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Introdução

As conferências sobre o meio ambiente reuniram os principais líderes


mundiais em torno de temas referentes à preservação da natureza e ao
desenvolvimento sustentável. Com o avanço do conhecimento científico e
das técnicas de estudo sobre o meio natural, ampliaram-se os alardes –
sobretudo após a Segunda Guerra Mundial – a respeito dos impactos
gerados pelas atividades humanas sobre o meio natural. O
desenvolvimento da ecologia, já no século anterior, e a difusão dessa área
do conhecimento contribuíram para elevar o número de cientistas que
apontavam sobre os efeitos danosos da evolução das sociedades no
sistema capitalista.

Nesse contexto, ocorreu aquilo que costuma ser denominado como


o “despertar da consciência ecológica”, o que foi marcado pela tentativa
de muitos países em promover formas alternativas de desenvolvimento
que integrassem a preservação da natureza e dos recursos naturais.
Surgiram, assim, as principais conferências sobre o meio ambiente, que
passaram a versar sobre as melhores estratégias, metas e ações pautadas
sob uma perspectiva ambiental.

As principais conferências ambientais internacionais foram as


de Estocolmo, em 1972, a ECO – 92 ou Rio – 92 ; a Rio+10, em 2002, e a Rio20+,
em 2012.
Capítulo 1 – A conferência de Estocolmo

Introdução

A Conferência de Estocolmo ou Conferência das Nações Unidas sobre o Meio


Ambiente Humano ocorreu entre 5 e 16 de junho de 1972, na capital da Suécia.

Esse foi o primeiro evento organizado pela Organização das Nações Unidas
(ONU) para discutir questões ambientais de maneira global.

A Conferência é considerada um marco na história da preservação do meio


ambiente, pois pela primeira vez, dirigentes do mundo inteiro se reuniram para
falar sobre o tema.

Objetivos da Conferência de Estocolmo

A Conferência de Estocolmo teve como objetivo discutir as consequências da


degradação do meio ambiente como:

• Discutir as mudanças climáticas e a qualidade da água


• Debater soluções para reduzir os desastres naturais
• Reduzir e encontrar soluções para a modificação da paisagem
• Elaborar as bases do desenvolvimento sustentável
• Limitar a utilização de pesticidas na agricultura
• Reduzir a quantidade de metais pesados lançados na natureza

O encontro também abordou as políticas de desenvolvimento humano e a


busca por uma visão comum de preservação dos recursos naturais.

Participantes e discussões

A Conferência de Estocolmo contou com representantes de 113 países, entre


eles o Brasil, e de 400 organizações governamentais e não-governamentais.

Houve duas posições antagônicas nesta conferência: os países desenvolvidos


que defendiam o preservacionismo e os países em desenvolvimento, que
alegavam a utilização dos recursos naturais para sua promoção econômica.

Estes últimos não concordaram com as metas de redução das atividades


industriais, visto que tal ação poderia comprometer a economia.
Ao mesmo tempo, outros mostraram-se empenhados em cumprir os acordos
estabelecidos. Por exemplo, os Estados Unidos comprometeram-se em reduzir
a poluição em seu território.

O debate durante a conferência foi inflamado pela necessidade de adoção de


um novo modelo de desenvolvimento econômico. Algo que conciliasse o uso
das reservas naturais não renováveis, como o petróleo, ao mesmo tempo que
não reduzisse o crescimento econômico.

Brasil na Conferência de Estocolmo

O Brasil foi um país decisivo em muitas das discussões promovidas. O País,


que estava em pleno "milagre econômico", defendeu o uso dos recursos
naturais a qualquer custo, sem se importar com a preservação ambienta.

O Ministro Costa e Cavalcanti, Ministro do Interior e chefe da delegação


brasileira durante o evento, declarou:

Desenvolver primeiro e pagar os custos da poluição mais tarde.

Princípios da Conferência de Estocolmo


Após os debates foi elaborado o documento intitulado "Declaração sobre o
Meio Ambiente Humano".

Entre os princípios desta Declaração está o reconhecimento de que os recursos


naturais necessitam de gestão adequada para não serem esgotados. Afinal,
estes precisam estar presentes e disponíveis para as gerações futuras.

O documento aponta que a capacidade de produção de recursos renováveis do


planeta deve ser mantida e, se possível, melhorada e restaurada.

