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Pode-se dizer que o movimento ambiental começou séculos atrás, como uma resposta à
industrialização. No século XIX, os poetas românticos britânicos exaltaram as belezas da
natureza, enquanto o escritor americano Henry David Thoreau pregava o retorno da vida
simples, regrada pelos valores implícitos na natureza. Foi uma dicotomia que continuou
até o século XX.
Após a Segunda Guerra Mundial, a era nuclear fez surgir temores de um novo tipo de
poluição por radiação. O movimento ambientalista ganhou novo impulso em 1962 com a
publicação do livro de Rachel Carson, “A Primavera Silenciosa”, que fez um alerta sobre o
uso agrícola de pesticidas químicos sintéticos. Cientista e escritora, Carson destacou a
necessidade de respeitar o ecossistema em que vivemos para proteger a saúde humana e
o meio ambiente.
Em 1969, a primeira foto da Terra vista do espaço tocou o coração da humanidade com a
sua beleza e simplicidade. Ver pela primeira vez este “grande mar azul” em uma imensa
galáxia chamou a atenção de muitos para o fato de que vivemos em uma única Terra – um
ecossistema frágil e interdependente. E a responsabilidade de proteger a saúde e o bem-
estar desse ecossistema começou a surgir na consciência coletiva do mundo.
Com o fim da tumultuada década de 1960, seus mais altos ideais e visões começaram ser
colocados em prática. Entre estes estava a visão ambiental – agora, literalmente, um
fenômeno global. Enquanto a preocupação universal sobre o uso saudável e sustentável
do planeta e de seus recursos continuou a crescer, em 1972 a ONU convocou a
Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, em Estocolmo (Suécia).
O evento foi um marco e sua Declaração final contém 19 princípios que representam
um Manifesto Ambientalpara nossos tempos. Ao abordar a necessidade de “inspirar e
guiar os povos do mundo para a preservação e a melhoria do ambiente humano”, o
Manifesto estabeleceu as bases para a nova agenda ambiental do Sistema das Nações
Unidas.
Burtland foi uma escolha natural para este papel, à medida que sua visão da saúde
ultrapassa as barreiras do mundo médico para os assuntos ambientais e de
desenvolvimento humano. Em abril de 1987, a Comissão Brundtland, como ficou
conhecida, publicou um relatório inovador, “Nosso Futuro Comum” – que traz o conceito de
desenvolvimento sustentável para o discurso público.
“Um mundo onde a pobreza e a desigualdade são endêmicas estará sempre propenso à
crises ecológicas, entre outras…O desenvolvimento sustentável requer que as sociedades
atendam às necessidades humanas tanto pelo aumento do potencial produtivo como pela
garantia de oportunidades iguais para todos.”
“Muitos de nós vivemos além dos recursos ecológicos, por exemplo, em nossos padrões
de consumo de energia… No mínimo, o desenvolvimento sustentável não deve pôr em
risco os sistemas naturais que sustentam a vida na Terra: a atmosfera, as águas, os solos
e os seres vivos.”
Mas a Agenda 21 foi além das questões ambientais para abordar os padrões de
desenvolvimento que causam danos ao meio ambiente. Elas incluem: a pobreza e a
dívida externa dos países em desenvolvimento; padrões insustentáveis de produção e
consumo; pressões demográficas e a estrutura da economia internacional. O programa de
ação também recomendou meios de fortalecer o papel desempenhado pelos grandes
grupos – mulheres, organizações sindicais, agricultores, crianças e jovens, povos
indígenas, comunidade científica, autoridades locais, empresas, indústrias e ONGs – para
alcançar o desenvolvimento sustentável.
Para assegurar o total apoio aos objetivos da Agenda 21, a Assembleia Geral estabeleceu,
em 1992, aComissão para o Desenvolvimento Sustentável como uma comissão funcional
do Conselho Econômico e Social.
Na Cúpula da Terra, ficou acordado que a maior parte dos financiamentos para a Agenda
21 viria dos setores públicos e privados de cada país. No entanto, foram necessários
recursos novos e adicionais para ajudar os esforços dos países em desenvolvimento para
implementar as práticas de desenvolvimento sustentável e proteger o meio ambiente
global.
A lista dos órgãos ativos da ONU para ajudar o meio ambiente e o desenvolvimento
sustentável inclui o Banco Mundial, o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD), a Organização Marítima Internacional (OMI), a Organização das
Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), a Organização das Nações
Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Programa das Nações Unidas para
Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT), a Organização das Nações Unidas para
Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e a Agência Internacional de Energia Atômica
(AIEA).