indicado pelo Zoneamento Ecológico-Econômico - ZEE


estadual, realizado segundo metodologia unificada, o poder público
federal poderá:
I - reduzir, exclusivamente para fins de regularização, mediante
recomposição, regeneração ou compensação da Reserva Legal de
imóveis com área rural consolidada, situados em área de floresta
localizada na Amazônia Legal, para até 50% (cinquenta por cento) da
propriedade, excluídas as áreas prioritárias para conservação da
biodiversidade e dos recursos hídricos e os corredores ecológicos;

49
II - ampliar as áreas de Reserva Legal em até 50% (cinquenta por cento)
dos percentuais previstos nesta Lei, para cumprimento de metas
nacionais de proteção à biodiversidade ou de redução de emissão de
gases de efeito estufa.
o
§ 1 No caso previsto no inciso I do caput, o proprietário ou possuidor
de imóvel rural que mantiver Reserva Legal conservada e averbada em
área superior aos percentuais exigidos no referido inciso poderá instituir
o
servidão ambiental sobre a área excedente, nos termos da Lei n 6.938,
de 31 de agosto de 1981, e Cota de Reserva Ambiental.
o
§ 2 Os Estados que não possuem seus Zoneamentos Ecológico-
Econômicos - ZEEs segundo a metodologia unificada, estabelecida em
norma federal, terão o prazo de 5 (cinco) anos, a partir da data da
publicação desta Lei, para a sua elaboração e aprovação.
Art. 14. A localização da área de Reserva Legal no imóvel rural deverá
levar em consideração os seguintes estudos e critérios:
I - o plano de bacia hidrográfica;
II - o Zoneamento Ecológico-Econômico
III - a formação de corredores ecológicos com outra Reserva Legal, com
Área de Preservação Permanente, com Unidade de Conservação ou com
outra área legalmente protegida;
IV - as áreas de maior importância para a conservação da
biodiversidade; e
V - as áreas de maior fragilidade ambiental.
o
§ 1 O órgão estadual integrante do Sisnama ou instituição por ele
habilitada deverá aprovar a localização da Reserva Legal após a inclusão
do imóvel no CAR, conforme o art. 29 desta Lei.
o
§ 2 Protocolada a documentação exigida para a análise da localização
da área de Reserva Legal, ao proprietário ou possuidor rural não poderá
ser imputada sanção administrativa, inclusive restrição a direitos, por
qualquer órgão ambiental competente integrante do Sisnama, em razão
da não formalização da área de Reserva Legal. (Redação dada pela
Lei nº 12.727, de 2012).
Art. 15. Será admitido o cômputo das Áreas de Preservação Permanente
no cálculo do percentual da Reserva Legal do imóvel, desde que:
I - o benefício previsto neste artigo não implique a conversão de novas
áreas para o uso alternativo do solo;
II - a área a ser computada esteja conservada ou em processo de
recuperação, conforme comprovação do proprietário ao órgão estadual
integrante do Sisnama; e
III - o proprietário ou possuidor tenha requerido inclusão do imóvel no
Cadastro Ambiental Rural - CAR, nos termos desta Lei.
o
§ 1 O regime de proteção da Área de Preservação Permanente não se
altera na hipótese prevista neste artigo.
o
§ 2 O proprietário ou possuidor de imóvel com Reserva Legal
conservada e inscrita no Cadastro Ambiental Rural - CAR de que trata o
art. 29, cuja área ultrapasse o mínimo exigido por esta Lei, poderá
utilizar a área excedente para fins de constituição de servidão ambiental,
Cota de Reserva Ambiental e outros instrumentos congêneres previstos
nesta Lei.
o
§ 3 O cômputo de que trata o caput aplica-se a todas as modalidades
de cumprimento da Reserva Legal, abrangendo a regeneração, a

50
recomposição e a compensação. (Redação dada pela Lei nº 12.727,
de 2012).
o
§ 4 É dispensada a aplicação do inciso I do caput deste artigo, quando
as Áreas de Preservação Permanente conservadas ou em processo de
recuperação, somadas às demais florestas e outras formas de vegetação
nativa existentes em imóvel, ultrapassarem: (Incluído pela Lei nº
12.727, de 2012).
I - 80% (oitenta por cento) do imóvel rural localizado em áreas de
floresta na Amazônia Legal; e (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
II - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
Art. 16. Poderá ser instituído Reserva Legal em regime de condomínio
ou coletiva entre propriedades rurais, respeitado o percentual previsto
no art. 12 em relação a cada imóvel. (Incluído pela Lei nº 12.727, de
2012).
Parágrafo único. No parcelamento de imóveis rurais, a área de Reserva
Legal poderá ser agrupada em regime de condomínio entre os
adquirentes.
Seção II
Do Regime de Proteção da Reserva Legal
Art. 17. A Reserva Legal deve ser conservada com cobertura de
vegetação nativa pelo proprietário do imóvel rural, possuidor ou
ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público
ou privado.
o
§ 1 Admite-se a exploração econômica da Reserva Legal mediante
manejo sustentável, previamente aprovado pelo órgão competente do
Sisnama, de acordo com as modalidades previstas no art. 20.
o
§ 2 Para fins de manejo de Reserva Legal na pequena propriedade ou
posse rural familiar, os órgãos integrantes do Sisnama deverão
estabelecer procedimentos simplificados de elaboração, análise e
aprovação de tais planos de manejo.
o
§ 3 É obrigatória a suspensão imediata das atividades em área de
Reserva Legal desmatada irregularmente após 22 de julho de
2008. (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012).
o
§ 4 Sem prejuízo das sanções administrativas, cíveis e penais cabíveis,
o
deverá ser iniciado, nas áreas de que trata o § 3 deste artigo, o
processo de recomposição da Reserva Legal em até 2 (dois) anos
contados a partir da data da publicação desta Lei, devendo tal processo
ser concluído nos prazos estabelecidos pelo Programa de Regularização
Ambiental - PRA, de que trata o art. 59. (Incluído pela Lei nº 12.727,
de 2012).
Art. 18. A área de Reserva Legal deverá ser registrada no órgão
ambiental competente por meio de inscrição no CAR de que trata o art.
29, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de
transmissão, a qualquer título, ou de desmembramento, com as
exceções previstas nesta Lei.
o
§ 1 A inscrição da Reserva Legal no CAR será feita mediante a
apresentação de planta e memorial descritivo, contendo a indicação das
coordenadas geográficas com pelo menos um ponto de amarração,
conforme ato do Chefe do Poder Executivo.
o
§ 2 Na posse, a área de Reserva Legal é assegurada por termo de
compromisso firmado pelo possuidor com o órgão competente do
Sisnama, com força de título executivo extrajudicial, que explicite, no

51
mínimo, a localização da área de Reserva Legal e as obrigações
assumidas pelo possuidor por força do previsto nesta Lei.
o
§ 3 A transferência da posse implica a sub-rogação das obrigações
o
assumidas no termo de compromisso de que trata o § 2 .
o
§ 4 O registro da Reserva Legal no CAR desobriga a averbação no
Cartório de Registro de Imóveis, sendo que, no período entre a data da
publicação desta Lei e o registro no CAR, o proprietário ou possuidor
rural que desejar fazer a averbação terá direito à gratuidade deste
ato. (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012).