Entre os princípios da Declaração sobre o Meio Ambiente Humano estão:

• Descarte correto de substâncias tóxicas


• Apoio à luta contra a poluição
• Prevenção à poluição em mares, utilização legítima do mar
• Garantia de ambiente seguro para assegurar a melhoria da qualidade de
vida
• Assistência financeira e transferência de tecnologia para os países em
desenvolvimento
• Melhoria das políticas adequadas dos estados-membros da ONU
• Gestão racional dos recursos naturais em benefício de toda a população
• Investimento em educação e pesquisa
• Eliminação completa das armas de destruição em massa, como bombas
nucleares

Importância da Conferência de Estocolmo


Embora nenhum acordo concreto fosse concluído em Estocolmo, a
Conferência abriu caminho para o desenvolvimento sustentável, o Direito
Ambiental e a consciência ecológica.

Também inaugurou a agenda mundial de discussões ambientais, e após a sua


realização, a ONU criou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

De igual maneira foi decidido que o dia 5 de junho, quando se iniciou a


conferência, seria comemorado o Dia do Meio Ambiente.

Capítulo 2 – Rio 92 ou ECO 92

Introdução
A ECO-92 aconteceu no Rio de Janeiro em 1992. Importantes resultados e
compromissos foram obtidos dessa conferência, considerada uma das
mais importantes já realizadas.

ECO-92 é como ficou conhecida a Conferência das Nações Unidas sobre


o Meio ambiente e Desenvolvimento, realizada na cidade do Rio de Janeiro
entre os dias 3 e 14 de junho de 1992. Chamada também de Cúpula da
Terra, a convenção reuniu chefes de Estado e representantes de 179
países, organismos internacionais, milhares de organizações não
governamentais e contou também com a participação direta da
população. A ECO-92 representou um marco nas discussões sobre a
preservação ambiental e o Desenvolvimento sustentável.

. Resumo sobre a ECO-92

• A ECO-92, conhecida também como Cúpula da Terra ou


oficialmente como Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento, foi realizada no ano de 1992 na
cidade do Rio de Janeiro.
• Reuniu líderes de 179 países, milhares de ONGs, representantes de
organismos internacionais e agências regionais, além da população
interessada.
• Foi considerada a maior conferência do tipo realizada até então.
• Ela foi importante porque estabeleceu de forma definitiva o
conceito de desenvolvimento sustentável e abordou questões
fundamentais para que se possa alcançá-lo, levando em
consideração as esferas social e econômica.
• A ECO-92 abordou ainda as mudanças climáticas e a questão da
biodiversidade e do desmatamento das florestas.
• A Declaração do Rio e a Agenda 21 são dois dos mais importantes
resultados da ECO-92.
• A ECO-92 pautou as conferências que foram realizadas na
sequência, nas quais foram reforçados os compromissos de ação e
cooperação internacional feitos durante a Cúpula da Terra.

Antecedentes históricos da ECO-92


As preocupações acerca do modelo de desenvolvimento industrial que
surgiu no mundo a partir do século XVIII e os impactos ambientais
decorrentes da Primeira Revolução Industrial , como a poluição
atmosférica, começaram a emergir algum tempo depois do início desse
processo, uma vez que eram nítidas as transformações a que foram
submetidas as primeiras cidades industriais. No entanto, persistia a ideia
de que os recursos naturais estariam sempre disponíveis para o uso dos
seres humanos, não havendo limites para a sua exploração.

Essa noção começou a se transformar a partir da segunda metade do


século XX, mais precisamente após o fim da Segunda Guerra Mundial,
quando os efeitos da ação antrópica sobre a natureza ganharam
novas dimensões, e o modelo de desenvolvimento de então passou a ser
questionado por um grupo cada vez maior de pessoas, que incluía desde
membros da sociedade civil até gestores políticos. A partir disso, começou
a se pensar a respeito da finitude dos recursos naturais e das
repercussões da exploração intensiva da natureza para as futuras
gerações.