52
UNIDADE 13 - LICENCIAMENTO AMBIENTAL

CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE


Conhecer os parâmetros do licenciamento ambiental

ESTUDANDO E REFLETINDO

Definição.
O Licenciamento Ambiental é um instrumento da Política Nacional de Meio

Ambiente instituído pela Lei nº 6938, de 31 de agosto de 1981, com a finalidade de

promover o controle prévio à construção, instalação, ampliação e funcionamento


de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais,

considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob


qualquer forma, de causar degradação ambiental.

O Licenciamento Ambiental, instrumento de gestão instituído pela Política


Nacional do Meio Ambiente, de utilização compartilhada entre a União e os

Estados da federação, o Distrito Federal e os Municípios em conformidade com as


respectivas competências, objetiva regular as atividades e empreendimentos que

utilizam os recursos naturais e podem causar degradação ambiental no local onde


se encontram instalados.

Resolução CONAMA 237/97

Art. 1º - Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições:


http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html

I - Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão


ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a

operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos


ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que,

sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as


disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.

53
II - Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental

competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental


que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para

localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras


dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou

aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental.


III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos

ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma

atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da


licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle

ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo,


plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco.

Objetivos

1- Instrumento de gestão ambiental que permite agir preventivamente sobre a


proteção do meio ambiente, compatibilizando sua prevenção com o

desenvolvimento econômico e social.


2- O meio ambiente e o desenvolvimento socioeconômico são direitos

constitucionais e são essenciais para a sociedade.

Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente,


estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão

ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar,


instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos

recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou


aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental.

54
LP Licença Prévia = viabilidade do
empreendimento

Licença de Instalação =
LI autorização para o início da
implantação

Licença de Operação =
LO autorização para o início do
funcionamento

Avaliação de Impacto Ambiental: Estudo realizado para identificar, prever e

interpretar, assim como, prevenir as consequências ou efeitos ambientais que


determinadas ações, planos, programas ou projetos podem causar à saúde, ao

bem estar humano e ao entorno.

Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos


ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma

atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da


licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle

ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo,


plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco.

55
Impacto Ambiental Regional: é todo e qualquer impacto ambiental que afete

diretamente (área de influência direta do projeto), no todo ou em parte, o


território de dois ou mais Estados.

56
UNIDADE 14 - CLASSIFICAÇÃO DOS CORPOS DE ÁGUA.

RESOLUÇÃO No 357, DE 17 DE MARÇO DE 2005 Publicada no DOU nº 053,


de 18/03/2005, págs. 58-63

• Alterada pela Resolução 410/2009 e pela 430/2011

Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais


para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e
padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das

competências que lhe são conferidas pelos arts. 6o, inciso II e 8o, inciso VII, da Lei
no 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto no 99.274, de 6

de junho de 1990 e suas alterações, tendo em vista o disposto em seu Regimento


Interno, e

Considerando a vigência da Resolução CONAMA no 274, de 29 de


novembro de 2000, que dispõe sobre a balneabilidade; Considerando o art. 9o ,

inciso I, da Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997, que instituiu a Política Nacional


dos Recursos Hídricos, e demais normas aplicáveis à matéria;

Considerando que a água integra as preocupações do desenvolvimento


sustentável, baseado nos princípios da função ecológica da propriedade, da

prevenção, da precaução, do poluidor-pagador, do usuário pagador e da


integração, bem como no reconhecimento de valor intrínseco à natureza;

Considerando que a Constituição Federal e a Lei no 6.938, de 31 de agosto de


1981, visam controlar o lançamento no meio ambiente de poluentes, proibindo o

lançamento em níveis nocivos ou perigosos para os seres humanos e outras


formas de vida;

Considerando que o enquadramento expressa metas finais a serem


alcançadas, podendo ser fixadas metas progressivas intermediárias, obrigatórias,

visando a sua efetivação;

57
Considerando os termos da Convenção de Estocolmo, que trata dos

Poluentes Orgânicos PersistentesPOPs, ratificada pelo Decreto Legislativo no 204,


de 7 de maio de 2004;

Considerando ser a classificação das águas doces, salobras e salinas


essencial à defesa de seus níveis de qualidade, avaliados por condições e padrões

específicos, de modo a assegurar seus usos preponderantes; Considerando que o


enquadramento dos corpos de água deve estar baseado não necessariamente no

seu estado atual, mas nos níveis de qualidade que deveriam possuir para atender

às necessidades da comunidade;
Considerando que a saúde e o bem-estar humano, bem como o equilíbrio

ecológico aquático, não devem ser afetados pela deterioração da qualidade das
águas;

Considerando a necessidade de se criar instrumentos para avaliar a


evolução da qualidade das águas, em relação às classes estabelecidas no

enquadramento, de forma a facilitar a fixação e controle de metas visando atingir


gradativamente os objetivos propostos;

Considerando a necessidade de se reformular a classificação existente, para


melhor distribuir os usos das águas, melhor especificar as condições e padrões de

qualidade requeridos, sem prejuízo de posterior aperfeiçoamento; e Considerando


que o controle da poluição está diretamente relacionado com a proteção da

saúde, garantia do meio ambiente ecologicamente equilibrado e a melhoria da


qualidade de vida, levando em conta os usos prioritários e classes de qualidade

ambiental exigidos para um determinado corpo de água; resolve: Art. 1o Esta


Resolução dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o

enquadramento dos corpos de água superficiais, bem como estabelece as


condições e padrões de lançamento de efluentes.

58
CAPÍTULO II DA CLASSIFICAÇÃO DOS CORPOS DE ÁGUA

Art.3o As águas doces, salobras e salinas do Território Nacional são classificadas,


segundo a qualidade requerida para os seus usos preponderantes, em treze

classes de qualidade. Parágrafo único. As águas de melhor qualidade podem ser


aproveitadas em uso menos exigente, desde que este não prejudique a qualidade

da água, atendidos outros requisitos pertinentes.

Seção I Das Águas Doces

Art. 4o As águas doces são classificadas em:

I - classe especial: águas destinadas:


a) ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção;

b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e,


c) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de

proteção integral.

II - classe 1: águas que podem ser destinadas:


a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado;

b) à proteção das comunidades aquáticas;


c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho,

conforme Resolução CONAMA no 274, de 2000;


d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se

desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película;
e

e) à proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas.

III - classe 2: águas que podem ser destinadas: a) ao abastecimento para consumo
humano, após tratamento convencional;

b) à proteção das comunidades aquáticas;

59
c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho,

conforme Resolução CONAMA no 274, de 2000;


d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de

esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e
e) à aquicultura e à atividade de pesca.

IV - classe 3: águas que podem ser destinadas:

a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou

avançado;
b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;

c) à pesca amadora;
d) à recreação de contato secundário; e

e) à dessedentação de animais.

V - classe 4: águas que podem ser destinadas:


a) à navegação; e

b) à harmonia paisagística.

60
http://www.cetesb.sp.gov.br/2016/05/06/mapas-digitais-de-enquadramento-por-classes-de-corpos-de-agua-

de-sao-paulo

61
http://www.cetesb.sp.gov.br/2016/05/06/mapas-digitais-de-enquadramento-por-classes-de-corpos-de-

agua-de-sao-paulo

62
UNIDADE 15 - CONDIÇÕES E PADRÕES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS.

CAPÍTULO III DAS CONDIÇÕES E PADRÕES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS

Seção I

Das Disposições Gerais


Art. 7º Os padrões de qualidade das águas determinados nesta Resolução

estabelecem limites individuais para cada substância em cada classe. Parágrafo

único. Eventuais interações entre substâncias, especificadas ou não nesta


Resolução, não poderão conferir às águas características capazes de causar efeitos

letais ou alteração de comportamento, reprodução ou fisiologia da vida, bem


como de restringir os usos preponderantes previstos, ressalvado o disposto no §

3o do art. 34, desta Resolução.


Art. 8º O conjunto de parâmetros de qualidade de água selecionado para

subsidiar a proposta de enquadramento deverá ser monitorado periodicamente


pelo Poder Público.

§ 1o Também deverão ser monitorados os parâmetros para os quais haja suspeita


da sua presença ou não conformidade.

§ 2o Os resultados do monitoramento deverão ser analisados estatisticamente e


as incertezas de medição consideradas.

§ 3o A qualidade dos ambientes aquáticos poderá ser avaliada por indicadores


biológicos, quando apropriado, utilizando-se organismos e/ou comunidades

aquáticas.
§ 4o As possíveis interações entre as substâncias e a presença de contaminantes

não listados nesta Resolução, passíveis de causar danos aos seres vivos, deverão
ser investigadas utilizando-se ensaios ecotoxicológicos, toxicológicos, ou outros

métodos cientificamente reconhecidos.

63
§ 5o Na hipótese dos estudos referidos no parágrafo anterior tornarem-se

necessários em decorrência da atuação de empreendedores identificados, as


despesas da investigação correrão as suas expensas.

§ 6o Para corpos de água salobras continentais, onde a salinidade não se dê por


influência direta marinha, os valores dos grupos químicos de nitrogênio e fósforo

serão os estabelecidos nas classes correspondentes de água doce.


Art. 9o A análise e avaliação dos valores dos parâmetros de qualidade de água de

que trata esta Resolução serão realizadas pelo Poder Público, podendo ser

utilizado laboratório próprio, conveniado ou contratado, que deverá adotar os


procedimentos de controle de qualidade analítica necessários ao atendimento das

condições exigíveis.
§ 1o Os laboratórios dos órgãos competentes deverão estruturar-se para

atenderem ao disposto nesta Resolução.


§ 2o Nos casos onde a metodologia analítica disponível for insuficiente para

quantificar as concentrações dessas substâncias nas águas, os sedimentos e/ou


biota aquática poderão ser investigados quanto à presença eventual dessas

substâncias.
Art. 10. Os valores máximos estabelecidos para os parâmetros relacionados em

cada uma das classes de enquadramento deverão ser obedecidos nas condições
de vazão de referência.

§ 1o Os limites de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), estabelecidos para as


águas doces de classes 2 e 3, poderão ser elevados, caso o estudo da capacidade

de autodepuração do corpo receptor demonstre que as concentrações mínimas


de oxigênio dissolvido (OD) previstas não serão desobedecidas, nas condições de

vazão de referência, com exceção da zona de mistura.


§ 2o Os valores máximos admissíveis dos parâmetros relativos às formas químicas

de nitrogênio e fósforo, nas condições de vazão de referência, poderão ser


alterados em decorrência de condições naturais, ou quando estudos ambientais

específicos, que considerem também a poluição difusa, comprovem que esses

64
novos limites não acarretarão prejuízos para os usos previstos no enquadramento

do corpo de água.
§ 3o Para águas doces de classes 1 e 2, quando o nitrogênio for fator limitante

para eutrofização, nas condições estabelecidas pelo órgão ambiental competente,


o valor de nitrogênio total (após oxidação) não deverá ultrapassar 1,27 mg/L para

ambientes lênticos e 2,18 mg/L para ambientes lóticos, na vazão de referência. §


4o O disposto nos §§ 2o e 3o não se aplica às baías de águas salinas ou salobras,

ou outros corpos de água em que não seja aplicável a vazão de referência, para

os quais deverão ser elaborados estudos específicos sobre a dispersão e


assimilação de poluentes no meio hídrico.

Art. 11. O Poder Público poderá, a qualquer momento, acrescentar outras


condições e padrões de qualidade, para um determinado corpo de água, ou

torná-los mais restritivos, tendo em vista as condições locais, mediante


fundamentação técnica.

Art. 12. O Poder Público poderá estabelecer restrições e medidas adicionais, de


caráter excepcional e temporário, quando a vazão do corpo de água estiver

abaixo da vazão de referência.


Art. 13. Nas águas de classe especial deverão ser mantidas as condições naturais

do corpo de água.