Foi nesse contexto que a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou
na cidade de Estocolmo, capital da Suécia, a primeira Conferência das
Nações Unidas sobre o Desenvolvimento e Meio ambiente humano,
chamada também de Conferência de Estocolmo. Ela aconteceu no ano de
1972 e reuniu líderes de 113 países e também membros de cerca de 400
organizações não governamentais (ONGs). Essa conferência foi
importante para a determinação de recomendações para o
desenvolvimento dos países aliado à preservação ambiental,
estabelecendo as bases para futuros encontros e ações.

Outro marco de importância para as discussões ambientais foi o


documento intitulado Nosso Futuro Comum, conhecido ainda como
Relatório Brundtland, lançado em 1987, quatro anos após a criação da
Comissão Mundial sobre o Meio ambiente e Desenvolvimento, que era
presidida pela médica e futura primeira-ministra norueguesa Gro Harlem
Brundtland.

O documento aborda questões relacionadas ao desenvolvimento e


crescimento social e econômico e seus impactos para o meio ambiente e
para os seres humanos, apontando para a necessidade de se utilizar os
recursos naturais de maneira estratégica a fim de resguardá-los também
para as futuras gerações. Estabeleceu-se, assim, a definição de
desenvolvimento sustentável.

Quais eram os objetivos da ECO-92?


A conferência ECO-92 teve como principais objetivos a reafirmação dos
pontos levantados pela Declaração de Estocolmo, um dos documentos
produzidos pela primeira conferência da ONU realizada em 1972, e
o estabelecimento de estratégias e planos de
cooperação internacional para a garantia de um processo de
desenvolvimento socioeconômico em harmonia com o meio ambiente de
forma a reduzir os impactos danosos da ação humana sobre a natureza,
assegurando a manutenção dos recursos naturais para as gerações
presentes e

Como ocorreu a ECO-92


O Rio de Janeiro foi a cidade escolhida para sediar a ECO-92 no Brasil.
A conferência ECO-92, oficialmente chamada de Conferência das Nações
Unidas sobre o Desenvolvimento e Meio ambiente, é também conhecida
como Cúpula da Terra. Ela ocorreu entre os dias 3 e 14 de junho de
1992 na cidade do Rio de Janeiro (RJ), exatos 20 anos após a Conferência
de Estocolmo. As reuniões oficiais aconteceram no centro de convenções
Riocentro, situado na Barra da Tijuca, mas diversos encontros
promovidos pela sociedade civil abordando as temáticas discutidas na
ECO-92 foram realizados em outros pontos da cidade.

Pelo número de países participantes e pelo maciço interesse que


despertou no público em geral, a ECO-92 é considerada a maior
conferência ambiental já realizada, contando com a participação de
chefes de Estados, líderes políticos, representantes de organismos
internacionais, membros da sociedade civil e ONGs de todo o mundo,
além da imprensa internacional. A ECO-92 foi ainda o maior evento do
tipo sediado no Brasil.

Países participantes da ECO-92


A ECO-92 contou com a presença de líderes políticos
representantes de 179 países, que foi a maior participação até então
registrada. A conferência foi composta também por cerca de 1.400
organizações não governamentais de diversas nacionalidades e
representou interesses variados da sociedade civil.

Destaca-se ainda a participação de organizações internacionais e


intergovernamentais, agências especializadas de diversos setores, como
o banco mundial e o Fundo Monetário Internacional, para citarmos alguns
exemplos, bem como comissões regionais.

Resultados da ECO-92
Após 11 dias de reuniões, a ECO-92 resultou em uma série de
documentos com proposições práticas para a ação dos Estados, das
empresas e da população como um todo no sentido de buscar ou manter
o desenvolvimento econômico e social sem causar maiores danos ao meio
ambiente mediante novas formas de atuação. Esses documentos versam
sobre temas fundamentais, como as mudanças climáticas, a preservação
da biodiversidade e o manejo florestal.

Um dos documentos resultantes da ECO-92 é a Declaração do Rio,


que apresenta 27 princípios universais. Os princípios destacam aspectos
como o direito dos seres humanos a uma vida produtiva e saudável em
harmonia com a natureza, a importância dos povos tradicionais e das
comunidades locais no manejo ambiental e no desenvolvimento e
também o papel fundamental da cooperação internacional para o
crescimento econômico e desenvolvimento sustentável de todos os
países.