Seção II Das Águas Doces Art. 14. As águas doces de classe 1 observarão as
seguintes condições e padrões: I - condições de qualidade de água: a) não

verificação de efeito tóxico crônico a organismos, de acordo com os critérios


estabelecidos pelo órgão ambiental competente, ou, na sua ausência, por

instituições nacionais ou internacionais renomadas, comprovado pela realização


de ensaio ecotoxicológico padronizado ou outro método cientificamente

reconhecido. b) materiais flutuantes, inclusive espumas não naturais: virtualmente


ausentes; c) óleos e graxas: virtualmente ausentes; d) substâncias que

comuniquem gosto ou odor: virtualmente ausentes; 6 e) corantes provenientes de

65
fontes antrópicas: virtualmente ausentes; f) resíduos sólidos objetáveis:

virtualmente ausentes; g) coliformes termotolerantes: para o uso de recreação de


contato primário deverão ser obedecidos os padrões de qualidade de

balneabilidade, previstos na Resolução CONAMA no 274, de 2000. Para os demais


usos, não deverá ser excedido um limite de 200 coliformes termotolerantes por

100 mililitros em 80% ou mais, de pelo menos 6 amostras, coletadas durante o


período de um ano, com freqüência bimestral. A E. Coli poderá ser determinada

em substituição ao parâmetro coliformes termotolerantes de acordo com limites

estabelecidos pelo órgão ambiental competente; h) DBO 5 dias a 20°C até 3 mg/L
O2; i) OD, em qualquer amostra, não inferior a 6 mg/L O2; j) turbidez até 40

unidades nefelométrica de turbidez (UNT); l) cor verdadeira: nível de cor natural


do corpo de água em mg Pt/L; e m) pH: 6,0 a 9,0.

66
UNIDADE 16 - PNUMA - O PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO
AMBIENTE.

O PNUMA, principal autoridade global em meio ambiente, é a agência do


Sistema das Nações Unidas (ONU) responsável por promover a conservação do

meio ambiente e o uso eficiente de recursos no contexto do desenvolvimento


sustentável.

Estabelecido em 1972, o PNUMA tem entre seus principais objetivos manter


o estado do meio ambiente global sob contínuo monitoramento; alertar povos e

nações sobre problemas e ameaças ao meio ambiente e recomendar medidas


para melhorar a qualidade de vida da população sem comprometer os recursos e

serviços ambientais das gerações futuras.


No Brasil, o PNUMA trabalha para disseminar, entre seus parceiros e a

sociedade em geral, informações sobre acordos ambientais, programas,


metodologias e conhecimentos em temas ambientais relevantes da agenda global

e regional e, por outro lado, para promover uma participação e contribuição mais
intensa de especialistas e instituições brasileiras em fóruns, iniciativas e ações

internacionais.
O PNUMA opera ainda em estreita coordenação com organismos regionais

e subregionais e cooperantes bilaterais, bem como com outras agências do


Sistema ONU instaladas no país.

Dentre as principais áreas temáticas de atuação do PNUMA no período 2010-2011


estão as mudanças climáticas, a gestão de ecossistemas e biodiversidade, o uso

eficiente de recursos e o consumo e produção sustentáveis e a governança


ambiental.

Nessas áreas, o PNUMA procura contribuir para o diálogo entre os


gestores públicos, atores da sociedade civil, do setor privado e acadêmico, ao

abordar temas como:

67
• Compilação e análise integrada de informações sobre o estado do meio

ambiente e os impactos de processos de desenvolvimento sobre os


recursos naturais, com objetivo de produzir subsídios para tomadores de

decisão e apoiar a elaboração de políticas ambientais.


• Identificação e desenvolvimento de alternativas para minimizar impactos

negativos ao meio ambiente causados por padrões insustentáveis de


produção e consumo, enfocando, principalmente, na eficiência de recursos.

• Assistência ao desenvolvimento de capacidade, de conhecimento cinético e

transferência de tecnologias para fortalecer a implementação de acordos


ambientais multilaterais.

• Implementação de ações integradas e de cooperação sul-sul entre países


em desenvolvimento no âmbito de blocos regionais e subregionais.

• Promoção de parcerias para integrar o setor privado em uma nova cultura


de responsabilidade ambiental e criação de espaços para a preparação e

participação da sociedade civil e setores acadêmicos em projetos de


gestão ambiental e desenvolvimento sustentável.

Agenda21

A Agenda21 é uma roteirização e mapeamento para a construção de uma


sociedade sustentável.

A Agenda 21 está voltada para os problemas prementes de hoje e tem o


objetivo, ainda. de preparar o mundo para os desafios do próximo século. Reflete

um consenso mundial e um compromisso político no nível mais alto no que diz


respeito a desenvolvimento e cooperação ambiental. O êxito de sua execução é

responsabilidade, antes de tudo, dos Governos. Para concretizá-la. São cruciais as


estratégias, os planos, as políticas e os processos nacionais. A cooperação

internacional deverá apoiar e complementar tais esforços nacionais. Nesse


contexto, o sistema das Nações Unidas tem um papel fundamental a

desempenhar. Outras organizações internacionais, regionais e sub-regionais

68
também são convidadas a contribuir para tal esforço. A mais ampla participação

pública e o envolvimento ativo das ONGs organizações não governamentais e de


outros grupos também devem ser estimulados.

Cabe à economia internacional oferecer um clima internacional propício à


realização das metas relativas a meio ambiente e desenvolvimento, das seguintes

maneiras:
a) Promoção do desenvolvimento sustentável por meio da liberalização do

comércio;

b) Estabelecimento de um apoio recíproco entre comércio e meio ambiente;


c) Oferta de recursos financeiros suficientes aos países em desenvolvimento

e iniciativas concretas diante do problema da dívida internacional;


d) Estímulo a políticas macroeconômicas favoráveis ao meio ambiente e ao

desenvolvimento.

Objetivos
Nos anos vindouros e levando em consideração os resultados da Rodada

Uruguai de negociações comerciais multilaterais, os Governos devem continuar. a


empenhar-se para alcançar os seguintes objetivos:

a) Promover um sistema comercial aberto, não-discriminatório e equitativo' que


possibilite a todos os países, em especial aos países em desenvolvimento,

aperfeiçoar suas estruturas econômicas e aperfeiçoar o nível de vida de suas


populações por meio do desenvolvimento econômico sustentado.

b) Aperfeiçoar o acesso aos mercados das exportações dos países em


desenvolvimento;

c) Aperfeiçoar o funcionamento dos mercados de produtos básicos e adotar


políticas saudáveis, compatíveis e coerentes, nos planos nacional e internacional,

com vistas a otimizar a contribuição do setor dos produtos básicos ao


desenvolvimento sustentável, levando em conta considerações ambientais;

69
d) Promover e apoiar políticas internas e internacionais que façam o crescimento

econômico e a proteção ambiental apoiarem-se mutuamente. Atividades


a) Cooperação e coordenação. Internacional e regional Promoção de um sistema

de comércio internacional que leve em consideração as necessidades dos países


em desenvolvimento

Por conseguinte, a comunidade internacional deve:


a) Interromper e fazer retroceder o ·protecionismo, a fim de ocasionar uma maior

liberalização e explosão do comércio mundial, em benefício de todos os países,

em especial dos países em desenvolvimento;


b) Providenciar um sistema de comércio internacional equitativo, seguro, não

discriminatório e previsível;
c) Facilitar, de forma oportuna, a integração de todos os países à economia

mundial e ao sistema de comércio internacional;


d) Velar para que as políticas ambientais e as políticas comerciais sejam de apoio

mútuo, com vistas a concretizar o desenvolvimento sustentável;


e) Fortalecer o sistema de políticas comerciais internacionais procurando atingir,

tão depressa quanto possível, resultados equilibrados, abrangentes e positivos na


Rodada Uruguai de negociações comerciais multilaterais.

70
UNIDADE 17 - QUESTÃO AMBIENTAL E A EDUCAÇÃO.

A Conferência de Belgrado
A Conferência de Belgrado foi realizada na própria cidade, a capital da

antiga Iugoslávia (hoje (Sérvia). Nesse evento elaboram-se as bases para a


Educação Ambiental, denominada de Programa Internacional de Educação

Ambiental – PIEA (IEEP).


Trechos da carta de Belgrado:

nossa geração tem testemunhado um crescimento econômico e um


progresso tecnológico sem precedentes, os quais, ao tempo em que
trouxeram benefícios para muitas pessoas, produziram também sérias
consequências ambientais e sociais. As desigualdades entre pobres e
ricos, nos países e entre países, estão crescendo, e há evidências de
crescente deterioração do ambiente físico, numa escala mundial. Essas
condições, embora primariamente causadas por um número
relativamente pequeno de países, afetam toda a humanidade. [1] (DIAS:
2000, p. 101)

Pela carta de Belgrado, notamos uma preocupação com a forma como o

desenvolvimento econômico e tecnológico está sendo conduzido e com as


desigualdades geradas por ele, separando ricos e pobres seja na forma

populacional ou geopolítica. A proposta é que todos tenham acesso a essas


melhorias, aumentando, assim, a qualidade de vida da população.

nós necessitamos de uma nova ética global – uma ética que promova
atitudes e comportamentos para os indivíduos e sociedades, que sejam
consonantes com o lugar da humanidade dentro da biosfera; que
reconheça e responda, com sensibilidade, às complexas e dinâmicas
relações entre a humanidade e a natureza e entre os povos. Mudanças
significativas devem ocorrer em todas as nações do mundo, para
assegurar o tipo de desenvolvimento racional que será orientado por
essa nova ideia global – mudanças que serão direcionadas para uma
distribuição equitativa dos recursos da Terra, e atender mais às
necessidades dos povos. [4] (DIAS: 2000, p. 102).

Após a conferência de Belgrado, ocorreu a Primeira Conferência


Intergovernamental sobre Educação Ambiental, na Geórgia, conhecida como

Conferência de Tbilisi

71
Essa conferência ficou marcada pela crítica feita ao modelo de

desenvolvimento econômico que leva à degradação irreparável do meio


ambiente.

segundo esse documento, nos últimos decênios, o homem, utilizando o


poder de transformar o meio ambiente, modificou rapidamente o
equilíbrio da natureza. Como resultado, as espécies ficaram
frequentemente expostas a perigos que poderiam ser irreversíveis.
(DIAS: 2000, p. 104)

O atual Modelo de Desenvolvimento Econômico está embasado na relação


capitalista lucro-produção, produção-lucro. Essa relação pode conduzir a dois

caminhos ambíguos, gerando de um lado uma sociedade de consumo; do outro,


uma sociedade excluída. De qualquer forma, o caminho é único: a degradação

ambiental, com a perda da qualidade de vida e a perda da qualidade de


experiência humana. Perder a qualidade da experiência humana é perder parte

de sua própria identidade.


Esse modelo de desenvolvimento econômico, baseado na relação lucro-

produção-consumo, age de forma a aumentar a demanda sobre os recursos


naturais que leva a uma intensa degradação ambiental.

O Modelo Atual de Desenvolvimento Econômico podem assim ser retratado, veja


o quadro abaixo:

A Educação Ambiental é muito importante, pois pode permitir o


desenvolvimento de um maior conhecimento o que ajudaria a mudar os valores

da sociedade pela adoção de novas atitudes.

72
CATEGORIAS DE OBJETIVOS DA EA:
1. Consciência:... ajudar os indivíduos e grupos sociais a
sensibilizarem-se e a adquirirem consciência do meio ambiente global e
suas questões;
2. Conhecimento:... a adquirirem diversidade de experiências e
compreensão fundamental sobre o meio ambiente e seus problemas;
3. Comportamento:... a comprometerem-se com uma série de
valores, e a sentirem interesse pelo meio ambiente, e participarem da
proteção e melhoria do meio ambiente;
4. Habilidades:... adquirirem as habilidades necessárias para
identificar e resolver problemas ambientais;
5. Participação: proporcionar... a possibilidade de participarem
ativamente das tarefas que têm por objetivo resolver os problemas
ambientais.
(DIAS, 2000, p. 111)

Os objetivos da Educação Ambiental é mostrar uma nova realidade social,

econômica, política, cultural que leve a uma visão holística. Esse é o novo
paradigma um mundo com uma visão da totalidade, isto é, de um todo integrado,

não mais uma visão cartesiana das partes, uma visão fracionada sem fazer
associações. Além disso, ela deve promover um maior conhecimento para que a

sociedade mude seus hábitos, costumes e comportamentos.

73
Sustentabilidade e Educação Ambiental

Nesta unidade objetivamos estabelecer uma relação entre educação


ambiental e desenvolvimento econômico.