A Agenda 21 é um dos instrumentos de maior importância que


resultaram da ECO-92. Trata-se de um plano de ação desenvolvido para
que os países pudessem, a partir dele, elaborar e implementar medidas
voltadas ao desenvolvimento sustentável, que, para ser alcançado, deve
abranger em conjunto as seguintes frentes:

• conservação ambiental;
• justiça social;
• crescimento econômico.

Nota-se ainda que a Agenda 21 prevê a colaboração internacional dos


países para se atingir os principais objetivos do desenvolvimento
sustentável e a elaboração de planos nacionais e locais de ação. A Agenda
21 Brasileira foi elaborada entre os anos de 1996 e 2002, sendo
implementada a partir de 2003.

Outros documentos e tratados importantes que resultaram da ECO-


92são os seguintes:

• Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima;


• Convenção sobre Diversidade Biológica;
• Declaração de Princípios sobre Floresta.

Importância da ECO-92
A ECO-92 foi uma das maiores convenções sobre o meio
ambiente realizadas no mundo. Ela foi importante porque tornou
oficial a aplicação do conceito de desenvolvimento sustentável no
campo das ações, balizando a maioria das discussões e dos resultados
obtidos pela Cúpula da Terra, como foi o caso da Agenda 21. A convenção
deixou clara a relação de dependência dos seres humanos em relação à
natureza, princípio esse que se estende para todas as atividades
econômicas que são desenvolvidas no nosso planeta.

Foi durante a ECO-92 que foram levantadas pautas de urgência para a


ação e cooperação internacional, como as mudanças climáticas e a perda
de biodiversidade, sendo abordadas ainda questões importantes como a
do desenvolvimento social e da justiça socioambiental.|1|

Outro aspecto que tornou a ECO-92 uma referência entre as convenções


sobre o meio ambiente foi a intensa participação popular que ela
alcançou, reforçando a importância da ação conjunta de todas as
instâncias da sociedade para se atingir o desenvolvimento sustentável e
amenizar os impactos negativos ao meio ambiente

Capítulo 3 – Rio+20
Introdução

O Rio Mais 20, Rio 20, Rio+20 ou Conferência das Nações Unidas sobre o
Desenvolvimento Sustentável (CNUDS) é um evento de sustentabilidade o
qual retoma, após 20 anos, diversos temas que foram explorados durante o
evento Eco-92.

Considerado um dos maiores eventos organizados pela ONU, o Rio+20


ocorreu entre os dias 13 e 22 de junho de 2012 em diversas partes da
cidade do Rio de Janeiro.

Os principais temas abordados foram: desenvolvimento sustentável,


economia verde, inclusão social e pobreza.
Cúpula dos Povos
Paralelo ao evento Rio+20, a Cúpula dos Povos ocorreu entre os dias 15 e 23 de
junho no Rio de Janeiro com vistas a discutir e propor alternativas para a crise
socioambiental que vem crescendo cada vez mais no mundo.

Países Participantes

O evento contou com a participação de mais de 180 países do mundo


integrantes da ONU (Organização das Nações Unidas), bem como da presença
de Chefes de Estado, de Governo e ainda, dos principais organismos
internacionais.

Objetivos

Além de discutir temas em torno das questões ambientais, o evento teve como
objetivos fortalecer e assegurar o desenvolvimento sustentável entre os países
envolvidos. Ademais, o tema da economia verde foi um dos principais objetivos
da conferência.

Resultados

Embora tenha sido construído com a união de diversos países que se


propuseram a cooperar visando uma sociedade mais justa e sustentável para
todos, os resultados coletados após o evento demostraram o contrário.

Ou seja, diversos países que se comprometeram a apresentar soluções e ações


de desenvolvimento acabaram por negligenciar diversas questões. Estudiosos
apontam que a crise internacional foi um dos fatores que impediu a tomada de
decisões.

No entanto, diversos acordos e ações foram estabelecidas entre os países


participantes de forma que os temas abordados geraram sucessos efetivos
(diminuição de gases poluentes, aquecimento global, efeito estufa, ações de
inclusão, etc.) e até hoje seguem sendo desafios que podem ser conquistados
nas próximas décadas.
Referências Bibliográficas
https://www.todamateria.com.br/conferencia-de-
estocolmo/amp/

https://m.brasilescola.uol.com.br/amp/geografia/eco-92.htm

https://m.brasilescola.uol.com.br/amp/biologia/rio-20.htm

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