O Brasil, na década de 1960 – 1970, era um país subdesenvolvido


industrializado e, para chegar o patamar dos países desenvolvidos, necessitava

fazer uma modernização, para crescer e empregar a numerosa mão de obra que
saía do campo em direção à cidade. Tal modernização estava atrelada a uma

tecnologia oriunda dos países do centro do sistema capitalista, mas gerava

emprego, ainda que houvesse a penetração das multinacionais.


Nessa concepção, a tecnologia se torna o fator fundamental para o

crescimento econômico do país e vem ao encontro do pensamento Brasil


potência, do Brasil grande. O que realmente importava era o crescimento do país,

mesmo com grande sacrifício da população.


Esse foi o modelo de desenvolvimento do país, um modelo concentrador

de renda e de um lado, uma minoria da população com grande capacidade de


acúmulo, de consumo, de desperdício; do outro lado, havia um grande

contingente da população sem acesso a uma boa renda, com baixo poder
aquisitivo, propiciando uma grande disparidade social.

Além disso, esse modelo de desenvolvimento estava atrelado à


dependência do sistema central dos países ricos e suas tecnologias. Era um típico

desenvolvimento dependente da relação centro – periferia. Hoje, pode-se dizer


que, na relação norte rico e sul pobre, em que os países do norte rico

desenvolvem tecnologias e repassam aos países do sul pobre, observa-se o


surgimento da mão de obra barata, oriunda dos países pobres.

Para alcançar o novo paradigma, é preciso mudar essa concepção de


educação colocada até então. Nesse contexto, a Educação Ambiental passa a

nortear essa visão que deve romper com a antiga e conservadora modernização.

essa Educação Ambiental que se está procurando balizar é crítica aos


paradigmas cientificistas que informam a sociedade moderna urbano-
industrial, ao seu modelo de desenvolvimento que se concretiza em sua

74
proposta de uma modernização que é conservadora, porque mantém o
status quo (situação atual), e que procura, de acordo com sua
racionalidade,direcionar uma compreensão sobre desenvolvimento
sustentável. (GUERRA, 2003, p. 82).

Com o avanço da preocupação com as questões ambientais, novas críticas


são feitas ao modelo de desenvolvimento econômico, que passa a ser

questionado cada vez mais.


A sociedade também sofre pressão com o novo modelo que começa a

surgir, ela passa a ser questionada pelo seu individualismo e materialismo do


verbo ter, em que sua essência não está sendo valorizada, isto é, o Homem,

enquanto ser, é menos importante que o Homem e seu poder de acumulação de


bens.

A nova Educação, juntamente com a Educação Ambiental, deve ser crítica,


voltada para os valores da sociedade moderna que pensa e reflete sobre os

principais problemas dessa sociedade e o seu meio ambiente. Essa Educação está
muito além dos livros, pois ela busca sustentabilidade, de acordo com sua

sociedade, com sua cultura e com o meio ambiente em que estamos inseridos.
Bem, para que possamos trabalhar melhor a Educação Ambiental faltou o

principal questionamento desse módulo, que veremos abaixo.

O que é Educação Ambiental?


Segundo a nossa constituição a Lei n° 9795/1999

CAPÍTULO I
DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

o
Art. 1 Entendem-se por educação ambiental os processos por meio
dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a
conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial
à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

Dentre as diretrizes que orientam a Educação Ambiental podemos destacar

a transversalidade e a interdisciplinaridade.

75
Segundo a nossa constituição a Lei n° 9795/1999

CAPÍTULO II
DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Seção I
Disposições Gerais
o
Art. 6 É instituída a Política Nacional de Educação Ambiental.
o
Art. 7 A Política Nacional de Educação Ambiental envolve em sua
esfera de ação, além dos órgãos e entidades integrantes do Sistema
Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, instituições educacionais
públicas e privadas dos sistemas de ensino, os órgãos públicos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e organizações
não-governamentais com atuação em educação ambiental.

76
UNIDADE 18 - ANÁLISE TÉCNICA DOS ESTUDOS AMBIENTAIS.

Deficiências em análise de impacto ambiental no Brasil:

• Estudo de alternativas
• Delimitação das áreas de influências

• Diagnóstico ambiental
• Diagnóstico ambiental: meios físicos e biótico

• Diagnóstico ambiental meio antrópico

• Identificação, caracterização e análise dos impactos ambientais


• Cumulatividade e sinergia de impactos

• Mitigação e compensação de impactos


• Programa de monitoramento e acompanhamento ambiental

• Rima

1) Estudo de alternativas, principais problemas:


Ausência de proposição de alternativas.

Alternativas inferiores à selecionada no EIA.


Sobreposição dos aspectos econômicos sobre o meio ambiente.

2) Delimitação das áreas de influências principais problemas:

Não classificação da bacia hidrográfica.


Caracterização das áreas de influências das áreas naturais e a realidade social.

3) Diagnóstico ambiental, principais problemas:

Prazo curto para a pesquisa de campo.


Caracterização da área com base em dados secundários.

Metodologia insuficiente ou ausente.


Falta de integração dos dados.

77
4) Diagnóstico ambiental: meios físicos e biótico, principais problemas:

Ausência ou ineficiência e problemas de escala dos mapas.


Ausência de informações sobre a bacia hidrográfica.

Informações incorretas ou imprecisas.


Ausência ou insuficiência de informações sobre a vegetação.

Ausência ou insuficiência de informações sobre a pedologia, geomorfologia,


resíduos sólidos, poluição do ar, da água, etc.

Ausência ou insuficiência de informações sobre a precipitação e escoamento

superficial.

5) Diagnóstico ambiental meio antrópico, principais problemas:


Metodologia e pesquisa insuficiente ou ineficazes.

Ausência ou insuficiência de dados sobre o patrimônio cultural.


Ausência ou insuficiência de dados socioculturais.

Caracterização de dados socioeconômicos insuficientes ou genéricos.

6) Identificação, caracterização e análise dos impactos ambientais, principais


problemas:

Omissão, não identificação, generalização ou identificação parcial de impactos.


Metodologia com omissão de dados ou justificativas para os impactos.

7) Cumulatividade e sinergia de impactos, principais problema:

A não consideração de aspectos.

8) Mitigação e compensação de impactos, principais problemas:


Proposta de medidas que não solucionam ou são pouco significativas para o

impacto.
Medidas mitigadoras pouco detalhadas.

Não incorporação de propostas dos grupos sociais afetados.

78
Ausência de avaliação da eficiência das medidas mitigadoras propostas.

9) Programa de monitoramento e acompanhamento ambiental, principais

problemas:
Conceitos errados na indicação de monitoramento.

Ausência de proposta de monitoramento de impactos específicos.

10) Rima, principais problemas:

Documento incompleto.
Linguagem inadequada.

Verificação do conteúdo de um EIA:

 Descrição do projeto.
 Descrição dos impactos.

 Mitigação.
 Dificuldades na compilação das informações.

 Rima.

Descrição do projeto:
 Explicar os objetivos do projeto.

 Explicar os propósitos do projeto.


 Indicar a quantidade de resíduos e poluentes estimados.

 Indicar os meios de resíduos e poluentes estimados.


 Indicar as faixas de variações do poluentes.

Descrição dos impactos:

 Descrever os efeitos diretos, indiretos e ou secundários da construção e


operação.

 Definir importância de decisão de cada tipo de impacto.

79
 Definir a magnitude e natureza dos impactos descritos.

Mitigação:

 Descrição das razões de cada tipo de mitigação.


 Verificar se houve outras opções apresentadas.

 Verificar se houve algum efeito ambiental não previsto. Se houve


investigar e defini-lo.

Dificuldades na compilação das informações:


 Relatar se houve alguma dificuldade na coleta ou análise de dados para

prever impacto.

Rima:
 O documento deve estar completo.

 O documento deve estar em linguagem adequada.

80
UNIDADE 19 - IMPACTO AMBIENTAL.

ESTUDANDO E REFLETINDO

Análise de Riscos
TIPOS DE RISCOS AMBIENTAIS:

AGUDOS – acidentes industriais;


CRÔNICOS – exposição da população a agentes físicos como poluição sonora; ou

químicos como substâncias químicas na água ou no solo.

Classes de riscos é outra forma de classificar os riscos:


*análise de segurança (avaliação de risco probabilística e quantitativa)

* análise de risco à saúde


* avaliação de risco ecológico

Risco natural atmosférico

Processos meteorológico climático:


1- temporalidade curta – tornados; chuva de granizo; raios; tromba d’água.

2- temporalidade longa – secas.


Riscos naturais hidrológicos: Enchentes; inundações.

81
Riscos naturais geológicos:

Processos endógenos – abalos sísmicos; tsunamis; vulcanismos.


Processos exógenos – escorregamentos; erosões; assoreamentos;

Riscos naturais biológicos:


1) organismos patogênicos

2) seres vivos
Riscos naturais siderais: Com origem fora do planeta, como chuva de meteoros,

queda de meteoritos.

Riscos tecnológicos: são aqueles ligados diretamente à ação humana.


Podem ser agudos ou crônicos.

Riscos agudos – tempo curto, estão ligados a causa e efeito, são mais fáceis de
identificar.

Riscos crônicos – tempo médio e longo, são mais difíceis de serem identificados.
Riscos tecnológicos agudos

Acidentes industriais; vazamento de óleo; explosões.


Riscos tecnológicos crônicos

Risco à saúde humana e dos ecossistemas.


Exposição da população a agentes físicos como poluição sonora; ou

químicos como substâncias químicas na água ou no solo.


Em análise de risco temos dois conceitos básicos:

1) o conceito de perigo;
2) o conceito de risco.

Em avaliação de impacto ambiental, a preocupação com o risco é


principalmente com os riscos tecnológicos, sendo os riscos agudos os que mais

chamam a atenção.
Perigo é definido como uma situação que tem potencial de acarretar

consequências indesejáveis. O perigo é uma característica intrínseca a uma


substância natural ou sintética.

Uma instalação ou artefato (refinaria de petróleo).

82
O risco é conceituado como a contextualização de uma situação de perigo,

ou seja, a possibilidade da materialização do perigo ou de um evento indesejável.


A Avaliação de Impacto Ambiental serve de ferramenta para planejar a

Gestão Ambiental.
O sistema de gestão ambiental (SGA) trabalha com fatos potenciais. Sendo

assim as medidas de gestão propostas em um eia só serão aplicadas com o


empreendimento aprovado.

A diferença entre um SGA e um licenciamento ambiental decorre do fato

de este possuir três etapas: LP/LI/LO. O SGA costuma limitar-se a etapa de


operação.

O desempenho ambiental da atividade será mais satisfatório quando as


ações do empreendimento forem planejadas e assegurar a proteção ambiental,

que é uma das finalidades do AIA (avaliação de impacto ambiental).


A avaliação de impacto ambiental foi por muito tempo feita para minimizar

ou evitar consequências negativas dos empreendimentos.


Hoje o enfoque é mais dinâmico e amplo, ao invés de se limitar a reduzir o

impacto, procura analisar de forma múltipla e holística, analisando os atores


sociais, contribuindo para a recuperação da qualidade ambiental, para o

desenvolvimento social e por fim para o desenvolvimento da atividade


econômica.

O plano de gestão ambiental resultante da avaliação de impacto ambiental


ou de risco de impacto ambiental de um projeto é uma ferramenta de

fundamental importância para a efetivação do desenvolvimento sustentável.


Vamos ver agora três condições par que um SGA tenha condições de ser

realizado:
A primeira condição é a preparação meticulosa do plano de gestão,

orientado para minimizar os impactos significativos e reduzir as incertezas sobre


os impactos reais.

83
A Segunda Condição Está No Envolvimento Dos Diversos Setores Na

Elaboração Do Plano De Gestão, Devem Estar Envolvidos Nessa Elaboração O


Empreendedor, A Sociedade Civil, O Governo E Até Mesmo ONGs.

A terceira condição é a adequada implantação prevista no plano de gestão


dentro dos prazos previstos, isto é, o cumprimento do cronograma.

Ações mitigadoras:

São propostas que tem como objetivo reduzir a magnitude ou a

importância dos impactos ambientais.


Modificações no projeto para evitar ou reduzir impactos adversos também

são medidas mitigadoras.


PREFERÊNCIAS NO CONTROLE DE IMPACTOS AMBIENTAIS

EVITAR IMPACTOS E PREVENIR RISCOS

REDUZIR OU MINIMIZAR IMPACTOS NEGATIVOS

COMPENSAR IMPACTOS NEGATIVOS QUE NÃO PODEM


SER EVITADOS OU REDUZIDOS

RECUPERAR O AMBIENTE DEGRADADO AO FIANL DE


CADA ETAPA DO CICLO DE VIDA DO
EMPREENDIMENTO

Legislação Ambiental
As coisas que fogem ao controle natural requerem legislação própria. Com

questões relativas ao Meio Ambiente, não é nada diferente. Vamos estudar as leis
e refletir sobre elas, nesta unidade.

84
A Constituição Federal, documento máximo a nos reger, explicita a ideia de

meio ambiente, como se pode depreender abaixo.

“Constituição Federal - Art. 225. Todos têm direito ao meio


ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se
ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”

O Brasil vem se preocupando cada vez mais com a questão ambiental. Isso

é notório na nossa legislação, como, por exemplo, na Política Nacional do Meio


Ambiente, na Resolução CONAMA, o Código Florestal (que está sendo

reformulado), na Lei da Natureza do IBAMA, na Política Nacional da


Biodiversidade e Conservação da Biodiversidade dentre outras.

A legislação Ambiental brasileira teve um avanço significativo, a partir de


1981, com a criação da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6938 de 31 de

agosto de 1981), cujo objetivo é: “a preservação, melhoria e recuperação da


qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao

desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à


proteção da dignidade da vida humana”.
Política ambiental declaração da organização, expondo suas intenções e
princípios em relação ao seu desempenho ambiental global, que provê
uma estrutura para ação e definição de seus objetivos e metas
ambientais. (NBR ISO 14001)
Meta ambiental requisito de desempenho detalhado, quantificado
sempre que exequível, aplicável à organização ou partes dela, resultante
dos objetivos ambientais e que necessita ser estabelecido e atendido
para que tais objetivos sejam atingidos. (NBR ISO 14001)

As nossas cidades vêm sofrendo com o problema dos resíduos sólidos e


seu destino final. Trata-se de um dos principais problemas ambientais da

atualidade. Essa problemática está enfatizada na resolução CONAMA/86.

85
UNIDADE 20 - PLANEJAMENTO AMBIENTAL.

CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE


Compreender o que é Planejamento Ambiental.

ESTUDANDO E REFLETINDO

São processos de ações, bem como, mecanismos de sintetização de ações


que pode e deve ser utilizado em diversas áreas do conhecimento, visando atingir

metas e objetivos de caráter ambiental. Ele facilita a tomada de decisões para a

realização de um desenvolvimento sustentável.

Objetivos
a) Tomar decisões de acordo com os conceitos de desenvolvimento sustentável.

b) Gerenciar processos de forma racional e com eficácia.


c) Propor novas alternativas para o desenvolvimento das gerações futuras.

d) Melhorar ou manter os ecossistemas aquáticos saudáveis.


e) Melhorar ou manter ecossistemas saudáveis terrestres.

f) Melhorar ou manter a qualidade da água (marinha, de água doce, água


potável).

O Planejamento Ambiental (PA) avalia o espaço físico não só como um

reflexo dos processos naturais, mas também como expressão das contradições da
sociedade nas formas de apropriação e exploração da terra e dos recursos

naturais.
O Planejamento Ambiental (PA) é um processo que diagnostica paisagens

através de uma abordagem multidisciplinar. Aponta para as diversas intervenções


antrópicas no meio natural e interpreta as características culturais e sociais das

comunidades podendo chegar a definir cenários que alteram os anseios das


comunidades envolvidas - dado o objetivo da qualidade de vida dessas

populações e seus habitats.

86
O Planejamento Ambiental deve ser tratado nos eixos horizontal e vertical

considerando sempre trocas de energia e matéria, modelando os ecossistemas,


suas relações e interdependências. Por exemplo, a questão do Reflorestamento:

onde, pela questão da estratificação há necessidade do conhecimento profundo


dos dois eixos. Larguras, faixas, espaço longitudinal, camadas verticais da

vegetação, do processo de interação temporal. Ainda, elementos da legislação -


medidas e observações que vão ser transformadas em índices (exemplo da mata

ciliar).

No processo de Planejamento Ambiental, mesmo indo a Gestão Ambiental


- considerar a relatividade do que é "Qualidade de Vida". Neste caso, ponderando

elementos e aspectos dos recursos naturais em conjunto a sociedade, e mesmo


na própria definição de Sustentabilidade.

www.google.com.br/imgres?imgurl=https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/2d/Processo_planeja
mento

87
Gestão Ambiental

Sistema de Gestão Ambiental é a parte do sistema de gestão global que


inclui estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades,

práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar,


atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental. (ISO 14001: 2004)

A Gestão Ambiental deve estar embasada por pressupostos de uma ética


ambiental e estar preocupada com o bem estar de gerações futuras. Essa visão

ética do meio ambiente fez com que as empresas repensassem seus valores,

mudando sua visão mecanicista fracionada em partes dissociadas, para uma visão
mais ampla e integrada com o ambiente, isto é, uma visão holística.

o objetivo do gerenciamento ecológico é minimizar o impacto


ambiental e social das empresas, e tomar todas as suas operações tão
ecológica mente corretas quanto possível. (CALLENBACH, et al: 1993,
p.86)

Para o funcionamento desse novo paradigma, fazem-se necessárias

mudanças nos projetos da linha de produção, com responsabilidade e sobre o


impacto ambiental que o seu produto está produzindo.

Deve haver uma melhor utilização (otimização) de energia, água, matérias


primas que são elementos essenciais para as empresas e principalmente para a

sociedade.
Essa crise ecológica está associada a uma crise da própria sociedade e de

seu sistema econômico. Nas últimas décadas, o desenvolvimento tecnológico


está cada vez mais veloz, levando a uma acentuada separação entre o mundo rico

e o mundo pobre.

A crise ecológica atinge o atual modelo de desenvolvimento econômico,


fazendo o mundo pensar numa nova vestimenta para o meio ambiente. Nessa

perspectiva, a gestão ambiental deve garantir a sociedade como um todo e que


as ações geradas pelas empresas tenham um menor impacto ambiental.

A Gestão Ambiental acompanha essa evolução da sociedade e do seu


pensamento atual global que se preocupa cada vez mais com a utilização dos

88
recursos naturais e com a degradação que possa ser causada a ele. A Gestão

Ambiental age também na recuperação de área já degrada.


A Gestão Ambiental busca minimizar os impactos ambientais provocados

pela ação do homem, isto é, das empresas recuperando áreas degradas.

89
POLO EAD
Av. Ernani Lacerda de Oliveira, 100
Bairro: Pq. Santa Cândida
CEP: 13603-112 Araras / SP
(19) 3321-8000
ead@unar.edu.br

0800-772-8030
www.unar.edu.br

Você também pode gostar